LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
1º Trimestre de 2017
Título: A Igreja de Jesus
Cristo — Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno
Comentarista: Alexandre
Coelho
JOVENS
- Lição
3 -
15 de Janeiro de 2017
A Organização da Igreja
TEXTO DO DIA
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SÍNTESE
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“Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o
Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus,
que ele resgatou com seu próprio sangue” (At 20.28)
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A Igreja do Senhor Jesus precisa de líderes que a conduzam
de forma bíblica, organizada e agradável a Deus.
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AGENDA DE LEITURA
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Segunda - Fp 1.1
Bispos e diáconos em Filipos
Terça - 1Co 4.9
Apóstolos vinham por
último
Quarta - 1Co 14.40
Tudo deve ser feito com
decência e ordem
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Quinta - At 6.8
Milagres por meio de
Estêvão
Sexta - At 2.42
Perseverança na
doutrina dos apóstolos
Sábado - At 8.5
Um diácono evangelista
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OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno
deverá estar apto a:
COMPREENDER
que a igreja, como qualquer instituição, precisa de organização;
DISTINGUIR
os modelos de governos eclesiásticos existentes em nossos dias;
IDENTIFICAR
os cargos oficiais pertencentes à igreja local.
INTERAÇÃO
Professor,
o processo de aprendizagem só acontece de fato quando o aluno consegue ligar a
reflexão sobre o conhecimento adquirido na aula à sua própria experiência de
vida. Para que isso ocorra com eficiência é necessário o planejamento. Uma aula
bem planejada facilita o trabalho docente e torna o ensino mais agradável.
Assim como a igreja do Senhor deve ser bem administrada, a Escola Dominical
precisa seguir nesta mesma direção. Procure manter à sua disposição materiais
para consulta como comentários bíblicos, Bíblias de Estudo e livros que abordam
o contexto da lição. Alguns assuntos relacionados pelos alunos durante a aula
poderão ser anotados para uma pesquisa posterior a fim de que as dúvidas mais
específicas sejam sanadas. A participação e curiosidade dos alunos acerca dos
assuntos mencionados servirão de feedback para direcioná-lo a ampliar o seu
nível de pesquisa para a próxima aula.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Traga
para a aula organogramas que apresentem a forma como determinadas denominações
estão organizadas. Aproveite e pesquise dados do IBGE que mostrem
características específicas a respeito dessas denominações. Promova uma
discussão sobre o assunto à medida que você expõe as informações no quadro ou
mural. Conscientize os alunos acerca da importância de vermos essas informações
como dados significativos que devem ser tratados sempre de maneira ética e
respeitosa com tais denominações. Ao final, faça uma comparação com os dados
obtidos ao longo da lição acerca da Igreja Primitiva. Seus alunos vão notar que
tanto a forma de governo eclesiástico como os cargos ministeriais sofreram
alterações. Mostre que apesar dessas mudanças a Igreja de Cristo permanece com
a mesma responsabilidade de levar a mensagem do evangelho a todas as pessoas.
TEXTO BÍBLICO
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Tito 1.1-9.
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1 Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a
fé dos eleitos de Deus e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade,
2 em esperança da vida eterna, a qual
Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos,
3 mas, a seu tempo, manifestou a sua
palavra pela pregação que me foi confiada segundo o mandamento de Deus, nosso
Salvador,
4 a Tito, meu verdadeiro filho,
segundo a fé comum: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do
Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.
5 Por esta causa te deixei em Creta,
para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em
cidade,
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estabelecesses
presbíteros, como já te mandei:
6 aquele que for irrepreensível,
marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de
dissolução nem são desobedientes.
7 Porque convém que o bispo seja
irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo,
nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;
8 mas dado à hospitalidade, amigo do
bem, moderado, justo, santo, temperante,
9 retendo firme a fiel palavra, que é
conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina
como para convencer os contradizentes.
