1º Trimestre de 2015
Lição 4
25 de janeiro de 2015
LIÇÃO
4: Não farás imagens de esculturas
TEXTO ÁUREO
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“Portanto, meus amados, fugi da
idolatria” (1Co 10.14).
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VERDADE PRÁTICA
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O segundo mandamento proíbe a
idolatria, adoração de ídolo, imagem de um deus ou de qualquer objeto de
culto.
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LEITURA DIÁRIA
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
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Êxodo 20.4-6;
Deuteronômio 4.15-19.
Êxodo 20
4 - Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que
há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
5 - Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR, teu
Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira
e quarta geração daqueles que me aborrecem
6 - e faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus
mandamentos.
Deuteronômio 4
15 - Guardai, pois, com diligência a vossa alma, pois semelhança nenhuma
vistes no dia em que o SENHOR, vosso Deus, em Horebe, falou convosco, do meio
do fogo;
16 - para que não vos corrompais e vos façais alguma escultura,
semelhança de imagem, figura de macho ou de fêmea;
17 - figura de algum animal que haja na terra, figura de alguma ave
alígera que voa pelos céus;
18 - figura de algum animal que anda de rastos sobre a terra, figura de
algum peixe que esteja nas águas debaixo da terra;
19 - e não levantes os teus olhos aos céus e vejas o sol, e a lua, e as
estrelas, todo o exército dos céus, e sejas impelido a que te inclines perante
eles, e sirvas àqueles que o SENHOR, teu Deus, repartiu a todos os povos
debaixo de todos os céus.
OBJETIVO GERAL
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Mostrar que Deus se revela ao homem
sem a necessidade de meras reproduções.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
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Após esta aula, o aluno deverá estar apto a: Abaixo, os objetivos específicos
referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo
I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
- I. Explicar a
proibição bíblica quanto à idolatria.
- II. Apresentar a
característica zelosa de Deus.
- III. Conscientizar sobre
o verdadeiro culto a Deus.
- IV. Esclarecer quanto
à idolatria da teologia romana.
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COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O primeiro mandamento estabelece a adoração somente a Deus e a mais
ninguém. A ordem do segundo mandamento é para adorar a Deus diretamente, sem
mediação de qualquer objeto. A idolatria é o primeiro dos três pecados capitais
na tradição judaica, “a idolatria, a impureza e o derramamento de sangue”. Os
cristãos devem se abster da contaminação dos ídolos (At 15.20). [Comentário: No preludio do primeiro mandamento Deus se revela. O segundo
mandamento está muito próximo do primeiro por ser também de ordem espiritual e
afirmar, como aquele, a existência de um Deus vivo, o único que deve ser
adorado. Aqui, YHWH terminantemente proíbe a adoração aos ídolos e o culto a
qualquer imagem de escultura ou de pintura que possa ser tomado como objeto de
adoração. É nesse sentido que Matthew Henry afirma que “o segundo mandamento diz respeito às ordenanças da adoração, ou à
maneira segundo a qual Deus deverá ser adorado, o que é adequado que Ele mesmo
indique. Aqui temos: A proibição. Aqui somos proibidos de adorar até mesmo o
Deus verdadeiro, em imagens, w. 4,5. [1] Os judeus (pelo menos, depois do
cativeiro) se julgaram proibidos, por este mandamento, de fazer qualquer imagem
ou pintura. Consequentemente as imagens que os exércitos romanos tinham em suas
insígnias são chamadas de abominações por eles (Mt 24.15), especialmente quando
são colocadas no lugar santo.” HENRY. Matthew. Comentário Antigo Testamento
Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 292.] Convido você para
mergulharmos mais fundo nas Escrituras!
I. PROIBIÇÃO À IDOLATRIA
1. Ídolo e imagem. O termo hebraico
empregado aqui para “imagem de escultura” (Êx 20.4; Dt 5.8) é péssel, usado no
Antigo Testamento para designar os deuses (Is 42.17), como Aserá, a divindade
dos cananeus (2Rs 21.7, TB — Tradução Brasileira). Esses ídolos eram esculpidos
em pedra, madeira ou metal (Lv 26.1; Is 45.20; Na 1.14). A Septuaginta traduz
péssel pela palavra grega eidolon, “ídolo”, a mesma usada no Novo Testamento
(1Co 10.14; 1Jo 5.21). O ídolo é um objeto de culto visto pelos idólatras como
tendo poderes sobrenaturais e a imagem é a representação do ídolo. [Comentário: Aserá (אֲשֵׁרָה) é, na mitologia semítica, uma deusa mãe
canaanita da fertilidade, do amor e da guerra, que aparece em várias fontes
acadianas escritas pelo nome de Ashratum/Ashratu e entre os hititas Asherdu,
Ashertu, Aserdu ou Asertu. Aserá é geralmente considerada idêntica à deusa
ugarita Athirat ou Atirat. O livro de Jeremias refere-se a Aserá quando
menciona a "rainha dos céus" nos capítulos 7,18 e 44,18 na qual
Jeremias condena o culto à "rainha dos céus". Jeremias, assim como
Isaías, descreve o fútil processo de manufatura de ídolo (Jr 10.3-9), mas,
depois, apresenta a importante conclusão do ponto de vista teológico de que
esses “deuses, que não fizeram nem os céus nem a terra, desaparecerão da terra
e de debaixo dos céus” (Jr 10.11). Os produtores deles, continua ele, são
“estúpidos e ignorantes; cada ourives é envergonhado pela imagem que esculpiu”
(v. 14a). Quanto aos ídolos, eles “são uma fraude, eles não têm fôlego de vida.
