Lição 1: A Epístola aos Romanos
Data: 03 de Abril de 2016
TEXTO ÁUREO
“Porque
não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação
de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Rm 1.16).
VERDADE PRÁTICA
A Epístola
aos Romanos mostra que sem a graça divina todos os nossos esforços são inúteis
para a nossa salvação e comunhão com Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Rm 1.1 - Paulo, chamado e separado pelo
Senhor para ser apóstolo
Terça — Rm 1.13 - Paulo já havia tentado ir até
Roma, porém, foi impedido
Quarta — Rm 1.10 - Paulo rogava a Deus para estar
com os irmãos em Roma
Quinta — Rm 1.11 - Paulo desejava comunicar algum
dom espiritual aos irmãos em Roma
Sexta — Rm 1.14 - Paulo dedicou toda a sua vida a
divulgar as Boas Novas
Sábado — Rm 1.17 - Paulo pregou que o justo deve
viver pela fé
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 1.1-17.
1 — Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para
apóstolo, separado para o evangelho de Deus,
2 — o qual antes havia prometido pelos seus
profetas nas Santas Escrituras,
3 — acerca de seu Filho, que nasceu da descendência
de Davi segundo a carne,
4 — declarado Filho de Deus em poder, segundo o
Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, — Jesus Cristo, nosso Senhor,
5 — pelo qual recebemos a graça e o apostolado,
para a obediência da fé entre todas as gentes pelo seu nome,
6 — entre as quais sois também vós chamados para
serdes de Jesus Cristo.
7 — A todos os que estais em Roma, amados de Deus,
chamados santos: Graça e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
8 — Primeiramente, dou graças ao meu Deus por Jesus
Cristo, acerca de vós todos, porque em todo o mundo é anunciada a vossa fé.
9 — Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no
evangelho de seu Filho, me é testemunha de como incessantemente faço menção de
vós,
10 — pedindo sempre em minhas orações que, nalgum
tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de ir ter convosco.
11 — Porque desejo ver-vos, para vos comunicar algum
dom espiritual, a fim de que sejais confortados,
12 — isto é, para que juntamente convosco eu seja
consolado pela fé mútua, tanto vossa como minha.
13 — Não quero, porém, irmãos, que ignoreis que
muitas vezes propus ir ter convosco (mas até agora tenho sido impedido) para
também ter entre vós algum fruto, como também entre os demais gentios.
14 — Eu sou devedor tanto a gregos como a bárbaros,
tanto a sábios como a ignorantes.
15 — E assim, quanto está em mim, estou pronto para
também vos anunciar o evangelho, a vós que estais em Roma.
16 — Porque não me envergonho do evangelho de
Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro
do judeu e também do grego.
17 — Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé
em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.
HINOS SUGERIDOS
75, 432 e 440 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Apresentar
uma visão panorâmica da carta de Paulo aos Romanos, ressaltando a terrível
situação espiritual na qual se encontra a humanidade depois da Queda.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
- I. Conhecer o autor, o local, data e destinatários da Epístola aos Romanos;
- II. Mostrar a forma literária, conteúdo e propósito da Epístola aos Romanos;
- III. Explicar o valor espiritual da Epístola aos Romanos.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado
professor, neste trimestre teremos a oportunidade ímpar de estudarmos a
respeito da Epístola aos Romanos. Nesta carta o apóstolo Paulo expõe, de
maneira profunda, a doutrina da justificação pela fé, mediante a graça divina.
Paulo mostra que a graça de Deus e a salvação são para todos, judeus e gentios.
O
comentarista do trimestre é o pastor José Gonçalves — escritor, conferencista,
bacharel em Teologia, graduado em Filosofia; membro da Diretoria da Convenção
Estadual da Assembleia de Deus do Piauí (CEADEP) e do Conselho de Apologética
da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB). Que o Deus de
amor e de graça o abençoe e que você e seus alunos possam crescer na graça e no
conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Neste trimestre
teremos o privilégio de estudar a Epístola de Paulo aos Romanos. Podemos
afirmar que jamais seremos os mesmos depois de uma leitura cuidadosa e um
estudo sistemático dessa Epístola. Romanos mostra que o Evangelho é o poder de
Deus para a salvação dos judeus e gentios. Revela também que o homem, perdido
nas trevas do pecado, é reconciliado com Deus mediante a sua graça. Essa graça
é o que nos justifica e nos qualifica a ter comunhão com Ele. Na Epístola aos
Romanos aprendemos que a natureza adâmica, que domina o velho homem, é
destronada pela fé em Cristo, e que é possível vivermos em novidade de vida
através do poder do Espírito Santo que opera em nós. Veremos que esta Carta é
um chamado à liberdade cristã. [Comentário: A proposta deste trimestre é ousada enquanto navega por águas
profundas da teologia paulina aplicada à doutrina da justificação pela fé.
