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5 de maio de 2020

ADULTOS | Lição 06: A CONDIÇÃO DOS GENTIOS SEM DEUS | Pb Francisco Barbosa


ANO 11 | Nr 1.382 | 2020
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS - 2º Trimestre de 2020
Título: A Igreja Eleita - Redimida Pelo Sangue de Cristo e Selada com o Espírito Santo da Promessa.
Comentarista:Douglas Baptista

LIÇÃO 6
10 DE MAIO DE 2020
A CONDIÇÃO DOS GENTIOS SEM DEUS


TEXTO ÁUREO
“Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pela mão dos homens.” (Ef 2.11)

VERDADE PRÁTICA
Outrora sem Deus, por meio de Cristo, os gentios tornaram-se descendência de Abraão e herdeiros das promessas

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 2.11,12; Romanos 4.12-14

INTRODUÇÃO
||Na presente lição, veremos que o autor de Efésios lembra aos gentios de que, antes da regeneração, eles eram incircuncisos e haviam experimentado cinco formas de privação: estavam sem Cristo, separados de Israel, alienados quanto à promessa, sem esperança e sem Deus no mundo (2.11,12). Logo, estudaremos cada um desses aspectos||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 6, 10 Maio, 2020]
- O mundo vive em constante beligerância, muitos tem tentado firmar um pacto de paz, no entanto, essa paz não é duradoura ou apenas é usada como meio de esconder reais planos de conflito. O único pacto de paz verdadeiro e eficaz foi o que Deus fez em Jesus. Essa é a maior missão de paz da história. Deus reconciliou judeus e gentios num único corpo e reconciliou o mundo consigo mesmo por meio de Jesus (2Co 5.18). Vamos pensar maduramente a nossa fé cristã?

