Lição 3: A necessidade espiritual dos judeus
Data: 17 de Janeiro de 2016
TEXTO DO DIA
“Mas é
judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito,
não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Rm 2.29).
[Comentário: Inspirado pelo
Espírito Santo, Paulo nos ensina que o simbolizado é sempre mais importante do
que o seu símbolo material. Um dos seus exemplos é a instituição da
circuncisão. A coisa chegou a um ponto que os judeus deixaram de se preocupar
em viver na comunhão com o Senhor – para eles o traço físico de circuncisão
lhes garantia as bênçãos divinas. Nos dias de hoje encontramos práticas
parecidas. Não faltam crentes que menosprezem uma vida de ética bíblica: para
que, se eles já foram batizados, assistem os cultos e dizimam regularmente? Para
Paulo, um símbolo religioso somente tem valor quando ele acontece “no coração,
no espírito, não na letra”. Até Antioquia, os crentes eram conhecidos como os
seguidores “do caminho”. A medida que o povo constatou que os “seguidores” de
fato seguiam a Cristo, ao ponto viver igual a Ele, surgiu o apelido “cristão”.
Como acontece com a circuncisão espiritual, nosso pacto com Cristo não deve
ficar na “letra”, mas dinamizar nosso coração. Extraído de http://devocionais.amoremcristo.com/artigo/924/circuncis%C3%A3o-do-cora%C3%A7%C3%A3o/]
SÍNTESE
Os
judeu-cristãos por terem recebido a revelação direta de Deus e se dizerem
cumpridores da Lei desprezavam os gentios, mas Paulo demonstra que a Lei e a
circuncisão não justificam o ser humano.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Rm 2.1 - Quem julga e faz o mesmo
condena a si mesmo
TERÇA — Rm 2.11 - Deus não faz acepção de
pessoas
QUARTA — Jr 31.33 - Deus tem aliança com quem tem
a Lei escrita no coração
QUINTA — Rm 2.28 - O ritualismo não justifica
ninguém
SEXTA — Gn 12.1-3 - A promessa da bênção a Abraão
SÁBADO — Rm 2.21-24 - Quem ensina a Palavra e não
prática desonra o nome de Deus
OBJETIVOS
Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
- DEFENDER a afirmação de que a Lei não foi suficiente para a justificação do ser humano;
- MOSTRAR que quem ensina e não pratica o que ensina é um hipócrita e está debaixo da ira de Deus;
- DEMONSTRAR que o ritual serve apenas como um sinal externo, como exemplo da circuncisão, e não justifica o ser humano diante de Deus.
INTERAÇÃO
Caro(a)
professor(a), um tema que precisa de uma atenção especial é a hipocrisia. Não é
possível, como diz um ditado popular, “tapar o sol com a peneira”.
Infelizmente, existem, no meio cristão evangélico, pessoas com atitudes
semelhantes as dos judeus citados por Paulo. Elas querem impor sobre as demais
normas e regras que a Bíblia não exige, um jugo pesado e impraticável. Pessoas
boas de discurso, que falam de forma bonita sobre o Evangelho, mas que não se
comportam adequadamente na igreja, no lar, trabalho, escola e na sociedade em
geral. Crentes que têm envergonhado o Evangelho e a Igreja. Um debate bem
conduzido sobre o assunto poderá contribuir para uma sensibilização, para a
necessidade de se viver uma vida íntegra e coerente diante das pessoas e de
Deus.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Sugerimos
que você faça uma atividade em grupo para exemplificar o ensino do tópico II
desta lição. Para isso, solicite dois voluntários ou duas voluntárias. Enquanto
as demais pessoas assistem, coloque uma venda nos olhos de um(a) voluntário(a)
e peça para o(a) outro(a) voluntário(a) para guiá-lo(a) numa caminhada pela
sala ou pátio, não permitindo que retire a venda, como se fosse uma pessoa
cega. Na sequência, coloque a venda nos olhos do(a) outro(a) voluntário(a) e
peça para um guiar o outro, alternadamente. Após a atividade, peça para cada
voluntário(a) expressar qual o sentimento que teve nas duas funções exercidas,
bem como a opinião do público que presenciou a atividade. Depois de ouvir a
todas as pessoas, explique que os judeu-cristãos se achavam perfeitos e queriam
guiar os gentios por acharem que eram cegos, mas que Paulo esclarece que os
judeus também eram cegos. Na realidade era um cego tentando guiar outro cego.
