Data: 18 de
Outubro de 2015
TEXTO DO DIA
“E quanto
ao homem, a quem Deus deu riquezas e fazenda e lhe deu poder para delas comer,
e tomar a sua porção, e gozar do seu trabalho, isso é dom de Deus” (Ec
5.19). [Comentário: A capacidade de
desfrutar do labor terreno não se deriva de sua força humana estóica, mas da
graça conferida por Deus a ricos e pobres igualmente.]
SÍNTESE
O Senhor deu
o trabalho ao homem para o pleno desenvolvimento de sua criatividade,
potencialidades, humanização e felicidade.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Gn 2.4-15
O Senhor institui o trabalho
TERÇA — Gn 3.17-19
A desobediência tornou o trabalho
penoso
QUARTA — Ec 3.11-13
A dignidade do trabalho e
direitos do trabalhador
QUINTA — Ec 2.17-24; 6.7
Futilidade e bênçãos provenientes
do trabalho
SEXTA — Ec 9.7-10
A felicidade do trabalhador
SÁBADO — Ec 4.4
O trabalhador competente é
invejado pelo incompetente
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
- COMPREENDER os diversos conceitos de trabalho;
- REFLETIR sobre o relacionamento no trabalho;
- REPENSAR o relacionamento com os superiores no trabalho.
INTERAÇÃO
Professor
como está a motivação de seus alunos para o tema em apreço? Eles participam das
aulas? Respondem as questões? É necessário ensinar os assuntos com dinamismo,
criatividade e profundidade, cuidando sempre da boa comunicação. Não são poucos
os educandos que desconsideram o tema “relacionamento” por considerarem que já
o conhece. Para eles, uma aula monótona e repetitiva é desmotivadora. Todavia,
você deve ministrar subsidiado por todos os recursos didáticos e retóricos
disponíveis. Ilustrações, palavras e expressões enfáticas, gesticulações
apropriadas; “tocar” não apenas a razão, mas a alma, e os sentimentos de seus
educandos.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor,
com base no Subsídio 2, faça um gráfico no quadro, ou com outro recurso que
estiver disponível, contendo o seguinte tema: “Os Propósitos Bíblicos do
Trabalho”.
Distribua
adequadamente o espaço em que será escrito, e, de modo gráfico, disponha os
conteúdos:
1) Deus criou os seres humanos para trabalhar.
2) Para prover subsistência aos necessitados.
3) Desenvolvimento da cultura.
A fonte ou
referência, base para o gráfico e também a explicação dele é o próprio
Referencial Teórico. Se possível leia todo o referencial diretamente no livro
indicado.
TEXTO BÍBLICO
2 Tessalonicenses 3.7-13.
7 — Porque vós mesmos sabeis como convém
imitar-nos, pois que não nos houvemos desordenadamente entre vós,
8 — nem, de graça, comemos o pão de homem algum,
mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a
nenhum de vós;
9 — não porque não tivéssemos autoridade, mas para
vos dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes.
10 — Porque, quando ainda estávamos convosco, vos
mandamos isto: que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também.
11 — Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam
desordenadamente, não trabalhando, antes, fazendo coisas vãs.
12 — A esses tais, porém, mandamos e exortamos, por
nosso Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando com sossego, comam o seu próprio
pão.
13 — E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
O trabalho
deve ser visto pelo cristão não como peso, ou fruto do pecado, como equivocadamente
pensam alguns, mas como possibilidade de crescimento e desenvolvimento humano
dados por Deus para a plena humanização e realização do homem. [Comentário: O que é
trabalho, e onde surgiu? Além da necessidade econômica, por que as pessoas
trabalham? Como seguidores de Cristo, o que deve caracterizar nosso trabalho, e
como nós devemos nos sentir sobre ele? Enquanto a maioria de nós gastará uma
porção significante de nossas vidas no trabalho, parece que só alguns acharão
significado e realização naquilo que fazem. O segredo seria um trabalho novo,
ou uma atitude nova para com o trabalho que já temos? A juventude cristã nasce
em um mundo onde o relativismo cultural e ético começa a ruir os valores
considerados absolutos pela Igreja Cristã. O consumismo e a competição
mercadológica são os ídolos da presente era, e massas são catequizadas nesta
nova religião que alega mentirosamente uma “neutralidade” em termos de fé] Vamos pensar maduramente sobre a fé cristã?
