LIÇÕES BÍBLICAS CPAD – ADULTOS - 3º
Trimestre de 2016
Título: O desafio da evangelização — Obedecendo o ide do Senhor Jesus de levar
as Boas-Novas a toda criatura
Comentarista: Claudionor de Andrade
Lição 9: A evangelização das Crianças
Data: 28 de Agosto de 2016
TEXTO ÁUREO
“Assim
também não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos
se perca” (Mt 18.14).
VERDADE PRÁTICA
A
evangelização das crianças é urgente, porque delas dependem o presente e o futuro
do Reino de Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda
Mc 16.15 - O “Ide” de Jesus alcança as crianças
Terça
Mc 10.14 - Jesus chama a si os pequeninos
Quarta
Mt 18.14; 1Tm 2.4 - Deus almeja a salvação das crianças
Quinta
Mt 18.2,3 - A criança é apta a receber Jesus
Sexta
Dt 6.7 - Os pais devem ensinar seus filhos a respeito de Deus
Sábado
Sl 78.4-8 - O conhecimento de Deus e as crianças
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 18.2-6; Marcos 10.13-16.
Mateus 18
2. E Jesus, chamando uma
criança, a pôs no meio deles
3. e disse: Em verdade vos digo
que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum
entrareis no Reino dos céus.
4. Portanto, aquele que se
tornar humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos céus.
5. E qualquer que receber em meu
nome uma criança tal como esta a mim me recebe.
6. Mas qualquer que escandalizar
um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao
pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar.
Marcos 10
13. E traziam-lhe crianças para
que lhes tocasse, mas os discípulos repreendiam aos que lhas traziam.
14. Jesus, porém, vendo isso,
indignou-se e disse-lhes: Deixai vir os pequeninos a mim e não os impeçais,
porque dos tais é o Reino de Deus.
15. Em verdade vos digo que
qualquer que não receber o Reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma
entrará nele.
16. E, tomando-as nos seus braços
e impondo-lhes as mãos, as abençoou.
HINOS SUGERIDOS
46, 115 e 449 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Perceber que a evangelização das crianças é
necessária e urgente.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
- I. Conscientizar de que a criança é pecadora e pode perder-se.
- II. Saber que a criança crê e pode ser salva.
- III. Mostrar como evangelizar as crianças.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor,
a grande comissão dada por Jesus também inclui as crianças (Mc 16.15).
Erroneamente, muitos quando leem essa ordenança pensam somente nos adultos.
Mas, o Ide de Jesus também é para os pequeninos.
As
crianças precisam ser evangelizadas e discipuladas para que tenham um encontro
pessoal com Jesus Cristo. Quando uma criança é ganha para Jesus, tem-se uma
vida toda que pode ser dedicada ao Reino de Deus. Na Palavra de Deus temos o
exemplo de Timóteo, que aprendeu as Sagradas Escrituras ainda na infância e
quando jovem tornou-se um pastor, um obreiro fiel.
Jesus
amou as crianças e dedicou em seu ministério um tempo para estar com elas,
abençoando-as. Infelizmente, muitos líderes ainda não investem no ministério
infantil como deveriam. As crianças precisam ser amadas, respeitadas e
apascentadas. Incentive seus alunos a orar e evangelizar também as crianças.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Ao
ordenar a pregação do Evangelho a toda criatura, Jesus referia-se também às
crianças. Ele jamais as deixaria de fora, pois a vontade do Pai é que nenhuma
delas se perca, mas que todas se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade
(1Tm 2.4). Vamos, em nossa ação evangelística, empregar todos os nossos
recursos para conduzir as criancinhas a Cristo. Quanto mais cedo elas forem
evangelizadas, maior será a sua chance de escapar aos perigos físicos, morais e
espirituais que as rodeiam. A evangelização dos pequeninos é mais do que
prioritária; é urgentíssima. [Comentário: Porque evangelizar
crianças? A única maneira de ser salvo, seja criança ou adulto, é sendo remido
pelo sangue de Jesus e regenerado pelo Espírito Santo. Há quem diga que as
crianças nascem com "a semente do pecado". Considero essa maneira de
falar um eufemismo, uma suavização desnecessária e sem apoio bíblico. “Todos
pecaram e separados estão da glória de Deus” (Rm 3:23), e isto inclui os
infantes que morrem, inclusive os abortados, se é que consideramos que uma
pessoa forma-se na concepção. Outros falaram que as crianças tem uma natureza
pecaminosa, mas não o pecado. Também é uma maneira de reduzir o mal-estar por
considerar pecadores os que nós intuitivamente achamos "inocentes". É
verdade que as crianças possuem uma natureza pecaminosa, uma inclinação,
predisposição para o mal. Mas elas também vem a este mundo com a culpa pelo
pecado de Adão, que é imputada à toda raça, sem exceção – inevitavelmente,
todos nascem no estado de inimizade com Deus, por essa razão, devemos buscar
também os pequeninos.] Dito isto,
vamos pensar maduramente a fé cristã?
PONTO
CENTRAL
A
evangelização das crianças é urgente, pois Deus almeja a salvação delas.
I. A CRIANÇA
É PECADORA E PODE PERDER-SE
Enquanto
a criança não entrar pela porta da salvação, a sua condição diante de Deus em
nada difere da posição de um pecador adulto. [Comentário: Pode parecer estranho e conflitante com o texto áureo e
outros textos paralelos a este, pensar em uma criança sendo condenada ao
inferno. Seria justo condenar crianças ao inferno? O que diz as Escrituras?]
1. A
criança é nascida em pecado. Em consequência do pecado de Adão, todos os seres
humanos vêm ao mundo na condição de pecadores (Rm 5.12). Veja a confissão de
Davi: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”
(Sl 51.5). [Comentário: A Bíblia nos diz que mesmo se um bebê ou criança não
cometeu pecado pessoal, todas as pessoas, incluindo bebês e crianças, são
culpadas diante de Deus por causa do pecado herdado e imputado. Pecado herdado
é aquele que é passado adiante pelos pais. Em Salmos 51:5, Davi escreveu: “Eu
nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” Davi reconhecia que,
mesmo na concepção, já era pecador. Até mesmo o fato de que bebês morrem
demonstra que até bebês são influenciados pelo pecado de Adão, já que as mortes
física e espiritual foram o resultado do pecado original de Adão.]
2. A alma
da criança está em perigo. O Senhor Jesus falou claramente acerca da salvação das crianças: “Assim
também não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos
se perca” (Mt 18.14). Por que Jesus diria isto se não houvesse a possibilidade
de os pequeninos se perderem? Sua declaração leva-nos a crer que a alma
infantil está em perigo. Pense nisso. [Comentário: Cada pessoa, bebê ou adulto, é culpada diante de Deus; cada pessoa
tem ofendido a santidade de Deus. A única forma que Deus pode ser justo e ao
mesmo tempo justificar uma pessoa é só quando aquela pessoa recebe perdão
através de fé em Cristo. Cristo é o único caminho. João 14:6 registra o que
Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão
por mim.” Pedro também disse em Atos 4:12: “E não há salvação em nenhum outro;
porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo
qual importa que sejamos salvos.” Salvação é uma escolha individual. Por isso,
não pode-se entender que Jesus tenha afirmado aqui (Mt 18.14) que as crianças
tem livre acesso à salvação; aqui Jesus exemplifica aos discípulos o que se
requer de alguém que busca a salvação; uma criança é humilde, tratável e tem um
coração que confia, características que são essenciais para se chegar a Deus
como pecador perdido e aceitar a salvação pela graça – como um presente. Os
adultos perderam estas características essenciais e somente através da agonia do
arrependimento e pela graça de Deus. é que podem readquiri-las. Já que as
crianças possuem estas coisas naturalmente. Jesus está ensinando que é mais
fácil para uma criança vir a Cristo do que para um adulto. A experiência prova
isto também. As crianças vêm para Cristo tão rapidamente, assim que lhes é dada
uma oportunidade (Mt 18.3).]
3. A
questão da inocência. O bebê é
inocente apenas no sentido de que não tem consciência do pecado, por ser,
ainda, mental e moralmente incapaz de praticá-lo. Embora portador do pecado
original, não tem o pecado experimental. Por isso, dizemos que a criança está
na “idade da inocência”. Se ela vier a morrer nesse estado, irá para o céu,
porquanto Deus não leva em “conta os tempos da ignorância” (At 17.30a).
Todavia, a partir do momento em que a criança passa a distinguir entre o bem e
o mal, torna-se culpada de seus erros e enquadra-se no restante do versículo:
“anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam” (At
17.30b). [Comentário: Aqui cabe ressaltar que existem duas visões quanto à
salvação de infantes: uma corrente crê que somente os filhos de pais crentes
são salvas se morrerem nesta fase; outra corrente, considerando textos como Mt
18.14, acredita que Deus imputa a justiça de Cristo a elas e as salva. Esta
última é a mais aceita. A “idade de responsabilização” é um conceito que ensina
que aqueles que morrem antes de atingir essa “idade de responsabilização” são
automaticamente salvos, pela misericórdia e graça de Deus. A “idade de
responsabilização” é uma crença que Deus salva a todos que morrem antes de
possuirem a habilidade de fazer uma decisão para ou contra Cristo. Treze é o
número mais comum dado como a idade de responsabilização, baseado em um costume
judeu de que uma criança se torna um adulto nessa idade. No entanto, não
encontramos na Bíblia nenhum suporte direto para que 13 seja sempre a idade de
responsabilização. Provavelmente varia de criança para criança. Uma criança
atinge a idade de responsabilização quando ele ou ela já é capaz de fazer uma
decisão para ou contra Cristo. O texto usado para apoiar a idéia da ‘idade da
inocência’ (At 17.30), está fora de seu contexto, ‘não levou Deus em conta os
tempos da ignorância’, pode ser entendido como Deus levou em consideração as
limitações do conhecimento deles (atenienses) a seu respeito, mas agora Paulo
revelou-lhes a verdade a respeito do Deus vivo. Como todos os povos, os
atenienses são chamados ao arrependimento de seus pecados. O problema em dizer
que Deus aplica o pagamento de Cristo ao pecado daqueles que não podem decidir
é que a Bíblia não diz especificamente que Ele faz assim.]
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
As
crianças também são pecadoras e podem perder-se. Precisamos levar a elas as
Boas-Novas.
SUBSÍDIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ
“A base bíblica para a evangelização de crianças não se resume no fato
de que eles estão prontos para a salvação, nem somente no fato de carecerem da
mensagem do evangelho tanto quanto os adultos. A própria Palavra de Deus nos
manda fazer esse trabalho, e há mandamentos específicos sobre as crianças.
A Bíblia apresenta algumas razões pelas quais devemos evangelizar as
crianças:
1. É mandamento bíblico (Dt 4.9,10; 6.6,7; Pv 22.6);
2. Jesus deu o exemplo, por isso devemos imitá-lo (Mt 18.2; Mc 9.36,37).
3. Todos pecaram, inclusive a criança (Sl 58.3; Rm 3.23). Atos como ira,
obstinação, inveja, desobediência e mentira fazem parte da natureza humana.
4. Os infanto-juvenis possuem alma imortal (Ez 18.4).
5. A Bíblia esclarece que uma criança pode ser salva (Mt 18.6).
6. Jesus recebeu ‘perfeito louvor’ da boca dos pequeninos (Mt 21.16).
É bom saber que a salvação é para todos, sem excluir ninguém. Sem
nenhuma restrição quanto a cor, raça, língua, religião e idade. A forma de
receber a salvação também é única — a fé em Cristo (Jo 1.12). A verdadeira
evangelização é global e, por fim, a evangelização das crianças é o cumprimento
da vontade de Deus.
A infância é o período em que o coração e a mente estão mais
predispostos à influência do evangelho. Uma criança ganha para Cristo
representa uma alma salva e uma vida que poderá ser empregada no serviço do
Mestre” (FIGUEIREDO, Helena. A Importância do Evangelismo Infanto-Juvenil.
2ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.22,23).
CONHEÇA MAIS
“Ai daquele homem
Jesus adverte que aqueles que servem de instrumento para pôr coisas
pecaminosas diante dos outros e, especialmente, diante de crianças, receberão a
extrema condenação (Mt 18.5-7). Pôr ‘escândalos’ — tais como diversões
mundanas, ensinamentos humanistas, filmes imorais, literatura pornográfica,
drogas, bebidas alcoólicas, maus exemplos, falsas doutrinas e companheiros
iníquos — no caminho dos outros, é ajuntar-se a Satanás, o grande tentador”.
Para conhecer mais, leia Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p.1425.
II. A CRIANÇA PODE CRER E SER SALVA
A Bíblia
comprova que a criança pode arrepender-se de seus pecados, crer em Jesus,
recebê-lo pela fé e ser salva.
1. Os
pequeninos creem em Cristo. Jesus, que sonda mentes e corações, testemunha a capacidade de os
pequeninos crerem em seu nome: “E Jesus, chamando uma criança, a pôs no meio
deles” (Mt 18.2). Logo a seguir, advertiu: “Mas qualquer que escandalizar um
destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao
pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar” (Mt 18.6). Pelo
que observamos no relato de Marcos, a criança que Jesus tomou como exemplo era
pequena, porque Ele a pegou no colo (Mc 9.36). Sua tenra idade, porém, não
constituiu qualquer obstáculo para que ela cresse em Cristo. [Comentário: Muitos questionam se as crianças de 6, 8 ou 10 anos
podem aceitar a Cristo e ser regeneradas pelo Espírito Santo. Jesus respondeu à
pergunta definitivamente: “Aqueles que levarem à perdição uma dessas crianças
que crêem em mim…” Quando lemos em João 1.12 a promessa que “a todos quantos O
receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus”, não encontramos
ali nenhum limite de idade. Uma criança pode perfeitamente se qualificar para
se apropriar dela. É razoável crer que uma criança de 6 anos pode vir a Cristo
e se salvar? Uma criança de 8 anos peca conscientemente? Quando ela peca, ela
se sente culpada? Uma criança dessa idade tem inteligência suficiente para
entender o evangelho simples de que Cristo morreu para salvar os pecadores? Uma
criança pode tomar uma decisão por livre escolha? Quando estas perguntas são
resolvidas, (e só há uma maneira de respondê-las), fica muito claro que
certamente as crianças podem ter uma fé regeneradora. E quando elas realmente
crêem. Deus não irá regenerá-las de acordo com Sua promessa? Muitos dos
melhores crentes hoje, sejam leigos, ministros ou missionários, acreditam que
realmente nasceram de novo quando eram crianças, muitos até com menos de 6 anos
(Mt 18.6). As Crianças Precisam da Salvação? Nosso Senhor respondeu esta
pergunta também, afinal é muito importante. Ele diz algo surpreendente no
versículo 11 (pois precisamos lembrar que Ele ainda está falando sobre
crianças): que Ele veio para salvar os perdidos. As crianças estão perdidas?
Nosso Senhor declarou que sim. No versículo 14, Ele diz que não é a vontade do
Pai que elas pereçam, deixando claro que as crianças vão perecer se não forem
levadas a Cristo. Se acreditamos no que a palavra de Deus diz aqui. nós nunca
descansaremos enquanto não virmos nossas crianças, e as crianças pelas quais
somos responsáveis, se converterem. http://www.verdade-viva.net/como-ensinar-o-evangelho-para-as-criancas/.]
2. As
crianças das cartas bíblicas. Paulo inicia a Epístola aos Efésios saudando os
“santos que estão em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus” (Ef 1.1). Ao final da
carta, ele recomenda aos filhos que sejam obedientes aos pais (Ef 6.1). Logo, a
mensagem do apóstolo destinava-se também às crianças que, na introdução da
carta, foram incluídas entre os santos e fiéis. Quem ainda duvida de que uma
criança possa experimentar a alegria da salvação? Jesus as salva e batiza-as
com o Espírito Santo. [Comentário: Desde os mais antigos tempos, Deus se preocupou com o ensino bíblico
para a criança. A primeira prova disso é que Ele teve o cuidado de organizar
uma instituição educacional que se responsabilizasse pelo ensino, desde a mais
tenra idade do indivíduo "o lar ou a família". Nós sabemos que as
crianças não aprendem somente pelo método cognitivo (as aulas na escola, por
exemplo), mas principalmente pela observação e imitação. Primeiro de seus pais
e parentes próximos, depois das pessoas que vivem à sua volta, como amigos e
pessoas da sociedade. Nesse sentido muitos de nós temos “embaraçado” as
crianças e levado algumas delas para longe do Senhor. Não é isso que acontece
quando damos maus exemplos a elas? Ou quando não damos os bons exemplos que
elas tanto necessitam enxergar em nós? “Trazendo à memória a fé não fingida que
em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice…” (2Tm
1.5). Certamente Deus teria alcançado o jovem Timóteo de qualquer modo, mas o
fato de haver sido educado em uma ‘fé não fingida’ por sua mãe e avó, poupou o
jovem de muito sofrimento e o ajudou a compreender facilmente a pregação de
Paulo.]
3. Outras
crianças da Bíblia. Timóteo
era apenas um menininho quando aprendeu as sagradas letras (2Tm 3.15). E, mais
tarde, ao ouvir o Evangelho através de Paulo, aceitou prontamente Cristo,
tornando-se útil ao Reino de Deus (At 16.1-4; 2Tm 3.14-17). No Antigo
Testamento, também encontramos crianças que conheciam a Deus e fielmente o
serviam. Haja vista Miriã, irmã de Moisés, Samuel e a escrava de Naamã (Êx
2.4-8; 1Sm 2.11,18,26; 2Rs 5.2,3). [Comentário: O temor do Senhor, a guarda dos estatutos e mandamentos, deveriam ser
passados de pais para filhos, de geração em geração, a fim de que o
conhecimento de Deus fosse uma constante entre o povo. A criança ocupava lugar
importante no seio da família israelense (Sl 127.3 e 128.1-3). Sua educação nos
preceitos bíblicos era prioridade. Cabia aos pais o zelo pela instrução dos
filhos que, por ordem divina, deveria ser constante e diligente (Dt
4.9-10;6.1-7 e11.18-19). Está claro nas Escrituras que, de acordo com a vontade
divina, os mandamentos do Senhor seriam ensinados em todos os momentos
(andando, falando assentados em casa, à mesa, pelos caminhos, de dia e à noite,
quando a família se reunia). À criança era concedida a oportunidade de fazer
perguntas (Ex 12.26-27; Gn 22.7-8), o que tornava o ensino eficaz e mais
interessante. Mais tarde, além do lar, as crianças também aprendiam com os
sacerdotes e profetas. Algumas delas eram dedicadas a Deus e entregues aos
sacerdotes para educá-las. Um desses casos é o de Samuel, que foi entregue ao
sacerdote Eli ainda bem novinho (1Sm 1.20-28). O profeta também era uma figura
importante na educação nacional. Muitos jovens eram enviados às escolas de
profetas a fim de estudarem as Escrituras e se prepararem para substituir seus
antecessores (1Sm 10.10;19.19; 2Rs 2.5 e4.38).]
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A criança pode crer e ser salva em Jesus
Cristo.
SUBSÍDIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ
“Talvez você deseje fazer as seguintes indagações: ‘As crianças são
pecadoras?’; ‘Elas não são puras como os anjos?’; ‘Elas podem receber a Cristo
como Salvador?’. Segundo Normam Geisler, ‘a situação eterna dos infantes sempre
representou uma questão polêmica na Teologia cristã ortodoxo’. Os crentes têm
muitas dúvidas em relação à salvação das crianças. É um assunto polêmico.
Estariam os bebês condenados ao fogo do inferno? Se fomos concebidos em pecado,
não somos todos filhos da ira (Ef 2.3)?
Todos os seres humanos já nascem com uma natureza pecaminosa, que é
chamado de pecado original (Rm 3.23). Somos filhos da ira, porém, durante um
tempo, a criança não tem condições, ou seja, estruturas cognitivas, para
discernir entre o bem e o mal, o certo e o errado. Essa fase é comumente
chamada de fase da inocência. Logo, não existe condenação para o pecado nesse
período, pois não há discernimento entre o bem e o mal. Isaías fala a respeito
da criança rejeitar o mal e saber escolher o bem (Is 8.15,16). ‘Mas essa fase
se estende até que idade?’. Não sabemos. Isso mesmo, não podemos afirmar a
idade certa. Cada criança é única. Vai depender do desenvolvimento mental,
cognitivo de cada uma. Como não sabemos o tempo preciso, o melhor é falar a
respeito de Jesus e apresentar-lhe o plano da salvação o quanto antes” (BUENO,
Telma. Ensinando a Fé Cristã às Crianças: Um guia para pais e
professores. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013, p.43).
III. COMO
EVANGELIZAR AS CRIANÇAS
Neste
tópico, veremos que podemos evangelizar as crianças através da Escola
Dominical, da alfabetização, da Escola Bíblica de Férias e da evangelização
personalizada.
1. Escola
Dominical. Fundada
pelo inglês Robert Raikes, em 1780, o objetivo inicial da Escola Dominical foi
a evangelização dos menores que viviam nas ruas da cidade de Gloucester. A
iniciativa de Raikes foi tão bem-sucedida, que serviu de modelo ao serviço de
ensino público do Reino Unido. Que as escolas dominicais possam trabalhar, em
regime prioritário, em prol da evangelização infantil. [Comentário: O início da Escola Dominical, como a conhecemos hoje,
deu-se em 20 de julho de 1780 na cidade de Gloucester, Inglaterra. Robert
Raikes, fundador da Escola Dominical, dedicou-se à carreira de jornalista e
editor, trabalhando na Imprensa Raikes, de propriedade da família, a qual ele
passou a dirigir após a morte de seu pai. Raikes preocupava-se muito em
melhorar as condições das prisões, visando a regeneração dos criminosos que
para ali eram conduzidos. Descobriu que o abandono em que viviam as crianças
pobres da localidade e as suas atividades, também aos domingos, eram um
estímulo à prática do crime. ]
2.
Alfabetização evangelizadora. Robert Raikes não se limitou a evangelizar as
crianças de Gloucester. Juntamente com a Palavra de Deus, ensinava-as a ler e a
escrever, a fim de as engajarem na sociedade inglesa. [Comentário: Robert Raikes, um homem de profundas convicções
religiosas, fundou então uma escola que funcionava aos domingos porque as
crianças e os jovens trabalhavam 6 dias por semana, durante 12 horas. Usava a
Bíblia como livro de estudo, cantava com os alunos e ministrava-lhes, também,
noções de boas maneiras, de moral e de civismo. De 1780 a 1783, sete Escolas já
tinham sido fundadas somente em Gloucester, tendo cada uma 30 alunos em média.
Em 3 de novembro de 1783, Robert Raikes, triunfalmente, publicou em seu jornal
a transformação ocorrida na vida das crianças.]
3. Escola
Bíblica de Férias.
Preocupada com as crianças que, no período das férias escolares, perambulavam
pelas ruas de Nova York, a irmã Elisa Hawes resolveu, em julho de 1898,
reuni-las para ensinar-lhes a Bíblia Sagrada. Aqueles meninos e meninas, dos 7
aos 14 anos, tomaram um novo rumo em suas vidas. A partir daquela data, a
Escola Bíblica de Férias passou a ser vista como parte essencial das missões
urbanas. No Brasil, a primeira EBF foi realizada em 1924, no Colégio Americano
Batista de Vitória-ES. Na evangelização das crianças, utilize a EBF. [Comentário: Há mais de 100 anos, este tipo de evangelismo é
desenvolvido nas Igrejas. Aproveitando as férias, desenvolve-se um programa de
uma semana com as crianças da Igreja e redondeza. Surgiu em 1898, por uma
senhora chamada Helisa Haves na cidade de New York. Preocupada com as crianças
que andavam pelas ruas no período de férias a mercê dos aliciadores, do pecado
e até da morte. A irmã Elisa montou um programa de Escola Bíblica Dominical em
um curto período e sem a disciplina e sequência didática. Onde em seis semanas
durante duas horas ela ministrava a salvação e o amor de Deus de uma forma leve
e descontraída, com o apoio da Igreja Batista de Epiphany da qual a Sra. Hawes
era membro.]
4.
Evangelização infantil personalizada. Desenvolva, em sua igreja, a evangelização
infantil personalizada. Cada criança deve ser conhecida por seu nome, por seus
problemas e por sua realidade social. Saia às ruas, praças e outros
logradouros, e reúna os pequeninos para ouvir a maravilhosa história da
salvação. Mas, antes, treine adequadamente a sua equipe. Não esqueça o
discipulado. Acompanhe cada criança convertida. Seja o seu pai espiritual. [Comentário: Faça o seguinte teste: experimente fazer uma busca pelo
Google com o termo ‘evangelização infantil’. Qual o resultado mais repetido?
Porque não aparece nenhuma instituição evangélica nas primeiras páginas? Será
que não estamos percebendo que as crianças estão a mercê de variadas
influências negativas: tv, internet, más companhias, adultos abusadores,
ensinos tendenciosos, má literatura etc? O que está faltando para conseguir
ajudar as crianças? Cumprir o “ide” da grande comissão deixada por Jesus, inclui
levar as crianças a terem certeza de sua salvação e a transformação em seus
valores, em suas atitudes; a ter Jesus não só como salvador, mas também como
Senhor da sua vida. É urgente a necessidade de desenvolver trabalho de
evangelização de crianças, alcançar os pais, familiares, amigos, vizinhos e
colegas da escola.]
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
As
crianças podem ser evangelizadas na Escola Dominical, em classes de
alfabetização e em Escolas Bíblicas de Férias.
SUBSÍDIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ
“A ordem do Mestre para nós, seus discípulos, foi: ‘Ide por todo o
mundo, pregai o evangelho a toda criatura’ (Mc 16.15). A criança é uma
criatura, por isso, está inserida nesta ordenança. Porém quando lemos este
texto bíblico, em geral nossa mente nos remete apenas aos adultos. Nossos
filhos e alunos precisam ter um encontro pessoal com Jesus a fim de que se
tornem filhos de Deus (Jo 1.12). Depois de receberem a Jesus como Salvador, as
crianças necessitam do discipulado, a fim de que ‘[cresçam] na graça e no conhecimento
de Deus’ (1Pe 3.18). O desejo de conhecer a Deus na criança é inato.
A fé em Cristo não é herdada, mas aprendida. Um dos fatores que impedem
investimentos e esforços na evangelização e discipulado infantil é a crença
infundada de que nascer em um lar evangélico e frequentar a Escola Dominical
são suficientes para que a criança receba a salvação e se torne um cristão.
Isso não é suficiente. Vou fazer uma analogia bem simples para que fique bem
claro o pensamento: ‘Deixar o seu filho(a) durante várias horas em uma cozinha
vai fazer dele(a) um cozinheiro(a)?’. A Bíblia relata que Samuel desde pequeno
viveu no Templo junto ao sacerdote Eli, porém em 1 Samuel 3.7 lemos que ‘ele
ainda não conhecia ao Senhor’. Triste, não? Existem milhares de crianças que vão
à igreja, pertencem a famílias cristãs, mas também não conhecem a Jesus como
Salvador” (BUENO, Telma. Ensinando a Fé Cristã às Crianças: Um guia
para pais e professores. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013, pp.13,14).
CONCLUSÃO
Quando se
ganha uma criança para Jesus, conquista-se uma vida toda de realizações para o
Reino de Deus. Então, por que esperar? Vamos investir mais na evangelização
infantil. Para isso, os professores de educação infantil precisam ser
preparados e equipados com o que há de melhor nessa área. Treine professores.
Num momento tão difícil como o que atravessamos, não podemos deixar as crianças
em poder de uma cultura anticristã, pecaminosa e contrária à moral e aos bons
costumes. Salve os pequeninos do inferno. Jesus também morreu por eles. [Comentário: Jesus disse: “Vede, não desprezeis a qualquer destes
pequeninos” (Mt 18.10). A grande tendência de muitos é negligenciar o dever de
levar as crianças a Cristo, deixando para mais tarde, quando ficarem mais velhas,
ou esperando que outros o façam no seu lugar. Jesus resume sua maravilhosa
mensagem sobre o evangelismo infantil e a verdadeira grandeza, tirando qualquer
dúvida que ainda possa existir sobre a salvação de crianças. Ele disse: “Assim,
pois,não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos”
(Mt 18.14). Com estas palavras de Deus soando nos nossos ouvidos, nós podemos e
devemos sair à procura das crianças para ganhá-las para Cristo em todo lugar.] “NaquEle que me garante: "Pela
graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus"
(Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Hoje, em Campina Grande-PB
Agosto de 2016
PARA REFLETIR
A respeito da evangelização das crianças, responda:
Conforme Romanos 3.23 e Salmos 51.5, qual a condição espiritual da
criança ao nascer?