Agostinho, Lutero e Wesley, três figuras extremamente importantes para a nossa
herança cristã, viveram a firmeza da fé através do impacto da carta aos Romanos
em suas vidas. Ao estudar esta obra de Paulo e os respectivos comentários de
Santo Agostinho, Lutero chega às questões de justificação, graça e fé, centrais
na reforma protestante. Curiosamente, para Lutero, a Carta aos Romanos era uma
espécie de porta para a compreensão de toda a Escritura. "O primeiro
mérito de Lutero é ter destacado, ainda que por vias tortuosas, o evangelho de
Paulo, o mais antigo escritor do Novo Testamento e o primeiro intérprete da
mensagem cristã. Para ele, a carta abre à inteligência de toda a Bíblia, que
deve ser entendida toda de Cristo". Paulo explica aos Romanos como a
salvação é aplicada por meio do Evangelho de Jesus Cristo. Esta é a primeira e
a mais longa das Epístolas Paulinas, e é considerada a epístola com o "mais
importante legado teológico". As cartas apostólicas, como um todo,
constituem-se num importantíssimo segmento do ensinamento neotestamentário,
porque são um vasto celeiro de ensinamentos teológicos, doutrinários e morais.
Dentre as cartas de Paulo, certamente, a Carta aos Romanos ocupa lugar de
destaque. Alguém já a chamou de “evangelho dentro do evangelho”, dado à forma
linear, sistemática, profunda e completa pela qual seu autor expõe sua
compreensão do plano da salvação. Assim expressou-se Lutero acerca desta
epístola: “Esta carta é verdadeiramente a mais importante peça do Novo
Testamento. É o evangelho mais puro.” Juntamente com o texto áureo, o versículo
17 <<“Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé,
como está escrito: Mas o justo viverá da fé”>> enfatiza que a justiça de Deus é a maneira de Deus justificar os
pecadores, isto é, justificá-los perante Ele mesmo sem comprometer seu caráter
moral absolutamente puro. Como está escrito: Habacuque 2.4 indica que a
salvação somente pela fé também era claramente ensinada no Antigo Testamento –
Note os exemplos de Abraão e Davi em Rm 4.1-8; Veja também Hb 11. As pessoas
não eram salvas pelas obras ou obediência à Lei do Antigo Testamento mais do
que do Novo Testamento, as pessoas colocavam fé em um Messias que ainda
chegaria (Veja Jo 8.56 e Hb 11.13)] Dito
isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
PONTO
CENTRAL
A Epístola aos Romanos é um chamado à liberdade cristã.
A Epístola aos Romanos é uma ‘tentativa’ de Paulo em conseguir o apoio
daquela Igreja para o seu projeto missionário em Társis, Espanha. O Auxílio ao
Mestre estende a você o convite para apoiar o 1º Avanço Missionário patrocinado
pelo AuxílioaoMestre.com. Seja nosso Parceiro para
evangelização do município de São José
dos Ramos, interior da Paraíba, no próximo dia 1º de maio, com uma pequena
doação! Clique aqui e veja como.
I. AUTOR,
LOCAL, DATA E DESTINATÁRIOS
1. O
autor. Há um
consenso entre teólogos e biblistas de que a Epístola aos Romanos é de autoria
de Paulo (Rm 1.1). O argumento que nega a originalidade desse registro não tem
credibilidade entre os estudiosos do Novo Testamento. Paulo escreveu essa carta
com o auxílio de Tércio, o seu amanuense, escrevente, (Rm 16.22). O costume da
época permitia que o amanuense tivesse certa liberdade na redação do documento,
agindo como uma espécie de taquígrafo. Com base nesse fato, alguns críticos têm
argumentado a respeito da autenticidade de certas passagens da Carta aos
Romanos, atribuindo-os a uma autoria não paulina. Todavia o teor de Romanos não
deixa dúvidas de que todo o seu conteúdo reflete o estilo de Paulo escrever. [Comentário: A autoria de Paulo da carta aos Romanos é universalmente
aceita, não existindo contestação relevante, seja do ponto de vista documental,
seja da alta crítica. Não somente ela vem declarada na sua costumeira saudação
(confira 1.1) como vem amparada por fatos históricos, tais como sua pretensão de
ir a Roma (1.15, 15.24) em caminho para a Espanha, ou a referência à coleta
feita em favor da igrejas empobrecidas de Jerusalém (15.26-33), como ainda por
referências próprias características, tais como a de ser apóstolo entre os
gentios (confira 15.16; Ef 3.7,8; Cl 1.27; Gl 1.16). Acresce-se, ainda a esses
elementos, referências a pessoas de conhecimento comum, tais como Febe,
Priscila e Áquila e Timóteo, que se tornam elo importante entre o escritor e os
destinatários.]
