TEMA: As Parábolas de Jesus – As Verdades e Princípios Divinos para uma
Vida Abundante
COMENTARISTA: Pr. Wagner Tadeu dos Santos Gaby
Lição 7
18 de Novembro de 2018
Perdoamos Porque Fomos
Perdoados
TEXTO ÁUREO
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VERDADE PRÁTICA
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"Assim vos fará
também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão,
as suas ofensas." (Mt 18.35)
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Assim como Deus nos
perdoa graciosamente, precisamos perdoar aqueles que nos ofendem.
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 18.21-35
21-
Então, Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu
irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?
22-
Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete.
23-
Por isso, o Reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer
contas com os seus servos;
24- e,
começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil
talentos.
25- E,
não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher, e seus
filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe
pagasse.
26-
Então, aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê
generoso para comigo, e tudo te pagarei.
27-
Então, o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe
a dívida.
28-Saindo,
porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem
dinheiros e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves.
29-
Então, o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê
generoso para comigo, e tudo te pagarei.
30-
Ele, porém, não quis; antes, foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a
dívida.
31-
Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito e foram
declarar ao seu senhor tudo o que se passara.
32-
Então, o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado,
perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste.
33-
Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também
tive misericórdia de ti?
34- E,
indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o
que devia.
35-Assim
vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu
irmão, as suas ofensas.
INTRODUÇÃO
“Essa parábola é uma daquelas que trata do
relacionamento entre os discípulos de Cristo, ou seja, como estes devem se
comportar no âmbito do Reino. Apesar de nossas Bíblias a intitularem de a
"parábola do credor incompassivo", o que ela ensina, de fato, é a
forma de lidar com a ofensa e com o perdão. Ela mostra a graça e, ao mesmo
tempo, a responsabilidade. Se, por um lado, Deus nos perdoa por intermédio de
sua infinita graça, por outro, temos a responsabilidade de perdoar aqueles que
nos ofendem. Há quem julgue ser esta uma das parábolas menos complexas entre as
que foram pronunciadas por Cristo. Ela acaba sendo contada por Jesus por causa
de uma pergunta de Pedro a respeito de quantas vezes devemos perdoar nosso
irmão, e termina dizendo como nosso Pai celestial fará conosco, ou seja, uma
vez que fomos perdoados, devemos da mesma forma perdoar todos aqueles que nos
ofendem.”(LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 7, 18 Nov 18).
A Parábola do Credor
Incompassivo, também conhecida como Servo Ingrato, Servo Impiedoso, Servo
Incompassivo ou Servo Mau, é uma Parábola que tem como foco o perdão, um dos
temas principais do Reino dos Céus. O tema principal dessa maravilhosa história
não é o perdão de Deus concedido ao homem (embora isso esteja presente), mas o
do homem em direção a outro homem. Esta parábola foi contada pelo Salvador em
resposta à uma pergunta de Pedro, sobre quantas vezes se deve perdoar a um
irmão. O Apóstolo Pedro pensava que seria suficiente perdoar por até sete
vezes. Em resposta, Pedro ouviu que
deve-se perdoar sempre, infinitamente. Entendemos pela parábola que as
nossas ofensas aos próximos, se comparadas à nossa dívida perante Deus, são tão
insignificantes quanto algumas moedas comparadas a um capital milionário.
Devemos ressaltar que o sentimento de estar ofendido é muito individual. Esta
parábola, que ocorre apenas em Mateus, é uma narrativa muito simples sobre a
necessidade de liberarmos perdão para aquele que nos ofendeu ou machucou. A
razão é simples: fomos alcançados pelo gracioso perdão de Deus. Note que Mateus
utiliza a designação Reino dos Céus- este é o jeito de Mateus falar Reino de
Deus sem usar o nome de Deus, pois ofenderia a sensibilidade de seu auditório
judeu (Mt 19.23-24). Este designativo se refere à igreja (Mt 16.18-19). Dito isto, vamos pensar maduramente a fé
cristã?
