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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

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31 de maio de 2022

LIÇÃO 10: NOSSA SEGURANÇA VEM DE DEUS

 

auxilioebd.blogspot.com - EBD é com a gente!

TEXTO ÁUREO

“E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lc 12.15)

VERDADE PRÁTICA

Não podemos colocar a nossa esperança nas riquezas deste mundo, mas sim em Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 6.19-27

INTRODUÇÃO

Na lição deste domingo, veremos que jamais devemos colocar a nossa esperança nos bens materiais, mas sim em Deus (1Tm 6.17). No Sermão do Monte, Jesus ensinou a respeito do dinheiro, de juntarmos tesouros neste mundo, e sobre ansiedade. Tal ensinamento não significa que não podemos ter bens materiais, mas mostra que devemos ter cuidado com a avareza, pois o amor do dinheiro é a raiz de todos os males (1Tm 6.10). Precisamos ser vigilantes, pois o apego aos bens terrenos nos escraviza tornando-nos dependente das coisas materiais e não mais do Senhor, que provê as nossas necessidades.

COMENTÁRIO

A lição trata sobre um assunto importante porém pouco abordado, a avareza. Encontramos aqui no texto proposto a orientação de Jesus que recomenda o uso de bens financeiros para propósitos que sejam celestiais e eternos (Lc 16.1-9).

Depois de tratar das práticas espirituais como esmola, oração e jejum longe dos holofotes, no lugar secreto, Jesus volta sua atenção para o testem unho público dos súditos do reino. A vida na presença de Cristo reverbera através do testemunho, de forma pública, diante dos homens. Nossa prática mostra ao mundo quem de fato somos.

Como o Dr STOTT trata esse assunto: “A ambição do cristão: não a segurança material, mas a direção de Deus Na primeira metade de Mateus 6 (vs. 1-18), Jesus descreve a vida particular do cristão “no lugar secreto” (dando, orando, jejuando); na segunda parte (vs. 19-34) ele trata dos nossos negócios públicos no mundo (questões de dinheiro, de propriedades, de alimento, de bebida, de roupa e de ambição). Os mesmos contrastes poderiam ser expressos em termos de nossas responsabilidades “religiosas” e “seculares”. Esta diferença é enganosa, porque não podemos separar estes dois aspectos em compartimentos herméticos.

Na verdade, o divórcio entre o sagrado e o secular na história da Igreja tem sido desastroso. Se somos cristãos, tudo o que fazemos, por mais “secular” que possa parecer (como fazer compras, cozinhar, fazer cálculos no escritório, etc), é “religioso”, no sentido de que é feito na presença de Deus e de acordo com a sua vontade. Uma ênfase de Jesus neste capítulo é exatamente sobre este ponto, que Deus está igualmente preocupado com as duas áreas da nossa vida: a particular e a pública; a religiosa e a secular. Pois, de um lado, “teu Pai celeste vê em secreto” (vs. 4, 6, 18) e, de outro, “vosso Pai celestial sabe que necessitais de alimento, bebida e roupa” (v. 32). Ouvimos os mesmos insistentes convites de Jesus, nas duas esferas, o chamado para sermos diferentes da cultura popular: diferentes da hipocrisia do religioso (v. 1-18) e, agora, também diferentes do materialismo do irreligioso (vs. 19-34). Embora no começo do capítulo fossem principalmente os fariseus que estavam na mente de Jesus, agora é ao sistema de valores dos “gentios” que ele nos incita a renunciar (v. 32). Na verdade, Jesus coloca alternativas diante de nós em cada estágio. Há dois tesouros (na terra e no céu, vs. 19-21), duas condições físicas (luz e trevas, vs. 22, 23), dois senhores (Deus e as riquezas, v. 24) e duas preocupações (nosso corpo e o reino de Deus, vs. 25-34).

E não podemos pôr os pés em duas canoas! Mas, como fazer a escolha? A ambição do mundo nos fascina fortemente. O encanto do materialismo é difícil de se quebrar. Nesta seção, Jesus nos ajuda a escolher o melhor. Ele destaca a insensatez do caminho errado e a sabedoria do certo. Como nas seções anteriores, sobre a piedade e a oração, aqui, relativamente à ambição, ele coloca o falso e o verdadeiro, um em oposição ao outro, de tal modo que nos leva a compará-los e examiná-los por nós mesmos.

Este tópico coloca-nos diante da grande urgência da nossa geração. A medida que a população do mundo continua aumentando assustadoramente e os problemas econômicos das nações se tornam cada vez mais complexos, os ricos continuam ficando mais ricos e os pobres, mais pobres. Não podemos mais fechar os olhos diante dos fatos. A antiga complacência do Cristianismo burguês foi perturbada. A adormecida consciência social de muitos já foi despertada. Redescobriu-se que o Deus da Bíblia está do lado dos pobres e necessitados. Os cristãos responsáveis sentem desconforto quando pensam na abundância e estão pro-curando desenvolver um estilo de vida simples, que seja adequado face às necessidades do mundo e, por lealdade, de acordo com os ensinamentos e o exemplo do seu Mestre”, STOTT, John. Contracultura cristã. A mensagem do Sermão do Monte. Editora: ABU, 1981, pag. 71.

Vamos em frente?

 

I- RIQUEZA DO CÉU E RIQUEZA DA TERRA

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1. Uma conciliação impossível. Já experimentamos o Novo Nascimento, somos novas criaturas e não devemos, novamente, ser dominados pela concupiscência dos nossos olhos nem pela soberba deste mundo (1Jo 2.16). Uma das tentações de Satanás, quando o Senhor Jesus passou pelo processo de tentação (Mt 4.1-11), foi o oferecimento dos reinos deste mundo (Mt 4.9).