Os judeus se achavam superiores, porém diante de Deus estavam condenados como
os gentios que não reconheciam a Deus. Tanto judeus como gentios precisavam da
misericórdia e graça de Deus para se justificarem diante dEle.
TEXTO BÍBLICO
Romanos 2.1-11.
1 — Portanto, és inescusável
quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo
naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.
2 — E bem sabemos que o juízo de
Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem.
3 — E tu, ó homem, que julgas os
que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?
4 — Ou desprezas tu as riquezas
da sua benignidade, e paciência, e longanimidade, ignorando que a benignidade
de Deus te leva ao arrependimento?
5 — Mas, segundo a tua dureza e
teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação
do juízo de Deus,
6 — o qual recompensará cada um
segundo as suas obras,
7 — a saber: a vida eterna aos
que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, e honra, e incorrupção;
8 — mas indignação e ira aos que
são contenciosos e desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade;
9 — tribulação e angústia sobre
toda alma do homem que faz o mal, primeiramente do judeu e também do grego;
10 — glória, porém, e honra e paz
a qualquer que faz o bem, primeiramente ao judeu e também ao grego;
11 — porque, para com Deus, não há
acepção de pessoas.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Paulo se
dirige aos judeu-cristãos de Roma, judeus que haviam se convertido ao
cristianismo, mas que ainda estavam marcados pelo poder da Lei e não se sentiam
à vontade (devido a opressão do jugo da Lei por longa data) com a mensagem da
justificação por meio da fé. O comportamento dos judeu-cristãos colocava-os, da
mesma forma que os gentios citados na lição passada, debaixo da ira divina,
pois também desprezavam a salvação gratuita ofertada por Deus em Cristo. [Comentário: Deus não faz
acepção de pessoas, todos, judeus ou não, são culpados e merecem a justa ira de
Deus. É nesse contexto que Paulo fala que Deus não faz acepção de pessoas.
Pois: “Todos aqueles que pecam sem conhecer a lei de Deus se perderão sem essa
lei; mas todos aqueles que pecam conhecendo a lei serão julgados por ela” (Rm
2.12). É muito fácil enxergar as falhas alheias e condená-las. O homem que
confia na sua própria justiça não reconhece a sua própria necessidade da graça
de Deus (1-4). Durante o seu ministério na terra, Jesus batalhava contra a
arrogância e auto-justiça de seitas como os fariseus (Mt 23.27-28). Paulo, um
ex-fariseu, agora luta contra o mesmo orgulho religioso de seus compatriotas. Os
judeus confiavam na lei Mosaica; por terem recebido essa revelação especial, tinham-se
como objeto especial de Deus e superiores aos gentios. Paulo afirma que este
fato não é suficiente para salvá-los. Ser ouvinte da lei não salva. Para serem
justificados, teriam de obedecer à lei. Paulo ainda mostrará que nenhum judeu
obedeceu a lei perfeitamente. O homem que confia em sua própria justiça não
será salvo. A pessoa que se acha segura por fazer parte do povo “escolhido”
sofrerá uma grande decepção. Cada um será julgado – não por ser judeu ou gentio
– mas de acordo com seu procedimento. O julgamento será feito por um Deus
onisciente, usando como base o mesmo evangelho pregado por Paulo (2.16; Jo 12.47,48).
O segundo capítulo contém o juízo de Deus pronunciado contra o moralista. O
judeu, com sua lei moral, só sabia desprezar o gentio que estava sem lei
semelhante. Com Deus, não há acepção de pessoas. Pedro entendeu esse fato
quando pregou, pela primeira vez, aos gentios (At 10.34). Aqui, Paulo reafirmou
a mesma verdade quando falou da necessidade universal do evangelho (2.11). Deus
é um juiz justo. Cabe ao homem se conformar com a vontade do Senhor.] Let's
think maturely Christian faith?
