Lição 2
9 de Outubro de 2016
A obediência como adoração
TEXTO DO DIA
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SÍNTESe
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"Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR, teu Deus, pede de ti,
senão que temas o SENHOR, teu Deus, e que andes em todos os seus caminhos, e
o ames, e sirvas ao SENHOR [...]."
(Dt 10.12)
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Adoração e obediência são princípios muito interligados. Obedecer é
dizer "não" para o eu e "sim" para Deus.
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AGENDA DE LEITURA
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SEGUNDA - 1 Sm 15.22
A obediência voluntária é muito
melhor que o sacrifício ritualístico
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QUINTA - Fp 2.8
Jesus, paradigma de obediência
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TERÇA - Jr 42.6
A obediência precisa ser
incondicional
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SEXTA - 2 Co 2.9
O desafio da obediência sincera
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QUARTA - Lc 18.22
Não era sobre dinheiro, mas
sobre adoração como obediência
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SÁBADO - Cl 3.20
Quando a obediência aos pais é
adoração ao Pai Celeste
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Objetivos
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COMPREENDER que o fracasso de Israel no tempo
dos Juízes tinha seu fundamento na desobediência.
IDENTIFICAR a
obediência a Deus como a obediência à Palavra de Deus;
DEMONSTRAR que a adoração a Deus deve estar
presente em nossas ações cotidianas através da obediência.
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Interação
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Vivemos em uma sociedade de valores absolutamente invertidos; aquilo
que a Bíblia Sagrada declara como honroso e digno, o mundo retrata como
ridículo e atrasado. Um dos conceitos mais atacados em nossos dias é o de
"obediência"; para muitos jovens "obedecer" é sinônimo de
fraqueza, covardia e medo. Há entre nós, até mesmo em nossas Igrejas, a
cultura da rebeldia. Essa cultura é alimentada por ícones da cultura Pop
contemporânea. Faz parte de seu ministério, enquanto educador, ressignificar
a definição de "obediência" entre os jovens que frequentam sua sala
de aula. Para tanto, apresente exemplos positivos de pessoas que, por serem
obedientes aos pais, às leis, a Deus, foram bem-sucedidas em suas vidas. Por
fim, mui amorosamente, revele a eles que servir a Deus é um processo longo,
contínuo e progressivo de obediência ao Pai. É algo árduo, mas que o fruto de
comunhão com Deus, advindo de tal comportamento, é excelentíssimo.
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Orientação Pedagógica
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Solicite aos alunos que façam uma tabela com o título: "Meu Plano
de Vida" e que criem as seguintes colunas: "Vida Profissional,
Acadêmica, Espiritual, Sentimental" (e outras colunas que você,
educador, achar necessárias). Em seguida, oriente-os a preencher cada coluna
com suas expectativas- pode ser apenas palavras-chave, frases ou até mesmo
datas que representem determinadas metas. Depois, peça-os que façam um
círculo e coloquem sobre ele o título "Meu Plano de Vida". Logo após,
dê a eles o seguinte comando: "Livremente, conforme vocês bem acharem,
preencham o plano de vida de vocês, sabendo de uma coisa: Tudo o que vocês
colocarem dentro deste círculo precisa estar interligado entre si." Ou
seja, se eles escreverem "trabalho", "igreja",
"amor", "01/01/2020" eles precisam explicar como estas
informações relacionam-se entre si simultaneamente. Ao final, pergunte-os
sobre qual destes planejamentos foi mais fácil de fazer e por quê.
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TEXTO BÍBLICO
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Juízes 2.8-10;16-19
8. Faleceu, porém, Josué, filho de Num, servo do SENHOR, da idade de
cento e dez anos.
9. E sepultaram-no no termo da sua herdade, em Timnate-Heres, no monte de
Efraim, para o norte do monte Gaás.
10. E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração
após eles se levantou, que não conhecia o SENHOR, nem tampouco a obra que
fizera a Israel.
16. E levantou o SENHOR juízes, que os livraram da mão dos que os
roubaram.
17. Porém tampouco ouviram aos juízes; antes, se prostituíram após outros
deuses e encurvaram-se a eles; depressa se desviaram do caminho por onde
andaram seus pais ouvindo os mandamentos do SENHOR; mas eles não fizeram
assim.