I. VOCÊ E O TRABALHO (Ec 2.17-24; 6.7)
1.
Civilização industrial e o trabalho (Jr 22.3,13; Am 8.4-6; Tg 5.4). Na civilização industrial, o homem está a serviço
do sistema de produção e distribuição. O trabalho nessa perspectiva é uma
atividade racional que se propõe a produzir bens para o consumo, satisfação das
necessidades com vistas a felicidade do indivíduo e progresso da civilização.
Nesse aspecto, é valorizada a pessoa que trabalha e a que tem capacidade de
consumir os bens produzidos. O “ter” vem à frente do “ser”. As instituições da
sociedade industrial preparam e modelam o homem para fazer dele um
“trabalhador”. O interesse não está no homem, em sua completa humanização, mas
em sua capacidade de produzir e consumir cada vez mais. O indivíduo é preparado
para ser “trabalhador”, “consumidor” em vez de um ser pleno, realizado e
consciente. A exclusão social de um sem-número de pessoas, a situação
desumanizante de milhões de trabalhadores nos países de Terceiro Mundo, as
injustiças sociais e trabalhistas que lhes são cometidas, e o sucateamento das
reservas naturais atestam a crueldade e desumanização da qual os trabalhadores
e o mundo são vítimas. [Comentário:
Inicialmente, é importante dizer que o trabalho existia sim, antes da
queda, e era parte do “mandato cultural” dado ao homem de “cultivar” (no
original “trabalhar”) o Jardim, embora para muita gente, o trabalho continue
sendo uma atividade cultural atrelada à maldição da queda. O que a queda produz
é uma alteração da relação do homem com o trabalho, que se antes era parte
integrante de sua natureza, tornou-se penoso e exaustivo. Mesmo nessa cultura
industrial, o cristão deve sempre considerar o “trabalho” como um meio de
glorificar a Deus. A diligência, o zelo, a ética e a criatividade cristã são
virtudes notórias, necessárias e buscadas pelo mercado. Deve-se fugir da
idolatria ao consumo. Lembre-se: um cristão regenerado é feitura de Deus,
recriado em Jesus Cristo para “boas obras” (Ef 2.10). Isto significa que em
Cristo sua condição humana é restituída e ele é reintroduzido na Criação, e
assim, este homem pode voltar à prática da glorificação de Deus por meio de seu
trabalho!]
2.
Perspectivas bíblica e humana (Gn 2.4-15,19; 1.28). O conceito bíblico do trabalho é muito distinto
daquele dos povos mesopotâmicos, e mais tarde também dos gregos. Na epopeia de
Atra-Hasis,( A chamada Epopéia de Atrahasis é
um poema épico da Mitologia suméria, sobre a criação e o dilúvio universal. A
sua cópia mais antiga data de 1600 a.C., quando a civilização suméria
desaparece ante as invasões dos Hititas, e acredita-se que esteja ligada às
tradições próprias do templo da cidade-estado de Eridu, vizinha à antiga foz do
rio Eufrates. É um dos mitos de criação mais antigos da região do Médio
Oriente, narrando a trajetória de Atrahasis) por exemplo, o trabalho é um castigo imposto aos homens para que os
deuses inferiores sejam libertos dos sofrimentos advindos das atividades
extenuantes. Entre os gregos, Hesíodo (poeta oral grego da Antiguidade, geralmente tido
como tendo estado em atividade entre 750 e 650 a.C., por volta do mesmo período
que Homero) afirmava que no paraíso os seres humanos deviam viver, assim
como os deuses, livres de trabalho e labuta, pois a própria natureza proveria o
necessário para a subsistência do homem. Todavia, na ótica bíblica, o trabalho
realizado pelo homem reflete o exemplo do próprio Deus (Gn 2.1-3; Jo 5.17) e a
efetivação do mandato dEle (Gn 2.15). No hebraico, o termo usado para descrever