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COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos a
importância de se ter pessoas na igreja que a organizem, liderem e a mantenham
dentro dos parâmetros esperados por Deus. Também aprenderemos sobre os três
modelos de governo eclesiástico e veremos quais são os tipos de obreiros
mencionados no Novo Testamento, que ajudam a organização e direção da igreja. [Comentário: No texto bíblico
temos o foco dirigido ao cuidado do rebanho de Deus, à administração da igreja
e ao comportamento nela. A Epístola a Tito foi escrita em aproximadamente 66
dC. Como deixa claro o texto de Tt 1.5, a organização das igrejas
recém-formadas havia ficado por completar. Não há registro em Atos sobre a
campanha evangelística de Paulo em Creta. Conseqüentemente, ela deve ter
ocorrido após a primeira prisão romana de Paulo. A palavra presbítero designa,
aparentemente, o mesmo cargo de bispo, um grupo de pessoas encarregadas do
cuidado geral de uma igreja local (At 14.23; 20.17; 1Tm 5.17). O versículo 7
esclarece que Paulo usou, de forma alternada, o termo presbítero e bispo. Paulo
discute as qualificações dos bispos em termos semelhantes em 1Tm 3.2-7, porém,
com algumas diferenças. Paulo não tenciona apresentar nenhuma dessas listas
como se fosse completa. Seu propósito é simplesmente indicar as qualidades
pessoais daqueles que haveriam de servir como líderes eclesiásticos. Além de
instruir Tito sobre o que procurar em um líder da igreja, Paulo também
incentivou-o a voltar a Nicópolis para uma visita. Em outras palavras, Paulo
continuou a discipular a Tito e a outros enquanto cresciam na graça do Senhor
(Tt 3.13). Mas qual a importância de estudarmos esse tema? Primeiro, precisamos
entender que o evangelho não gera somente indivíduos salvos, mas um povo
redimido. Cristo morreu por sua noiva, o Pai possui uma família e o Espírito
habita na igreja. Então, o evangelho gera a igreja. Em segundo lugar,
precisamos compreender que a igreja gerada pelo evangelho é responsável por ser
“coluna e baluarte da verdade” (1 Tm 3.15), ou seja, a igreja gerada pelo
evangelho deve ser a proclamadora e protetora desse evangelho. Uma das formas
que isso se dá, e podemos ver isso no contexto de 1 Timóteo, é através do
“governo de igreja” ou, nas palavras do texto bíblico, de “como se deve
proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo”] Dito isto, vamos pensar
maduramente a fé cristã?
1. Por que precisamos de organização
nas igrejas? Toda instituição precisa
ser organizada, e o mesmo ocorre com a igreja local. Uma igreja deve ser
organizada para receber bem seus membros e visitantes, ter pessoas responsáveis
atuando nos diversos ministérios e departamentos, checar se o santuário está
aberto e em condições de receber pessoas para os momentos de culto e orações.
Entretanto, mais do que os aspectos citados, a igreja precisa ser organizada,
porque isso agrada a Deus. O Senhor tem planos e Ele anuncia seus planos aos
seus filhos fazendo com que sejam realizados, e isso é organização. Se Deus
preza por organização, não poderíamos imaginar que a sua Igreja deveria seguir
um padrão diferente. Uma igreja desorganizada não reflete a perfeição do
Evangelho. [Comentário: Note que no Novo
Testamento, uma igreja é simplesmente um grupo de cristãos que seguem a Cristo.
A palavra pode ser usada para falar de todos aqueles que servem ao Senhor, não
importa onde estejam (Hb 12.22-23). É frequentemente usada para descrever
grupos locais de discípulos que se encontram para adorar, para edificar uns aos
outros e para proclamar o evangelho. É neste sentido que lemos sobre a igreja
em Antioquia da Síria (At 13.1), sobre as igrejas em Listra, Icônio e Antioquia
da Pisídia (At 14.21-23), sobre a igreja em Éf (At 20.17), a igreja em Corinto
(1Co 1.2; 2Co 1.1), as igrejas na região da Galácia (Gl 1.2) e a igreja dos
tessalonicenses (1Ts 1.1; 2Ts 1.1). É neste ambiente de igrejas locais que
encontramos homens escolhidos para supervisionar e guiar.]