I. OS JUDEUS NECESSITAVAM SE LIBERTAR DO JUGO DA
LEI (Rm 2.1-16)
1. O
julgamento mediante a Lei provoca a ira de Deus (vv.1-10). Os judeu-cristãos,
possivelmente, ficaram satisfeitos com as palavras que Paulo dirigiu aos
gentios (1.18-32). Agora, o comportamento deles é questionado. Eles,
influenciados pela cultura que os gerou, tinham o hábito de julgar as pessoas
por não cumprirem a Lei judaica. O que preocupa é que eles haviam deixado o
judaísmo para se inserirem no cristianismo, mas continuavam no legalismo como
os gálatas (Gl 3.1-5). O apóstolo afirma que da mesma forma que os gentios
provocaram a ira de Deus pela sua conduta pecaminosa, os judeus também estavam
sob o julgamento da ira divina pelo legalismo. Na realidade, a causa era a
mesma, a busca da glória para si por meio da manifestação das obras
(antropocentrismo/egocentrismo). Eles queriam impor um jugo sobre as pessoas,
que nem mesmo Deus requeria. Jugo que somente Jesus poderia libertar (Ver Mt
11.28-30). [Comentário:
Lendo as fortes palavras do final do capítulo 1, alguns cristãos –
especialmente judeus – poderiam ser tentados a concordar com Paulo e condenar
“aqueles pecadores” que praticam e aprovam coisas dignas de morte. Esses
religiosos facilmente lamentariam o estado depravado dos outros, sem perceber
que estavam no mesmo lamaçal do pecado. Nos capítulos 2 e 3, Paulo afirma que o
problema do pecado é universal, atingindo igualmente judeus e gentios. Os
judeus possuem a lei, mas não conseguem praticá-la por completo. Em alguns
pontos cobram tanto dos outros, porém não conseguem fazer o que ensinam. O nome
de Deus é blasfemado, quando seguimos esse exemplo! A auto-justiça traz consequências
gravíssimas. Quando o homem recusa a ajuda oferecida por Deus, não há outro
remédio. Vai caminhando para a morte, incapaz de se livrar dos laços da iniquidade.
Tal pessoa acha algum conforto em ver os pecados maiores dos outros, e não
reconhece que o Deus justo rejeitará todos que praticam a injustiça (2.5-11). Pela
revelação, sabemos que é certo e inevitável o juízo, e a nossa consciência
confirma esta certeza. A consciência do homem – a não ser que esteja
completamente cauterizada – é testemunha pessoal e íntima à realidade do juízo.
Paulo apela a este fato nos primeiros versículos do capítulo 2, mostrando que
todos os homens reconhecem o princípio do juízo, porque todos nós julgamos aos
outros.]
2. Deus
não faz acepção entre judeu e gentio (v.11). Deus sempre vai primar pela justiça. Alguns
cristãos evangélicos tem uma tendência em pensar que Deus privilegia os judeus
em detrimento aos outros povos. Isto é um engano. Um bom exemplo é a atuação
dos profetas, que profetizavam a justiça de Deus tanto para as nações inimigas
como para o seu próprio povo, em especial os líderes civis e religiosos. O
parâmetro utilizado é a culpabilidade, ou seja, o julgamento é sobre a prática
da injustiça e não a nacionalidade ou a origem das pessoas. Este comportamento
de discriminação, comum ao ímpio, às vezes está presente na comunidade
evangélica, onde o critério não é a justiça, mas sim a origem ou outros fatores
que privilegiam uns em detrimento de outros. Deus não age assim, “porque, para
com Deus, não há acepção de pessoas” (v.11). Jovem, você tem feito acepção de
pessoas? [Comentário: Todos, judeus
ou não, são culpados e merecem a receber a justa ira de Deus. É nesse contexto
que Paulo fala que Deus não faz acepção de pessoas - “Todos aqueles que pecam
sem conhecer a lei de Deus se perderão sem essa lei; mas todos aqueles que
pecam conhecendo a lei serão julgados por ela” (vs. 12). Deus não tem favoritos,
o Seu juízo é imparcial. O versículo 11 mostra a imparcialidade de Deus, ninguém
pode se considerar inescusável diante Dele, e apelar para a inocência por não
conhecê-Lo e à sua lei; visto a ignorância não ser argumento de defesa para o
pecador, "porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e
todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados" (Rm 2.12). Lembro
ao leitor que este versículo não faz referência ao fato de que Deus ama a todos
indistintamente; isoladamente, parece corroborar esse pensamento. Ao perguntar:
"Por quê? Somos nós mais excelentes?"; Paulo responde: "De
maneira alguma", evidenciando que não há distinção entre os homens, e para
Deus todos são iguais, pois tanto judeus como gentios estão debaixo do pecado (Rm
3.9). "Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23);
não há um justo sequer, não há quem entenda ou busque a Deus. Todos se
extraviaram, e se fizeram inúteis. "Não há quem faça o bem, não há nem um
só" (Rm 3.10-12). Portanto nenhum de nós merece piedade diante dele;
ninguém é melhor aos seus olhos; pelo contrário, todos somos iguais, ímpios,
maus, rebeldes, insolentes, escória, indignos até mesmo de existir; e somente
não somos consumidos por causa da sua misericórdia, que não tem fim (Lm 3.22).]
