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5 de janeiro de 2016

Jovens_Lição 2: A necessidade dos gentios



Lição 2: A necessidade dos gentios
Data: 10 de Janeiro de 2016

TEXTO DO DIA
 [...] os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem(Rm 1.32). [Comentário: A natureza profundamente irracional do pecado é vista no fato de que mesmo os pecadores endurecidos ainda sabem, em seu coração, que suas ações são dignas de morte. Apesar disso, elas continuam pecando e até levam outros junto quando consentem aos que as fazem (as mesmas coisas). Bíblia de Estudo Plenitude. SBB. P. 1152]

SÍNTESE
A obra da criação revela o conhecimento natural e racional de Deus. Por isso, o ser humano não tem como alegar desconhecer a existência de Deus.

AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Rm 1.18 - A ira de Deus
TERÇA — Rm 1.20 - A criação revela as coisas invisíveis
QUARTA — Rm 1.21-22 - É loucura não reconhecer a glória de Deus
QUINTA — Rm 1.23-27 - A Bíblia condena a prática da relação sexual entre pessoas do mesmo sexo
SEXTA — Jo 16.8-11 - O Espírito Santo é quem convence do pecado e da justiça de Deus
SÁBADO — Rm 1.32 - O consentimento da injustiça

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • RECONHECER que o conhecimento natural e racional de Deus não é suficiente para a salvação;
  • CONSCIENTIZAR de que a idolatria (desprezo pela glória de Deus) induz o ser humano à perversão;
  • RECONHECER que somente o conhecimento experiencial de Deus liberta da ira do Todo-Poderoso.

INTERAÇÃO
Caro(a) professor(a), dentre os assuntos a serem abordados na lição de hoje, tem um polêmico. É o que trata da relação de pessoas do mesmo sexo (homoafetivas). Prática que tem sido incentivada pela mídia e pelos meios sociais, com vistas à tolerância e disseminação pela sociedade. Falar sobre esse assunto até nas igrejas que tem a Bíblia como regra de fé e conduta, tem sido rechaçada por algumas pessoas como uma prática discriminatória. Outras desejam tornar em lei a proibição de se falar do assunto nos púlpitos. Portanto, o tema deve ser tratado com cuidado e, acima de tudo, alicerçado na Palavra de Deus e abordado com amor e bom senso.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em geral, os professores de Escola Dominical adotam o modelo tradicional de ensino. Os alunos ficam sentados uns atrás dos outros, em fila. O modelo mais moderno e eficiente para o processo de ensino—aprendizagem, em especial para um grupo de jovens, é a disposição das cadeiras em círculo ou semicírculo. Professor(a) que fica no mesmo nível e envolvido entre os alunos facilita a relação e o aprendizado. Se a estrutura da sala de aula permitir, experimente usar esta formação e dar oportunidades para que os jovens participem com suas considerações. Seja receptível às ideias, mesmo que sejam contrárias à sua opinião, pois os jovens precisam ser convencidos por argumentos e não por imposição. Certamente, se sentirão mais envolvidos e importantes. Com isso, serão os principais promotores da Escola Dominical.