Jesus rejeitou tal proposta de imediato, pois seu coração não estava nas coisas deste mundo e Ele sabia a quem devia a adoração verdadeira. O crente precisa estar consciente de que não é possível agradar a Deus e aos homens, servir a Deus e a Mamom (palavra aramaica que designa dinheiro e cobiça). Se nossos corações não estiverem purificados pelo sangue do Cordeiro, andaremos em direção oposta a Deus e passaremos a servir ao dinheiro.

COMENTÁRIO

Na Bíblia Mamom significa dinheiro. Jesus falou sobre os perigos de tornar a riqueza em um ídolo, em vez de ter o coração dedicado a Deus. Mamom representa o domínio do dinheiro sobre a vida da pessoa. A palavra Mamom vem do aramaico e significa “dinheiro” ou “riqueza”. Não era uma pessoa nem um espírito. Algumas traduções antigas ainda mantêm a palavra Mamom em Mateus 6:24, mas traduções mais modernas preferem traduzir para português, como dinheiro ou riqueza. Jesus usou a palavra Mamom para mostrar como a riqueza pode se tornar o senhor de nossas vidas. O dinheiro escraviza quem se dedica a ele. Não podemos servir fielmente a Deus e também ao dinheiro. Somente um dos dois pode reinar no coração.

o dinheiro pode ser uma bênção mas não deve dominar nossa vida. O dinheiro serve para facilitar a vida mas quando é usado de forma errada pode trazer muitos problemas. A riqueza ou falta dela não serve para medir a espiritualidade das pessoas. Deus aceita e ama tanto o rico como o pobre.

O Comentário Matthew Henry do Novo Testamento (CPAD) traz o seguinte: “Temos aqui uma advertência clara para evitarmos todas as amizades prejudiciais com este mundo: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?” (v. 4).

Pessoas mundanas são aqui chamadas de adúlteros e adúlteras, em virtude de sua deslealdade para com Deus, enquanto dedicam os seus melhores sentimentos ao mundo. A cobiça é chamada de idolatria em outra passagem, e aqui é chamada adultério; é o abandono daquele a quem somos consagrados e com quem estamos comprometidos, para nos apegarmos a outras coisas; há essa marca colocada na disposição mental voltada para o mundo – que ela é inimiga de Deus. Um homem pode ter uma boa porção das coisas deste mundo, e mesmo assim manter o seu amor por Deus; mas o homem que volta o seu coração ao mundo, que coloca sua felicidade nele, e então se conforma a ele, e faz qualquer coisa para não perder a sua amizade, este é inimigo de Deus. E traição implícita e rebelião contra Deus colocar o mundo no trono do nosso coração.

“Portanto; qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Aquele que agir de acordo com esse princípio, para manter a simpatia do mundo, e para ter sua amizade contínua, não pode escapar de se mostrar, em espírito e também em suas ações, inimigo de Deus. “Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt 6.24). Assim surgem guerras e brigas, até mesmo desse amor idólatra e adúltero ao mundo, e de servi-lo; pois que paz pode haver entre os homens enquanto há inimizade com Deus? Ou quem pode lutar contra Deus e prosperar? “Pensem seriamente consigo mesmos o que é o espírito do mundo, e vocês vão descobrir que não podem se adequar a ele como amigos, mas isso vai fazer com que vocês fiquem cheios de inveja, e de inclinações más, como está o mundo em geral””. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. 1Ed 2008. pag. 842.

 

2. Tesouros da terra, e tesouros do céu. Jesus não aprovou a posição dos escribas e fariseus em relação ao dinheiro. Eles davam muita ênfase aos bens materiais e viam as riquezas como uma amostra da aprovação divina. Jesus confrontou tal pensamento fazendo uma distinção clara entre os tesouros do céu e os da terra. O Mestre mostrou que os bens materiais não são um sinal de que Deus está aprovando nossas atitudes e conduta. Eles são transitórios e podem ser destruídos pela traça, pela ferrugem e levados por ladrões. Muitos, infelizmente, já perderam todas as suas economias devido a uma quebra na bolsa de valores, um sócio desonesto ou por meio de golpes. Segundo Jesus, o crente deve ajuntar tesouros no céu “onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam” (v. 20). Jesus estava dizendo que os nossos esforços devem ser em prol do Reino de Deus e da sua justiça, pois ninguém levará nada deste mundo, com o afirmou o patriarca Jó: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá (Jó 1.21).

COMENTÁRIO

Note o seguinte: a questão abordada aqui é a durabilidade comparativa dos dois tesouros acumulados, na terra e no céu. Para o crente deve ser fácil decidir qual dos dois ajuntar, porque tesouros sobre a terra são corruptíveis, inseguros, enquanto que tesouros no céu são incorruptíveis, seguros, eternos! Sejamos prudentes no ensino, não apliquemos conceitos de achismos; É importante entender o que Jesus estava proibindo quando nos disse para não ajuntarmos tesouros para nós mesmos na terra. Talvez seja melhor começarmos com uma lista do que ele não estava (e não está) proibindo.