3. Os
gentios que não conhecem a Lei serão julgados pela sua consciência moral
(vv.12-16). Um
questionamento comum é como será o julgamento das pessoas que nunca tiveram a
oportunidade de conhecer o Evangelho. Paulo nesta passagem nos traz uma
explicação didática quando se refere ao julgamento sobre os gentios que não
conheciam a Lei. Ele afirma que “quando os gentios, que não têm lei, fazem
naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são
lei”, ou seja, seriam julgados não pelo conhecimento da Lei, mas pela prática
da Lei, sem mesmo a conhecer. As pessoas geralmente priorizam a fé em Cristo,
isto é bom e louvável, mas será que o mais importante para o ser humano não
seria ter a fé de Cristo, mesmo não o conhecendo? Por exemplo, uma pessoa que
tenha nascido em um ambiente sem oportunidade de ouvir falar de Jesus, mas a
sua consciência moral, como criatura formada à imagem de Deus, pratica o que
Jesus ensinou, em especial o amor, deveria ser julgada e condenada? Um
judeu-cristão da época de Paulo diria que sim. Jovem, e você, o que diz? [Comentário: Qual é a conditio sine qua non (Condição sem a
qual não) para a salvação? "Porque todo aquele que invocar o nome do
Senhor, será salvo" (Rm 10.13). Jesus nos dá esta resposta em João 3.16; Ele
salva qualquer um que acreditar nEle: "Porque Deus amou ao mundo de tal
maneira que deu o seu Filho unigênito, para
que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." Ele é a
Porta; o acesso ao Pai é só por Ele! Não há salvação sem fé em Jesus e em sua
obra redentora no Calvário! Não há salvação sem a cruz ensangüentada! "Eu
sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai a não ser por
mim" (Jo 14.6). Nenhum ser humano pode ser justificado com base na sua
justiça própria, com base no que conheceu pela revelação natural ou pela lei
moral escrita no seu coração. Não compreendo quando o comentarista afirma: “As pessoas geralmente priorizam a
fé em Cristo, isto é bom e louvável, mas será que o mais importante para o ser
humano não seria ter a fé de Cristo, mesmo não o conhecendo? (...) Um
judeu-cristão da época de Paulo diria que sim”. Um cristão atual, que tem as
Escrituras como a Verdade de Deus, também dirá que SIM! Paulo também diz que
SIM! |Porque na verdade, não há quem possa se desculpar por nunca ter ouvido a
pregação do Evangelho. O caso aqui é que elas rejeitaram o que está claramente
revelado na natureza. Paulo escreve ainda: “Não há ninguém que entenda; Não há
ninguém que busque a Deus” (Rm 3.11). Na hora de salvar Deus não faz acepção de
pessoas por uma razão muito simples: todos são igualmente pecadores, maus,
perdidos e merecedores do juízo eterno. Todos são iguais e estão igualmente
perdidos. A Bíblia diz que as pessoas rejeitam este conhecimento, e por isso
Deus é justo em condená-las ao inferno, porque Ele revelou a Si mesmo a todo
homem. Cada pessoa no mundo, quer seja o homem na selva africana, em um
vilarejo asiático, em qualquer lugar do mundo, cada pessoa tem conhecimento do
Deus Pai que é claro, suficiente, e manifesto para que o homem seja indesculpável
(Rm 1.18). Então, caro leitor, respondendo à pergunta do comentarista “Por exemplo, uma pessoa que tenha
nascido em um ambiente sem oportunidade de ouvir falar de Jesus, mas a sua
consciência moral, como criatura formada à imagem de Deus, pratica o que Jesus
ensinou, em especial o amor, deveria ser julgada e condenada? Um judeu-cristão
da época de Paulo diria que sim. Jovem, e você, o que diz?”, baseado no
que a Palavra de Deus ensina muito claramente, creio que essa pessoa indubitavelmente
iria para o Céu. Ele iria para o Céu mesmo não tendo ouvido o Evangelho; o
único problema é: tal homem não existe!
