LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
1º Trimestre de 2017
Título: A Igreja de Jesus
Cristo — Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno
Comentarista: Alexandre
Coelho
JOVENS
- Lição
4 -
22 de Janeiro de 2017
O Ministério da Igreja
TEXTO DO DIA
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SÍNTESE
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“E nos fez reis e
sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre.
Amém!” (Ap 1.6).
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O ministério da Igreja
é um lugar para os servos de Deus, visando o aperfeiçoamento dos santos.
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AGENDA DE LEITURA
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Segunda - At 4.32
Ministério e unidade
Terça - At 6.1-3
Ministério e serviço
Quarta - At 9.36
Ministério e
misericórdia
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Quinta - At 8.6
Ministério e sinais
Sexta - At 4.8
Ministério e o poder do
Espírito Santo
Sábado - At 4.13
Ministério e ousadia
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OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno
deverá estar apto a:
EXPLICAR
o que significa o ministério;
ENFATIZAR
que os cristãos são chamados a servir ao Senhor como sacerdotes, como
mediadores da mensagem da salvação;
DESTACAR
que a Igreja tem a mensagem da reconciliação, e deve fazer dessa mensagem e de
sua prática um ministério.
INTERAÇÃO
O
exercício do ministério na igreja do Senhor é muito mais do que apenas possuir
um cargo na igreja. É preciso entender que o serviço ministerial possui um
significado muito especial que norteia e dá sentido ao que fazemos na obra de
Deus. Ministrar está intrinsecamente ligado a nossa identidade cristã. Somos
chamados por Deus para exercer o sacerdócio real, cujo objetivo é trazer aos
homens as verdades do evangelho eterno de nosso Senhor Jesus Cristo.
Procure
demonstrar aos seus educandos a importância de exercerem o ministério na Casa
do Senhor, enfatizando que esse ministério não pode ser exercido de qualquer
maneira. Antes, o exercício do ministério cristão requer santidade,
conhecimento e obediência aos valores e princípios da Palavra de Deus. É
preciso compreender que a essência da mensagem que trazemos é a reconciliação
da criatura com o seu Criador, e é nosso papel trabalhar para que esta geração
conheça o único meio de voltar à comunhão plena com Deus.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
A
forma como o ministério da igreja é organizado influencia muito na maneira como
a igreja é gerida. Inicie sua aula perguntando aos alunos o que significa ter
um ministério na igreja local. Permita que expressem o que sabem sobre o
assunto. Em seguida, apresente aos alunos um quadro com os diversos cargos
ministeriais encontrados nas igrejas dos dias atuais. Compare-os ao modelo da
Igreja Primitiva. Seus alunos poderão notar que muitos cargos sofreram
alterações na nomenclatura e também no propósito real da sua função. Mostre aos
alunos, a partir da reflexão a respeito do que é ministério, que apesar das
mudanças ocorridas na história da igreja, o comprometimento e a seriedade no
exercício do ministério devem permanecer o mesmo.
TEXTO BÍBLICO
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1 Pedro 2.1-10.
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1 Deixando, pois, toda malícia, e todo engano, e
fingimentos, e invejas, e todas as murmurações,
2 desejai afetuosamente, como meninos
novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que, por ele,
vades crescendo,
3 se é que já provastes que o Senhor é
benigno.
4 E, chegando-vos para ele, a pedra
viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e
preciosa,
5 vós também, como pedras vivas, sois
edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios
espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo.
6 Pelo que também na Escritura se
contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da
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esquina, eleita e
preciosa; e quem nela crer não será confundido.
7 E assim para vós, os que credes, é
preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa
foi a principal da esquina;
8 e uma pedra de tropeço e rocha de
escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o
que também foram destinados.
9 Mas vós sois a geração eleita, o
sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as
virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
10 vós que, em outro tempo, não éreis
povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia,
mas, agora, alcançastes misericórdia.
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COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Muitas pessoas dizem que
desejam ter um ministério. E o que é, essencialmente, ministrar? É dar ordens,
ter prerrogativas de privilégio, ou estar em uma plataforma falando às pessoas?
