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10 de maio de 2020

ADULTOS | Lição 07: CRISTO É A NOSSA RECONCILIAÇÃO COM DEUS | Pb Francisco Barbosa


ANO 11 | Nr 1.383 | 2020
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS - 2º Trimestre de 2020
Título: A Igreja Eleita - Redimida Pelo Sangue de Cristo e Selada com o Espírito Santo da Promessa.
Comentarista:Douglas Baptista

LIÇÃO 7
17 DE MAIO DE 2020
CRISTO É A NOSSA
RECONCILIAÇÃO COM DEUS


TEXTO ÁUREO
“Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio.” (Ef 2.14)

VERDADE PRÁTICA
Ao morrer na Cruz do Calvário, Cristo reconciliou os eleitos desfazendo a inimizade entre Deus e os homens.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 2.14-19

INTRODUÇÃO
||Se na lição anterior, analisamos o antigo quadro desolador acerca dos gentios, em que o apóstolo Paulo descreveu (2.11,12), nesta veremos que houve uma significativa mudança na sequência do capítulo dois. No versículo 13 Paulo usa a expressão adversativa “mas agora” para indicar que algo aconteceu e alterou a situação dos gentios. Ele explica que essa mudança repousa na Obra que Cristo realizou: “vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto” (2.13). Na presente lição estudaremos os desdobramentos dessa mudança||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 7, 17 Maio, 2020]
- “O mundo antigo tinha suas barreiras e cercas. O judeu odiava e considerava odiado e desprezado por Deus ao não judeu. O grego agrupava os bárbaros entre as bestas e pensava que a guerra sem quartel contra eles estava na mesma natureza das coisas. Hoje em dia existem ainda cortinas de ferro, barreiras alfandegárias e divisões entre nações, classes, raças e igrejas. Numa sociedade sem Cristo não pode haver senão barreiras e muros divisórios.” (BARCLAY. William. The Letter to the Ephesians. p. 63). Em Efésios 2.13-18, Paulo continua afirmando que em Cristo essas barreiras foram derrubadas. De que maneira Cristo as destruiu?
- Em Efésios 2.13, a expressão “Mas agora” faz paralelo com “Mas Deus” do capítulo 2.4. Ambos os textos falam da graciosa intervenção de Deus em favor dos perdidos. Nesta sessão da Carta, a palavra-chave é ‘Inimizade’. Entre judeus e gentios e entre pecadores e Deus. O que nós vamos estudar nesta passagem é simplesmente a maior missão de paz da história: Jesus não apenas reconciliou judeus e gentios, mas também pôs ambos em um corpo - a igreja! Vamos pensar maduramente a nossa fé cristã?

I – CRISTO DESFEZ A INIMIZADE
ENTRE OS HOMENS
||O exclusivismo religioso criou inimizade entre judeus e gentios. Nesse ponto veremos o que Cristo fez para dar fim a esse litígio entre os homens (2.14,15).
1. A parede de separação entre os homens. Trata-se de uma analogia com as muralhas do templo em Jerusalém. A estrutura da construção revela o exclusivismo religioso do Judaísmo. Entre o santuário e o átrio dos gentios havia um muro de pedra com a proibição de acesso aos estrangeiros. O extremismo judaico quanto a esse aspecto levou Paulo à prisão quando ele foi acusado de permitir um grego ultrapassar essa barreira (At 21.28-30)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 7, 17 Maio, 2020]
- Quando Paulo diz “tendo derribado a parede da separação que estava no meio”, ele faz uma descrição do templo, que constava de uma série de átrios; cada um destes era mais alto que o anterior e o próprio templo no centro. Em primeiro termo estava o átrio dos gentios, logo o das mulheres, o dos israelitas, o dos sacerdotes e, finalmente, o próprio santuário.
- William Barcklay diz que “Os gentios só podiam entrar no primeiro átrio. Entre este e o das mulheres havia um muro ou, antes, uma espécie de gradeado de mármore belamente trabalhado, no qual a intervalos havia lápides nas quais se advertia que se um gentio passava mais além se fazia passível de uma morte imediata”. (Efésios - William Barclay. p. 61)
- Ainda Barcklay citando Josefo, diz: "Ao passar por este primeiro claustro ao segundo átrio do templo havia ali uma divisão feita de pedra em todo o redor, cuja altura era de três côvados. Sua construção era muito elegante; em cima se encontravam pilares eqüidistantes nos quais se declarava a lei de purificação: alguns em caracteres gregos e outros em latinos com a finalidade de que nenhum estranho ingressasse no santuário" (Guerras dos judeus 5,5,2).