2. Local
e data. Paulo
escreveu aos romanos provalvelmente entre os anos 56 e 57 d.C, quando se
encontrava na próspera cidade de Corinto, capital da província romana de Acaia,
no território da Grécia. Paulo permaneceu pelo menos três meses na Grécia por
ocasião da sua última visita a Jerusalém (At 20.3). O livro de Atos nos mostra
que foi em Corinto, cidade grega, que Paulo montou seu centro de atividades
missionárias. Em Corinto, Paulo ficou hospedado na casa do seu fiel amigo Gaio. [Comentário: Estima-se que este texto tenha sido escrito no inverno
de 57-58 d.C., estando Paulo em Corinto, na casa de seu amigo Gaio, ao final de
sua terceira viagem missionária aos territórios que margeiam o Mar Egeu e às
vésperas de partir para Jerusalém, levando a oferta para os crentes pobres
(15.22-27). O portador é uma senhora chamada Febe, de Cencréia, subúrbio de
Corinto, que estava de saída para Roma (16.1-2). Como não havia serviço postal
particular no Império Romano da época, as cartas eram enviadas por viajantes de
confiança. Tércio era o secretário ou amanuense que escrevia enquanto Paulo
ditava (Veja Gl 6.11). Paulo usava regularmente um amanuense, identificando as
epístolas como suas mediante uma breve saudação escrita de próprio punho (1Co
16.21; Gl 6.11; Cl 4.18; 2Ts 3.17)]
3.
Destinatários. Alguns
intérpretes ao escreverem a respeito da Epístola aos Romanos a classificam como
sendo de natureza atemporal. Eles não estão errados, visto que ela foi
inspirada pelo Espírito Santo e como tal transcende as barreiras do tempo.
Romanos 1.7 nos mostra, de modo bem claro, o destinatário da epístola: “A todos
os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus,
nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo”. Quem seria, pois, esses “todos que estais
em Roma?”. Há uma disputa sobre os reais destinatários desta carta. Alguns
argumentam que Paulo escreveu para os judeus radicados em Roma, enquanto outros
defendem os cristãos gentílicos como sendo esses destinatários. Porém, Paulo
escreveu à igreja de Roma. Uma igreja formada tanto por judeus como por
gentios. [Comentário: Roma era a capital do mundo. É raro uma grande potência
expressar compaixão por suas vítimas, mas quando Jerusalém caiu nas mãos dos
romanos, em 70 d.C., foram cunhadas moedas muito comoventes. Uma destas trazia,
de um lado, um soldado romano com a inscrição Judea Capta (a Judéia foi
conquistada) e, do outro, uma mulher judia chorando sob uma árvore. Não sabemos
quem fundou a igreja de Roma. Certamente não foi Pedro, ou qualquer dos outros
apóstolos, já que Paulo dificilmente enviaria uma carta doutrinária a uma
igreja que tivesse à sua frente um dos apóstolos. Nesta mesma Epístola ele diz
que “não edifica sobre fundamento alheio” (Rm 15.20). Entende-se que foram
visitantes de Roma que estiveram em Jerusalém durante a festa da Páscoa e se
converteram no Pentecoste, voltaram a Roma levando a semente do Evangelho. Essa
Igreja era predominantemente gentílica, e estava agindo de forma intolerante
contra os cristãos judeus que obedeciam as regras alimentares e datas
cerimoniais da tradição judaica. O núcleo dessa igreja formara-se,
provavelmente, dos romanos que haviam estado em Jerusalém no dia de Pentecostes
(At 2.10). Nesse período de 28 anos a igreja cresceu, com cristãos provindos de
vários lugares, sendo alguns deles amigos e discípulos de Paulo. A carta serve,
portanto, como uma carta de apresentação, na qual o Apóstolo expõe, de forma
sistemática sua compreensão do evangelho de Cristo, do qual se chamava
apóstolo. Ele não chegará a Roma senão três anos depois de sua famosa carta. Há
boas razões para crer que esta carta tenha sido enviada a outras igrejas, além
de Roma. Uma delas está na forma como termina o capítulo 15, fazendo crer que
havia uma versão onde não constava o capítulo 16, pelo fato de este referir-se
a pessoas conhecidas e tratar de assuntos bem particulares. http://www.auxilioaomestre.com/2015/12/jovenslicao-1-conhecendo-carta-aos.html]
SÍNTESE DO
TÓPICO (I)
Paulo
é o autor da Epístola aos Romanos. Ele escreveu esta carta entre os anos de 56
e 57 d.C., tendo como destinatário a igreja em Roma.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, explique aos alunos que “quando Paulo escreveu a carta à
Igreja de Cristo em Roma, ainda não havia estado nesta cidade, mas já havia
anunciado o evangelho ‘desde Jerusalém e arredores até ao Ilírico’ (Rm 15.19).