Não. Ministrar é servir. Aquele que ministra o faz porque é servo de Deus em
primeiro lugar, e servo de seus irmãos, pois assim foi comissionado por Deus. Nesta
lição, trataremos da importância do ministério na Igreja e do ministério de
todos os crentes diante de Deus e dos homens. [Comentário: Esta lição é
oportuna e esclarecedora, dado que hoje é bem comum ouvirmos muitas igrejas e
pessoas usarem a palavra ministério. Dentre os vários usos, temos o exemplo do
ministério de louvor, da pregação, de oração, de ação social, infantil, de
dança e muitos outros. No contexto bíblico essa palavra, na maioria das vezes
em que aparece, significa serviço. No Novo Testamento a
palavra grega para ministério é “diakonia” e indica a prestação de
algum tipo serviço ou trabalho. Como, por exemplo, nesse texto: “e, quanto a nós, nos consagraremos à oração
e ao ministério diakonia da palavra.” (At 6.4). Ou seja, eles se
dedicariam ao trabalho, ao serviço da pregação da palavra de Deus. Ainda que
sejam importantes os talentos pessoais de uma pessoa, o que faz dela um
verdadeiro ministro de Deus é a vocação divina. No texto sagrado encontramos o
termo ‘ministério’ aplicado aos mais váriados serviços designados por Deus aos
seus servos: ministério dos levitas, dos sacerdotes, dos profetas, dos
apóstolos (2Cr 6.32; At 1.25). É em Jesus que encontramos o padrão que todos os
outros ministérios devem seguir e se basear (Lc 3.23). Assim, quem tem um
ministério é um trabalhador, um servo voltado a agradar a Deus com aquilo que
faz, com seu serviço. Quem tem um ministério tem o seu foco no próximo, no
servir da melhor forma possível com o dom que Deus lhe deu. Hoje em dia,
infelizmente, muitos têm usado essa palavra para mostrar certo status por pertencer
ao ministério “a” ou “b”, o que foge totalmente do ideal bíblico.] Dito
isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
1. Ministério é uma forma de adorar a
Deus. Adorar é uma manifestação
de fé, uma forma de aproximar a criatura de seu Criador. Por meio da adoração,
demonstramos nosso apreço e afeição pelo nosso Deus, sem precisar pedir nada em
troca. Nossas petições ficam na esfera de nossas orações, ao passo que, na
adoração, simplesmente nos regozijamos na presença de Deus e agradecemos a Ele
por sua presença entre nós, por suas bênçãos e pela salvação manifesta ao seu
povo. [Comentário: BASE BIÍBLICA: O
Dom de Serviço é percebido no texto de Romanos: “... e a outro a interpretação das línguas. Se é ministério, seja em
ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7). Há muita
confusão sobre louvor e adoração e muitos até dizem que o momento de louvor se
restringe àquele momento de canticos. Sabemos que Deus procura os verdadeiros
adoradores, e isso não se refere à adoração verbalizada em forma de cantico. Adoração é obediência a Deus. O cristão
adora porque obedece e porque tem prazer em adorar, e quer sentir mais e mais a
presença de Deus em sua vida. Este é o verdadeiro sentido da adoração. Uma
linda expressão de louvor não tem nada a ver com palavras faladas, escritas ou
cantadas se as mesmas não forem acompanhadas de vidas de fé na Palavra de Deus
e na obra do Senhor Jesus Cristo, resultando em vidas que louvam, mesmo que não
haja nenhum som. Creio que, quando o período de louvor é realizado por pessoas
consagradas a Deus, com equilíbrio espiritual, com músicas (principalmente do
Cantor Cristão) que trazem mensagens de edificação para a igreja, com músicas
que trazem mensagens evangelísticas, com músicas que glorifiquem o nome do
Senhor, com músicas cujos ritmos são coerentes com o ambiente cristão e com a
reverência que devemos ter com o nosso Deus, com instrumentos consagrados a
Deus, com músicos consagrados, dotados de bom senso musical e que respeitam os
ouvidos e gosto de todos os irmãos, creio que o período de louvor será muito
bem-vindo no louvor da igreja.]