São inúteis, são objetos de zombaria. Quando vier o julgamento delas,
perecerão” (w. 14b, 15). Em contrapartida, Jeremias declara: “Aquele que é a
porção de Jacó nem se compara a essas imagens, pois ele é quem forma todas as
coisas, e Israel é a tribo de sua propriedade” (v. 16). Esse é exatamente o
ponto dos dois primeiros mandamentos. Não havia nenhum Deus além do Senhor de
Israel, e os ídolos e as imagens que representavam outras deidades eram
criações do homem e, portanto, não representavam nada. Para Israel, adorá-las
representava cometer um sacrilégio abominável. O Comentário Bíblico Beacon
(CPAD) esclarece que “Como o primeiro
mandamento afirma a unidade de Deus e é um protesto contra o politeísmo, assim
o segundo afirma sua espiritualidade e é um protesto contra a idolatria e o
materialismo.” Embora certas formas de idolatria não sejam materiais — por
exemplo, a avareza (Cl 3.5) ou a sensualidade (Fp 3.19) —, o segundo mandamento
condena primariamente a fabricação de imagens (4) na função de objetos de
adoração. Este tipo de idolatria sempre existiu entre os povos pagãos mais
simplórios do mundo. A história de Israel comprova que esta tentação é
traiçoeira”. Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Êxodo. Editora
CPAD. pag. 189. Russell Norman Champlin esclarece que “O primeiro mandamento proíbe o politeísmo, e
a idolatria e o uso de imagens promoviam cultos politeístas. Portanto, o
primeiro mandamento também combate o uso de ídolos. Por motivos assim é que
muitos intérpretes pensam que os vss. 4-6 deste capítulo fazem parte do
primeiro mandamento. Os vss. 4-6, para a maioria dos grupos protestantes (com a
exceção dos luteranos), constituem o segundo mandamento. É proibido o fabrico
de qualquer imagem de escultura para fins de adoração. As imagens tendem ou
mesmo promovem formas várias de politeísmo, e isso fora estritamente proibido
no primeiro mandamento. Além disso, as imagens de escultura, tal como o próprio
politeísmo, destroem a natureza ímpar de YHWH, além de injetarem elementos
estranhos no pensamento e na adoração religiosos. Grandes segmentos da
cristandade têm uma espécie de subpolíteísmo no uso de imagens e na veneração
dos “santos”. Digo aqui “sub-politeísmo” porque, acima do mesmo, reservam uma
adoração especial a Deus. O que temos, nesses casos, é uma forma de sincretismo
onde o antigo politeísmo alia-se ao monoteismo, A cristandade, ao entrar em
contacto com culturas pagãs, inventou várias formas de sincretismo, pelo que
desobedecem de forma crassa o primeiro e o segundo mandamentos. O primeiro e o
segundo mandamentos proibiam qualquer forma de representação idólatra, e a
adoração a essas formas”. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 388.]
2. Idolatria. O termo
“idolatria” vem de eidolon, “ídolo”, e latreia, “serviço sagrado, culto,
adoração”. Idolatria é a forma pagã de adoração a ídolos, de adorar e servir a
outros deuses ou a qualquer coisa que não seja o Deus verdadeiro. É prática
incompatível com a fé judaico-cristã, pois nega o senhorio e a soberania de
Deus. Moisés e os profetas viam na idolatria a destruição de toda a base
religiosa e ética dos israelitas, além de negar a revelação (Dt 4.23-25). [Comentário: De forma bem sucinta, Charles F. Pfeiffer esclarece que o termo idolatria
(latim idolatria, -ae, do grego eidolatreía, -as) é uma transliteração da
palavra gr. eidololatria, cujo significado entendemos ser "a adoração a
ídolos; a adoração a imagens como divinas e sagradas". Esse vocábulo gr. é
uma composição de dois termos: O primeiro é eido (cf. o latim video), significando
"ver" e "saber"; assim ele traz em si o conceito básico de
"saber por ver". Com base nesse termo foi formada a palavra eidolon,
"imagem", que veio a significar especificamente uma imagem de um deus
como um objeto de adoração, ou um símbolo material do sobrenatural como tal
objeto. O segundo termo é latreia, significando "culto" ou, mais
especificamente, "culto ou adoração aos deuses". Idolatria, então, é
prestar honras divinas a qualquer produto de fabricação humana, ou atribuir poderes
divinos a operações puramente naturais. PFEIFFER .Charles F. Dicionário
Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 944.]
