ANO 11 | Nr 1.378 | 2020
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS - 2º Trimestre de 2020
Título: A Igreja Eleita - Redimida Pelo Sangue de
Cristo e Selada com o Espírito Santo da Promessa.
Comentarista:Douglas Baptista
LIÇÃO 2
12 DE ABRIL DE 2020
A SUBLIMIDADE DAS
BÊNÇÃOS ESPIRITUAIS EM CRISTO
TEXTO ÁUREO
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o
qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo.”
(Ef 1.3)
VERDADE PRÁTICA
Deus nos elegeu em Cristo antes da fundação do mundo
para que desfrutássemos das bênçãos espirituais.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 1.3,4,
9-14
INTRODUÇÃO
||Nesta lição vamos
abordar a grandeza, a excelência e a perfeição do projeto divino para conceder
bênçãos espirituais aos seus escolhidos. Desde a eternidade, aprouve a Deus
executar um plano de restauração e reconciliação com a humanidade caída. Por
isso que, na Carta, o apóstolo Paulo se mostra profundamente agradecido pela
revelação do mistério que estivera oculto desde todos os tempos. Ele nos
convida a louvar e a glorificar a Deus pela sua bondade e misericórdia para com
todos os pecadores||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre
2020. Lição 2, 12 Abril, 2020]
- A Leitura
Bíblica em Classe base para esta lição descreve o plano principal de Deus para a
salvação no que diz respeito ao passado (a eleição, vs. 3-6a), ao presente (a
redenção, vs. 6b-l 1) e ao futuro (a herança, vs. 12-14). Pode ser vista também
como enfatizando o Pai (vs. 3-6), o Filho (vs. 7-12) e o Espírito (vs. 13-16). Paulo
escreve essa carta para falar que a igreja é um povo muito abençoado. Ao focar
sua atenção nessas bênçãos superlativas, o apóstolo prorrompe em bendita doxologia,
dizendo: “Bendito seja o Deus e Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo”. De acordo com Westcott, essa passagem (Ef
1.3-14) é “um salmo de louvor pela redenção e consumação das coisas criadas,
cumpridas em Cristo peio Espírito segundo o propósito eterno de Deus” (Westcott,
B. F. St. Paul’s Epistle to the Ephesians. Grand Rapids, MI: William B.
Eerdmans Publishing Company, 1950, p. 4.). William Barclay afirma que, “Em grego a longa passagem que vai do
versículo 3 ao 14 é uma só oração. É tão longa e tão complicada porque
representa nem tanto o enunciado de um raciocínio como um lírico canto de
louvor. A mente de Paulo avança, não porque esteja pensando logicamente, mas
sim porque os dons e as maravilhas de Deus desfilam perante seus olhos e
penetram em sua mente” (O NOVO TESTAMENTO Comentado por William
Barclay. p. 24). Vamos pensar
maduramente a nossa fé cristã?
I – A NOVA POSIÇÃO EM CRISTO
||No passado
estávamos perdidos e condenados à morte eterna, mas por sua infinita graça,
Deus nos outorgou em Cristo o privilégio da salvação.
1. A Doxologia. Após expor os versículos de abertura da Epístola
(1.1,2), o apóstolo Paulo apresenta uma sequência de texto que se caracteriza
pela verdadeira adoração e bondade ativa de Deus (1.3-14). Ele começa pela
frase “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” (v.3), onde “bendito”
significa “digno de louvor”. O apóstolo dá sequência até o versículo 14 por
meio de um maravilhoso tributo ao Eterno e suas muitas bênçãos concedidas aos homens.
Nesse trecho bíblico trata-se de um hino teológico de gratidão, caracterizado pela
repetição do seguinte refrão: “Para louvor e glória da sua graça” (v.6) ou
“para louvor da sua glória” (vv.12,14). Aquele ao qual devemos adorar está
identificado na expressão “Deus e Pai de Jesus Cristo”, uma clara referência à
Santíssima Trindade com ênfase na natureza divina de Jesus, seu Filho||.[Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 2, 12 Abril, 2020]
- Bendito deriva da mesma palavra grega
para "elogio", que quer dizer louvar ou recomendar. Essa é a suprema
obrigação de todas as criaturas. O propósito último da salvação é a glória de Deus
(Fp 2.13; 2Ts 1,11-12). No Novo Testamento, a palavra grega eulogetos, “bendito”, é usada somente com referência a Deus. Só ele é digno de
ser bendito. Os homens são benditos quando recebem suas bênçãos; Deus é bendito
quando é louvado por tudo o que gratuitamente confere ao homem e ao seu mundo.