2. Direção. A Igreja do Senhor precisa ter
dirigentes que a conduzam e apascentem. Atos 20.28 fala que Paulo rogou aos
anciãos de Éfeso: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o
Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que
ele resgatou com seu próprio sangue”. Já na Igreja Primitiva havia a
consciência de que a liderança das igrejas locais deveria ser exercida por
homens que entendessem que a Igreja de Cristo foi fruto do amor de Cristo,
demonstrado no alto preço que pagou por todos nós que o recebemos como
Salvador. [Comentário: No livro de Atos,
ainda que a igreja se reunisse nas casas, o ministério da Palavra e dos
sacramentos, bem como a aplicação pública da disciplina, ocorriam sob a
liderança dos apóstolos e sob as vistas da assembleia reunida (At 4.33;
5.5,10-11; 6.3-4). O governo da igreja pela Palavra foi dado aos oficiais
devidamente instituídos por Deus para o pastoreio dos crentes (Ef 4.11-16; At
20.17-35; 1Tm 3.1-7 e Tt 1.5-9). Esse ensino carrega três implicações:
• A doutrinação formal dos crentes é uma responsabilidade dos pastores e
presbíteros.
• Os sacramentos são unidos ao ministério da Palavra e, por conseguinte,
sua administração é restrita aos pastores ordenados.
• A administração da disciplina eclesiástica, pelo menos a partir de seu
terceiro estágio (Mt 18.15-17), é atribuição exclusiva do Conselho da igreja.]
3. Dar ordem aos trabalhos. E para quem pensa que não precisamos
de organização em nossas igrejas, é preciso deixar claro que desde a Criação,
Deus nos deu um exemplo de como todas as coisas devem ser ordenadas e
organizadas. Ele primeiro fez e organizou o mundo em que o homem viveria, para
depois criar o homem e colocá-lo na Terra. Imagine se Ele decidisse fazer o
processo inverso, criando o homem primeiro para, depois, ir acomodando toda a
criação em seu devido lugar.... [Comentário: A igreja é, ao mesmo tempo, “família
de Deus” e “corpo de Cristo” (Ef 2.19; Rm 12.4-5). Isso aponta para dois fatos
importantes. Primeiro, apesar do cuidado legítimo com estruturas físicas e
organizacionais, a igreja não pode ser identificada meramente com um prédio ou
instituição jurídica. Como grupo social organizado, ela possui personalidade
jurídica, um patrimônio e lugar no qual se reúne para articular os serviços
orientados pela Escritura. No entanto, todas essas coisas não são propriamente
“a igreja”. A palavra grega mais usada no Novo Testamento e traduzida por
“igreja” significa, literalmente, uma assembleia convocada, um grupo de pessoas
agregadas para adorar, testemunhar e servir. Em segundo lugar, os cristãos se
integram à igreja para servir no poder do Espírito Santo. A igreja cresce ao se
esforçar pela unidade, reconhecendo o oficialato como dom de Cristo para o
exercício do governo pela Palavra, amadurecendo pelo desfrute da sã doutrina,
seguindo a verdade em amor, com cada crente desempenhando seu serviço para o
benefício dos demais (Ef 4.1-16). Leia mais em: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/igreja-em-celulas-organizacao-da-igreja-segundo-as-escrituras/]
Pense!
Uma igreja sem organização tem possibilidade de crescer e representar o
Reino de Deus de forma adequada neste mundo?
Ponto Importante
Organização na igreja é algo tão necessário quanto a pregação da Palavra
de Deus e o seu ensino.
II. FORMAS DE GOVERNO NA IGREJA
A Igreja Cristã possui
hoje pelo menos três modelos de governo, ou seja, formas como deve ser gerida. [Comentário: Governo de Igreja
é o ramo da eclesiologia (estudo da igreja) que trata da estrutura
organizacional e da hierarquia da igreja. Infelizmente, este é um assunto pouco
ensinado e discutido hoje em dia. Vários motivos podem ser dados para essa
situação, como: (1) desinteresse pela igreja local ou uma visão consumista de
igreja, (2) o extremo dos desingrejados, (3) o outro extremo do
institucionalismo morto, (4) autoritarismo e abusos de autoridade eclesiástica,
(5) modelos de crescimento de igreja desraigados da Escritura e por aí vai.]
