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6 de junho de 2022

LIÇÃO 11: SENDO CAUTELOSOS NAS OPRESSÕES

 

auxilioebd.blogspot.com - EBD é com a gente!

TEXTO ÁUREO

“Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso (Lc 6.36)

VERDADE PRÁTICA

Quando julgamos as pessoas, nos colocamos em uma posição que não compete a nós, seres imperfeitos e falhos.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 7.1-6

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos que no Sermão do Monte, Jesus ensinou a respeito do julgamento do próximo. O Mestre foi bem enfático ao declarar: “Não julgueis, e não sereis julgados (Lc 6.37).” Somente o Senhor, que é conhecedor de todas as coisas, tem autoridade para julgar suas criaturas. Deus é o justo juiz e toda avaliação pertence somente a Ele (2Tm 4.8). Por isso, o crente cheio do Espírito Santo é misericordioso, não julga os outros precipitadamente e procura viver com o “sal” e “luz” do mundo.

COMENTÁRIO

Jesus introduz um novo tema em seu sermão, tratando agora do complexo tema do julgamento. Ao mesmo tempo que condena o julgamento temerário (7.1-15). A presente lição traz à tona nosso dever de julgar; não o outro, mas a nós mesmos. Não fomos postos em lugar de juízes de nossos irmãos, antes, conforme aconselha Paulo em 1º Coríntios 11, julguemos a nós mesmos para não sermos condenados com o mundo. Jesus de fato traz aos seus ouvintes e a nós, princípios valiosos para se viver como verdadeiro filho do Reino. Caráter, como realmente deve ser a essência do cristão, sal e luz neste mundo, piedade sem hipocrisia, são premissas para o cidadão do Reino, pois Deus vê tudo, e julgará.

Paulo aos coríntios faz uma comparação entre a caminhada cristã e o Triunfo Romano, o grande desfile militar promovido nas ruas de Roma quando o exército imperial voltava vitorioso trazendo os despojos e era recebido pela população com salvas, perfumes, incensos... nossa caminhada é observa como num desfile, primeiramente, por Deus, em segundo lugar, por outras pessoas. No Triunfo Romano o fim do desfile era o encontro com o imperador, na nossa caminhada, o fim é Cristo, desfilamos atentos, por que o o mais importante é quanto ao que Deus pensa de nós, porque dEle virá o perfeito julgamento (1Co 4.4).

Note que Jesus ensina o julgamento daqueles que desprezam a mensagem de Deus e atacam os mensageiros (Mt 7.6). Perceba que a correção feita pelo Mestre se aplica ao hábito de fazer crítica ferina e dura, e não o exercício da faculdade crítica pela qual os homens podem fazer, e se espera que façam, em ocasiões específicas, juízos de valor, escolhendo entre diferentes programas e planos de ação.

Deus é tanto Pai quanto Juiz. Algo terrível para o descrente é que Ele é ambas as autoridades; ao rejeitar o julgamento de Deus em sua vida, o incrédulo também rejeita o privilégio de tê-lo como Pai; ao rejeitar a graça paterna de Deus, ele o encontra como Juiz. Já para o crente, conhecer a Deus enquanto Pai transforma a forma de vê-lo como Juiz, e o conhecimento de Deus como Juiz o enche de admiração por também ser Pai. Conhecer a Deus como Juiz exerce influência santificadora e circunscrita sobre a vida. Em especial, tem o efeito de nos fazer buscar, com mais rigor, a santidade de coração e vida. Deus, na posição de Juiz, nos ensina a ter mais rigor quando se trata de lidar com o nosso pecado, em resolução perseverante a fim de subjugá-lo.

Neste aspecto, e como lição primordial da aula de hoje, sejamos misericordiosos e amáveis para com as pessoas. Pois ao conhecermos nosso próprio coração, aprendemos a ter compaixão pelos outros em suas fraquezas. Amor com os demais, quanto a nós, quebrantamento. O julgamento de Deus deve nos conduzir a pureza e santificação bem como, santas atitudes em relação a nós mesmos e aos outros.

Vamos em frente?

 

I- NÃO DEVEMOS JULGAR O OUTRO

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1. Aprendendo a se relacionar com os outros. A igreja é o corpo de Cristo, formada por Santos, porém humanos, imperfeitos e com dificuldade nos relacionamentos por isso estamos sujeitos a enfrentar contendas e disputas (1Co 1.11-12), nos mostra que Jesus não espera dos crentes perfeição, contudo, Ele exige que os súditos do seu reino sejam éticos e misericordiosos: “Sede, pois misericordiosos como também vosso Pai é misericordioso” (Lc 6.36). O sermão do Monte é o código de ética dos servos de Deus, mostrando como devemos agir ou nos comportar diante de uma ação errada do nosso irmão.

COMENTÁRIO

A união é alicerçada no espiritual; Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! o viver em união constitui uma das mais importantes recomendações da palavra de Deus. O apóstolo Paulo, por exemplo, escreve aos Coríntios e solicita desses irmãos, em nome Jesus, que sejam unidos entre si. Ele diz: ... que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo sentido e em um mesmo parecer (1 Co 1:10). O cristão que ainda não aprendeu a viver em harmonia com seus irmãos de fé, ainda não entendeu a verdadeira essência do evangelho de Cristo.