TEXTO BÍBLICO
Romanos 1.18-27.
18 — Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça;
19 — porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.
20 — Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;
21 — porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
22 — Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.
23 — E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.
24 — Pelo que também Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para desonrarem o seu corpo entre si;
25 — pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!
26 — Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
27 — E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO
A história da humanidade demonstra que o ser humano sempre buscou a Deus, mas falhou porque o busca da forma errada. A procura pelos interesses pessoais e atendimento aos desejos pecaminosos dominaram os povos. No texto a ser estudado o apóstolo argumenta que todo ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, tem consciência da existência divina, pois a própria natureza é a prova desta existência. Mesmo reconhecendo a existência, se faz necessário um relacionamento mais estreito com este Deus. [Comentário: O homem é um ser religioso, e onde quer que se encontre ser humano, se encontram vestígios de religiosidade. A palavra Religião vem do latim (religare) e, na sua essência significa: “ligar novamente”, o que indica a idéia que o homem está separado de Deus (Rm 3.23). Adão foi criado com um senso religioso e sua religião consistia em um relacionamento de intimidade com Deus, aliás, era Deus que vinha ao Éden na viração do dia! Depois da queda, Adão tenta com seus próprios esforços um novo religare cobrindo sua vergonha (Gn 3.7). No entanto, a iniciativa para o correto religare partiu de Deus para o homem (Gn 3.8-10; 21) - Foi Deus quem procurou o homem depois da queda e o homem fugiu de Deus arrumando desculpas paras não ir se encontrar com o Senhor; assim, é correto dizer que o homem é um ser religioso, porém, não é correto afirmar que o homem tenha buscado a Deus, e isso Paulo afirma em Romanos 1.32. A natureza profundamente irracional do pecado é vista no fato de que mesmo os pecadores endurecidos ainda sabem, em seu coração, que suas ações são dignas de morte. Apesar disso, elas continuam pecando e até levam outros junto quando consentem aos que as fazem (as mesmas coisas). Pesa também as palavras de Jesus em João 3.19-21 – “E o julgamento é este: A luz veio ao mundo, e os homens amaram antes as trevas que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que seja manifesto que as suas obras são feitas em Deus”. Ainda quanto à revelação de Deus na natureza, conhecida na teologia como “Revelação Geral”, por ela o homem apenas pode compreender que há Deus, mas este entendimento não é suficiente para salvá-lo. A salvação é unicamente através da “Revelação Especial” – o santo Evangelho. Somente por ele é que somos declarados ‘justos’. Este é um termo significando que justificado é aquele que não deve nada a Lei; justificar significa declarar justo; fazer alguém justo diante de Deus. Justificação é quando Deus declara justo todo aquele que recebe a Cristo, baseado na justiça de Cristo sendo debitada às contas daqueles que O recebem. Apesar de que podemos achar justificação como um princípio por todas as Escrituras, a passagem principal que descreve justificação em relação aos crentes é Romanos 3.21-26.] Let's think maturely Christian faith?