3. Semelhança ou
figura. A frase “Nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na
terra, nem nas águas debaixo da terra” (Êx 20.4b; Dt 5.8b), à luz de
Deuteronômio 4.12,15, proíbe adorar o próprio Deus verdadeiro por intermédio de
qualquer objeto. A palavra hebraica para “semelhança” é temunah, “aparência,
representação, manifestação, figura”. Sua ideia básica é de aparência externa,
ou seja, uma imagem vista numa visão (Nm 12.8; Dt 4.12,16-18; Jó 4.16; Sl
17.15). Essa proibição inclui a representação de coisas materiais como homens e
mulheres, pássaros, animais terrestres, peixes e corpos celestes (Dt 4.16-19). [Comentário: Note que muito das advertências feitas por YHWH ao povo tem a
finalidade de evitar práticas da cultura Egípcia. Os egípcios adoravam toda
espécie de objetos, como aves, répteis e figuras celestes imaginárias. E não
hesitavam em representar tais supostas divindades por meio de imagens. Assim,
encontramos este mandamento proibindo esta prática aos filhos de Israel. A
tripla designação, “em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas
debaixo da terra”, para os antigos, apontavam para a criação inteira. Esta condenação
de imagens claramente inclui imagens do Deus verdadeiro, pois é bem certo que
algum tipo de imagem estivera em uso entre os ancestrais de Israel. Os ídolos
do lar (terafim) de Labão poderiam, é verdade, ter mais valor legal do que
significado religioso, mas os que Jacó escondeu debaixo do carvalho no “santuário”
em Siquém eram com toda certeza objetos religiosos (Gn 35.2-4). Isto aconteceu
antes da doação da lei: mesmo depois disso, imagens não eram algo estranho em
Israel (ver Jz 8:27, Gideão; Jz 17:4, Mica; 1 Sm 19:13, Davi). Todavia, a
existência de imagens mais tarde em Israel não prova a inexistência de leis
contra seu uso.]
PONTO CENTRAL
Deus se revelou ao homem sem necessidade de mediações sob meras
reproduções imagéticas e humanas.
SÍNTESE DO TÓPICO I
Reproduzir imagens humanas, de
animais ou qualquer outra coisa, com a finalidade de adorar, foi proibido ao
povo de Deus.
II. AMEAÇAS E PROMESSAS
1. O Deus zeloso. O adjetivo
hebraico qanna, “zeloso”, aparece apenas cinco vezes no Antigo Testamento (Êx
20.5; 34.14; Dt 4.24; 5.9; 6.15) e está associado ao nome divino el, “Deus”. O
zelo de Jeová consiste no fato de ser Ele o único para Israel, e este não
deveria partilhar o amor e a adoração com nenhuma divindade das nações. Esse
direito de exclusividade era algo inusitado na época e único na história das
religiões, pois os cultos pagãos antigos eram tolerantes em relação a outros
deuses. [Comentário: O Pr Esequias Soares, comentarista da revista
e autor do livro que serve de apoio a este trimestre, escreve: "Porque eu, o SENHOR, teu Deus, sou Deus
zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta
geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia em milhares aos que me
amam e guardam os meus mandamentos" (Êx 20.5b-6; Dt 5.9b-10). O adjetivo
hebraico qannã’, "zeloso", aparece apenas cinco vezes no Antigo
Testamento (Êx 20.5; 34.14; Dt 4.24; 5.9; 6.15), associado ao nome divino e/, "DEUS".