Aqui podemos destacar três verdades: 1ª. A fonte de nossas bênçãos: Deus, o
Pai, nos faz ricos em Jesus Cristo; 2ª. A natureza de nossas bênçãos: nós temos
toda sorte de bênção espiritual, e 3ª. A esfera das bênçãos: “Nas regiões
celestiais em Cristo”.
||2. As bênçãos
espirituais. Obviamente que as
bênçãos espirituais não são materiais, mas provenientes dos “lugares
celestiais”, isto é, do reino espiritual. Essas bênçãos são mencionadas na
longa passagem de Efésios (1.3-14), tais como: Deus nos elegeu para sermos santos
(1.4); predestinou-nos para sermos filhos (1.5); nos fez agradáveis para si (1.6);
remiu-nos por meio do sangue de Cristo (1.7); acolheu-nos por sua vontade redentora
(1.8-12); revelou-nos a Palavra da verdade (1.13a); selou-nos com o Espírito Santo
da promessa (1.13b); ainda garantiu a validade da promessa (1.14). Tais bênçãos
provêm de Deus, que planejou a redenção; do Filho, que a realizou; e do
Espírito Santo, que a garante. Essas bênçãos nos conduzem a exclamar como Paulo:
“Bendito Seja Deus!”||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre
2020. Lição 2, 12 Abril, 2020]
- Em sua graça
providencial, Deus já deu aos cristãos toda sorte de bênçãos (Rm 8.28; Cl 2.10;
Tg 1.17; 2Pe 1.3). "Espiritual" não se refere às bênçãos não materiais
como contrárias às materiais, mas à obra de Deus, o qual é a fonte divina e
espiritual de todas as bênçãos. “nas
regiões celestiais” diz respeito à esfera do domínio completo e celestial
de Deus, do qual provem todas as bênçãos. Todas as bênçãos elencadas são “Em Cristo”; As bênçãos superabundantes de
Deus pertencem somente aos cristãos que são seus filhos pela fé em Cristo, de
modo que o que ele tem pertence a eles — incluindo a sua justiça, os seus
recursos, os seus privilégios, a sua posição e o sou poder (Rm 8.16-17).
||3. A nova
condição. A expressão “em
Cristo” significa que somos abençoados com toda bênção espiritual, a partir de
Sua pessoa e obra realizada no calvário (Jo 1.3; Hb 5.9; 9.12); relaciona-se
ainda com a nossa experiência de conversão a Ele (2 Co 5.17). Essa nova vida é
conferida somente para quem está “em Cristo”, isto é, o oposto da antiga vida
“em Adão” escravizada pelo pecado (Rm 5.11-15). Desse modo, não andamos mais em
trevas, mas como filhos da luz (Rm 5.8). Portanto, nossa nova posição é
caracterizada pela salvação “em Cristo” e, por isso, desfrutamos de todos os
benefícios advindos dessa redenção||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre
2020. Lição 2, 12 Abril, 2020]
- A nossa vida
está “em” Cristo, em união com Ele,
para ser vivida na harmonia prática que esta relação gera e implica. No Céu
(regiões celestiais) – Estamos em Cristo (Ef 1.3); Na terra – Cristo está em
nós (1Co 1.30; 3.22,23; 2Co 2.14).
- “Gálatas 3:26-28 nos dá uma compreensão da frase
"em Cristo" e o que significa. "Pois todos vós sois filhos de
Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em
Cristo de Cristo vos revestistes. Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem
escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo
Jesus." Paulo está falando com os cristãos na Galácia, lembrando-lhes de
sua nova identidade desde que colocaram sua fé em Jesus Cristo. Ser
"batizado em Cristo" significa que se identificam com Cristo, tendo
deixado suas velhas vidas pecaminosas e recebendo plenamente a nova vida em
Cristo (Marcos 8:34, Lucas 9:23). Quando respondemos à atração do Espírito
Santo, Ele "nos batiza" na família de Deus. 1 Coríntios 12:13 diz:
"Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer
judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber
de um só Espírito." Vários lugares da Escritura se referem ao crente
estando "em Cristo" (1 Pedro 5:14; Filipenses 1:1, Romanos 8:1).” (gotquestions)
II - UMA VIDA CRISTOCÊNTRICA NESTE MUNDO
||Embora o pecado
tenha adentrado ao mundo, Deus projetou a primazia de Cristo na remissão dos
pecadores e na restauração de todas as coisas para o louvor de Sua glória.