1. Episcopal. Esse modelo de governo eclesiástico é
o mais comum. Ele se baseia na liderança de um ministro, que toma as decisões
na congregação. Esse modelo deriva da palavra episkopos, que significa
“supervisor”, alguém que observa de uma posição superior (a preposição epi,
sobre, e o verbo skopeuo, que significa examinar), onde o pastor tem a
autoridade sobre os componentes do ministério e sobre a congregação. Por estar
esse modelo de governo sob a responsabilidade de um líder, é notório que, nele,
a tomada de decisões seja menos engessada, mais ágil do que as demais formas de
governo. Neste modelo, o pastor é auxiliado por outros obreiros, que cooperam
em sua tomada de decisões. [Comentário: Neste sistema mais
antigo, adaptado como por exemplo pela Igreja Católica e pela Igreja Ortodoxa,
os ministros principais da Igreja são os bispos. Outros ministros são
presbíteros e diáconos. Todos estes são mencionados no Novo Testamento. O
Governo é centralizado na figura de um dirigente, responsável pelas decisões e
destinos da igreja, mas que possui um grupo de subalternos, o Colégio
Episcopal, responsáveis pela administração da gestão do sistema. Como
denominação evangélica, a Igreja do Evangelho Quadrangular segue este governo,
qual o bispo rege uma ou mais regiões eclesiásticas e há ainda os pastores,
evangelistas e diáconos. http://www.cacp.org.br/tipos-de-governo-da-igreja/]
2. Congregacional. Nesse modelo, a congregação tem a
palavra final nas questões relacionadas à gestão e ao culto. O pastor tem a
função de pregar a Palavra e ensiná-la, e os demais assuntos são trazidos para
a assembleia, e ela decide o que vai ser feito em relação àqueles temas. Uma
vez tomada a decisão, todo o grupo acata o que foi decidido. [Comentário: Entre as igrejas
que adotam o governo Congregacional, estão os Batistas e os Congregacionais.
Nesta forma de governo eclesiástico, a igreja é aquela “comunidade local,
formada de crentes unidos para a adoração e obediência a Deus, no testemunho
público e privado do Evangelho, constitui-se em uma Igreja completa e autônoma,
não sujeita em termos de Igreja a qualquer outra entidade senão à sua própria
assembleia, e assim formada é representação e sinal visível e localizado da
realidade espiritual da Igreja de Cristo em toda a terra.” O sistema de governo
Congregacional é aquele em que a Igreja se reúne em assembleias, para tratar de
questões surgidas no seu dia-a-dia e tomar decisões relacionadas ao
desenvolvimento de seus trabalhos. O poder de mando de uma Igreja
Congregacional reside em suas assembleias. http://www.cacp.org.br/tipos-de-governo-da-igreja/]
3. Presbiteral. Este sistema é marcado pela condução
de pessoas eleitas como presbíteros, agrupadas em um “colégio” ou assembleia. O
pastor tem a função de pregar e zelar pela doutrina, e os presbíteros
administram a congregação nos demais assuntos. É preciso entender que cada um
desses sistemas tem suas funcionalidades, e que há igrejas que se adequam mais
a um sistema do que a outro. O que não pode é haver uma igreja local sem um
governo que a organize e administre. [Comentário: O governo
presbiteriano é uma forma de organização da Igreja que se caracteriza pelo
governo de uma assembleia de presbíteros, ou anciãos. Esta forma de governo foi
desenvolvida como rejeição ao domínio por hierarquias de bispos individuais
(forma de governo episcopal). Esta teoria de governo está fortemente associada
com os movimentos da Reforma Protestante na Suíça e na Escócia (calvinistas),
com as igrejas reformadas e mais particularmente com a Igreja Presbiteriana. O
governo presbiteriano serviu e serve de inspirações a vários regimes
democráticos ao redor do mundo, principalmente no que diz respeito às esferas
de poder. A forma de governo consiste numa ordem crescente de conselhos. O
menor de todos os conselhos é o Conselho da Igreja Local, formado pelos
ministros docentes (pastores) e pelos ministros leigos (presbíteros). Acima dos
conselhos locais se encontram os Presbitérios, formados por presbíteros
representantes de cada igreja de sua área de abrangência. Envolvendo os
Presbitérios e formado por representantes dos mesmos, está o Sínodo, de
autoridade máxima em sua circunscrição. Como estância máxima de apelação e
decisões sobre a igreja está a Assembleia Geral ou Supremo Concílio, que toma
todas as decisões sobre a Igreja e trata dos assuntos externos, ficando a cargo
de exercer poder jurídico sobre decisões tomadas por conselhos inferiores. http://www.cacp.org.br/tipos-de-governo-da-igreja/]
Pense!
Organização na igreja é algo necessário e de
extrema importância.
Ponto Importante
Os modelos de governo eclesiástico adequam-se conforme o entendimento
que a liderança e a igreja possuem, dentro de grupos específicos.