O apóstolo planejou visitar e pregar em Roma; esperava continuar a levar o
evangelho ao ocidente, à Espanha” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
RJ: CPAD, p.1550).
II. FORMA
LITERÁRIA, CONTEÚDO E PROPÓSITO
1. Forma
literária. A
Epístola de Paulo aos Romanos segue o modelo de outros documentos do primeiro
século da era cristã. O esboço obedece à ordem desse tipo de documento, tendo
sempre uma saudação e uma oração (Rm 1.1,7,8,16). Uma forma literária bastante
comum nos dias de Paulo era a escrita em forma de diálogo. Platão, filósofo
grego, por exemplo, escreveu dezenas deles. Todavia, como bem observou o
especialista em Novo Testamento, Brodus D. Hale, essa forma literária
dificilmente se ajusta ao modelo paulino. O que podemos observar na leitura de
Romanos é o uso de diatribes por parte do apóstolo. Nesse modelo literário, que
era um recurso muito usado pelos filósofos estoicos e cínicos, o autor valia-se
de uma exposição crítica a respeito de alguma obra. [Comentário: Na antiguidade, tratados filosóficos eram colocados em
forma de carta. Não são cartas de fato; na verdade a carta era uma arte
literária. Exemplos para isso são as cartas de Sêneca ou de Cícero. Para essa
forma literária foi se cristalizando o nome epístola. Ela deriva da palavra
grega epistole, que significa carta.
Como forma literária, no entanto, epístola não significa uma carta verdadeira,
mas uma carta simulada. No âmbito desse tipo de escritos antigos, há tratados
que, na sua extensão, são semelhantes às cartas maiores de Paulo (Romanos, 1 e
2 Coríntios). E as cartas de Paulo são epístolas? Na realidade não o são. Quem
as lê no seu contexto, percebe que não são tratados em forma de carta. Há
menções demais ao relacionamento pessoal entre o autor e os leitores. Esses
escritos estão por demais interligados com a história de vida comum deles. As
cartas de Paulo não são simuladas; elas são escritos reais de aconselhamento. Aspectos
que são evidentes nas cartas de Paulo, nas outras cartas do NT necessitam de
explicação em cada detalhe. Poderíamos considerar um ou outro escrito (por ex.
Hebreus ou 1 João) um tratado em forma de carta, para o chamarmos de epístola. Extraído de http://bibliotecabiblica.blogspot.com.br/2009/08/estilo-literario-cartas-novo-testamento.html. O estilo de diatribe responde a objeções de um
interlocutor imaginario.]
2.
Conteúdo. O
conteúdo de Romanos trata de alguns temas bem específicos, como por exemplo, a
pecaminosidade do homem, a salvação de Deus, a justificação pela fé e a graça
divina. Logo depois das palavras de saudação observamos a seção que trata sobre
a manifestação da justiça de Deus mediante a fé (Rm 1.18-4.25). Paulo mostra a
necessidade espiritual que os gentios, judeus e toda a humanidade têm da
salvação de Deus. Paulo também mostra nos capítulos 5 a 8 (5.1 — 8.39), a ação
santificadora do Espirito Santo no processo da salvação. É destacado aqui o
resultado prático do Evangelho na salvação do crente. Através do Espírito Santo
o crente experimenta a paz com Deus. Nos capítulos 9 a 11 encontramos a
teologia paulina a respeito do tratamento de Deus para com Israel, o seu povo.