2. Ministério, adoração e fé. A adoração como manifestação da nossa
fé, é um serviço, um ministério. A expressão hebraica abad traz a ideia de
“trabalhar, servir, adorar”. A expressão grega latreuo traz a mesma ideia de
serviço e adoração (dessa expressão vem as palavras “idolatria”, adoração ou
serviço a um ídolo). Aquele que ministra a um ídolo, o idólatra, também o
adora, ignorando o verdadeiro Deus. Nesse contexto, precisamos entender que
quando servimos ao Senhor, devemos igualmente ter um comportamento que
demonstra que o adoramos também. [Comentário: Adoração está ligada a pelo menos
três outras idéias: sacrifício, gratidão e fé. Adoração e sacrifício. Conta o
livro de Gênesis que Abraão, quando levava seu filho Isaque para ser
sacrificado, em certo momento falou aos servos que os acompanhavam:
"Fiquem aqui com o jumento enquanto eu e o rapaz vamos até lá. Depois de
adorarmos, voltaremos" (22.5). Podia ter dito "depois de
sacrificarmos", mas disse "depois de adorarmos". Podia ter se
referido ao ato exterior de sacrificar; mas preferiu indicar a atitude interior
de demonstrar reverência e respeito por Deus. É isso que Paulo quis dizer
quando falou aos cristãos de Roma: "Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas
misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus; este é o culto racional [ou adoração] de vocês" (Romanos 12.1).
Coração que adora é coração que se entrega, é coração que doa de si mesmo.
Adorar é entregar a filha a Deus a fim de que ela se torne uma missionária em
campo distante. Adorar é ofertar com liberalidade para a obra de Deus. É também
dar a uma pessoa necessitada como se estivesse dando para Deus (Mateus 25.37-40).
Adoração e gratidão. Ainda em Gênesis, lemos a história do servo de Abraão que
foi a um lugar distante buscar uma esposa para Isaque, o filho de seu senhor
(24.4, 10). Durante a viagem o servo orou, pedindo orientação divina
(24.12-14). Ao ver respondida sua oração (24.15-20), ele "curvou-se em
adoração ao Senhor" (24.26) e disse "Bendito seja o Senhor, que me
conduziu na jornada" (26.27). Percebe-se claramente um elemento de
gratidão. O que vemos nessa passagem é alguém que reconhece a direção de Deus em
sua vida e, por isso, agradece, isto é, adora. Coração que adora é coração que
agradece. Adorar é lembrar de agradecer a Deus aquilo que pedimos e recebemos e
também aquilo que recebemos sem nem mesmo termos pedido. É agradecer coisas
tanto grandes quanto pequenas: a gripe que foi embora, o salário recebido, a
promoção no emprego, a reconciliação com alguém que virou as costas. Adoração e
fé. Adoração pressupõe fé. Isso fica patente num dos encontros entre Jesus
ressuscitado e seus discípulos: "quando o viram, adoraram; mas alguns
duvidaram" (Mateus 28.17). Isso nos ensina que a dúvida é um obstáculo à
adoração. A fé é parte integrante da adoração. Sem fé não acontece adoração.
Coração que adora é coração que confia em Deus. Adorar é reconhecer que Deus continua
no controle mesmo quando se perde o emprego, quando chega a doença, quando se
enfrenta uma crise familiar, quando Deus responde "não" à oração.
Agir assim requer fé. Texto extraído de http://www.teologiabrasileira.com.br/teologiadet.asp?codigo=78. Diante de tudo o
que foi exposto, conclui-se que quando falamos em louvor e adoração, a idéia de
cantar um hino ou um cântico na igreja, mas o louvor e a adoração não se
limitam apenas a estarmos cantando hinos ou cânticos ao Senhor nos cultos de
domingo. É muito mais do que música! Na verdade, eles não estão sujeitos e nem
dependem da música para existirem ou serem praticados! O louvor e a adoração
são, antes de tudo, um estilo de vida.]