I. CONHECIMENTO DE DEUS PARA SALVAÇÃO (Rm 1.18-20)
1. As injustiças provocam a ira de Deus (v.18). O texto (perícope) começa com o testemunho dos céus, demonstrando a observância divina sobre tudo o que acontece na terra. A atenção é para as injustiças que são praticadas, principalmente, pelas pessoas que detêm o poder sobre os demais seres humanos, oprimindo-os na busca do benefício próprio. Estas práticas provocam a “ira de Deus”, que é uma linguagem antropopática para que o ser humano, em sua limitação, possa entender e reproduzir o agir divino. O Deus de justiça não pode ser conivente com práticas de injustiças e desumanização. O termo “ira de Deus” não é compreendido por muitas pessoas, alegando que Deus é amor e não poderia agir com atos de vingança ou rigorosos. As expressões “Deus é amor” e “Deus é justiça” não são contraditórias, pois um Deus de Amor deve proteger os injustiçados por meio da justiça. Toda injustiça é pecado (1Jo 5.17a — ARA) e as práticas de injustiça serão julgadas por Deus, no tempo determinado por Ele. [Comentário: (Perícope é um termo grego que significa “cortar ao redor” ou seja uma parte destacada de um texto, para ser analisada e estudada em separado; linguagem antropopática, que atribui sentimentos humanos à Deus. A ira é definida como "a resposta emocional à percepção do mal e injustiça", frequentemente traduzida como "raiva","indignação","cólera" ou "irritação". Tanto os seres humanos quanto Deus expressam a ira. Entretanto, há uma grande diferença entre a ira de Deus e a do homem. A ira de Deus é santa e sempre justificada; a do homem nunca é santa e raramente é justificada. A ira de Deus:  a divina e justa retribuição do Juiz e a sua reação pessoal, provocada pelo mal moral. O julgamento divino não se limita ao futuro; seu antagonismo contra o pecado já se manifesta no mundo. Seus efeitos são visíveis desde agora, como veremos no ponto 3. do tópico II. Jesus apresenta Deus como um Deus de ira que julga o pecado (Lc 16.19-31). Jesus disse em João 3.36 "Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele". Aquele que crê no Filho não sofrerá a ira de Deus pelo seu pecado porque o Filho tomou sobre Si a ira de Deus quando morreu em nosso lugar na cruz (Rm 5.6-11). Aqueles que não creem no Filho, os que não O recebem como Salvador, serão julgados no dia da ira (Rm 2.5-6). O tema do versículo 19 é muito mais profundo do que apenas ‘As injustiças provocam a ira de Deus’, na verdade, o que provoca a ira de Deus é a recusa do indivíduo de reconhecer o que já se sabe ser verdade. Apesar de reconhecerem que existe Deus, as pessoas se recusam a honrá-Lo ou mostrarem-se agradecidas a Ele. A ira de Deus é uma coisa espantosa e terrível. Somente aqueles que foram cobertos pelo sangue de Cristo derramado por nós na cruz podem estar seguros de que a ira de Deus nunca cairá sobre eles. "Como agora fomos justificados por seu sangue, muito mais ainda seremos salvos da ira de Deus por meio dele!" (Rm 5.9)]
2. O conhecimento natural e racional não liberta da ira de Deus (vv.19,20a). O conhecimento natural e racional de Deus é acessível a todo ser humano. O apóstolo argumenta que as coisas visíveis criadas por Deus são do conhecimento de todas as pessoas e representam as coisas invisíveis, que podem ser deduzidas pela lógica. Para Paulo não existe o ateu em estado puro, pois pelas coisas criadas é possível se descobrir Deus. Como explicar o funcionamento do universo, com milhares de galáxias, além das conhecidas, e a harmonia entre elas? O reconhecimento de um Deus que governa tudo isso pode se explicar racionalmente. O caminho da descoberta de Deus está aberto a todos. Todavia, o conhecimento experiencial é somente por meio da fé e é manifesto mediante a produção de frutos de justiça. O autor esclarece o tema da justificação por meio da fé nos capítulos 3 e 4 da epístola. [Comentário: A revelação geral e a revelação especial são as duas formas que Deus tem escolhido para Se revelar à humanidade. A revelação geral se refere às verdades gerais que podemos aprender sobre Deus através da criação, consciência e história (Sl 19.1-4; Rm 1.20). A revelação especial se refere às verdades mais específicas que podemos aprender sobre Deus, a revelação salvífica de Deus através de Jesus Cristo nas Escrituras. A revelação geral não tem poder salvífico. Ela não é nem mesmo um tipo de graça. Paulo deixa bem claro em Rm 1 que a revelação geral acusa os homens irregenerados, ela revela a ira de Deus e serve somente para deixar o ímpio sem desculpa (v. 18 e 20). O que o comentarista chama de ‘conhecimento experiencial’, acredito, se refira à Revelação Especial, e esta se depreende apenas pela fé através de Jesus Cristo e das Escrituras – “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22.29)]
3. A falta de conhecimento experiencial de Deus é indesculpável (v.20b). Os argumentos do subtópico anterior demonstram que o ser humano não tem como justificar suas práticas de injustiças por não conhecer a Deus. Por outro lado, o fato de reconhecer a existência de Deus não caracteriza que esta pessoa praticará a justiça. Na época do apóstolo, como nos dias que vivemos, existem muitas pessoas que se dizem religiosas e praticantes da Palavra, mas infelizmente suas práticas não condiziam com o Evangelho que era ensinado pelo apóstolo. Dessa forma, a carteira de membro ou de ministro do evangelho não serve para se justificar diante de Deus, mas sim uma vida coerente com o evangelho e que manifesta o fruto do Espírito na vida. No meio pentecostal, a cultura que predomina é de que as manifestações dos dons espirituais são sinônimos de espiritualidade e santidade. Tal ênfase leva-nos a desprezar o fato de que a santidade é evidenciada pelo fruto do Espírito (Gl 5.22). [Comentário: A manifestação de Deus nas coisas que foram criadas é a razão pela qual ninguém será capaz de se queixar no dia do juízo que não conhecia a Deus. Considerando o que Paulo escreve em Romanos 1, não existe ateu! A forma suprema da revelação especial é a pessoa de Jesus Cristo, o Deus se tornou um ser humano (Jo 1.1,14). Jesus Cristo é a “revelação especial” mais suprema de Deus (Fp 2.6-8) e a salvação só é possível pela fé nEle, resultando num profundo relacionamento com Ele, aliás, o Cristianismo não deveria ser uma religião, mas um relacionamento de intimidade com Deus, assim como era no Éden - a religião do evangelho da graça. O nosso relacionamento com Cristo naturalmente conduz à religião pura e sem mácula (Tg 1.26-27). O comentarista acertadamente afirma que o fruto do Espírito Santo é a evidência da verdadeira santidade, basta ver como Paulo se dirige à Igreja dos Coríntios (1.7) dizendo que nenhum dom lhes faltava, no entanto, os chama de ‘carnais’ (1Co 3.3). Este é um dos aspectos mais negligenciados do ensino bíblico sobre santificação!]

