1º Trimestre de 2015
Lição 5
1º de fevereiro de 2015
LIÇÃO
5: "Não Tomarás o Nome do Senhor em Vão"
TEXTO ÁUREO
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"Nem jurareis falso pelo meu
nome, pois profanaríeis o nome do vosso Deus. Eu sou o SENHOR." (Lv
19.12)
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VERDADE PRÁTICA
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O terceiro mandamento proíbe o
juramento indiscriminado e leviano, pois o voto é um tipo de compromisso que
deve ser reservado para uma solenidade excepcional e incomum.
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LEITURA DIÁRIA
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
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Êxodo 20.7; Mateus
5.33-37; 23.16-19
Êxodo 20
7 Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá
por inocente o que tomar o seu nome em vão.
Mateus 5
33 Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas
cumprirás os teus juramentos ao Senhor.
34 Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu,
porque é o trono de Deus;
35 Nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém,
porque é a cidade do grande Rei;
36 Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco
ou preto.
37 Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa
disto é de procedência maligna.
Mateus 23
16 Ai de vós, condutores cegos! pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo
templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é devedor.
17 Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro, ou o templo, que
santifica o ouro?
18 E aquele que jurar pelo altar isso nada é; mas aquele que jurar pela
oferta que está sobre o altar, esse é devedor.
19 Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a oferta, ou o altar, que
santifica a oferta?
OBJETIVO GERAL
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Interpretar corretamente o mandamento
"Não tomarás o nome do Senhor em vão".
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
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Após esta aula, o aluno deverá estar apto a: Abaixo, os objetivos específicos
referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo
I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
- I.
Mostrar como eram usados
os nomes no Antigo Testamento.
- II. Apontar o problema da pronúncia
do nome de Deus.
- III. Elencar as modalidades dos
juramentos no Antigo Testamento.
- IV.
Apresentar a perspectiva de Jesus sobre o juramento
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COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A dificuldade humana para dizer a verdade e cumprir com os seus
compromissos na antiguidade eram motivos de juramentos triviais em coisas
efêmeras da vida. Deus é santo e exige santidade de seu povo. Assim, o
relacionamento de todas as pessoas deve ser honesto e cada um deve falar a
verdade. A lei estabelece limites, pois Deus está presente nos relacionamentos
pessoais de seu povo. [Comentário: Quem de nós jamais falou expressões tais como:
"Meu Deus do Céu", "Deus é brasileiro", "Ai meu Deus"
ou "Por Deus", "Se Deus quiser", "Que Deus te ajude "?
E o terceiro mandamento? Será que ele se aplica a esses ditados populares? Ao
longo do Pentateuco encontramos informações sobre cada um dos dez mandamentos,
e quanto ao terceiro mandamento não é diferente. O contexto bíblico fala sobre
o uso de modo trivial do nome divino, proibindo o perjúrio e toda a forma de
profanação e blasfêmia do nome de YHWH. Como escreve Russell Norman Champlin: “Acima de todos os outros povos, os hebreus
respeitavam e temiam a Deus. Por essa razão, não usavam o nome de Deus frivolamente.
Eles pronunciavam os nomes de Deus com alterações que lhes permitiam não terem
de verbalizar os sons exatos desses nomes. Os escribas registravam os nomes de Deus
lavando frequentemente as mãos. Um dos mandamentos mosaicos, o terceiro,
proibia o uso frívolo do nome divino (Êx 20.7). Sabemos que as culturas antigas
acreditavam no poder espiritual dos nomes. Saber qual o nome de uma divindade,
ou de um demônio, supostamente dava à pessoa certo poder sobre essa divindade
ou demônio, em momentos de necessidade. No caso dos demônios, o conhecimento
dos nomes deles poderia ser um meio de expeli-los. Esses fatos demonstram o
respeito que algumas pessoas tinham pelos nomes, e talvez esse fosse um dos
motivos pelo extremo respeito que os judeus tinham pelo nome divino. No
judaísmo posterior, encontramos o uso espiritual de nomes; mas não temos
evidências a esse respeito quanto à primitiva cultura judaica, embora isso deva
ter existido em algum grau e de alguma maneira”. CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos.
pag. 4131.] Convido você para mergulharmos mais fundo nas
Escrituras!
I. O NOME DIVINO
1. O nome. Nos tempos do
Antigo Testamento, o nome era empregado não simplesmente para distinguir uma
pessoa das outras, mas também para mostrar o caráter e a índole do indivíduo.
Houve caso de mudança de nomes em consequência de uma experiência com Deus como
Abraão (Gn 17.5), Sara (Gn 17.15) e Jacó (Gn 32.28). O nome de Deus representa
o próprio Deus, é inerente à sua natureza e revela suas obras e atributos. Não
é um apelativo, nem simplesmente uma identificação pessoal ou uma distinção dos
deuses das nações pagãs. A Bíblia revela vários nomes divinos que podemos
classificar em dois grupos: genéricos e específicos. [Comentário: A Enciclopédia da Bíblia (Cultura Cristã) comenta o seguinte: “É
característico do sistema hebraico-cristão o uso dos nomes para a deidade como
instrumentos para a revelação divina. Os vários nomes, simples e compostos,
empregados tanto no AT quanto no NT, não são meras construções ou designações
humanas. Antes, são instrumentos reveladores, aparecendo como pontos centrais
na carreira do povo israelita, e refletindo a auto-revelação de Deus. A
simpatia de Israel por nomes refletia a atitude geral para com a nomenclatura
que era comum aos povos antigos. Com eles o nome de uma pessoa não era apenas
uma designação de uma relação familiar — não uma simples posse — mas algo
distintivamente pessoal. Embora não haja nenhuma evidência de que no uso
israelita dos nomes estes eram considerados (como em algumas culturas) por
conter poderes espirituais, todavia os nomes eram vistos com muito respeito.
Isto era verdadeiro acerca dos nomes pessoais; e a mesma seriedade é aparente
no emprego das designações para a divindade entre os povos do AT. Na cultura
semita, os nomes eram frequentemente usados para designar uma característica da
pessoa nomeada. O sentimento parece ter sido o de nominar sua personalidade. Um
exemplo deste tipo de uso é encontrado no caso do nome de Jacó, que significa
“suplantador”, cujo sujeito era de fato uma pessoa astuta e egocêntrica. MERRILL
C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag.123.]