18. E, quando o SENHOR lhes levantava juízes, o SENHOR era com o juiz e os
livrava da mão dos seus inimigos, todos os dias daquele juiz; porquanto o
SENHOR se arrependia pelo seu gemido, por causa dos que os apertavam e
oprimiam.
19. Porém sucedia que, falecendo o juiz, tornavam e se corrompiam mais do
que seus pais, andando após outros deuses, servindo-os e encurvando-se a
eles; nada deixavam das suas obras, nem do seu duro caminho.
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COMENTÁRIO
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INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos a
respeito da íntima relação entre obediência e adoração. Veremos que todo ato
de obediência a Deus pode naturalmente ser considerado uma ação que louva ao
Senhor. Deste modo, rompemos com o conceito errôneo de que apenas atitudes
cerimoniais ou litúrgicas associam-se à adoração. Perceberemos que é possível
louvar ao Rei do universo por meio de nossa vida cotidiana. Partindo do
exemplo do povo de Israel no período dos Juízes, seremos conduzidos à
compreensão de que a obediência não pode ser meramente formal, da boca para
fora, pois é possível desobedecer a Deus fazendo aquilo que aparentemente é a
coisa certa. A verdadeira obediência, assim como o genuíno louvor, é
produzida dentro de nós. [Comentário: “De tudo o que
se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este
é o dever de todo homem” (Ec 12.13). Muitos cristãos não sabem de fato o que
é uma verdadeira adoração ao Pai. A adoração vem mediante a várias práticas,
entre elas podemos citar por exemplo, o ato de dizimar, o respeito aos
líderes da igreja entre outras práticas que revelam o caráter de um
verdadeiro adorador. A adoração não se restrige apenas quando algum pregador
berra ao microfone: “Levante a mão e adore a Ele!”; Ou quando o grupo de
louvor da igreja coloca todos de pé e entoam um hino de louvor.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé
cristã?
I- UM POVO QUE
DESAPRENDEU A OBEDECER E A ADORAR
1. O
caráter integral da vida. É
conhecida a história da decadência de Israel na época dos juízes, um momento
em que cada um fazia o que achava ser certo. Aquele povo recém-acomodado no
novo território não teve fundamento suficiente para permanecer nos princípios
ensinados por Josué (Jz 2.10). A história do povo de Deus neste
contexto histórico nos deixa valiosos ensinamentos. Um deles, talvez o mais
importante, é a necessidade de compreensão da vida como um emaranhado de
fatos, decisões e emoções. Tudo em nossa existência está interligado. Quem
imagina que há uma divisão entre a instância espiritual e a física desconhece
que somos pessoas integrais. O que faço no corpo tem implicações espirituais.
Se nossa espiritualidade não vai bem, isto é um sinal que tudo em nós - ainda
que aparentemente harmônico - está à beira do colapso. [Comentário: O pensamento
cristão no decorrer do séculos, por influência da filosofia grega, passou a
defender uma separação entre o sagrado e o profano. Os gregos tinham uma
visão que as coisas materiais eram ruins e profanas, enquanto a salvação
dependia de libertar o espírito do material. A elite grega era tão
influenciada por esse pensamento, que o trabalho manual(material) ficava
relegado aos escravos, uma sub-classe, enquanto a elite se dedicava a
filosofar. Platão defendia a idéia que o mundo material é um simulacro, ou
seja, uma cópia imperfeita do “mundo da idéias”. Para alcançar o “mundo da
idéias”, era preciso se libertar por meio da alma, subindo e saindo do
cativeiro material. Como lembra Nancy Pearcey: “O que Platão quer dizer(...)
é que o mundo material é o reino do erro e ilusão. O caminho ao verdadeiro
conhecimento é livra-se de todos os sentidos físicos”. Agostinho foi um dos
pais da igreja que assimilou o pensamento platônico. Apesar de defender que a
criação material era boa, conforme Gêneses, Agostinho defendia que a criação
material de Deus, era um simulacro. Há vários exemplos da dicotomia
material/espiritual no pensamento agostiniano. Ele foi um dos defensores da
virgindade perpétua de Maria, por associar o sexo(algo material, feio com e
pelo corpo) ao pecado. Ele, também, via o celibato com superior ao casamento.