São revelados três aspectos do tratamento de Deus para com Israel - passado,
presente e futuro. Na última seção Paulo mostra o lado prático do Evangelho na
transformação de vidas (12 a 15.13). A conclusão da carta, tratando do
empreendimento missionário do apóstolo e algumas recomendações finais,
estende-se do capítulo 15.14 ao 16.27. [Comentário: Reprodução do artigo ‘Carta de São Paulo aos Romanos’,
de autoria de Rubem Martins Amorese, disponível no site Monergismo: “O texto
desta surpreendente epístola nos apresenta, de forma progressiva, a compreensão
que seu autor tem da expressão de Habacuque 2:4: “O justo viverá pela sua fé”.
Apresentando de outra forma esta expressão-chave, redigi-la-íamos, de forma
livre, assim: “aquele que pela fé é justificado, terá vida eterna”. A Bíblia na
Linguagem de Hoje fornece a seguinte tradução: “Viverá aquele que, por meio da
fé, é aceito por Deus”. A carta de Paulo aos Romanos, como um todo, pode ser
dividida nas duas partes: uma parte doutrinária (capítulos 1 a 11) e outra
prática (capítulos 12 a 16). Dentro da parte doutrinária, Paulo desenvolve de
forma soberba seu tema introdutório, deixando para a parte prática
recomendações de santidade. Essa primeira parte, divide-a ele em dois
segmentos. O primeiro, trata da iniciativa de Deus em relação à redenção humana
(“aquele que pela fé é justificado)”, onde desenvolve os temas da justiça de
Deus em condenar o pecador, da indesculpabilidade humana, da justificação do pecador
e da aceitabilidade do homem diante de Deus, através da fé. O segundo segmento,
(“viverá”), fala da vida prometida aos justificados por Deus, incluindo aí as
expectativas de Deus quanto à resposta humana à sua iniciativa de amor. Para
desenvolver sua primeira parte do argumento, Paulo mostra que todos os homens
precisam de salvação, porque, judeus ou não-judeus, todos são pecadores diante
de Deus. Nesse movimento de raciocínio, o Apóstolo demonstra que tanto os
homens depravados quanto os moralistas ou mesmo os religiosos são culpados
diante de Deus. Uns pecaram sem conhecer a lei de Deus, e serão julgados de
forma condizente; outros pecaram contra a lei de Deus, e serão julgados
mediante a mesma. Dessa forma, Paulo conclui que “não há justo, nem sequer um”
(3:10). Assim, se alguém tiver que ser justificado diante de Deus, não o será
por meio de obras, mas tão somente pela sua graça, que é capaz de tornar justo
o ímpio. Desta forma, Deus é apresentado como justo e justificador daquele que
crê em Jesus. Segue-se, ainda na parte doutrinária, uma exposição do poder de
Deus em santificar o crente (capítulos 5 a 8) onde apresenta os temas da paz
com Deus, da união com Cristo, da libertação do domínio da lei, da vida no
Espírito e da vitória pelo Deus da graça. Abre-se, então, um parêntesis no veio
principal da argumentação do autor, onde se apresentam temas difíceis,
relacionados à justiça de Deus na história humana (capítulos 9 a 11). Nesse
parêntesis Paulo trata, com exemplos da história de Israel, da questão da
soberania Divina, em contraposição à liberdade e responsabilidades humanas,
colocando frente-à-frente, sem resolvê-los, temas aparentemente contraditórios
e inconciliáveis como um Deus soberano que, todavia, responsabiliza o homem por
seu mau caminho. Deixa, contudo, uma luz final, dizendo que o propósito final
do Altíssimo é o de “usar de misericórdia para com todos” (11:32). Segue-se a
parte prática da carta que, iniciando no capítulo 12, segue até ao final, com
recomendações à santidade e obediência na vida diária coletiva e individual.
Nesta parte, após uma introdução na qual apela por consagração integral do
cristão (12:1, 2), desenvolve recomendações de que o cristão se faça servo,
seja no uso adequado dos dons, seja no uso do amor que vence o mal (12:3-21);
de que o cristão se porte adequadamente como cidadão (13:1-14); de que o
cristão manifeste sua salvação junto à igreja, seja no manejo da liberdade,
seja no uso do amor altruísta (14:1-15:21). http://www.monergismo.com/textos/comentarios/romanos_amorese.htm]
3.