1. A revelação do
mistério. A frase “descobrindo-nos
o mistério da sua vontade” (1.9) sinaliza a revelação da verdade que estava
oculta aos santos de Deus (Cl 1.26). Essa verdade diz respeito aos decretos
eternos que Deus planejara, por sua soberana vontade, com o propósito de salvar
os pecadores (Jo 3.16). Essa vontade divina é revelada segundo o seu
beneplácito, isto é, de acordo com o que Lhe agrada fazer por amor e
misericórdia (Rm 9.15,16; 11.32). Sua vontade foi executada conforme o seu
desígnio por intermédio de Cristo para que o Filho em tudo tivesse a preeminência
(Cl 1.16-20)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre
2020. Lição 2, 12 Abril, 2020]
- do mistério.
No Novo Testamento, essa palavra não tem a sua conotação atual, ao contrário,
refere-se a algo escondido em épocas passadas, mas que foi dado a conhecer
agora (1Co 4.1; Ef 5.32; 6.19; Cl 1.25-26; 1Tm 3.9,16). O mistério mais comum
no Novo Testamento é que Deus concederia salvação aos gentios, bem como aos
judeus (Ef 3.3-9). Essa palavra é usada para referir-se à verdade do Novo
Testamento não revelada anteriormente. William Barclay cai dizer que “Este mistério consistia em que o evangelho
estava aberto também aos gentios. Aqui radicava o grande segredo de Deus. Até
Jesus chegar tinha parecido que os judeus eram o povo escolhido de Deus. Agora
Deus tinha revelado que seu amor e seu cuidado, sua graça, sua misericórdia, as
boas novas de Deus, estavam destinados não só aos judeus, mas também a todo
mundo”. (O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay. p. 32)
||2. A plenitude dos
tempos. Paulo revela que
o plano divino é fazer convergir em Cristo todas as coisas (1.10). Isso inclui
tudo o que foi criado por Cristo, para Cristo e o que subsiste em Cristo (Jo
1.1-3; Hb 1.2,3). Implica dizer que todo o universo, céus e terra estarão submissos
a autoridade e soberania de Cristo (Rm 14.11; 2 Co 10.5). Nesse sentido, a
ruptura provocada pelo pecado de Adão é restaurada completamente em Cristo.
Essa declaração não tem conotação universalista, a idéia de que no fim todos
serão salvos, mas que finalmente tudo será como Deus planejou: Cristo a cabeça
da Igreja e também a cabeça do Universo (1.21-23). A dispensação ou a
administração desse plano será na plenitude dos tempos (1.10). Aqui, a palavra
grega para “tempos” não é chronos, que traz uma ideia de cronologia, mas
kairos, que se refere ao tempo divino previamente determinado para que todas as
coisas estejam sob o domínio de Cristo (At 1.7)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre
2020. Lição 2, 12 Abril, 2020]
-No final da
história deste mundo, Deus reunirá os cristãos no reino milenar, que Paulo
denomina aqui de "dispensação da
plenitude dos tempos", que significa o final da História (Ap 20.1-6).
Depois disso, Deus reunirá todas as coisas com ele mesmo na eternidade e o novo
céu e a nova terra serão criados (Ap 21,1ss). O novo universo será totalmente
unificado sob Cristo (1Co 15.27-28; Fp 2.10-11). Hernandes Dias Lopes citando
John Stott (A mensagem de Efésios, p.