3. Ministério é serviço. Quando falamos que uma pessoa trabalha
em um ministério dentro da igreja local, estamos igualmente falando que essa
pessoa está fazendo um trabalho específico dentro daquela igreja. Os obreiros
da igreja, por exemplo, exercem seu ministério, seu serviço a Deus, servindo à
igreja para a qual foram chamados a pastorear. Pessoas que lidam com
departamentos infantis também estão prestando um serviço a Deus quando estão
instruindo crianças em suas classes. Ministério, nessa acepção, é serviço. Há
três palavras gregas que designam o termo ministro: leitourgos, um funcionário
público que prestava um serviço ao Estado; hūperetes, a pessoa que trabalhava
em um navio de escravos, e diaconos, aqueles que serviam às mesas. Por essas
informações, podemos perceber que o ministro é um servo, uma pessoa que, por força
de suas atribuições, tem mais obrigações e deveres do que necessariamente
privilégios. Cremos, com isso, que devemos cuidar bem daqueles que são chamados
por Deus para servir aos seus irmãos e à Igreja, pois o serviço cristão é
mútuo, uns servindo aos outros. [Comentário: É bom esclarecer que enquanto os
dons de manifestação do Espírito são voltados à edificação da Igreja,
considerando os irmãos como Corpo, os dons de serviço são direcionados ao
trabalho, considerando os irmãos como indivíduos. Ministério, em Romanos 12.7,
é servir. Temos como exemplos na Bíblia o ministério (serviço) físico e
material de Febe (Rm 16.1-2), e o ministério (espiritual) da reconciliação
entre os irmãos (2Co 5.18). Trabalho assistência, mão de obra, hospedagem,
refeição, arrumação, manutenção, limpeza, escolas, asilos e orfanatos são
manifestações desse dom. Muitos irmãos têm este dom para serviços dessa
natureza. No original grego, serviço é "diakonia", de onde vem a
designação diácono. Em outras palavras, todos os diáconos deviam ter esse dom. O
dom de ministrar' diz respeito a prestar serviço material e espiritual sem
jamais esperar recompensa, reconhecimento, retribuição ou remuneração.]
Pense!
De que forma temos sido pessoas que levam a sério um ministério ou uma
vocação dada por Deus?
Ponto Importante
Servir é uma forma de demonstrar aos que nos cercam a nossa adoração a
Deus. Quando amamos a Deus nos tornamos servos dEle.
II. O MINISTÉRIO SACERDOTAL DOS CRENTES
1. Ministério no Antigo Testamento. No Antigo Testamento, o ministério era
tido como uma atividade espiritual. Os sacerdotes e levitas integravam o
ministério religioso em Israel, e posteriormente, Deus levantou profetas que
também tinham um ministério. Enquanto os levitas e sacerdotes oficiavam no
sentido de intermediar a aproximação do homem para com Deus, os profetas
falavam em nome de Deus ao povo. [Comentário: No tempo do Antigo
Testamento, havia dos tipos de ministérios: o levítico e o profético. Os
juízes, sempre é bom lembrar, não eram ministros religiosos, mas magistrados
civis e líderes levantados por Deus para conduzir a nação israelita em momentos
de grande adversidade. Já os levitas e sacerdotes, bem como os profetas, eram
ministérios essencialmente religiosos. Ao contrário do que pensam alguns hoje
sobre o ministério levítico, são os filhos de Levi que foram designados para o
ministério e a descendência de Arão, especificamente para o ministério
sacerdotal, que primeiro se realizou no Tabernáculo e depois, no Templo, cuja
estrutura original foi construída durante o reinado de Salomão, filho de Davi. O
ministério sacerdotal era, essencialmente, um ministério intercessório. O
sacerdote era o mediador entre o povo e Deus, e não apenas no que diz respeito
ao oferecimento de sacrifícios para expiação das culpas do povo, mas também no
sentido mais comum, de orar em favor do povo. Era responsabilidade do sacerdote
também ensinar a Lei de Deus para a população (Êx 28.1-29.45; Lv 21.1-23; 1Cr
24.1-31). http://www.cpadnews.com.br/conteudo-exclusivo/16856/o-ministerio-no-antigo-testamento.html.]