Propósito. Uma
leitura cuidadosa de Romanos nos mostra que essa carta não possui apenas um
único propósito, mas vários. O principal, segundo a Bíblia de Estudo de
Aplicação Pessoal é “apresentar Paulo aos romanos e sintetizar a mensagem
do apóstolo, antes de sua chegada a Roma”. Todavia, podemos também destacar os
seguintes propósitos: o apóstolo deseja fazer da igreja romana uma base
missionária a fim de que ele pudesse chegar até a Espanha (Rm 15.24,28); fica
evidente também que o apóstolo está imbuído da defesa do Evangelho que ele
pregava. Assim, as acusações de que Paulo promovia um anti-judaísmo não
procedem, pois a carta também tem um propósito apologético e pastoral, como
podemos verificar nos capítulos 14 e 15. [Comentário: Paulo não conhecia a igreja em Roma, entretanto,
intentando ir à Espanha, evangelizar, (Rm 15.24) espera visitá-la no caminho,
assim como tê-la como um apoio em sua empreitada. É uma carta para
apresentar-se, isto é, discorrer sobre seu ministério e entendimento do
evangelho, que são suas credenciais, assim como solicitar apoio financeiro e
logístico para sua viagem missionária até a Espanha. Viagem esta que nunca
aconteceu, Paulo foi a Roma como prisioneiro e lá foi morto. Paulo agradece a
Deus pela fé dos romanos, que se tornou conhecida em todo o mundo. Paulo pedia
que Deus permitisse sua visita a Roma. Este exemplo nos ensina uma lição
importante sobre a oração. Paulo escreveu esta carta perto do final de sua
terceira viagem, pouco antes de levar ofertas dos gentios aos irmãos
necessitados em Jerusalém. Ele falou dos seus planos e da sua vontade de fazer
outra viagem depois, passando por Roma e continuando até a Espanha (15.25-28).
Naturalmente, ele orava a respeito desses planos. De fato, Paulo chegou a Roma
aproximadamente três anos depois de enviar esta carta, mas não da maneira que
ele imaginava. Ele foi preso em Jerusalém, ficou mais dois anos na prisão em
Cesaréia, e chegou a Roma depois de uma viagem cheia de calamidades e perigos.
Quando oramos, devemos lembrar que Deus sempre atende as orações dos fiéis, mas
nem sempre da maneira que imaginamos!]
SÍNTESE DO
TÓPICO (II)
A
Epístola aos Romanos foi escrita em forma de diálogo. Ela trata de temas bem
específicos e não possui apenas um único propósito, mas vários.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Reproduza o quadro abaixo, e utilize-o para apresentar de forma sucinta
algumas informações que são essenciais para a compreensão da Epístola aos
Romanos.
III. VALOR
ESPIRITUAL
1.
Fundamentação doutrinária. A Epístola aos Romanos é considerada a mais teológica dentre todas as
outras escritas por Paulo. O forte conteúdo doutrinário desta carta é sem
dúvida o mais completo do Novo Testamento. Romanos trata de alguns dos temas
mais profundos do Cristianismo - as doutrinas da chamada eleição, da
predestinação, da justificação, da glorificação e da herança eterna.
Paulo
mostra à igreja que o pecador pode encontrar a redenção na poderosa mensagem do
Evangelho que é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. A Carta
aos Romanos revela que é por intermédio da graça de Deus, manifestada na pessoa
bendita de Jesus Cristo, que o homem pode ver corrigido o seu relacionamento
com o Criador. A velha natureza é subjugada na cruz e o Espírito Santo faz com
que o poder da cruz agora emane na vida do crente. [Comentário:
À medida que avançamos no estudo da Epístola de Paulo aos Romanos, duas
afirmações doutrinárias tornam-se evidentes. Primeira, o homem é salvo mediante a graça de Deus, sem as obras da
lei (Rm 3.24; 4.16; 5.2, 15 e 18). Segunda,
a graça não autoriza o crente a pecar, para que seja manifestada com mais
profusão. Pelo contrário, libera o homem do poder do pecado (Rm 5.20). O termo
graça, é usado cerca de cem vezes nas epístolas paulinas. Destas, vinte e
quatro aparecem apenas em Romanos. Na Antiga Aliança, o termo hebraico hesed
corresponde ao sentido do Novo Testamento. Em diversas passagens é traduzido
por “favor”, “misericórdia”, “bondade amorosa”, ou “graça que procede de Deus”
(Êx 34.6; Ne 9.17; Sl 103.8; Jn 4.2).No contexto da doutrina da salvação,
charis é o dom ou favor imerecido de Deus, mediante o qual os homens são salvos
por meio de Cristo (Tt 2.14). Estudar a respeito da graça de Deus implica
descrever os principais ramos da doutrina da salvação; o perdão, a salvação, a
regeneração, o arrependimento e o amor divino. A graça de Deus é dinâmica. Não
somente salva, mas vivifica aqueles que estão destruídos pelo pecado,
capacitando-os a viver em santidade. O capítulo 6 de Romanos mostra que a vida
cristã requer santidade. Na igreja em Roma, muitos acreditavam que, se a
salvação é pela fé, então, cada um podia fazer o que bem desejasse. Se a lei
não salva, temos algum compromisso com ela? Paulo, portanto, escreve para
evitar o mal-entendido. Somos salvos pela graça, por meio da fé). No entanto, a
fé não anula a lei, mas a estabelece.]