A dicotomia sagrado/profano de Platão, influenciou outros pais da igreja. A
divisão sagrado/secular criou um conceito distorcido da palavra corpo. No
conceito paulino, a natureza pecaminosa é descrita de várias formas, como
natureza terrena, natureza adâmica, velho homem e carne. Para Paulo, a carne
a ser mortificada era a natureza pecaminosa e não o corpo humano. Com o
dualismo sagrado/secular, o corpo humano passou a ser visto como algo mau,
sendo assim, aquilo que fosse ligado ao corpo era pecaminoso. Surge nessa
época, aqueles que defendem um corpo empacotado(totalmente coberto de
roupas), a abstinência de sexo(dentro do casamento), a mundanização daquilo
que fosse material. A matéria é má? Na visão bíblica a resposta é não. O
primeiro capítulo de Gêneses, descreve a criação material efetuada por Deus.
Moisés, escritor do pentateuco, escreve sempre a frase: “E viu Deus que era
bom”, isso após uma criação material. A matéria faz parte da criação de Deus,
portanto ele não é má, mas sim, sofre as consequências do pecado. Texto extraído de: http://www.teologiapentecostal.com/2007/09/dicotomia-sagradoprofano.html.]
2.
Quando a exceção torna-se regra. Que o amor de Deus e sua paciência são incomensuráveis isso é
verdade. Entretanto, o povo de Israel tornou o erro, a queda e o pecado
em uma rotina em seu arraial (Jz 2.19). O Senhor é poderoso para
perdoar, mas nestes ciclos de santidade e promiscuidade, muitos israelitas se
perderam, morreram pelas mãos de opressores impiedosos. A pior consequência
dessa desestruturação espiritual foi afastamento do temor do Senhor (Jz
3.7). As sucessivas quedas não eram fruto de "acidentes",
e sim de uma opção baseada na falta de comunhão com Deus. O povo passou a
desenvolver um relacionamento idolátrico com Deus. Ele era o Deus verdadeiro,
mas eles não lhe prestavam um louvor autêntico. Jeová era o amuleto a quem em
tempos de crise eles clamavam e esperavam o resultado. Sem dúvida alguma,
aquele povo desaprendeu a adorar. [Comentário: No começo da
história de Israel, o povo de Deus confiava nEle com profunda devoção. A
comunhão com Deus era tão profunda que a nação era considerada a esposa do
Senhor (cf. 3.14; 31.32; Is 54.5). Agora, porém, toda a casa de Israel tinha
abandonado a Deus para seguir outros deuses (vv. 4,5,25). Israel virou as
costas para Deus, mas Deus permaneceu fiel ao seu povo. Todo crente enfrenta
a mesma tentação de se esquecer da bondade de Deus e sua salvação, quando
andam segundo sua vontade, e nos prazeres pecaminosos do mundo. (Veja Jeremias 2.1-7,12,13).]
3.
Consequências para Israel. Os efeitos dessa irreverência deliberada da parte do povo de Israel
foram trágicos. Vejamos: Primeiro eles foram gradativamente perdendo a fonte
da misericórdia para suas vidas (2.20); a ação sobrenatural de Deus
ajudando Israel a vencer as guerras por várias vezes cessou (2.21); e
aqueles povos que deveriam ser vencidos tornaram-se seus opressores (3.1-8);
o povo de Deus sofreu saques e pilhagens (6.3-6). Eles escolheram um
caminho de dor, e por isso este foi o principal cenário no qual Deus os ensinou.
A fonte da dor e do mal que os israelitas viveram neste período foi resultado
das escolhas tortuosas (21.25). Mas a despeito destas, o Senhor ainda
foi capaz de revelar seu amor e misericórdia. Israel experimentou a amargura
de perceber-se longe do Senhor, não por que Ele simplesmente os abandonou,
mas em virtude da infidelidade espiritual do povo que os conduziu a um
sistemático afastamento de Deus (Jz 2.19; 3.7; 8.33; 10.13). [Comentário: É lamentável
quando alguém é estudante ou mestre da Palavra de Deus sem, porém, conhecer o
Senhor como seu Salvador pessoal e ter ampla comunhão com Ele (Jr 2.8). Os
profetas tinham o dever de encaminhar o povo de volta a Deus e de chamá-lo ao
arrependimento. O profeta devia falar somente a Palavra de Deus. Entretanto,
muitos dos profetas de Judá, por estarem totalmente desviados, profetizavam
pelo poder demoníaco, em nome dos ídolos. Se os pastores e os líderes de hoje
pregam idéias humanistas, como as que se encontram em grande parte da
psicologia, filosofia e na teologia liberal contemporâneas, em vez de
pregarem a Palavra de Deus, tornam-se tão culpados quanto os falsos profetas
dos tempos de Jeremias. O povo de Deus do antigo concerto cometeu dois
pecados principais:
(1) abandonaram o Senhor (cf. 17.13; Sl 36.9; Jo 10.10), e
(2) buscaram vida e prazer nas coisas do mundo. Ao agirem assim,
abdicaram do seu propósito e destino como povo redimido (v. 11).
A verdadeira água viva (cf. Jo 4.10-14; 7.37-39) está na comunhão
pessoal com Deus, por meio de Cristo.]
II - QUANDO ADORAR E
OBEDECER SÃO SINÔNIMOS
1.Não
é possível adorar sem obedecer. A trajetória de Israel, especialmente no período dos Juízes, é uma
prova irrefutável de que é impossível declarar-se adorador do Pai, e ao mesmo
tempo, ser surdo e desleal às suas ordenanças (Is 43.8). Louvar a Deus
implica relacionar-se com Ele. Quem tem comunhão com o Altíssimo sabe que Ele
é o Senhor e nós seus servos. Quando obedecemos a Deus estamos
louvando-o e quando o desobedecemos estamos em pecado (Pv 28.5; Rm
5.19). Se não gosto de ouvir e não quero obedecer a Deus, como o
adorarei? Por isso, muitos estão apenas fingindo, conforme denunciou Isaías e
ratificou Jesus (Is 29.13; Mt 15.8). Amar a lei de Deus é
parte fundamental do louvor que agrada ao Senhor (Sl 119.163). [Comentário: "Deus
disse: Este povo com a sua boca diz que me respeita, mas na verdade o seu
coração esta longe de mim. A adoração deste povo é inútil, pois eles ensinam
leis humanas como se fossem meus mandamentos! (Mt 15.8,9). Obedecer nada mais
é do que se submeter à vontade de alguém ou estar sob o comando de alguém.
Obedecer é uma decisão. E a decisão de obedecer é um ato de amor (Jo 14.15).
No Antigo Testamento, vemos que toda vez que alguém praticava pecado contra
Deus, era necessário oferecer um sacrifício para se obter o perdão; e
diferente do que podemos imaginar tal situação não alegrava ao coração de
Deus. Ao decidir por se afastar da vontade de Deus, dizemos que Ele não está
mais na direção das nossas vidas e sim nós mesmos. É isso que queremos? Abrir
mão dos planos de Deus para satisfazer a nossa própria vontade? A Bíblia nos
garante que Deus ordenou a sua vontade para que ela fosse obedecida, e os que
a obedecem serão felizes e jamais serão abandonados por Ele (SI. 119.1-8). Você
quer viver uma vida feliz? Viva uma vida de obediência ao Senhor! E caso
venha a desobedecê-Lo, não pense que tudo está perdido. Deus enviou Jesus
para morrer pelos nossos pecados. Se arrependa, peça perdão a Ele e guarde em
seu coração a Palavra do Senhor (SI 119.11) Extraído de: Lição 3-
Obediência e Adoração. Lições Bíblicas de Adolescentes – 2°tri. De 2016 –
CPAD.]
2. É
possível louvar ao Senhor desobedecendo sua Palavra? Esta resposta precisa ser categórica: NÃO! A
Bíblia cita vários casos onde as pessoas agiram sob o pretexto de adorar ao
Criador, mas o resultado foi desastroso, pois as ações que tomaram
confrontavam diretamente a vontade de Deus. Saul poupou excelentes animais
para serem sacrificados ao Senhor, contudo, foi rejeitado como rei daquele
momento em diante, pois a ordem dada por Deus havia sido outra (1 Sm
15.1-3;24-28). Uma multidão resolveu seguir a Jesus, deslocando-se
e desejando estar perto dEle; tais pessoas estavam agradando a Deus? Não,
pois seu interesse não era por salvação, e sim, por alimento fácil (Jo
6.22-26). Davi teve uma excelente ideia: construir uma casa para adoração
ao Eterno, algo extremamente louvável, e a princípio foi até incentivado pelo
profeta (2 Sm 7.3). Contudo, esta não era a vontade de Deus para a
vida dele, pois se ele fizesse aquela construção não agradaria a Deus (1
Cr 22.7,8). [Comentário: “De tudo o que
se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este
é o dever de todo homem” (Ec 12.13). O significado de obedecer no dicionário
é: 1. Mostrar obediência. 2. Estar dependente. 3. Ceder. 4. Deixar-se guiar.
5. Cumprir, executar, observar. Logo vemos que:
1º Quem mostra obediência precisa conhecer bem as regras onde gera
dentro de si o temor, para não as quebrar; “O que despreza a palavra a ela se
apenhora, mas o que teme o mandamento será galardoado.” (Pv13. 13)
2º Quem obedece a Deus mostra que depende d’Ele para viver e tomar
suas decisões; independentemente se Ele disser sim ou não, o filho sensato
procura lembrar-se de tal dependência e assim, agradar ao seu Pai, “O filho
insensato é tristeza para o pai e amargura para quem o deu a luz." (Pv17.
25)
3º O servo obediente cede às suas vontades para obedecer à “boa,
agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12.2). Texto extraído de: http://ensdominical.blogspot.com.br/2010/07/licao-3-obedecer-e-o-mesmo-que-adorar.html]
3.
Como posso obedecer se não sei o que o Senhor quer? Esse é um velho argumento que algumas pessoas
procuram utilizar para isentarem-se de suas responsabilidades diante de Deus.
Supor-se ignorantes não nos dá autorização para sairmos pecando e
desagradando a Deus. A vontade do Mestre está expressa em sua Palavra, tudo o
que fazemos e que contradiga a Bíblia é desobediência. Não há como escondermo-nos
por trás da máscara da ignorância, nossa responsabilidade é conhecer o plano
de Deus declarado nas Escrituras (Sl 40.8; 143.10;Cl
1.9). Se aquilo que você vive é uma questão absolutamente específica do
mundo contemporâneo, mesmo assim os preceitos eternos de Deus continuam
valendo (Sl 119.44). Não se esqueça: A Bíblia traz os princípios de
Deus para nossas vidas! [Comentário: A desobediência
a Deus é um pecado que certamente levará um homem à morte. O grande pecado de
Adão e que provocou sua queda, e conseqüentemente a queda da humanidade, não
foi o simples fato dele juntamente com Eva, comerem do fruto da árvore da
vida. Foi a sua desobediência à Palavra de Deus. A ignorância não anula o
pecado, e aqui é uma boa hora para nos recordarmos de um princípio do
Direito. Imagine que você ande por uma rodovia a 80 km/h, sem saber que o
limite era de 60 km/h e aí um guarda de trânsito o pare. Não vai adiantar
nada dizer ao agente que você desconhecia a regulamentação. O desconhecimento
das leis humanas não nos livra de cumpri-las. Se é assim com as leis humanas,
a lei divina não deve ter um rigor menor. E, de fato, a Bíblia coloca com
todas as letras que a ignorância não serve de desculpa para não cumprirmos as
leis de Deus. As Escrituras reconhecem que há pecados por ignorância e o
Antigo Testamento estipulava quais os sacrifícios que deveriam ser feitos
nesses casos: “Se qualquer pessoa do povo da terra pecar por ignorância, por
fazer alguma das coisas que o SENHOR ordenou se não fizessem, e se tornar
culpada; ou se o pecado em que ela caiu lhe for notificado, trará por sua
oferta uma cabra sem defeito, pelo pecado que cometeu”. (Levítico 4:27-28); “Se
alguma pessoa pecar por ignorância, apresentará uma cabra de um ano como
oferta pelo pecado. O sacerdote fará expiação pela pessoa que errou, quando
pecar por ignorância perante o SENHOR, fazendo expiação por ela, e lhe será
perdoado”. (Números 15:27-28). Texto extraído de: http://5calvinistas.blogspot.com.br/2010/11/mas-eu-nao-sabia-que-era-pecado.html]
III - ADORANDO A DEUS NO DIA A DIA
1. Superando
a dicotomia: vida secular X vida espiritual. Dicotomia é a palavra que usamos para expressar a ideia de uma
separação radical. Para muitas pessoas aquilo que fazemos no cotidiano
(trabalhar, estudar, responsabilidades domésticas, relacionamentos familiares
e com amigos) não possui qualquer relação com nossa vida espiritual, a qual
seria exercida exclusivamente nos momentos em que nos dedicamos a atividades
religiosas (ler a Bíblia, orar, ir ao culto etc.). Isto é um perigoso engano.
Não há divisões em nossa vida, tudo o que fazemos deve ser dedicado ao
Senhor, em todo o momento e em todo lugar (1 Pe 1.15). [Comentário: Para a sociedade
a espiritualidade se limita ao espaço religioso, de tal modo que as vivências
públicas relacionadas a atividades como economia, política, lazer, saúde,
educação etc fica delegada ao mundo profano. O Rev Augustus Nicodemus Lopes,
em seu artigo A Alma Católica dos Evangélicos no Brasil, escreve: “Os
evangélicos no Brasil nunca conseguiram se livrar totalmente da influência do
Catolicismo Romano. Por séculos, o Catolicismo formou a mentalidade
brasileira, a sua maneira de ver o mundo ("cosmovisão"). [...]É um
fato que conversão verdadeira (arrependimento e fé) implica numa mudança
espiritual e moral, mas não significa necessariamente uma mudança na maneira
como a pessoa vê o mundo. Alguém pode ter sido regenerado pelo Espírito e
ainda continuar, por um tempo, a enxergar as coisas com os pressupostos
antigos. É o caso dos crentes de Corinto, por exemplo. Alguns deles haviam
sido impuros, idólatras, adúlteros, efeminados, sodomitas, ladrões,
avarentos, bêbados, maldizentes e roubadores. Todavia, haviam sido lavados,
santificados e justificados "em o nome do Senhor Jesus Cristo e no
Espírito do nosso Deus" (1Co 6.9-11) sem que isso significasse que uma
mudança completa de mentalidade houvesse ocorrido com eles. Na primeira carta
que lhes escreve, Paulo revela duas áreas em que eles continuavam a agir como
pagãos: na maneira grega dicotômica de ver o mundo dividido em matéria e
espírito (que dificultava a aceitação entre eles das relações sexuais no
casamento e a ressurreição física dos mortos – capítulos 7 e 15) e o culto à
personalidade mantido para com os filósofos gregos (que logo os levou à
formar partidos na igreja em torno de Paulo, Pedro, Apolo e mesmo o próprio
Cristo – capítulos 1 a 4). Eles eram cristãos, mas com a alma grega pagã. 4)
A separação entre sagrado e profano – No centro do pensamento católico existe
a distinção entre natureza e graça idealizada e defendida por Tomás de
Aquino, um dos mais importantes teólogos da Igreja Católica. Na prática, isso
significou a aceitação de duas realidades co-existentes, antagônicas e
freqüentemente irreconciliáveis: o sagrado, substanciado na Santa Igreja, e o
profano, que é tudo o mais no mundo lá fora. Os brasileiros aprenderam
durante séculos a não misturar as coisas: sagrado é aquilo que a gente vai
fazer na Igreja: assistir Missa e se confessar. O profano – meu trabalho,
meus estudos, as ciências – permanece intocado pelos pressupostos cristãos,
separado de forma estanque. É a mesma atitude dos evangélicos. Falta-nos uma
mentalidade que integre a fé às demais áreas da vida, conforme a visão
bíblica de que tudo é sagrado. Por exemplo, na área da educação, temos por
séculos deixado que a mentalidade humanista secularizada, permeada de
pressupostos anticristãos, eduque os nossos filhos, do ensino fundamental até
o superior, com algumas exceções. Em outros países os evangélicos têm tido
mais sucesso em manter instituições de ensino que além de serem tão
competentes como as outras, oferecem uma visão de mundo, de ciência, de
tecnologia e da história oriunda de pressupostos cristãos. Numa cultura
permeada pela idéia de que o sagrado e profano, a religião e o mundo, são
dois reinos distintos e frequentemente antagônicos, não há como uma visão
integral surgir e prevalecer a não ser por uma profunda reforma de
mentalidade entre os evangélicos.” http://tempora-mores.blogspot.com.br/2006/11/alma-catlica-dos-evanglicos-no-brasil.html.]