I – INTERPRETANDO A PARÁBOLA DO CREDOR
INCOMPREENSIVO
“1. A nova vida no Reino de Deus. O capítulo 18 de Mateus traz os ensinos de
Jesus sobre a conduta dos seus discípulos como membros da nova comunidade
trazida à existência por intermédio do recebimento de sua mensagem, os
discípulos do Reino de Deus. O Reino possui valores essencialmente diferentes
daqueles que caracterizam as instituições terrenas e as organizações desse
mundo. Lembre-se de que nesse reino os humildes são os verdadeiramente grandes
(Mt 18.1-4). No Reino de Deus, o "inferior" e mais
"apagado" súdito leal ao seu Rei possui valor imensurável. A suprema
ofensa na comunidade do Reino é quando os mais fortes e dominadores tornam a
caminhada de fé dos irmãos mais fracos e mais sensíveis, difícil (Mt 18.6,7).
De igual modo, mostrar desprezo pelos irmãos em Cristo é algo inaceitável
(18.10). Com o objetivo de solidificar ainda mais o ensino desse Reino, Jesus
fala sobre o perdão, e Pedro, admirado, faz a pergunta e o Senhor então conta a
parábola (vv.15-35). Ao longo da história da igreja, os intérpretes não
alegorizaram tanto esta parábola quanto o fizeram com as outras. A mensagem que
a parábola quer transmitir é unicamente o perdão de Deus e a obrigatoriedade
que os homens têm em perdoar em função de Deus já tê-los perdoado. Para
finalizar, ela adverte a respeito do juízo divino sobre aqueles que se negam a
fazê-lo.”(LB CPAD, 4º
Trim 2018, Lição 7, 18 Nov 18).
Já gozamos um quinhão
do Reino de Deus desde o momento que ingressamos no Corpo de Cristo mediante o
arrependimento e fé (Mc 1.15) e pelo novo nascimento (Jo 3.3,5). O Reino de
Deus não é físico nem geográfico nem político. Jesus disse para Pilatos: “O meu
Reino não é deste mundo”, mas está dentro de nós (Lc 17.21) e fala de uma
qualidade de vida (Rm 14.17) regida por justiça, paz e alegria no Espírito
Santo. Os súditos desse Reino são pessoas diferentes (Mt 5.1-12) – Pobres,
quebrantados, mansos, famintos de justiça, puros de coração, pacificadores,
misericordiosos. Sua justiça excede à dos escribas e fariseus (Mt 5.20). A
ponta da pirâmide neste Reino está invertida, o maior é o menor; o primeiro é
servo de todos. Neste reino, a máxima é o perdão, e Pedro sabe que deve perdoar
e que certamente precisará perdoar mais de uma vez, mas até quantas vezes? Qual
o limite? Então arrisca um número: “Até sete?” Não existe contas nesse quesito,
o dever é infinito, sendo esta a melhor resposta à misericórdia que nos foi
derramada. Perdão é algo que nos liberta, sara e nos permite andar na presença
de Deus. Onde não há perdão, não há cura, nem vida, nem alegria; tampouco
existe saúde emocional ou espiritual. Perdão é um tema importantíssimo pelo seu
poder terapêutico e libertador. Quando perdoamos, libertamos alguém e esse
alguém, descobrimos, somos nós mesmos. Não perdoar por sua vez, é seguir
acorrentado à outra pessoa, na expectativa do que de pior possa acontecer com
ela. Não vale a pena.