2. Ministério no Novo Testamento. No Novo Testamento, a palavra
ministério traz a ideia de serviço, e de forma peculiar, apresenta aqueles que
são salvos em Cristo como pessoas que atuam em um ministério como sacerdotes de
Deus aos homens. Esse ministério é conhecido como “sacerdócio universal dos
crentes”. [Comentário: No Novo Testamento o Dom do Serviço
é uma resposta direta de Deus à necessidade da Igreja Local – Corpo de Cristo,
diante do crescimento explosivo do numero de salvos a partir da pregação
poderosa, entusiasmada e empolgante do Evangelho. O Dom de Serviços ou da
Diaconia renasce um pouco após o inicio da Igreja. Visto que a capacidade
especial de Servir ao Senhor Deus através das pessoas já existia ou ocorria
desde o Antigo Testamento. Em Atos 26.16: "Porque por isto te apareci, para te constituir ministro...", o
termo grego para ‘ministro’ é huperetes, cujo significado sempre
está ligado à ideia geral de serviço. Huperetes designa aquele que rema,
portanto, o membro da tripulação de um navio. Também qualquer serviçal. Em Mt 5.25
designa o oficial de justiça; os serventuários, em Mt 26.58; o assistente na
sinagoga, em Lc 4.20, o servo auxiliar em At 13.5; os guardas em Jo 7.32. É
como se Paulo dissesse: "que os
homens nos considerem como serviçais de Cristo". Muito bem traduz a
Bíblia na Linguagem de Hoje: "Vocês
nos devem tratar como servidores de Cristo."]
3. O cristão como um sacerdote. Pela ideia do sacerdócio universal dos
crentes queremos dizer que todos aqueles que já experimentaram a salvação são
chamados a servir ao Senhor como sacerdotes, como mediadores da mensagem da
salvação. Essa premissa, baseada em 1 Pedro 2.9 foi criada na Reforma
Protestante, e é atribuída a Lutero, para contrapor a ideia de que apenas os
sacerdotes da igreja romana eram detentores da salvação e da autoridade divina.
Por ocasião da Reforma, Lutero ensinou que Deus chama a todos para que sejam
sacerdotes do Deus Altíssimo. Essa definição não deve ser confundida com o
ministério pastoral de nossas igrejas. Lutero nunca disse que não poderia haver
pastores, ou que todas as pessoas seriam pastores na igreja, pois o ministério pastoral
é para pessoas com vocação e formação para ministrar ao rebanho de Cristo. Deus
chama pastores para que possam ser responsáveis pelo rebanho do Senhor, e eles
são nossos sacerdotes. Isso não significa que todos os crentes são pastores!
Nem todos possuímos a vocação ao ministério pastoral, de conduzir o rebanho do
Senhor. Esse ministério é reservado a pessoas que Deus chama com essa
finalidade específica. Entretanto, diante dos homens, somos sacerdotes, ou
seja, representamos a Deus neste mundo que carece da salvação. Por isso,
pregamos e oramos pelos que ainda não conhecem Jesus. [Comentário: Os crentes são
chamados “reis e sacerdotes” e um “sacerdócio real” como reflexo de sua posição
privilegiada de herdeiros do reino do Todo Poderoso Deus e do Cordeiro. Todo
cristão tem um “serviço sacrificial”, um ofício por meio do qual ele expressa
seu louvor e obediência a Deus. O cristão tem, além disso, um ministério de
intercessão e o “poder de apontar e julgar o que é correto e incorreto na fé”. Martinho
Lutero afirmou que todo cristão tem a capacidade de julgar segundo as
Escrituras e de rejeitar todo ensino que contradiz o que as Escrituras ensinam.
Esta foi a maior contribuição de Lutero à eclesiologia protestante, contudo,
nenhum outro elemento de seu ensino é tão mal compreendido como a doutrina do
sacerdócio universal do crente. O sacerdócio de todos os cristãos é tanto uma
responsabilidade quanto um privilégio, um serviço tanto quanto uma posição.
Deus fez-nos um corpo, um “bolo” (imagem favorita de Lutero). Nossa unidade e
igualdade em Cristo é demonstrada por nosso amor mútuo e nosso cuidado uns
pelos outros. “O fato de que somos todos sacerdotes e reis significa que cada
um de nós, cristãos, pode ir perante Deus e interceder pelo outro. Se eu notar que
vocês não têm fé ou têm uma fé fraca, posso pedir a Deus que lhe dê uma fé
sólida.” Tudo isso implica que ninguém pode ser um cristão sozinho. Assim como
não podemos nascer de nós mesmos, ou batizar a nós mesmos, da mesma forma não
podemos servir a Deus sozinhos. Aqui, abordamos outra grande definição da
igreja apresentada por Lutero: communio sanctorum , uma comunidade de santos.