2. Nomes genéricos. São três os nomes
genéricos que o Antigo Testamento aplica além do "Deus de Israel". Na
sua tradução do hebraico para a nossa língua só aparecem dois nomes,
"Deus" e "Altíssimo". O nome "Deus" em nossas
bíblias é tradução do hebraico El (Nm 23.8) ou Eloah (Dt 32.15), ou seu plural,
Elohim (Gn 1.1). O outro nome genérico é Elyon, "Altíssimo" (Dt
32.8), às vezes acompanhado de "El", como em El-Elyon, "Deus
Altíssimo" (Gn 14.19,20). [Comentário: O Comentarista da lição, Pr Esequias Soares,
escreve no livro que serve de apoio à revista deste trimestre: “O nome ELOHIM apresenta os primeiros
vislumbres da Trindade. A declaração de Gênesis 1.1; traz o verbo no singular,
"criou", e o sujeito no plural ELOHIM, "Deus", o que revela
a unidade de Deus na Trindade. Construção similar aparece em várias partes do
Antigo Testamento: "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme
a nossa semelhança" (Gn 1.26); "Então disse o SENHOR Deus: Eis que o
homem é como um de nós" (Gn 3.22); "Eia, desçamos e confundamos ali a
sua língua" (Gn 11.7). A Trindade é vista em ELOHIM à luz do contexto
bíblico. O Novo Testamento explicitou o que antes estava implícito no Antigo
Testamento. Quando ELOHIM refere-se às divindades falsas traz no plural o
verbo, o pronome ou o adjetivo, representando a multiplicidade. Quando, porém,
aplicado ao Deus de Israel, o verbo e o seus complementos vêm geralmente no
singular. Os rabinos reconheceram a pluralidade neste nome, mas, como o
judaísmo é uma religião que defende o monoteísmo absoluto, e não admite Jesus Cristo
como o Messias de Israel, fica difícil para eles entenderem essa pluralidade.
Para explicá-la, argumentam ser um plural de majestade, mas isso é uma
determinação rabínica posterior. A definição de plural de majestade ou de
excelência, como disse, foi dada pelo rabinato posterior. Disse Shlomo ibn
Yitschaki, conhecido pela sigla RASHI, grande rabino e erudito judeu (nascido
em 1040): "O plural de majestade não significa haver mais de uma pessoa na
divindade". Essa declaração serviu para o judaísmo prosseguir sua marcha
mantendo o monoteísmo absoluto sem Jesus e sem o Espírito Santo. No relato da
criação e em muitas outras passagens do Antigo Testamento, ELOHIM é nome
próprio usado como forma alternativa de Javé. Segundo Umberto Cassuto, esse
nome é usado para se referir à ideia obscura e mais abstrata da deidade, de um Deus
universal e Criador do mundo, indicando a transcendência da natureza de Deus;
ao passo que Javé aparece quando as características estão claras e concretas e
sugere um Deus pessoal que se relaciona diretamente com o povo. No capítulo um
de Gênesis, Deus aparece como o Criador do universo físico e como o Senhor do
mundo, exercendo domínio sobre todas as coisas. Tudo quanto existe veio à
existência por causa exclusiva de Seu fiat (poder criador), sem qualquer
contato direto entre Ele e a natureza. Portanto, aplicando-se aquelas regras,
aqui cabe o uso do nome ELOHIM (CASSUTO, 1961, p. 32). ELOHIM é um dos nomes
próprios de Deus, mas aparece como apelativo no Antigo Testamento quando se
refere a divindades falsas, por exemplo os deuses do Egito (Êx 12.2) e de
outras nações (Dt 13.7,8; Jz 6.10). A palavra é usada com relação às imagens
dos cultos pagãos (Êx 20.23). As Escrituras fazem uso irregular de ELOHIM em
referência a seres sobrenaturais (1 Sm 28.13) e juízes (SI 82.6). Aparece
também, cerca de 20 vezes, com relação às divindades pagãs individuais”. Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores
Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 51-53.]
3. Nomes
específicos. São três os nomes específicos que o Antigo Testamento aplica somente
para o Deus verdadeiro: Shadday, Adonay e YHWH. El-Shadday, "Deus
Todo-poderoso", é o nome que Deus usou ao revelar-se a Abraão (Gn 17.1; Êx
6.3). Adonay, "Senhor", é um nome próprio e não um pronome de tratamento
(Is 6.1). O outro nome é o tetragrama (as quatro consoantes do nome divino,
YHWH, Yahweh, Javé ou Jeová). A versão Almeida Corrigida, nas edições de 1995 e
2009, emprega "SENHOR", com todas as letras maiúsculas, onde consta o
tetragrama no Antigo Testamento hebraico para distinguir de Adonay (Jz 6.22). [Comentário: o Dicionário Bíblico Wycliffe (CPAD), sobre a aplicação dos nomes
próprios, traz o seguinte: “EL ELYON, EL
SHADDAI, YAHWEH. A reviravolta notável na teologia bíblica é a de que o Deus vivo
é progressivamente conhecido por meio dos acontecimentos históricos reais, nos
quais Ele revela tanto a si mesmo quanto os seus objetivos. Com isso, os termos
genéricos para divindade ganham um conteúdo mais específico, tornam-se nomes
próprios e, sucessivamente, abrem caminho para designações posteriores que
refletem mais plenamente a natureza de Deus, que é progressivamente revelada. A
palavra El, termo mais comum para divindade, nas línguas semitas (mas que não é
a palavra usual no Antigo Testamento), vem frequentemente associada a um
substantivo ou a um adjetivo (cf. 'el 'elyon, "Deus Altíssimo", ou
'el shaddai, "Deus Todo-Poderoso"). Como consequência, tornou-se um
nome próprio de Deus. El Shaddai tornou-se o nome patriarcal característico
para Divindade, como consequência do concerto divino com Abraão. Enquanto
Elohim representa Deus especialmente na função do Criador, Formador e