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“2. Perdão ilimitado. Pedro parece ter se incomodado a respeito do
que Jesus havia ensinado acerca do perdão no âmbito do Reino (18.15-20). A
pergunta do apóstolo parece simples, mas traz um pano de fundo judaico. Pedro
quer saber quantas vezes deve perdoar o irmão ofensor. Talvez tenha se sentido
generoso ao sugerir: "Até sete?" (v.2l). Na tradição rabínica, não se
exigia que alguém perdoasse mais do que três vezes. A resposta do Mestre
certamente perturbou a Pedro. Porém, é preciso lembrar-se de que Jesus está se
valendo de uma hipérbole, ou seja, não devemos entender tal "número"
num sentido matemático preciso. Jesus ensina a perdoar quantas vezes forem
necessárias, mas isso também deve ser feito de coração, isto é, devemos perdoar
com liberalidade e sinceridade.”(LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 7, 18 Nov 18).
“Os mestres judaicos (os rabinos) ensinavam a perdoar até
três vezes. Eles usavam a história de Israel, lembrando que Deus perdoara as
nações inimigas apenas três vezes (veja isso em Amós 1.3, 6, 9, 11 e 13). Ora,
se o próprio Deus perdoara apenas três vezes, diziam os mestres, por que ser
mais justo que ele e perdoar mais vezes que ele? Perdoar três vezes estava de
bom tamanho. Pedro resolveu “arrasar”: dobrou o número que os mestres rabinos
recomendavam e deu mais um de quebra: “até sete?”. Além disso, sete é um número simbólico, na
cultura do Oriente antigo, pois era o número de dias na semana. Era o número
que contava o tempo. Seu valor era mais que matemático, era simbólico. Na
mística judaica dava a idéia de algo completo, bem extenso. Pedro não apenas
excedeu o ensino dos mestres como mostrou que estava cheio de disposição para
perdoar. Mas Jesus sempre foi desconcertante. Deu uma resposta a Pedro que, por
certo, ele não esperava. Talvez Pedro pensasse que Jesus lhe diria: “Puxa,
Pedro, você está crescendo espiritualmente, rapaz! Estou orgulhoso de você!”,
mas não foi esta a palavra que Jesus deu. “Setenta vezes sete” ou, como pode
ser, em uma variante de tradução, “setenta e sete vezes”. A primeira
possibilidade é a mais aceita. Bem, setenta vezes sete dá quatrocentos e
noventa. É este o número de vezes que temos que perdoar? A expressão de Jesus é
mais que matemática. É teológica: Na cultura lingüística da época sugere um
número infinito de vezes. Nos escritos apócrifos, como no livro de Eclesiástico
(não confunda com o livro de Eclesiastes, que está em nossa Bíblia), tinha este
sentido, de um número ilimitado de vezes. Não há limites para o perdão que
devemos exercer. Porque nosso padrão não é o trato de Deus com as nações no
Antigo Testamento, mas é o ensino de Jesus, no Novo Testamento. Nós somos
cristãos, e não judeus. Consideremos que não há limites para o perdão que Deus
manifestou em Jesus. Quem foi perdoado deve perdoar. Tanto é assim que logo a
seguir ele conta a parábola do credor sem compaixão (18.23-35). Quem provou o
amor e perdão de Deus deve amar e perdoar os irmãos. João disse isso de maneira
bem clara: “Queridas amigas e amigos, se foi assim que Deus nos amou, então nós
devemos nos amar uns aos outros” (1Jo 4.11)” (ISALTINO).
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“3. Uma dívida impagável. Os servos de um rei eram oficiais de alta
posição a serviço do imperador. Alguns deles, muitas vezes, em determinadas
ocasiões emprestavam grandes somas de dinheiro do tesouro imperial. Nesta
parábola, a quantia mencionada por Jesus é, mais uma vez, deliberadamente dada
com exagero. É uma hipérbole que visa tornar mais nítido o contraste com a
segunda dívida - "cem dinheiros". É difícil achar um equivalente no
sistema monetário moderno, mas o Comentário Bíblico Beacon compara um talento
com cerca de "mil dólares americanos", sendo que "dez mil
talentos" (v.24), segundo o mesmo comentário, equivalem ao valor de
"dez milhões de dólares". Trata-se de uma dívida impagável. 0 que
Cristo quer ensinar é a completa falta de esperança de pagarmos o
incomensurável débito que geramos por causa dos nossos pe cados, até que eles
fossem perdoados gratuitamente por Deus, por intermédio da morte do Filho de
Deus na cruz do Calvário (Cl 4.13,14).”(LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 7, 18 Nov 18).