Mas quem são os santos? Não são supercristãos que foram elevados à glória
celeste, em cujos “méritos” podemos conseguir ajuda nos caminhos da vida. Todos
os que crêem em Cristo são santos. Conforme Paul Althaus disse: “Lutero trouxe
a comunidade dos santos do céu para a terra”. www.monergismo.com/textos/igreja/sacerdocio_lutero_timothy.htm]
Pense!
Como cristão, represento e apresento Deus junto a este mundo carente de
ver o poder do Senhor transformando vidas?
Ponto Importante
O sacerdócio de todos os crentes é uma premissa da
Reforma Protestante.
III. O MINISTÉRIO DA COMUNHÃO E DA RECONCILIAÇÃO
1. A reconciliação. Essa expressão retrata a união de duas
ou mais pessoas depois que barreiras foram removidas. Quando vemos os efeitos
do pecado na vida das pessoas, entendemos também a separação que há entre o
homem e Deus. [Comentário: "Reconciliar-se",
"reconciliação", referem-se a mudar de inimizade para amizade; mudar
de considerar ofensor e inimigo, mudar de odiar, para doravante considerar
amigo e amar; relacionamento de paz (em oposição à anterior guerra), de
comunhão (em oposição à anterior inimizade), de remoção de todos os obstáculos,
e de acesso ao Pai, tudo trazido pelo derramamento do sangue por Cristo como
nosso substituto. A ênfase é em ato e atitude unilateral (primeiramente de Deus
(Rm 5.10), na propiciação; depois do homem, na conversão (2Co 5.18-20).]
2. A reconciliação é obra divina. A reconciliação entre Deus e o homem
foi iniciada por Deus, pois “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o
mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da
reconciliação” (2Co 5.19). A Igreja tem a mensagem da reconciliação, e deve
fazer dessa mensagem e de sua prática um ministério. O mesmo deve ser feito em
relação aos que, em algum momento, tropeçaram na caminhada cristã e se
afastaram do convívio dos santos. Enquanto não formos arrebatados e chamados
para estar com o Senhor, vivemos sujeitos ao pecado e aos ataques deste mundo,
que buscam a todo custo nos afastar da presença do Senhor. Nossa postura, como
servos e servas de Deus, é fazer com que esses irmãos afastados sejam
reconciliados com a igreja local e estejam na comunhão dos santos. [Comentário: Mesmo que
temporalmente simultâneas, a seqüência lógica é: propiciação implica
reconciliação da parte de Deus. Propiciação é a causa, reconciliação da parte
de Deus é o efeito: A morte de Cristo propiciou a Deus e, conseqüentemente,
pela sua parte Deus está reconciliado, faltando ao homem reconciliar-se
(arrepender-se, crer, humilhar-se, render-se, receber) (2Co 5.18-20; Rm 5.10). Portanto,
podemos ver a obra da reconciliação em dois instantes de tempo:
a. (1) Desde a eternidade passada, em propósito; (2) no madeiro, em
efetivação; e (3) para sempre: Deus reconciliou Ele mesmo com o mundo, através
de Jesus Cristo [a iniciativa, a providência e a consecução são todas e somente
de Deus! (2Co 5.18-19).
b. Agora: o homem necessita se reconciliar com Deus através de Jesus
Cristo (2Co 5.20).
A Bíblia diz que Cristo nos reconciliou com Deus (Rm 5.10; 2Co 5.18; Cl
1.20-21). Deus não apenas reconciliou consigo mesmo o homem como também todas
as coisas no céu e na terra (Cl 1.20). Por causa desta reconciliação, Deus:
- Derrama bênçãos temporais também sobre os não salvos (Mt 5.45; Rm 2.4);
- Dilata ao homem a oportunidade de se arrepender (2Pe 3.9);
- Libertará os céus e a terra dos resultados da queda, na efetivação da
restauração final (Rm 8.19-21)]
3. A comunhão. A palavra comunhão traz a ideia de
atos de fraternidade, de companheirismo. A Igreja de Cristo não pode ser
marcada por partidarismo e dissensões, pois um reino dividido não subsiste (Mc
3.24). A comunhão é inspirada pelo amor, e este é o adesivo que une duas partes
que de outra forma entrariam em atrito. [Comentário: A comunhão é um aspecto-chave da
vida cristã. Os crentes em Cristo devem se unir em amor, fé e encorajamento.