Preservador do homem e do mundo, El Shaddai se concentra nos limites divinos
dos processos naturais para os propósitos da sua graça. O nascimento de Isaque,
o filho prometido, na ausência de qualquer possibilidade natural, mostra Deus como
materializando de forma onipotente o seu objetivo de graça em uma criação
finita e pecadora, decaída. Na LXX e no Novo Testamento, El Shaddai é traduzido
como pantokrator, "O Todo-Poderoso", "O Onipotente" (cf. 2
Co 6.18; Ap 1.8; 4.8). Com a evolução da história religiosa hebraica, os
primeiros nomes de Deus passaram para um plano secundário em vista da
auto-revelação de Deus que ocorria. Mesmo assim, o nome El Shaddai não
substitui completamente Elohim, uma vez que os hebreus conservam todas as
designações de Divindade, algumas vezes intercambiando-as, conforme as
circunstâncias possam sugerir um ou outro. O uso literário de nomes divinos,
portanto, não fornece uma indicação inequívoca do desenvolvimento literário e
da autoria dos escritos sagrados. O nome por excelência para o Deus de Israel é
Jeová (YAHWEH), encontrado 6.823 vezes no Antigo Testamento. Por meio da
libertação de Israel da escravidão no Egito, de sua adoção como uma nação, e de
sua condução até a Terra Prometida, o DEUS Redentor é especialmente conhecido
por esse nome. O DEUS auto-revelado se revela de maneira redentora de uma forma
especial (EU SOU O QUE SOU, Êx 3.14). Veja Eu Sou. O Deus vivo, que havia
anteriormente se manifestado aos patriarcas como El Shaddai (Êx 6.2ss.), não
era totalmente desconhecido deles como Jeová, sendo esse nome encontrado
frequentemente em Genesis e pronunciado pelo próprio Senhor Deus, e mesmo na
bênção de Jacó (que nenhum redator teria alterado!). A partir de Abraão, o nome
de Jeová aparece periodicamente nos registros sagrados. Mas com o resgate de
Israel e com o estabelecimento da teocracia, Jeová torna-se o nome
inconfundível no Antigo Testamento para o Deus vivo, que não apenas adapta a
natureza pecadora à graça, mas também molda um novo tipo de graça em meio a
este curso natural das coisas. Consequentemente, o nome Jeová (uma reconstrução
artificial em português para a palavra hebraica YHWH, originalmente pronunciada
Yahweh ou Yahveh) enfatiza, em particular, a atividade redentora de Deus.
Devido às superstições, os hebreus chegaram a evitar pronunciar a palavra de
quatro letras YHWH, substituindo-a por Adonai. Nos séculos mais recentes, Jeová
tem servido como o equivalente a Yahweh na literatura, nos hinos e nas
traduções da Bíblia em português. A Bíblia de Jerusalém adotou o nome Yahweh.
Sobrepondo uma estrutura de desenvolvimento naturalista sobre a Bíblia, a
crítica elevada diz que os múltiplos nomes de Deus, particularmente Elohim e
Yahweh, refletem fontes literárias divergentes. Esta suposição foi, durante
muito tempo, um alicerce da hipótese JEDP, agora desacreditada, que reduz o
Pentateuco (q.v) a fontes originais conflitantes. A tentativa de explicar o
nome composto Yahweh-Elohim por meio da combinação de documentos provou ser
insustentável, e a hipótese JEDP é cada vez mais reconhecida como um grupo de fontes
artificialmente projetadas (em um contexto preciso, sobre o qual os próprios
críticos não entraram em acordo)”. PFEIFFER .Charles F. Dicionário
Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 540-541]
PONTO CENTRAL
O cristão não deve jurar nem pelo céu, nem pela terra. A sua linguagem
deve ser sim,sim ou não, não; e o que passa disso vem do Maligno.
SÍNTESE DO TÓPICO I
No Antigo Testamento, o nome de uma
pessoa tinha a função de mostrar o caráter ou a índole de um indivíduo.
CONHEÇA MAIS
*Sinais Diacríticos
A palavra "diacrítico" vem
do grego diakretikos, que significa "distinção ou o que distingue".
Na língua portuguesa, os sinais diacríticos são os acentos gráficos usados para
distinguir as pronúncias das vogais: o acento agudo, o circunflexo, o til, a
cedilha, etc. Enquanto que na língua portuguesa esses sinais distinguem-se das
letras ou das vogais, no hebraico eles são as próprias vogais unidas às
consoantes
II. O NOME QUE SE TORNOU INEFÁVEL
1. A pronúncia do
nome divino. O tetragrama é inefável no judaísmo desde o período interbíblico e
permanece impronunciável pelos judeus ainda hoje. Isso para evitar a
vulgarização do nome e assim não violar o terceiro mandamento. A escrita
hebraica é consonantal; as vogais são sinais diacríticos* que os judeus criaram
somente a partir do ano 500 d.C. Assim, a pronúncia exata das consoantes YHWH
se perdeu no tempo. Os judeus religiosos pronunciam por reverência Adonay cada
vez que encontram o tetragrama no texto sagrado na leitura da sinagoga. [Comentário: Como escreve Russell Norman Champlin, O tetragrama sagrado YHWH
(Yahweh) não deveria ser pronunciado. Com o passar dos anos, perdeu-se a
pronúncia correta do tetragrama. Estudiosos adicionaram as vogais de Adonai
(meu Senhor) combinando-as com as consoantes YHWH, e o resultado foi a forma
Jeová. Não se trata, realmente, de um nome de Deus, mas de uma corruptela do
nome, a fim de que pudesse ser proferido, sem nenhum temor pelos judeus. Mas
nunca aparece, com essa forma, no original hebraico da Bíblia. Tal forma só
começou a aparecer no século XII D.C. Antes disso, —cada vez que aparecia YHWH,
os judeus pronunciavam «Adonai». Parafraseando CHAMPLIN, Russell Norman,
Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.
4131. Sobre isto, ainda, transcrevo o que diz a Enciclopédia
Histórico-Teológica Da Igreja Cristã. Vol 1. (Editora Vida Nova): “Os esforços para se determinar o significado
do tetragrama (YHWH) mediante a investigação histórica têm sido dificultados
pela escassez de dados relacionados com as várias formas do nome ya nas fontes
históricas fora do AT. Por esta razão, a investigação geralmente tem seguido
linhas filosóficas. G. R. Driver sugeriu que a forma ya era originalmente um
grito de exclamação "emitido em momentos de empolgação ou êxtase, um
precedente de ya(h)wá(h), ya(h)wá(h)y ou coisa semelhante". Sugeriu, ainda
mais, que o nome Javé surgiu da consonância de uma extensão deya com o
"tempo imperfeito de um verbo defectivo". Deste modo, ele viu a
origem do nome numa etimologia popular e asseverou que a sua forma original foi
esquecida (ZAW46.24). Mowinckel propôs a teoria de que o tetragrama deve ser
entendido como palavra composta do elemento de exclamação e o pronome da
terceira pessoa, hü’, com o significado de "Ó Ele!" Outra abordagem
do problema é ver no tetragrama uma forma de paronomásia. Este conceito leva em
conta a representação geral do nome ya nas culturas extrabíblicas do segundo
milênio a. C. O nome Javé é entendido, portanto, como uma forma quadrilateral,
e o relacionamento entre o nome hãyâ ("ser"), em Ex 3.14-15, não deve
ser de etimologia mas, sim, de paronomásia. O ponto de vista mais comum é de
que 0 nome é uma forma de um verbo trilateral, hwy. É geralmente considerado um
imperfeito da raiz Qal, na terceira pessoa, ou um verbo também na terceira
pessoa do imperfeito de uma raiz causativa. Outra sugestão é de que se trata de
um particípio causativo com um y pré-formante que deve ser traduzido
"Sustentador, Mantenedor, Estabelecedor". Com relação ao ponto de
vista de que o tetragrama é urna forma alongada de um grito de exclamação, pode
ser indicado que os nomes próprios semíticos tendem a abreviar-se; normalmente
não são prolongados. A teoria de que o nome é paronomástico é atraente, mas
quando se apela às ocorrências das formas de ya ou yw ñas culturas antigas,
surgem vários problemas. E difícil explicar como a forma original poderia se
ter prolongado até chegar à estrutura familiar quadrilateral. A sugestão de
Mowinckel é atraente, porém especulativa. Além disso, é difícil compreender
como o nome Javé poderia ter conotações de unicidade tão forte no AT se é urna forma
de um nome divino representada em várias culturas no segundo milênio a. C. A
derivação do tetragrama de uma raiz verbal também está comprometida com certas
dificuldades. A raiz hwy, sobre a qual o tetragrama seria baseado segundo este
ponto de vista, não é atestada nas línguas semíticas ocidentais antes dos
tempos de Moisés. e a forma do nome não está de acordo com as regras que regem
a formação de ver- bos lamed he’, conforme nós os conhecemos. Fica evidente que
o problema é difícil. É melhor concluir que o uso da etimologia para determinar
o conteúdo teológico do nome Javé é tênue. Para se compreender o significado
teológico do nome divino, é necessário que se determine o contexto teológico de
que o nome era revestido na religião hebraica. Jah, Yah. Esta forma mais curta
de Javé ocorre duas vezes em Êxodo (15.2 e 17.15). A primeira destas passagens
é refletida em Is 12.2 e SI 118.14. Ocorre também numerosas vezes na fórmula
haPIõyâ ("louvai a yah"). Seu emprego nas passagens poéticas antigas
e mais recentes e sua função de fórmula nos Salmos Halel sugerem que esta forma
de Javé é um dispositivo do estilo poético. A forma composta de yah com Javé,
em Is 12.2 [yah YHWH), indica uma função separada para a forma yah e, ao mesmo
tempo, sua identificação com Javé”. Walter A. Elwell. Enciclopédia
Histórico-Teológica Da Igreja Cristã. Vol 1. Editora Vida Nova. pag. 445-446.]
2. Jeová ou Javé? Na Idade Média,
especificamente no século XIV, foram inseridas no tetragrama as vogais de
Adonay (o "y" é semiconsoante no alfabeto hebraico). O resultado é a
pronúncia "YeHoWaH". Isso para lembrar, na leitura, que esse nome é
inefável e, dessa forma, pronunciar "Adonai". Esse enxerto no tetragrama
resultou na forma "Jeová", que não aparece no Antigo Testamento
hebraico. Estudos acadêmicos confirmam o que a maioria dos expositores do
Antigo Testamento vinham ensinando, que a pronúncia antiga do nome é Yahweh, e
na forma aportuguesada é Iavé ou Javé. [Comentário: Yahweh era o nome pessoal do Deus de Israel.
Que a forma Yahweh é a forma correta, pode-se provar mediante transcrições para
o grego. Quando, pela primeira vez, foram inseridos sinais representando
fonemas vogais, na Bíblia hebraica, já no século VII D.C., as letras vogais da
palavra hebraica ADONAY, «Senhor», foram escritas intercaladas com as
consoantes YHWH, produzindo assim o nome artificial Jeová. Esse não era,
realmente, um nome divino; mas muitos, temendo pronunciar Yahweh, como
apelativo por demais sagrado, passaram a usar Jeová como um substituto
aceitável. Portanto, Jeová é um híbrido sem base bíblica nenhuma, que começou a
ser usado de modo geral, como um dos nomes de Deus, no século XIV D.C. Isso
ocorreu porque os eruditos cristãos da época não reconheceram a natureza
híbrida da forma Jeová. Esse nome hebraico de Deus também aparece com as formas
abreviadas de Yah (Êxo. 15:2, etc; em português, «Já») e Yahu ou Yeho. Estas
duas últimas formas aparecem em inscrições hebraicas e assírias, e também nos
papiros escritos em aramaico. Mas o nome abreviado original parece ter sido
Yaw, que tem sido identificado com um dos nomes divinos pagãos encontrados nos
documentos de Eras Shamra (vide), provenientes do norte da Fenícia, do século
XV A.C. Alguns especialistas supõem que o nome Yahweh não foi cunhado por
Moisés, e nem por qualquer dos demais autores bíblicos; antes, seria um nome
pré-mosaico, como um antigo nome de Deus que Moisés usou, tal como a moderna
palavra portuguesa «Deus» é apenas o aportuguesamento do termo latino Deus, que
como é óbvio, antecede ao uso português por muitos e muitos séculos. Os trechos
de Êx 3:13-15 e 6:4 parecem indicar que esse nome começou a ser usado no Antigo
Testamento como se tivesse havido uma revelação especial do nome. Gn 4:26, por
sua vez, parece dar a entender uma origem não hebreia, ou seja, quando esse
nome começou a ser usado pelos hebreus, teria sido tomado por empréstimo de
alguma fonte extrabíblica. Seja como for, a raiz do nome, sem dúvida, é
antiquíssima, sendo provável que aparecesse entre os nomes de divindades
mesopotâmicas. Alguns supõem que Moisés chegou a adorar Yahweh, mediante seu
casamento com a filha de um queneu, em Midiã (Êx 3:1 ss; 18:12-24). A isso se
chama de teoria quenita, o que, como é óbvio, é uma teoria rejeitada por muitos
intérpretes conservadores, pois não querem aceitar a ideia de que os nomes de Deus,
na Bíblia, possam ter tido origem pagã. Seja como for, a forma mais longa,
YHWH, é confirmada desde o século IX A.C., como na pedra Moabita. De acordo com
uma etimologia popular, essa palavra estaria ligada ao verbo hebraico ser (ver
Êx 3:14), pelo que se referiria ao ser eterno de Deus, que é a fonte originária
de todos os seres, não dependendo de qualquer outro ser para a sua vida e
continuação em existência. Em termos teológicos isso aponta para a vida
independente e necessária. Deus não deriva de outrem a sua forma de vida, e a
sua forma de vida não pode deixar de existir. Todas as demais formas de vida
dependem de sua vida, e todas as outras formas de vida, se excluirmos o fator
da graça divina, são vidas não-necessárias. Em outras palavras, as demais vidas
podem deixar de existir. A verdadeira imortalidade, para a alma humana, ocorre
mediante a transformação segundo a imagem do Filho, que compartilha da forma de
vida do Pai, que é independente e necessária, conforme já dissemos. Um grande
mistério! Ver Rm 8:29; Cl 2:10; II Co 3:18 e o artigo intitulado Transformação
Segundo a Imagem de Cristo. O General Abraham Ramiro Bentes, historiador
brasileiro, de origem judaica, de cultura judaica bem reconhecida, autor de
vários livros, diz o seguinte acerca do nome Yahweh: «...tendo o tempo
inacabado, no semítico, o valor do futuro e do presente, assim traduzimos (o
mesmo): «Eu Serei Sempre Quem Era». Os velhos comentários tinham uma
compreensão neste sentido». (Das Ruínas de Jerusalém à Verdejante Amazônia,
Edições Bloch, pág. 3). De conformidade com esse abalizado parecer, o nome
Yahweh, pois, apontaria para a eternidade e a imutabilidade da pessoa de Deus. Objeções
dos Eruditos Conservadores. Alguns eruditos, relutando em admitir qualquer
origem pagã para os nomes divinos na Bíblia, supõem que o trecho de Êx 6:3, que
diz: «...mas pelo meu nome, O Senhor (no hebraico, Yahweh), não lhes fui
conhecido», não subentende que os hebreus não conhecessem e nem usassem esse
nome, até que foi adotado para ser usado, nos dias de Moisés e, sim, que os
judeus, então, começaram a ter um conhecimento experimental desse nome, em suas
vidas espirituais. Esse conhecimento experimental lhes foi dado mediante o
livramento da servidão ao Egito. Antes disso, como pastores na Palestina,
Abraão, Isaque e Jacó conheciam Deus com o nome de El Shaddai, «o Todo
Poderoso». Naturalmente, sabemos que El (com várias combinações) era um antigo
nome mesopotâmico para Deus, que certamente já era usado antes do tempo de
Abraão. Assim, no caso desse nome, também temos um uso pré-hebreu. Seja como
for, o argumento, na realidade, não faz sentido. O que importa é a nossa
experiência com o Ser Divino, e não as palavras e suas origens, que usamos como
nomes de Deus. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 4521.]
3. O significado. Esse nome vem do
verbo hebraico hayah, "ser, estar". O significado desse verbo em
Êxodo 3.14, "EU SOU O QUE SOU", indica que Deus é imutável e existe
por si mesmo; é autoexistente, autossuficiente e que causa todas as coisas.
Deus se revela pelo seu nome. O terceiro mandamento é um resumo e ao mesmo
tempo uma recapitulação daquilo que Deus havia dito antes a Moisés (Êx 3.14;
6.3). [Comentário: Matthew Henry comentando o texto de Ex 3.14
diz: “Um nome que denota o que Ele é em
si mesmo (v. 14): Eu sou o que sou. Isto explica o seu nome Jeová, e significa:
(1) Que Deus é autoexistente; Ele tem a sua existência em si mesmo, e não
depende de ninguém. O maior e melhor homem do mundo deve dizer: “Pela graça de Deus,
sou o que sou”. Mas Deus diz de uma forma absoluta - pois Ele é mais do que
qualquer criatura, homem ou anjo, e só Ele pode dizer - “Eu sou o que sou”.
Sendo autoexistente, só Ele pode ser autossuficiente, e, portanto,
todo-suficiente, a fonte inesgotável de vida e alegria. (2) Que Deus é eterno e
imutável, e sempre o mesmo, ontem, hoje, e eternamente; Ele pode ser aquilo que
quiser ser. Ele é, Ele era, e Ele há de vir. Veja Apocalipse 1.8. (3) Que não
podemos, investigando, descobri-lo. Este é um nome que censura todas as
indagações ousadas e curiosas a respeito de Deus, e na verdade diz: Não
pergunte o meu nome, visto que é segredo, Juízes 13.18; Provérbios 30.4.