a “obra” ou o “trabalho” de Deus (mela’khto)
em Gênesis 2.2 é o mesmo para falar do “serviço” ou “trabalho” de José (Gn
39.11). O homem trabalhava no paraíso com um propósito específico: “lavrar e o
guardar” (Gn 2.5,15). O trabalho, portanto, é um meio de o ser humano
desenvolver sua criatividade, potencialidade, transformar o mundo em cultura
(“lavrar e guardar”) e realizar-se como humano, na plena efetivação da imagem
de Deus no homem (Gn 1.26-28). Não é um modo de exploração dessas competências,
mas do pleno aperfeiçoamento delas. Mediante o trabalho, o homem administra
responsavelmente o mundo criado por Deus. O trabalho, contudo, deixa de ser
lúdico para se transformar em peso quando o homem afasta-se do caminho proposto
pelo Senhor (Gn 3.19). Primeiramente, a Bíblia afirma a responsabilidade do
homem em cuidar do jardim (Gn 2.15), e somente depois, após o pecado de ser
expulso do Éden, é que vemos algo acerca do extenuante trabalho do “suor do
rosto” (Gn 3.17-19). Assim, não é o trabalho que é amaldiçoado, mas a terra:
“Maldita é a terra por causa de ti” (Gn 3.17). Junto ao trabalho, Deus
estabeleceu o descanso (Gn 2.2; Hb 4.4; Êx 23.12; Ec 5.12) e o direito de
usufruir do fruto de suas mãos (Ec 3.13; 9.7-10). Afirmou certa vez Elifaz que
“o homem nasce para o trabalho” (Jó 5.7). [Comentário:
A Bíblia apresenta o trabalho como fruto da vontade de Deus. Desde o
início Ele desejou que o ser humano trabalhasse e em Salmos 104,19-24; Isaías
28,23-29 se diz que o trabalho é uma instituição da sabedoria divina. O
terceiro mandamento também mostra o trabalho como parte constitutiva do plano
divino para a humanidade. O pecado muda a perspectiva do trabalho e sobretudo as
suas condições. Depois do pecado o trabalho não é mais alegria, mas fatiga
(veja Gênesis 3,16-19); é um peso e não uma bênção. Parece quase que perdeu,
depois do pecado, o seu valor, mesmo se em si não é um mal. Tornou-se ocasião
de pecado e, quando é finalizado em si mesmo, pode tornar-se até mesmo uma
idolatria (Eclesiastes 2,4-11.20-23; Lucas 12,16-22). Em alguns casos
transforma-se em instrumento de exploração e opressão (Êxodo 1,11-14; 2,23;
Juízes 5,4). Com Cristo, graças à redenção, o trabalho é restabelecido como uma
benção divina, realização da pessoa na comunidade humana, um ‘fazer’ que imita
o ‘fazer criativo’ de Deus. É importante lembrar como a Bíblia condena a preguiça,
a ausência de trabalho (1Tessalonicenses 4,11; Efésios 4,28; 1Timóteo 5,13). O
próprio Jesus trabalhou como carpinteiro. Paulo era orgulhoso de dizer que se
sustentava trabalhando com as suas mãos, até mesmo para servir como exemplo
(Atos dos Apóstolos 18,3). É célebre o que ele diz em 2Tessalonecenses 3,10:
Quem não quer trabalhar, não coma. Com isso o apóstolo das nações quer afirmar
um princípio de igualdade e de respeito do ser humano e da sua dignidade. A
este propósito também em Lucas 10,7 está escrito: O operário merece o seu
salário. http://www.abiblia.org/ver.php?id=598]
3. O
trabalho em o Novo Testamento (Ef 6.5-9). Jesus valorizou o trabalho, sendo Ele próprio um carpinteiro (Mt 13.55;
Mc 6.3). O Deus encarnado assumiu a cultura e o trabalho como expressões de
dignidade humana e empregou diversas profissões de seu tempo como símbolos do
Reino de Deus (Mt 13). Seus apóstolos também eram trabalhadores (Mt 4.18-20;
9.9; 1Co 4.12) e ressaltaram a dignidade do trabalho (Rm 4.4; 1Co 9.6; 1Tm
5.18; 2Tm 2.6), porquanto todo trabalho, sem exceção, tem a mesma dignidade.