O termo grego nomisma, nomisma,
"moeda" ou "regra", é derivado de nomo, nomos,
"lei". É um nome genérico para o valor monetário básico indistinto.
Jesus referia-se ao objeto em si, a moeda, sem aludir ao nome que lhe
conferiria valor e distinção. Provavelmente era um denarion, o denário romano
e/ou o grego talenton, equivalia a 6.000 dracmas/denários, seu peso em prata
era de aproximadamente 21,6 Kg. O credor incompassivo de Mt 18.23-35, exige que
um de seus conservos pague-lhe o que deve, isto é, cem denários, que equivalia
a três meses e meio de trabalho. Não podendo, lançou-lhe na prisão.
Sobressai-se aqui a sua falta de misericórdia em contraste com o perdão que lhe
fora dado por parte do rei, pois devia-lhe a exorbitância de dez mil talentos
(v. 24) ou 60 milhões de denários, algo simplesmente impossível de pagar, pois
iria muitíssimo além do que o curto período da vida humana poderia ganhar,
necessitando de um perdão incondicional e total do rei. Ele devia 60 milhões de
denários, foi perdoado. Seu conservo lhe devia 100 denários e foi lançado na
prisão por este ingrato servo sem a menor compaixão.
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“4. A recusa em perdoar. Ao voltar-se para o segundo quadro da
parábola, Jesus diz que um homem, conservo com aquele cujo débito era
impagável, devia "cem dinheiros" ao servo cuja dívida exorbitante
junto ao rei fora perdoada (v.27). "Cem dinheiros" ou "cem
denários" era uma moeda romana. Mais uma vez o Comentário Bíblico Beacon
faz uma atualização dizendo que o valor equivalia a cerca de "vinte
dólares americanos", ou seja, "uma soma insignificante comparada
àquela que o oficial da corte devia ao rei". Contudo, aquele que teve sua
dívida perdoada agora resolve ser absolutamente incompreensivo. Recusa-se a dar
um prazo para que o homem pudesse quitar a dívida e ainda mandou que o seu
servo fosse lançado na prisão (vv.28-30). Os demais servos, ao sentirem-se
revoltados pela atitude injusta do credor incompreensivo, levaram o assunto até
o conhecimento do rei (v.3l). O credor acaba então recebendo o castigo que
merece (vv.32-34). Jesus termina com a advertência de que Deus fará o mesmo
quando não perdoarmos cada um de nossos irmãos que nos ofendem (v.35).”(LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 7, 18 Nov 18).
Todos os seres humanos que nascem
debaixo do sol são devedores a Deus. Se ele nos chamar para acertar as contas,
ninguém ficará de fora. Pior ainda é saber que não temos como pagar nossa
dívida. Ela é grandiosa demais. Jesus fez uso de uma hipérbole ao falar sobre a
dívida desse homem. Dez mil talentos era uma dívida assustadora. Se formos
entregues a nós mesmos nossa sorte seria a perdição eterna. Não há nada que
possamos fazer para mudar isso. Nenhum ser humano, nenhum de nós jamais podería
saldar nossa dívida para com Deus porque não há justiça em nós. A nossa única
garantia de ingresso no céu é a obra de Jesus Cristo. Somos seres falidos moral
e espiritualmente. Ainda que consigamos evitar muitos pecados grosseiros, o
fato é que um único que cometêssemos nos levaria para o Inferno.