Pense!
Romanos demonstra que o Evangelho revela a justiça de Deus por meio da fé, porém também evidencia a ira de Deus sobre o pecado.

Ponto Importante
Quando a Bíblia menciona a necessidade do conhecimento de Deus, não é o conhecimento teórico, mas o conhecimento experiencial, isto é, conhecer sobre Deus com Ele.

II. RECONHECIMENTO DA GLÓRIA DE DEUS (Rm 1.21-27)
1. A falta do reconhecimento da glória de Deus induz à ingratidão (vv.21,22). O versículo 21 usa a expressão “tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus”, ou seja, aqui trata de uma pessoa que reconhece a existência de Deus por meio do conhecimento natural, mas não o reconhece como Senhor. Uma coisa é reconhecer a existência, outra é reconhecer adequadamente a Deus. Algumas pessoas, mesmo sabendo da existência do Criador, têm como motivação seu interesse pessoal, priorizando a busca do poder, do prazer e da zona de conforto, mesmo que para os conquistar precise praticar a injustiça. Esta prática é denominada por algumas pessoas como “ser esperto”. Como diz o apóstolo, “dizendo-se sábios, tornaram-se loucos”, pois agir desta forma é loucura para Deus. Por isso, a necessidade de reconhecer a glória de Deus, ser grato por tudo que Ele tem nos proporcionado e, em tudo, glorificar ao nome do Senhor. Jovem, você tem sido grato a Deus? [Comentário: tendo conhecimento de Deus’, com estas palavras, Paulo salientou que a humanidade não somente tem a oportunidade de conhecer a Deus por meio da revelação geral, mas também que esta revelação produz um mal conhecimento. A arrogância intelectual, na presença de Deus, exibe um senso de valores invertido, a adoração a Deus é trocada pela devoção a ídolos feitos por homens e que refletem os homens. O indelével instinto para adorar é pervertido mediante a centralização em objetos errados (v 25). Estes versículos devem nos levar a uma reflexão mais profunda, infelizmente, ainda há partes do mundo sem nenhum acesso à Bíblia, ao evangelho de Jesus Cristo ou a qualquer outro meio de acesso à revelação especial de Deus. Já pensou o que acontece com essas pessoas quando morrem? Romanos 3.10-12 declara: "Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer." Segundo as Escrituras, as pessoas tomam o conhecimento de Deus disponível através da revelação geral e pervertem-no ao seu próprio gosto. Estão todos irremediavelmente perdidos! Seu estado é de rebelião, escuridão e idolatria (21,22). Este fato é a razão por que é tão importante investirmos em Missões (Mt 28.19-20, At 1.8). Romanos 10.14 declara: "Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue?" Deus nos ordena a apresentar o evangelho porque "Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus" (Rm 3.10-11). Ao invés de esperar que algumas pessoas estejam sendo salvas ao acreditar no que se pode saber sobre Deus através da revelação geral, Deus nos chama a ir a todo o mundo e a proclamar o Evangelho. Crer nas boas novas da salvação através de Jesus Cristo é o único método de salvação que a Bíblia menciona (Jo 3.16).]
2. O antropocentrismo ambiciona transformar a glória de Deus em objeto (v.23). Quando o ser humano passa a ser o centro de todas as coisas (antropocentrismo), Deus é considerado como se fosse um objeto à disposição da vontade daquele. O apóstolo critica a prática de tentar transformar a glória do Deus incorruptível em objetos de imagem de criaturas (v.23), como se fossem sagradas e capazes de atender os desejos pessoais (Sl 103.20; Jr 2.11). Aqui, precisamos conceituar idolatria como tudo aquilo que o ser humano coloca no lugar ou antes de Deus e para sua própria