Perguntamos o que Deus é? E suficiente para nós sabermos que Ele é o que é, o
que Ele sempre foi, e sempre será. Quão pouco é o que temos ouvido dele! Jó
26.14. (4) Que Ele é fiel e verdadeiro em todas as suas promessas, imutável em
sua palavra assim como em sua natureza, e não um homem que mente. Que Israel
saiba disso: EU SOU me enviou a vós”. HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 235.]
SÍNTESE DO TÓPICO II
A pronúncia do tetragrama, YHWH, o
que seria o nome exato de Deus, perdeu-se no tempo.
III. TOMAR O NOME DE DEUS EM VÃO
1. O terceiro
mandamento (Êx 20.7; Dt 5.11). O termo hebraico lashaw, "em
vão, inutilmente, à toa", indica algo sem valor, irreal no aspecto
material e moral. A Septuaginta emprega a expressão grega epimataio,
"impensadamente". O substantivo shaw (pronuncia-se "chav")
significa "vaidade, vacuidade". Corresponde a usar o nome de Deus de
forma superficial, em conversas triviais, e faltar com a verdade em seu nome,
como ao pronunciar um juramento falso (Lv 19.12) ou fazer um voto e não o
cumprir (Ec 5.4). [Comentário: O Catecismo Menor de Martinho Lutero sobre
este mandamento diz: “Que significa isto?
Devemos temer e amar a Deus e, por isso, em seu nome não amaldiçoar, jurar,
praticar a magia, mentir ou enganar; mas devemos pedir a sua ajuda em todas as
necessidades, orar, louvar e agradecer”. O mesmo escreve Russell Norman Champlin
em obra já citada: “Abusos contra o nome de Deus. Vários desses abusos eram e
continuam sendo possíveis: 1. O trivial. Até mesmo crentes exclamam, descuidadamente:
“Ó meu Deus!” E até mesmo crentes piedosos falam de modo frívolo acerca do
Senhor, como se Ele fosse apenas um bichinho de estimação. Combato essa forma
ridícula de teísmo de acordo com a qual qualquer pensamento ou ato trivial é
lançado na conta do Senhor. Trata-se de uma forma de auto- exaltação. Pois se o
grande Deus está conosco em questões tão pequenas, então quão importantes nós
somos. Em contraste com isso, os israelitas piedosos nem ao menos pronunciavam
o nome divino Yahweh, mas corrompiam-no de alguma forma, para não se tornarem
culpados de estarem tomando o nome de Deus em vão. 2. Nas artes mágicas e nos
juramentos. Como nas conjurações e nos ritos pagãos. Ver Gn 32.27,29. O nome de
Yahweh não podia ser usado em tais atividades. 3. O nome de Yahweh não podia
ser misturado com os nomes de divindades pagãs, como se fizesse parte de algum
panteão gentílico. 4. A proibição do uso do nome divino incluía a ideia de
empregar o nome de Deus para invocar os mortos. O nome de Yahweh não podia ser misturado
à bruxaria. 5. O nome de Yahweh não podia ser usado nos juramentos falsos, como
se a veracidade de uma pessoa pudesse ser apoiada pelo grande DEUS (Lev.
19.12). 6. Embora 0 texto sagrado não o diga especificamente, temos aqui um
mandamento contra toda espécie de profanação por meio de palavras, incluindo ou
não os nomes divinos. O texto por certo subentende o uso devido da língua, em
questões tanto sagradas quanto seculares. “Maldições e juramentos devem-se ao
desejo de impressionar os outros. A maneira mais fácil de chocar outra pessoa e
chamar sua atenção é o uso de alguma coisa sagrada ou nome santo. Mas o efeito
desgasta-se quase imediatamente, e a blasfêmia passa a ser apenas um hábito
inconveniente, expressando impotência e fraqueza de caráter” (J. Coert
Rylaarsdam, in loc.). Ameaças. Nenhuma punição é imposta aqui aos faltosos, mas
fica entendido que o homem que usasse indevidamente o nome de Yahweh não
escaparia do devido castigo. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 391.]
2. Juramento e
perjúrio. O juramento é o ato de fazer uma afirmação ou promessa solene tomando
por testemunha algum objeto tido por sagrado; o perjúrio é o falso juramento.
As palavras do Senhor Jesus, "ouvistes que foi dito aos antigos" (Mt
5.33), não se referem ao Antigo Testamento, mas aos antigos ensinos dos
rabinos, às suas interpretações peculiares das passagens da lei que falam sobre
o tema (Êx 20.7; Lv 19.12; Dt 6.13). Isso fica claro, pois as palavras
seguintes, "Não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor",
não aparecem em nenhum lugar no Antigo Testamento. [Comentário: A manter uma consideração muito reverente ao santo nome de Deus (v.
12), e não conclamá-lo como testemunha, seja: 1. De uma mentira: “[Não]
jurareis falso pelo meu nome”. Já é ruim dizer uma mentira, porém jurar é muito
pior. Ou: 2. De uma brincadeira, e impertinências: “Pois profanaríeis o nome do
vosso Deus” - usando-o com qualquer outro propósito diferente daquele para o
qual deve ser religiosamente usado. HENRY. Matthew. Comentário Matthew
Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 410.]
3. Modalidades de
juramentos. As autoridades israelitas escalonavam o juramento em diversas
modalidades: pelo céu, pela terra, por Jerusalém (Mt 5.34-36), pelo Templo e
pelo ouro do Templo; pelo altar e pela oferta que está sobre o altar e assim
por diante (Mt 23.16-22). Segundo essa linha de pensamento, os juramentos se
classificavam em obrigatórios e não obrigatórios. Jurar pelo Templo não seria
válido; mas, se alguém jurasse pelo ouro do Templo, estava obrigado a
cumpri-lo. Tais crenças e práticas eram condenadas nas Escrituras Sagradas.