Eles, inclusive, combateram aqueles que deixavam de trabalhar por causa da iminente
Vinda de Cristo (1Ts 4.11; 2Ts 3.10-12), e os que faziam do evangelho uma fonte
de lucro, evitando assim, o trabalho braçal (1Tm 6.5). Ambos se eximiram de
suas responsabilidades materiais esperando com isso agradar a Deus, seja ao
esperar o seu retorno iminente, seja dedicando-se à pregação itinerante. Paulo,
no entanto, repreende-os aberta e severamente (1Ts 4.11; 2Ts 3.10). [Comentário: No judaísmo do
tempo de Jesus, a sociedade estava dividida em dois grupos: os ricos e os
pobres. Na classe mais abastada, estavam os sacerdotes, participantes de uma
elite que controlava o sistema de sacrifícios e lucravam com ele, e os
herodianos que possuíam grandes propriedades. Um outro grupo era formado por
membros da aristocracia judaica que enriqueceu à custa de impostos de suas
propriedades e ao seu comércio. O último grupo era formado por judeus
comerciantes, que, embora não possuíssem herdades, participavam ativamente da
vida econômica da nação. No extremo oposto dessa situação, estavam os pobres!
Estes eram "o povo da terra" (Lc 21.1-4). Não possuíam nada e ainda
eram oprimidos pelos ricos (Tg 2.6). O
contentamento não depende da quantidade de dinheiro ou posses materiais. A
Bíblia diz em Filipenses 4.12-13 “Sei passar falta, e sei também ter
abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou experimentado, tanto em
ter fartura, como em passar fome; tanto em ter abundância, como em padecer
necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece.” Onde investimos o
nosso dinheiro, aí estará o nosso coração. A Bíblia diz em Mateus 6.21 “Porque
onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” Parece que os
cristãos estão extremamente confusos se as coisas que pensamos que possuímos, o
mundo natural e até nossos corpos são, em sua essência, bons ou não. E sta
confusão surgiu, em boa parte, porque o pensamento cristão ocidental foi
comprometido pelo conceito não-bíblico da filosofia grega: a separação entre
corpo e alma e material e espiritual. Ainda que citemos ‘Mantenham o pensamento
nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas’ (Colossenses 3:2), a verdade é
que passamos a vida buscando e quase adorando coisas materiais – casas e carros
bonitos, boa comida, pessoas de boa aparência, igrejas confortáveis. Os
resultados são desastrosos assim para nosso mundo como para nosso
relacionamento com Deus. A crença de que coisas materiais não importam nos
divorcia dos constantes lembretes bíblicos de que nossas atitudes e práticas
com relação a posses, pessoas, outras criaturas e a terra que habitamos estão
no coração de nossa relação com Deus. No meio de tudo isto, precisamos
recuperar a visão protestante de que o trabalho serve para glorificação de
Deus!]
Pense!
Deus criou o
trabalho para o pleno desenvolvimento dos talentos do homem. Como você tem
empregado esses dons para o benefício da humanidade?
Ponto Importante
Condene toda e
qualquer injustiça cometida contra o trabalhador.
II. VOCÊ E AS PESSOAS NO AMBIENTE DE TRABALHO (Gl
5.22)
1. Ambiente
de trabalho saudável. É no
ambiente de trabalho que se realiza boa parte das atividades profissionais.
Independente de qual seja a profissão e o lugar de trabalho, a pessoa passa
mais tempo com os demais profissionais do que com a própria família. Isto é
suficiente para que cada profissional se dedique a cultivar um ambiente de
trabalho saudável, onde seja possível a valorização do indivíduo, o respeito às
diferenças, e a solidariedade. A má qualidade no ambiente de trabalho é
responsável por muitos problemas: exclusão, isolamento, individualismo,
estresse, frustrações, falta de entusiasmo, desmotivações e improdutividade.