glória. Algumas pessoas por não se prostrar diante de uma imagem de escultura pensam não praticar idolatria. No entanto, quando as pessoas não reconhecem Deus como único Absoluto, acabam por substituí-lo por coisas (status social, cargo ministerial, bens, entre outros) ou pessoas. O fato de não termos imagens de escultura em nossas igrejas não garante a ausência de idolatria. Jovem, o que você tem priorizado em sua vida? Qual o lugar de Deus? [Comentário: Deus certamente tem todo direito em exercer a sua ira judicial sobre a criação que ele mesmo fez. Ele criou o homem para ser conhecedor e adorador da Natureza Divina. Porém, desde o início dos tempos, os homens rejeitaram o conhecimento de Deus e assim também recusaram lhe dar a adoração verdadeira. Ao rejeitar a fonte da sabedoria verdadeira, os homens aceitaram as suas próprias versões inventadas da verdade como substituto. Em nome da ciência “a glória do Deus incorruptível” tem sido “mudada” na imagem não gloriosa da própria criação, “em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis” (Rm 1.23). A teoria da evolução, por exemplo, tenta remover Deus completamente da criação por alegar que a criação, em essência, se criou! Os homens se dizem sábios, mas as suas decisões e as suas ações declaram expressamente que há apenas futilidade e tolice em seus corações (1.21-23). Note o leitor que, quando os homens escolhem esquecer-se de Deus, isto não quer dizer que deixam de adorar. Paulo diz, simplesmente, que os homens começaram a adorar e servir “a criatura em lugar do Criador”. A Bíblia deixa bem claro que os homens, ao deixarem Deus, sempre procuram outra coisa para cultuar, seja esta coisa eles mesmos ou seja um outro “deus”.]
3. O antropocentrismo perverte o plano original para a sexualidade (vv.24-27). Às pessoas que não reconhecem a glória de Deus, o apóstolo afirma que Deus as entrega às suas próprias concupiscências. Estas pessoas são inclinadas a buscar sua satisfação pessoal e uma das formas citadas é a relação sexual entre pessoas do mesmo sexo, diferente do projeto original de Deus (Gn 1.27; 2.18). No mundo greco-romano da época do apóstolo, a pederastia era estimulada e inclusive vista como perfeição sexual. Contudo, Paulo condena essa prática, que tem se tornado cada vez mais popular nos dias atuais. Por isso, devemos estar preparados para tratar do assunto e das pessoas com esse comportamento sexual, quer fora, quer da própria igreja. É a nossa obrigação falar-lhes do amor de Cristo. [Comentário: O julgamento divino envolve a remoção das restrições divinas, tanto sobre os atos pecaminosos como sobre as suas conseqüências (VS 26,28). Por muito, a consequência mais assustadora quando os homens rejeitam a Deus é que ele concede que estes homens continuem vivendo no estado de desonra total que é o resultado de não ter Deus em suas vidas. Isto é, as suas mentes reprováveis, apagadas de qualquer lembrança da verdade e da bondade de Deus, inventam toda forma de mal, o qual volta sobre eles e os amaldiçoa num ciclo interminável. Quando a criatura é posta acima do Criador, o único resultado possível é que os desejos “naturais da criatura” se tornam o impulso controlador da vida. Os seres humanos caídos, que inverteram as verdades divinas pelas suas mentiras, foram identificados por Paulo como conhecedores da revelação geral. Isso significa que suas ações não foram por causa de ignorância da existência de Deus; pelo contrário, até as criaturas atestam que há um Criador acima de tudo: “Pois o que se pode conhecer sobre Deus é manifestado entre eles, porque Deus lhes manifestou” (Rm 1.19-21).]