III. OFICIAIS DA IGREJA
1. Bispos e pastores. O Novo Testamento apresenta os bispos
e ministros como sendo os líderes voltados ao exercício da pregação,
discipulado, evangelismo e ensino. Eles também tinham o dever de agir trazendo
ordem ao culto. O trabalho pastoral exige muitas responsabilidades e deveres
dos pastores. Além de zelar pela coerente pregação da Palavra de Deus, esses
ministros devem zelar pelo cuidado do rebanho. O apóstolo Paulo enumerou
algumas características necessárias ao exercício do ministério: o pastor deve
ser honesto, marido de uma mulher, sóbrio, apto para ensinar, não pode ser uma
pessoa violenta nem avarenta; deve ser moderado e ter um bom testemunho dos que
estão fora da igreja (1Tm 3.2-7). Por essas características, podemos observar
que Deus exige de seus ministros um alto padrão de qualidade e vida moral para
estar diante de uma congregação. A Palavra ainda exige que o pastor não seja
neófito, ou seja, uma pessoa sem experiência, não madura (1Tm 3.6). O motivo
dessa ordem é para que o pastor, por imaturidade ou falta de experiência, não
se torne soberbo e não caia na condenação do Diabo. São muitas, realmente, as
exigências para os que aspiram ao santo ministério. [Comentário: No Novo Testamento, as palavras
pastor, bispo e presbítero descrevem os mesmos homens (At 20.17,28; 1Pe 5.1-3;
Tt 1.5-7). Eles servem em congregações locais, cuidando do rebanho de Deus. As
várias palavras identificam os mesmos servos, mas cada palavra tem seu próprio
significado. Essas variações de sentido ajudam para mostrar aspectos diferentes
do trabalho dos homens que cuidam de uma congregação. Em Fp 1.1, Paulo
reconhece a presença de bispos, que literalmente significa supervisores, e
diáconos na liderança da igreja. Em outras palavras, pastores ou supervisores e
diáconos compõe a liderança ordenada de uma igreja local segundo a Bíblia. Bispo
vem da palavra grega episkopos, que
quer dizer supervisor ou superintendente. Em 1 Pedro 2.25, se refere ao Senhor.
Várias outras passagens usam essa palavra para descrever a responsabilidade de
homens escolhidos para guiar os discípulos de Cristo no seu trabalho na igreja
(veja Atos 20.28; Filipenses 1.1; 1 Timóteo 3.2; Tito 1.7). O termo
"poimen" enfatiza o trabalho de pastor, pastoreador, guardião,
cuidador, defensor, sarador, apascentador, alimentador das ovelhas Ef 4.11; 1Pe
2.25. Pastor é uma palavra comum na Bíblia. Freqüentemente se refere aos
pastores de ovelhas, pessoas responsáveis pelos rebanhos. Tais homens
protegiam, guiavam e alimentavam as ovelhas. O Espírito Santo usou esta palavra
várias vezes no Antigo Testamento num sentido figurativo, descrevendo guias
espirituais. Deus é chamado de Pastor desde a época dos patriarcas (veja
Gênesis 49.24-25). Salmo 23 descreve o Senhor como pastor do seu servo fiel. O
autor, um pastor de ovelhas na sua juventude, descreve o carinho e a proteção
de Deus para com seus seguidores. Moisés descreveu o homem escolhido para guiar
o povo como pastor (Números 27.17). Infelizmente, nem todos os pastores são
bons. Deus condenou fortemente os pastores egoístas que devoravam o rebanho de
Israel (Ezequiel 34.1-10). No Novo Testamento, homens qualificados devem
pastorear o rebanho, a congregação do Senhor (1 Timóteo 3.1-7; Atos 20.28-35; 1
Pedro 5.1-3).]