II – EM CRISTO, DEUS PAGOU AS NOSSAS
DÍVIDAS
“1. Nossa dívida impagável. A Palavra de Deus deixa claro que o salário
do pecado é a morte (Rm 6.23) e, do mesmo modo, ela ensina que todos somos
pecadores (Rm 3.23). É bom Lembrarmos que até mesmo nós, os que servimos a
Cristo, outrora éramos mortos em delitos e pecados (Ef 2.1). É justamente por
causa de nossos delitos e pecados que contraímos uma dívida impagável. Assim
como aquele servo que devia dez mil talentos, nós não poderíamos pagar nossa
dívida para com Deus. Essa dívida exigia um sacrifício de sangue, pois sem
derramamento de sangue não há remissão de pecados (Hb 9.22). A única forma de
pagarmos nossa dívida seria com o derramamento de sangue e, isso, exigiria a
nossa própria vida. Portanto, nossa dívida para com Deus é impagável.”(LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 7, 18 Nov 18).
Como já discorri no
tópico I, o tema principal dessa maravilhosa história é o perdão, não o de Deus
concedido ao homem, embora isso esteja presente, mas o do homem em direção a
outro homem. Mas analisando o valor da nossa dívida para com Deus e a
impossibilidade de pagarmos, resume-se que:
- A penalidade
infalível para o pecado é morte: espiritual, física e eterna (Gn 2.17; Rm
5.12-14; 6.23). Para um homem ser salvo, esta penalidade tem que ser removida;
- Ela o foi por (e em)
Cristo, que levou sobre Si nossa penalidade (sua morte foi vicária/substitutiva
- Is 53.5-6; 1Pe 2.24; 2Co 5.21).
- Agora, Deus dá a
remissão àquele que crê e recebe Seu Filho (At 13.38-39; Rm 8.1,33-34; 2Co
5.21).
Note, ainda, que somos
considerados pecadores diante de Deus não por causa dos nossos delitos e
pecados, estes são conseqüência do nosso estado – nascidos destituídos da
glória de Deus (Rm 3.23). Note a progressão em Romanos 5.12: O pecado entrou no
mundo através de Adão, morte segue o pecado, morte vem a todas as pessoas,
todas as pessoas pecam porque herdaram pecado de Adão. Porque “...todos pecaram
e destituídos estão da glória de Deus”, necessitamos de um sacrifício perfeito
e sem pecado para purificar nosso pecado – isso é algo que somos incapazes de
fazer sozinhos. Graças a Deus que Jesus Cristo é o Salvador do pecado! Nosso
pecado foi crucificado na cruz de Jesus, e agora em Cristo (Cl 2.14) “temos a
redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua
graça” (Ef 1.7). Deus, em Sua sabedoria infinita, providenciou o remédio para o
pecado que herdamos, e esse remédio está disponível a todos: “Se confessarmos
os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos
purificar de toda a injustiça” (1Jo 1.9).
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“2. Deus pagou as nossas dívidas. O próprio Deus, que poderia ser o nosso
credor eterno, providenciou uma forma para que pudéssemos "pagar" a
nossa dívida. Ele enviou seu Filho na plenitude dos tempos (Gl 4.4), para que
todo aquele que confessar o Nome do unigênito Filho de Deus não pereça, não morra,
ou seja, não tenha de receber a justa retribuição pela imensa dívida do pecado
(Gl 4.5). Ao morrer em nosso lugar na cruz do calvário, Cristo verteu o sangue
necessário para a remissão de nossos pecados. Ali na cruz "havendo riscado
a cédula que era contra nós", Deus em Cristo pagou as nossas dívidas.”(LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 7, 18 Nov 18).