O Pr John Stott esclarece: “Primeiro, não há maldição alguma quanto às propriedades em si; as Escrituras não proíbem, em parte alguma, as propriedades particulares. Segundo, “economizar para dias piores” não foi proibido aos cristãos, nem fazer um seguro de vida, que é apenas uma espécie de economia compulsória auto imposta. Pelo contrário, as Escrituras louvam a formiga que armazena no verão o alimento de que vai precisar no inverno, e declara que o crente que não faz provisão para a sua família é pior do que um incrédulo. Terceiro, não devemos desprezar mas, antes, desfrutar as boas coisas que o nosso Criador nos concedeu abundantemente”. STOTT, John. Contracultura cristã. A mensagem do Sermão do Monte. Editora: ABU, 1981, pag. 71-72.

O Pastor Hernandes Dias Lopes nos ensina assim: “[…] É claro que Jesus não está aqui condenando a riqueza, pois, quando esta vem como fruto do trabalho e da bênção de Deus, ela não traz desgosto. Também Jesus não está aqui proibindo a previdência, pois a Escritura nos exorta a considerar a ação das formigas que trabalham no verão para ficarem abastecidas no inverno. Jesus tampouco está condenando você por usufruir dos benefícios do seu trabalho. O que ele condena no texto é o acúmulo para si, a ganância desmedida e a avareza mesquinha. Os tesouros nos são dados para serem repartidos, e não para serem egoísticamente acumulados.

Nada trouxemos e nada levaremos deste mundo. Entramos no mundo nus e sairemos dele nus. Não há gaveta em caixão.

Aqui nossos tesouros são carcomidos por ferrugem, destruídos por traças e subtraídos por ladrões. O problema não é possuirmos dinheiro, mas o dinheiro nos possuir. O problema não é guardar dinheiro no bolso, mas entronizá-lo no coração. O problema não é o dinheiro, mas o amor ao dinheiro.

[..] Ajuntar tesouros no céu não é criar uma linha de crédito celestial. Isso não é acumular méritos pessoais diante de Deus nem manter um saldo robusto no banco do céu em virtude das boas obras praticadas nesta vida. Quando usamos, porém, nossos tesouros para promover a causa do evangelho e socorrer os necessitados, isso é investir para a eternidade. Nesse sentido, ganhamos o que damos e perdemos o que retemos”. LOPES. Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pag. 224-225.

 

3. O que o cristão precisa saber sobre os bens materiais? Jesus não estava condenando adquirir bens materiais, pois muitos homens de Deus possuíam riqueza, como por exemplo: Abraão (Gn 14.18-20; 24.1), Isaque (Gn 26.12,13), Jacó (Gn 30.43) e Salomão (2Cr 1.12). É importante também destacar que Jesus ensinou ao povo a não desperdiçar nada, pois depois da multiplicação dos pães e peixes, Ele ordenou: “Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca” (Mt 6.12). O crente que conhece as Sagradas Escrituras sabe que tudo que temos pertence a Deus e que toda bênção vem dEle. Como criou todas as coisas, Ele é o proprietário e possuidor de tudo, e o homem não é dono de nada. Em relação aos bens materiais, o cristão não pode ser avarento ou acumulador egoísta. Precisamos ser como os crentes do primeiro século, cujo coração e a alma eram um e todas as coisas lhes eram comuns (At 4.32).

COMENTÁRIO

Não há mal algum em fazer uso dos bens ou ter riquezas, pois sabemos que tudo vem de Deus. As filhas de Labão tinham consciência de que a riqueza que o pai possuía vinha de Deus (Gn 31.16); a riqueza que Salomão possuía vinha de Deus (1Rs 10.23); Davi era consciente de que riqueza e honra vinham de Deus (1Cr 29.12).

Quando gerido bem, o dinheiro serve para:

  • Suprir necessidades – com dinheiro podemos comprar as coisas que precisamos para sobreviver, sustentar a família e preparar para o futuro
  • Ajudar outros – dinheiro dado com sabedoria pode ajudar a aliviar o sofrimento de pessoas que estão passando dificuldade – 2 Coríntios 8:13-15
  • Realizar a obra de Deus – podemos usar nosso dinheiro para sustentar a igreja, instituições de caridade ou até para realizar sonhos dados por Deus
  • Adquirir comodidades – o dinheiro também pode servir para diversão e lazer; não é errado desfrutar do dinheiro quando cumprimos também nossas obrigações – Eclesiastes 5:19

O Crente deve entender que o SENHOR é o dono do ouro e da prata. Na verdade, tudo que existe para a vida humana, direta ou indiretamente, vem do SENHOR. Todavia, quando transferimos o que é atributo único e exclusivo de Deus para qualquer obra de sua criação, somos enlaçados pela idolatria. Isto também acontece com o dinheiro; muitos fazem dele o seu “deus” e o tratam com toda reverência e paixão. Ao examinarmos as Escrituras, vemos que Deus, como Senhor, deu nos autoridade para sermos mordomos.

O cristão precisa ter uma atitude equilibrada em relação ao dinheiro. Não é errado ter muito dinheiro e ser pobre não é ter falta de fé. Deus pode abençoar tanto o pobre como o rico. A Bíblia nos ensina a viver contentes em todas as situações, na riqueza e na pobreza (Fp 4.12-13).

 

II- A IDOLATRIA AO DINHEIRO

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1. O coração no lugar certo. Nossos corações não podem estar apegados às coisas deste mundo. Nossa esperança e confiança devem estar em Jesus. Em breve Cristo voltará para arrebatar a sua Igreja e não levaremos nada deste mundo, porém, as nossas obras serão provadas pelo fogo (1Co 3.15). Teremos de prestar contas, com o um mordomo, de tudo que fizemos com nossos bens e talentos, segundo a parábola do mordomo infiel (Lc 16.1-13). Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “a injustiça, a cobiça e o poder estão comumente envolvidos na acumulação e emprego das riquezas deste mundo.”