As formulações nas cinco passagens diferem em detalhes. Nos dois textos do
Decálogo e em Êxodo 34.14, as palavras ’êl qannã ’ são atributos de Javé. A
menção dos deuses não acontece em Deuteronômio 4.24; 6.15. O zelo de Javé
consiste no fato de ser ele o único para Israel e não compartilhar o amor e a
adoração com nenhuma divindade das nações. Esse direito de exclusividade era
algo inusitado na época e único na história das religiões, pois os cultos
pagãos antigos eram tolerantes em relação a outros deuses. O termo "zeloso"
contém noções de paixão e intolerância; exprime a disposição de Javé abençoar
Israel e fazê-lo prosperar, não aceitando um coração dividido. Essa linguagem é
representada no relacionamento entre marido e esposa no casamento, na fidelidade
(Ct 8.6) e na infidelidade (Os 1.2)”. Esequias Soares. Os Dez
Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora
CPAD. pag. 46. A adoração às imagens de escultura é proibida no segundo
mandamento. Adoração somente ao zeloso YAHWEH (Êx 34.14; Deu. 5.9; 6.15;
32.16,21; Js 24.19). O povo de Deus pertence exclusivamente a Ele, e só deviam
prestar-Lhe lealdade, não imitando os povos circunvizinhos, que contavam com
extensos panteões. A idolatria e o uso de imagens eram considerados uma tão grave
iniquidade que foram ameaçados poderosos juízos de Deus contra os idólatras,
envolvendo até a quarta geração dos mesmos. Os descendentes dos idólatras não
podiam escapar ao desprazer de YAHWEH, para quem mil anos é como se fosse um
dia (II Pd 3.8; Sl 90.4). Podemos ter certeza de que os juízos de Deus são
justos, e envolvem os filhos dos idólatras porque geralmente participam dos
pecados de seus pais. Mas em casos de inocência, esses juízos eram suspensos.
Todavia, persistiam circunstâncias adversas, criadas anteriormente. Ademais,
existe aquela genética espiritual que transmite atitudes e costumes de pais
para filhos, etc., provocando assim a ira divina. CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos.
pag. 391]
2. As ameaças. A expressão
“terceira e quarta geração” (Êx 20.5; Dt 5.9) indica qualquer número ou
plenitude e não se refere necessariamente à numeração matemática, pois se trata
de máxima comum na literatura semítica (Am 1.3,6,11,13; 2.1,4,6; Pv
30.15,18,21,29). O objetivo aqui é contrastar o castigo para “terceira e quarta
geração” com o propósito de Deus de abençoar a milhares de gerações. [Comentário: Ainda o Pr Esequias Soares, em obra já citada, esclarece: “As
ameaças sobre as gerações daqueles que aborrecem Javé são para os descendentes
que continuam envolvidos no pecado dos pais, as sucessivas gerações que
aprenderam os pecados dos seus ancestrais e vivem ainda neles. Este princípio
aparece outras vezes no Antigo Testamento além das duas passagens do Decálogo
(ÊX 34.7; Nm 14.18; Jr 32.18). Deus não permite que filhos inocentes sejam
responsabilizados pela maldade dos pais (Dt 24.16; 2 Rs 14.6; Ez 18.2, 3, 20).
O verbo "visitar",pãqad, em hebraico, indica uma visita, no sentido
de cuidar e também de castigar. O profeta Jeremias emprega esse verbo em ambos
os sentidos (Jr 23.2). A expressão "terceira e quarta geração" indica
qualquer número ou plenitude e não se refere necessariamente à numeração
matemática, pois se trata de máxima comum na literatura semítica (Am 1.3, 6,
11, 13; 2.1, 4, 6; Pv 30.15., 18, 21, 29). O objetivo aqui é contrastar o
castigo para a "terceira e quarta geração" com o propósito de Deus de
abençoar a milhares de gerações. Outras máximas aparecem no Antigo Testamento com
números diferentes: "dois e três” (Jó 33.29); "seis e sete" (Jó
5.19; Pv 6.16); "sete e oito" (Ec 11.2; Mq 6.5), para expressar que a
medida da iniquidade está cheia e não há como suspender a ira divina ou a
plenitude de algo positivo. Os expositores da doutrina conhecida como maldição
hereditária costumam usar de maneira isolada uma parte deste mandamento,
"visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração
daqueles que me aborrecem", para fundamentar a sua teoria. Afirmam que, se
alguém tem problemas com adultério, pornografia, divórcio, alcoolismo ou
tendências suicidas é porque alguém de sua família, no passado, não importa se
avós, bisavós ou tataravós, teve esse problema. Nesse caso, a pessoa afetada
pela maldição hereditária deve, em primeiro lugar, descobrir em que geração
seus ancestrais deram lugar ao diabo. Uma vez descoberta tal geração, pede-se
perdão por ela, e, dessa forma, a maldição de família é desfeita. Uma espécie
de perdão por procuração, muito parecido com o batismo pelos mortos, praticado
pelos mórmons. Tal pensamento não se sustenta biblicamente; é um erro crasso. A
maldição está sobre quem continuar no pecado dos pais, sobre "aqueles que
me aborrecem", pontua com clareza o mandamento. Não é o que acontece com o
cristão que ama a Deus. Se fomos alvejados pela graça de Deus ainda no tempo da
nossa ignorância, quanto mais agora que somos reconciliados com ele? (Rm
5.8-10). Quando alguém se converte a Cristo, torna-se nova criatura: "as
coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.17). Para
finalizar, convém ressaltar que, no discurso de Moisés em Deuteronômio, na
revelação do Sinai nenhuma imagem, figura, forma ou representação foi vista
pelos israelitas; eles ouviram a voz da Javé vindo do meio do fogo, mas nenhuma
representação de figura foi manifestada, unicamente a Palavra (Dt 4.16,23,25).
