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17 de maio de 2022

LIÇÃO 8: SENDO VERDADEIROS

 

auxilioebd.blogspot.com - EBD é com a gente!

TEXTO ÁUREO

“Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano” (SI 32.2)

VERDADE PRÁTICA

Jesus chamou de hipócritas as pessoas que praticam boas ações, não por compaixão ou outros bons motivos, mas para obter glória diante dos homens.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 6.1-4

INTRODUÇÃO

O ensinamento de Jesus no Sermão do Monte tem o objetivo de fazer com que sejam os seguidores de Cristo comprometidos com os valores do Reino de Deus. Uma consequência de quem vive esses valores é buscar ser aprovado por Deus, e não aplaudido pelos homens, além de vigiar contra a hipocrisia (Lc 12.1). Nesta lição, veremos que Deus condena a hipocrisia de pessoas que praticam boas ações, não por compaixão ou outros bons motivos, mas para obter glória diante dos homens.

COMENTÁRIO

Esta nova seção que se inicia com o capítulo 6, apresenta a piedade de uma vida verdadeiramente regenerada, que não deve ser confundida com religiosidade. Como destaca o Pastor Osiel Gomes, em seu livro de apoio, “nas ilustrações que foram feitas por Cristo, como a primeira seção de Mateus 5.3-12, Ele falou de como o cristão em essência deveria ser. Logo em seguida, na segunda seção, é dito do seu papel e caráter perante o mundo (Mt 5.13-16). Na terceira ilustração feita pelo divino Mestre, é dito como os seus discípulos devem se relacionar com a Lei, sem qualquer pretensão legalista como faziam os escribas e os fariseus, mas tendo uma justiça superior”. Gomes. Osiel,. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pag. 142.

Aqui no capítulo 6, Cristo expande o pensamento de 5.20, mostrando como a justiça dos fariseus era deficiente ao expor a hipocrisia deles nas questões de atos de caridade (vs. 1-4), oração (vs. 5-15) e jejum (vs. 16-18). Todos esses atos deveriam ser de adoração a Deus, e nunca demonstrações hipócritas para obter a admiração de outros.

Como escreve CHAMPLIN: “A nova lei, dada por Cristo, que é o novo Legislador·, naturalmente inclui interpretações diferentes das dos rabinos, que escreveram e comentaram sobre a antiga lei.

Porém, há também genuínos novos discernimentos quanto à «conduta ideal», com base em novas e diferentes crenças. Não podemos reduzir Jesus a mero reformador do judaísmo. Nem podemos fazer o evangelho de Mateus ser aviltado à posição de «documento judaico». Pois foi escrito quando o cristianismo já tinha cinquenta anos, e visava a ser um manual de instrução cristã, para enfrentar às necessidades diárias e estabelecer um novo jogo de padrões de conduta, mais elevados. Portanto, na secção que temos à frente, Jesus aborda a questão—da conduta—e eleva o cristianismo acima da prática dos líderes religiosos de seus dias. Apesar de haver pouco na secção diante de nós que seja realmente estranho ao que havia de melhor no judaísmo, o gênio de Jesus consistiu em penetrar no coração da espiritualidade, deixando de lado a massa de dogmas que os rabinos haviam acumulado por cima dos ensinamentos espirituais. Cristo queria que os homens compartilhassem de sua preocupação pela consciência de um Deus vivo que operava neles. Talvez ele quisesse reformar as instituições judaicas e salvá-los das ostentações farisaicas. Seja como for, sua igreja deveria ser livrada dessas coisas, ao aceitar a sua nova lei.

Contra a ostentação (6:1). Os que creem em Cristo devem evitar a conduta tola do farisaísmo, que se interessava na autoglorificação, e não na espiritualidade genuína”. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 1. pag. 318.

 

Vamos em frente?

 

I- O ATO DE DAR ESMOLAS E A HIPOCRISIA

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1. Definição de hipócrita. No grego, a palavra para “hipócrita” significa “alguém que interpreta um papel”, um personagem em uma obra teatral. O uso desta palavra no Evangelho de Mateus caracteriza o hipócrita como uma pessoa cujos atos pretendem impressionar os observadores (6.1-3,16-18); cujo foco está nos enfeites, e não nas questões centrais da fé; e cuja conversa espiritual esconde motivos corruptos. Em Mateus 6, o hipócrita está em contraste com a pessoa de fé, cujo relacionamento com Deus é “secreto”. O grande desejo do hipócrita é sempre o de aparecer exteriormente, mas o problema é que o lado interno, sua verdadeira natureza, não é revelado. Ninguém sabe o que há no íntimo do ser humano; somente Cristo, que conhece a natureza humana (Jo 2.25). O cristão que deseja vencer a hipocrisia tem de ter seu coração preenchido pelo amor de Cristo. Com esse amor real no coração, não há como o cristão praticar uma coisa é interiormente ser de outra forma (Mt 5.48).

COMENTÁRIO

Segundo o Dicionário Online Priberam da Língua Portuguesa, hi·pó·cri·ta (grego hipokrités, -oú, aquele que responde, ator); adjetivo de dois gêneros e substantivo de dois gêneros; Que ou quem mostra algo que não corresponde àquilo que pensa ou sente; que ou quem revela hipocrisia. = DISSIMULADO, FALSO, FINGIDO, IMPOSTOR, TARTUFO "hipócrita", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/hip%C3%B3crita [consultado em 17-05-2022].

Essa palavra tinha a sua origem no teatro grego, descrevendo um personagem que usava uma máscara. O termo, conforme usado no Novo Testamento, normalmente descrevia uma pessoa não regenerada que enganava a si mesma, eles já receberam a recompensa. Sua recompensa é que eles eram vistos pelos homens, e nada mais. Deus não recompensa a hipocrisia, mas a pune (Mt 23.13-23).

O Pastor Presbiteriano Hernandes Dias Lopes nos dá também sua definição: “A palavra “hipocrisia” origina-se do antigo teatro. O hipócrita era um ator. Quando os atores desempenham um papel, fingem ser alguém que não são. Warren Wiersbe corrobora essa ideia, ressaltando que hipócrita é um ator que usa máscara, alguém que usa a religião deliberadamente para esconder seus pecados e promover o benefício próprio. C. Sproul assegura que o cristão só é hipócrita se disser que não peca. Hipocrisia é quando fingimos ser algo que não somos, ou quando tentamos fazer os outros acreditarem que não praticamos algo que, na verdade, praticamos. Tasker, citando as palavras de Levertoff, registra: “Embora os discípulos devam ser vistos praticando boas obras, eles não devem fazer boas obras com o objetivo de serem vistos””. LOPES. Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pag. 212.

 

2. A justiça pessoal. Por intermédio da “justiça pessoal”, os discípulos de Jesus deveriam viver diferentemente dos fariseus, os quais projetavam, em suas práticas religiosas, mostrar ao público sua “grande” espiritualidade. Foi nesse particular que Jesus disse: “Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus” (Mt 6.1). Os discípulos de Cristo, que vivem seus ensinos, são conscientes de que nenhum ato de justiça pode ser praticado com a intenção de glorificação pessoal. Tudo o que fizermos deve ser para a glória de Deus (1Co 10.31; Cl 3.17; 1Pe 4.11). Tomemos todo o cuidado, pois a tentação de exibir a justiça pessoal poderá surgir em nossos atos piedosos de oração, jejum e oferta.

COMENTÁRIO

Nossa vida piedosa não pode dar espaço à glorificação pessoal. Não é por nossos méritos que alcançamos as bênçãos espirituais, estas estão reservadas para os salvos em Cristo, todos que entregam sua vida a Cristo e nele confiam se tornam merecedores das dádivas divinas, logo, nenhum ato de justiça de nossa parte será critério para qualquer coisa no Reino dos Céus.

Falando sobre o perigo da ostentação espiritual (6.1), o Pr Hernandes escreve: “Jesus já havia ensinado que aqueles que são perseguidos por causa da justiça são bem-aventurados (5.10), e que a justiça dos súditos do reino precisa exceder em muito a dos escribas e fariseus (5.20). Agora, Jesus alerta acerca do perigo de uma justiça que se autopromove e busca os holofotes do reconhecimento (6.1). A espiritualidade ostentatória é apresentada com o fim de ganhar o reconhecimento dos homens, e nisso consiste toda a sua recompensa. Destacamos no versículo em pauta três fatos, comentados a seguir. Em primeiro lugar, a prática da justiça (6.1). Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens… A justiça deve ser praticada, mas não como uma propaganda para o auto engrandecimento. Quem deve receber a glória pela justiça praticada é Deus, e não o homem. Exercer justiça diante dos homens é uma consumada hipocrisia. Em segundo lugar, a motivação da justiça (6.1) ….com o fim de serdes vistos por eles… Uma espiritualidade que busca ser vista pelos homens com o propósito de ganhar a aprovação dos homens, em vez de revestir-se de humildade com o fim de agradar a Deus, é soberba e está na contramão da verdadeira espiritualidade. Em terceiro lugar, a recompensa da justiça (6.1). …doutra sorte não tereis galardão junto de vosso Pai celeste. Deus não requer apenas ação certa, mas, sobretudo, motivação certa. Aqueles que ostentam justiça para ganhar aplausos dos homens não receberão nenhum galardão da parte de Deus”. LOPES. Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pag. 211-213.

 

3. As três práticas da ética cristã. O apóstolo Tiago falou que a religião verdadeira tem como marca o serviço ao próximo, que também é um culto a Deus (Tg 1.27). Jesus deixa claro que nesse serviço cristão não podem faltar a oferta, a oração e o jejum. Porém, no seu ensino, o propósito desses serviços piedosos não poderia ser deturpado, como fizeram os escribas e fariseus. Interessante observar que as três práticas da ética do serviço cristão envolvem nossos bens (oferta), nosso espírito (oração) e o nosso corpo (jejum), e são direcionadas a Deus, ao próximo e a nós mesmos. A oração, o jejum e a oferta são atos piedosos que, quando praticados com sinceridade e verdade, têm o reconhecimento do Senhor. Por outro lado, Jesus nos ensina que a religião sensacionalista e espetacular do dissimulado religioso perverte a piedade, afinal, sua intenção é somente enganar e buscar os aplausos humanos. Tal procedimento jamais é adotado por um seguidor de Jesus, pois sabe que a prática de atos justos é somente com a finalidade de glorificar a Deus.

COMENTÁRIO

Tiago 1.27 nos apresenta dois adjetivos sinônimos (pura e sem mácula) para definir o tipo mais impecável de fé religiosa — aquele que é medido pelo amor compassivo (Jo 13.35). Ele emprega a classe mais desfavorecida em seus dias, os órfãos e as viúvas - as crianças que haviam perdido os pais e as mulheres que haviam perdido o marido formavam — e formam — um segmento especialmente necessitado dentro da igreja (1Tm 5.3; Êx 22.22; Dt 14.28-29; Sl 68.5; Jr 7.6-7; 22.16; At 6.1-6). Uma vez que eles normalmente não podem retribuir o favor, o cuidado deles demonstra claramente o amor cristão verdadeiro e sacrifical.

O Pastor John Stott comentando o Sermão do Monte, escreve: “Os três exemplos de justiça “religiosa” apresentados por Jesus — as esmolas, a oração e o jejum — aparecem de alguma forma em todas as religiões. Destacam-se, por exemplo, no Alcorão. Certamente esperava-se de todos os judeus que dessem esmolas aos pobres, que orassem e jejuassem; e todos os judeus devotos O faziam. Evidentemente, Jesus esperava que os seus discípulos fizessem o mesmo, já que ele não começou cada parágrafo dizendo: “Se vocês derem esmolas, se orarem, se jejuarem, então façam assim…”, mas “Quando” vocês o fizerem… (vs.2,5,16). Ele tomou como certo que assim os seus discípulos agiriam. Mais ainda, este trio de obrigações religiosas expressa, num certo grau, nossa obrigação para com Deus, para com os outros e para com nós mesmos, pois dar esmolas é procurar servir ao nosso próximo, especialmente ao necessitado. Orar é buscar a face de Deus e reconhecer a nossa dependência dele. E jejuar (isto é, abster-se de alimentos por razões espirituais) é, pelo menos em parte, um modo de autonegação e autodisciplina. Jesus não levantou a questão se os seus discípulos iam se ocupar destas coisas mas, presumindo que o fariam, ensina-lhes por que e como fazê-lo”. STOTT, John. Contracultura cristã. A mensagem do Sermão do Monte. Editora: ABU, 1981, pag. 59.

 

II- AUXILIANDO O PRÓXIMO SEM ALARDE

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1. Qual é a motivação do teu coração? A prática da generosidade para com alguém é bíblica e há tempos estava presente na Lei de Deus (Lv 23.10,11; 19.10; Dt 15.711; Jr 22.16; Am 2.6,7; Dn 4.27), como também nos ensinos de Jesus (Lc 6.36,38; Lc 21.1-4; Jo 13.29; Gl 6.2). O verbo hebraico para generosidade é gamai, que significa “resolver completamente, recompensar, repartir, fazer algo para alguém, agir generosamente”. Teologicamente, a generosidade expressa gratidão por algum benefício recebido. É preciso, porém, entender que, às vezes, aparentemente uma pessoa pode demonstrar um ato de generosidade com motivos errados, pois a mão pode dar uma oferta, um presente, mas a motivação oculta do coração pode ser outra. O crente deve buscar ser sincero na sua contribuição, fazendo isso na íntima satisfação de sua mente e no Espírito de Cristo, pois Ele sabe a motivação do seu coração quando estende as mãos para dar (Mt 9.4; 12.25; 22.18; Jo 16.19).

COMENTÁRIO

[..] a misericórdia é uma expressão legítima da espiritualidade cristã (6.2). A esmola era um dos quesitos mais importantes da espiritualidade judaica. Robert Mounce diz que dar dinheiro aos pobres era um dos mais sagrados deveres no judaísmo.5 O socorro aos necessitados é uma expressão da verdadeira fé. Quem ama a Deus, prova isso amando ao próximo. Quem foi alvo da misericórdia divina, é instrumento da misericórdia ao próximo. O homem não é salvo pelas obras de caridade, mas evidencia sua salvação por meio delas. A salvação não é pelas boas obras, mas para as boas obras. A graça é a causa da salvação, a fé é o instrumento, e as boas obras, o resultado.

[..] a misericórdia é uma prática esperada do cristão (6.2). Jesus não diz “se deres esmola”, mas “quando deres esmola”. Com isso, afirma que se espera que o cristão dê esmola. Um coração regenerado prova sua transformação em atos de misericórdia. O cristão tem o coração aberto, o bolso aberto, as mãos abertas e a casa aberta”. LOPES. Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pag. 213.

 

2. O que buscamos quando auxiliamos o próximo? O discípulo de Cristo não busca se promover quando se dispõe a ser generoso para com o próximo, não tem interesse em chamar a atenção de ninguém. Todavia, a sua beneficência e generosidade são atos piedosos praticados como partes essenciais da religião pura para com Deus, que é cuidar dos órfãos e das viúvas (Tg 1.27; Mt 25.36; 1 Tm 5.2), tomando Cristo com o exemplo maior, o qual andou por todas as partes fazendo o bem (At 10.38). Agir dessa maneira é sinal de que realmente o Evangelho de Cristo tem influência em sua vida. Jesus adverte a respeito de qualquer um que aja em busca de receber os louvores dos outros, ou transforme atos piedosos em atos profanos. Quem age dessa maneira, sempre será visto por Jesus como um hipócrita. Nossa religiosidade nunca deve ser para orgulho pessoal e desprezo dos outros, pois, procedendo dessa maneira, estaremos no mesmo nível que os fariseus. Nosso Senhor deixou claro que nossa justiça deve ultrapassar a deles; caso não seja assim, não teremos parte no seu Reino (Mt 5.20).

COMENTÁRIO

[..] a misericórdia não pode ser ostentatória (6.2). A prática da misericórdia não pode ser ostentatória. Não é suficiente fazer a coisa certa: dar esmolas; é preciso também fazer com a motivação certa. Dar esmolas e depois tocar trombeta, chamando atenção para si, é uma espiritualidade farisaica, e não cristã. [..] a misericórdia ostentatória só tem recompensa dos homens, e não de Deus (6.2). O hipócrita é a pessoa que desempenha um papel no palco como se outra pessoa fosse. Concordo com Robert Mounce quando ele escreve: “É mais fácil alguém fazer de conta que é reto, do que ser reto de verdade”. A recompensa do hipócrita, que faz propaganda de seus próprios feitos, é receber o aplauso dos homens e nada mais. A palavra grega apecho era um termo técnico comercial usado com frequência no sentido de pagamento completo, com o valor total recebido. Robertson, nessa mesma linha de pensamento, aponta que a palavra traz a ideia de “recibo”. O que Jesus, portanto, está dizendo é que eles já receberam o recibo de quitação plena e rasa de toda a recompensa que tinham de receber”. LOPES. Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pag. 213-214.

 

3. A maneira de ofertar segundo Jesus. No ato de ofertar, devemos ter todo o cuidado necessário para não buscar louvores ou não louvarmos a nós mesmos. Quando ofertamos, não devemos “tocar trombetas”. É claro que a referência que Jesus fez a esse toque foi metafórica, que quer dizer tornar público. Quanto à forma correta de se ofertar, Jesus disse que isso deve ser feito de duas maneiras: primeiro, sem alarde público; segundo, essa doação deve ser voluntária e discreta.

COMENTÁRIO

Para o cristão, a misericórdia precisa vir de mãos dadas com a discrição (6.3). O cristão não dá ao pobre para ser visto nem para ser exaltado pelos homens, mas dá para que o necessitado seja suprido e Deus seja glorificado. Como escreve o Pastor John Stott: “Tendo proibido a seus discípulos de contribuírem para os necessitados na maneira ostentosa dos fariseus, Jesus lhes diz, agora, qual a forma cristã, que é uma maneira secreta. Ele a expressa através de outra negativa: Tu, porém, ao dares esmola, ignore a tua esquerda o que faz a tua direita; para que a tua esmola fique em secreto. A mão direita é normalmente a mão da atividade. Assim, Jesus presume que vamos usá-la ao dar a nossa esmola. Então, ele acrescenta que a nossa mão esquerda não deve ficar olhando. Não é difícil captar o significado. Não só não devemos contar a outras pessoas sobre a nossa contribuição cristã mas, num certo sentido, não devemos sequer contar a nós mesmos. Não devemos ser autoconscientes da nossa esmola, pois essa atitude rapidamente deteriora-se em justiça própria. Tão sutil é a injustiça do coração que é possível tomarmos passos deliberados para manter nossa esmola em segredo, e simultaneamente ficarmos pensando nisso com um espírito de autogratificação. Seria difícil exagerar a perversidade disso, pois a esmola é uma atividade real que envolve gente real com necessidades reais. Seu propósito é aliviar o desespero dos necessitados. A palavra grega para o ato de dar esmolas, como já vimos, indica que é uma obra de misericórdia. Pois é possível transformar um ato de misericórdia em um ato de vaidade, de modo que a nossa motivação principal não seja o benefício da pessoa que recebe a oferta, mas o nosso próprio. O altruísmo foi desalojado por um egoísmo deformado”. STOTT, John. Contracultura cristã. A mensagem do Sermão do Monte. Editora: ABU, 1981, pag. 61.

 

III- DEUS CONTEMPLA O BEM QUE REALIZAMOS

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1. O Deus que tudo vê. Um dos atributos divinos é a onisciência. Deus é descrito nas páginas das Sagradas Escrituras como aquEle que tudo vê. Para Ele não existe surpresa nem o desconhecido (Gn 14). Nada pode escapar da onisciência divina (Gn 16,13; SI 139; Mt 10.30; Hb 4.13; Jo 21.17). Seria triste demais para nós servimos a um Deus que não tem o controle das coisas nem sabe o que vai acontecer. O que nos dá segurança é que até aquilo que vamos pedir Ele já sabe (Mt 6.8).

COMENTÁRIO

Teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. Ele mesmo o fará, direta- mente. Ele não delegará esta ação a outra pessoa. Se você der em secreto, sua recompensa será pública. Se você der publicamente, não espere aclamação. O aspecto mais maravilhoso da caridade é que é impossível dar mais do que o Senhor.

O Comentário do Novo Testamento – Mateus (Cultura Cristã), nos traz: “ No tocante à gramática, o texto grego pode ser também traduzido: “… e o teu Pai, aquele que te vê, te recompensará em secreto.” Objeções a essa construção: a. Depois da introdução, que se refere aos hipócritas que tudo fazem para que os homens admirem suas boas obras e onde Jesus admoesta seus ouvintes no sentido de que essas obras não devem ser publicadas, e, sim, que devem ser mantidas em secreto até onde for possível, esperaríamos uma declaração com relação ao efeito de que as obras que não são anunciadas publicamente, contudo serão vistas e recompensadas pelo “teu Pai que vê em secreto”. A introdução abrupta do Pai como “Aquele que te vê”, sem modificativo, faria pouco sentido aqui; b. A Escritura por toda parte proclamam que todas as palavras, todas as ações, etc., dos homens, inclusive o que acontece em secreto, se farão públicas (Ec 12.14; Mt 5.3-12; 10.26,27; Mc 4.22; Lc 8.17; 12.2,3; Rm 2.16; 1Co3.13; 14.25; Ap 20.12,13). A ideia de que os atos de bondade para com os pobres, feitos em secreto, permanecerão para sempre em secreto, e que ainda a recompensa será conferida em secreto, se choca com esse ensino bíblico”. HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo Testamento. Mateus. 1 Ed 2001. Editora Cultura Cristã. pag. 451.

 

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2. O Deus que recompensa. O nosso Deus contempla tudo, em especial o bem que fazemos. O escritor da Carta aos Hebreus diz que nosso Deus “não é injusto para se esquecer da nossa obra e do trabalho da caridade que foi mostrado para com o seu nome” (Hb 6.10; Mt 10.42; Jo 13.20). Já quando os homens aplaudem qualquer ação feita por outros homens, eles não conhecem a causa, o motivo que os impeliu a tal ação, pois veem somente aquilo que lhes foi manifestado exteriormente. O Senhor, pelo contrário, vê o que está no coração (1Sm 17), não necessitando de qualquer amostra exterior para chamar a sua atenção (Mt 6.4,6,18).

Quando um crente procura fazer algo apenas para que outras pessoas vejam, está desprezando os ensinos verdadeiros de Cristo, que especificamente afirmou que nada deve ser feito para receber aplausos dos homens. A demais, ainda age como se Deus não estivesse atento a tudo o que ele faz. Os verdadeiros servos do Senhor são conscientes de que quem recompensa é Deus, por isso praticam suas obras no anonimato, em secreto, por amor ao Pai e por sempre quererem agradá-lo em tudo. O salvo em Cristo deve lembrar de que Deus irá recompensar cada um segundo de seu procedimento. Portanto, é sempre bom fazer o bem (Pv 3.27; Rm 2.7), lembrando de que aquele que sabe fazer o bem e não o faz, está pecando (Tg 4.17).

COMENTÁRIO

John Stott faz um esclarecimento importante sobre este ensinamento de Jesus: “Algumas pessoas rebelam-se contra este ensinamento de Jesus. Elas dizem que não esperam recompensa, seja qual for, de pessoa alguma. Mais do que isto, acham que a promessa que nosso Senhor fez de recompensar é incoerente. Como pode ele proibir o desejo do louvor dos outros ou de nós mesmos para, depois, incentivar-nos a procurar o de Deus? Naturalmente, dizem, isto só muda a forma da vaidade. Será que não poderíamos dar simplesmente pela necessidade de dar? Buscar o louvor de quem quer que seja — dos homens, do ego ou de Deus — é prejudicar o ato, acham. A primeira razão por que tais argumentos estão errados relaciona-se com a natureza das recompensas. Quando as pessoas dizem que a ideia da recompensa lhes é desagradável, sempre suspeito de que o quadro que têm em mente é a concessão de prêmios numa escola, com os troféus de prata cintilando na mesa sobre o estrado e todo o mundo batendo palmas!

O contraste não foi estabelecido entre a esmola secreta e a recompensa pública, mas entre os homens, que não veem nem recompensam a esmola, e Deus, que faz as duas coisas. C. S. Lewis escreveu sabiamente em um ensaio intitulado “O Esplendor da Glória” (The Weight of Glory) o seguinte: “Não devemos ficar perturbados com os incrédulos que dizem que esta promessa de recompensa torna a vida cristã um negócio mercenário. Há diferentes tipos de recompensa. Existe a recompensa que não tem conexão natural com as coisas que se faz para recebê-la, e é totalmente estranha aos desejos que deveriam acompanhar aquelas coisas.

O dinheiro não é a recompensa natural do amor; é por isso que dizemos que um homem é mercenário quando se casa com uma mulher por causa do dinheiro dela. Mas o casamento é a recompensa apropriada para quem realmente ama, e este não é mercenário quando o deseja.” Do mesmo modo, poderíamos dizer que uma taça de prata não é uma recompensa muito apropriada para um escolar que estudou muito, mas uma bolsa para a universidade seria o ideal. C. S. Lewis assim conclui este argumento: “As devidas recompensas não são simplesmente adicionadas à atividade pela qual foram concedidas, mas são a própria atividade em consumação.” Qual é, então, a “recompensa” que o Pai celeste dá àquele que faz a sua dádiva em secreto? Não é pública nem, necessariamente, futura.

Provavelmente a única recompensa que o verdadeiro amor deseja quando dá ao necessitado é ver o alívio deste. Quando, por meio de suas dádivas, o faminto é alimentado, o nu é vestido, o doente é curado, o oprimido é libertado e o perdido é salvo, o amor que provocou a dádiva fica satisfeito. Esse amor (que é o próprio amor de Deus expresso através do homem) traz consigo as suas próprias alegrias secretas e não espera outra recompensa. Resumindo, nossas dádivas cristãs não devem ser feitas nem diante dos homens (na esperança de que comecem a bater palmas), nem diante de nós mesmos (com a nossa mão esquerda aplaudindo a generosidade da nossa mão direita), mas “diante de Deus”, que vê o íntimo de nosso coração e nos recompensa com a descoberta de que, usando as palavras de Jesus, “Mais bem-aventurado é dar que receber”.STOTT, John. Contracultura cristã. A mensagem do Sermão do Monte. Editora: ABU, 1981, pag. 61-62.

 

CONCLUSÃO

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Por meio de Jesus, ficamos cientes de que Ele deseja que andemos na verdade, sejamos honestos, que a nossa justiça ultrapasse a deles (Mt 5.20) em todos os aspectos, sem jamais buscar a exibição.

COMENTÁRIO

Certamente você já viu fotos, postagens em redes sociais, de alguma ação social, distribuição de sestas básicas ou qualquer outra ajuda, numa espécie de exibicionismo altruísta. Nada mais hipócrita do que dar uma cesta básica e posar com a pessoa que está recebendo. A Igreja e o cristão individualmente, não pode esquecer da obra social, assistencialismo, ajuda ao próximo, principalmente aos da fé, mas jamais expor isso, mesmo que de boa mente, na intenção de divulgar o trabalho social e atrair outros. Devemos nos colocar no lugar daquele que está necessitado, seus sentimentos ao ser ‘usado’ nesse tipo de exposição.

Deus é onisciente, vê em secreto (Mt 6.4,18; Jr 17.10; Hb 4.13); O texto de ouro da vida cristã é 1º Coríntios 10.31: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais, qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus”; A liberdade cristã, bem como o comportamento mais comum, é ser conduzido de maneira a honrar a Deus (Ez 36.23), toda o nosso viver visa unicamente a glória daquele que nos remiu, agindo assim, afastaremos de nós o perigo da justiça própria. “Buscamos a justiça quando buscamos o caráter de Cristo e desejamos a santidade mais do que a indulgência carnal. Evitamos a tentação de exercitar a justiça própria quando entendemos que a verdadeira justiça começa com a humildade piedosa (Salmo 25:90). Lembramos que Jesus disse: “porque sem mim vocês não podem fazer nada” (João 15:5). Quando passamos tempo na presença de Deus, nós nos tornamos mais conscientes dos nossos próprios pecados e falhas. Uma camisa suja parece branca ao lado de uma parede escura. Mas, quando comparada com a neve, a mesma camisa parece suja. O orgulho e a justiça própria não podem permanecer na presença de um Deus santo. A busca da justiça começa quando um coração humilde busca a presença contínua de Deus (Tiago 4:10; 1 Pedro 5:6). O coração humilde e crente leva a um estilo de vida de ação justa aceitável a Deus (Salmo 51:10).https://www.gotquestions.org/Portugues/buscar-a-justica.html

 

 

 

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Em Cristo,

Francisco Barbosa

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REVISANDO O CONTEÚDO

1- O que caracteriza a palavra “ hipócrita” no Evangelho de Mateus?

® Uma pessoa cujos atos pretendem impressionar os observadores (6.1-3,16-18); cujo foco está nos enfeites, e não nas questões centrais da fé; e cuja conversa espiritual esconde motivos corruptos.

2- Quais são os três grandes deveres cristãos?

® Jesus deixa claro que nesse serviço cristão não podem faltar a oferta, a oração e o jejum.

3- De acordo com o ensino de Jesus, qual é a nossa forma correta de ofertar?

® Quanto à forma correta de se ofertar, Jesus disse que isso deve ser de duas maneiras: primeiro, sem alarde público; segundo, essa doação deve ser voluntária e discreta.

4- Quais são as partes essenciais da religião pura para com Deus?

® A beneficência e generosidade são atos piedosos praticados com o partes essenciais da religião pura para com Deus, que é cuidar dos órfãos e das viúvas (Tg 1.27; Mt 25.36; 1 Tm 5.2).

5- Qual atributo divino foi destacado na lição?

® Onisciência.