A expressão
"plenitude do tempo": indica a chegada do tempo escatológico ou messiânico
encerrando um longo período de séculos de espera da humanidade. (Mc 1.15; At 1.7;
Rm 13.11; 1Co 10.11; 2Co 6.2; Ef 1.10; 1Pd 1.20). O termo “plenitude” no
versículo mostra-nos o sentido de cumprimento. O significado teológico vem do
contexto que envolve. Foi Jesus, o Verbo encarnado que pagou o nosso resgate
para libertar-nos do pecado, da morte e do inferno. Nos livros Mosaicos, o Pentateuco,
mais precisamente em Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, encontramos os
requisitos exigidos por Deus para os sacrifícios. Naquela dispensação, os sacrifícios
de animais para a expiação substitutiva eram apenas figura do Calvário, onde
Cristo tomou o lugar da morte, uma vez que a morte é a penalidade pelo pecado
(Rm 6.23). Na cruz Jesus bradou "tetelestai",
uma expressão grega que pode ser traduzida como "está consumado",
"totalmente pago" ou "dívida cancelada". Esta declaração
não foi o gemido de um homem derrotado, mas o grito triunfante da vitória do
Filho de Deus, nosso Salvador. No primeiro século, quando um criminoso era
preso, seus delitos eram registrados em um papiro conhecido como "cédula
de dívida" ou "escrito de dívida". Ao cumprir a pena e chegando
a ocasião de sua liberdade, o juiz responsável pela soltura do condenado,
riscava a cédula, especialmente na parte onde os crimes estavam apontados, e,
no rodapé, escrevia TETELESTAI. Pronto! O indivíduo não devia mais nada à
justiça. Estava livre da condenação e, agora, poderia desfrutar da paz e da
liberdade. Leia mais sobre isso em NAPEC
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“3. Nada pode nos condenar. Porque Deus, em Cristo, pagou as nossas dívidas,
estamos livres da condenação do pecado. É a Bíblia que nos assegura que
"nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam
segundo a carne, mas segundo o espírito" (Rm 8.1). No versículo seguinte,
Paulo explica que, em Cristo Jesus, o Espírito de vida, "me livrou da lei
do pecado e da morte". Assim, porque a misericórdia é uma marca do ensino
e do ministério do Senhor Jesus, podemos dizer que agora somos livres da
condenação por tal grande misericórdia de Deus (Lm 3.22,23).”(LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 7, 18 Nov 18).
O evangelho é uma lei
ou sistema totalmente diferente do sistema legal que encontramos na lei de
Moisés. Não depende da capacidade humana mas da capacidade divina. Não está
baseada nas obras de justiça que o ser humano faz mas na obra da justificação
que Jesus Cristo fez ao morrer por nossos pecados e ressuscitar ao terceiro
dia, e agora recebemos a maravilhosa bênção: “nenhuma condenação há para nós,
os que estamos em Cristo, porque Ele já sofreu em nosso lugar o castigo pela
condenação dos nossos pecados. Se Deus, o Juiz Supremo, justificar-nos, então
quem poderá agir contra nós e prosperar, ou ter sucesso em sua empreitada? (Rm
8.33). A partir do momento em que Cristo nos justificou e passou a interceder
por nós, ninguém mais pode nos condenar. A morte do Senhor Jesus em nosso favor
teria pouco proveito caso ela fosse considerada separadamente da Sua valorosa
ressurreição. E o Deus vivo que garante, seguramente, o cumprimento do
propósito eterno de Deus. Assim, Ele está sentando agora à destra de Deus, cheio
de glória e soberania, e de onde Ele é eternamente exaltado. O Senhor Jesus
intercede por nós, junto a Deus Pai, pela autoridade que é inata à Sua
divindade. Por causa da Sua morte vitoriosa, da Sua ressurreição vitoriosa, da
Sua ascensão vitoriosa aos céus e da Sua intercessão vitoriosa por nós, o
Senhor Jesus selou o propósito eterno de Deus. Em todo universo não há nada que
possa prover maior garantia que a obra perfeita de Cristo..
IIl – UMA VEZ PERDOADOS, AGORA
PERDOAMOS
“1. Não endureça o coração.