2. Presbíteros. Originalmente, presbíteros eram os
chamados anciãos. Por força da experiência de vida, homens de mais idade eram
requisitados para auxiliar no exercício da liderança, aconselhamento e na
tomada de decisões. O Sinédrio, (gerousia), era composto por setenta anciãos
(gerontos; da raiz geron vem a expressão geriatria), pessoas de mais idade. A
palavra grega referente ao Conselho de Presbíteros é presbyterion, ou
presbitério, que traz a ideia de um grupo de homens maduros, experimentados. [Comentário: Presbítero (ancião
em algumas versões da Bíblia) descreve alguém de idade mais avançada. A palavra
é usada na Bíblia para identificar alguns dos líderes entre os judeus. No livro
de Atos e nas epístolas, os homens que pastoreavam e supervisionavam as igrejas
locais foram freqüentemente chamados de presbíteros (veja Atos 11.30; 14.23; 15.2,4,6,22,23;
16.4; 20.17; 21.18; 1 Timóteo 5.17,19; Tito 1.5; Tiago 5.14; 1 Pedro 5.1; 2
João 1; 3 João 1). São homens de idade suficiente que tenham filhos crentes.
Necessariamente são alguns dos mais maduros dos cristãos na congregação. Usam
seu conhecimento e experiência para servir como modelos e ensinar o povo de
Deus.]
3. Diáconos. Ser um diácono na igreja primitiva era
uma posição de grande honra, e ao mesmo tempo de grande responsabilidade. Atos
6.3 nos fala que os primeiros diáconos deveriam ser homens de boa reputação
(boa fama e serem pessoas confiáveis), cheios do Espírito Santo e de sabedoria.
Eles deveriam ser reconhecidos como pessoas de caráter ilibado. Outros
requisitos ao diaconato foram acrescentados pelo apóstolo Paulo quando escreveu
a Timóteo indicando-lhe, como ser homem de palavra, não ganancioso, marido de
uma mulher e ter uma consciência limpa. Os diáconos deveriam cuidar das
atribuições relacionadas às questões administrativas e sociais nas igrejas
locais, auxiliando, dessa forma, os apóstolos, para que estes estivessem livres
para se dedicarem à oração e ao ministério da Palavra. Em que pese o fato de os
diáconos terem uma função mais ligada ao trabalho social, houve diáconos que se
destacaram como pregadores. O primeiro mártir, Estêvão, era um diácono a quem
Deus usou com sabedoria e operação de milagres (At 6.5,8); Estêvão foi a
primeira pessoa que, após a ressurreição do Senhor, viu Jesus, em pé, ao lado
de Deus (At 7.56). Felipe, outro diácono, foi usado por Deus na área do
evangelismo e milagres em Samaria, evangelizou o eunuco etíope no deserto e
teve uma experiência de ser arrebatado daquele lugar para outra localidade (At
8). [Comentário: Os diáconos eram pessoa
que ajudavam nos trabalhos de administração da igreja e cuidavam dos pobres,
das viúvas e dos necessitados em geral. O diácono também pregava o evangelho e
ensinava a doutrina cristã. Este oficialato foi instituído pelos apóstolos em
Atos 6.1-7. Em função do crescimento da igreja, os apóstolos ordenaram a
escolha de sete homens, crentes fieis que pudessem assistir os necessitados da
Igreja. Junto com os presbíteros, os diáconos compunham a liderança da Igreja
local, sobre a qual, os “plantadores de igreja” constituíam esses líderes
primeiro, para depois seguirem no desbravar de novos campos (1Tm 3.8; Tt.1.5-9)
http://mcapologetico.blogspot.com.br/2013/08/oficiais-da-igreja-primitiva.html. O significado da
palavra diácono é literalmente servo. A palavra indica duas verdades. A
primeira, significa que qualquer pessoa que serve ao Senhor é um diácono, sendo
Jesus o modelo de servo-diaconal (Rm 15.8). Jesus é o modelo e a base para todo
e qualquer serviço na igreja. A segunda verdade, porém, é que a palavra diácono
também assume um sentido específico, vinculado àquelas pessoas escolhidas para
servirem na igreja local em áreas ministeriais de relevância para toda a
igreja. São auxiliares dos pastores na condução e disciplina do povo de Deus. Para
ser diácono é preciso estar dentro das qualificações estipuladas pela Bíblia em
At 6.3 e 1Tm 3.8-12 http://igorbaumann.blogspot.com.br/2014/08/lideranca-eclesiastica-os-oficiais.html.]
Pense!
Até O Novo Testamento nos mostra os diversos tipos de líderes da
igreja e as suas atribuições no funcionamento das igrejas.
Ponto Importante
O respeito às autoridades da igreja sempre foi necessário, seja
porque trabalham como servos de Deus e possuem autoridade dada por Deus, seja
por sua experiência de vida e serviços junto à igreja local.