Precisamos aprender a andar em unidade: Para tornar mais clara a questão da nossa unidade, temos a contribuição dada por Paulo, na comparação que fez entre a igreja e o conjunto de membros que formam o corpo humano. No corpo humano, como sabemos, cada membro tem a sua maneira própria de operar e nenhum pode dispensar a participação dos demais. Sobre isso, o apóstolo diz que, assim como, em um corpo, existem muitos membros e nem todos têm a mesma função, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros (Rm 12:4-5).

 

2. Ninguém deve ser julgado? Será que o crente não pode emitir nenhum tipo de julgamento, parecer ou opinião? Se fosse assim, nosso senhor Contrariar seu próprio ensino presente no texto. Pois nos alertou que devemos atentar para algumas pessoas que procedem como cães e porcos (Mt 7.6), além de Ele mesmo julgar o procedimento hipócrita de escribas e fariseus (Mt 5.20; 6 2.5,16), e Paulo fazer julgamento dos cristãos de Corinto e de outras igrejas (1Co 5.12; 1Ts 2.14-15; 1Jo 4.1). Essas passagens bíblicas mostram que o julgamento envolvendo uma pessoa não pode ser desprezado, porém, é preciso ter em mente não somos Jesus, o qual tinha conhecimento pleno da natureza humana (Jo 2.24-25).

COMENTÁRIO

Há alguma parte das Escrituras tão popular e tão erroneamente citada como as palavras de Mateus 7.1 (“Não julgueis, para que não sejais julgados.”)? Estas palavras têm sido adotadas como um fundamento para uma abordagem permissiva e sem criticismo da vida, de uma mentalidade “tudo é aceitável”, que nunca forma, e muito menos expressa, uma opinião desfavorável das coisas ou das pessoas. Pessoas que nunca têm tempo para Jesus estão prontas a citar estas palavras — a fim de silenciar aqueles que são antiquados demais por usar termos como “pecado” e “erro”. “Não julgueis” é o porrete que ataca os padrões éticos e os transforma em confusão improdutiva. Até os crentes sentem-se freqüentemente intimidados, ao pensar que o Senhor nos está proibindo, com estas palavras, de formular vereditos morais. Durante casos de disciplina na igreja local, há poucas ocasiões em que este versículo não é mencionado, como forma de protesto da parte de uma das ovelhas.

Julgamento — bom ou mau

Um momento de reflexão deve nos mostrar que tal interpretação é absurda. Nesta passagem, o próprio Cristo exige que façamos julgamentos. “Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas… Acautelai-vos dos falsos profetas… Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.6, 15, 16). Ele nos ordena que julguemos “pela reta justiça” (Jo 7.24). E Paulo esperava que os membros da igreja julgassem “os de dentro” (1 Co 5.12). As pessoas hoje estão à deriva, sem bússola, nos mares do “não fazer julgamentos”. Precisamos mais do verdadeiro julgamento nos tribunais, mais de fibra moral nos governos e, acima de tudo, mais discernimento crítico entre o povo de Deus. Nosso Senhor certamente não estava nos exortando à ingenuidade. O que Ele queria dizer? Estava nos advertindo a respeito do julgamento errado — um espírito insensível e condenador que incorre na ira de Deus. É uma tentação particular para aqueles que realmente se preocupam com o certo e o errado, que têm padrões éticos elevados e aceitam com seriedade a chamada à santidade. Ao nosso redor, existem muitas coisas dignas de condenação. Algumas coisas devem ser condenadas, por amor ao nosso próximo e por causa da glória de Deus. Mas temos de acautelar-nos de julgar da maneira que Cristo proíbe.

O Pr Hernandes Dias Lopes escreve: “O texto apresenta-nos algumas verdades solenes, como vemos a seguir.

[..] uma ordem expressa (7.1a). Não julgueis… Não temos conhecimento suficiente para julgar imparcialmente nem temos poder para condenar. Esse julgamento subjetivo, temerário e tendencioso não deve ser praticado pelos súditos do reino. Resta claro que Jesus está se referindo ao hábito de condenar e criticar. Trata-se da crítica tendenciosa e injusta. Fritz Rienecker, nessa mesma linha de pensamento, escreve:

Jesus se refere nesta passagem à atitude condenável de julgar sem amor, a qual ocorre com especial facilidade pelas costas do próximo.

E qual é em geral o motivo do julgamento frio e da condenação pelas costas? E a satisfação malévola secreta com a desgraça do próximo.

O próprio “eu” quer destacar-se com tanto maior brilho diante do fundo escuro da pretensa injustiça do outro. Gostamos de rebaixar o outro para que nós mesmos pareçamos grandes.

[…] uma justificativa clara (7.1b)…. para que não sejais julgados. Quem julga, será julgado. Quem se assenta na cadeira do juiz, assentar-se-á no banco dos réus. A seta que você lança contra o outro volta-se contra você. Robertson acredita que Jesus esteja aqui citando um provérbio semelhante a “quem tem telhado de vidro não joga pedra no telhado dos outros”LOPES. Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pag. 236.

 

3. O julgamento defendido por Jesus. Quando Jesus disse: “não julgueis”, Ele usou o verbo krinô, que no grego significa decidir, escolher, aprovar, estimar e preferir. Ensinar que não podemos julgar alguém tão somente baseado em nossas observações ou pela aparência pessoal. O próprio Senhor Jesus foi julgado pelos escribas e fariseus por comer com pecadores (Lc 5.30). Eles estavam errados porque a missão de Jesus era chamar os pecadores ao arrependimento (Lc 5.32). As Escrituras Sagradas nos ensinam a não julgarmos como também não admitir falso rumor e a testemunhar falsamente contra alguém (Êx 23.1).