Essa é a essência da koinonia. Filipenses 2.1-2 declara: "Portanto, se há algum conforto em Cristo, se
alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns
entranháveis afetos e compaixões, Completai o meu gozo, para que sintais o
mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa”. Tendo o
mesmo amor, sendo um em espírito e propósito". Koinonia está em acordo
um com o outro, sendo unidos em propósito, e servindo ao lado uns dos outros.
Nossa koinonia uns com os outros é baseada em nossa koinonia comum com Jesus
Cristo. Em 1 João 1: 6-7 diz: "Se
dissermos que temos comunhão com Ele, e andarmos em trevas, mentimos e não
praticamos a verdade. Mas se andarmos na luz como Ele está na luz, temos
comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica
de todo pecado". Um exemplo poderoso do que koinonia deve ser
semelhante pode ser encontrado em um estudo da frase "um outro" na
Bíblia. A Escritura nos ordena a nos devotarmos uns aos outros (Rm 12.10), a
honrar uns aos outros (Rm 12.10), a viver em harmonia uns com os outros (Rm 12.16;
1Pd 3.8), aceitar uns aos outros 15.7), sirvam uns aos outros em amor (Gl 5.13),
sejam bondosos e compassivos uns para com os outros (Ef 4.32), advertir uns aos
outros (Cl 3.16), encorajar uns aos outros (1Ts 5.11; Hb 3.13), estimular uns
aos outros em relação ao amor e boas obras (Hb 10.24), oferecer hospitalidade
(1Pd 4.9) amar uns aos outros (1Pd 1.22; 1Jo 3.11; 3.23, 4.7, 4.11,12). Isso é
o que deve ser a verdadeira koinonia bíblica. https://www.gotquestions.org/koinonia.html]
Pense!
Até que ponto você tem sido uma pessoa que busca efetivamente,
em atitudes, a reconciliação entre outras pessoas e Cristo?
Ponto Importante
Reconciliação e comunhão costumam andar juntas na vida cristã.
Primeiro partes opostas se reconciliam, para depois manterem a fraternidade da
comunhão.
CONCLUSÃO
Em Cristo, vemos todos os
exemplos de que a Igreja precisa para efetuar seu ministério. Ele foi servo, é
nosso Sumo Sacerdote, busca a reconciliação e faz com que tenhamos comunhão com
Deus. Que nossas vidas sejam pautadas no exemplo de Jesus. [Comentário: O ministério de
Jesus consistia em pregar e ensinar as boas-novas do reino (Mt 4.23),
instruindo aqueles que respondiam afirmativamente à sua proclamação a terem uma
atitude de total submissão à sua própria pessoa e ensino, por ser ele o
Messias, Rei e Salvador. Ele foi mestre perfeito. Em todos os seus feitos e
pronunciamentos, encontramos um modelo a ser imitado, um exemplo a ser seguido.
Não era sem razão que os seus discípulos e mesmo aqueles que não se
enfileiravam entre os seus, assim se dirigiam a ele, reconhecendo-o como Mestre
(Mt 19.16; Jo 3.2). Quando Jesus terminou de proferir o “Sermão do Monte”,
registra Mateus: “Estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele
as ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas” (Mt 7.28-29). Eu
encontro aqui o maior exemplo a ser imitado: ensinar com autoridade! Para isso,
é preciso reconciliação, comunhão (vertical e horizontal) e desprendimento para
o serviço. Você está disposto?] “NaquEle que me
garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2017
HORA DA REVISÃO
1. Segundo a lição, o que é
adorar?
Adorar é uma manifestação de fé,
uma forma de aproximar a criatura de seu Criador.
2. O que é ministério?
É um serviço, trabalho
específico realizado dentro daquela igreja.
3. Quais são as 3 palavras gregas
que designam o termo ministro? Quais são os seus significados?
As três palavras gregas são:
leitourgos, um funcionário público que prestava um serviço ao Estado;
hūperetes, a pessoa que trabalhava em um navio de escravos, e diaconos, aqueles
que serviam às mesas.
4. Como era o ministério no
Antigo Testamento?
O ministério era constituído
pelos sacerdotes e levitas, e posteriormente, os profetas. Enquanto os levitas
e sacerdotes oficiavam no sentido de intermediar a aproximação do homem para
com Deus, os profetas falavam em nome de Deus ao povo.
5. Qual a ideia de sacerdócio
universal dos crentes?
Significa dizer que todos
aqueles que já experimentaram a salvação são chamados a servir ao Senhor como
sacerdotes, como mediadores da mensagem da salvação.
SUBSÍDIO I
O sumo sacerdote
“Dentro da divisão dos coatitas,
a família de Arão passou a ser de sacerdotes. De um lado isso os tornou
encarregados dos levitas. Itamar supervisionava os gersonitas (Nm 4.28) e os
meraritas (v.33); Eleazar cuidava dos coatitas (v.16). Por outro lado os
sacerdotes eram distintos dos levitas, porque só eles podiam tocar nas coisas
santas — tudo que tivesse a ver com o altar, a lâmpada, ou a mesa da proposição
(Nm 4.5-15).
O sacerdote nem sempre era quem
fazia o sacrifício, mas era ele quem levava o sangue para o altar (por exemplo,
Lv 3.2). O próprio Arão veio a ser sumo sacerdote (às vezes chamado de
principal sacerdote). Ele usava roupas especiais (Lv 16.2), interpretava o
lançamento das sortes sagradas que eram mantidas em seu peitoral.
Arão tinha quatro filhos.
Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar. Nadabe e Abiú morreram por terem cometido sacrilégio
em seus deveres religiosos como sacerdotes (Lv 10.1-3) e o sumo sacerdócio
passou então a Eleazar e foi mantido em sua família (Nm 20.25-29). Eli era um
sacerdote da família de Eleazar. O sumo sacerdócio parece ter passado depois
para a família de Itamar (veja 1Rs 2.27; cf. 1Cr 24.3). Foi Salomão quem fez
retornar a linhagem de volta à família de Eleazar, colocando Zadoque na posição
de sumo sacerdote. Essa posição foi mantida na família dele até que seu
descendente veio a ser deposto por Antíoco Epifânio nos dias dos macabeus”
(GOWER, Ralph. Novo Manual dos Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. 2ª Edição.
RJ: CPAD, 2012, pp.326,327).
SUBSÍDIO II
“No Antigo testamento, o
sacerdócio era restrito a uma minoria qualificada. Sua atividade distintiva era
oferecer sacrifícios a Deus, em prol do seu povo e comunicar-se diretamente com
Deus (Êx 19.6; 28.1; 2Cr 29.11). Agora, por meio de Jesus Cristo, todo crente é
constituído sacerdote para o serviço de Deus (Ap 1.6; 5.10; 20.6). Esse
sacerdócio de todos os crentes abrange o seguinte:
(1) Todos os crentes têm acesso
direto a Deus, através de Cristo (1Pe 3.18; Jo 14.6; At 4.12; Ef 2.18).
(2) Todos os crentes têm a
obrigação de viver uma vida santa (1Pe 2.5,9; 1.14-17).
(3) Todos os crentes devem
oferecer ‘sacrifícios espirituais’ a Deus, inclusive: (a) viver em obediência a
Deus, sem conformar-se com o mundo (Rm 12.1,2); (b) orar a Deus e louvá-lo (Sl
50.14; Hb 13.15); (c) servir com o coração íntegro e mente disposta (1Cr 28.9;
Fp 2.17; Ef 5.1,2); (d) praticar boas ações (Hb 13.16); (e) contribuir com
nossas posses materiais (Rm 12.13; Fp 4.18) e (f) apresentar nossos corpos a
Deus como instrumentos de justiça (Rm 6.13,19).
(4) Todos os crentes devem
interceder e orar uns pelos outros e por todos (Cl 4.12; 1Tm 2.1; Ap 8.3).
(5) Todos os crentes devem
proclamar a Palavra e orar pelo sucesso dela (1Pe 2.9; 3.15; At 4.31; 1Co
14.26; 2Ts 3.1; Hb 13.15)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995,
p.1940).
Fonte: O
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