A realidade é: não há nenhuma pessoa inocente, em qualquer lugar do mundo ou em
qualquer época. Se eles fossem inocentes, eles não teriam necessidade de ouvir
o evangelho! Não precisaria de missões, nem do esforço missionário! É questão
de inteligência! Pense: Se o índio no interior da Amazônia, sem contato algum
com o mundo civilizado, mas possui uma consciência moral elogiável – e Paulo
afirma que possui – ao ter a oportunidade de ouvir o Evangelho, caso não creia,
estará condenado! Então, seria melhor deixá-lo na ignorância - "Quem nele
crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer nome do
Filho Unigênito de Deus" (Jo 3.18). Para que missões? Para que todo o
esforço para anunciar o Evangelho? A razão pela qual eles precisam ouvir o
evangelho é porque neste momento eles permanecem culpados diante de um Deus
Santo. E é por isso que levamos o evangelho até eles, do contrário, estarão
irremediavelmente perdidos! Ah! mas nem todos são ladrões, beberrões,
assassinos, adúlteros, etc... Porém, devido ao pecado, nós por natureza não
temos condições de gerarmos fé sozinhos para a salvação! Por isso, é urgente
pregarmos o evangelho da salvação – a fé vem pelo ouvir... As pessoas que nunca
ouviram falar de Jesus estão perecendo sem o conhecimento da verdade. O
julgamento é certo. Para os que morreram ou morrerem sem o conhecimento do
evangelho serão julgados pelos seus segredos ocultos. E os que ouviram a
Palavra, pelo o que conheceram (vs. 13-16). Querido jovem, ninguém será
condenado ao Inferno pela falta de testemunhas missionárias, mas as pessoas serão
conduzidas à condenação pelos seus pecados. A lógica inescapável em que se
baseia o imperativo missionário contido na Grande Comissão afirma: "Como,
pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não
ouviram falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue? E como pregarão, se
não forem enviados?" (Rm 10.14, 15). Se os ímpios pudessem na verdade
viver à altura das luzes que lhes foram dadas — isto é, as luzes da revelação
natural — toda essa lógica entraria em colapso, e Romanos 10 deveria ser
rejeitado como ensino falso! À luz do que acabei de apresentar, concluo que ou
os ímpios estão perdidos, e sem esperança, ou a Bíblia está completamente
errada, precisando ser corrigida pelos teólogos que disponham de melhor visão
do que a Palavra de Deus apresenta.]
Pense!
Jovem, como podemos ter a Palavra de Deus em nosso interior, escrita em
nosso coração?
Ponto Importante
Deus não dá um tratamento diferenciado aos judeus, mas os julga da mesma
maneira que julga os gentios, pelas suas atitudes.
II. OS JUDEUS NECESSITAVAM ABANDONAR A HIPOCRISIA
(Rm 2.17-24)
1. Os
judeus se achavam superiores por terem recebido a Lei (vv.17,18). Os judeus, numa linguagem jovem,
“achavam que estavam podendo” por terem “por sobrenome judeu”. Afinal de
contas, segundo a tradição, foi o povo de Israel por meio de Moisés, seu grande
líder, o receptor da Lei dada diretamente por Deus. Este povo poderia ter no
mínimo duas atitudes: a) se sentir superior aos demais povos pela revelação
exclusiva de Deus; b) se sentir privilegiado, mas acima de tudo, responsável
pela transmissão, de forma humilde, da revelação recebida para o bem coletivo.
Os judeus escolheram a primeira opção, se sentiam como insubstituíveis. Quantas
pessoas que se dizem participantes do povo de Deus que imitam o comportamento
dos judeus? Fechadas entre quatro paredes se sentem como os únicos abençoados
por Deus e julgam as pessoas que não fazem parte de seu grupo. Jesus advertiu
que seremos julgados com o julgamento com que julgarmos (Mt 7.1-5). Jovem, o
que você acha de pessoas que vivem julgando as demais? [Comentário: Romanos 1.18
até 3.20 constitui uma das mais impressionantes partes de toda a Bíblia. No
capítulo 3, versículo 19, tudo é resumido assim: “Tudo o que a lei diz, diz aos
que vivem na lei para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável
perante Deus.” Paulo diz que ninguém será justificado diante de Deus por
observar a lei. Pela lei vem o conhecimento do pecado, em outras palavras,
todos nós permanecemos condenados, e nossos esforços, todo “bom” esforço que
temos em vencer nossa condenação, nos afunda em maior condenação. Nosso melhor
esforço nos condena ainda mais! Por quê sentir-se privilegiado? Os
incircuncisos não participavam das promessas de Deus; não faziam parte do povo
escolhido, Israel. Isso descambou para o legalismo e Paulo, aqui, ataca estes
legalistas. Os judeus possuem a lei, mas não conseguem praticá-la por completo.