COMENTÁRIO

Não julgueis” como revela o contexto, não se trata de urra proibição de todos os julgamentos (v. 16). Existe um tipo de julgamento justo que devemos exercer com cuidadoso discernimento (Jo 7.24). Julgamento hipócrita, de censura, de justiça própria e outros tipos de julgamentos injustos são proibidos; porém, para cumprir os mandamentos que se seguem, é necessário discernir os cães e os porcos (v. 6) dos irmãos (vs. 3-5); Como define bem o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento (CPAD): “Jesus os repreende por avaliarem as coisas tão superficialmente, ou seja, “segundo a aparência”. Em contraste, eles deveriam julgar com justiça. A implicação do verdadeiro discernimento vem de João 3-17ss, levando em conta o significado de “juiz” (krino, em grego) que aparece ali. Quando as pessoas vão para a luz, elas passam do julgamento para a vida e podem “ver” claramente (ou seja, “julga[r] segundo a reta justiça”, Jo 7.24)”. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. 4 Ed 2006. pag. 530.

Ao menos quatro breves princípios afloram, ao tentarmos compreender o que Jesus está — e não está — dizendo aqui.

1. Tome cuidado em usar apenas um versículo da Bíblia para basear seu argumento.

Não conheço ninguém que goste quando suas palavras são distorcidas; por isso, necessitamos nos esforçar para não fazer o mesmo com Jesus ou com as Escrituras.

2. Faça julgamentos com empatia e graça.

Os seguidores de Jesus necessitam fazer julgamentos morais com total ciência de sua própria pecaminosidade (Gl 6.1-2).

3. Jamais julgue com hipocrisia.

Jesus ordena a seus seguidores para que façam julgamentos contra o pecado; entretanto, devemos diligentemente evitar nos considerarmos melhores que os outros que pecam.

4. Não se acovarde quando for necessário fazer um julgamento.

Não devemos usar a advertência de Jesus contra a hipocrisia como uma desculpa para nos absolvermos de declarar verdades impopulares.

No final de contas, Jesus é o advogado do qual necessitamos e pelo qual ansiamos. Ele é justo e o justificador daqueles que nele creem (Ro 3.26). Ele não desvia seus olhos do pecado; ao invés disso, ele o enxerga — e então toma sobre si o julgamento que merecemos, para que possamos permanecer de pé justificados e viver sob suas regras sábias.

Busquemos pois o florescer conjunto no reino de Jesus. Que ele nos capacite a julgar com clareza, humildade, coragem, e com olhos sem traves. (Extraído de: https://coalizaopeloevangelho.org/article/nao-julgueis-nao-e-o-argumento-definitivo/).

 

II- DEVEMOS PRIMEIRAMEN­TE OLHAR PARA NÓS MESMOS

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1. Cuidado com o juízo exagerado sobre os outros. Pessoas que não tem juízo impensadas e infundadas a respeito de outros, podem estar tentando esconder seus próprios erros. Podemos ver que tal fato ocorreu na vida do rei Davi quando cometeu adultério e homicídio. Para mostrar a Davi a suas iniquidades. O Profeta Natã contou a história de um viajante que matou a única ovelha de um homem pobre (2Sm 12.1-7).

Sem analisar Bem a História e estando com a sua consciência cauterizada pelo pecado, Davi prontamente declarou a sua sentença: “[…] Digno de morte é o homem que fez isso” (2Sm 12.5). Foi fácil para Davi enxergar o pecado do outro e considerado horrível, mas ele não pensou no seu, ou seja, não reparou a trave que estava nos seus olhos (Mt 7.3). Muitas vezes, de modo errôneo, procuramos falhas nos outros e os sentenciamos, mas ignoramos ou fazemos vista grossa em relação às nossas próprias falhas, que, por vezes, são mais graves do que as que outra pessoa está cometendo.

COMENTÁRIO

Quando Davi adulterou com Bate-seba (II Samuel 11.1-27), tentou concertar seu erro com outros erros, tirou Urias de seu posto de trabalho como soldado na guerra (v.6), tentou o ludibriar com conversas (v.7), mandou Urias para casa e lhe deu um presente (v.8), o embebedou (v.13), usou o próprio homem como portador de uma carta que seria usada para tirar sua vida (v.14), colocou Urias num lugar perigoso e mandou que deixassem morrer (v.15), então quis corrigir seu erro se casando com a mulher dele (v.27). Davi foi repreendido pelo profeta Natã (I Samuel 12.1-12) e Bate-seba perdeu o bebê que esperava (v.15).

Quando erramos devemos apenas reconhecer que estamos errados e não tentar corrigir com outro erro maior ainda. Seria como cavar um buraco no chão para tirar terra para tapar outro buraco ao lado e deixar um buraco do mesmo jeito. Não confessar os pecados e dizer que não erra é pecado (I João 1.7-9). Então o furor de Davi se acendeu. Isso aconteceu quando ele ouviu a parábola contada por Natã. Até aquele momento, a mente de Davi estava por demais embotada para compreender que Natã falava sobre o próprio Davi, o tempo todo. Assim, com grande indignação, o rei pronunciou a execução do rico. Ele merecia a morte e deveria morrer! Talvez Davi passasse a sentença sobre o homem em uma corte de justiça (I Sam. 26.16). O mais provável, ainda, é que saísse atrás do homem pessoalmente, ou enviasse seus melhores soldados para despedaçá-lo. De acordo com a lei, uma ovelha furtada ou morta tinha de ser substituída por sete vezes (conforme determina a Septuaginta), ou por quatro vezes (conforme determina o Antigo Testamento no original hebraico, em Êxo. 22.1). Mas Davi, como rei, poderia decretar qualquer punição que achasse justa. Ele não estava atrás de restauração. Ele queria o homem morto.

