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8 de setembro de 2016

Lição 11: A Evangelização das Pessoas com Deficiência



Lição 11: A Evangelização das Pessoas com Deficiência
11 de Setembro de 2016

TEXTO ÁUREO
"[...] Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade e traze aqui os pobres, e os aleijados, e os mancos, e os cegos." (Lc 14.21) [Comentário: Esta parábola é uma profecia da extensão do evangelho àqueles que os fariseus consideravam indignos. Os “pobres, os aleijados, os cegos e os coxos” representam os judeus desprezados, que não eram capazes de observar as leis tradicionais da pureza ritual. Bíblia de Estudo Genebra, SBB e Ed Cultura Cristã, 1999. Pág 1207.]

VERDADE PRÁTICA
A evangelização que não inclui as pessoas com deficiência é incompleta e não expressa plenamente o amor de Deus.

LEITURA DIÁRIA
Segunda – 2 Sm 9.10: A inclusão de um coxo à mesa do rei Davi
Terça – Mc 7.31-37: O surdo que ouviu Jesus e foi curado
Quarta – Jo 9.25: A confissão do cego que foi curado
Quinta – At 3.1-10: O paralítico que foi curado e exaltou a Deus
Sexta – Is 35.1-10: Os portadores de necessidades especiais no plano divino
Sábado – Lc 7.22: O Evangelho de Jesus ama e inclui a todos

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 5.1-9
1 DEPOIS disto havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.
2 Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres.
3 Nestes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento da água.
4 Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse.
5 E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo.
6 E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são?
7 O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me ponha no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.
8 Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito, e anda.
9 Logo aquele homem ficou são; e tomou o seu leito, e andava. E aquele dia era sábado.

HINOS SUGERIDOS: 160, da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL
Reconhecer que as pessoas com deficiência precisam ser alcançadas com as Boas-Novas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I. Conscientizar da suficiência de Cristo para com as pessoas com deficiência.
II. Saber que os surdos precisam ser alcançados com o som do evangelho
III. Mostrar que os cegos também podem ser conduzidos a Cristo.
IV. Compreender que os paralíticos devem ser conduzidos a Cristo.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
O Reino de Deus, anunciado pelo Senhor Jesus Cristo, era inclusivo. Ele amou e curou os paralíticos e os cegos. No tempo de Jesus, as pessoas com deficiência não eram valorizadas; elas viviam à margem da sociedade. Existia a crença errônea de que as deficiências físicas eram resultado de algum Pecado. “E os discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” (Jo 9-2). No Antigo Testamento, o coxo e o cego não poderiam exercer o oficio de sacerdote (Lv21.18). Mas Jesus não os rejeitou, mostrando que estes também poderiam fazer parte do Reino de Deus. Que possamos preparar nossas igrejas para receber e integrar as pessoas com deficiência.

INTRODUÇÃO
As águas de Betesda eram, de vez em quando, agitadas por um anjo de Deus. Quando isso acontecia, o primeiro enfermo a descer ao poço era imediatamente curado. Nessa expectativa, havia, ali uma multidão de coxos, mudos, surdos e cegos. Cada uma daquelas pessoas com deficiência tinha alguém para baixá-la às águas. Mas o enfermo, com quem Cristo falou, não tinha ninguém para ajudá-lo. Então, o próprio Senhor tratou de incluí-lo em seu Reino; salvou-lhe a alma e curou-lhe o corpo. Existem muitos que não podem ver, não podem falar, ouvir, andar e, às vezes, não conseguem atinar com a razão. Por Isso, como Igreja do Senhor, precisamos alcançar aqueles com deficiência. [Comentário: O Tanque de Betesda, que em hebraico significa “casa de misericórdia”, era localizado, segundo Flávio Josefo, em Jerusalém, ao norte do Templo, próximo ao mercado das ovelhas. Em escavações nesta região, no ano de 1888, o professor e arqueólogo, Dr. Conrad Schick, achou um grande tanque com cinco pavilhões (degraus), que levavam a uma parte mais baixa, onde havia água. Em uma de suas paredes havia a pintura de um anjo no ato de movimentar as águas! Segundo o credo e tradição judaica, de tempo em tempo, um anjo descia naquele tanque e movimentava as águas, o primeiro que entrasse no tanque após o movimento, era curado de qualquer enfermidade! Assim se arregimentavam grandes quantidades de pessoas, esperando receber algo através de um ato místico. http://www.cacp.org.br/realmente-descia-um-anjo-no-tanque-de-betesda/. Note que a Bíblia só relata o fato e as crenças, mas isso não significa que ela as ratifica, ou seja, a Bíblia não confirma que um anjo descia e agitava as águas realmente; não é do interesse da narrativa assegurar que o anjo descia ou não. O que está muito claro na narrativa é perseverança do coxo que há 38 anos esperava por uma oportunidade de milagre. “Ao que lhe replicou o Senhor: Quem faz a boca do homem? ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego?. Não sou eu, o Senhor?” (Êx 4.11). O Deus do pacto, o Redentor do seu povo, estava afirmando que a deficiência não é impedimento para a participação em sua graça. Deficientes são bem-vindos ao povo de Deus.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