2.
Renovação espiritual. Não há
dúvida de que a igreja de Roma, a quem a Epístola aos Romanos foi endereçada,
experimentou uma tremenda renovação espiritual mediante a sua leitura. Todavia,
o renovo espiritual advindo da leitura desta carta pode ser visto na vida de
muitos crentes ao longo da história da Igreja. Tomemos como exemplo Agostinho,
bispo de Hipona, que teve sua vida mudada quando leu Romanos 13.13. Por outro
lado, Matinho Lutero, o grande reformador alemão, foi desafiado a romper com a
tradição católica quando também leu a Carta aos Romanos. John Wesley também testemunhou
forte renovação em sua vida através da leitura do comentário dessa Carta,
escrita pelo Reformador. [Comentário: Podemos dizer, sem exageros, que Romanos foi responsável por levar
Lutero à reforma. Lendo os versículos 16 e 17 do capítulo 1 desta carta, Lutero
entendeu, pela iluminação do seu entendimento através do Espírito de Deus, que
os homens só podem ser justos diante de Deus se Deus assim os declarar. O
reformador alemão chamou esta epístola de ‘o principal livro do Novo Testamento
e o mais puro Evangelho’. O impacto que as magistrais palavras desta carta
causaram em Lutero fê-lo afixar na capela de Wittemberg suas ‘noventa e cinco
teses’. Outros estudiosos e fiéis têm encontrado semelhante conforto e
segurança salvífica ao perlustrar os temas doutrinários contidos em Romanos: A
justiça divina; a universalidade do pecado; a fé; a salvação; a justificação; a
santificação; Adão e Cristo; a salvação de Israel; e o ministério cristão. Antes
mesmo do reformador, Romanos teve um papel primordial na conversão de Agostinho
de Hipona. Não somente Lutero e Agostinho, mas também João Calvino deve ser
lembrado quando se trata da importância histórica desta carta. Seu comentário
de Romanos é ainda hoje estudado e levado em conta por sua excelência exegética
e clareza. De fato, o próprio Calvino se vê em uma séria missão ao interpretar
a escritura, declarando que isso não é um mero jogo.]
SÍNTESE DO
TÓPICO (III)
O
valor espiritual da Epístola aos Romanos é imenso. Ela é considerada a mais
teológica dentre todas as outras escritas por Paulo.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Paulo destaca alguns aspectos principais na carta aos Romanos. A
doutrina da salvação é apresentada dentro de alguns itens especiais: o
teológico (1.18—5.11); o antropológico (5.12—8.39); o histórico (9.1—11.36) e o
ético (12.1—15.33). Esse plano alcança toda a obra e contém verdades
incontestáveis e irremovíveis.
Na esfera teológica. Paulo apresenta a condição perdida dos homens, sem
a mínima possibilidade de salvação por méritos próprios. Logo depois, Cristo é
a solução, visto que, por meio de sua morte, todos podem ser justificados da
condenação. O pecador é justificado mediante a obra expiatória de Jesus Cristo.
Na esfera antropológica. A ilustração do primeiro e segundo Adão, coloca
o crente de frente a uma nova realidade espiritual. O primeiro Adão foi vencido
pelo pecado, mas o segundo o venceu por todos os homens. Em Cristo, o homem
assume um novo regime de vida sob a orientação do Espírito Santo” (CABRAL,
Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 8ª Edição. RJ:
CPAD, 2005, p.17).
CONCLUSÃO
Uma visão panorâmica da carta de
Paulo aos Romanos permite-nos vislumbrar a terrível situação espiritual na qual
se encontra a humanidade depois da Queda. É algo desesperador. Todavia, a Carta
mostra, de forma clara, que Deus por intermédio do seu amor gracioso, que
ultrapassa todo o entendimento, veio ao encontro dos pecadores para
oferecer-lhes perdão e restauração através de Jesus Cristo, seu bendito Filho.