Pense!
O ser humano que não se entrega à vontade de Deus, o Criador o entrega à sua própria vontade.

Ponto Importante
A idolatria ocorre quando colocamos outras prioridades antes de Deus.

III. O CONHECIMENTO EXPERIENCIAL DE DEUS QUE LIBERTA DO PODER DO PECADO (Rm 1.28-32)
1. O desprezo pelo conhecimento experiencial de Deus conduz à perversidade (vv.28-31a). O apóstolo amplia os atos de perversidade que as pessoas que não se importam em buscar o conhecimento experiencial de Deus. A pessoa que tem o conhecimento experiencial com Deus, sente a presença dEle constantemente, pois o Espírito Santo tem liberdade para orientá-la, bem como adverti-la quando estiver propensa a sair da vontade do Pai, mantendo-a na fé de Cristo. Essa é a grande diferença entre aquele que conhece a Deus e aquele que não conhece. Existe um ditado popular que diz “fulano não tem nada a perder”. Aqueles que não conhecem experiencialmente a Deus pensam não ter nada a perder e se entregam às suas próprias concupiscências, “estando cheios de toda iniquidade” (v.29). Entretanto, o apóstolo afirma que serão julgados sob a ira de Deus. Portanto, todos têm “muito a perder”. [Comentário: Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, este os entregou a uma disposição mental reprovável (v.28). Estas palavras apresentam uma primeira prova da vingança de Deus sobre a humanidade caída: o horrendo crime da concupiscência desnatural. Isso prova que os homens não só se entregaram aos desejos bestiais, mas se tornaram piores que as próprias bestas [selvagens], visto que inverteram toda a ordem da natureza. À luz destas palavras, é mister que notemos bem a referência que felizmente reitera a justa relação existente entre pecado e punição. Deus os entregou: este é o pior juízo possível, como se Deus dissesse: “a humanidade caída que siga o seu próprio caminho” (Sl 81.12; Os 4.17; At 7.42). Os versículos 23 a 32 descrevem a rejeição de Deus (ira temporal) do mundo pagão e de sua religiosidade (e da nossa)! O paganismo era e continua sendo caracterizado por perversão e exploração sexual]
2. O desprezo pelo conhecimento experiencial de Deus torna o ser humano irreconciliável (vv.31b-32a). A pessoa que se entrega à perversidade não dá ouvidos ao Espírito Santo, o meio que Deus proveu para nos convencer do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11). Desse modo, se torna “irreconciliável”, pois rejeita o único meio de se religar com Deus. Entretanto, isso ocorre porque ele não se importa com Deus e não o contrário. Esta pessoa sozinha não consegue vencer sua tendência para a prática do pecado e da injustiça. O fato é que nem todas as pessoas vão chegar ao conhecimento da verdade. Por mais que essa afirmação nos incomode, as pessoas são livres para aceitar ou não o Caminho. Não podemos mudar as pessoas; elas mudarão somente se quiserem e derem abertura ao Espírito Santo. Quem rejeita o projeto de Deus para salvação abraça o projeto que torna a mentira em verdade. [Comentário: Paulo via como evidência da culpa e da servidão ao pecado o fato de que o conhecimento do juízo divino não atua mais como força de restrição, antes, torna-se motivo para mais rebelião ainda, sob a forma de encorajar outros ao pecado. Este texto confirma que parte da revelação de Deus, mediante a natureza, comunica seu caráter moral e um senso de dever moral por parte da humanidade. Depois da queda, o primeiro passo de Deus em direção à restauração foi o conceito de pacto, baseado no Seu convite e no arrependimento, fidelidade e resposta obediente da humanidade. Por causa da queda, os seres humanos ficaram incapacitados de agir adequadamente (Rm 3.21-31; Gl 3), pelo que o próprio Deus teve que tomar a iniciativa de restaurar os seres humanos quebrados de pactos. O perverso não reconhece, seu entendimento está cauterizado. Deus não limitou seu evangelho: ele é proclamado em todos os lugares, apesar de nem sempre encontrar ouvidos receptivos. Então Deus realmente está colocando a salvação à disposição de todos e essa também deve ser a disposição do coração de todo aquele que crê: interceder por todos os homens. Deus já satisfez sua justiça em Cristo, no que diz respeito ao evangelho, agora a porta está aberta para todos porque Cristo morreu por TODOS, mas "apenas" MUITOS serão salvos, aqueles cujas iniquidades Cristo levou sobre Si (Is 53.11; Hb 9.28).]

Pense!
“O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons” (Martin Luther King Júnior).

Ponto Importante
Todas as pessoas estão sujeitas ao erro e ao pecado, mas aquelas que se submetem a Deus e se importam com a sua vontade, dão ouvidos ao Espírito Santo e não se comprazem na vida de pecado.

CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos que a criação é uma prova evidente da existência de Deus, o ser soberano que se ira contra as práticas de injustiça. Para não ser consumido pela ira divina é preciso ter um conhecimento experiencial de Deus, pois o conhecimento natural e racional não é suficiente para salvação. [Comentário: A Bíblia diz: "Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos. Um dia fala disso a outro dia; uma noite o revela a outra noite. Sem discurso nem palavras, não se ouve a sua voz. Mas a sua voz ressoa por toda a terra, e as suas palavras, até os confins do mundo" (Sl 19.1-4). Observar a criação nos direciona para um Deus Criador. Se isso não fosse suficiente, também há evidência de Deus em nossos próprios corações (Ec 3.11). Podemos até negar este conhecimento intelectualmente, mas a presença de Deus em nós e ao nosso redor ainda é óbvia. Apesar disso, a Bíblia nos adverte de que alguns ainda vão negar a existência de Deus: "Diz o tolo em seu coração: ‘Deus não existe’" (Sm 14.1). Mas sobre estes permanece a ira de Deus! Sobre nós pesa a responsabilidade de anunciar o evangelho, pois a salvação decorre apenas da fé em Cristo Jesus através da revelação especial - e essa revelação especial está basicamente na Bíblia (Jo 14.6; 6.68; 17.17; Ef 2.8; Rm 10.17; 1.16; Tg 1.18; 1Pe 1.23). Não há outra forma de ser salvo; não há outra forma de ser santificado; não há nenhuma outra forma de receber qualquer tipo de revelação especial de Deus, se não for pela Palavra de Deus, ou se não estiver de acordo com a Palavra revelada pelo próprio Deus.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2016