Os ídolos de madeira e de pedra dos cananeus são divindades falsas cuja
adoração é terminantemente proibida (Êx 34.13; Dt 12.3; 16.21-22); Javé,
entretanto, é real, mesmo que invisível (Cl 1.15; 1 Tm 1.17). "Deus é
espírito" (Jo 4.24). Cultuá-lo com a mediação de imagens é colocá-lo no
mesmo nível das falsas divindades, uma afronta ao verdadeiro Deus”. Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante
Mudança. Editora CPAD. pag. 46-48.]
3. As promessas. Salta à vista de
qualquer leitor a diferença entre castigo e misericórdia. A ira divina vai até
a quarta geração, no entanto, a misericórdia de Deus chega a mil gerações sobre
os que guardam os mandamentos divinos (Êx 20.6; Dt 5.10). Muito cedo na história,
o nosso Deus revela que seu amor ultrapassa infinitamente o juízo. [Comentário: Ezequiel 18.20 mostra o princípio da justiça. Os justos recebem
misericórdia e bênção da parte de Deus. Mas a misericórdia estende-se a mil
gerações, o que mostra que a misericórdia é um princípio muito mais poderoso do
que o da aplicação da justiça. Seja como for, não há qualquer contradição,
visto que a ira de Deus é uma medida de disciplina que promove a causa do amor.
Julgamento Temporal. No Pentateuco não há qualquer ensino sobre um juízo divino
pós-túmulo, um inferno para os ímpios e um céu para os piedosos. A noção da
existência da alma não entrou claramente no pensamento dos hebreus senão já nos
Salmos e nos Profetas. Assim sendo, a lei de Moisés nunca ameaça os homens com
o julgamento da alma, e nem jamais promete a bem-aventurança celestial para os
obedientes. A teologia dos hebreus mostrava-se deficiente quanto a esse
particular, deficiência essa que foi corrigida pela doutrina cristã. Para os
antigos hebreus, observar os mandamentos era uma medida doadora de vida (Ver Dt
5.33). Mas não é prometida qualquer vida além-túmulo. Contudo, mais tarde, o
judaísmo acrescentou essa ideia. O cristianismo mostrou a falência total da lei
como medida salvatícia (Ver Gl 3.21). É precisamente aí que temos a grande e
fundamental diferença entre o judaísmo e o cristianismo. Qual era o intuito da
lei, afinal? CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 391]
SÍNTESE DO TÓPICO II
Deus é um Deus zeloso e não divide a
sua glória com ninguém.
CONHEÇA MAIS
Abadia de
Westminster
Local onde foi instituída a
Assembleia de Westminster, isto é, na cidade de Westminster, em Londres, na
Inglaterra, em 1643. Em abril de 2011, o casal de príncipes britânicos casou
nesta Abadia. Em 1648 foi sancionada a Confissão de Fé e aprovados os Catecismo
Maior e o Breve Catecismo de orientação protestante. O Catecismo é um documento
de orientação de fé de determinada tradição cristã.
III. O CULTO VERDADEIRO
1. Adoração. O segundo
mandamento proíbe fazer imagem de escultura e também de se prostrar diante dela
para adorá-la: “não te encurvarás a elas, nem as servirás” (Êx 20.5; Dt 5.9).
Adoração é serviço sagrado, culto ou reverência a Deus por suas obras. É
somente a Deus que se deve adorar (Mt 4.10; Ap 19.10; 22.8,9). [Comentário: Adoração: Prestar culto a; Ter amor a. Estas imagens pagãs eram
feitas na forma de coisas vistas no céu, na terra e nas águas. Estas imagens
não deveriam se tornar objetos de adoração: Não te encurvarás a elas. Os
versículos 4 e 5 devem ser considerados juntos. Não há condenação para a confecção
de imagens, contanto que não se tornem objetos de veneração. No Tabernáculo
25.31-34) e no primeiro Templo (1 Rs 6.18,29) havia obras esculpidas. A
idolatria consiste em transformar uma imagem em objeto de adoração e atribuir a
ela poderes do deus que representa. Se considerarmos que gravuras ou imagens de
pessoas possuam poderes divinos e que sejam adorados, então elas se tornam
ídolos.