- O Rev Hernandes Dias Lopes, escreve: “Durante séculos, os judeus foram diferentes dos gentios na religião, na indumentária, na dieta alimentar e nas leis. Pedro resistiu ao projeto de Deus de incluir os gentios em sua agenda evangelística (Atos 10). Os judeus crentes repreenderam Pedro por ter entrado na casa de um gentio para evangelizá-lo (Atos 11). Precisou haver uma conferência dos líderes da igreja, em Jerusalém, para discutir o lugar dos gentios na igreja (Atos 15)” (Lopes, Hernandes Dias Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo. São Paulo: Hagnos, 2009. p. 64).
||2. A derrubada da parede da separação. O apóstolo declara que em Cristo foi derrubada “a parede de separação que estava no meio” (2.14b). Essa barreira era tanto literal como espiritual, mas por mérito da cruz de Cristo a divisória foi rompida. Assim, não somos mais forasteiros, mas somos da família de Deus, temos acesso à presença do Pai (2.18) e, pelo sangue de Cristo, temos livre entrada no santuário de Deus (Hb 10.19)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 7, 17 Maio, 2020]
- A parede da separação como já explicado, alude à parede no templo que separava a área dos gentios das áreas acessíveis somente aos judeus. Paulo referiu-se a essa parede como um símbolo da separação social, religiosa e espiritual que mantinha os judeus e os gentios separados.
- Em Cristo, Deus não só estava reconciliando o mundo consigo, mas também enviando seus embaixadores ao mundo para rogar aos homens que se reconciliassem com ele! Antes, no versículo 13, Paulo diz que sem Cristo, os gentios estavam distantes, mas, agora, por estarem em Cristo, se aproximaram. É importante frisar que essa aproximação não se deu pelos ensinos de Cristo, mas pelo seu sangue vertido no Calvário (Ef 2.13). É por causa do sangue de Cristo vertido no sacrifício consumado na cruz e do seu ministério como Sumo Sacerdote, os crentes podem se colocar com intrepidez na presença de Deus! Esse direito foi concedido aos crentes na morte sacrifical de Cristo (Rm 5.2).
||3. O conceito da lei dos mandamentos. A compreensão desse conceito repousa na visão tripartida da lei mosaica: a moral, a cerimonial e a civil, que na verdade são três esferas da mesma lei. A lei civil diz respeito ao israelita como cidadão. A lei moral permanece em vigor como padrão de conduta, mas não como meio de salvação (2.8,9). A lei cerimonial é citada como sendo a “circuncisão”, “sacrifícios”, “comida e bebida”, “dias de festas, lua nova e sábados” (Cl 2.11,16). Esses ritos identificavam a posição do povo judeu diante de Deus e demonstrava a hostilidade
deles para com os gentios.||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 7, 17 Maio, 2020]
- Paulo esclarece o que foi abolido por Jesus: a Lei dos mandamentos expressos em ordenanças. Os judeus criam que só era bom o homem que observava a Lei judia; só dessa maneira podia-se obter a amizade e a comunhão com Deus. Essa Lei consistia em milhares e milhares de regras, prescrições, mandamentos e decretos. Em Deuteronômio temos que, as mãos tinham que ser lavadas de uma maneira determinada; igualmente os pratos; há páginas e páginas sobre o que se deve fazer e o que não se deve fazer no dia de sábado; determinados tipos de sacrifícios deviam ser oferecidos com relação a determinadas circunstâncias da vida. O que está em vista aqui é uma religião baseada em todo tipo de regras, prescrições, rituais sagrados, costumes, práticas, sacrifícios e dias. Jesus terminou com o legalismo como princípio da religião.