ESTANTE DO PROFESSOR
BALL, Charles Fergunson. A Vida e os Tempos do Apóstolo Paulo. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1998.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Matthew Henry. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002.

HORA DA REVISÃO

1. De acordo com a lição, algumas pessoas afirmam que a expressão “Deus é amor” é conflitante com a expressão “Deus é justiça”. De acordo com a lição estas expressões são contraditórias?
As expressões “Deus é amor” e “Deus é justiça” não são contraditórias, pois um Deus de Amor deve proteger os injustiçados por meio da justiça.
2. As igrejas evangélicas não possuem em seus templos imagens de esculturas. Esta atitude garante a ausência de idolatria na igreja?
O fato de não termos imagens de escultura em nossas igrejas não garante a ausência de idolatria, pois a idolatria é tudo aquilo que você coloca no lugar, ou antes, de Deus.
3. Os cristãos evangélicos afirmam que a Bíblia condena a relação entre pessoas do mesmo sexo. Qual a base bíblica no Novo Testamento para tal afirmação?
A base bíblica está na afirmação do apóstolo Paulo em Romanos 1.26,27: “Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro”.
4. De acordo com a lição, quando uma pessoa pode se tornar irreconciliável com Deus?
A pessoa que se entrega à perversidade e não dá ouvidos ao Espírito Santo, o meio que Deus proveu para nos convencer do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11) se torna “irreconciliável”, pois rejeita o único meio de se religar com Deus.
5. Segundo a lição, o apóstolo Paulo afirma ser suficiente não praticar a injustiça?
Não. O apóstolo ensina que consentir com a injustiça também se constitui uma prática injusta.

SUBSÍDIO I
“Paulo já era cristão há mais de 24 anos. Durante esse tempo, passara por muitas experiências e grandes decepções. Sua mente, porém, abria-se para Jesus como uma flor se abre ao sol. Amadurecera na vida cristã, e o Evangelho de Cristo era-lhe, mas que nunca uma preciosa realidade. Em sua carta, Paulo decidiu proclamar o Evangelho em sua plenitude. Suas palavras, ditadas a Tércio, visavam convencer os romanos de que todos, gentios ou judeus, precisavam da salvação provida por Deus em seu Único Filho. Deus a oferecia como um dom; bastava ao homem recebê-la de graça. Homem algum pode, por esforço próprio, ser reto e aceitável a Deus” (BALL, Charles Fergunson. A Vida e os Tempos do Apóstolo Paulo. RJ: CPAD, 1998, p.150).

SUBSÍDIO II
“Todos fazem mais ou menos o que sabem que é mau e omitem o que sabem que é bom, de modo que ninguém se pode permitir alegar ignorância. O poder invisível de nosso Criador e a divindade estão tão claramente manifestados nas obras que têm feito de modo que até os idólatras e os gentios maus não têm desculpas. Eles seguiram de maneira néscia a idolatria, e as criaturas racionais trocaram a adoração do Criador glorioso por animais, répteis e imagens sem sentimento. Se apartariam de Deus até perderem todo o vestígio da verdadeira religião, se a revelação do Evangelho não os houvesse impedido. Os fatos são inavegáveis, quaisquer que sejam os pretextos estabelecidos quanto à suficiência da razão humana para descrever a verdade divina e a obrigação moral, ou para governar bem a conduta. Estas coisas mostram simplesmente que os homens desonram a Deus com as idolatrias e suas superstições mais absurdas, e que se degradaram a si mesmo com os mais vis afetos e obras mais abomináveis” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Matthew Henry. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002, p.925).