Tudo isso era uma forma de ocultar o pecado.. [Comentário: o Comentário Bíblico Beacon, sobre Juramentos (5.33-37): “A lei
mosaica dizia: Não perjurarás (33; Lv 19.12; Nm 30.2; Dt 23.21), isto é, “jurar
falsamente” - no Novo Testamento, este verbo só é encontrado aqui. Mas Jesus disse:
De maneira nenhuma jureis (34). Ele proibiu especificamente jurar pelo céu,
pela terra, por Jerusalém, ou pela nossa própria cabeça (34- 36). Os judeus
defendiam que jurar pelo nome de Deus vinculava aquele que fazia o juramento,
mas jurar pelo céu não trazia nenhum vínculo. Assim, os itens acima eram
substituídos como uma forma de subterfúgio, para não se dizer a verdade. Bengel
cita o ditado rabínico: “Como o céu e a terra passarão, assim também o
juramento passará, pois os conclamou como testemunhas”.36 Jesus defendeu que Deus
está sempre presente quando os homens falam; por esta razão, todos devem falar
honestamente. O mandamento de Cristo foi: Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim;
não, não (37) - ou, como Beck apresenta: “Simplesmente diga: ‘Sim, sim; não,
não’ ’’.Apropria prática de jurar é um triste reflexo do caráter humano. Jesus exige
honestidade o tempo todo, esteja um homem sob juramento ou não. Não há um
padrão duplo para o cristão. Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon.
Mateus. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 60-61.]
SÍNTESE DO TÓPICO III
O terceiro mandamento corresponde a
usar o nome de Deus de forma superficial, em conversas triviais, fúteis e
insignificantes
IV. O SENHOR JESUS PROIBIU O JURAMENTO?
1. Objetivo do
terceiro mandamento. A finalidade é pôr um freio na mentira, restringir os juramentos e
assim evitar a profanação do nome divino (Lv 19.12). O Senhor Jesus nos ensinou
na oração do Pai Nosso a santificar o nome divino (Mt 6.9). Ninguém deve usar o
nome de Deus nas conversas triviais do dia a dia, pois isso é misturar o
sagrado com o comum (Lv 10.10). O Senhor Jesus condenou duramente essas
perversões farisaicas, práticas que precisavam ser corrigidas ou mesmo
substituídas. Este mandamento foi restaurado sob a graça e adaptado a ela na
nova dispensação, manifesto na linguagem do cristão: "sim, sim; não,
não" ( Mt 5.37). [Comentário: O cristão não deve precisar fazer juramento
algum em sua vida diária, seu falar deve ser “sim, sim” e “não, não”, como
ensina Jesus. Somente a sinceridade total, sem um juramento de garantia,
assegura a verdadeira fraternidade. Jesus afirma: Vocês sequer devem jurar, ou
seja, vocês não devem fazer uso de todos esses juramentos de corroboração e
juramentos compromissivos e não compromissivos. Vocês se enganam se pensam que,
com essas artimanhas, podem escapar da maldição divina. Outra vez recorro a
Russell Norman Champlin, quando este escreve: “Sim, sim... não, não». A repetição da palavra é a confirmação ou não da
verdade. A garantia da honestidade do indivíduo deve ser a confiança na sua
simples palavra. Provavelmente Jesus insistiria que tal honestidade deve ser
inspirada pela consciência da presença de Deus e a relação do homem para com o
Senhor. O homem cônscio da presença de Deus e que sente responsabilidade para
com Deus, não mente. Tal honestidade não requer a confirmação de qualquer
juramento. E o juramento feito—pelo homem desonesto—não tem valor. A
desonestidade de nossa natureza se expressa não apenas na tendência em nos
desviarmos da verdade pura, mas também na esperança de que nossos semelhantes
façam a mesma coisa. A prática dos juramentos apenas agrava essa situação,
porque o próprio juramento é usado para enganar, confirmando de maneira séria
uma desonestidade. «Vém do maligno:». Alguns interpretam *do diabo», que é o
ser maligno (Eut., Zig., Cris., Teof., Beza, Zwinglio, Fritzche, Meyer e
outros). Ninguém negaria que, segundo as ideias básicas do N.T., todo mal tem
origem na pessoa do diabo, direta ou indiretamente; mas a referência aqui é à
perversidade dos homens que empregam o juramento com o fito de enganar e
cumprir propósitos desonestos, profanando o nome de Deus nesse processo.
Dificilmente tais homens usam de juramentos sem algum tipo de maldade. O
próprio juramento tende a provocar a maldade. Não jures. Aquele que jura,
mente. Aquele que mente, rouba. Que mais não faria o homem?” CHAMPLIN,
Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 1. pag. 316.]
2. A proibição
absoluta. Há os que entendem que a expressão "de maneira nenhuma" (Mt
5.34) é uma proibição de toda e qualquer forma de juramento. Entre os que
defendem essa interpretação estão os amish e os quakers, que nos Estados Unidos
se recusam a jurar nos tribunais de justiça. Eles acreditam que o Senhor Jesus
não fez declaração sob juramento diante do Sinédrio (Mt 26.63,64). De igual
modo, o apóstolo Paulo evitava fazer juramentos em afirmações solenes (Rm 9.1;
1 Co 1.23). [Comentário: O abuso que os judeus faziam dos juramentos,
levou Jesus a dizer, de modo nenhum jureis. É difícil achar uma brecha nesta
diretiva (veja também Tiago 5:12). Assim, o crente não deveria jurar para
autenticar suas declarações. Até mesmo o Estado deveria geralmente permitir uma
afirmação em lugar do juramento exigido. Pelo céu. Os judeus usavam a sua
engenhosidade para classificar os diversos juramentos, e geralmente perdoavam
aqueles que não mencionassem Deus especificamente. Jesus mostrou que tal
raciocínio enganosamente sutil era falso, pois Deus continua implicado quando
os homens invocam os céus, a terra, ou Jerusalém; e até quando se jura pela
própria cabeça está implicado Aquele que tem poder sobre a mesma. Seja, porém,
o vosso falar: Sim, sim. Uma solene afirmação ou negação é o suficiente para o
crente. O que passa disto. Acrescentando juramentos às nossas declarações, ou
admitimos que não se pode confiar em nossas palavras costumeiras, ou nos
rebaixamos ao nível de um mundo mentiroso, que vem do maligno.]