I – CHAMADOS INCIRCUNCISÃO
||Na era antes de Cristo, além de mortos espiritualmente, os gentios eram desprezados pelos judeus e identificados como incircuncisos (2.11).
1. O conceito de circuncisão. Circuncisão é a remoção cirúrgica do prepúcio do órgão sexual masculino. Era prescrito na lei como o sinal externo de quem pertencia ao povo da aliança com Deus (Gn 17.10,11). O procedimento era realizado no oitavo dia de vida dos nascidos em Israel ou estrangeiros comprados a dinheiro (Gn 17.12). Quem não era circuncidado era tido como “incircunciso” e, portanto, excluído da aliança (Gn 17.14). A circuncisão tornou-se um sinal que distinguia os judeus dos demais povos gentílicos||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 6, 10 Maio, 2020]
- Os gentios (a "incircuncisão") experimentaram dois tipos de separação. A primeira era social, resultando da animosidade que havia existido entre judeus e gentios por milhares de anos. Os judeus consideravam os gentios como excluídos, objetos de escárnio e repreensão. O segundo e mais significativo tipo de separação era a espiritual porque os gentios, como um povo, estavam separados de Deus de cinco maneiras diferentes:
1) eles estavam "sem Cristo", o Messias não tendo um salvador e libertador, e sem propósito ou destino divino;
2) Eles estavam "separados da comunidade de Israel". O povo escolhido de Deus, os judeus, era uma nação cujo supremo Rei e Senhor era o próprio Deus, e de cuja bênção exclusiva e proteção eles se beneficiavam;
3) Os gentios eram "estranhos às alianças da promessa"; não podiam partilhar das alianças divinas de Deus nas quais ele prometeu dar ao seu povo uma terra, um sacerdócio, um povo, uma nação e um rei — e para aqueles que cressem nele a vida eterna e o céu;
4) Eles não tinham "esperança" porque não haviam recebido nenhuma promessa divina, e
5) Eles estavam "sem Deus no mundo". Embora os gentios tivessem muitos deuses, não reconheciam o verdadeiro Deus porque não o queriam (Rm 1.18-26).
- O desprezo que os judeus sentiam pelos gentios era tão grande que não era lícito a um judeu assistir a uma mulher gentia dar à luz. O casamento de um judeu com uma gentia correspondia à morte dele, e, imediatamente, celebrava-se o ritual do enterro do moço ou da moça. Entrar numa casa gentia tornava um judeu impuro e o deixava inapto para participar do culto público. Para os judeus, os gentios eram apenas combustível para o fogo do inferno. Quando Deus chamou a Abraão e lhe deu um sinal na carne (a circuncisão), não era para que os judeus se gloriassem disso, mas para que fossem uma bênção para os gentios. Mas Israel falhou em testemunhar para os gentios. Israel corrompeu-se como e com as nações gentílicas. P. 62.
||2. O significado religioso da circuncisão. Seu significado religioso apontava para a santificação (Êx 19.5,6). Como a corrupção e as práticas idólatras estavam fortemente relacionadas com a sexualidade depravada, a circuncisão simbolizava a aliança de purificação requerida ao povo escolhido (Jr 5.7; Os 4.14; Gl 5.19). Era algo tão sério que os judeus recusavam-se até mesmo a comer com os incircuncisos (At 11.3)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 6, 10 Maio, 2020]
- A circuncisão era uma pequena cirurgia feita em todos os meninos judeus, que representava sua pertença ao povo judeu e à aliança de Deus.Quem não fosse circuncidado não era considerado judeu. A circuncisão foi um sinal estabelecido por Deus para o povo judeu. Não era algo totalmente novo naquele período da História, quando Deus o instituiu como sinal da aliança com Abraão (Gn 17.11), mas o significado religioso teocrático especial então aplicado a ela foi inteiramente novo, desse modo identificando os circuncisos como pertencentes à linhagem física e étnica de Abraão (At 7.8; Rm 4.11). Sem divina revelação, o rito não teria tido esse significado distintivo. Porém, a partir de então ficou como distintivo teocrático de Israel (leia Gn 17.13).
- Também havia um benefício à saúde com essa prática porque doenças poderiam ficar depositadas nas dobras do prepúcio. Retirando-o, isso era evitado. Historicamente, as mulheres judias tiveram menor índice de câncer cervical. Mas o simbolismo tinha a ver com a necessidade de eliminar o pecado e ser purificado. O órgão masculino é que mais claramente demonstrava a profundidade da depravação porque carregava a semente que produzia pecadores depravados. Assim, a circuncisão simbolizava a necessidade de profunda purificação a fim de reverter os efeitos da depravação. Leia mais sobre acessando este link: GOSPELPRIME)