20,21), diz: “O plano de Deus para a
plenitude dos tempos, quando o tempo voltar a fundir-se na eternidade, é fazer
convergir nele (em Cristo) todas as coisas, tanto as do céu como as da terra
(1.10). No tempo presente, ainda há discórdia no Universo, mas, na plenitude do
tempo, esta cessará, e aquela unidade pela qual ansiamos virá com o domínio de
Jesus Cristo”. (Lopes, Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva
gloriosa de Cristo — São Paulo: Hagnos, 2009. p. 29). Encerrando essa
discussão, William Barclay afirma que “Acontece
que estamos vivendo numa época em que os homens perderam a fé em que este mundo
tenha algum sentido. Mas o cristão tem fé em que neste mundo está-se
desenvolvendo o propósito divino; e Paulo tem a convicção de que esse propósito
é que um dia todas as coisas e todos os homens cheguem a ser uma família em
Cristo. Paulo vê que toda a história esteve partindo neste sentido. Em seu
conceito, este segredo, este mistério, não foi captado até que veio Jesus. E —
segundo Paulo — a Igreja tem a grande missão de realizar esse desígnio de
unidade que é o propósito divino revelado em Jesus Cristo” (O NOVO
TESTAMENTO Comentado por William Barclay. p. 34). “Assim, a grande surpresa foi a descoberta que, no plano divino, tanto
judeus quanto gentios desfrutam das mesmas bênçãos celestiais (Ef 3.6), e o impacto
mais surpreendente foi saber que Deus projetara reconciliar ambos os povos —
judeus e gentios formando um único povo, a Igreja (2.1-22)”. (BAPTISTA,
Douglas. A IGREJA ELEITA – Redimida pelo Sangue de Cristo e Selada com o
Espírito Santo da Promessa. CPAD, 1ª edição, 2020. p. 29).
||3. Louvor da sua
glória. O apóstolo enfatiza
que as bênçãos são destinadas aos crentes judeus e gentios – a Igreja. Paulo
muda do pronome “nós” (ele e os judeus) para o “também vós” (os gentios),
indicando que em Cristo os crentes de ambos os povos são herdeiros da promessa
(1.11-13). Ele ratifica igualmente que o propósito da eleição não é outro senão
louvar e glorificar a Deus (1.12,14). Isso assinala não somente adorá-Lo com
palavras e ações, mas também levar outros a fazer o mesmo (1 Pe 2.12). Por
conseguinte, tudo o que somos, fazemos ou possuímos vem de Deus, pois começa na
Sua vontade e culmina na Sua glória (At 17.28)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre
2020. Lição 2, 12 Abril, 2020]
- Cristo é a
fonte da herança divina do cristão, a qual é tão certa que é mencionada como se
já tivesse sido recebida (1Co 3.22-23; 2Pe 1.3-4). A glória de Deus é o supremo
propósito da redenção. Em Cristo, temos uma linda herança (1Pe 1.1- 4) e também
somos uma herança.
III - O ESPÍRITO SANTO, PENHOR DA NOSSA HERANÇA
||O Espírito Santo
desempenha importante papel no plano de salvação idealizado por Deus Pai.
1. O selo do
Espírito Santo. Aquele que ouve a
Palavra de Deus – o Evangelho da Salvação – e que por meio da fé, se rende a
Cristo, recebe o selo do Espírito Santo no momento da conversão (Tt 3.5-7). Nos
tempos bíblicos, o selo era usado como sinal de propriedade e posse pessoal. Ao
conceder o Espírito Santo ao crente, Deus identifica os que pertencem a Cristo,
pois o Espírito testifica daqueles que são filhos de Deus (Rm 8.9,15,16) e o
Maligno não lhes toca (1 Jo 5.18). Assim, a terceira pessoa da Santíssima Trindade
tem o papel fundamental de regenerar, purificar e santificar o pecador (1 Co
6.11). Ele é quem convence o ser humano do pecado, da justiça e do juízo (Jo
16.7,8); e que também produz no crente o verdadeiro relacionamento com Deus por
meio do fruto do Espírito (Gl 5.22,23)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre
2020. Lição 2, 12 Abril, 2020]
- O Espírito
Santo é referido como o "penhor", "selo" e "garantia"
no coração dos cristãos (2Co 1.22; 5.5, Ef 1.13-14; 4.30). Um selo é aquilo que
transmite autoridade, ou estabelece a autenticidade, a validade, e veracidade
de um documento ou de uma declaração. No mundo antigo, quando se despachava um
vulto, uma cesta ou um pacote, era selado como garantia de que procedia do
remetente e que estava intacto. O selo indicava de onde procedia o pacote e a
quem pertencia. O Espírito Santo é o selo de Deus sobre o Seu povo, a Sua
reivindicação sobre nós como pertencentes a Ele. É o Espírito Santo aquele que
conduz o homem ao conhecimento de Deus; aquele que o capacita para enfrentar a
vida e não desfalecer; aquele que lhe diz o que deve fazer e lhe dá forças para
fazê-lo. O Espírito Santo nos mostra a vontade de Deus e nos capacita a
realizá-la.