COMENTÁRIO

O nosso tesouro arrasta nosso coração. Nosso coração estará na terra ou no céu, depende de onde o colocamos, se na terra ou no céu. Portanto, nem as propriedades, nem a provisão para o futuro, nem o desfrutar dos dons de um Criador bondoso estão incluídos na proibição dos tesouros acumulados na terra. O que está, então? O que Jesus proíbe a seus discípulos é a acumulação egoísta de bens (“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra”); uma vida extravagante e luxuosa, a dureza de coração que não deixa perceber as necessidades colossais das pessoas menos privilegiadas neste mundo; a fantasia tola de que a vida de uma pessoa consiste na abundância de suas propriedades; e o materialismo que acorrenta nossos corações à terra. O Sermão do Monte repetidas vezes refere-se ao “coração” e, aqui, Jesus declara que o nosso coração sempre segue o nosso tesouro, quer para baixo para a terra, quer parao alto para o céu (v. 21). Resumindo, “acumular tesouros sobre a terra” não significa ser previdente (fazer ajuizadas provisões para o futuro), mas ganancioso (como o sovina que acumula e os materialistas que sempre querem mais).

 

2. Idolatrando a Mamom. Cristo nos chama para uma tomada de decisão: Ajuntar tesouro na terra ou nos céus? Servir a Deus ou a Mamom? Lembre-se de que a dedicação a um destes vai gerar a exclusão do outro, pois não há qualquer possibilidade de harmonizá-los; nosso coração não pode estar dividido entre o que é terreno e o que é espiritual. Deus deseja lealdade do seu povo. No momento em que o crente escolhe o dinheiro, o conforto e bens que Mamom pode oferecer, certamente sua espiritualidade e comunhão com o Senhor estarão comprometidas. Quem conhece a Deus de modo pessoal jamais fará a escolha errada, pois sabe que Ele abomina a idolatria: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Idolatria é tudo que ocupa o lugar de Deus em nossos corações.

COMENTÁRIO

John Stott falando sobre ‘A Questão das Riquezas’, escreve: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um, e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. (Mateus 6:24)

        Jesus explica, agora, que além da escolha entre dois tesouros (onde vamos ajuntá-los) e entre duas visões (onde vamos fixar os nossos olhos) jaz uma escolha ainda mais básica: entre dois senhores (a quem vamos servir). É uma escolha entre Deus e Mamom: “Não podeis servir a Deus e a Mamom” (ERC); isto é, entre o próprio Criador vivo e qualquer objeto de nossa própria-criação que chamamos de “dinheiro” (“Mamom” é uma transliteração da palavra aramaica para riqueza). Não podemos servir dos dois.

        Algumas pessoas discordam destas palavras de Jesus. Recusam-se a ser confrontadas com uma escolha tão rígida e direta, e não vêem a necessidade dela. Asseguram-nos que é perfeitamente possível servir a dois senhores simultaneamente, por conseguirem fazer isso muito bem. Diversos arranjos e ajustes possíveis parecem-lhes atraentes. Ou eles servem a Deus aos domingos e a Mamom nos dias úteis, ou a Deus com os lábios e a Mamom com o coração, ou a Deus na aparência e a Mamon na realidade, ou a Deus com metade de suas vidas e a Mamom com a outra.

        Pois é esta solução popular de comprometimento que Jesus declara ser impossível: Ninguém pode servir a dois senhores...Não podeis servir a Deus e às riquezas (observe o “pode” e o “não podeis”). Os pretensos conciliadores interpretam mal este ensinamento, pois se esquecem da figura de escravo e dono de escravo que se encontra por trás destas palavras. Como McNeile disse: “Pode-se trabalhar para dois empregadores, mas nenhum escravo pode ser propriedade de dois senhores”, pois “ter um só dono e prestar serviço de tempo integral são da essência da escravidão”. Portanto, qualquer pessoa que divide sua devoção entre Deus e Mamom já a concedeu a Mamom, uma vez que Deus só pode ser servido com devoção total e exclusiva. Isto simplesmente porque ele é Deus: “Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem”. Tentar dividir a nossa lealdade é optar pela idolatria.

        E quando percebemos a profundidade da escolha entre o Criador e a criatura, entre o Deus pessoal glorioso e essa coisinha miserável chamada dinheiro, entre a adoração e a idolatria, parece inconcebível que alguém faça a escolha errada, pois agora é uma questão não apenas de durabilidade e benefício comparativos, mas sim de valor comparativo: o valor intrínseco de um e a intrínseca falta de valor do outro.” Fonte: John R. W. Stott, A Mensagem do Sermão do Monte, Editora ABU, páginas 164-165.

 

3. A riqueza condenada por Cristo. Na parábola do rico insensato (Lc 12.13- 21), Jesus aponta três erros cometidos pelo homem: o primeiro erro está no fato de que ele achava que tudo o que sua alma precisava era de bens materiais; em segundo lugar, entendia que a essência da vida consistia nos bens materiais, de modo que isso gerava em seu coração um sentimento de prepotência; e o terceiro erro era acreditar que poderia viver tempo suficiente para desfrutar de tudo, se esquecendo que logo seria intimado para comparecer perante Deus. Jesus condena tanto o egoísmo advindo das riquezas quanto também a confiança nela, mas infelizmente vivemos em um a sociedade dominada pelo materialismo, onde muitos só pensam em lucros e benefícios materiais.