||3. A circuncisão do coração. O apóstolo reconhece que os gentios não faziam parte da circuncisão, mas com uma ressalva: o sinal dos judeus era apenas físico e realizado por mãos humanas (2.11b). A boa nova que Paulo traz é a de que a verdadeira circuncisão não se tratava de uma operação externa na carne realizada pelos homens, mas a que foi feita “no interior, a que é do coração [...] cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Rm 2.29). Assim, em Cristo, o sinal de quem pertence a Deus não é a circuncisão nem a incircuncisão, mas sim “o ser uma nova criatura” (Gl 6.15)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 6, 10 Maio, 2020]
- No verso 11, Paulo explica que um verdadeiro filho de Deus, e que a verdadeira semente espiritual de Abraão é aquela que circuncidou o coração. O rito exterior só tem valor quando reflete a realidade interior de um coração separado do pecado para Deus (Dt 10.16; 30.6). Fica muito claro que, para Paulo, a salvação é o resultado da atuação do Espírito de Deus no coração, e não, meramente, dos esforços exteriores para se conformar a essa lei. justiça completa e perfeita que virá na glorificação (Rm 8.18,21). Nada que se faz ou se deixa de fazer na carne, nem mesmo a cerimônia religiosa, faz qualquer diferença no relacionamento de uma pessoa com Deus. O que é externo é irrelevante e sem valor, a menos que reflita uma justiça interior genuína (Rm 2.25-29). É exatamente isso que o apóstolo escreve em Gálatas 5.6, afirmando que ‘nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum’, mas sim, a ‘fé que atua pelo amor’; A fé salvadora prova o seu caráter genuíno pelas obras do amor. Aquele que vive pela fé é motivado, no seu interior, pelo amor por Deus e por Cristo (Mt 22.37-40), o qual se revela, de modo sobrenatural, na adoração reverente, na obediência genuína e o amor altruísta pelos outros. Assim, circuncisos de coração são aqueles que experimentaram o novo nascimento, à luz de Gálatas 6.15!
||4. A circuncisão na Nova Aliança. O assunto da circuncisão gerou discussões acaloradas entre judeus e gentios (Gl 5.2,3; Fp 3.2). Em Antioquia a questão ganhou muita dimensão, provocou intensos debates e culminou na convocação do Primeiro Concílio da Igreja em Jerusalém (At 15.1,2,5,6). A deliberação dos apóstolos sobre o assunto, sob a orientação do Espírito Santo (At 15.28,29), passou a enfatizar que na nova aliança “a circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne” (Fp 3.3)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 6, 10 Maio, 2020]
- O maior álibi dos opositores de Paulo era justamente o fato de Paulo não ensinar a circuncisão. O tema central de Gálatas é a justificação pela fé, onde aparece uma forte defesa dessa doutrina, tanto teológica (caps. 3—4) quanto prática (caps. 5—6). Os falsos mestres – os judaizantes que Paulo chama de ‘maus obreiros’ - ensinavam que era necessário ao convertido passar por alguns ritos e observar preceitos da Lei, e como Paulo não pregava esse evangelho falso, foi duramente perseguido e caluniado.
- Aqueles judaizantes orgulhavam-se de ser obreiros da justiça. Não obstante, Paulo descreveu suas obras como más, visto que o pior tipo de iniqüidade é qualquer tentativa de agradar a Deus por meio de esforços próprios e desviar a atenção da redenção consumada de Cristo. Eles, de fato, eram portadores de uma falsa circuncisão. Ironicamente, a circuncisão dos judaizantes não era um símbolo espiritual; tratava-se, meramente, de uma mutilação física (Cl 5.12). O verdadeiro povo de Deus não possui, meramente, um símbolo da necessidade de um coração limpo (Gn 17.11); eles, na verdade, foram purificados do pecado por Deus (Rm 2.25-29).
- A primeira característica usada por Paulo para definir um verdadeiro cristão é que nós ‘adoramos a Deus no Espírito’(Fp 3.3). O verdadeiro cristão confere todo crédito pelo que ele é a Cristo (Rm 15.17; ICo 1.31; 2Co 10.17), e não confia na carne; Por "carne", Paulo está se referindo à humanidade não redimida do ser humano, às suas próprias habilidades e realizações à parte de Deus (Rm 7.5). Os judeus colocavam a sua confiança no fato de serem circuncidados, em serem descendentes de Abraão e na realização de cerimônias exteriores e obrigações da lei mosaica — coisas que não poderiam salvá-los (Rm 3.20; Cl 5.1-12). O verdadeiro cristão vê sua carne (natureza) como pecaminosa, sem qualquer capacidade de merecer a salvação ou de agradar a Deus.