2. Deus é espírito. O Catecismo Maior
de Westminster (1648) declara que “Deus é Espírito, em si e por si infinito em
seu ser” (Jo 4.24; Êx 3.14; Jó 11.7-9). O espírito é substância imaterial e
invisível, diferentemente da matéria. É também indestrutível, pois o “espírito
não tem carne nem ossos” (Lc 24.39). Além de a Bíblia afirmar que Deus é
espírito, declara também de maneira direta que Ele é invisível (Cl 1.15; 1Tm
1.17). Assim, a espiritualidade que tem Deus como alvo é incompatível com as
imagens dos ídolos. [Comentário: Deus não pode ser adorado sob a forma de
qualquer representação material, quer fosse produto da arte plástica, quer da
pictórica. Tais coisas não apenas desviam a mente do conhecimento da
espiritualidade pura de Deus, mas inevitavelmente são transformadas em objetos
de veneração, e também provocam o aparecimento de muitas práticas sensuais. O
mandamento do versículo 4 não proíbe qualquer escultura ou pintura. Matthew
Henry escreve que “É certo que este
mandamento proíbe a confecção de qualquer imagem de DEUS (pois a quem o
faríamos semelhante?, Isaías 40.18,15), ou a imagem de qualquer criatura para
uso religioso. Isto é mudar a verdade de DEUS em mentira (Rm 1.25), pois uma
imagem é um professor de mentiras. A imagem insinua, para nós, que DEUS tem um
corpo, ao passo que Ele é um espírito infinito, Habacuque 2.18. Ele também nos
proíbe de criar imagens de DEUS, segundo nossas próprias fantasias, como se Ele
fosse um homem como nós. A nossa adoração religiosa deve ser governada pelo
poder da fé, não pelo poder da imaginação. Eles não devem confeccionar tais
imagens ou pinturas como as que os pagãos adoravam, para que não sejam também
tentados a adorá-las. Aqueles que desejam ser guardados do pecado devem evitar
as oportunidades para ele.” HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry
Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 292-293. Russell
Norman Champlin comentando João 4.24 escreve: “«...Deus é espírito...». Aqui temos um dos grandes pronunciamentos
joaninos acerca da natureza de Deus e que nesta passagem deve ser aceito como
algo substancial e descritivo. Deus não tem corpo; a sua substância não faz
parte da natureza física. Não sabemos o que é um espírito, exceto como um conceito
negativo, a saber, que espírito não é matéria, ou, pelo menos, que não pode ser
definido por qualquer declaração que defina a matéria. Porém, nosso atual
estado de conhecimento não nos autoriza
a saber e dizer o que seja um espírito; e, para dizer a verdade, nem sabemos o
que é a matéria. Falamos a respeito dos átomos, mas na realidade não sabemos o
que são, nem qual seja a sua verdadeira e completa composição, e nem mesmo
podemos asseverar que o átomo é a unidade básica de que se compõe a natureza”.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 328.]
3. Deus é imanente
e transcendente. A imanência é a forma de relacionamento de Deus com o mundo criado e
principalmente com os seres humanos e sua história. O Salmo 139 é um exemplo
clássico. A transcendência significa que Deus é um ser que não pertence à
criação, não faz parte dela, transcende a toda matéria e a tudo o que foi
criado (Jo 17.5,24; Cl 1.17; 1Tm 6.16). O exclusivismo da sua adoração é
natural porque Deus é incomparável; ninguém há como Ele no universo (Rm
11.33-36). [Comentário: Imanência vem do latim, Immanere,
«habitar». dois atributos incomunicáveis de Deus que são: Sua transcendência e
sua imanência. Transcendência significa que Deus está acima da criação. Ele é
supra-mundo e extra- mundo. Imanência nos faz lembrar que Deus se manifesta na
criação. Deus está acima do mundo e independe dele. Fundamentado no conceito
que Deus é transcendente, é importante observar que:
a) Deus
não deve ser confundido com o universo, como faz o Panteísmo e a Ciência
Cristã.
b) Não
deve ser considerado como uma totalidade da qual o universo é uma parte, isto
é, uma espécie de unidade de dupla face.
c) Não se
relaciona com o universo como a alma com o corpo.
d) A
causa e o seu efeito não podem ser uma e a mesma coisa; logo afirmamos a
transcendência de Deus. Sujeito e objeto implicam uma distinção, logo, não
podemos confundir Deus com o mundo que Ele fez e que é objeto de sua
providência e cuidado.
O homem é maior que a sua obra; assim também o é
Deus.
e) O amor
de Deus para com os homens, o perdão de pecados que Ele concede e o senso de
responsabilidade do homem, tudo isto se baseia na transcendência de Deus.