COMENTÁRIO

O cristão precisa compreender muito bem a questão sobre o dinheiro à luz da Palavra de Deus, em especial do que Cristo ensinou.

Como comenta o Pr Hernandes Dias Lopes: “O homem que se considerava tão prudente e protegido em armazenar toda a sua colheita para o seu desfrute por longos anos é confrontado com uma voz que ecoa desde o céu, a própria voz de Deus: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? (Lc 12.20). Jesus mostra a tragédia irremediável da avareza, e isso por quatro razões. Em primeiro lugar, o homem que põe sua confiança nas coisas materiais pensando que nelas terá segurança é louco. O dinheiro pode nos dar conforto por um tempo, mas não paz permanente. Pode nos dar alimento farto para o corpo, mas não descanso para a alma. Pode nos dar alguma proteção terrena, mas não escape da morte. Pode nos dar prazeres na terra, mas não a bem-aventurança eterna. Em segundo lugar, o homem que pensa que é o capitão da sua alma é louco. O homem, por mais rico que seja, não determina os dias de sua vida nem tem controle sobre a hora de sua morte. O homem, por mais abastado que seja, não tem nas mãos o destino de sua alma. Na hora da morte, sua alma é requerida. O espírito volta para Deus e nesse momento o homem terá de prestar contas ao reto juiz. Em terceiro lugar, o homem que pensa que é o dono dos bens que acumula é louco. O homem plantou, colheu, derrubou, construiu, armazenou e falou à sua alma para desfrutar de tudo por longos anos. Mas, de tudo o que ajuntou, não desfrutou nada e não levou nada. Tudo foi passado para outras mãos. Em quarto lugar, o homem que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus é louco (Lc 12.21). O que significa ser rico para com Deus?

Significa reconhecer com gratidão que tudo o que temos vem de Deus e nos esforçar para usar o que ele nos dá para o bem de outros e para a sua glória.

Ser rico para com Deus é deixar de confiar na provisão para confiar no provedor.

E depositar sua fé em Deus, e não nas bênçãos de Deus. A prosperidade tem seus perigos (Pv 30.7-9). A riqueza é capaz de sufocar a palavra de Deus (Mt 13.22), de criar armadilhas e tentações (1Tm 6.6-10) e de dar uma falsa sensação de segurança (1Tm 6.17). Portanto, os que se contentam com as coisas que o dinheiro pode comprar correm o risco de perder aquilo que o dinheiro não pode comprar.

Concluo com as palavras de John Charles Ryle: Quando podemos afirmar que um homem é rico para com Deus? Nunca, até que ele seja rico em graça, fé e boas obras, até que se dirija ao Senhor Jesus suplicando que lhe dê o ouro refinado pelo fogo (Ap 3.18). Nunca, enquanto não tiver uma casa feita não por mãos humanas, eterna, nos céus. Nunca, até que seu nome esteja escrito no livro da vida e que ele seja herdeiro de Deus e coerdeiro juntamente com Cristo. Este é o homem verdadeiramente rico! Seu tesouro é incorruptível. Seu banco nunca há de falir. Sua herança não fenece. Os homens não podem impedir que ele a desfrute. A morte não pode arrebatá-la de suas mãos. Todas essas coisas já pertencem àquele que é rico para com Deus – as coisas do presente e as do porvir. E o melhor de tudo, o que ele possui agora não significa nada em comparação ao que possuirá no futuro”. LOPES. Hernandes Dias. Lucas Jesus o Homem Perfeito. Editora Hagnos. 1 Ed 2017.

 

III- VIVENDO A QUIETUDE ESPIRITUAL EM DEUS

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1. Os males advindos das preocupações. Devemos estar sempre alerta, pois não é somente Mamom que pode nos levar à queda, mas as preocupações demasiadas com o futuro e com a nossa subsistência podem comprometer nossa vida espiritual e a nossa saúde mental. A preocupação demasiada com o futuro revela falta de confiança em Deus. Mesmo em tempos difíceis, não podemos viver preocupados e ansiosos, pois temos um Deus que tem cuidado de nós, suprindo as nossas necessidades (SI 23.1). Ele já nos concedeu a salvação e proverá tudo de que precisamos. Não podemos viver como Marta, que poderia estar aos pés de Jesus, mas optou andar distraída em muitos serviços (Lc 10.38-41). Quando não temos equilíbrio, a preocupação e o serviço em excesso roubam a nossa comunhão com Deus. Precisamos trabalhar e servir ao Senhor, mas jamais podemos nos esquecer de que a nossa tarefa mais importante é a nossa devoção e adoração a Ele.

COMENTÁRIO

É um dever cristão tentar ser independente, poder pagar as dívidas, prover uma casa, um lar e oportunidades para a família, provendo prudentemente para o futuro; mas avaliar tudo em termos de dinheiro, fazer com que o amor ao dinheiro seja a força principal de nossas vidas, nunca pode ser mais que o mais perigoso dos pecados.

[…] o ambicioso coloca as coisas acima de Deus e das pessoas. — Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males… (6.10a). O termo grego philarguria, traduzido por amor ao dinheiro, só aparece aqui em todo o Novo Testamento. Paulo diz que o amor ao dinheiro é a fonte de todos os males. O amor ao dinheiro é a high-way, a estrada principal que conduz a todas as outras que desembocam na ruína.