Se a misericórdia é uma marca do
ministério de Cristo, deve ser também uma marca de seus seguidores. Por isso,
no Sermão do Monte, a misericórdia é apontada como uma das características dos
discípulos do Reino (Mt 5.7). Assim, não podemos endurecer o coração para com
aqueles que nos devem, uma vez que Jesus jamais agiu dessa maneira. Antes,
devemos tomar cuidado, pois a ênfase no juízo será proporcional à ênfase na
misericórdia (Tg 2.13).”(LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 7, 18 Nov 18).
Como vimos no tópico
2, Deus quitou nossa dívida impagável fazendo recair sobre Jesus o castigo que
estava reservado para nós, agora, como exemplo dessa infinita misericórdia, nós
que fomos perdoados, devemos também exercitar misericórdia, aliás, esta deve
ser uma marca distintiva de quem nasceu de novo, devemos perdoar nossos irmãos
quantas vezes forem necessárias, lembrando que, perdoar não esquecer, perdoar é
lembrar sem sentir dor. Fomos libertos do pecado mas ainda pecamos e carecemos
do perdão todos os dias. Portanto, não podemos exigir justiça do outro e
requerer misericórdia de Deus. Não podemos deixar que as mágoas embruteçam
nosso coração. Mas ainda que embrutecido, nosso coração deve perdoar, por
responsabilidade. Afinal, como discípulos de Cristo devemos imitá-lo. Refletir
em nossas práticas o infinito amor que Ele manifesta em nós sem medida.
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“2. Devemos agir com misericórdia.
O Reino de Deus não pode estar
presente na vida da Igreja quando o mal não é combatido (Ef 5.11). A parábola,
precedida pela pergunta de Pedro, ressalta a importância do exercício do
perdão. Se Deus nos perdoou quando ainda éramos pecadores (Rm 5.8), não temos
motivo algum para deixar de perdoar aqueles que nos ofendem. A misericórdia
deve ser uma constante em nossas vidas. Devemos agir com todos de forma
misericordiosa, fazendo com que isso predomine em nosso caráter como novas
criaturas (2 Co 5.17).”(LB
CPAD, 4º Trim 2018, Lição 7, 18 Nov 18).
“No
Cristianismo o ser vem antes do fazer. Quem é, faz. A fé sem obras é morta.
Vivemos num tempo em que a misericórdia parece ter desaparecido da terra. Os
judeus eram tão cruéis quanto os romanos. Eram orgulhosos, egocêntricos,
hipócritas e acusadores. Hoje, pensamos que se formos misericordiosos as
pessoas vão nos explorar ou vão pular no nosso pescoço. Nesta bem-aventurança
Jesus falou que a misericórdia é tanto um dever como uma recompensa. Os
misericordiosos alcançarão misericórdia”.(Rev Hernandes
Dias Lopes). O apóstolo Paulo diz: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as
quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”. Todas as
criaturas cumprem o papel para o qual foram criadas: as estrelas brilham, os
pássaros cantam, as plantas produzem segundo a sua espécie. O propósito da vida
é servir. Aquele que não cumpre a missão para a qual foi criado é inútil.
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“3. Devemos dar o presente que
recebemos. Sabemos que todos
osautênticos discípulos de Cristo receberam abundante perdão, graça e infinita
misericórdia. E isso é um dom de Deus (Ef 2.4-8). É um presente do Pai para
nós, que merecíamos a morte. Da mesma forma que recebemos tudo isso como
presente de Deus, devemos presentearas pessoas com misericórdia e perdão (1 Jo
3.16).”(LB CPAD, 4º
Trim 2018, Lição 7, 18 Nov 18).
A Bíblia diz: “Não negligencieis, igualmente, a prática do
bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz” (Hb
13.16). Quando abrimos a mão para ajudar o necessitado é como se você tivesse
orando e adorando a Deus. O anjo do Senhor disse a Cornélio: “Cornélio… as tuas orações e as tuas esmolas
subiram para memória diante de Deus” (At 10.4). Sabemos que neste mundo
exercemos a mordomia cristã e vamos um dia comparecer diante do juiz para
prestar contas por todas as ações realizadas debaixo do sol (Lc 16.2). O
apóstolo Paulo escreve aos romanos afirmando que o julgamento de Deus será
justo e imparcial (Rm 2.9-11). Todos que pecaram perecerão ou serão julgados,
indiferentemente de serem judeus ou gentios. Ao mesmo tempo, temos de ter a
consciência de que, quanto maior o nosso conhecimento moral, maior será a
responsabilidade diante do juízo.