Quando o homem deixa de crer na transcendência, a
sua consciência do pecado e sua responsabilidade moral se esvaem, como
acontecem no sistema panteísta e semipanteísta.
Quando se perde a transcendência, em geral a
personalidade de Deus vai com ela. Segue-se, então, a perda da fé, do culto e
da oração, que são sempre expressões de um espírito pessoal em busca de um
espírito pessoal e são impossíveis de outro modo.
DEUS É IMANENTE OU INTRAMUNDO.
Podemos então dizer que:
a) Ele
não só está acima do universo físico, não somente é independente dele, mas
permeia todas as coisas.
b) O
homem atua sobre a matéria, externamente, de fora. Deus pode fazer e o fez
internamente, de dentro. Todo o desenvolvimento que existe no universo ilustra
a operação interna de Deus.
c) O
homem constrói uma casa ou um navio, trabalhando externamente. Deus faz uma
árvore, operando internamente.
d) Não
devemos enfatizar a transcendência de Deus de forma a fazê-lo um Deus mecânico;
nem tão pouco enfatizar sua mecânica de modo a fazê-lo desaparecer nas leis da
natureza.
e)
Devemos distinguir entre Deus imanente no universo e Deus idêntico com o
universo, pois isso seria panteísmo.
f) W.
Newton Clark, em sua obra Cristian Doctrine of God, diz o seguinte: "É
claro, hoje em dia, que o universo opera ou é operado de dentro, As forças que
se acham em atividade são forças residentes no universo, Este tem toda a
aparência de um sistema auto-operante. Não somente a sua vastidão, mas também a
sua autossuficiência interna nos proíbe de conhecê-lo como sendo controlado por
fora". "Se Deus é a força
operante do grande sistema, e se este é operado de dentro, então, certamente,
ele se acha dentro com sua vontade e energia operantes". O professor
Arthur C. MacGiffert dá uma definição de imanência que mal se pode distinguir
do panteísmo. É preciso fazer uma distinção bem clara entre imanência e
panteísmo. W. L. Falker, em sua obra: The Spirit and the incarnation e em
Cristian Thesm, nega que mecânica de Deus seja pessoal e ensina que esta
terminologia apenas expressa a manifestação de uma idéia ou princípio
gradualmente realizado no mundo. Dificilmente, porém se pode compreender um Deus
imanente que não seja pessoal. Não sendo Deus concebido como sendo idêntico com
o mundo, podemos dizer que sua imanência é da substância o do ser pessoal na
mais estrita acepção da palavra.
g) A
imanência de Deus, não pode ser usada para negar a realidade das causas
secundárias, nem para fazer de Deus o agente de todo o mal no mundo. Assim como
não fazemos Deus e o mundo idênticos, assim também não fazemos a vontade humana
desaparecer na divina.
h) A
doutrina da imanência de Deus dá nova beleza ao mundo. Pb. Gilson dos
Santos.
http://oscincosolas.blogspot.com.br/2011/10/tema-transcendencia-e-imanencia-de-deus.html]
SÍNTESE DO TÓPICO III
Deus é Espírito e importa que o
adoremos em espírito e em verdade.
IV. AS IMAGENS E O CATOLICISMO ROMANO
1. O que dizem os
teólogos católicos romanos? A edição brasileira do Catecismo da Igreja
Católica, publicado em 1993, no período do pontificado do papa João Paulo II,
afirma que o culto de imagens não contradiz o mandamento que proíbe os ídolos.
Os teólogos católicos romanos ensinam que a confecção da arca da aliança com os
querubins e a serpente de metal no deserto (Êx 25.10-22; 1Rs 6.23-28; 7.23-26;
Nm 21.8) permitem o culto às imagens. [Comentário: No tabernáculo havia a representação de
querubins. Mas a figura jamais foi adorada ou venerada pelos filhos de Israel.
Se o tivesse sido, sem dúvida teria sido destruída (Ver Êx 25.18,19). YAHWEH,
por sua vez, jamais foi representado entre os israelitas por meio de qualquer
imagem de escultura. Tal representação teria sido um sacrilégio de primeira
grandeza. E nem outros deuses foram jamais representados por meio de imagens
pelos israelitas, a não ser pelos idólatras entre eles. Mas tais imagens
detratavam do caráter úrico de YAHWEH. Alguns eruditos supõem que itens como os
querubins (Êx 25.18,19), a arca (Nm 10.35,36), os terafins (Jz 18.14); a estola
sacerdotal (Jz 8.26,27) e a serpente de metal (Nm 21.8,9) na verdade
constituíam ídolos e imagens em Israel, pois Israel estava mais próxima dos
pagãos que a maioria dos estudiosos gostam de admitir. Mas outros negam que os
israelitas adorassem a esses objetos. Serviam apenas a propósitos ilustrativos
no culto, não se tomando nunca objetos de adoração. O argumento do primeiro
grupo de eruditos tem por objetivo dar apoio à ideia de que o segundo
mandamento era de origem posterior, e que acabou acrescentado à lista dos
mandamentos. Por outro lado, se os objetos acima mencionados não eram objetos
de adoração, então tal argumento rui por terra. CHAMPLIN, Russell Norman,
Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.
