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17 de outubro de 2016

Lição 4: A Provisão de Deus no Monte do Sacrifício



Lição 4
16 de Outubro de 2016

A Provisão de Deus
no Monte do Sacrifício

TEXTO ÁUREO

VERDADE PRÁTICA

"E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim, caminharam ambos juntos."
(Gn 22.8)


A declaração de Abraão se cumpriu plenamente quando Cristo morreu na cruz para perdão dos nossos pecados.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 22.3
A obediência de Abraão e a provisão no monte do sacrifício
Terça - Gn 22.6
Um altar é erguido no monte do sacrifício
Quarta - Hb 11.18
A fé do patriarca e a provisão no monte do sacrifício

Gn 22.9
A obediência do filho e a provisão no monte do sacrifício
Sexta - Gn 22.13,14
O cordeiro substituto no monte do sacrifício
Sábado - Gn 22.17
A bênção de Deus no monte do sacrifício


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 22.1-3
1 - E aconteceu, depois destas coisas, que tentou Deus a Abraão e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.
2 - E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.

3 - Então, se levantou Abraão pela manhã, de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e fendeu lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera.

HINOS SUGERIDOS: 57, 140, 306  da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL
Ressaltar a provisão de Deus no monte do sacrifício


OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I.   Mostrar que é necessário ter fé para subir ao monte do sacrifício;
II. Compreender que a fé de Abraão o fez vencer a provação no monte do sacrifício;
III. Explicar que Jesus é o Cordeiro de Deus que subiu ao monte do sacrifício por amor a nós.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, estudaremos a respeito da prova mais difícil enfrentada pelo patriarca Abraão. Ele durante anos enfrentou a crise da esterilidade de sua esposa e teve que esperar anos até que se cumprisse a promessa do seu herdeiro. O Deus que lhe deu de forma milagrosa um filho, seu único herdeiro, pede para que esse filho seja oferecido em sacrifício. Isso nos mostra que embora o Senhor nos ame, Ele também nos prova. Abraão foi provado e revelou o quanto amava a Deus. O Senhor era mais importante para ele do que o seu Isaque. Nunca permita que nada ocupe o lugar de Deus em seu coração.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos a respeito do teste mais difícil que Abraão poderia experimentar. Veremos também que Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, morreu em nosso lugar para a nossa salvação. Deus estava provando a fé de Abraão, bem como o seu amor e fidelidade. Em meio à provação, Abraão não duvidou do poder sustentador de Jeová-Jirê, o Deus que provê. O Senhor pediu que Abraão sacrificasse o seu único filho, o filho da promessa. Pela fé, Abraão obedeceu à ordem de Deus indo ao lugar do sacrifício com seu filho Isaque. [Comentário: Certa noite, o Senhor ordenou a Abraão: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” (Gn 22.2). Na manhã seguinte, ainda de madrugada, o patriarca conduziu o filho amado ao sacrifício supremo. O patriarca, todavia, tinha absoluta certeza de que retornaria do Moriá com o filho, pois aos servos ordenou claramente: “Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós” (Gn 22.5; Hb 11.17-19). Por que Deus pediu a Abraão que sacrificasse seu filho, tendo o próprio Deus condenado o sacrifício humano em Levítico 18 e 20? Esse foi um pedido impressionante porque Isaque era o seu filho da promessa. Como Abraão respondeu? Com obediência imediata; na manhã seguinte, Abraão começou a sua jornada com dois servos, um jumento, seu amado filho Isaque e com a lenha para o holocausto. Sua obediência inquestionável ao comando aparentemente confuso de Deus deu a Deus a glória que Ele merece e nos deixou um exemplo de como devemos glorificá-lO. Abraão confiou no amor e no poder de Deus de tal maneira que voluntariamente obedeceu, crendo que o Senhor ressuscitaria Isaque dentre os mortos (Hb 11.17-19). Isto está implícito no fato de que, embora Abraão pretendesse matar Isaque, ele disse aos seus servos: “eu e o rapaz [nós] iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós” (Gn 22.5), e de fato, Deus não estava interessado em que Abraão viesse de fato a matar o seu filho, nem era esse o seu plano. O fato de o anjo do Senhor ter impedido que Abraão matasse Isaque (Gn 22.12) revela isso. O propósito de Deus foi provar a fé de Abraão, com o pedido de que entregasse completamente aquele seu único filho a Deus. O anjo do Senhor declarou que era a disposição de Abraão de entregar o seu filho, e não o ato de realmente matá-lo que satisfez as expectativas de Deus com respeito a Abraão. Deus disse explicitamente: “Não estendas a mão sobre o rapaz… pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho” (Gn 22.12). Não há dúvida de que o Senhor queria provar a fé do patriarca. Todavia, era sua intenção também levar o jovem Isaque a um encontro pessoal e fortemente experimental com o Deus de seu pai. A primeira lição que Isaque aprende é que Deus proverá todas as coisas (Gn 22.8). Por isso, deita-se e deixa-se amarrar pelo pai ao altar do holocausto (Gn 22.9). No momento certo, o Senhor haveria de intervir, como de fato interveio. Deus tinha planos para Isaque, e mostraria ao jovem que Ele cumpre suas promessas. O Deus de Abraão seria também o Deus de Isaque. No caminho para Moriá (1), Isaque pergunta: Meu pai, eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? Abraão responde-lhe: “Deus proverá”. Chegaram ao local determinado e prepararam o altar, então Abraão contou a Isaque todas as coisas e o amarrou para ser sacrificado e ao levantar o cutelo para imolá-lo, Deus impediu Abraão de sacrificar Isaque e providenciou um cordeiro para isso. Isaque, o filho da promessa, agiu em obediência ao seu pai em se tornar o sacrifício (v.9); Jesus orou: “Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade” (Mt 26.37) - Isaque é “padrão”, “ilustração”, “exemplo” ou “tipo”. de Cristo - o padrão do sacrifício de Isaque por Abraão prefigura muitos eventos que espelham a morte e a ressurreição de Jesus.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
(1)Acredita-se que o monte Moriá seja a mesma colina em Jerusalém onde Salomão construiu a casa do Senhor; onde Deus apareceu a Davi, pai de Salomão; Davi preparou a eira (o lugar) que pertenceu a Araúna, o jebuseu, para a construção do Templo do Senhor por seu filho, segundo prometeu. Atualmente, é o local onde está a Mesquita de Omar, sobre a Cúpula da Rocha, de onde os muçulmanos acreditam teria sido o lugar de partida da Al Miraaj (viagem aos céus realizada pelo profeta Maomé) e permanece hoje como um templo da fé islâmica.


PONTO CENTRAL
Pela fé Abraão pôde ver a provisão de Deus no monte do sacrifício.

I - FÉ PARA SUBIR O MONTE DO SACRIFÍCIO

1. Abraão é provado.  Abraão faz parte da galeria dos heróis da fé (Hb 11). Ele é conhecido como o "pai da fé". A prova a que Abraão fora submetido parece um paradoxo diante do Deus amoroso, justo e que jamais aceitaria um sacrifício humano. Deus pediu a Abraão algo fora do comum, visto que sacrifícios humanos eram praticados nas religiões pagãs. Mas o desafio foi feito e Abraão teria de provar sua lealdade e seu amor ao Senhor. Em outras ocasiões Abraão falhou como homem e desobedeceu a Deus, mas Ele não o abandonou. O Senhor via em Abraão qualidades que eram superiores às suas fraquezas. E o patriarca precisava aprender a depender de Deus. As dificuldades e provações fizeram com que Abraão desenvolvesse uma intimidade maior com o Senhor. Abraão já havia experimentado alguns momentos de frustração e amargura que lhe fizeram avaliar melhor suas decisões para com Deus. [Comentário: A pergunta sobre por que Deus faz as coisas quando já sabe o resultado é uma que pode ser feita sobre várias situações. Por que Deus criou Satanás sabendo que ele iria se rebelar? Por que Deus disse a Adão e Eva para não comerem da Árvore sabendo que eles iriam desobedecer? Por que Deus criou os anjos sabendo que muitos iriam se voltar contra Ele? Uma resposta a todas essas perguntas é a mesma resposta à pergunta sobre Isaque e Abraão. O plano soberano e divino de Deus é perfeito e Ele vai executá-lO de acordo com a Sua perfeita vontade e no devido tempo, de uma forma que O glorificará. “O SENHOR dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará” (Isaías 14.24). “Por amor de mim, por amor de mim o farei, porque, como seria profanado o meu nome? E a minha glória não a darei a outrem” (Isaías 48.11) https://gotquestions.org/Portugues/Abraao-Isaque.html. Ora, as provações não são instrumentos de medida para se mensurar a fé daqueles que professam a Cristo, antes tem o fito de ‘redundar’ em louvor, glória e honra na revelação de Cristo "Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam" (Tg 1.12). Ou seja, a provação é conforme o propósito e segundo o conselho da vontade de Deus, ‘a fim de sermos para louvor da sua glória’ ( Ef 1:11 -12). Abraão foi chamado por Deus para louvor de sua glória! ]

2. No limite da capacidade humana.  O apóstolo Paulo, escrevendo aos coríntios, declarou: "Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar" (1 Co 10.13). A prova a que Abraão fora submetido fez com ele chegasse ao máximo da sua capacidade espiritual e emocional. [Comentário: Abraão tinha obedecido a Deus muitas vezes em sua caminhada com Ele, mas nenhum teste poderia ter sido mais severo do que o de Gênesis 22. Deus comandou: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” (Gênesis 22.2). Esse foi um pedido impressionante porque Isaque era o seu filho da promessa. Como Abraão respondeu? Com obediência imediata; na manhã seguinte, Abraão começou a sua jornada com dois servos, um jumento, seu amado filho Isaque e com a lenha para o holocausto. Sua obediência inquestionável ao comando aparentemente confuso de Deus deu a Deus a glória que Ele merece e nos deixou um exemplo de como devemos glorificá-lO. Quando obedecemos da mesma forma que Abraão, confiando que o plano de Deus é o melhor possível, nós elevamos Seus atributos e O louvamos por eles. A obediência de Abraão à face de um comando tão difícil exaltou o amor soberano de Deus, Sua bondade, o fato de que Ele é digno de confiança, e nos deixou um exemplo a seguir. Sua fé no Deus que ele passou a conhecer e amar colocou Abraão na lista de heróis da fé em Hebreus 11https://gotquestions.org/Portugues/Abraao-Isaque.html.]

3. Um pedido difícil.  O pedido de Deus parecia ser ilógico, impróprio, irracional e impossível de ser aceito. Deus havia pedido, em holocausto, o seu único filho, "o filho da promessa". Tem-se a impressão de que Deus estava pedindo a devolução de algo que dera ao seu amigo. Abraão, entretanto, em momento algum se negou a obedecer a Deus. Quantas vezes, em meio às dificuldades e provações, dizemos para Deus que não podemos obedecê-lo, que não podemos suportar o que Ele nos pede. Deus não quer o nosso mal, pois nos prova para que o conheçamos melhor. [Comentário: Deus não estava interessado em que Abraão viesse de fato a matar o seu filho, nem era esse o seu plano. O fato de o anjo do Senhor ter impedido que Abraão matasse Isaque (22.12) revela isso. O propósito de Deus foi provar a fé de Abraão, com o pedido de que entregasse completamente aquele seu único filho a Deus. O anjo do Senhor declarou que era a disposição de Abraão de entregar o seu filho, e não o ato de realmente matá-lo que satisfez as expectativas de Deus com respeito a Abraão. Deus disse explicitamente: “Não estendas a mão sobre o rapaz… pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho” (Gn 22.12). Deus usou a fé de Abraão como um exemplo de que fé é o único caminho a Deus. Gênesis 15.6 diz: “creu ele no SENHOR, e imputou-lhe isto por justiça”. Essa verdade é a base da fé Cristã, como confirmado por Romanos 4.3 e Tiago 2.23. A justiça que foi creditada a Abraão é a mesma justiça a nós creditada quando recebemos pela fé o sacrifício que Deus providenciou pelos nossos pecados – Jesus Cristo. “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5.21).]

SÍNTESE DO TÓPICO I
É necessário ter fé para subir o monte do sacrifício.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"A prova no limite da capacidade humana (1 Co 10.13)
Abraão chegou ao máximo de sua capacidade emocional e intelectual para aceitar o desafio que Deus lhe fizera. Foi-lhe pedido algo impossível mediante a lógica do propósito divino para sua vida. Deus lhe pediu em holocausto 'o filho da promessa'.
Além da relação espiritual da existência desse filho, com a relação emocional familiar entre Abraão e Isaque e sua mãe, o velho Abraão não podia entender as razões de Deus. Era como se Deus estivesse pedindo devolução de algo que havia dado a Abraão. Isto se tornou um desafio a sua lógica, a sua racionalidade. Era, de fato, uma prova que superava todas as demais experimentadas pelo velho patriarca. Abraão pareceu chegar ao limiar da prova, do desânimo, da desistência. Na infinita sabedoria divina, somos conduzidos, às vezes, ao limite de nossa resistência para aprendermos a confiar no exaurível  poder de sustentação de Deus.
Quantas vezes confessamos nossas limitações e dizemos: 'Não posso mais!', 'Não aguento mais!', 'Estou sem forças para reagir!'. Então Deus entra em ação e suaviza o nosso sacrifício. Ele não deixa que nossas resistências estourem sem que saibamos que Ele nos prova para que o conheçamos melhor" (CABRAL, Elienai. Abraão: As experiências de nosso pai na fé. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, pp. 173-74)

II - PROVAÇÃO NO MONTE DO SACRIFÍCIO

1. Amor, obediência e fé no monte do sacrifício. Esses três elementos eram a essência da prova a que Abraão estava sendo submetido. O primeiro elemento era o seu amor para com Deus. O Senhor queria provar se Ele estava em primeiro lugar no coração de Abraão. Deus tem de estar em primeiro lugar em nossos corações. Abraão amava o seu filho Isaque, mas obedecendo a Deus, deixou claro que era o Senhor que ocupava o primeiro lugar em sua vida. O segundo elemento era a obediência. Abraão prontamente obedeceu ao pedido que o Senhor lhe fizera, mesmo não compreendendo o porquê de tal petição. O terceiro elemento envolvido nessa prova era a fé. Se antes, em algumas circunstâncias, Abraão vacilou, como no caso de ter um filho com Agar, agora, amadurecido pelas crises, ele confia plenamente em Deus. Abraão confiou que Deus seria capaz de operar um milagre. [Comentário: No Antigo Testamento, a fé tinha um duplo aspecto:
(a) confiança em ou dependência de, e
(b) lealdade a ou fidelidade.
O termo crer (hb. aman) significa perseverar confiando e crendo, evidenciando isso mediante uma fidelidade obediente. Era esse o tipo de fé que Abrão tinha. Era um homem dedicado a Deus, sempre confiante, obediente e submisso. A fé torna visível o invisível, é crer sem ver, é crer que o impossível se torna possível se crermos em Deus. É construir materialmente o que antes só era possível construir na mente, no espiritual.]
2. O clímax da prova. Depois de três dias de viagem, Abraão, Isaque e os moços que estavam com eles chegaram à terra de Moriá (Gn 22.4). Os dois moços ficaram ao pé do monte, e Abraão e seu filho tomaram a lenha e o cutelo e subiram ao monte do sacrifício (Gn 22.4-6). Na subida, o pai e o filho conversavam. Isaque não sabia como seria feito esse sacrifício, pois eles não tinham consigo um animal (um cordeiro) para o holocausto. Isaque perguntou ao seu pai: "[...] Onde está o cordeiro para o holocausto?" (Gn 22.7), e Abraão, de forma incisiva e confiante, respondeu: [...] "Deus proverá para si o cordeiro [...]" (Gn 22.8). [Comentário: Três dias caminharam para o Monte Moriá e sobre Isaque pairava o julgamento de Abraão seu pai que ia meditando sobre a pena que caíra sobre seu filho e a obediência a Deus. Gênesis 22.5: “Eu e o moço... tornaremos a vós”. A declaração de Abraão, de que ele e Isaque voltariam do sacrifício, foi um testemunho da sua fé e convicção que as promessas de Deus a respeito de Isaque seriam cumpridas (isto é, em Isaque será chamada a tua semente, 21.12). Nessa história, Isaque tipifica a Cristo:
(1) ao dar-se a seu pai como sacrifício até à morte (v. 16; Jo 10.17,18) e
(2) ao ser salvo da morte, ato este que corresponde à ressurreição de Cristo (v. 12; Hb 11.17-19) - Veja que ambos levaram às costas o madeiro para seu próprio sacrifício e ambos subiram ao Monte: “E, levando ele às costas a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, que em hebraico se chama Gólgota” (Jo 19.17).]
3. O momento decisivo da prova. O caminho da obediência pode parecer o mais difícil, mas não impossível, porque Deus age no momento certo. O pai e o filho chegaram ao local do sacrifício. Abraão conhecia a fidelidade de Deus, e por isso não se desesperou. Isaque era um filho obediente, um menino de fé. Ele aceitou ser amarrado e colocado sobre a lenha. Abraão levantou o cutelo para imolar Isaque, mas o anjo do Senhor bradou forte e não deixou que ele o fizesse. Bem perto deles havia um cordeiro substituto. A intervenção divina na terra de Moriá (Gn 22.11,12) mostra que um dia, no Calvário, Jesus morreu em nosso lugar. Ele nos substituiu na cruz, morrendo por nossos pecados. Na verdade, Abraão viu, pela revelação da fé, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. [Comentário: A fé que Abraão tinha em Deus e sua dedicação a Ele, foram testadas ao máximo. Deus o mandou fazer uma coisa totalmente contrária ao seu bom-senso, ao seu amor paternal e à sua esperança, que era seu filho (v. 2). Gênesis 22.8: “Deus proverá” (hb. YAHWEH-JIRÉ , v.14), é uma expressão profética da providência divina de um sacrifício substituto, um carneiro (v. 13). O cumprimento pleno da declaração de Abraão realiza-se quando Deus provê seu Filho Unigênito para ser o sacrifício expiador no Calvário, para a redenção da humanidade. Daí, o próprio Pai celestial fez aquilo que Ele determinou que Abraão fizesse (Jo 3.16; Rm 5.8-10; 8.32). Quando Abraão iniciou a execução do sacrifício (v. 10), Deus viu que ele, no seu coração, consumara a renúncia suprema. O Senhor agora sabia que Abraão era um homem temente a Ele, cujo empenho principal era fazer a sua vontade. Abraão chegaria ao máximo de sua capacidade espiritual, emocional e intelectual para cumprir o desafio que Deus lhe fizera. Na infinita sabedoria divina, somos conduzidos, às vezes, ao limite de nossa resistência para aprendermos a confiar no poder de Deus. Quando o Senhor provê as nossas necessidades? – Exatamente quando nós temos a necessidade e não um minuto antes. Do ponto de vista humano isso pode parecer muito tarde, mas Deus nunca chega atrasado. O relógio de Deus não atrasa. Como o Senhor provê as nossas necessidades? – Por caminhos naturais e também sobrenaturais. Deus não enviou um anjo com um sacrifício, mas mostrou um cordeiro preso pelos chifres. Abraão só precisava de um cordeiro, por isso, Deus não lhe mostrou um rebanho. Mas ao mesmo tempo, Abraão ouviu a voz de Deus. Hudson Taylor colocou na porta da sua casa: EBENEZER E JEOVA-JIRÉH – Quando olha para trás, vê a mão de Deus. Quando olha para frente, vê a promessa de Deus.]

SÍNTESE DO TÓPICO II
Todo crente é provado pelo Senhor no monte do sacrifício.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Moriá
Este termo se aplicava à região onde Abraão ofereceu Isaque (Gn 22.2), e ao local do Templo de Salomão (2 Cr 3.1). Alguns desafiaram esta identificação devido às variantes textuais em 2 Crônicas 3.1, e por causa de sua proximidade a Berseba. Entretanto, com um jumento carregado, Abraão poderia ter levado 3 dias para viajar 80 quilômetros de distância até Moriá (Gn 22.4). Não há opositores e nenhuma razão adequada para se duvidar de que o monte Moriá (Gn 22.2), a eira de Araúna, o jebuseu (2 Sm 24.16), e o local do Templo de Salomão (2 Cr 3.1) sejam praticamente idênticos" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.1307).

CONHEÇA MAIS
Cordeiro
"Por todo o Antigo Testamento, o cordeiro é tido como o animal preferido para o sacrifício. É o mais frequentemente  especificado na lei levítica do sacrifício. Assim, é apropriado que o inocente, inofensivo cordeiro seja o principal símbolo sacrificial do Antigo Testamento. Jesus, o inocente Cordeiro de Deus, ofereceu-se  como sacrifício por nós. Ele tomou nosso lugar, como o carneiro de Gênesis 22 tomou o lugar de Isaque. Através do seu sofrimento, o inocente Filho de Deus expiou nossos pecados e nos tornou limpos (Jo 1.29, 36; 1 Pe 1.19)." Para conhecer mais leia, Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 38.

III - JESUS, O CORDEIRO DE DEUS NO MONTE DO SACRIFÍCIO

1. O sacrifício do Cordeiro de Deus (Jo 1.29). O Deus que proveu um cordeiro para substituir Isaque no monte do sacrifício é o mesmo que enviou seu Filho para nos substituir na cruz do Calvário. Deus entregou seu Cordeiro, Jesus Cristo, para morrer por nós. O sacrifício de Jesus foi necessário para o perdão dos nossos pecados. [Comentário: Isaque demonstra o princípio do sacrifício voluntário e se torna um tipo de Cristo em sua morte (Ef 3.4-11). Religiões daquela época praticavam o sacrifício humano, mas Deus impediu o sacrifício de Isaque para marcar a diferença da adoração aceitável ao único Deus verdadeiro (Romanos 12.1). Ele carregou nos ombros a lenha para o holocausto; Cristo carregou sua cruz até o Calvário. Levar a lenha era dever do sacerdote, portanto Isaque foi ao mesmo tempo vítima e sacerdote, prefigurando o trabalho de Cristo na cruz. “Assim como Isaque, que já não era uma criança, poderia facilmente ter evitado tornar-se uma vítima, assim também o outro Isaque, o Senhor Jesus Cristo poderia, se o desejasse, ter evitado a cruz. Eis as suas palavras: ‘Dou a minha vida pelas ovelhas... Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou. Este mandamento recebi de meu Pai’ (Jo 10.15,18). O autor da carta aos Hebreus afirma que Cristo orou com grande clamor e lágrimas àquele que podia livrá-lo da morte (2.14,15), mas voluntariamente submeteu-se à vontade do Pai, ‘sendo obediente até à morte, e morte de cruz’ (Fl 2.8). Muito mais forte que o amor de Abraão por Isaque foi, e ainda é, o amor do Pai Celestial por seu Filho Jesus. Contudo, para nos salvar Deus o entregou à morte, provando o seu amor por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8; 8.32; Jo 3.16). Abraão encontrou substituto para Isaque, mas para Jesus não havia substituto. Sua oração para que, se possível, o amargo cálice do sofrimento e da morte lhe fosse tirado, teve de ser completado por outra: ‘não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres’ – Mc 14.35,36.” (O Tabernáculo e a Igreja, CPAD, págs.12 e 13)  Leia Mais Revista ensinador Cristão, CPAD, nº 12, pág. 42.]
2. A reconciliação mediante o sacrifício do Cordeiro. O sacrifico de Jesus nos reconciliou com Deus. O sacrifício de Jesus Cristo foi único e definitivo para a nossa reconciliação com Deus (Ef 2.16). Jesus, o Cordeiro de Deus, é o autor e consumador da nossa fé (Hb 12.2). Sem Ele estaríamos perdidos, longe de Deus e condenados ao inferno. Temos um Criador que nos ama e que não negou dar o seu Unigênito para que tivéssemos a vida eterna.. [Comentário: 2 Co 5.21 “Nós... feitos justiça de Deus”. "Justiça" não se refere aqui à justiça legalista, mas à justiça experimental do crente como nova criatura, isto é, quanto ao seu caráter e estado moral, que se fundamenta em sua fé em Cristo e dela flui (Fp 3.9; ver Rm 3.21; 4.22). O contexto total desta passagem (vv. 14-21) diz respeito ao crente viver para Cristo (v.15), controlado pelo "amor de Cristo" (v.14), tornar-se "nova criatura" em Cristo (v.17) e desempenhar o ministério da reconciliação como representante de Deus e da sua justiça na terra (vv. 18-20; ver 1 Co 1.30 sobre Jesus Cristo como a justiça do crente). (2) A justiça de Deus é manifestada e experimentada neste mundo pelo crente, quando este permanece em Cristo. Somente à medida em que vivemos em união e comunhão com Cristo é que nos tornamos justiça de Deus (ver Jo 15.4,5; Gl 2.20; 1 Jo 1.9)..]
3. A justificação mediante o Cordeiro de Deus. Jesus, o Cordeiro de Deus, assumiu o castigo que era nosso. Ele tomou sobre si a nossa condenação. Na cruz, Cristo cumpriu a nossa pena, justificando-nos perante o Pai. Ele nos libertou da lei do pecado. Uma vez livres e justificados pela fé, temos paz com Deus (Rm 5.1). [Comentário: Quando Jesus é chamado de Cordeiro de Deus em João 1.29 e João 1.36, é uma referência ao fato de que Ele é o sacrifício perfeito e definitivo pelo pecado. Para podermos compreender quem Cristo era e o que Ele fez, precisamos começar no Velho Testamento, onde encontramos as profecias sobre a vinda de Cristo como “expiação do pecado” (Isaías 53.10). Na verdade, o sistema de sacrifícios estabelecido por Deus no Velho Testamento preparou o terreno para a vinda de Jesus Cristo – o perfeito sacrifício que Deus providenciou como expiação pelos pecados de Seu povo (Romanos 8.3; Hebreus 10). O sacrifício de cordeiros fez um papel muito importante na vida religiosa dos judeus e no seu sistema de sacrifícios. Quando João Batista se referiu a Jesus como o “Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo” (João 1.29), os judeus que o escutaram provavelmente pensaram imediatamente em um dos vários sacrifícios importantes. Com a época da páscoa judaica se aproximando, o primeiro pensamento pode ter sido o sacrifício do cordeiro da páscoa. A festa da páscoa era uma das mais importantes festas judaicas e uma celebração em memória de quando Deus livrou os israelitas da escravidão no Egito. Na verdade, o sacrifício do cordeiro da páscoa e o processo de marcar com sangue as ombreiras e as vergas da porta das casas para o anjo da morte passar pelas pessoas que estavam “cobertas pelo sangue” (Êxodo 12.11-13) é um lindo retrato do trabalho expiatório de Cristo na cruz https://gotquestions.org/Portugues/Jesus-Cordeiro-Deus.html. O sangue de Jesus Cristo é o ponto principal do conceito de redenção no Novo Testamento (1Co 10.16; 11.27; Ef 2.13; 1 Pe 1.2; Ap 7.14; 12.11). Cristo, ao morrer na cruz, deu seu sangue inocente a fim de remover nossos pecados e nos reconciliar com Deus (5.8; Rm 5.19; Fp 2.8; cf. Lv 16).]