- Relativo à
citação “e o Maligno não lhes toca (1 Jo 5.18)”, uma vez que
o cristão pertence a Deus, Satanás deve operar dentro da soberania de Deus e
não pode ir além do que Deus permite, como no exemplo de Jó (Jó 2.5; Rm 16.20).
Embora Satanás possa perseguir, tentar, provar e acusar o cristão, Deus protege
seus filhos e estabelece limites definidos para a influência ou poder de
Satanás (2.13; Jo 10.28; 17.12-15).
- O Espírito
produz o fruto (atitudes piedosas que caracterizam a vida somente daqueles que
pertencem a Deus pela fé em Cristo e possuem o Espírito de Deus) que consiste de
nove características ou atitudes as quais estão, de modo insolúvel, ligadas
umas às outras e são ordenadas aos cristãos ao longo de todo o Novo Testamento.
||2. O penhor da
nossa herança. O termo grego
arrabon pode ser traduzido como “depósito”, “penhor”, “garantia” ou ainda
“primeira parcela” (1.14). A palavra tem origem semítica e era usada nas transações
comerciais para assegurar o preço ou garantir o pagamento de algo. Paulo ensina
que o Espírito Santo é o depósito que garante a nossa herança em Cristo (2 Co
1.21,22). Tudo isso significa que aquele que tem o selo do Espírito Santo tem a
salvação garantida (1.14). Isso não quer dizer que o crente está salvo para
sempre, independente de sua conduta, mas que a redenção está validada aos
eleitos em Cristo que permanecem fiéis (Mt 24.13)||.[Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 2, 12 Abril, 2020]
- O próprio
Espírito de Deus vem habitar no cristão, assegurar a sua salvação eterna e preservá-la.
Esse selo do qual Paulo fala diz respeito a uma marca oficial de identificação
colocada numa carta, num contrato ou em qualquer outro documento. Por meio
disso, esse documento estava, oficialmente, sob a autoridade da pessoa cujo
timbre estava no selo. O selo expressa quatro verdades principais: 1) segurança
(Dn 6.17; Mt 27.62-66); 2) autenticidade (1Rs 21.6-16); 3) domínio (Jr 32.10); e
4) autoridade (Et 8.8-12). O Espírito Santo é dado por Deus como garantia da
herança futura do cristão em glória (2Co 1.21). William Barclay diz que, “no grego clássico, arrabon significava o
sinal em dinheiro que um comerciante tinha de depositar com antecedência ao
fechar um contrato, dinheiro que perderia caso a operação não se consumasse”.
(Barclay, William. Palabras Griegas Del Nuevo Testamento). A
possessão do Espírito Santo é o selo e o sinal de que o homem pertence a Deus. A
experiência do Espírito Santo que temos neste mundo é uma antecipação das
alegrias e bênçãos do céu; e ao mesmo tempo é a garantia de que um dia
entraremos na plenitude do conhecimento, do poder e da alegria. É a garantia de
que algum dia entraremos na plena possessão da felicidade e a bem-aventurança
de Deus.
CONCLUSÃO
||Nessa porção da
Epístola aos Efésios o plano divino revelado resulta na reconciliação do ser
humano com Deus por meio de Cristo e na restauração de todas as coisas visíveis
e invisíveis. Ambos os propósitos devem redundar em louvor e glória ao Deus
Eterno. Na plenitude dos tempos todo o desígnio divino estará plenamente
executado.||[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre
2020. Lição 2, 12 Abril, 2020]
- Para
concluir, notemos que o penhor da nossa herança é o próprio Espírito Santo, e,
de forma muito interessante, a palavra grega usada para penhor também pode ser
usada para indicar um anel de noivado! Cristo é o Noivo, e a Igreja a noiva, o
Espírito Santo é o sinal, o pagamento antecipado para o casamento há muito
esperado entre os dois (Ap 19.7,8). Em Efésios, ficamos sabendo que nós, os
remidos do Senhor, somos descritos como bens do Senhor, que custaram o sangue
de Seu próprio Filho.
Pb Francisco
Barbosa
instagram.com/pbasssis/