E preciso destacar que o dinheiro não é raiz de todos os males. O dinheiro em si é uma bênção. Com ele suprimos nossas necessidades e servimos ao próximo. Com ele ajudamos os necessitados e cooperamos com a expansão do reino de Deus. O problema não é o dinheiro, mas o amor ao dinheiro. O problema não é a riqueza, mas o desejo da riqueza. O problema não é ter dinheiro no bolso, mas ter o dinheiro no coração. O problema não é possuirmos riquezas, mas as riquezas nos possuírem. John Stott diz com razão que a cobiça se acha por trás dos casamentos por conveniência, das perversões da justiça, do tráfico de drogas, do comércio de pornografia, das chantagens, da exploração dos fracos, da negligência às boas causas e da traição aos amigos. Vivemos numa sociedade que se esquece de Deus, ama as coisas e usa as pessoas, quando deveríamos adorar a Deus, amar as pessoas e usar as coisas.

[…] o ambicioso desvia-se da fé. —… e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé… (6.10b). Ninguém pode amar a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo, pois onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração. Há indivíduos que vendem a consciência e apostatam da fé por causa da cobiça. Amam o prêmio da iniquidade como Balaão. Cobiçam bens materiais como Acã. Traem o Senhor como Judas Iscariotes. O amor ao dinheiro leva o homem à apostasia. Uma pessoa que ama o dinheiro transforma uma bênção num ídolo. Substitui o doador pela dádiva. Adora a criatura em lugar do Criador.

[..] o ambicioso flagela a si mesmo com muitas dores.

— … e a si mesmos se atormentam com muitas dores (6.10c). O ambicioso atormenta a si mesmo. O homem que ama o dinheiro é um masoquista. Torna-se seu próprio algoz. Sua cobiça é um chicote impiedoso que o flagela com rigor desmesurado. Isso inclui preocupação, remorso e angústias de uma consciência culpada.28 Um homem rico disse-me certa feita que os endinheirados têm pelo menos dois problemas: o primeiro é o desejo de ganhar, ganhar, ganhar. O segundo é o medo de perder, perder, perder. O rico passa a vida inteira atormentando-se com esses dois flagelos. Concluo com as palavras de Stott: “Paulo não está a favor da pobreza contra a riqueza, mas a favor do contentamento contra a cobiça”. LOPES. Hernandes Dias. 1 Timóteo. O Pastor, sua vida e sua obra. Editora Hagnos. pag. 145-147.

 

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2. Vivendo sem inquietação. O materialismo afastou o homem de sua quietude, da simplicidade, do contato com a natureza, da qual poderia extrair grandes e preciosas lições para sua vida. Para mostrar que não devemos estar inquietos, Jesus usa como referência as aves: elas não semeiam, não colhem e nem ajuntam em celeiro, mas o Pai celestial as sustenta. Só podemos viver sem inquietação quando tomamos consciência de que somos filhos de Deus e que seu cuidado é especial para conosco. Os que vivem com maus pressentimentos, em aflição, angústia, preocupando-se indevidamente pelo que vai acontecer no dia seguinte, estão ignorando as promessas divinas. Que venham a lançar toda nossa ansiedade sobre Deus, pois Ele é quem cuida de nós (Fp 4.6,7; 1 Pe 5.7).

COMENTÁRIO

É uma pena que, nas igrejas, esta passagem seja frequentemente lida isoladamente, fora do seu contexto. E, assim, o significado do Por isso vos digo introdutório perde-se completamente. Portanto, devemos começar relacionando este “por isso”, com o ensinamento que levou Jesus a esta conclusão. Antes de nos convocar a agir, ele nos convoca a pensar.

Convida-nos a examinar clara e friamente as alternativas que foram expostas, pesando-as cuidadosamente. Queremos acumular tesouros? Então, qual das duas possibilidades é mais durável? Queremos ser livres e objetivos em nossas atividades? Queremos servir ao melhor dos senhores? Então devemos considerar qual é o mais digno da nossa devoção. Apenas depois que tivermos assimilado em nossas mentes a durabilidade comparativa dos dois tesouros (o corruptível e o incorruptível) e o valor comparativo dos dois senhores (Deus e Mamom), estaremos prontos a fazer a escolha.

E só depois que tivermos feito a nossa escolha — o tesouro celeste, a luz, Deus — estaremos preparados para ouvir as palavras que seguem: Por isso vos digo como deveis vos comportar: Não andeis ansiosos pela vossa vida. . . nem pelo vosso corpo. . . buscai, pois, em primeiro lugar o seu reino e a sua justiça (vs. 25, 33). STOTT, John. Contracultura cristã. A mensagem do Sermão do Monte. Editora: ABU, 1981, pag. 74.

A ansiedade é algo muito ruim para todos, inclusive para o cristão. O que é ansiedade Jesus fala sobre cinco evidências da ansiedade. Em primeiro lugar, a ansiedade é destrutiva (6.25). A palavra ansiedade (6.25) significa “rasgar”, enquanto a palavra inquietação (6.31) significa “constante suspense”. Essas duas palavras eram usadas para descrever um navio surrado pelos ventos fortes e pelas ondas encapeladas de um mar tempestuoso. A palavra “ansiedade” vem de um antigo termo anglo-saxônico que significa “estrangular”. Ela puxa em direção oposta. Gera uma esquizofrenia existencial. Warren Wiersbe, citando Corrie ten Boom, diz que a ansiedade não esvazia o amanhã do seu sofrimento; ela esvazia o hoje do seu poder. Ansiedade é ser crucificado entre dois ladrões:

O ladrão do remorso em relação ao passado e o ladrão da preocupação em relação ao futuro.