3. A proibição
relativa. Outros afirmam que a proibição de Jesus se restringe aos juramentos
triviais, e por essa razão o Senhor Jesus foi específico: "de maneira
nenhuma, jureis nem pelo céu, [...] nem pela terra, [...] nem por Jerusalém,
[...] nem jurarás pela tua cabeça (Mt 5.34-36). Outro argumento é que homens de
Deus no Antigo Testamento faziam juramentos em situação solene e o próprio Deus
jurou por si mesmo (Gn 24.3; 50.6,25; Hb 6.13,16). Consideram, ainda, como
juramento a resposta de Jesus e as declarações solenes de Paulo (Mt 26.63,64;
Rm 9.1; 1 Co 1.23). Essas últimas passagens bíblicas não parecem conclusivas em
si mesmas; entretanto, a proibição relativa nos parece mais coerente. Mesmo
assim, devemos evitar o juramento e substituir o termo por voto solene em
cerimônias de casamento. [Comentário: Segundo a tradição judaica, os juramentos sob
o nome de DEUS eram válidos, tinham força, mas os que excluíssem o nome de Deus
nada valiam. Jesus agora nos ensina que os dois preceitos são enganosos, visto
que necessariamente Deus se envolve em cada transação — o céu é o seu trono, a
terra é o estrado de seus pés, a cidade de Jerusalém é a cidade do grande Rei,
e nós não conseguimos controlar nem mesmo a cor de nossos cabelos. (Barclay,
vol. 1, pp. 159-60). Os que os seguidores de Jesus devem fazer é simplesmente
dizer sim ou não, e honrar a palavra empenhada. Schweizer escreve: “Quando a
palavra humana se deteriora de tal modo que sob certas circunstâncias sim pode
significar não, e não sim, a comunidade está destruída” (p. 128). Estar sob o
governo de Deus (isto é, em seu reino) é ser digno de confiança absoluta e
honesto de modo transparente. Afastar-se desse princípio é cair sob a
influência do maligno. Por toda a história da igreja tem havido crentes que
acham que é errado fazer juramentos, sejam eles de que natureza forem.
Entretanto, Jesus permitiu ao sumo-sacerdote que o colocasse sob juramento
(Mateus 26:62-64), e Paulo invocou a Deus, para que lhe servisse de testemunha
(2 Coríntios 1:23; cp. Gaiatas 1:20). O assunto sob consideração em Mateus não
é tanto a questão de se fazer um juramento, mas a necessidade de se falar a
verdade em todas as ocasiões. E inevitável que Jesus penetre a fundo na
legislação, para chegar aos princípios essenciais que ela pretende ensinar.
Codificar o ensino de Cristo é o mesmo que destruí-lo. As “regras” do Senhor
vão muito mais longe do que toda nossa habilidade para regulamentar o exterior
de modo satisfatório. Os princípios de Jesus nada exigem senão a entrega
interior, total, aos propósitos e à natureza de Deus. Peter H. Davids.
Comentário Bíblico Contemporâneo. Mateus. Editora Vida. pag. 58-59.]
.]
SÍNTESE DO TÓPICO IV
A linguagem do cristão deve ser usada
na perspectiva de Jesus: sim, sim ou não, não.
CONCLUSÃO
A linguagem do cristão deve ser sim, sim ou não, não. Não há necessidade
de jurar, pois o testemunho, como crente em Jesus, fala por si mesmo. Se alguém
precisa jurar para que se acredite em suas palavras, tal pessoa precisa fazer
uma revisão de sua vida espiritual. Por essa razão, devemos viver o que
pregamos e pregar o que vivemos. [Comentário: “Os
fariseus desenvolveram regras elaboradas a respeito dos juramentos, e somente
aqueles que empregavam o nome divino eram obrigatórios. Jesus ensina que um
juramento é obrigatório independentemente do método utilizado. O uso de um
juramento é supérfluo quando a palavra de alguém é suficiente. Fazer um
juramento é uma confissão implícita de que nem sempre falamos a verdade! Assim,
a recomendação de Jesus para nós é: seja o vosso falar “sim, sim”, “não, não”,
o que passar disso é de procedência maligna. Está claro que Jesus não proíbe
juramentos em tribunais, porque ele mesmo respondeu a Caifás sob juramento (Mt
26.63,64). Paulo fez apelos solenes a Deus (1 Co 15.31; 1 Ts 5.27). Devemos
entender, então, que a determinação de Cristo sobre este assunto é que não
devemos jurar, de.maneira nenhuma, exceto quando estivermos devidamente
obrigados a isto, e quando a justiça ou a caridade para com o nosso irmão, ou o
respeito pela comunidade tornarem necessário o juramento para o fim da contenda
(Hb 6.16)]. “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e
isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2015
PARA REFLETIR
Sobre "Não tomarás o nome de
Deus em vão"
Qual é o valor do nome na
identidade de alguém?
Na cultura bíblica, o nome revelava o caráter e a
índole de uma pessoa.
Que significado tem "EU SOU
O QUE SOU" para você?
Reposta Livre. A ideia é que o aluno revele o que
aprendeu sobre a expressão que mostra o verdadeiro nome de Deus: "EU SOU O
QUE SOU".
É correto falarmos em nome de
Deus em conversas triviais?
Não. Isto seria misturar o nome sagrado de Deus com
as coisas comuns e profanas.
Em nossos compromissos, há a
necessidade de fazermos juramentos?
Não. A palavra do cristão deve ser "sim, sim ou
não, não".
Por que a nossa palavra deve ser
sim, sim e não, não?
Os testemunho do cristão deve falar por si mesmo,
sem a necessidade de qualquer juramento para convencer alguém sobre a
"verdade".
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
Revista Lições Bíblicas Mestre - 1º
Trim./2015 - CPAD
Tema: "Os Dez
Mandamentos" - Os Valores Divinos para uma Sociedade e Constante Mudança
Comentário: Pr. Esequias Soares
Consultores Doutrinários e
Teológicos: Pr. Antonio Gilberto e Pr. Claudionor de Andrade
Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos
subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e
não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um
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