Em alguns pontos cobram tanto dos outros, porém não conseguem fazer o que
ensinam. O nome de Deus é blasfemado, quando seguimos esse exemplo! Agora resta
outra questão levantada pelo comentarista: “Jovem, o que você acha de pessoas que vivem
julgando as demais?”. O julgamento que ele faz referência é o temerário, o
julgamento apressado, arrogante, baseado em impressões, em informações de
segunda mão, em maledicência e no “ouvi dizer”. Esse tipo de julgamento é
proibido por Jesus, mas Ele aprova outro tipo de julgamento: o discernimento
espiritual, sem o qual corre-se o risco de chamar o mal de bem e o bem de mal,
a escuridão de claridade e a claridade de escuridão, o amargo de doce e
vice-versa (Is 5.20). Orientando o jovem Pastor Timóteo, Paulo escreve: “Não
tratem com desprezo as profecias, mas ponham à prova todas as coisas e fiquem
com o que é bom” (1Tm 5.20-21).]
2. Os
judeus ensinavam a teoria, mas não viviam o que ensinavam (vv.19-23). Existe um treinamento vivencial
para líderes em que as pessoas colocam vendas nos olhos, simulando uma vida de
cego para perceber as dificuldades que eles têm, enquanto outro companheiro o
guia entre alguns obstáculos. Quem está sendo conduzido precisa confiar no seu
guia, e o guia precisa ser comprometido para não tirar vantagem, mas cuidar com
carinho da pessoa que está guiando. O apóstolo afirma que os judeus se achavam
em condições de conduzir os gentios, para eles cegos, por não receberem a luz
da revelação. Todavia, o apóstolo assevera que eles também eram cegos e não
estavam credenciados para conduzir ninguém. Paulo aponta a evidência, o
comportamento hipócrita dos judeu-cristãos, que ensinavam a Lei, mas não
praticavam e não conseguiam ser exemplo. A atitude judaica faz lembrar o ditado
popular “faz o que eu mando, mas não faça o que eu faço”. O que faziam bem era
julgar os gentios. [Comentário:
Os judeus confiaram na lei que Deus lhes deu por intermédio de Moisés e se
acharam superiores aos gentios por terem recebido a excelências das revelações.
Mas possuir a lei não salva. Ser ouvinte da lei não salva. Para serem
justificados, teriam de obedecer à lei. Paulo ainda mostrará que nenhum judeu
obedeceu a lei perfeitamente.]
3. Os
judeus envergonhavam o nome de Deus (v.24). Neste verso o apóstolo trata da consequência das
atitudes dos judeu-cristãos citadas no subtópico anterior. As pessoas estão
atentas para o comportamento das outras, principalmente, quando estas professam
uma fé diferenciada e se vangloriam de fazer parte de determinado grupo. Como o
comportamento dos judeus era hipócrita, eles acabavam sendo os piores diante de
Deus. O texto diz que os gentios blasfemavam contra Yahweh devido ao
comportamento repreensível dos judeus. No meio das comunidades cristãs
evangélicas também existem pessoas com comportamento parecido ao dos judeus (Mt
13.24-30,36-43). Por isso, precisamos estar constantemente nos examinando,
assim como nos exorta o apóstolo em outra epístola (1Co 11.28-32), acerca de
não desonrarmos a Deus e não sermos julgados com o mundo. [Comentário: Gostaria de
frisar que neste trecho de Romanos, Paulo não se dirige aos judeus convertidos “judeu-cristãos”, ele está
aludindo aos zelosos judeus que se vangloriavam em guardar a Lei Mosaica.
Frequentemente, o pior inimigo do Evangelho e da honra de Deus é o pecado na
vida daqueles que professam ser crentes.]
Pense!
Jovem, você tem saído das quatro paredes para evangelizar outras pessoas
ou, como os judeus, tem se comportado como se a salvação fosse exclusiva para
você?
Ponto Importante
Os judeu-cristãos por se acharem superiores aos gentios os desprezavam,
viviam uma vida hipócrita não praticando o que ensinavam e, por isso, Paulo
afirma que os gentios blasfemavam de Deus.