Em segundo lugar, a ansiedade é enganadora (6.25,26). A ansiedade tem o poder de criar um problema que não existe. Muitas vezes sofremos não por um problema real, mas por um problema fictício, gerado pela nossa própria mente perturbada. Os discípulos olharam para Jesus andando sobre as águas vindo para socorrê-los e, cheios de medo, pensaram que era um fantasma. E sabido que as pessoas se preocupam mais com males imaginários do que com males reais. Estatisticamente falando, 70% dos problemas que nos deixam ansiosos nunca vão acontecer. Sofremos desnecessariamente.

A ansiedade tem o poder de aumentar os problemas e diminuir nossa capacidade de resolvê-los. Uma pessoa ansiosa olha para uma casa de cupim e pensa que está diante de uma montanha intransponível. As pessoas ansiosas são como os espias de Israel, só enxergam gigantes de dificuldades à sua frente e veem a si mesmos como gafanhotos. Davi agiu de forma diferente dos soldados de Saul. Enquanto todos viam a ameaça do gigante Golias, Davi olhou para a vitória sobre o gigante. Geazi olhou os inimigos de Israel e ficou com medo, ao passo que Eliseu olhou com outros olhos e viu os valentes de Deus cercando sua cidade.

A ansiedade tem o poder de desviar os nossos olhos de Deus e fixá-los nas circunstâncias. A ansiedade é um ato de incredulidade, de falta de confiança em Deus. Onde começa a ansiedade, aí termina a fé.

A ansiedade tem o poder de desviar os nossos olhos da eternidade e fixá-los apenas nas coisas temporais. Uma pessoa ansiosa restringe a vida ao corpo e às necessidades físicas.

Jesus disse que aqueles que fazem provisão apenas para o corpo, e não para a alma, são loucos. John Rockefeller disse que o homem mais pobre é aquele que só tem dinheiro.

Em terceiro lugar, a ansiedade é inútil (6.27). Côvado aqui não se refere a estatura (45 centímetros), mas prolongar a vida, dilatar a existência. A preocupação, segundo Jesus, em vez de alongar a vida, pode muito bem encurtá-la. A ansiedade nos mata pouco a pouco. Rouba nossas forças, mata nossos sonhos, mina nossa saúde, enfraquece nossa fé, tira nossa confiança em Deus e nos empurra para uma vida menos do que cristã. Os hospitais estão cheios de pessoas vítimas da ansiedade. A ansiedade mata! Como já afirmamos, o sentido da palavra “ansiedade” é estrangular, é puxar em direções opostas. Quando estamos ansiosos, teimamos em tomar as rédeas da nossa vida e tirá-las das mãos de Deus.

A ansiedade nos leva a perder a alegria do hoje por causa do medo do amanhã. As pessoas se preocupam com exames, emprego, casas, saúde, namoro, empreendimentos, dinheiro, casamento, investimentos. A ansiedade é incompatível com o bom senso. E uma perda de tempo. Precisamos viver um dia de cada vez. Devemos planejar o futuro, mas não viver ansiosos por causa dele.

Preocupar-nos com o amanhã não nos ajuda nem amanhã nem hoje. Se alguma coisa nos rouba as forças hoje, isso significa que vamos estar mais fracos amanhã. Significa que vamos sofrer desnecessariamente se o problema não chegar a acontecer e que vamos sofrer duplamente se ele vier a acontecer.

Em quarto lugar, a ansiedade é cega (6.25b,26). A ansiedade é uma falsa visão da vida, de si mesmo e de Deus.

A ansiedade nos leva a crer que a vida é feita só daquilo que comemos, bebemos e vestimos. Ficamos tão preocupados com os meios que nos esquecemos do fim da vida, que é glorificar a Deus. A ansiedade não nos deixa ver a obra da providência de Deus na criação. Deus alimenta as aves do céu. As aves do céu não semeiam, não colhem, não têm despensa (provisão para uma semana) nem celeiro (provisão para um ano). LOPES. Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pag. 228-232

 

3. Vivendo sossegados em Deus. Não viva inquieto, preocupado, em aflição, gastando suas energias naquilo que pode prejudicar sua saúde. Devemos viver sossegados e quietos confiando no Todo-Poderoso, pois não podemos modificar ou acrescentar nada com as nossas preocupações. Jesus nos ensina que Deus cuida das aves e dos lírios do campo, de modo que nem mesmo o Salomão, com toda a sua riqueza, se vestiu como qualquer um deles.

As lindas flores são transitórias, efêmeras, logo se tornam inexistentes, mas se o cuidado divino está direcionado para essas pequenas coisas, não cuidará Ele dos seus filhos? Para viver a quietude, o crente precisa buscar o Reino de Deus e sua Justiça (Mt 6.33). Neste tempo marcado pelo imediatismo e ansiedade, precisamos valorizar mais a quietude, a calma que vem de Deus. Nele, encontramos descanso!