“A
intenção da parábola é mostrar que o ato inicial de misericórdia e perdão,
exercido por Deus, deveria ser estendido as outras pessoas por nosso
intermédio. Não haverá utilidade se tivermos o conhecimento teórico sobre o
assunto estudado e não o aplicarmos no cotidiano. As lições não terão os
objetivos cumpridos se não servirem de canal de reflexão à mudança de
direcionamento de nossas vidas. O texto que narra a história do credor
Incompassivo informa-nos que Deus perdoou-nos, e que esse perdão deve
direcionar os nossos relacionamentos. A misericórdia do Senhor e o juízo de
Deus, elementos intimamente ligados, são exaltados na história narrada por
Jesus.” (Fonte: https://pib7joinville.com.br/estudos/entendendo-e-vivendo/3470-o-credor-incompassivo.html.
Acesso em: 12 Nov, 2018).
CONCLUSÃO
“A parábola que estudamos, nesta lição, evita qualquer abuso ou
presunção da graça que recebemos de Deus. Alguns, às vezes, querem apresentar
um tipo de "graça" que não precisa ser levada muito a sério. Contudo,
a Bíblia ensina a respeito de uma graça que é transformadora. Se você foi
transformado por essa graça, conseguirá perdoar assim como foi e é perdoado por
Deus, em Cristo Jesus.”(LB
CPAD, 4º Trim 2018, Lição 7, 18 Nov 18).
Encerraria esta lição
com as seguintes afirmativas:
- Devemos perdoar
porque Deus nos perdoou (Amor: 1Jo 4.11, 19-21. Perdão: Ef 4.32, Cl 3.13);
- Devemos perdoar para
que Deus nos perdoe (Mt 5.7; 6.12, 14-15; 7.2; Mc 11.25; Lc 6.36-38. Tg 2.13);
- O perdão que
recebemos de Deus é descomunal. Nada poderia pagar nossa dívida para com Deus.
O perdão que damos ao próximo é nada ou muito pouco, quando comparado com o que
Deus fez (veja Jo 8.7). Nenhuma ofensa contra nós é imperdoável.
- Se alguém não está
pronto para perdoar, também não está pronto para receber o perdão.
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim
o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor
Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Francisco
Barbosa
Campina
Grande-PB
Novembro
de 2018
PARA REFLETIR
A
respeito de "Perdoamos Porque Fomos Perdoados", responda:
• Quem são os
"grandes" no Reino de Deus?
Os humildes são os
verdadeiramente grandes (Mt 18.1-4).
• Qual é a mensagem que a
parábola quer transmitir?
A mensagem que a
parábola quer transmitir é unicamente o perdão de Deus e a obrigatoriedade que
os homens têm em perdoar em função de Deus tê-los perdoado.
• O que Jesus queria
ensinar ao dizer o valor da dívida do servo do rei?
O que Cristo quer
ensinar é a completa falta de esperança de pagarmos o incomensurável débito que
geramos por causa dos nossos pecados, até que eles fossem perdoados
gratuitamente por Deus, por intermédio da morte do Filho de Deus na cruz do
Calvário (Cl 4.13,14)
• Qual era a única forma
de "pagarmos" a nossa dívida diante de Deus?
A única forma de
pagarmos nossa dívida seria com o derramamento de sangue e, isso, exigiria a
nossa própria vida. Portanto, nossa dívida para com Deus é impagável.
• Você já precisou
perdoar alguém ou ser perdoado? Como se sentiu após fazê-lo?
Resposta pessoal.