2.
Adorando a Deus na obediência diária. Entendendo que tudo em nossa vida é do Pai, compreendemos também que
devemos louvá-lo em nossas atividades diárias. Por isso, aquele que lidera
uma equipe no trabalho, deve agir com justiça e equidade (Cl 4.1), sem
ameaças sabendo que o Senhor de tudo está no céu (Ef 6.9). O cristão
que exerce um cargo de chefia com opressão e desrespeito está pecando contra
Deus. Já o crente que é empregado em um estabelecimento deve saber que quando
trabalha com seriedade e produtividade, faz de sua profissão seu sacerdócio (Ef
6.5-8; Cl 3.23,24; Tt 2.9,10). [Comentário: Já vimos que
adoração não se trata de um estado emocional, mas sim de um valor de vida. O
Espírito age das mais diversas formas, e em todas há uma única fundamentação,
a Bíblia, e um único propósito, levar o povo a adorar a Deus. É comum
encontrarmos irmãos que acreditam que adoração a Deus é um momento de êxtase ou
o momento do louvor em um culto ou celebração. Precisamos entender que adoração
não é um momento no culto, mas um valor de vida que devemos cultivar e para
tal, precisamos conhecer de onde ela vem. Em Neemias 8 o povo adorava pois
ouvia sobre a vontade de Deus. Não há ali instrumentos musicais, nem uma
“esfera de adoração”. Há reverência e atenção ao que se é lido e o Espírito
Santo está ali, falando ao povo para que compreendam, contrariando a máxima
da maioria dos evangélicos de hoje que acreditam que “avivamento” e “mover do
Espírito” é um estado emocional profundamente alterado. Adoração é reconhecer
quem é o Senhor de nossas vidas e conhecer sua vontade para nós.]
3.
Fazendo da vida um altar de adoração. As verdades que aprendemos nesta lição devem nos inspirar a ter
responsabilidades em nossas escolhas. Devemos sempre pensar: As pessoas com
que me relaciono são inspiradas a ter uma vida com Deus a partir de meu
testemunho? Sou reconhecido como um profissional de referência, um estudante
dedicado ou constantemente escuto críticas negativas a meu respeito? Afasto
as pessoas de Deus com minha falta de obediência à vontade do Pai? Que nossa
vida, hoje e sempre, seja um altar vivo de adoração (Sl 34.18). [Comentário: “E chegaram ao
lugar que Deus lhe dissera, e edificou Abraão ali um altar e pôs em ordem a
lenha, e amarrou a Isaque seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da
lenha” (Gn 22.9). Hoje, muito se tem dito sobre adoração, sua definição, como
podemos adorar e várias coisas a esse respeito, porém o que muitas pessoas
não percebem é que não basta simplesmente adorar a Deus de qualquer forma ou
jeito, mas levantar um altar de adoração a Deus com nossa vida. Nos tempos
bíblicos mais remotos, o altar simbolizava a comunhão e a adoração entre o
homem e Deus. Simbolizava, acima de tudo, a boa vontade do homem de oferecer
a Deus alguma coisa que lhe pertencia, num ato de reconhecimento do Seu
favor. Simbolizava também a presença do próprio Deus, que “descia” para
receber as ofertas ali apresentadas. Quando um altar estava em ruínas,
significava dizer que a boa vontade de ofertar a Deus tinha terminado, que a
aliança com Deus fora quebrada, que a primazia de Deus fora tirada, que a
fidelidade fora abandonada. Um altar em ruínas apontava para a indiferença e
a frieza espiritual do povo. O apóstolo Paulo descreve perfeitamente a
verdadeira adoração em Romanos 12: 1-2: "Rogo-vos, pois, irmãos, pelas
misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis
com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus". Essa
passagem contém todos os elementos da verdadeira adoração. Primeiro, há a
motivação para adoração: "as misericórdias de Deus." As misericórdias
de Deus são tudo o que Ele tem nos dado que nós não merecemos: o amor eterno,
a graça eterna, o Espírito Santo, a paz eterna, a alegria eterna, a fé
salvadora, conforto, força, sabedoria, esperança, paciência, bondade, honra,
glória, justiça, segurança, vida eterna, perdão, reconciliação, justificação,
santificação, liberdade, intercessão e muito mais. O conhecimento e a
compreensão desses presentes incríveis nos motivam a demonstrar louvor e ação
de graças - em outras palavras, adoração! Também na passagem encontra-se uma
descrição da forma da nossa adoração: "apresenteis o vosso corpo por
sacrifício vivo e santo." Apresentar os nossos corpos significa dar a
Deus tudo de nós mesmos. A referência aos nossos corpos, aqui, significa
todas as nossas faculdades humanas, tudo da nossa humanidade - nossos
corações, mentes, mãos, pensamentos, atitudes - deve ser apresentado a Deus.