Ela
é pecadora. Em consequência do pecado de Adão, todos os seres humanos vêm ao
mundo na condição de pecadores.
Que versículo da Bíblia indica que a alma da criança está em perigo de
perder-se?
“Assim
também não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos
se perca” (Mt 18.14).
Como as crianças foram tratadas por Paulo em sua Carta aos Efésios?
Paulo
inicia a Epístola aos Efésios saudando os “santos que estão em Éfeso e fiéis em
Cristo Jesus” (Ef 1.1). Ao final da carta, ele recomenda aos filhos que sejam
obedientes aos pais (Ef 6.1). Logo, a mensagem do apóstolo destinava-se também
às crianças que, na introdução da carta, foram incluídas entre os santos e
fiéis.
Que autor sagrado mencionou o relacionamento dos pequeninos com Deus
Pai? Cite referência.
Mateus
18.2-6 e Marcos 9.36.
De que forma podemos evangelizar as crianças?
Por
meio da Escola Dominical, alfabetização evangelizadora, Escola Bíblica de
Férias e evangelização infantil personalizada.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A Evangelização das Crianças
Quando
devemos falar de Jesus para uma criança? Naturalmente tal pergunta traz outra
inevitável: Como evangelizar uma criança? Quando se tenta praticar o
evangelismo infantil é possível perceber a dimensão do desafio proposto. Uma
das questões essenciais que devemos levar em conta no evangelismo infantil é a
idade da criança. Falar de Jesus no linguajar infantil para muitas pessoas é
uma tarefa hercúlea.
Conceito
de Evangelismo Infantil
Apresentar
um Deus salvador para a criança é uma tarefa que todas as famílias cristãs
devem priorizar. As crianças têm de ser evangelizada desde a mais tenra idade.
Neste sentido, a criança precisa aprender sobre Deus desde cedo por intermédio
dos seus pais. No capítulo seis de Deuteronômio, as Escrituras declaram que é
tarefa dos pais conduzirem os filhos no conhecimento de Deus. O método se daria
da maneira simples: assentado em casa; andando no caminho; por intermédio do
próprio exemplo. A ideia é que os pais contribuam para os seus filhos amarem a
Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Isso passa
inevitavelmente pela família cristã, pelos pais das crianças cristãs.
O que
nosso Senhor falou acerca das crianças?
Nosso
Senhor disse que das Crianças “é o Reino de Deus” (Mc 10.14). Ainda, o Mestre
fala: “Vede, não desprezeis alguns destes pequeninos, porque eu vos digo que os
seus anjos nos céus sempre veem a face de meu Pai que está nos céus” (Mt
18.10). Esses textos bíblicos mostram que Jesus de Nazaré não hesitou em falar
sobre as crianças, pois priorizou a aparente fragilidade e humildade do pequeno
infante como aspectos fundamentais para se alcançar o Reino de Deus: “Em
verdade vos digo que qualquer que não receber o Reino de Deus como uma criança
não entrará nele” (Lc 18.17).
Deus ama
as crianças
Devemos
evangelizar as crianças, em primeiro lugar, porque Deus as ama. E o amor do Pai
está derramado em nossos corações. A criança é aquele serzinho disponibilizado
por Deus para amarmos sem medida, como da mesma forma Ele quer que nos amemos
uns aos outros. Priorizar as crianças em nossas igrejas não é capricho, mas
tarefa das mais sublimes e urgentes. Por isso a Educação Infantil deve
funcionar plenamente. Todo o apoio deve ocorrer com a Escola Bíblica de Férias,
a maior estratégia de evangelização infantil. Enquanto a igreja não se
convencer em priorizar as crianças, iremos na contramão do Evangelho.