Coisas que afetam a saúde psicofísica da pessoa. É responsabilidade de todos
cultivar um ambiente de trabalho saudável! [Comentário:
O ambiente de trabalho talvez seja um dos mais difíceis para manter-se um
bom testemunho. Isso ocorre em virtude das pressões do cotidiano, das
diferenças de credos, influências tradicionais, exigências de habilidades
especiais de relacionamento e uma série de variáveis intervenientes no contexto
organizacional. Entretanto, não há desculpas plausíveis porque a Palavra de
Deus imperativamente afirma em Efésios 5.8 que aqueles que são luz no Senhor,
devem andar como filhos da luz. Somos chamados para ir a todo mundo, e isso
inclui o mundo no qual Deus nos colocou. Não importa até onde vá nossa esfera
de influência, devemos ser sal e luz visível neste mundo. Este chamado não faz
distinção entre trabalhadores, profissionais liberais, cristãos em igrejas ou
agências cristãs, ou aqueles que têm ocupações comuns. O próprio Jesus exerceu
Sua vocação como carpinteiro até chegar o momento de iniciar seu ministério
trabalhando em tempo integral para anunciar o Reino às massas.]
2. Construindo
ambientes saudáveis (Rm 12.18; Mc 9.50; 1Pe 3.11). Infelizmente, a construção de um ambiente de
trabalho saudável não depende exclusivamente de você. É responsabilidade de
todos! Ele é construído na relação cotidiana dos profissionais que não poucas
vezes, esbarram nos valores e interesses do outro que são diferentes dos seus
(Mt 5-7) e, às vezes, da própria empresa. Todavia é necessário desenvolver uma
relação de confiança, respeito, cooperação, cordialidade, imparcialidade e
solidariedade, sempre respeitando a dignidade alheia e as diferenças (Rm
12.17-21; Pv 25.9,10). [Comentário:
Nós temos a mente de Cristo (1Co 2.16); e, portanto, somos exortados à não
conformação com este mundo pela transformação de nossa mente (Rm 12.2).
Lembre-se que os servos de Deus vivem neste mundo mas não são deste mundo; este
mundo é o mundo da Criação de Deus. Reconheça que Ele é Senhor Soberano sobre
tudo e sobre todos os seres vivos. Ele sustenta o universo em todas as
dimensões. Todas as fontes da vida estão em Deus (Sl 87.7b). Para cooperar na
construção de um ambiente saudável, não precisamos fazer ou concordar com o que
todos fazem! Também não podemos nos isolar. Pense o seguinte: Qual o propósito
de Deus no seu ambiente de trabalho? Como o seu projeto de vida está em
sintonia com o propósito de Deus no seu trabalho? Seus testemunhos perpetuam as
obras das trevas ou são como luz que dissipa as trevas? Como você encara o
dia-a-dia em sua empresa? Talvez diga que tem sido um fardo, então é hora de
buscar força em Jesus para não deixar o barco à deriva. Convide ao Senhor para
entrar com você nesse barco e ajudá-lo em todas as ocasiões, por mais
conflitantes que sejam.]
3. Lidando
com os conflitos (Pv 15.1,18; Ec 4.4). Os conflitos fazem parte das relações humanas e da vida em sociedade.
Ele surge todas as vezes que os interesses, opiniões e tendências de alguém do
grupo são incompatíveis com os do outro. É preciso que haja maturidade,
paciência, compreensão e rapidez das partes para resolver os conflitos, uma vez
que eles provocam rusgas nos relacionamentos e geram sentimentos negativos e
prejudiciais, tanto para o profissional quanto para a organização (Pv. 3.29;
27.9; Mt 5.22-25; Ef 4.26). As diferenças estarão sempre presentes em qualquer
ambiente de trabalho, os desacordos também. Não são necessariamente as diferenças
e os desacordos que afetam a harmonia no trabalho, mas como o profissional lida
nessas e com essas situações. A postura, o tom de voz, o modo de falar e de se
comportar devem refletir segurança e maturidade quando tais situações surgirem.
Os conflitos existem e podem contribuir para a resolução de problemas e
maturidade afetiva dos profissionais. [Comentário:
O teólogo inglês, John Stott, no seu livro sobre questões que os cristãos
enfrentam hoje (Issues Facing Christians Today), escreveu sobre temas como:
desigualdade social, pluralismo, a possibilidade de o crente influenciar a
sociedade, guerra, questões ambientais, direitos humanos, trabalho, racismo, o
tratamento de mulheres, o casamento e o divórcio, inclusive a questão de sexo
dentro e fora do casamento, aborto e eutanásia, e o homossexualismo, entre
outros temas. Ele estava escrevendo sobre estas polêmicas já nos anos 80.
Agora, nos dias da internet, podemos acrescentar: violência e romances ilícitos
virtuais, entre outros pecados tradicionais que a internet tem intensificado. Nesta
lista podemos perceber que existem conflitos éticos coletivos (que atingem
grupos de pessoas e a própria sociedade) como também conflitos pessoais (que
atingem o indivíduo) para os cristãos hoje. Percebemos também, que estas
questões não são para nós apenas teóricas, que afetam a vida dos outros, porém
são realidades em nossas próprias vidas, e nas vidas de nossas famílias e
igrejas.]
Pense!
O trabalho é uma
oportunidade de você desenvolver suas habilidades em conquistar e manter amigos
ao seu lado.
Ponto Importante
A inveja e a cobiça
são sentimentos destrutivos que afetam as relações pessoais no trabalho.
III. VOCÊ E SEUS SUPERIORES NO TRABALHO (Ef 6.5-9)
1.
Relacionamento equilibrado. No trabalho, principalmente quando se está iniciando a carreira, o
profissional ou aprendiz precisa lidar com alguns superiores: diretor, chefe,
gerente, encarregado, outros. De modo geral, cria-se no ambiente de trabalho
tanto uma relação profissional quanto de amizade, sendo necessário distinguir a
ambas. Seja, portanto, diligente (Pv 22.29), humilde (Pv 25.6,7) de comunicação
precisa (Pv 25.11), e exerça seu trabalho com satisfação (Ef 6.7). Não seja
bajulador, mas saiba elogiar os colegas e chefes sem exagerar (Pv 15.23). O
bajulador é o profissional que elogia exageradamente aos superiores para obter
algum benefício pessoal no ambiente de trabalho. Essa atitude pode prejudicar a
imagem profissional entre os colegas, mesmo que funcione com certos chefes
vaidosos. O bajulador procura manipular o outro e suas decisões com elogios.
Todavia, o elogio sincero demonstra a vontade do profissional de estabelecer
laços de confiança e reciprocidade (Sl 12.2; Pv 10.31; 12.6,18). [Comentário: A Palavra de
Deus diz que a submissão às autoridades é necessária porque toda autoridade que
há foi dada por Deus (Rm 13.1). Portanto, se tem dificuldade em submeter-se às
ordens dadas, saiba que está pecando, então peça a Deus que lhe dê
domínio-próprio e flexibilidade para desempenhar seu propósito em sua vida
profissional. Ao chegar no local de trabalho não deixe de orar pelos seus
superiores e companheiros de trabalho, e, também por sua desenvoltura para
cumprir o papel que lhe é requerido. Esteja certo que Deus o levou ali. Use sua
criatividade e descubra outros companheiros cristãos. Organize-se. Seja líder!
“Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo
somente à vista como para agradar aos homens, mas em singeleza de coração,
temendo ao Senhor e tudo quanto fizerdes, fazei-o de coração, como ao Senhor, e
não aos homens sabendo que do Senhor recebereis como recompensa a herança;
servi a Cristo, o Senhor. Pois quem faz injustiça receberá a paga da injustiça
que fez; e nisso não há acepção de pessoas” (Cl 3:22-25) https://helioofreire.wordpress.com/2006/03/12/o-testemunho-cristao-no-ambiente-de-trabalho/]
2.
Obediência aos princípios divinos. A Bíblia ensina o cristão à obediência de coração aos superiores (Rm
13.7), como se estivesse submetendo-se ao próprio Cristo (Ef 6.5,7), porque
esta é a vontade de Deus (Ef 6.6). Dificilmente alguém crescerá em sua
profissão tomando atitude de insubordinação aos seus líderes. Estes, no
entanto, devem liderar sem ameaças ou revanchismo, sabendo que Deus não faz
acepção de pessoas (Ef 6.8,9). [Comentário:
Na empresa prepare-se para melhor atender à missão da empresa e também
deixar em evidência a pessoa de Cristo em sua vida. O Espírito Santo irá
guiá-lo quando você pedir-lhe ajuda! Seja presente de uma forma criativa,
equilibrada, mas antes de tudo, seja um líder, pescador de almas pelo seu
próprio testemunho. Leia, estude, avalie e descubra a melhor forma de agir e
influenciar seus colegas de trabalho. A empresa é local de trabalho de ganhar o
pão. Respeite as regras de sua empresa. A melhor forma de pregar o evangelho
das boas novas é ter um bom testemunho de vida. Quando a luz de Jesus brilhar
em sua face em todo o tempo e lugar, com certeza, atrairá mais e mais almas
para o Reino de Deus.]
3.
Relacionamento com chefe incompetente. Essa é uma realidade em muitas profissões e empresas, lamentavelmente.
O incompetente é inseguro, desconfiado, imaturo e invejoso e, às vezes, de
difícil relacionamento. O que fazer? Procure trabalhar em parceria com ele; não
o desonre; não comente as falhas dele com outros; suporte resignado os agravos.
O chefe incompetente pode desestabilizar a equipe, colocar um contra o outro,
abafar os talentos dos profissionais e ser responsável pelo mau ambiente de
trabalho. [Comentário: Lembre-se: a
conduta do crente deve refletir a de uma pessoa transformada, que foi lapidada
pelo poder do Espírito Santo. Busque orientação na Palavra de Deus, pois assim,
você poderá saber se o seu comportamento de crente está ou não sendo correto no
seu local de trabalho, com o seu chefe, com os seus colegas. O seu testemunho,
a sua conduta de crente, é um fator de muita importância em todas as áreas de
sua vida, uma vez que pode ou edificar ao companheiro de trabalho ou até mesmo
bloquear o desejo dele conhecer e aceitar o Senhor Jesus. Portanto, é
necessário que você vigie suas atitudes para que seus cooperadores profissionais
possam ansiar em entrar para o Reino de Deus.]
Pense!
Jamais reclame de
seu chefe para outro funcionário. Nas empresas as palavras têm asas.
Ponto Importante
Seja apaixonado pelo
seu trabalho e encontre nele realização e crescimento pessoal.
CONCLUSÃO
O
relacionamento do cristão no trabalho deve ser impulsionado por uma atitude de
temor e obediência aos princípios da Palavra de Deus e de respeito e cooperação
com os colegas de profissão. [Comentário:
O relacionamento cristão ideal é aquele que está permeado pelos princípios
bíblicos. Uma vida que honra a Cristo e onde o Seu amor é derramado em nosso
coração. O princípio do amor deve andar lado a lado com você, para que com isso
possa crescer profissionalmente e levar uma vida mais salutar e, acima de tudo,
glorificar à Deus.] “NaquEle que me
garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Outubro de 2015
ESTANTE DO PROFESSOR
BENTHO, Esdras C. Hermenêutica
Fácil e Descomplicada. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002.
VINE, W. E. Dicionário Vine. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2003.
VINE, W. E. Dicionário Vine. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2003.
HORA DA REVISÃO
1. Descreva o trabalho na perspectiva da
civilização industrial.
Na civilização
industrial, o homem está a serviço do sistema de produção e distribuição.
2. Qual a visão bíblica a respeito do
trabalho?
Na ótica bíblica, o
trabalho realizado pelo homem reflete o exemplo do próprio Deus e a efetivação
do mandato dEle.
3. Quais são os problemas adquiridos pelo
mau ambiente de trabalho?
Exclusão, isolamento,
individualismo, estresse, frustrações, falta de entusiasmo, desmotivações e
improdutividade.
4. Quais elementos são necessários para
um ambiente de trabalho saudável?
Confiança, respeito,
cooperação, cordialidade, imparcialidade e solidariedade, sempre respeitando a
dignidade alheia e as diferenças.
5. Quais os princípios bíblicos para o
relacionamento com os superiores?
Obediência de coração
aos superiores como se estivesse submetendo-se ao próprio Cristo.
SUBSÍDIO
“Caro professor,
“Infelizmente
na Escola Dominical e em nossos grupos de estudos bíblicos deixamos nossos
alunos muito tempo somente ouvindo, e o resultado é que acabam por tornarem-se
passivos demais. Não abrimos espaço para as perguntas e não permitimos que os
alunos descubram as respostas sozinhos. Em geral os alunos ficam sempre
quietinhos, ouvindo o professor, sem fazer nenhuma interrupção. Segundo John
Gregpry, a apatia é uma das maiores inimigas da atenção. Damos tudo pronto, não
abrimos espaço para o fazer, para a criatividade, para o diálogo e a reflexão.
Precisamos colocar nossos alunos para pensar, perguntar mais, se mexer mais.
Como nos diz Celso Antunes, o aluno tem que ser o protagonista e não o
espectador” (BUENO, Telma. Boas Ideias para Professores de Escola Dominical.
1ª Edição. RJ: CPAD, 2015, p.10).
“Por que trabalhamos?
Primeiro,
Deus criou os seres humanos para trabalhar. Considere os dois relatos da
criação nos primeiros capítulos de Gênesis. Em Gênesis 1.26, lemos que Deus
criou os seres humanos como macho e fêmea para ‘dominarem’ sobre a terra. Dois
versículos mais adiante, Deus abençoou o primeiro casal humano e ordenou-lhes
que ‘sujeitasse’ a terra e a ‘dominasse’ sobre todos os seres vivos (o que, a
propósito, não lhe deu licença para destruir o meio ambiente). O ‘domínio’ que
só pode ser exercido pelo trabalho, é o propósito para o qual Deus criou os
seres humanos (não o único propósito, mas um propósito). Que isso esteja
mencionado aqui explicitamente é, sem dúvida, significativo. O trabalho,
podemos concluir, pertence essencialmente à própria natureza dos seres humanos
conforme originalmente criados por Deus. Isto é porque encontramos realização
pessoal no trabalho significativo, e, por outro lado, se não podemos trabalhar
achamos que nossa vida é vazia e sem sentido [...]. Para os gregos, viver com
os deuses significava viver sem trabalho. Para os hebreus, viver com Deus
significava ter trabalho significativo. A característica mais notável no Antigo
Testamento não é tanto que os seres humanos são designados a trabalhar, mas que
Deus trabalha” (PALMER, M. D. Panorama do Pensamento Cristão. 1ª Edição.
RJ: CPAD, 2001, p.226-7).
“O propósito do trabalho
Primeiramente,
o propósito do trabalho é atender as necessidades da vida. De acordo com o
apóstolo Paulo, os cristãos devem trabalhar com sossego e comer o seu próprio
pão (2Ts 3.12); devem trabalhar para que não necessitem de coisa alguma (1Ts
4.12b). Como Karl Barth afirmou, o primeiro item em questão em todas as áreas
do trabalho humano é a necessidade dos seres humanos ‘ganharem o pão cotidiano
e um pouco mais’.
O segundo e
estreitamente relacionado propósito do trabalho é prover subsistência aos
necessitados. Em Efésios, os cristãos são exortados a trabalhar, ‘fazendo com
as mãos o que é bom’, para que tenham o que ‘repartir com o que tiver
necessidade’ (At 4.34).
O terceiro
propósito do trabalho é o desenvolvimento da cultura. Superficialmente, este
propósito do trabalho não é tão óbvio quanto os outros dois. Contudo, não é
menos importante. Nas mitologias antigas o trabalho do homem era para liberar
os deuses do trabalho estrênuo. Em Gênesis 2 é Deus quem trabalha para os seres
humanos: Deus planta o jardim para a provisão humana (Gn 2.8)... O trabalho
humano está, se lhe aprouver, ‘desmistificado’ [...]” (PALMER, M. D. Panorama
do Pensamento Cristão. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2001, pp.229-231).