Em outras palavras, estamos abrindo mão do controle dessas coisas e
entregando-o a Ele, assim como um sacrifício literal foi entregue totalmente
a Deus no altar. Mas como alcançar isso? Mais uma vez, a passagem é clara:
"pela renovação da sua mente." Renovamos as nossas mentes
diariamente ao limpá-las da "sabedoria" do mundo e substituindo-as
com a verdadeira sabedoria que vem de Deus. Nós o adoramos com nossas mentes
renovadas e limpas, não com nossas emoções. As emoções são coisas
maravilhosas, mas a menos que sejam formadas por uma mente saturada na
Verdade, elas podem ser forças destrutivas e fora de controle. Onde a mente
vai, a vontade segue, e assim fazem as emoções. Primeiro Coríntios 2:16 nos
diz que temos "a mente de Cristo", e não as emoções de Cristo. Leia mais em: https://gotquestions.org/Portugues/verdadeira-adoracao.html.]
SUBSÍDIO 1
CONCLUSÃO
Como vimos, adoração e
obediência não podem ser separadas uma da outra. Somente quem possui um
coração de servo, disposto a obedecer em todas as instâncias de sua vida, é
capaz de adorar a Deus com excelência. [Comentário: A verdadeira
adoração não se limita ao que fazemos na igreja ou em adoração aberta (embora
sejam coisas boas e que a Bíblia nos encoraja a fazer). A verdadeira adoração
é o reconhecimento de Deus e todo o Seu poder e glória em tudo o que fazemos.
A forma mais elevada de louvor e adoração é a obediência a Ele e à Sua
Palavra. Para fazer isso, devemos conhecer a Deus; não podemos ser ignorantes
dEle (Atos 17:23). A adoração serve para glorificar e exaltar a Deus - para
mostrar a nossa lealdade e admiração ao nosso Pai.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé,
e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Outubro de 2016
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HORA
DA REVISÃO
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Em que sentido adoração e obediência estão
interligadas?
Sempre que alguém está adorando a Deus, esta
pessoa está obedientemente submetendo-se à vontade de Deus; todas as vezes
que agimos debaixo de obediência, Deus é glorificado em nossas vidas.
Qual foi o grande erro do povo de Israel, no
período dos Juízes, quanto à obediência e adoração?
Acreditar que a obediência e a adoração podiam
ser dissociadas de tal modo que, mesmo em desobediência frontal à vontade de
Deus, eles poderiam ainda assim adorá-lo.
Se a Bíblia é um livro escrito há quase 2.000
anos, num contexto cultural diferente, como ela pode ser nosso manual de vida
e prática?
A Bíblia contém princípios que são imprescindíveis, universais e
eternos.
É possível louvar a Deus desobedecendo sua Palavra? Justifique sua
resposta.
Não. Resposta pessoal. SUGESTÃO: pois a materialização da obediência a
Deus está diretamente vinculada às ordenanças por Ele apresentadas na Bíblia.
Como posso adorar a Deus em minhas atividades
do dia a dia?
Sendo exemplo de obediência e honradez no
cumprimento de minhas responsabilidades.
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