CHAMPLIN escreve: “"Quão facilmente nosso ressentimento acendeu-se em casos de injustiça óbvia… que não dizem respeito, diretamente, à nossa própria segurança, orgulho ou posição, ou nossos próprios desejos egoístas? Quão facilmente, todo o tempo, praticamos nossas próprias formas de injustiça!’ (Ganse Little, in loc.). O temperamento fogoso de Davi imediatamente fez acender sua ira, conforme por muitas vezes aconteceu com ele (ver I Sam. 25.13,22,33); e, no entanto, ele não estava irado consigo mesmo, o ofensor da parábola. Ele estava ansioso para dirigir seu desprazer contra outra pessoa. Assim, externamente, desculpamos em nós mesmos o que condenamos, com veemência, em outras pessoasCHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1276.

 

2. A inconsistência dos que possuem espírito de crítica. Aqueles que possuem o espírito mórbido da crítica irão incorrer em graves consequências é o que Jesus ensina em Mateus 7.2. Para os críticos que não conseguem ver as manchas corrosivas em suas vidas, Jesus disse: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela” (Jo 8.7). Os Escribas e fariseus eram peritos em julgar os outros, eram autoconfiantes e justos aos seus próprios olhos (Lc 18.9). Por isso, foram duramente repreendidos pelo Senhor Jesus. Somente o Espírito Santo pode transformar o nosso homem interior, afastando de nós todo desejo de julgamento ou crítica, precisamos seguir a recomendação de Paulo: “Examine-se pois o homem a si mesmo [ …]” (1Co 11.28).

COMENTÁRIO

Quando o homem exerce o juízo temerário, está não apenas usurpando um julgamento que só pertence a Deus, mas também estabelecendo o critério para seu próprio julgamento. A mesma régua que a pessoa usa para medir o outro, a fim de julgá-lo, será usada para seu próprio julgamento.

STOTT diz “Se, então, Jesus não estava abolindo os tribunais legais, nem proibindo a crítica, o que quis dizer com não julgueis? Com outras palavras: “não censurar”. O discípulo de Jesus é um “crítico” no sentido de usar o seu poder de discernimento, mas não um “juiz” no sentido de censurar. A censura é um pecado composto, que consiste de diversos ingredientes desagradáveis. Não significa avaliar as pessoas com discernimento, mas condená-las severamente. O crítico que julga os outros é um descobridor de erros, num processo negativo e destrutivo para com as outras pessoas, e adora viver à procura de falhas nos outros. Imagina as piores intenções nas pessoas, joga água fria nos seus planos e é inexorável quanto aos erros delas. Pior do que isso, censurar é assumir o papel de juiz, reivindicando assim a competência e a autoridade de fazer um julgamento de seu próximo.

Mas, se eu o fizer, estarei colocando a mim e aos meus companheiros numa posição errada. Pois desde quando são eles meus servos, subordinados a mim? E desde quando sou eu seu senhor e juiz? Como Paulo escreveu aos Romanos, aplicando a verdade de Mateus 7:1 à sua situação: “Quem és tu que julgas o servo alheio? para o seu próprio senhor está de pé ou cai” (14:4). Paulo também aplicou a mesma verdade a si mesmo quando se encontrou rodeado de difamadores hostis: “Pois quem me julga é o Senhor. Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as cousas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações.” O ponto simples mas vital que Paulo está apresentando nestes versículos é que o homem não é Deus. Nenhum ser humano está qualificado a ser o juiz de outros seres humanos, pois não podemos ler os corações dos outros nem avaliar os seus motivos.

Condenar é atrever-se a agir como se fosse o dia do juízo, usurpando a prerrogativa do divino Juiz; na verdade, é “brincar de Deus”. Não só não devemos julgar, como nos encontramos entre os julgados, e seremos julgados com muito maior severidade se nos atrevermos a julgar os outros. Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois com o critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido vos medirão também. A exposição dos princípios está clara. Se assumimos a posição de juízes, não podemos invocar a ignorância da lei que estamos reivindicando ser capazes de administrar aos outros. Se gostamos de ocupar a cátedra, não devemos ficar surpresos ao nos encontrarmos no banco dos réus.

Como Paulo explicou: “Portanto, és indesculpável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas; porque no julgar a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias cousas que condenas.” Resumindo, a ordem de não julgar não é uma exigência para que sejamos cegos, mas antes uma exortação a sermos generosos. Jesus não nos diz que deixemos de ser homens (deixando de lado o poder crítico que nos distingue dos animais), mas que renunciemos à ambição presunçosa de sermos Deus, colocando-nos na posição de juízes”. STOTT, John. Contracultura cristã. A mensagem do Sermão do Monte. Editora: ABU, 1981, pag. 82.