É Ele que, através de seu sacrifício vicário, tirou a raça humana das trevas do
pecado e deu a oportunidade ao pecador de viver uma nova vida no poder do
Espírito Santo. [Comentário: O evangelho é o poder de Deus revelado no seu filho, Jesus Cristo; o
Rev Hernandes Dias Lopes escreve sobre qual é a natureza do evangelho: “O
evangelho trata das boas novas de salvação num mundo imerso na mais completa
perdição. O homem morto em seus delitos e pecados é escravo da carne, do mundo
e do diabo. É filho da ira e caminha para a perdição. Está no reino das trevas
e sob a potestade de Satanás. Sem qualquer mérito existente nesse homem, Deus o
amou. Mesmo sendo inimigo de Deus, o próprio Deus caminhou na sua direção para
reconciliá-lo consigo mesmo por meio de Cristo Jesus. O Evangelho, portanto, é
Deus buscando o perdido. É Deus abrindo para o pecador um novo e vivo caminho
para o céu. O evangelho é a expressão da graça de Deus, manifestada em Cristo,
aos pecadores perdidos.”(http://hernandesdiaslopes.com.br/2012/09/as-boas-novas-do-evangelho-num-mundo-de-mas-noticias/#.VoHJek8afIV)
Em Romanos temos a essência desse evangelho, aqui Paulo afirma que o propósito
da morte e ressurreição de Cristo é trazer todos à obediência da fé (vs.5). O
homem que realmente aceita Cristo vai obedecer a Cristo e provar a sua fé.
Assim expressou-se Lutero acerca desta epístola: “Esta carta e verdadeiramente
a mais importante peça do Novo Testamento. É o evangelho mais puro.” Como escrevi
no começo deste comentário, foi através do estudo intenso e meditação nesta
carta que Lutero iniciou a reforma. Que, como Lutero e os outros reformadores,
possamos ser grandemente impactados pela mensagem de Romanos.] “NaquEle que me
garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Hoje, em Campina Grande-PB
Março de 2016
PARA REFLETIR
A respeito da Carta aos Romanos, responda:
Quem é o autor da Epístola aos Romanos?
O
apóstolo Paulo.
Quem auxiliou Paulo a escrever a Carta aos Romanos?
Tércio.
Em que ano Paulo escreveu a epístola aos Romanos e em que cidade ele se
encontrava?
Paulo
escreveu aos romanos provalvelmente entre os anos 56 e 57 d.C, quando se
encontrava na próspera cidade de Corinto, capital da província romana de Acaia,
no território da Grécia.
De acordo com a lição, quais os principais temas da Epístola aos
Romanos?
Romanos
trata de alguns temas bem específi cos, como por exemplo, a pecaminosidade do
homem, a salvação de Deus, a justificação pela fé e a graça divina.
Qual o propósito principal da Carta aos Romanos?
Uma
leitura cuidadosa de Romanos nos mostra que essa carta não possui apenas um
único propósito, mas vários. O principal, segundo a Bíblia de Estudo de
Aplicação Pessoal é “apresentar Paulo aos romanos e sintetizar a mensagem
do apóstolo, antes de sua chegada a Roma”.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A Epístola aos Romanos
A mais
famosa epístola do apóstolo Paulo foi escrita aproximadamente entre 57 e 58
d.C., com uma margem de erro de um ou dois anos, de acordo com o estudioso do
Novo Testamento, D. A. Carson. O autor é Paulo, embora tenha sido Tércio quem
escreveu a epístola, o amanuense do apóstolo (Rm 16.22). A carta foi destinada
aos crentes, judeus e gentios, que constituíam a igreja em Roma (Rm 1.7,15). A
maioria dos estudiosos concorda que havia pelo menos dois propósitos na
epístola paulina: (1) missionário — O apóstolo se apresentaria à igreja para
remover as suspeitas contra ele levantadas pelo partido judaico de Jerusalém a
fim de impedi-lo a chegar à Europa, na Espanha; (2) Doutrinário — Expor os
direitos e privilégios da salvação tanto dos judeus quanto dos gentios, pois,
em Cristo, não haveria mais judeu nem grego, mas uma pessoa somente nascida de
novo em Jesus Cristo (Rm 14.1-10). Por isso, o principal texto da Epístola aos
Romanos é “Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está
escrito: Mas o justo viverá da fé” (1.17).