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos como é
importante a igreja ser organizada e ter líderes que zelem por transmitir as
verdades das Sagradas Escrituras por meio da pregação e do ensino, e que ajudem
com sua experiência as demais atividades da igreja local. [Comentário: Finalizando este
assunto, surge uma pergunta: que modelo organizacional se adequa aos princípios
bíblicos para a Igreja? Segundo escreve o Pr Geremias do Couto, “o modelo
episcopal é o que mais se distancia do padrão primitivo, pois exclui a
participação da Assembléia nas decisões e põe todo o peso no colegiado de
bispos ou no próprio Papa, em se tratando do romanismo, que possui o infalível
e exclusivo poder de comandar a igreja. O livro de Atos e as epístolas mostram,
ao contrário, uma igreja participativa com ênfase para o governo local
conduzido pelo pastor, bispo ou presbítero (são termos sinônimos), com o apoio
da junta diaconal para as atividades temporais da igreja e tendo a Assembléia
como o poder máximo de decisão. Os principais historiadores são unânimes em reconhecer
que esse era o modelo da igreja primitiva. Moshiem, citado em Administração
Eclesiástica, afirma que “a voz principal pertencia ao povo, ou seja, a todo o
grupo de cristãos”. Os líderes locais reuniam-se para o estudo prévio dos
assuntos (At 15.6), mas qualquer decisão era tomada pela igreja (At 15.22)” http://geremiasdocouto.blogspot.com.br/2009/08/administracao-lideranca-igreja-carater.html. A Igreja, em sua
concepção divina, deve ser regida pelo que pede as Escrituras Sagradas. A
Igreja Militante em sua caminhada terrena, submete-se às leis para que o seu
funcionamento seja legitimamente reconhecido. Todavia, sempre que houver
colisão entre as leis humanas e as leis de Deus estas continuarão sendo o nosso
padrão absoluto de referência para o nosso viver eclesiástico.] “NaquEle que me garante: "Pela
graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus"
(Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2017
HORA DA REVISÃO
1. Por que precisamos de
organização nas igrejas?
Uma igreja deve ser organizada
para receber bem seus membros e visitantes, ter pessoas responsáveis atuando
nos diversos ministérios e departamentos, checar se o santuário possui as
condições de receber pessoas para os momentos de culto e orações.
2. Cite três modelos de governo
da igreja.
Episcopal, congregacional e
presbiteral.
3. Qual é o modelo de governo
eclesiástico mais comum?
Episcopal.
4. Quais são os líderes voltados
para o exercício da pregação e do discipulado?
Bispos e pastores.
5. Quais as características
necessárias ao exercício do ministério?
O candidato deve ser honesto,
marido de uma mulher, sóbrio, apto para ensinar, não pode ser uma pessoa
violenta nem avarenta; deve ser moderado e ter um bom testemunho dos que
estivessem fora da igreja (1Tm 4.3).
SUBSÍDIO
“Por que a igreja deve se
caracterizar pelos pontos distintivos de santidade, de união e de amor? Para
explicar de forma simples, o caráter da igreja deve refletir o caráter de Deus.
Devemos ser santos, unidos e amorosos, porque Deus é Santo, é um e é Amoroso.
Paulo diz aos coríntios: ‘Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo’ (1Co
11.1). Deus pretende expor seu próprio reflexo na igreja. Em geral, observamos
isso no capítulo 1 e 2. O evangelho da igreja é a sabedoria de Deus, não a
sabedoria do mundo (1Co 1.17-2.16). Paulo escreve: ‘Mas nós não recebemos o
espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos
conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus’ (2.12). E escreve alguns
versículos adiante: ‘Nós temos a mente de Cristo’ (2.16b). Em suma, a obra
transformadora do evangelho na vida da Igreja concede-lhe a mente de Cristo e a
torna mais semelhante a Deus que ao mundo. E o reflexo dEle na Igreja — por
meio da proclamação e da vida santa, unida e amorosa — é a exata matéria do
testemunho da Igreja. Conforme examinamos cada uma dessas características,
observamos que seu fim último não é melhorar a saúde moral da sociedade, embora
isso possa ser um subproduto, mas refletir a Deus” (DEVER, Mark. A Mensagem do
Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.187).
Fonte: O
texto da lição foi retirado de: