lição 5: A Maravilhosa Graça
1°
de Maio de 2016
TEXTO ÁUREO
"Porque
o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas
debaixo da graça." (Rm 6.14) [Comentário: Temos aqui uma declaração indicativa, uma promessa, e
não um imperativo ou uma exortação. O princípio controlador da vida do crente é
o reinado da graça, que nos livra do reinado do pecado (5.21) e nos transforma
segundo a semelhança de Cristo.]
VERDADE PRÁTICA
Cristo
Jesus é a graça divina manifestada em forma humana.
LEITURA DIÁRIA
Segunda
– Rm 3.24 - A
graça do Senhor Jesus Cristo provê a justificação
Terça
– Cl 1.29 - A
graça nos capacita para o trabalho e o combate
Quarta
– Ef 1.3 -A
graça nos concede bênçãos espirituais nos lugares celestiais
Quinta
– Ef 2.13 - A
graça nos aproximou e nos reconciliou com Deus
Sexta
– Ef 2.8 - A
graça é resultado da misericórdia do Todo-Poderoso
Sábado
– Jo 3.16 - A
graça é resultado do amor de Deus pela humanidade
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 6.1-12
1 QUE diremos pois? Permaneceremos
no pecado, para que a graça abunde?
2 De modo nenhum. Nós, que
estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?
3 Ou não sabeis que todos quantos
fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?
4 De sorte que fomos sepultados
com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os
mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
5 Porque, se fomos plantados
juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua
ressurreição;
6 Sabendo isto, que o nosso homem
velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para
que não sirvamos mais ao pecado.
7 Porque aquele que está morto
está justificado do pecado.
8 Ora, se já morremos com Cristo,
cremos que também com ele viveremos;
9 Sabendo que, tendo sido Cristo
ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre
ele.
10 Pois, quanto a ter morrido, de
uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.
11 Assim também vós
considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus
nosso Senhor.
12 Não reine, portanto, o pecado
em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências.
HINOS SUGERIDOS
5,400,577
OBJETIVO GERAL
Mostrar
que Cristo Jesus é a graça divina manifestada em forma humana.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar alguns dos inimigos da graça;
Mostrar a vitória da graça para com o
domínio do pecado;
Relacionar os frutos da graça.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado
professor, dando continuidade ao estudo da Epístola aos Romanos, analisaremos
nesta lição o capítulo seis. No capítulo cinco Paulo trata da nossa
justificação pela fé no sacrifício de Jesus Cristo. No capítulo seis ele vai
abordar a respeito da nova vida em Cristo. O apóstolo mostra que o nosso velho
homem já foi crucificado com Cristo. Não somos mais escravos do pecado, pois
este foi destruído na cruz. Pela fé morremos para o pecado e como novas
criaturas precisamos viver para Deus, em obediência e santidade. Como novas
criaturas não alcançamos a perfeição, somos tentados e vivemos em um mundo que
jaz no maligno, mas desde o momento que tomamos a decisão de viver pela fé,
para Cristo, somos livres do poder do pecado, pois agora o próprio Cristo habita
em nós (Cl 2.20).
INTRODUÇÃO
O
capítulo cinco da Epístola aos Romanos mostra o triunfo da graça sobre o
pecado. Paulo já havia falado a respeito da justificação, mas o que significava
isso na prática? Que implicações teria na vida dos crentes? O apóstolo não
procurou filosofar a respeito da origem do pecado e suas consequências. Ele
buscou mostrar, de forma clara, como Deus resolveu essa questão. A graça de
Deus nos justificou, abolindo o domínio do pecado e fazendo-nos viver livres em
Cristo.
[Comentário: Temos visto até
agora que há homens que, por causa da queda em Adão permanecem sob condenação e
em inimizade com Deus, e homens que, pela redenção em Cristo, o ‘último Adão’,
estão justificados e em paz com Deus. Para demonstrar a consistência de sua tese,
Paulo retroage no tempo e demonstra onde e como se deu a condenação de todos os
homens, contrastando com a redenção em Cristo (Rm 5.12 -21). Paulo demonstrou
que Adão e Cristo constituem-se 'os cabeças' de duas famílias distintas. Este
trouxe à vida (existência) os filhos de Deus, e àquele traz à existência na
condição de mortos e em inimizade com Deus os filhos da ira, filhos da
desobediência, filhos do diabo, ou filhos de Adão (Rm 5.15-19). O Capítulo 6 é
iniciado com um esclarecimento acerca do capítulo 5.20-21, de que o aumento do
pecado aumentava a graça; Alguns poderiam alegar que, se, através do pecado,
estavam proporcionando uma oportunidade a Deus para apresentar a grandiosidade
de sua graça, com isso, eles poderiam pecar mais e mais. Paulo, então, diz que
a idéia de um cristão continuar no pecado é totalmente contrária ao evangelho.
O pecado é abominável e destrutivo, e aqueles que estão mortos para o pecado e
o poder governante do pecado nunca mais deveriam querer viver nele.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé
cristã?
PONTO CENTRAL
Jesus
Cristo é a revelação do amor e da graça de Deus.
Paulo
argumenta que todos estão caídos e necessitam ouvir e crer no Evangelho para
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I – OS INIMIGOS DA GRAÇA
1. Antinomismo. Paulo percebeu que a sua argumentação
a respeito da graça poderia gerar um mal-entendido. Por isso, tratou logo de
esclarecer o seu pensamento a respeito do assunto. Usando o método de diatribe,
ele dialoga com um interlocutor imaginário, procurando explicar de forma clara
o seu argumento. Paulo já havia dito que onde o pecado abundou, superabundou a
graça (Rm 5.20). Tal argumento seria uma afirmação ao estilo dos antinomistas,
pois estes acreditavam que podemos viver sem regras ou princípios morais. [Comentário: Após demonstrar que 'onde o pecado abundou, superabundou
a graça', Paulo antecipa-se àqueles que poderiam argumentar que permaneceriam
no pecado visando aumentar a graça. 'Que diremos...', ou seja, qual deve ser o
entendimento do cristão? Permanecer no pecado (em Adão), para que a graça
aumente? Não! Este não deve ser o entendimento do cristão. O argumento dos
críticos seria esse: se Deus justifica o pecador pela graça, quanto mais pecado
se tiver, maior a graça da justificação. Como o pecador é visto por Deus como
justo após a justificação, o pecado deixa de ser um problema, não podendo haver
mais castigo. Ou seja, segundo os críticos de Paulo, a justificação
incentivaria o pecado antes e depois da salvação. Paulo diz que não é porque a
graça superabundou onde o pecado abundou que o comportamento do cristão deva
ser de devassidão. O pecado reinou pela morte (pena decorrente da transgressão
de Adão), e a lei somente fomentou a ofensa ( Rm 5:20 ). Mas, a graça de Deus
se há manifestado para que, da mesma forma que o pecado reinou por meio da
natureza decaída do homem (carne) e em obediência as suas concupiscências
(conduta aquém da lei de Deus), a graça também reine pela justiça através da
nova natureza (espiritual) e em obediência à justiça (conduta segundo a lei da
liberdade).]
2. Paulo não aceita e não
confirma o antinomismo.
No antinomismo não há normas. Os que erroneamente aceitavam tal pensamento
acreditavam que quanto mais pecarmos mais graça receberemos. Em outras
palavras, a graça não impõe limite algum. Antevendo esse entendimento
equivocado, o apóstolo pergunta: "Que diremos, pois? Permaneceremos no
pecado, para que a graça seja mais abundante?" (Rm 6.1). A resposta é não!
A graça não deve servir de desculpa para o pecado. Infelizmente, o antinomismo
tem ganhado força em nossa sociedade, passando a ser socialmente aceito até
mesmo dentro das igrejas evangélicas. Esta é uma doutrina venenosa, que
erroneamente faz com que a graça de Deus pareça validar todo tipo de
comportamento contrário à Palavra de Deus. Em geral, tal pensamento vem
"vestido" de uma roupagem espiritual, porém o antinomista costuma ser
relativista quando se utiliza da expressão "não tem nada a ver". [Comentário: Colocando em outras palavras, se Deus nos aceita como
somos, não seria lógico pensar que isso nos daria liberdade para viver como
quisermos? Essa dúvida pode estar correndo na mente de algumas pessoas também
em nossos dias. Para os leitores da carta que argumentassem que permaneceriam
no pecado para que a graça aumentasse, Paulo demonstra que quem assim pensa
desconhece o real significado do batismo. Tanto Paulo quanto os leitores da sua
carta havia sido batizados na morte de Cristo por meio da fé "...fomos
batizados em Jesus...", ou seja, todos os que creem são batizado na morte
de Cristo Jesus "...um morreu por todos, logo todos morreram" ( 2Co 5.14
). Se todos morreram porque Cristo morreu, isto demonstra que 'de uma vez
morreram para o pecado' conforme Paulo demonstra no verso 10. De uma ou de
outra forma, o que está sendo esquecido é que a justificação é imediatamente
seguida pela santificação. Esta é uma operação de Deus que começa no momento da
nossa salvação e continua por toda nossa vida na terra, até o momento em que
formos morar com Deus. É um crescimento contínuo em direção do alvo que é a
estatura do varão perfeito — Cristo.]
3. Legalismo. Em Romanos 6.15, o apóstolo tem
em mente o judeu legalista, quando pergunta: "Pois quê? Pecaremos porque
não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum!" A
doutrina da justificação pela fé, independentemente das obras da lei, levaria o
legalista a argumentar que Paulo estaria ensinando que, em virtude de não
estarmos mais debaixo da lei, então não há mais obrigação alguma com o viver
santo. Nesse caso, não haveria mais nenhuma barreira de contenção contra o
pecado. Na mente do legalista, somente a lei de Moisés era o instrumento
adequado para agradar a Deus. Isso justifica as dezenas, e às vezes, centenas
de preceitos que o judaísmo associou com o Decálogo. Os legalistas criaram como
desdobramento da lei 613 preceitos. A teologia de Paulo irá ensinar que mesmo
não estando mais debaixo da lei, o cristão não ficou sem parâmetros
espirituais. Pelo contrário, agora que ele tem a vida de Jesus Cristo dentro de
si, está capacitado a agradar a Deus, mesmo sem se submeter à letra da Lei de
Moisés.
[Comentário: Após apresentar
Adão e Cristo, o pecado e a graça no capítulo anterior (Rm 5.12-21), neste
capítulo, a primeira referência à lei encontra-se no verso 15. Através deste
versículo Paulo demonstra que a ausência da lei não determina a condição de
submissão ao pecado, e sim o fato de o homem ter herdado de Adão tal condição.
Antes mesmo de ser instituída a lei, já estava o pecado no mundo (Rm 5.13), o
que demonstra que a abundante graça de Deus promove a justificação de vida (Rm
5.18 ), em contraste à condenação herdada de Adão. Muitos entendem que neste
versículo (v. 15) Paulo está perguntado aos seus leitores se é pertinente aos
cristãos permanecerem em uma vida de devassidão simplesmente por não terem o
freio da lei, uma vez que agora estão na graça. Mas, não é esta a colocação do
apóstolo. É preciso considerar a primeira pergunta: "Pois que?", que
introduz os elementos necessário à compreensão do leitor, quando ler a
conclusão: "De modo nenhum". A argumentação apresentada no verso 2 é
complementada através deste verso e apresenta a mesma colocação de João e uma
de suas cartas: "Qualquer que
permanece nele não peca (...) Qualquer que é nascido de Deus não comente
pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido
de Deus" (1Jo 3.6-9). Sem esquecer que os argumentos deste capítulo
fundamenta-se no capítulo 5, do verso 12 ao 21, João apresenta uma figura que
ilustra a condição daquele que á nascido de Deus, ou seja, é uma planta
plantada por Deus "Ele, porém,
respondendo, disse: Toda a planta, que meu Pai celestial não plantou, será
arrancada" ( Mt 15:13 ). João apresenta o motivo pelo qual o homem
nascido de Deus não peca: porque a semente de Deus permanece nele, ou seja, o
que determina o tipo de uma planta é a semente. A bíblia apresenta dois tipos
de sementes: a corruptível e a incorruptível. Está é a palavra de Deus e aquela
refere-se a semente corruptível de Adão, por quem todos os homens pecaram e
foram destituídos da glória de Deus por causa da semente de Adão. Sabemos que
uma planta não pode produzir dois tipos de frutos, e nesta ilustração,
verifica-se que a planta plantada pelo Pai só pode produzir segundo a semente
planta. É um contra senso considerar que a planta que o Pai plantou possa
produzir dois tipos de frutos: o bem e o mau. Uma vez que os cristãos já
morreram com Cristo e a ressurreição é na semelhança da ressurreição de Cristo,
segue-se que aqueles que morrem juntamente com Cristo, de uma vez por todas
morrem para o pecado, já que tanto Cristo como os cristãos passaram a viver
para Deus por intermédio da ressurreição. Desta forma os cristãos estão
assentados nas regiões celestiais em Cristo, por causa da nova condição do
homem espiritual gerado em Cristo (v. 10).]
Você sabia?
Antinomismo
"Literalmente
significa contra a lei. Doutrina que assevera não haver mais necessidade de se
pregar nem de se observar as leis morais do Antigo Testamento. Calibrando esta
assertiva, alegam os antinomistas que, salvos pela fé em Cristo Jesus, já
estamos livres da tutela de Moisés. Ignoram, porém, serem as ordenanças morais
do Antigo Testamento pertencentes ao elenco do direito natural que o Criador
incrustara na alma de Adão. Como podemos desprezar os Dez Mandamentos? Todo
crente piedoso os observa, pois o Cristo não veio revogá-los; veio cumpri-los e
sublimá-los. Além do mais, as legislações modernas estão alicerçadas justamente
no Decálogo."
SÍNTESE DO TÓPICO I
O
antinomismo e o legalismo são inimigos da graça.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"[...]
É preciso compreender e comparar dois aspectos da salvação, que são: o aspecto
legal e o aspecto ético e moral No aspecto legal está a justificação, que trata
da quitação da pena do pecado, Significa que a exigência da Lei foi cumprida»
Porém, no aspecto moral, está a santificação que trata da vivência cotidiana
após a justificação, Como compreender então a relação entre a justificação e a
santificação?
Em
primeiro lugar, a santificação trata do nosso estado, assim como a justificação
trata da nossa posição em Cristo. Observe isto: Na justificação somos
declarados justos. Na santificação nos tornamos justos. A justificação é a obra
que Deus faz por nós como pecadores. A santificação diz respeito ao que Deus
faz em nós. Pela justificação somos colocados numa correta e legal relação com
Deus. Na santificação aparecem os frutos dessa relação com Deus. Pela
justificação nos é outorgada a segurança.
Pela
santificação nos é outorgada a confiança na segurança. Em segundo lugar, a
santificação envolve, também, o aspecto posicional.
Na
justificação o crente é visto em posição legal por causa do cumprimento da Lei,
na santificação o crente é visto em posição moral e espiritual.
Posicionalmente,
o crente é visto nesses dois aspectos abordados que são: o legal e o moral
Legalmente, ele se torna justo pela obra justificadora de Jesus Cristo.
Moralmente, ele se torna santo por obra do Espírito Santo [CABRAL, Elienai.
Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005,
pp.73,74].
II- A VITÓRIA DA GRAÇA
1. A graça destrói o domínio do
pecado. Para
Paulo, o pecado era como um tirano impiedoso que não poupava seus súditos. Ele
reinou desde que entrou no mundo e seu domínio parecia não ser ameaçado. O
pecado dominou os que não estavam debaixo da Lei e dominou também os que
estavam sob sua égide. Não havia escapatória. Por causa do "velho
homem", uma expressão que para Paulo é sinônimo de natureza caída e
pecaminosa, que esse iníquo tirano conseguia reinar. Como se libertar, então,
desse tirano? Paulo mostra que a solução de Deus foi aquilo que lhe servia de
base de sustentação, o corpo do pecado: "Sabendo isto: que o nosso velho
homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim
de que não sirvamos mais ao pecado" (Rm 6.6). O "corpo do
pecado" significa mais do que simplesmente o corpo físico, mas o corpo
como algo que instrumentaliza o pecado e que precisava ser destruído. A palavra
grega katargeo, traduzida em Romanos 6.6 como destruído, possui o sentido de
destronado ou tornado inoperante. Foi, portanto, através da cruz de Cristo que
esse tirano foi destronado e teve seu domínio desfeito. A graça de Deus
triunfou sobre o pecado. Glória a Deus pelo seu dom inefável (l Co 9.15). [Comentário: “Sabendo isto, que
o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja
desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado” (v. 6). Se o “velho homem”
abrange a vida antes da conversão, inclui também muito mais, e deveria ser
interpretado à luz de 5.12-21, dando a entender tudo quanto éramos em nossa
união com Adão. Devemos pensar que tudo isso foi encravado na cruz para morrer.
Não há como um cristão dizer que permanecerá no pecado com a ideia de que
aumentará a graça de Deus, visto que:
O velho homem (nosso) foi crucificado com
Cristo;
O corpo do pecado (carne) é desfeito, e;
Não serve mais ao pecado.
Como seria possível a
alguém que crê em Cristo permanecer no pecado, visto que os que crêem são
crucificados com Cristo e tiveram o corpo do pecado desfeito? Se o corpo do
pecado foi desfeito, como viver ou andar no pecado? O crente é crucificado e
sepultado com Cristo para que não mais sirva ao pecado, e segundo este saber,
as possíveis argumentações do verso 1 são inconsistentes.]
2. A graça destrói o reinado da
morte. O
apóstolo mostra que o reinado do pecado e seu domínio caracterizaram-se pela
morte. "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é
a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 6.23). Não há lugar
nesse mundo onde não se sinta as consequências do pecado. [Comentário: A união com Cristo em sua morte não destrói o nosso
corpo como tal, mas põe fim ao papel do corpo como o instrumento inescapável do
pecado, destruindo o reino do pecado no corpo. Os corpos dos crentes são agora
dedicados a Cristo e produzem fruto santo em seu serviço (6.13,22; 7.4; 12.1).
Não somos mais “escravos do pecado” visto que a vida no corpo, dominada pelo
desejo ardente de pecar, cedeu lugar à vida no corpo, dominada pela paixão pela
justiça e pela santidade (v.18). O tríplice contraste do salário do pecado e da
morte com o dom, Deus e a vida eterna leva o argumento de Paulo a um enfoque
memorável. No entender de Paulo, os cristãos não podem mais viver no pecado
porque morreram para o pecado. Foram identificados por Deus na morte de Cristo.
Morreram “com” Cristo e ressuscitaram “para” Deus.]
3. A graça e os efeitos do pecado. Os efeitos do pecado podem ser
vistos por toda parte. Podemos vê-los nas catástrofes naturais, nas guerras,
homicídios, estupros e abortos. O pecado traz a marca da morte. Tanto a morte
física, como a morte espiritual, o afastamento de Deus, são consequências do
pecado. Nada podia destruir esse domínio tenebroso do pecado e fazer parar seus
efeitos. Todavia, Paulo mostra que a Graça de Deus invadiu o domínio do pecado
e destruiu seu principal trunfo — o poder sobre a morte. A graça de Deus,
presente na ressurreição do Senhor Jesus, destruiu o poder sobre a morte física
e essa mesma graça, quando nos reconcilia com Deus, destrói o poder da morte
espiritual. [Comentário: Após saber ou conhecer que Cristo ressurgiu dentre os
mortos e que a morte não tem domínio sobre Ele, resta que o pecado não tem
domínio sobre os cristãos, uma vez que ressurgiram com Cristo (v. 9)
"Portanto, se fostes ressuscitados com Cristo..." (Cl 3.1). O fato de
os cristãos terem sido batizados com Cristo na sua morte, e ressurgido dentre
mos mortos para a glória do Pai (v. 4), tirou-os da condição de sujeição a lei,
para estabelecê-los debaixo da graça de Deus. A premissa é: o pecado não tem
domínio sobre o cristão. Mas, tal premissa é introduzida por um operador e
conectivo argumentativo: porque - conjunção coordenativa explicativa. Ou seja,
a premissa (o pecado não terá domínio sobre vós) do verso 14 é introduzida como
uma explicação sobre porque o cristão deve considerar-se morto para o pecado e
vivo para Deus.]
SÍNTESE DO TÓPICO II
A
graça destrói o domínio do pecado na vida daqueles que pela fé aceitam a Jesus
Cristo.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
No
segundo tópico estudamos a respeito de dois inimigos da graça; o antinomismo e
o legalismo. Se desejar, leia para os alunos a seção "Conheça Mais"
que apresenta uma definição para o termo. Quando ao legalismo, se desejar leia
o subsídio abaixo a fim de que os alunos compreendam o termo.
[Do
lat legale + ísmo] Tendência a se reduzir a fé cristã aos aspectos puramente
materiais e formais das observâncias, práticas e obrigações eclesiásticas.
No
Novo Testamento, o legalismo foi introduzido na Igreja Cristã pelos crentes
oriundos do judaísmo que, interpretando erroneamente o Evangelho de Cristo,
forçavam os gentios a guardarem a Lei de Moisés.
Contra
o legalismo, insurgiu-se Paulo. Em suas epístolas aos gálatas e aos romanos, o
apóstolo deixou bem claro que o homem é salvo unicamente peia fé em Cristo
Jesus, e não pelas obras da Lei (ANDRADE, Claudionor Corrêa de Andrade.
Dicionário Teológico* 17.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p.251).
III- OS FRUTOS DA GRAÇA
1. A graça liberta. A graça é libertadora (Rm 6.14)
e produz frutos para a nossa santificação: "Mas, agora, libertados do
pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por
fim a vida eterna" (Rm 6.22). Somente a graça seria capaz de desfazer o
domínio do pecado. A Bíblia afirma que quem comete pecado é escravo do pecado
(Jo 8.34). E mais, o escravo não possuía domínio sobre o seu arbítrio. Essa
situação mudou quando a graça, revelada na pessoa de Jesus Cristo, entrou na
história e desfez o domínio do pecado. Paulo afirmou que o "pecado não
terá domínio sobre nós". Somos livres em Cristo. Essa liberdade é uma
realidade na vida do crente: "Estai, pois, firmes na liberdade com que
Cristo nos libertou e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão"
(Gl 5.1).
[Comentário: “o pecado não terá domínio sobre vos” (v.
14), temos aqui uma declaração indicativa, uma promessa, e não um imperativo ou
uma exortação. Paulo usa a analogia humana de escravidão ao apelar para a
santidade, lembrando o contraste entre a antiga vida pecaminosa e a nova vida
regenerada. A frase 'De nenhum modo' pede uma explicação da parte do apóstolo
sobre a impossibilidade de o homem pecar quando alcançado pela graça. Tal
explicação advém de elementos pertinente à figura do escavo, que é introduzida
através da argumentação seguinte "Não sabeis vós...?". Não sabeis vós
que é impossível servir a dois senhores? Não sabeis vós que a árvore só produz
fruto segundo a sua espécie? Ou não sabeis que um fonte não pode jorrar água
doce e salgada? (Tg 3.12). Todas estas figuras complementam-se e apontam para
os elementos apresentados por Cristo acerca das duas portas e dos dois
caminhos. Como o homem apresenta-se como servo para obedecer ao seu senhor
(...a quem vos apresentardes por servos...)? Ou seja, como o homem passa a
condição de servo daquele a quem ele obedece (pecado ou obediência)? A bíblia é
clara sobre este aspecto. Todos os homens quando vem ao mundo através do
nascimento natural, segundo Adão, apresentam-se ao pecado para o servir e
obedecer. Ou seja, o nascimento natural é a porta larga que dá acesso a um
caminho espaçoso que conduz a perdição "Entrai pela porta estreita; porque
larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os
que entram por ela" (Mt 7.13). O nascimento segundo a semente corruptível
de Adão (natural) é a maneira como o homem se apresenta como servo ao pecado. É
o nascimento segundo a vontade da carne, segundo a vontade do varão e do sangue
que coloca o homem em sujeição e em obediência ao pecado (Jo 1.13). Como o
homem se apresenta a Deus como servo? Através da obediência a palavra da
verdade (evangelho) "...obedecestes de coração a forma de doutrina a que
fostes entregues" (v. 17).]