||4. A revogação da lei dos mandamentos. A eliminação das barreiras que dividiam judeus e gentios se deu pela revogação da “lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças” (2.15b). Essa revelação não contradiz o que Jesus disse: “não vim para revogar, mas cumprir a lei” (Mt 5.17 – NAA). Visto que, ao entregar seu corpo para ser crucificado, Cristo cumpriu a Lei oferecendo-se como sacrifício em favor de ambos os povos (Hb 7.27). Desse modo, a revogação aqui aludida é a da lei cerimonial, que resultava em separação entre judeus e gentios. O ato de Cristo, oferecido a Deus em cheiro suave, aboliu a necessidade dessas ordenanças ritualísticas e assim a inimizade foi desfeita (5.2)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 7, 17 Maio, 2020]
- No tópico anterior vimos que Jesus pôs fim à religião legalista. E o que colocou em lugar dela? Em seu lugar pôs o amor a Deus e aos homens. Jesus veio para comunicar aos homens que não podem merecer a aprovação de Deus observando uma Lei cerimonial; que devem aceitar o amor, o perdão e a comunhão que Deus lhes oferece por pura misericórdia.
- Por meio de sua morte, Cristo aboliu as leis, as festas e os sacrifícios cerimoniais, que separavam, especificamente, os judeus dos gentios. Como explicado no subtópico 3, a lei moral de Deus (conforme resumida nos Dez Mandamentos e escrita no coração de todos os homens, Rm 2.15) não foi abolida mas incluída na nova aliança, não obstante, porque ela reflete a sua própria natureza santa (Mt 5.17-19).
- Nesse ponto, Barcklay escreve: “Jesus veio para comunicar aos homens que não podem merecer a aprovação de Deus observando uma Lei cerimonial; que devem aceitar o amor, o perdão e a comunhão que Deus lhes oferece por pura misericórdia. Agora sim, uma religião baseada no amor pode ser definitivamente uma religião universal.” (Efésios - William Barclay. p. 65).
- Usando essa descrição de Barcklay, nos vem à mente as muitas ordenanças humanas colocadas sobre o rebanho a fim de garantir uma ‘santidade’, esquecendo-se que, a verdadeira santidade flui do governo do Espírito Santo sobre o nosso ser, ao passo que, as regras impostas podem nos levar ao legalismo tal qual àquela religião abolida por Cristo.

II – PELA PAZ*, CRISTO FEZ UM
“NOVO HOMEM”
||A partir da expiação na cruz, a paz foi proclamada e de ambos os povos, judeus e gentios, Cristo fez uma nova humanidade (2.14-17).
1. O conceito bíblico de paz. De forma geral, a paz é a descrição de boas relações (At 24.2,3), do fim de um conflito (Lc 14.32), do estado de tranquilidade (1 Rs 4.24) e de uma qualidade espiritual (Gl 5.22). Na passagem em apreço, o apóstolo ressalta a paz conferida por meio de Cristo. Sua morte na cruz desfez a nossa inimizade com Deus e como os homens, tornando possível a reconciliação entre ambos e, promovendo assim, a paz (Cl 1.20).||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 7, 17 Maio, 2020]
- A palavra "paz" reflete o hebraico "shalom", que se tornou a saudação de Jesus aos discípulos depois da sua ressurreição (Jo 20.19-26). Em nível individual, essa paz, desconhecida daqueles que estão longe de Deus, assegura serenidade em face das grandes dificuldades, dissolve o temor (Fp 4.7) e reina nos corações do povo de Deus para manter a harmonia (Cl 3.15). A maior realidade dessa paz será vista no reino messiânico (Rm 1.7; 5.1; 14.17).

||2. Cristo é o motivo da nossa paz. Paulo declara que Cristo “é a nossa paz” (2.14b). Essa expressão aponta para uma conotação mais profunda, pois Cristo não é apenas o “autor da paz”, mas literalmente “a nossa paz”. Isso implica o conceito de “comunhão espiritual”, ou seja, Cristo habita em nós sendo Ele mesmo a nossa paz (Jo 14.23- 27). Desse modo, essa paz repousa na igreja, entre o crente e Deus e entre judeus e gentios, agora um único povo em Cristo Jesus (2.14.b)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 7, 17 Maio, 2020]
- Em Jesus Cristo, judeus e gentios se tornaram um. Cristo estabeleceu a paz, pois ele é a nossa paz (2.14); ele fez a paz (2.15) e ele proclamou a paz (2.17).
- A palavra grega traduzida como "evangelizou" significa, literalmente, "trazer ou anunciar boas-novas", e no NT é quase sempre usada para proclamar as boas-novas de que os pecadores podem se reconciliar com Deus pela salvação, a qual se dá por meio de Jesus Cristo. Nesse contexto, a palavra usada no grego foi Eirene, que significa paz, harmonia. Cristo, aquele "que é a nossa paz" (v. 14), também anunciou as boas-novas da paz, tanto para os gentios como para os judeus. Esta paz é fruto do amor de Deus, da graça de Cristo. Ela é um presente, só podemos recebê-la pela fé em Jesus Cristo. A paz  que o Espírito Santo coloca em nosso coração nos livra do jugo da escravidão e nos faz viver a vida abundante em Cristo Jesus
||3. A nova humanidade formada pela paz. Cristo uniu os povos que outrora se hostilizavam, para criar “em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz” (2.15c). Essa unidade não foi o resultado de algum acordo firmado entre os homens. Ela foi realizada “em si mesmo”, ou seja, o único modo possível era “em Cristo” e “por meio de Cristo”. A partir desse ato surge uma nova humanidade: a Igreja, “onde não há circuncisão e nem incircuncisão” (Cl 3.11). Foi Cristo quem criou esse novo povo “fazendo a paz” (2.15c). Nele, as desigualdades foram eliminadas, a acepção de pessoas desfeita, a etnia e a classe social desapareceram (Rm 2.11; Gl 3.28)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 7, 17 Maio, 2020]
- Cristo não exclui ninguém que vá até ele, e aqueles que são seus não diferem espiritualmente uns dos outros. Espiritualmente, uma nova pessoa em Cristo não é mais judia ou gentia, somente cristã (Rm 10.12-13; Cl 3.28), isso é o que denota o emprego da palavra grega kainós, traduzida por "Novo", que quer dizer novo não apenas no tempo, mas novo no sentido de que traz ao mundo um novo tipo de criação, uma nova qualidade de criação que não existia antes; Diz respeito a ser diferente em tipo e qualidade.
- O resultado da Cruz foi a reconciliação de ambos os povos com Deus. O termo usado por Paulo é apokatallassein, usual para a reconciliação de dois amigos que se tinham inimizade. A obra de Jesus consiste em mostrar aos homens que Deus é seu amigo e porque ele é amigo deles devem por sua vez ser amigos entre si. A reconciliação com Deus implica e exige a reconciliação com o homem.
- Sobre isso, Barcklay escreve: “Por meio de Jesus tanto o judeu como o gentio têm o direito de acesso a Deus. A palavra que usa Paulo para acesso é prosagoge, uma palavra com muitos matizes. Aplica-se ao oferecimento de um sacrifício a Deus; ao acesso dos homens à presença de Deus para ser consagrados a seu serviço; à apresentação de um orador ou um embaixador na assembléia nacional; e, acima de tudo, aplica-se à introdução de uma pessoa à presença do rei. Efetivamente na corte real persa havia um funcionário chamado o prosagogeus cuja função era apresentar perante o rei aos que haviam solicitado audiência. É uma sorte inestimável desfrutar do direito de, a qualquer momento, ir a uma pessoa admirável, sábia e santa; de irromper, até incomodando-a e levar-lhe nossas dificuldades, nossos problemas, nossa solidão e nossas tristezas. Este é exatamente o direito que Jesus nos dá com respeito a Deus. Por Jesus sempre estão abertas as portas à presença de Deus, tanto para o judeu como para o gentio.” (Efésios - William Barclay. p. 67).
III – PELA CRUZ, RECONCILIADOS
COM DEUS NUM CORPO
||O ministério da reconciliação desfez a inimizade entre o homem e Deus, bem como entre os homens. Essas dádivas foram possíveis por causa da cruz de Cristo.
1. Cristo se fez maldição por nós. Ser condenado à morte de cruz era um sinal de maldição e de profunda humilhação (Hb 12.2). O réu era açoitado por um chicote de várias tiras de couro, acompanhado de chumbo ou ossos nas pontas (Mc 15.15). Em seguida, era obrigado a carregar publicamente sua cruz até ao local da execução (Jo 19.7). Por essas razões a cruz era escândalo para os judeus e loucura para os gentios (1Co 1.23). Apesar disso, Cristo suportou a afronta, levou a nossa culpa, entregou seu corpo para a crucificação e se fez maldição em nosso lugar (Gl 3.13)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 7, 17 Maio, 2020]
- Em Jesus Cristo, judeus e gentios se tornaram um. Cristo estabeleceu a paz, pois ele é a nossa paz (2.14); ele fez a paz (2.15) e ele proclamou a paz (2.17). Em Gálatas 3.13 Paulo diz que Jesus “fêz-se ele próprio maldição em nosso lugar” ao suportar na cruz a ira de Deus pelos pecados dos crentes (Hb 9.28; 1Pe 2.24), Cristo levou sobre si a maldição que estava sobre aqueles que violaram a lei.No mesmo capítulo, no verso 10, Paulo uma citação de Dt 27.26 a fim do mostrar que o fato de não conseguir cumprir perfeitamente a lei traz o julgamento e a condenação divina. Uma violação da lei merece a maldição de Deus. (Dt 27—28). Deus e aqueles a quem salvou não são mais inimigos uns dos outros.
||2. Reconciliados pela cruz de Cristo. Foi o sacrifício vicário de Cristo na cruz e sua consequente vitória sobre a morte que possibilitaram nossa reconciliação com Deus e com os homens (Cl 1.20). Nessa perspectiva que Cristo “é a nossa paz” (2.14), que pela sua carne um novo homem foi criado “fazendo a paz” (2.15) e que também “evangelizou a paz a vós”, proclamando ao mundo as boas novas da cruz (2.17). A mensagem da cruz apregoa a paz entre Deus e os homens, isto é, o ministério da reconciliação (2 Co 5.18-20)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 7, 17 Maio, 2020]
- O ministério da reconciliação fala a respeito da realidade de que Deus deseja que os homens pecadores se reconciliem com ele (Rm 5.10; Ef 4.17-24). Deus chama os crentes para proclamar o evangelho da reconciliação ao s outros (1Co 1.17).
O Rev Hernandes Dias Lopes escreve: “Não apenas os gentios precisam ser reconciliados com os judeus; mas ambos, judeus e gentios, precisam ser reconciliados com Deus (At 15.9,11). O mesmo ensina Paulo (Rm 3.22,23). A cruz de Cristo destruiu a inimizade do homem com Deus. A cruz de Cristo matou a inimizade que existia entre o homem e Deus.131 A cruz foi onde Deus puniu o nosso pecado. A cruz foi onde Deus satisfez sua justiça. A cruz é onde nossos pecados foram condenados. Por intermédio da cruz somos reconciliados com Deus. Pela cruz, Deus é justo e ainda o nosso justificador. Não é Deus que se reconcilia com o homem, mas o homem que se reconcilia com Deus, pois foi o pecado que criou a separação e a inimizade. A iniciativa da reconciliação, entretanto, é de Deus (2.15,17; 2Co 5.18). Paulo, agora, diz que por meio de Jesus, judeus e gentios têm acesso ao Pai em um Espírito (2.18). Francis Foulkes diz corretamente que “acesso” é provavelmente a melhor tradução da palavra grega prosagoge. Nas cortes orientais, havia um prosagoge que introduzia as pessoas à presença do rei. O pensamento pode ser o de considerar Cristo como o prosagoge, mas a forma da expressão na cláusula inteira sugere antes que, por meio dele, há um caminho de aproximação (3.12). Ele é a Porta, o Caminho para o Pai (Jo 10.7,9; 14.6); por intermédio dele, os homens, embora pecadores, uma vez reconciliados, podem se aproximar “com confiança do trono da graça” (Hb 4.16).132” (Lopes, Hernandes Dias Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo. São Paulo: Hagnos, 2009. p. 67).