 

3. O que fazer para não julgarmos precipitadamente os outros? Primeiro é preciso ter consciência de que temos falhas e imperfeições embora não tenhamos mais prazer no erro. Em segundo lugar, precisamos nos relacionar com as pessoas com o mesmo amor que um dia Jesus Cristo teve para conosco (Jo 3.16), pois “o amor não faz mal ao próximo” (Rm 13.10). Terceiro, não podemos nos esquecer de que fomos alcançados pela graça e precisamos tratar a todos com o mesmo favor e merecido que recebemos (Ef 2.8-9). Então, ao invés de julgar, que venhamos orar por aqueles que pecaram, pedindo ao Senhor que lhes conceda um novo recomeço, pois temos um Deus que é bom e misericordioso.

COMENTÁRIO

E mais fácil enxergar um cisco no olho do irmão do que uma tábua em nossos próprios olhos. Somos complacentes com nós mesmos e implacáveis com os outros. Somos rasos demais para ver nossos erros e profundos demais para examinar os erros dos outros. Devemos ter discernimento não para ver com lentes de aumento os pecados dos outros, mas devemos ter clara visão para socorrermos o nosso irmão em seu desconforto.

STOTT outra vez diz: “O cristão não deve ser hipócrita (vs. 3, 4). Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? 4Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Agora Jesus conta a sua pequena e famosa parábola sobre o “corpo estranho” nos olhos das pessoas, partículas de pó de um lado e traves ou toras de outro. James Moffatt chamou-os de “lasca” e “tábua”. Primeiro, Jesus denunciou nossa hipocrisia para com Deus, isto é, a nossa prática de piedade diante dos homens para sermos vistos por eles. Agora, ele denuncia a nossa hipocrisia em relação aos outros, isto é, interferindo em seus pecadilhos, enquanto deixamos de resolver as nossas próprias faltas mais sérias. Eis aqui um outro motivo por que não temos capacidade para ser juízes: não apenas somos seres humanos falíveis (o que não ocorre com Deus) mas também somos seres humanos decaídos. Todos nós nos tornamos pecadores com a Queda. Portanto não estamos em posição de julgar outros pecadores iguais a nós; estamos desqualificados para a cátedra de juiz.

A figura de uma pessoa lutando na delicada operação de remover um cisco do olho de um amigo, enquanto uma imensa tábua em seu próprio olho impede totalmente a sua visão, é ridícula ao extremo. Mas, quando a caricatura ê transferida para nós mesmos e para a nossa atitude ridícula de ficar procurando os erros dos outros, nem sempre apreciamos a brincadeira. Temos uma tendência fatal de exagerar as faltas dos outros e diminuir a gravidade das nossas. Achamos impossível, quando nos comparamos com os outros, permanecer estritamente objetivos e imparciais. Pelo contrário, temos uma visão rósea de nós mesmos e uma deformada dos outros. Na verdade, o que geralmente acontece é que vemos nossas faltas nos outros e os julgamos vicariamente. Desse modo, experimentamos o prazer da justiça própria sem a dor do arrependimento. Portanto, hipócrita (v. 5) aqui é uma expressão chave. Pior ainda, esta espécie de hipocrisia é a mais desagradável porque, tendo até aparência de bondade (tirar um cisco do olho de alguém), transforma-se em um meio de inflar o nosso próprio ego. A condenação, escreve A. B. Bruce, é o “vício farisaico de exaltarmo-nos amesquinhando os outros, um modo muito baixo de obter superioridade moral”.

 A parábola do fariseu e do publicano foi o comentário de nosso Senhor sobre esta perversidade. Ele a contou “a alguns que confiavam em si mesmos por se considerarem justos, e desprezavam os outros”. O fariseu fez uma comparação odiosa e incorreta, engrandecendo sua própria virtude e os erros do publicano. O que nós deveríamos fazer é aplicar a nós mesmos um padrão pelo menos tão estrito e crítico como aquele que aplicamos aos outros. “Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados”, escreveu Paulo. Não só escaparíamos do julgamento divino, mas também estaríamos em condição de ajudar com humildade e amabilidade ao irmão que está em erro. Tendo removido antes a trave de nosso próprio olho, veríamos claramente como remover o cisco do olho dele. c. O cristão deve antes ser um irmão (v. 5) Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e então verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão. Algumas pessoas supõem que, na parábola dos corpos estranhos, Jesus estivesse proibindo-nos de agir como oculistas morais e espirituais que interferem nos olhos dos outros, e dizendo-nos que tratássemos de nossa própria vida. Mas não é assim. O fato da condenação e da hipocrisia serem proibidas não nos isenta da responsabilidade de irmãos, uns para com os outros.

Pelo contrário, Jesus mais tarde ensinaria que, se nosso irmão pecar contra nós, a nossa primeira obrigação (embora geralmente negligenciada) é de “argui-lo entre ti e ele só”. A mesma obrigação é colocada sobre nós aqui. Na verdade, em determinadas circunstâncias, somos proibidos de interferir, isto é, quando há um corpo estranho muito maior em nosso próprio olho e não o tenhamos removido. Mas, em outras circunstâncias, Jesus realmente nos ordena que reprovemos e corrijamos nosso irmão. Depois de resolver o problema com o nosso próprio olho, podemos ver claramente e mexer no olho do outro. Uma sujeirinha no olho dele é chamada, afinal de contas e muito corretamente, de corpo “estranho”.

Não pertence ao olho. Sempre será estranho, geralmente doloroso e, às vezes, perigoso. Deixá-lo ali, sem nenhuma tentativa de remoção, dificilmente seria coerente com o nosso amor fraternal. Nosso dever cristão, então, não é ver o argueiro no olho do nosso irmão, enquanto, ao mesmo tempo, não reparamos na trave (v. 3) no nosso próprio olho; e, muito menos, dizer ao nosso irmão: “Deixa-me tirar o argueiro do teu olho”, enquanto ainda não retiramos a trave de nosso próprio olho (v. 4); mas, antes, tirar primeiro a trave de nosso próprio olho, para que com a claridade de visão resultante possamos tirar o argueiro do olho de nosso irmão (v. 5). Novamente se evidencia que Jesus não está condenando a crítica propriamente dita mas, antes, a crítica desvinculada de uma concomitante autocrítica; não a correção propriamente dita mas, antes, corrigir os outros quando nós mesmos ainda não nos corrigimos.

O padrão de Jesus para os relacionamentos na contracultura cristã é alto e sadio. Em todas as nossas atitudes e no comportamento relativo a outras pessoas, nem devemos representar o juiz (severo, censurador e condenador), nem o hipócrita (que acusa os outros enquanto se justifica), mas o irmão, cuidando dos outros a ponto de primeiro acusar-nos e corrigir-nos para depois procurarmos ser construtivos na ajuda que lhes vamos dar. “Corrija-o”, disse Crisóstomo, referindo-se a alguém que tinha pecado, “mas não como um inimigo, nem como um adversário que exige o cumprimento da pena, mas como um médico que fornece o remédio”, e, ainda mais, como um irmão amoroso e ansioso em salvar e restaurar. Precisamos ser tão críticos conosco como somos geralmente com os outros, e tão generosos com os outros como sempre somos conosco. Assim cumpriremos a Regra Áurea que Jesus nos dá no versículo 12 e agiremos em relação aos outros como gostaríamos que eles fizessem conosco”. STOTT, John. Contracultura cristã. A mensagem do Sermão do Monte. Editora: ABU, 1981, pag. 82-83.

 

III- E SE FÔSSEMOS JULGADOS PELA SEVERIDADE DE DEUS

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1. Deus é severo? O apóstolo Paulo diz que devemos considerar a bondade e a severidade do Senhor (Rm 11.22). A bondade de Deus é revelada por intermédio da salvação em Jesus Cristo. No que tange à sua severidade, ela é empregada para com aqueles que pecam deliberadamente e não se arrependem dos seus pecados (Rm 3.23).

COMENTÁRIO

Todos os atributos de Deus trabalham em harmonia; não há conflito entre a sua bondade e o seu amor, e sua justiça e a sua ira. Aqueles que aceitam a sua graciosa oferta da salvação experimentam de sua bondade (Rm 2.4); porém, aqueles que a rejeitam experimentam a sua severidade (2.5).

CHAMPLIN esclarece: “Paulo emprega aqui a palavra «…bondade…» porque tal ideia está vinculada «às riquezas de Cristo», sobre as quais lemos nos versículos doze e quinze deste capítulo, isto é, a «vida dentre os mortos», aquela vida espiritual que garante uma mais completa fruição da mesma na eternidade.

«…severidade…» porque pode haver a perda dessas bênçãos, bem como pode haver um julgamento, parcialmente evidenciado agora no endurecimento judicial imposto por Deus (ver os versículos sétimo a décimo deste mesmo capítulo), mas o qual julgamento se concretizará plenamente quando do juízo eterno, com a perda da vida eterna. Ora, tais coisas só podem ser aplicadas verdadeiramente a «indivíduos», e não a grupos, comunidades e nações, porquanto tais advertências se dirigem especificamente a indivíduos. Qual é a verdade mais insistentemente pregada nas igrejas atuais do que aquela que afirma que a salvação e a fé são questões eminentemente pessoais? Como, pois, poderíamos interpretar desonestamente estes versículos, aplicando-os somente como características de nações e povos, mas não de indivíduos? Falar de «bondade» aqui, sem a ideia da bondade de Deus, que proporciona a salvação por meio de Cristo, é negar o conteúdo inteiro desta secção. Por igual modo, falar da «severidade» de Deus, sem incluir a cegueira judicial e os seus resultados naturais, no juízo vindouro, é distorcer a mensagem de todo o contexto, e, de fato, a mensagem da secção inteira dos capítulos nono a décimo primeiro dessa epístola aos Romanos”. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. pag. 797.

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2. Como Deus nos julga? O Todo-Poderoso não é um ser que está lá no céu desejando agir brutalmente, que descarrega sua ira aleatoriamente. É preciso compreender que no relacionamento com as suas criaturas, Ele age com retidão e justiça (Is 4 5-21; 2Tm 4.8). O crente deve ser consciente de que Deus é justo, estabeleceu um governo moral no mundo e disponibilizou suas leis para serem praticados. Quando as leis divinas são observadas pelos seus filhos, Deus os recompensa, mas quando elas são quebradas, há consequências e sanções (Dt 7.9,12). O julgamento do Senhor não é feito pela aparência dos fatos, pois Ele conhece o mais profundo do nosso coração e intenções.

COMENTÁRIO

CHAMPLIN escreve: “Deus… que guarda a aliança e a misericórdia. Deus havia jurado fidelidade ao Pacto que firmara com Abraão e com todos os pais da nação de Israel. Agora esse amor era protestado a Moisés e a Josué. Todavia, o pacto estava condicionado à obediência e ao amor de Israel a Yahweh (6.5). Essas condições, contudo, tiveram cumprimento porque o próprio Yahweh havia arranjado as circunstâncias e os poderes que permitiram o cumprimento delas. O próprio dom trazia embutido em si os meios que levariam a seu cumprimento. Haveria disciplina e espiritualidade suficientes para que todas as condições fossem satisfeitas. Diz um antigo hino: “Ele me guiou e me seguiu”. É o que também sucede ao crente do Novo Testamento, conforme Pedro esclarece em II Ped. 1.3: “… pelo seu divino poder nos têm sido doadas todas as cousas que conduzem à vida e à piedade…”. Desse modo, a vontade divina e a vontade humana cooperam uma com a outra,

Guarda. No hebraico temos a palavra hesedh, um termo que aponta para as obrigações que fazem parte do pacto. Israel quebrou a lei; eles anularam o pacto em várias oportunidades; mas o propósito divino ficou de pé, e, finalmente, o Messias coroou o Pacto com a graça, o poder e a universalidade.

A obediência está condicionada pelo amor. Quem ama, obedece verdadeira e continuamente. O senso de dever nunca é suficiente para tanto. Deve haver aquela motivação interior criada pelo amor, se o senso de dever tiver de mostrar- se eficaz. O amor é uma qualidade espiritual, cultivada pelo Espírito Santo (Gál. 5.22). O amor sempre encabeça as listas de virtudes espirituais do apóstolo Paulo. O amor resulta em crescimento espiritual, havendo meios que encorajam e coroam nesse crescimento.

Aquele que não cultiva o amor continua preso aos seus ódios caprichosos. O ódio, mesmo que seja tolo e caprichoso, pode ser causa de muita confusão e destruição. Mas o amor edifica.

Até mil gerações. Em outras palavras, “para sempre”. Ver Êxo. 29.42 e 31.16, quanto à expressão ‘por vossas gerações”. Ver acerca dos estatutos per- pétuos nas notas sobre Êxo. 20.6; 29.42; 31.16; Lev. 3.17 e 17.29.

Neste versículo são repetidas as condições do pacto. Israel precisava corresponder ao amor de Yahweh, com amor (ver Deu. 6.5). Diante do precioso dom da lei, Israel deveria reagir favoravelmente com sua obediência. Israel precisava reagir conforme Abraão tinha feito, se quisesse beneficiar-se das promessas de Deus. Não bastava que alguém fosse descendente físico de Abraão. Era mister que esse alguém também fosse um descendente espiritual de Abraão. João Batista frisou esse fato em Lucas 3.8. Paulo reitera a questão em Romanos, nos seus capítulos 2 e 11. Até uma pedra podia ser transformada em um filho físico de Abraão. Mas uma obra fiel é obra eterna do Espírito Santo.

Este versículo sumaria a essência dos versículos 12 a 16. A obediência exibe o amor relativo ao pacto, tornando esse pacto uma realidade. Deus não podia abandonar o Seu pacto, firmado com os pais (vss. 8 e 13 deste capítulo), mas os participantes do pacto deveriam cultivar o seu relacionamento com Deus mediante o poder divino”. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 791.

 

3. O exemplo da justiça de Deus na vida de Davi. Davi era um homem segundo o coração de Deus (At 13.22), porém, ao pecar contra o Senhor e o próximo, ele experimentou a justiça divina. Embora amasse seu servo, o Todo-Poderoso não o isentou da punição. Deus é um Pai amoroso, mas também é justo e não tem por inocente o pecador: “Que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão, e o pecado; que ao culpado não tem por inocente […]” (Êx 34.7). A severidade divina é para aqueles que não vivem segundo a sua Palavra, que escondem os seus pecados, mas a sua bondade e cuidado alcançam àqueles que confessam e deixam seus pecados, procurando expressar a verdadeira justiça de Cristo. Portanto, “considera, pois, a bondade e a severidade de Deus” (Rm 11.22).

COMENTÁRIO

O trágico castigo de Davi seria prolongado. Como Urias fora morto violentamente, a casa de Davi seria afligida continuamente pela violência. Essas palavras prenunciaram as mortes violentas de Amnom (13.28-29), Absalão (18.14-1,5) e Adonias (1Rs 2.24-25). Matthew Henry escreve: “Natã apresenta um vínculo de juízos sobre a sua família por causa desse pecado (v. 10): “não se apartará a. espada jamais da- tua casa, nem durante a tua vida nem depois, mas, na maior parte do tempo, tu e tua posteridade estareis engajados em guerra”. Ou essa palavra aponta para a matança que ocorrerá entre os seus filhos, Amnom, Absalão e Adonias, todos caindo pela espada. Deus tinha prometido que sua benignidade não se apartaria dele e de sua casa (cap. 7.15); no entanto, aqui, Ele ameaça que a espada não se apartaria dele. Podem a benignidade e a espada concordar uma com a outra? Sim, elas podem estar debaixo de grandes e prolongadas aflições, sem serem excluídas da graça e da aliança. O motivo apresentado é: porquanto me desprezaste. Observe: Esses que desprezam a palavra e a lei de Deus desprezam o próprio Deus e serão levados em pouca estima. E particularmente intimidador:

[1] Que seus filhos serão a sua tristeza: Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti. O pecado traz dificuldade para a família, e um pecado se torna, com freqüência, o castigo de outro. [2] Que suas mulheres seriam sua vergonha, que por meio de ações perversas sem paralelos elas seriam publicamente profanadas diante de todo Israel (w. 11,12). Não lemos se isso seria feito pelo seu próprio filho, com receio de que o cumprimento fosse impedido pelo fato de a predição ser tão clara; mas foi feito por Absalão, de acordo com o conselho de Aitofel (cap. 16.21,22). Aquele que profanar a esposa do próximo, terá sua própria profanada, porque essa era a forma de o pecado ser castigado, como aparece na imprecação de Jó: então, moa minha mulher para outro (Jó 31.10), bem como a ameaça (Os

4.14). O pecado foi secreto, e diligentemente ocultado, mas o castigo seria aberto, e diligentemente proclamado, para a vergonha de Davi, cujo pecado em relação a Urias, embora cometido muitos anos antes, seria então lembrado e comentado naquela ocasião. Como um rosto é refletido em um espelho, assim o castigo, com freqüência, se reflete no pecado; aqui é sangue por sangue e imundícia, por imundícia. E, assim, Deus mostraria o quanto odeia o pecado, mesmo que ele ocorra em seu próprio povo, e que, sempre que o encontrar, não o deixará impune”. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pag. 390.

 

CONCLUSÃO

auxilioebd.blogspot.com - EBD é com a gente!

 

Devemos seguir a recomendação do Mestre para não julgar precipitadamente o próximo. Não devemos tomar a posição de juiz contra ninguém e muito menos julgar uma pessoa apenas por sua aparência exterior. Quando formos fazer alguma avaliação a respeito das atitudes de alguém, devemos fazê-lo de modo criterioso, sensato e lúcido, evitando toda forma de precipitação.

COMENTÁRIO

Concluo com parte do artigo “Não julgueis! É isso mesmo?”, de autoria de Lucas Freitas: “Muitos pregam o maravilhoso evangelho do “eu também não a condeno” de João 8.11, mas, se esquecem de pregar o não menos maravilhoso evangelho do “agora vá e abandone sua vida de pecado” do mesmo João 8.11. É preciso entender que esta segunda afirmação também é carregada de amor, bondade e cuidado de Deus. Cristo só pôde dizer àquela mulher “eu também não a condeno” porque sabia que muito em breve ele padeceria horrores numa cruz em pagamento dos pecados dela, alguém teria de pagar aquela conta.

O Filho de Deus ofereceu sacrifício alto demais para que vivamos conformados à lama do pecado. É importante refletir que na grande maioria das vezes crescemos e aprendemos muito mais com as dificuldades e tempestades da vida do que com os momentos de bonança. Correção é dádiva! Seguir a Cristo implica em constante luta contra nossa natureza pecaminosa. Foi sempre assim, o apóstolo Paulo já dizia aos coríntios: “esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado”. Vejo muita gente falando por aí que Deus é amor, mas quase ninguém dizendo com a mesma ênfase que Ele também é santo, do mesmo jeito e na mesma essência. Permitam-me uma ousadia teológica, se fôssemos examinar ao longo de toda Escritura, o único atributo de Deus que é repetido três vezes é o atributo de sua santidade. Em nenhum lugar vemos Deus sendo chamado de justo, justo, justo, ou, amor, amor, amor.

Servimos a um Deus que é Santo, Santo, Santo e seu amor não existe e nunca existiu em detrimento de sua santidade. Portanto, por mais dolorido que seja, que nos alegremos nos momentos em que formos julgados “segundo a reta justiça”, este será sempre um grande sinal de que Deus nos ama e quer o melhor para nós.

Que combatamos sim, em nosso meio, a prática leviana do julgamento hipócrita, desprovido de amor que não aponta para glória de Deus e para recuperação do próximo, tal comportamento deve ser banido do nosso coração e da nossa prática. Mas, que também nos posicionemos de modo a trazer maior lucidez e coragem para este tema que tem sido grosseiramente manipulado em detrimento de interesses que não atendem em absoluto a agenda do Reino de Deus.

Que não transformemos o evangelho do Cristo Bendito em uma ideologia barata, ou numa espiritualidade a la carte onde cada um se serve daquilo que bem entende e julga ser correto e mais confortável para si.

Aliás, já perceberam que todos nós julgamos todo mundo e todas as coisas o tempo todo, e exigir que alguém pare de julgar é uma contradição lógica e ao mesmo tempo uma hipocrisia? Que tenhamos maior profundidade, coragem e maturidade em encarar as questões sérias que compõem a nossa realidade, sempre em amor, para glória de Deus e zelosos pelo próximo. As vezes é bem difícil, mas nunca foi tão necessário”. (Disponível em: https://doisdedosdeteologia.com/nao-julgueis-e-isso-mesmo/)

 

Espero ter ajudado...

Em Cristo,

Francisco Barbosa

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REVISANDO O CONTEÚDO

1- De acordo com a lição, o que Jesus exige de seus súditos?

® Jesus exige que os súditos do seu Reino sejam éticos e misericordiosos (Lc 6.36).

2- Qual o significado do verbo krinô?

® Significa decidir, escolher, aprovar, estimar e preferir.

3- Quem julgou ao Senhor Jesus por comer com pecadores?

® Os escribas e os fariseus.

4- A quem a severidade de Deus é empregada?

® Ela é empregada para com aqueles que pecam deliberadamente e não se arrependem dos seus pecados.

5- Segundo a lição, a respeito de quê o crente deve ser consciente?

® O crente deve ser consciente de que Deus é justo, estabeleceu um governo moral no mundo e disponibilizou suas leis para serem praticadas.