2. Exigências da graça. A graça liberta, mas ao mesmo
tempo tem suas exigências. Isso fica claro pelo uso dos termos considerar
(6.11), que no original (logizomai) significa reconhecer, tomar consciência:
"Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para
Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 6.11). Em Romanos 6.13 a palavra
"apresentar" (gr. paristemi), significa colocar-se à disposição de
alguém: "Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por
instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre
mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça" (Rm
6.13).
[Comentário: Paulo procura
conscientizar os seus leitores a considerarem (Retórica perfeita) que estavam
mortos para o pecado e vivos para Deus. "Assim também..." remete as
considerações apresentadas anteriormente. Ou seja, da mesma maneira que
'conheciam' que Cristo morreu uma única vez por causa do pecado e foi
sepultado, os cristãos deveriam considerar estarem mortos para o pecado e vivos
para Deus em Cristo Jesus. Esta relação entre a morte de Cristo e a morte dos
cristãos, e a vida de Cristo e a nova vida dos cristãos Paulo Já havia
estabelecido no verso 8, porém, discorre de forma a não deixar dúvidas quando a
morte dos cristãos para o pecado, e ressurreição deles para vida, por meio de
Cristo Jesus. Considerar é ter em conta, ou seja, é andar conforme a nova vida
alcançada "...assim andemos nós também em novidade de vida" (v. 4).
Paulo não recomenda um faz de conta ao pedir que os cristãos considerassem
estarem mortos para o pecado e vivos para Deus. Eles deviam contar com a nova
vida e descansar por estarem de posse dela (regeneração), porém, andarem de
modo digno da nova condição alcançada graciosamente (comportamento).]
3. A graça santifica. Paulo revela que um dos efeitos
imediatos da graça é a justificação e o outro é a santificação: "Mas,
agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para
santificação, e por fim a vida eterna" (Rm 6.22). A palavra
"santificação", que traduz o grego hagiasmos mantém o sentido de
"separação". A graça nos libertou e nos separou para Deus. A
santificação aparece aqui nesse texto como um fruto da graça. No ensino de
Paulo a santificação ocorre em dois estágios. Primeiramente somos santificados
em Cristo quando o confessamos como Salvador de nossas vidas. Na teologia
bíblica isso é conhecido como santificação posicional. Por outro lado, não
podemos nos acomodar, mas procurar a cada dia nos santificar, isto é, nos
separar para Deus. Essa é a graça progressiva, aquilo que existe como um
processo na vida do crente. [Comentário: Santificação é o processo no qual os crentes crescem e
chegam à maturidade em Cristo (Ser Semelhantes a Cristo) e deve ser entendida
como: 1. Separação do mal (2Co 6.14-18; 1Pe 3.11); 2. Separação para Deus (2Co
5.15); É necessário saber que diferente da Salvação, a Santificação é um “processo”
que tem início no novo nascimento e só termina com a volta gloriosa de Cristo. A
Bíblia chama Noé, Jó, Ló, Davi e outras pessoas de "justo",
"'integro", "temente a Deus", "perfeito", ou
"sem culpa", mas isto não significa que chegaram a ser "absolutamente
sem pecado e incapazes de pecar", pois Noé se embriagou vergonhosamente
(Gn 9.20-27); Jó confessou pecado (Jó 42.6); Ló andou pela vista, quis viver em
terra idólatra, embriagou-se e caiu em incesto com as filhas; Davi adulterou,
depois providenciou a morte do marido; etc. Então, note que santificação não é
erradicação da natureza pecaminosa; perfeição impecável; impecabilidade. Santificação
(gr. hagiasmos) significa “tornar santo”, “consagrar”, “separar do mundo” e
“apartar-se do pecado”, a fim de termos ampla comunhão com Deus e servi-Lo com
alegria. Esses termos não subentendem uma perfeição absoluta, mas a retidão
moral de um caráter imaculado, demonstrada na pureza do crente diante de Deus,
na obediência à sua lei e na inculpabilidade desse crente diante do mundo (Fp
2.14,15; Cl 1.22; 1Ts 2.10; cf. Lc 1.6). O cristão, pela graça que Deus lhe
deu, morreu com Cristo e foi liberto do poder e domínio do pecado (Rm 6.18);
por isso, não precisa nem deve pecar, e sim obter a necessária vitória no seu
Salvador, Jesus Cristo. Mediante o Espírito Santo, temos a capacidade para não
pecar (1Jo 3.6), embora nunca cheguemos à condição de estarmos livres da
tentação e da possibilidade do pecado.]
SÍNTESE DO TÓPICO III
Dois
são os frutos do graça, a liberdade em Jesus Cristo e a santificação.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Consagração do
corpo mortal
'Não
reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às
suas paixões (Rm 6.1) Entendemos que o pecado opera por meio do corpo. Da mesma
forma que o corpo pode ser consagrado a Deus (Rm 12,1), pode também ser
dedicado ao pecado. É claro que o corpo, por si mesmo não pode fazer nada, pois
é controlado pela mente, Entretanto, quando o pecado domina a mente do homem,
ele controla as ações do corpo.
A
mente pertence ao domínio da alma humana, e quando a primeira alma inteligente
(Adão - Rm 5.12) pecou, todo o seu corpo foi dominado pelo pecado. Quando Paulo
exorta os que já haviam experimentado a regeneração dizendo: 'Não reine o
pecado em vosso corpo mortal', ele estava mostrando aos crentes, romanos que,
uma vez que foram justificados, resta-lhes agora viver como tais, na
santificação do Espírito" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da
Justiça de Deus, 5.ed, Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.77).
CONCLUSÃO
Vimos
nesta lição quem são os inimigos da graça, conhecemos a vitória da graça e os
seus frutos. Tudo que temos e tudo que somos só foram possíveis pela graça de
Deus. Essa graça é que trouxe salvação. "Porque a graça salvadora de Deus
se há manifestado a todos os homens". Que venhamos viver segundo a
recomendação de Tito renunciando à impiedade e vivendo neste presente século de
forma sóbria, justa e piamente (Tt 2.11,12). [Comentário: Graça significa “favor divino não merecido.” O termo
grego no original é charis, que deriva do verbo charizomai. Esta palavra
significa “mostrar favor para” e assume a bondade do doador e a indignidade do
receptor. Quando charis é usada para indicar a atividade de Deus, significa
“favor não merecido.” “Para louvor da
glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado” (Ef 1.6).
Por conseguinte, qualquer ensino que ofereça fórmulas ou técnicas para obter a
aceitação de Deus, que não seja pela graça somente, é falso. O perdão de
pecados, a redenção por meio do sangue de Cristo, a sabedoria e o entendimento
e todas as bênçãos espirituais são concedidos somente pela graça (Veja Ef 1.1-5).
Pregar o evangelho significa pregar a graça - “...e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o
evangelho da graça de Deus.” (At 20.24). O ministério do evangelho não tem
outra mensagem senão a graça de Deus em Cristo. Se isto não é o que se prega,
então não estamos pregando o evangelho.]
“NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto
não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco
Barbosa
Hoje, em
Campina Grande-PB
Abril de 2016
PARA REFLETIR
A respeito da Carta
aos Romanos, responda:
Segundo a lição,
cite dois inimigos da graça.
Antinomismo e legalismo.
Em que os
antinomistas acreditavam?
Os que erroneamente aceitavam
tal pensamento acreditavam que quanto mais pecarmos mais graça receberemos. Em
outras palavras, a graça não impõe limite algum.
Para o legalista qual
era o único instrumento adequado para agradar a Deus?
Na mente do legalista, somente a
lei de Moisés era o instrumento adequado para agradara Deus.
Segundo a lição, o
que a graça de Deus destrói?
A graça destrói o domínio do
pecado.
Qual fruto a graça produz
no crente?
Os frutos da liberdade e da
santificação.