COMENTÁRIO

O crente deve experimentar o cuidado do SENHOR sempre, sem duvidar. A ansiedade pela vida é sinal de descrença. Se realmente seguíssemos a Palavra de Deus, viveríamos uma vida bem sossegada, porém, para isso acontecer, é preciso ser verdadeiramente espiritual. O apóstolo Paulo fala: “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (1Tm 6.8). No ensino do Senhor Jesus, usando os pássaros como exemplo, ainda que não tenham a capacidade do homem para pensar e criar, precisam de alimento para o sustento diário, mas eles não semeiam, não segam e nem ajuntam em celeiros, mas quem cuida deles é o Pai celestial. A ordem é buscar o governo de Deus, a justiça de Deus, a vontade de Deus e o reinado de Deus em nosso coração em primeiro lugar. Deus, e não nós, deve ocupar o topo da nossa agenda. Os interesses de Deus, e não os nossos, devem ocupar nossa mente e nosso coração. Somos desafiados a buscar o governo e o domínio de Cristo em todas as áreas da nossa vida: casamento, lar, família, vida profissional, lazer. A promessa é que, quando cuidamos das coisas de Deus, ele cuida das nossas necessidades…. todas essas coisas vos serão acrescentadas (6.33).

John Stott argumenta: “A linguagem de Cristo sobre a busca (contrastando os gentios no que os seus discípulos devem buscar em primeiro lugar; vs. 32, 33) introduz-nos à questão da ambição. Jesus considerou que todos os seres humanos “buscam” alguma coisa. Não é natural que as pessoas fiquem à deriva, sem alvo na vida, como um plâncton. Precisamos de alguma coisa pela qual viver, algo que dê significado à nossa existência, alguma coisa para “buscar”, alguma coisa sobre a qual colocar o nosso coração e a nossa mente.

Embora poucos hoje em dia usem a linguagem dos antigos filósofos gregos, o que nós buscamos, de fato, é aquilo que eles chamavam de “o Bem Supremo”, para lhe dedicarmos as nossas vidas. Provavelmente, “ambição” é o termo equivalente moderno. E verdade que, no dicionário, esta palavra significa “um forte desejo de alcançar o sucesso” e, portanto, de um modo geral, a sua imagem é ruim, pois tem um sabor egoísta. É neste sentido que Shakespeare, em sua peça “Henrique VIII”, faz este apelo a Thomas Cromwell: “Cromwell, eu te desafio, põe de lado a ambição. Por causa desse pecado caíram anjos . . .” Mas a “ambição” pode igualmente referir-se a fortes desejos, altruístas em lugar de egoístas, piedosos ao invés de mundanos.

Resumindo, é possível ter “ambições para Deus”. A ambição refere-se aos alvos de nossa vida e ao incentivo que temos de atingi-los. A ambição de uma pessoa é aquilo que a impele: revela a mola principal de suas ações, suas mais secretas motivações. Isto, então, é o que Jesus estava dizendo ao definir, na contracultura cristã, o que devemos buscar “em primeiro lugar”. Novamente, nosso Senhor simplifica o assunto para nós, reduzindo em apenas duas as alternativas possíveis de alvos na vida. Nesta seção, ele as confronta uma com a outra, insistindo com os seus discípulos que não se preocupem com a própria segurança (alimento, bebida e vestimentas), pois essa é a obsessão dos “gentios”, que não o conhecem; mas que se preocupem antes com o reino de Deus e com a justiça divina, bem como com a sua propagação e o seu triunfo no mundo”. STOTT, John. Contracultura cristã. A mensagem do Sermão do Monte. Editora: ABU, 1981, pag. 74.

 

CONCLUSÃO

auxilioebd.blogspot.com - EBD é com a gente!

Os filhos de Deus devem estar conscientes de que “toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai” (Tg 1.17). Somos abençoados pelo Senhor com os nossos bens, mas os nossos corações não estão nas riquezas deste mundo. Não amemos o dinheiro e usem os todos os nossos recursos para a expansão do Reino de Deus.

COMENTÁRIO

Tiago 1.17 “Toda boa dádiva... dom perfeito são lá do alto”, duas palavras diferentes no grego traduzidas por "dádiva" e "dom" enfatizam a perfeição e o caráter inclusivo da bondade de Deus. A primeira indica o ato de dar e a segunda é o objeto dado. Tudo o que está relacionado a algo dado por Deus é adequado, completo e benéfico.

Deus não condena ninguém por ter riquezas. As riquezas vêm para as pessoas de muitas fontes, mas a Bíblia dá graves advertências àqueles que as buscam mais do que a Deus e confiam nelas mais do que nEle. O Seu maior desejo é que firmemos o nosso coração nas coisas do alto e não nas coisas desta terra. Isto pode parecer muito alto e inalcançável, mas Paulo escreveu: "tudo posso naquele que me fortalece" (Fp 4.13). O segredo é conhecer a Cristo como Salvador e permitir que o Espírito Santo conforme as nossas mentes e corações de acordo com os Seus (Rm 12.1-2).

 

 

Espero ter ajudado...

Em Cristo,

Francisco Barbosa

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REVISANDO O CONTEÚDO

1- O que significa a palavra “Mamom?

® Mamom designa dinheiro e cobiça.

2- O que Satanás ofereceu a Jesus quando o tentou?

® Uma das tentações de Satanás, quando o Senhor Jesus passou pelo processo de tentação (Mt 4.1-11), foi o oferecimento dos reinos deste mundo (Mt 4.9).

3- Segundo a lição, o que ocorre se nossos corações não forem purificados pelo sangue de Jesus?

® Nossos corações não podem estar apegados às coisas deste mundo.

4- Como os escribas e fariseus viam as riquezas?

® Eles davam muita ênfase aos bens materiais e viam a s riquezas como uma amostra da aprovação divina.

5- Onde o crente deve ajuntar tesouros?

® Segundo Jesus, o crente deve ajuntar tesouros no céu “onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam e nem roubam” (v. 20).