III. OS JUDEUS PRECISAM SE LIBERTAR DO RITUALISMO
(Rm 2.25—3.8)
1. Os
judeus exigiam a circuncisão, mas eram incircuncisos de coração (2.25-29). A circuncisão, uma operação
cirúrgica que remove o prepúcio, uma pele do órgão sexual masculino, um sinal
externo que representa a fidelidade do judeu com sua fé e sua nação. Esse
ritual era tão relevante para identificar o judeu com sua fé, que na época do
Império Grego muitos judeus apóstatas, para garantir a fidelidade aos gregos,
reverteram a circuncisão por meio de cirurgias. A circuncisão para o judeu era
obrigatória e motivo de vanglória por pertencer ao “povo escolhido”. Mas o
apóstolo afirma que a fidelidade não se evidencia pelo exterior e por
ritualismo, como defendiam os judeus, mas a evidência era interna, no coração.
Entretanto, isso não significava que o exterior não é importante, mas sim que o
interior do ser humano que transforma seu exterior e não o contrário. Jesus
disse que o ser humano é contaminado pelo que está dentro do seu coração e não
no seu exterior (Mt 7.15). [Comentário:
Paulo lembra do valor da circuncisão. Se o judeu é circuncidado, mas não
consegue cumprir o restante, então a sua circuncisão é invalidada. Quando isso
acontece, significa que este judeu não é considerado como judeu! Então Paulo
fala uma verdade que muitos legalistas (judeus ou não) não querem aceitar, por
causa dos seus pecados ocultos: “Pelo contrário, o verdadeiro judeu é aquele
que é judeu por dentro, aquele que tem o coração circuncidado; e isso é uma
coisa que o Espírito de Deus faz e que a lei escrita não pode fazer. E o louvor
que essa pessoa recebe não vem de seres humanos, mas vem de Deus.” (vs. 29). Não
são as obras que vão mudar o coração do ser humano, levando-o ao
arrependimento, mas a fé dada ao homem pela bondade de Deus (GRAÇA!) Isso faz
com que o ser humano, sem merecimento, receba a fé, arrependendo-se dos seus
pecados, para a salvação em Cristo Jesus. http://www.internautascristaos.com/textos/artigos/estudo-da-carta-aos-romanos-capitulo-2]
2. Os
judeus não souberam aproveitar o privilégio de receber a revelação divina (Rm
3.1,2). A
leitura descuidada da epístola pode dar a impressão que Paulo desmerece o
privilégio do povo judeu de receber a revelação de Deus. Entetanto, esse não é
o caso. Ele tem como precioso o privilégio judaico, mas reprova a atitude de
não saberem valorizar esta prerrogativa. O recebimento direto da revelação
divina, a Palavra escrita, bem como a representação da circuncisão é
considerado como um favorecimento honroso. Na realidade, Deus escolheu o povo
de Israel para abençoar toda a humanidade. Eles foram colocados como
intermediários das bênçãos de Deus, para que a promessa de Abraão de que por
meio dele seriam benditas todas as nações da terra (Gn 12.3), alcançasse não
somente os seus descendentes. Como têm se comportado os membros de nossa igreja
ao se verem como receptores das bênçãos de Deus? Existe alguma relação com a
atitude dos judeus? [Comentário:
A afirmação paulina de que para Deus não há acepção de pessoas (2.11) não
significa que não há qualquer “vantagem” em ser alguém um judeu, mas somente
que a desobediência anula essa vantagem. Isso não é diferente para a Igreja.
Paulo examina então o desempenho moral do seu próprio povo, e demonstra que, apesar
de serem mais altos os seus padrões, seu nível de moral do ponto de vista de
Deus não é melhor. Chega assim à conclusão: “Porque não há distinção, pois todos
carecem da glória de Deus”. Paulo, no entanto, não demonstra meramente a insuficiência
da moralidade do povo judeu – dos legalistas e moralistas dos seus próprios
dias; assevera que são alvo da condenação divina por terem desprezado seus altos
privilégios, abusando deles. Nessa advertência, a Palavra de Deus fala a todos os
membros meramente arrolados de nossas igrejas, atualmente, ensinando-nos aquele
grande princípio definido por Cristo: “Aquele a quem muito foi dado, muito lhe será
exigido” (Lc 12.48).]
Pense!
Algumas pessoas tentam manter as aparências, valoriza a exterioridade e
o ritualismo. Deus valoriza o que está no mais íntimo dos corações.