SÍNTESE DO TÓPICO III
Jesus é o Cordeiro de Deus que foi imolado por nós no monte do sacrifício.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
Deus proverá (Gn 22.8)
Deus proverá' (hb. Jeová-jiré), é uma expressão profética da providência divina de um sacrifício substituto, um carneiro (v. 13). O cumprimento pleno da declaração de Abraão realiza-se quando Deus provê seu Filho Unigênito para ser o sacrifício expiador no Calvário, para a redenção da humanidade. Daí, o próprio Pai celestial fez aquilo que ele determinou que Abraão fizesse (Jo 3.16).
Isaque era um jovem nessa ocasião, perfeitamente capaz de resistir a seu pai, se assim quisesse. Mas, em total submissão a Deus e obediência ao seu pai, permitiu ser amarrado e deitado sobre o altar, assim como Jesus foi voluntariamente até à cruz.
As Escrituras dizem que Abraão 'foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque' (Tg 2.21).  Isto é, a fé de Abraão manifestou-se em sincera obediência a Deus. O lado oculto da verdadeira fé salvadora, inevitavelmente se manifestará numa vida de obediência" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.64).

CONCLUSÃO
Creia que Deus provê todas as nossas necessidades, em qualquer hora e lugar, desde que estejamos dispostos a reconhecer sua soberania e suprema vontade. Aprendemos com Abraão que é perfeitamente possível viver uma vida em consonância com as exigências divinas [Comentário: JEOVÁ-JIRÉ: "O Senhor proverá" (Gn 22.14) - o nome utilizado por Abraão quando Deus proveu o carneiro para ser sacrificado no lugar de Isaque. Existem mais de 169 versículos da Bíblia que se referem às formas em que Deus provê para nós. Filipenses 4.19 diz simplesmente: "O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus." Abraão obedeceu a Deus, e peregrinou na terra de Canaã, saindo do lugar onde morava e indo para a terra que Deus lhe havia prometido – de Ur à Canaã são quase 1.000 km, numa época em que o principal meio de transporte era através de animais (camelos). Isto se compara também a nós, que somos chamados do mundo para a pátria celestial (céu) – somos apenas peregrinos (viajantes) aqui neste tempo! A fé de Abraão manifestou-se em sincera obediência a Deus reconhecendo Sua soberania e suprema vontade.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Outubro de 2016

PARA REFLETIR
A respeito da provisão de Deus no monte do sacrifício, responda:
1. Deus nos dá tentação além do que podemos suportar? Confirme a resposta com uma referência.
Não. O apóstolo Paulo escrevendo aos coríntios declarou: "Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar" (1 Co 10.13).
2. O que Deus pediu a Abraão?
Deus pediu que ele sacrificasse seu único filho como oferta.
3. Quantos dias Abraão e Isaque tiveram que caminhar até chegar à terra de Moriá?
Acredita-se que eles caminharam durante três dias.
4. Qual a resposta de Abraão a Isaque quando perguntou a respeito do animal para o sacrifício?
"Deus proverá para si o cordeiro" (Gn 22.8).
5. Quem é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo?
Jesus Cristo.

Fonte: Lições Bíblicas adultos – CPAD / Divulgação: www.sub-ebd.blogspot.com