||3. Reconciliados na cruz em um corpo. O apóstolo Paulo reforça que o propósito de Cristo foi o de “reconciliar ambos [judeus e gentios] com Deus em um corpo” (2.16b). A ênfase aqui recai sobre a inimizade existente na vertical, isto é, entre os homens e Deus. No versículo 14, o destaque era a inimizade horizontal, quer dizer, entre os judeus e os gentios. De forma que a reconciliação deve ser duplamente compreendida. As duas inimizades foram desfeitas quando Cristo levou nossos pecados no madeiro (1 Pe 2.24). A ira de Deus, que por causa dos pecados estava sobre nós, foi cravada na cruz (Cl 2.13,14). Assim, a reconciliação foi concretizada pela cruz, gerando um novo povo, num único corpo: a “família de Deus”; a “Igreja de Cristo” (2.19; 3.6; 4.4; 5.23,30)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 7, 17 Maio, 2020]
- Como os judeus e os gentios são unidos a Deus por meio de Cristo Jesus, eles são unidos uns aos outros – essa é a inimizade horizontal citada pelo comentarista, e isso foi realizado na cruz onde Jesus tornou-se maldito (Cl 3.10-13), tendo suportado a ira de Deus de modo que a justiça divina fosse satisfeita e a reconciliação com Deus se tornasse realidade (2Co 5.19-21) – essa era a inimizade vertical citada e que agora foi desfeita para aqueles alcançados pelo Evangelho da Paz!.
- O homem reconcilia-se com Deus quando este o restaura a um relacionamento justo com ele por meio de Jesus Cristo. A morte substitutiva de Cristo na cruz que pagou o preço total pelo pecado de todos aqueles que creem tornou a reconciliação possível e verdadeira (2Co 5.18-21; Rm 3.25).
- É somente por meio da união com Jesus Cristo aqueles que estão irremediavelmente mortos em seus pecados recebem vida eterna (Ef 2.5). Nos chama a atenção aqui é o fato de que é Deus que toma a iniciativa e exerce o poder de dar a vida para despertar os pecadores e uni-los ao seu Filho; Como define Paulo o estado daquele que está longe de Deus, os que estão espiritualmente mortos não têm a capacidade de vivificar a si mesmos (Rm 4.17; 2Co 1.9). Sobre o texto de Colossensses 2.13 e 14, o escrito da dívida dizia respeito a um certificado de dívida, escrito manualmente, por meio do qual o devedor reconhecia sua dívida – uma nota promissória. Paulo nos revela em seus escritos que todas as pessoas (Rm 3.23) possuem para com Deus uma dívida impagável por terem violado a sua lei (Cl 3.10; Tg 2.10; cf. Mt 18.23-27) e estão, portanto, debaixo da sentença de morte (Rm 6.23). Por meio da morte sacrifical de Cristo na cruz, Deus apagou totalmente o nosso certificado de dívida, perdoando-nos por completo. De forma poética, Paulo afirma que essa nota promissória, o escrito de dívida, foi encravada na cruz, de forma metafórica, ele diz que em Cristo alcançamos perdão para essas dívidas impagáveis. É interessante notarmos o paralelismo que Paulo faz com a realidade que acontecia nas punições de morte de cruz: a lista dos crimes de um criminoso crucificado era encravada na cruz com ele a fim de declarar as violações pelas quais ele estava sendo punido (Mt 27.37). Nossos pecados foram todos postos na conta de Cristo, encravados em sua cruz quando ele pagou o castigo em substituição a todos nós, satisfazendo, assim, a ira justa de Deus contra os crimes que requeriam o castigo integral.

CONCLUSÃO
||Em obediência ao plano divino, Cristo cumpriu as demandas da lei na cruz. Em seu sacrifício derrubou as barreiras e aboliu as ordenanças cerimoniais que serviam de divisão. Por meio da paz conquistada no madeiro desfez a inimizade, criou uma nova humanidade e a reconciliou com Deus. A partir dela, formou um novo povo: a Igreja, o Corpo de Cristo||[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 7, 17 Maio, 2020]
- A unidade em Cristo produz cristãos cujo cristianismo transcende toda diferença local e racial; produz homens que são amigos entre si porque são amigos de Deus; homens que são um, porque se encontram na presença de Deus, a quem todos têm acesso. Cristo é a Porta, o Caminho para o Pai (Jo 10.7,9; 14.6); por intermédio dele, os homens, embora pecadores, uma vez reconciliados, podem se aproximar “com confiança do trono da graça” (Hb 4.16).
Pb Francisco Barbosa