Ponto Importante
A tradição é importante, mas não pode sobrepor ao poder da Palavra.
CONCLUSÃO
Nesta
lição aprendemos que os judeus que se achavam perfeitos e privilegiados por
serem os receptores da revelação de Deus e portadores da Lei, diante de Deus
estavam na mesma condição que os gentios que não reconheciam ao Senhor como
deveriam. Portanto, ambos os grupos acabaram injustificados. Para alcançar a
justificação os judeus precisavam abandonar a vida de hipocrisia, baseada em
ritualismo e sinais externos, bem como os gentios precisavam se converter. [Comentário: Embora Paulo
esteja dirigindo-se aos judeus da sinagoga do primeiro século, é evidente que tudo
quanto lhes diz acerca da sua conduta moral e da sua vida espiritual é aplicado
diretamente ao membro nominal existente em nossas igrejas hoje. O judeu da
sinagoga do primeiro século era elemento privilegiado no mundo pagão. Tinha o
conhecimento de Deus, não sabendo, porém, viver à altura desse conhecimento, decaiu
no conceito divino, sendo por isso condenado.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio
da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2016
ESTANTE DO PROFESSOR
RENOVATO,
Elinaldo. Deus e a Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008.
HORA DA REVISÃO
1. Segundo a lição, por que o apóstolo Paulo afirma que os judeus estavam
na mesma condição de julgamento do que os gentios?
O
apóstolo afirma que da mesma forma que os gentios provocaram a ira de Deus pela
sua conduta pecaminosa, os judeus também estavam sob o julgamento da ira de
Deus pelo legalismo.
2. Como se daria o julgamento dos gentios que não conheciam a Lei?
Os
gentios seriam julgados não pelo conhecimento da Lei, mas pela prática da Lei,
sem mesmo a conhecer.
3. Qual era a evidência de que os judeu-cristãos também eram cegos, assim
como julgavam os gentios?
A
evidência era o comportamento hipócrita dos judeu-cristãos, que ensinavam a
Lei, mas não praticavam e não conseguiam ser exemplo.
4. O que é a circuncisão e o que representa para os judeus?
A
circuncisão é uma operação cirúrgica que remove o prepúcio, uma pele do órgão
sexual masculino, um sinal externo que representa a fidelidade do judeu com sua
fé e sua nação.
5. Qual o exemplo dado na lição para explicar que, às vezes, Deus
transforma a maldade humana em bênção para o ser humano?
O
exemplo dado é o relato de José. Quando ele, após ser vendido como escravo para
os egípcios pelos próprios irmãos, Deus o acompanha e o transforma no segundo
homem do Egito. No reencontro deste com seus irmãos, após a morte de seu pai,
ele os tranquiliza, dizendo que o mal que intentaram contra ele, Deus havia
transformado em bem (Gn 50.15-21).
SUBSÍDIO
“Por que
haveria Deus de se preocupar com o homem perdido, incrédulo, ingrato e
desobediente? Por que haveria de prover a expiação do pecado desse homem, que
lhe deu as costas, preferindo ouvir a voz da antiga serpente, quando todos os
meios para sua felicidade estavam à sua disposição? Somente pela Bíblia, a
Palavra de Deus revelada e inspirada, é que podemos obter algumas respostas
consistentes. A expiação foi necessária por dois grandes motivos: a santidade
de Deus e a pecaminosidade do homem. O pecado do homem, face à santidade
divina, provocava a ira de Deus. Alguns conceitos precisam ser identificados
para entender-se melhor o significado da expiação. Diz a Bíblia: ‘Tu és tão
puro de olhos, que não podes ver o mal e a vexação não podes contemplar; por que,
pois, olhas para os que procedem aleivosamente e te calas quando o ímpio devora
aquele que é mais justo do que ele?’ (Hc 1.13). O pecado causou tremenda
perturbação à relação do homem com Deus, afrontando sua santidade, de tal modo
que a ira de Deus exige sua condenação. A Bíblia diz que ‘sem derramamento de
sangue não há remissão’ (Hb 9.22), ou o homem seria morto, derramando seu
próprio sangue, ou alguém teria de morrer em seu lugar. No Antigo Testamento,
os animais inocentes foram sacrificados aos milhões em lugar do homem pecador.
Mas o sangue dos animais apenas ‘cobriam’ (expiavam de forma imperfeita) o
pecado do homem” (RENOVATO, Elinaldo. Deus e a Bíblia. 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2008, p.56).