II - ESTRANHOS AO CONCERTO DA
PROMESSA
||Nessa parte, o apóstolo Paulo aponta a situação dos gentios: “Naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa” (2.12).
1. Uma vida sem Cristo. Ao descrever a história passada dos gentios, o apóstolo traz à memória que “naquele tempo”, isto é, antes da regeneração, eles viviam imersos no paganismo e, portanto, “sem Cristo”. Isso indica que a religiosidade dos gentios era incapaz de inseri-los na promessa messiânica de salvação (Jo 4.22). Também significa que eles desconheciam a Cristo, como também eram indiferentes às promessas acerca dEle e de sua obra (Hb 8.8-10)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 6, 10 Maio, 2020]
- Ao comentar esse subtópico, faz-se necessário esclarecer ‘a história passada dos gentios’ se refere aos gentios convertidos, como está escrito, pode induzir ao entendimento de que se refira aos gentios em geral. Essa ainda é a situação daqueles que não foram alcançados pela salvação por meio da fé em Cristo Jesus.
- Dos dois tipos de separação que os gentios experimentaram, a primeira era social, e a outra, a mais significativa separação, era a espiritual porque os gentios, como um povo, estavam separados de Deus.
- “Agora, Paulo resume essa falência espiritual dos gentios em cinco frases descritivas e negativas.
Eles estavam sem Cristo. Eles estavam separados de Cristo, sem nenhuma relação com o Messias. Enquanto os judeus aguardavam o Messias, eles não o aguardavam nem sabiam nada sobre ele. Os efésios adoravam a Diana em vez de adorar a Cristo. Eles viviam imersos numa imensa escuridão espiritual.” (LOPES. Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo / Hernandes Dias Lopes. — São Paulo: Hagnos, 2009. P. 63)
||2. Separados da comunidade de Israel. Ainda no versículo 12 o apóstolo salienta a desvantagem de os gentios não pertencerem à comunidade de Israel (2.12). Eles estavam excluídos não só dos símbolos externos, mas também não faziam parte do povo escolhido, e, consequentemente, não podiam usufruir dos privilégios da aliança de Abraão (Rm 9.4). A constatação cruel era a de que Deus não havia se revelado aos gentios, pois a chamada divina fora feita somente a Abraão e a sua descendência (Gn 17.17). Nessa perspectiva, a lei e as promessas pertenciam somente aos judeus e, desse modo, os gentios estavam fora do alcance das bênçãos prometidas a Abraão, a Isaque e a Jacó (Mt 22.32). Entretanto, o que os gentios precisavam saber era que por meio de Cristo, eles também se tornariam descendência de Abraão (Gl 3.29)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 6, 10 Maio, 2020]
- Eles estavam separados da comunidade de Israel. Os gentios permaneciam fora do círculo daqueles que adoravam o Deus verdadeiro. Deus havia chamado a Israel e lhe dado sua lei e suas bênçãos. O que deve ficar claro aqui é que as promessas de Deus não eram exclusivas de Israel somente, mas todos poderiam se achegar ao Deus único e verdadeiro que se auto-revelou a Israel. Então, havia uma maneira pela qual os gentios poderiam experimentar as promessas da Aliança: se fazer um prosélito. Os gentios eram estranhos às alianças da promessa por que essas alianças foram os acordos relativos à promessa do Messias feitas a Abraão e aos seus descendentes. Os gentios eram estranhos e estrangeiros. Não havia alianças com eles.
||3. Alienados aos pactos das promessas. Uma vez separados da comunidade de Israel, os gentios desconheciam totalmente os vários pactos que Deus estabelecera com os patriarcas israelitas. Esses pactos giravam em torno da grande promessa do advento do Messias (At 13.32-37). Dentre eles: o “pacto abraâmico” (Gn 12.1-3), o “pacto mosaico” (Dt 28.1-14) e o “pacto davídico” (2 Sm 7.13-16). Esses pactos eram reiterações da promessa messiânica. Os gentios não tinham noção deles e, por conseguinte, estavam alienados de qualquer promessa ou esperança messiânica. Agora, uma vez regenerados em Cristo, é revelada a grandeza do amor divino. De alienados da promessa, por meio do sangue de Jesus, os gentios tornaram-se herdeiros da maravilhosa promessa (Gl 3.29)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 6, 10 Maio, 2020]
- Este gentios estavam sem os privilégios e promessas que Deus tinha revelado a Israel (Is 55.11; Jr 32.42). No entanto, é bom frisar que, como Paulo explicou em Romanos 9.6, ‘nem todos os de Israel são... israelitas’, isto é, nem todos os descendentes naturais de Abraão são verdadeiros, herdeiros da promessa. Para ilustrar esta verdade, Paulo lembra a seus leitores que até mesmo as promessas de raça e nação feitas a Abraão não foram feitas a todos os descendentes naturais dele, mas apenas para aqueles vindos por intermédio de Isaque (Gn 21.12). Somente os descendentes de Isaque podem, verdadeiramente, ser chamados de filhos de Abraão, herdeiros das promessas de raça e nação (Gn 17,19-21). O que Paulo está ensinando é que assim como nem todos os descendentes de Abraão pertenciam ao povo natural de Deus — ou ao Israel nacional — nem todos aqueles que são filhos verdadeiros de Abraão, por intermédio de Isaque, são o povo espiritual de Deus e desfrutam das promessas feitas aos filhos espirituais de Abraão (Rm 4.6,11; 11.3-4). A exemplo disso, os outros filhos de Abraão com Agar e Quetura não foram escolhidos para receber as promessas quanto à nação feitas a ele (Gn 17.19-21).
- “Os gentios não tinham esperança de uma vitória sobre a morte (iTs 4.13-18). O futuro dos gentios era como uma noite sem estrelas.126 O mundo gentio entregava-se ao prazer desbragado, ora por não crer na eternidade (Epicureus), ora por viver esmagado pelo fatalismo (estoicos). Os gentios viviam sem Deus no mundo. Quem não tem Deus não tem esperança. Embora Paulo tenha usado a palavra grega atheoi, não devemos concluir que os gentios eram ateus. Eles tinham muitos deuses (Atos 17.16-23; ICo 8.5), mas não conheciam o Deus verdadeiro nem tinham relação alguma com ele (ICo 8.4-6).127 Seus deuses eram vingativos e caprichosos. Eles viviam sob o tacão das ameaças e debaixo da ditadura do medo. Eles não conheciam o Deus criador, sustentador, redentor e consolador. Curtis Vaughan diz corretamente que olhar para o futuro sem esperança já é algo terrível; mas não ter no coração a fé em Deus é inexprimivelmente trágico.” (LOPES. Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo / Hernandes Dias Lopes. — São Paulo: Hagnos, 2009. P. 64)

III - SEM ESPERANÇA E SEM DEUS
||Agora Paulo passa a descrever a situação dos gentios que viviam “não tendo esperança e sem Deus no mundo” (2.12).
1. Desprovidos de esperança. A palavra esperança traz a ideia de “confiança” e, nas Escrituras, o seu principal uso está ligado à confiança nas promessas divinas (Sl 130.5; Jr 17.7). Podemos afirmar que os gentios eram desprovidos dessa esperança por causa de parte da filosofia grega, que descartava a possibilidade de uma vida além-túmulo (At 17.18,32), e que, consequentemente, pudesse ser ditosa. Além dessa questão, embora Deus tivesse decretado incluir os gentios no plano da salvação, eles mesmos ignoravam essa promessa, e, por isso, não tinham em que sustentar qualquer esperança (1 Co 9.10). Como a esperança é a âncora para a alma, os gentios desprovidos dela padeciam de medo e incertezas (Hb 6.18,19; 2 Co 7.10). Por conseguinte, a falta de esperança e de paz revelava a ausência de Deus||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 6, 10 Maio, 2020]
- Eles não tinham "esperança" porque não haviam recebido nenhuma promessa divina. Eles estavam "sem Deus no mundo". Embora os gentios tivessem muitos deuses, não reconheciam o verdadeiro Deus porque não o queriam (Rm 1.18-26).
- “Os gentios estavam sem esperança e sem Deus no mundo. A gente fala freqüentemente dos gregos como do povo mais esplendoroso da história; mas no fundo de tudo havia uma melancolia grega e se vivia uma espécie de desespero essencial. Isto era assim dos longínquos tempos do Homero. Na Ilíada (6:146-143) quando Glauco e Diomedes se enfrentam em combate singular, antes de trançar-se em luta Diomedes quer conhecer a linhagem de Glauco, quem responde: "Por que me pergunta sobre minha geração? Tal como as gerações das folhas são as gerações humanas; as folhas que foram arrastadas sobre a terra pelos ventos e os bosques voltem a brotar ao aproximar-se a primavera. Assim são as gerações humanas: uma nasce e outra termina". É verdade que os gentios viviam sem esperança porque estavam sem Deus. Israel pelo contrário manteve sempre uma esperança luminosa e radiante em Deus, que brilhou com claridade e em forma inextinguível até nos dias mais terríveis e escuros. O gentio enquanto isso experimentava em seu coração o desespero antes que Cristo viesse para dar-lhe esperança em sua desesperança.” Efésios (William Barclay), p. 59, 60.
||2. Sem Deus no mundo. A expressão “sem Deus” não significa que os gentios não serviam ou não acreditavam numa divindade (1 Co 8.4; Gl 4.8). Ao contrário, eles eram politeístas e idólatras, pois acreditavam e adoravam a muitos “deuses”. Assim, por meio de seu paganismo, estavam alienados do Deus que havia se revelado a Israel (Êx 19.1-16). Isso significa dizer que suas vidas eram regidas pela falsa ideia de divindades pagãs que as mantinham escravizadas em densas trevas espirituais. Trata-se de uma descrição de um quadro calamitoso. Entretanto, e felizmente, esse quadro foi alterado pela intervenção dos desígnios eternos do verdadeiro Deus (Jo 17.3)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 6, 10 Maio, 2020]
- “Os gentios viviam sem Deus no mundo. Quem não tem Deus não tem esperança. Embora Paulo tenha usado a palavra grega atheoi, não devemos concluir que os gentios eram ateus. Eles tinham muitos deuses (Atos 17.16-23; ICo 8.5), mas não conheciam o Deus verdadeiro nem tinham relação alguma com ele (ICo 8.4-6). Seus deuses eram vingativos e caprichosos. Eles viviam sob o tacão das ameaças e debaixo da ditadura do medo. Eles não conheciam o Deus criador, sustentador, redentor e consolador. Curtis Vaughan diz corretamente que olhar para o futuro sem esperança já é algo terrível; mas não ter no coração a fé em Deus é inexprimivelmente trágico” (LOPES. Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo / Hernandes Dias Lopes. — São Paulo: Hagnos, 2009. P. 63 e 64)
CONCLUSÃO
||Noutro tempo éramos incircuncisos e estávamos excluídos da aliança com Deus. Separados de Cristo e de Israel vivíamos alienados ao concerto da promessa, desesperançados e longe de Deus. Um dia, porém, a magnitude do amor divino circuncidou os nossos corações, aproximou-nos de Cristo e de Israel, incluiu-nos na esperança da promessa e revelou a nós o único e verdadeiro Deus. Bendito seja o seu santo nome para sempre!||[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 6, 10 Maio, 2020]
- Em Efésios Paulo ensina sobre a graciosa intervenção de Deus em favor de pecadores perdidos. Somos redimidos por quatro atividades que Deus realizou em nosso favor, salvando-nos das consequências dos nossos pecados. Deus oferece vida aos mortos, libertação aos cativos e perdão aos condenados. Paulo, agora, contrasta o que somos por natureza com o que somos pela graça, a condição humana com a compaixão divina, a ira de Deus com o amor de Deus.
Pb Francisco Barbosa