l- A SUFICIÊNCIA DE CRISTO COM AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Vejamos quem é esse grupo, e como era visto no Antigo e no Novo Testamento.

PONTO CENTRAL
A evangelização eficiente deve incluir as pessoas com deficiência.


1. Definição. Segundo a Organização Mundial da Saúde, “ deficiência é o termo usado para definira ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica. As pessoas com deficiência são as que se acham privadas quer de seus sentidos, quer de seus movimentos, ou do pleno uso de suas faculdades mentais. Nessa definição acham-se os cegos, mudos, surdos, paraplégicos e tetraplégicos, os autistas, os que têm a Síndrome de Down, etc. [Comentário: Considera-se Pessoa Portadora de Deficiência (PPD) aquela que apresente, em caráter permanente, perdas ou reduções de sua estrutura, ou função anatômica, fisiológica, psicológica ou mental, que gerem incapacidade para certas atividades, dentro do padrão considerado normal para o ser humano; estas podem ser congênitas ou adquiridas. Segundo a Wikipédia, “a expressão ‘pessoa com deficiência’ pode ser aplicada referindo-se a qualquer pessoa que vivencie uma deficiência continuamente. Contudo, há que se observar que em contextos legais ela é utilizada de uma forma mais restrita e refere-se a pessoas que estão sob o amparo de uma determinada legislação” https://pt.wikipedia.org/wiki/Defici%C3%AAncia. A Lei Nº 13.146, de 6 de julho de 2015, afirma:  Art 2º - Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. § 1º - Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.]

2. A deficiência no Antigo Testamento. Se, por um lado, nenhum deficiente podia ser admitido no ofício sacerdotal, por outro, vemos um coxo ser convidado a estar perpetuamente à mesa do rei (Lv 21.16-23; 2 Sm 4.4; 9.10). O profeta Isaías, por seu turno, consola o seu povo, prometendo-lhe que, no porvir, todas as pessoas com deficiências serão incluídas na restauração de Israel (Is 35.1-10). [Comentário: O fato de proibir-se pessoas portadoras de deficiência em atos litúrgicos do Antigo Testamento (Lv 21,18ss) não aponta para uma espécie de preconceito, mas parece ser apenas um eco da repetida proibição de sacrifícios de animais defeituosos. Isto se explica pelo fato de que os que oficiavam no Templo representavam aqueles que só podem ter acesso a Deus se estiverem limpos de toda mancha e pecado. A passagem toda é uma figura da aceitação que Deus faz daqueles que são purificados pelo sangue de Cristo e assim limpos de toda mancha e defeito causados pelo pecado.]

3. A deficiência no Novo Testamento. Jesus Cristo, sendo a expressão máxima do amor de Deus, veio para incluir a todos, judeus e gentios, pobres e ricos, deficientes e não deficientes, em um só corpo (Jo 3.16; Rm 12.5). Sendo Ele um homem de dores e experimentado no sofrimento, jamais se negou a receber um cego um paralítico ou mesmo um leproso (Is 53.3; Mt 8.2; 9.6; Lc 7.21). O Filho de Deus inclui a todos em seu plano redentor, pois o amor divino vai além de nossas deficiências ou suficiências. Essa tarefa, hoje cabe a nós. Por meio de uma estratégia e uma didática apropriada, podemos incluir os de necessidades especiais no Plano da Salvação, ensinando-lhes a Palavra de Deus. Somente dessa forma eles poderão vir a superar todos os seus limites espirituais, emocionais e sociais. [Comentário: Em Filipenses 2.6-8, Paulo diz que Jesus “estando na forma de Deus” tornou-se “semelhante aos homens e reconhecido em seu aspecto como um homem”. Por meio da Encarnação, o Verbo assume a condição humana de fraqueza e limitação, para cumprir o plano salvífico do Pai e assume, assim, as nossas deficiências, servindo de rampa para acesso ao Pai. Por meio da graça, todas as pessoas, com ou sem deficiência, são chamadas à salvação (Mc 16, 15; 1Tm 2, 4-5). Em João 9.2-3 “Perguntaram-lhe os seus discípulos: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para que nele se manifestem as obras de Deus.” Os deficientes eram oportunidades através dos quais o poder de Deus podia ser revelado. Estas limitações são temporárias (1Co 15.53). Isaías 35.5-6 diz que “Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se desimpedirão. Então o coxo saltará como o cervo, e a língua do mudo cantará de alegria; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo”. A exigência divina de um corpo no sacerdócio levítico prefigurava a perfeição moral de Cristo (Hb 9,15,14) e aponta para as qualificações espirituais requeridas por Deus para os ministros do Novo Testamento. Todo aquele que serve no ministério deve ser inculpável e irrepreensível (BEP). Segundo os relatos dos evangelistas, Jesus realizou ao redor de 40 milagres notórios. Deles todos, pelo menos 21 são relacionados a pessoas com os mais variados tipos de deficiências físicas ou sensoriais e doenças crônicas:
- Cego de nascimento: João 9.1-7
- Cego em Betsaida: Marcos 8.22-26
- Cego Bartimeu de Jericó: Marcos 10.46; Lucas 8.35-43
- Dois cegos de Jericó: Mateus 20.29-34
- Dois cegos de Cafarnaum: Mateus 9.27-31
- Cegos na Galiléia: Mateus 15.29-31
- Cego e mudo (endemoniado): Mateus 12.22
- Mudo de Cafarnaum: Mateus 9.32-34
- Mudos na Galiléia: Mateus 15.29-31
- Surdo-mudo na Decápole: Marcos 7.31-37
- Surdo-mudo em Cesaréia: Marcos 9.16-26; Lucas 9.37-43
- Coxos na Galiléia: Mateus 15.29-31
- Leprosos de Cafarnaum: Mateus 8.1-4; Marcos 1.40; Lucas 5.12-14
- Dez leprosos: Lucas 17.13-1
- Hidrópico: Lucas 14.1-6
- Mulher com espinha curvada: Lucas 13.11-13
- Homem de "mão seca": Mateus 12.9-13; Marcos 3.1-6; Lucas 6.6-11
- Paralítico (servo do centurião): Mateus 8.5-13
- Paralítico em Betsaida): João 5.5-9
- Paralítico de Cafarnaum: Mateus 9.1-8; Marcos 2.1-12; Lucas 5.17-26
- Outros deficientes na Galiléia: Mateus 15.29-31.]

SÍNTESE DO TÓPICO I
Cristo amou e auxiliou as pessoas com deficiência.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
Defeitos físicos desqualificavam os descendentes de Arão para servirem como sacerdotes e oferecerem sacrifícios em favor do povo.
(1) O requisito do corpo físico integral do sacerdote, do propósito divino, no sentido do ser um exemplo vivo da vida do ministro a serviço do Senhor, O tendo um corpo sem defeito mais eficaz no serviço de Deus, Todavia, quem não pudesse servir como ministro devido a tais defeitos, não perdia o direito de participar do plano de Deus, a plena salvação vinda pelo concerto de Deus.
(2) A exigência divina de um corpo no sacerdócio levítico prefigurava a perfeição moral de Cristo (Hb 9,15,14) e aponta para as qualificações espirituais requeridas por Deus para os ministros do Novo Testamento.
Todo aquele que serve no ministério deve ser inculpável e irrepreensível (BEP).

II. O SOM DO EVANGELHO AOS SURDOS
Para ensinar o Evangelho aos surdos, o evangelista tem de aprender, primeiro, a comunicar-se de maneira eficiente com cada uma delas.

1. Conduzindo os surdos a Jesus. Embora Jesus soubesse como se comunicar com os surdos, era necessário que alguém os levasse a Ele (Mc 7.31-37). Portanto, deve o evangelista melhorar a sua comunicação com os deficientes auditivos, a fim de explanar-lhes o Plano da Salvação. Antes de tudo, é preciso aprender a Língua Brasileira de Sinais, conhecida como Libras. [Comentário: Então, Jesus lhes respondeu: Ide e anunciai a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres, anuncia-se-lhes o evangelho. Lucas 7.22]
2. A integração dos surdos. Além de evangelizar os surdos, é necessário discipulá-los através de intérpretes competentes, a fim de que eles recebam o ensino completo da Palavra de Deus. Na Escola Dominical, recomendam-se professores especializados. Que os cultos sejam traduzidos em Libras. Segundo pesquisas, só no Brasil existem aproxi­madamente dez milhões de surdos, e a Palavra de Deus nos manda abrir a boca em favor dos surdos-mudos (Pv 31.8). [Comentário: Imagine como seria se você tivesse que viver em uma sociedade majoritária em que sua língua e cultura são desconhecidas. Esta é a realidade da comunidade dos surdos, que são inibidos de se comunicar, participar da sociedade como cidadãos ativos e, principalmente, de experimentar a alegria de conhecer o seu Criador. O projeto inicial de Deus para o homem foi fazê-lo conforme sua imagem e semelhança. Há uma esperança para os surdos, “...pois o evangelho é o poder de Deus para salvar todos os que creem...” Romanos 1.16. É seu objetivo que todos cresçam de maneira integral, que sejam conduzidos a um relacionamento com o próprio Deus e com o seu semelhante, e este é o propósito deste ministério: divulgar o amor de Cristo para a população surda no Brasil.Extraído de: http://www.missoesnacionais.com.br/surdos Acesse este link e leia mais sobre o ministério com surdos.]


SÍNTESE DO TÓPICO II
Os surdos precisam ser alcançados com o som do Evangelho.

SUBSÍDIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ
A Palavra de Deus declara: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a criatura (Mc 16,15).
Com certeza, os alunos com deficiência estavam incluídos grupo, pois são criaturas do Senhor e importantes para Ele. O apóstolo Paulo nos dá o exemplo: Fiz-me fraco para com os fracos, para ganhar os fracos, Fiz-me tudo com todos, por todos os meios chegar a salvar alguns.  Faço isso por causa do evangelho, para ser também participante dele (1Co 9.22,23).
Êxodo 4.11 diz: "Quem fez a boca do Homem?
Isaías 35.5,6 diz: Os olhos dos cegos se abrirão, e os ouvidos dos surdos se desimpedirão.  Então os coxos saltarão como o cervo e a língua dos mudos cantará. As pessoas com deficiência naquele dia serão totalmente regeneradas.
O surdo não é um doente. Ele é sujeito que tem uma língua natural própria, a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais).
Quais são as medidas a serem observadas na comunicação com o surdo?
Em primeiro lugar, precisamos compreender que existem surdos oralizados, ou seja, conseguem se expressar por meio da fala e compreender o que é transmitido por meio da leitura labial.
Mesmo oralizado, o surdo continua dificuldade de comunicação porque continua sem ouvir, Muitos desses alunos oraizados usam aparelho auditivo, mas é preciso lembrar que o aparelho não exclui a sua limitação, apenas ajuda.
Encontramos também o surdo não oralizados, que é aquele que não consegue se comunicar por intermédio da fala.
A comunicação com esse grupo é de forma não verbal. Para isso, tanto o aluno quanto o professor precisa conhecer a língua de sinais (LIBRAS).
Atualmente, existem vários métodos de comunicação que podem ser usado com o surdo.
Fica então a pergunta: Quais métodos podemos utilizar na comunicação com o surdo?
É importante lembrar que o surdo ouve com os olhos, portanto só haverá comunicação se houver visualização.
Observe:
1. Ao se comunicar com o surdo, procure ficar de frente para ele;
2. Fale pausadamente;
3. Utilize a expressão facial e corporal;
4. Utilize vocabulário simples;
5. Procure manter uma curta distân­cia entre você e a pessoa surda;
6. Utilize gestos, mesmo que o surdo seja bem oralizado;
7. Mantenha a boca e mãos livres para fazer os gestos necessários. Não esqueça que o corpo todo 'fala';
8. Procure dominar a língua de sinais e o alfabeto manual, principalmente nomes próprios;
9. O surdo precisa ser exposto à cultura surda para desenvolver realmente sua língua e compor sua identidade;
10. A Libras para o surdo é a língua materna" (CHIQUINE, Siléia. Ensinando Deficientes Auditivos, 25a Conferência de Escola Dominical, Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 66).

III. A VISÃO DE CRISTO AOS CEGOS
Em nosso país, há seis milhões e meio de pessoas com alguma defi­ciência visual. Trata-se, pois, de um campo missionário que exige obreiros amorosos e especializados.

1. Conduzindo os cegos a Cristo. Havia sempre alguém disposto a conduzir os cegos a Jesus (Mc 10.46-52). Hoje, com os programas de inclusão, um cego é capaz de ir e vir, sozinho, a qualquer lugar. Não obstante, precisa ser trazido pessoalmente a Jesus. Todo salvo pode partilhar com um deficiente visual a visão do Salvador do mundo. [Comentário: Uma característica do ministério público de Jesus é o tempo que ele dedica aos indivíduos que sofrem no meio das multidões (Mc 5.30-34). Note que foi necessário não apenas um condutor, mas foi preciso que o cego de Jericó cresse que Jesus era o Messias. Ele, quando chamado por Jesus, dirigiu-se a ele como ‘Rabboni’, uma forma aumentada  de ‘Rabi’, título comum para designar um mestre; ressalta o reconhecimento e a submissão à autoridade de Jesus! Bartimeu não deixaria que nada atrapalhasse seu caminho para chegar até Jesus (Mc 10.48).]

2. Discipulando os cegos. No discipulado das pessoas com deficiência visual, temos de oferecer-lhes a Bíblia e livros em Braille, para que venham a contemplar, pelo tato, a beleza da Palavra de Deus (Is 29.18). Não se esqueça dos audiolivros. Para tanto, providencie-lhes a Bíblia e obras cristãs mais expressivas. Para ajudar na inclusão dos cegos, assinale a planta do templo com placas em Braille e piso tátil. Nenhum tropeço pode estar no caminho dos que não podem ver (Dt 27.18). [Comentário: O Evangelho é inclusivo desde seu início. Saiu da Palestina e do meio judaico para alcançar samaritanos e gentios, mulheres, crianças, escravos, pobres, negros e todos os povos dos "confins da terra". Mas há um grupo especial que ainda não recebeu a atenção necessária por parte da Igreja: os portadores de deficiência. Quantas igrejas, por exemplo, tem o seu culto “traduzido” em libras para atender às pessoas surdas?]

CONHEÇA MAIS
Coxo
Um homem que fosse coxo estava desqualificado para exercer o ofício de sacerdote para não contaminar o altar (Lv 21.18). Um animal coxo não poderia ser oferecido em sacrifício (Dt 15.21). Mefibosete, filho de Jônatas, que se tornou membro da casa de Davi devido à profunda ami­zade entre aqueles dois servos de Deus, era coxo devido a um acidente ocorrido no dia da morte de Jônatas. As alusões aos coxos são frequentes: por exemplo, nos dias mais felizes de Jó ele era como "os pés do coxo' (Jó 29.15). A cura de coxos estava entre as obras miraculosas do Senhor Jesus e de seus discípulos. Para conhecer mais, leia Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p. 469.

SÍNTESE DO TÓPICO III
Jesus Cristo dá visão aos cegos.

SUBSÍDIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ
De acordo com o IBGE, a maioria das pessoas com necessidades especiais do Brasil tem problemas de visão, vêm em seguida os que apresentam alguma deficiência motora, em terceiro está o grupo dos deficientes auditivos, depois os deficientes mentais. Entre essas clas­sificações há também os que acumulam múltiplas deficiências. O que é deficiência visual? A deficiência visual é caracterizada pela perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da visão. Há pelo menos dois grupos de deficiência visual: Cegueira - há perda total da visão ou pouquíssima capacidade de enxergar, o que leva a pessoa a necessitar do Sistema Braille como meio de leitura e escrita. Baixa visão ou visão subnormal - caracteriza-se pelo comprometimento do funcionamento visual dos olhos, mesmo após tratamento ou correção. As pessoas com baixa visão podem ler textos impressos ampliados ou com uso de recursos óticos especiais (fonte: Fundação Dorina).
Pessoa com Deficiência
A sociedade vem passando por um processo de transformação. Há um novo olhar em relação às pessoas com deficiências, Há até mesmo uma preo­cupação com o uso da linguagem.
Os termos que definem a deficiência vêm se adequando a essa visão. Atualmente e o termo correto a ser utilizado é pessoa com deficiência, que faz parte do texto aprovado pela Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidades das Pessoas com Deficiên­cia, aprovado pela Assembleia Geral da ONU, em 2006 e ratificada no Brasil em julho de 2008 (fonte: Fundação Dorina).
Segundo dados do IBGE de 2010, no Brasil, mais de 6,5 milhões de pessoas têm alguma deficiência visual Desse total: 528,624 pessoas são incapazes de enxergar (cegos); 6.056.654 pessoas possuem grande dificuldade permanente de enxergar (baixa visão ou visão sub-normal; outros 29 milhões de pessoas declararam possuir alguma dificuldade permanente de enxergar, ainda que com óculos ou lentes " (LOPES, Jamil. Leitura como Alternativa do 10 ao Aluno com Deficiência, 25a Conferência de Escola Dominical» Rio Janeiro: CPAD, 2016, p, 69).

IV. OS PRARALÍTICOS VÃO AO ENCONTRO DE CRISTO
Certa vez, quatro homens, para chegar um paralítico à presença de Jesus, descobriram o telhado da casa onde estava o Mestre, e baixaram o deficiente. O senhor, vendo-lhes a fé, curou o enfermo (Mc 2.1-11).

1. Conduzindo os deficientes físicos a Cristo. Evangelizar pessoas com deficiência física exige amor e disposição. Em algumas ocasiões temos de ir até elas (At 3.1-14). Em outras, temos de trazê-las até nós (Lc 14.12).  Os deficientes também fazem parte da Grande Comissão e precisam ser alcançados. [Comentário: A exemplo dos 4 evangelistas devemos levar pessoas deficientes a Cristo: “E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o telhado onde estava, e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico. E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados” (Mc 2.4,5); “A ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa” (Mc 2.11). Vemos que Jesus enxergou a fé dos 4 e não a do paralítico. É recomendado ao paralítico que leve sua cama, pois, toda vez que olhasse para ela se lembraria de onde estivera e de quem o tirou de lá.]

2. Acesso facilitado. Para receber as pessoas com deficiência física, é urgente adaptarmos nossos templos às suas necessidades. Providenciemos, rampas de acesso, calçadas rebaixas, corrimões e banheiros adequados. Os cadeirantes precisam ter livre acesso às dependências públicas da Igreja. Na hora do culto, ficarão num lugar privilegiado, para acompanhar atentamente os trabalhos. [Comentário: Pouco se ouve sobre a acessibilidade nas igrejas, e mais que isso, percebe-se que esta não é uma preocupação primária no projeto de construção ou reforma de um templo. A sociedade está preocupada com a adequação do espaço urbano e dos edifícios às necessidades de inclusão de toda população. Não pode-se usar desculpas de que não existe cadeirante ou portador de alguma deficiência frequentando os cultos de nossa igreja para não nos adequarmos à esta necessidade. De fato falta um pouco mais de esclarecimento sobre as vantagens da acessibilidade. E não se pode pensar somente no cadeirante, pensemos também na gestante, nos idosos, em pessoas com dificuldade de locomoção diante de uma escada. A acessibilidade deve fazer parte do cotidiano das igrejas. A Igreja precisa adequar-se, estando apta tanto fisicamente com acessibilidade aos cadeirantes, quanto com Ministérios específicos para deficientes auditivos, visual e outros. Veja as soluções desta Igreja: http://www.deficienteciente.com.br/acessibilidade-na-igreja-presbiteriana-de-paulinia.html]

SÍNTESE DO TÓPICO IV
Os paralíticos devem ser conduzidos a Jesus Cristo.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Cura e perdão (Mc 2.1-7)
A medicina moderna entende que há uma conexão vital entre saúde e bem-estar mental. A Bíblia associa toda doença e sofrimento à nossa se­paração de Deus. A enfermidade é uma consequência da Queda, Assim, a maior necessidade do ser humano não é a cura física, mas a espiritual como um todo. Jesus se preocupou tanto que satisfez a mais profunda necessidade do paralítico, da mesma maneira como Ele deseja sa­tisfazer a nossa" (RICHARDS, Lawrence O, Guia do Leitor da Bíblia; Uma análise de Gênesis a Apocalipse capitulo por capítulo, 10,ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 634).

CONCLUSÃO
O Evangelho de Cristo tem de ser anunciado a todos, em todo tempo e lugar, por todos os meios. Por essa razão, não deixaremos de fora nenhuma pessoa com deficiência. Os integrantes desse grupo suspiram por um encontro pessoal com Deus. Eles não podem ser deixados de fora, pois o Senhor, na cruz, incluiu-os em seu Reino. [Comentário: Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Rm 1.16). O que é este Evangelho senão que Jesus é o Cristo prometido que redime judeus e gentios que NELE confiam, através de Sua morte e ressurreição? Por Sua morte e ressurreição Ele redime, liberta da culpa e do poder do pecado a todos os que nEle crêem, em todas as nações do mundo, e isso não exclui os portadores de deficiência, qual seja ela! O Evangelho é o método gracioso de Deus para salvação e libertação do homem.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Hoje, em Campina Grande-PB
Setembro de 2016

PARA REFLETIR
A respeito da evangelização das pessoas com deficiência, responda:
• Defina as pessoas com deficiência.
As pessoas com deficiência são as que se acham privadas quer de seus senti­dos, quer de seus movimentos, ou do pleno uso de suas faculdades mentais.
• Por que incluir os deficientes na evangelização?
Porque Jesus Cristo, sendo a expressão máxima do amor de Deus, veio para incluir a todos, judeus e gentios, pobres e ricos, deficientes e não deficientes, em um só corpo (Jo 3.16; Rm 12.5).
• Como evangelizar os surdos e mudos?
É preciso aprender Libras, a língua dos surdos. Conduzindo os surdos a Jesus por meio da evangelização pessoal.
• De que forma podemos evangelizar os cegos?
Utilizando material evangelístico em áudio ou em Braille.
• Como alcançar os paralíticos?
É necessário ir até eles e para recebê-los em nossas igrejas é urgente adap­tarmos nossos templos às suas necessidades.