391.]
2. Uma
interpretação forçada. O argumento da igreja católica é falacioso porque
os antigos hebreus não cultuavam os querubins nem a arca, menos ainda a
serpente de metal. O povo não dirigia orações a esses objetos. A arca e os
querubins do propiciatório sequer eram vistos pelo povo, pois ficavam no lugar
santíssimo (Êx 26.33; Lv 16.2; Hb 9.3-5). Quando o povo começou a cultuar a
serpente que foi construída no deserto, o rei Ezequias mandou destruí-la (2Rs
18.4). As peças religiosas a que os teólogos católicos romanos se referem serviam
como figuras da redenção em Cristo (Hb 9.5-9; Jo 3.14,15). [Comentário: O uso de querubins sobre a arca justifica a visão católica de
que as imagens podem ser veneradas? A Má
interpretação: De acordo com esse versículo, Moisés recebeu de Deus a
seguinte ordem: “Farás dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas
duas extremidades do propiciatório”. E óbvio que se trata de uma imagem
sagrada. Os estudiosos católicos argumentam que esse verso justifica a
veneração deles por imagens sagradas. Corrigindo
A Má Interpretação: Esse ver só não justifica a veneração por imagens
sagradas. Por um detalhe, o contexto deixa claro que a imagem dos querubins não
deve ser venerada ou adorada de maneira alguma. Na verdade, a posição dos
querubins no lugar mais santo, onde apenas o sumo sacerdote poderia entrar, uma
vez por ano no Dia da Expiação (Lv 16), tornou-os inacessíveis e, portanto,
impossíveis de serem adorados ou venerados pelo povo. Note também que esses
querubins não foram dados a Israel como imagens de Deus; eles são
representações de anjos. Não foram dados com o propósito de adoração ou
veneração; foram dados por motivos de decoração — como arte religiosa. Os
católicos romanos estão lendo algo nesse versículo que na verdade não está lá. Norman
L. Geisler; Ron Rohdes. Resposta as Seitas. Edtora CPAD. pag. 57-58. Russell
Norman Champlin comentando acerca da reforma religiosa feita por Ezequias (I
Reis 18.4), diz: “Nenhum ídolo escapou à
ira destruidora de Ezequias. Os lugares altos foram destruídos e queimados, e
os ídolos foram destruídos. Além disso, havia um ídolo especial, a serpente de
metal, que Moisés havia feito, por ordem do Senhor, para cura do povo (ver
Números 21.5-9), e que foi quebrado e anulado. O povo vinha usando aquele objeto
em sua idolatria, chegando a queimar incenso defronte dele. Neustã. Esse
vocábulo, no hebraico, é parecido (quanto ao som) com as palavras hebraicas que
significam “bronze" e “imundo". O rei estava ansioso por remover
todos os vestígios da idolatria, e qualquer coisa que pudesse provocar práticas
idólatras, pelo que despedaçou a serpente de metal. As tradições judaicas dizem
que Ezequias despedaçou a serpente de metal, moeu-a até virar pó e então
espalhou as partículas ao vento (Talmude Bab. Avodah, Zarah, foi 44.1)”. CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 1538.]
3. O uso de figuras
como símbolo de adoração. A adoração ao Deus verdadeiro por meio de figura,
símbolo ou imagem é idolatria. Isso os israelitas fizeram no deserto (Êx
32.4-6). Mica e Jeroboão I, filho de Nebate, procederam da mesma maneira (Jz
17.2-5; 18.31; 1Rs 12.28-33). Os ídolos que a Bíblia condena não se restringem
a animais, corpos celestes ou forças da natureza, pois inclui também figuras
humanas (Sl 115.4-8). [Comentário: A Nulidade da Idolatria (Sl 115.4-8): Essas
palavras penetrantes que se referem à idolatria de foram satírica são repetidas
em Salmos 135.15-18. Os ídolos deles são prata e ouro (4). Barnes observa: “A
zombaria pretendida com essas palavras é apresentada nos termos que vêm a
seguir: obra das mãos de homens. Um ídolo de pedra pode ser meteórico e não
formado por mãos humanas; pode ser considerado como caído do céu (At 19.35); um
ídolo de madeira pode ser um poste não muito bem esculpido, que pessimamente
pode ser distinguido do objeto natural, mas quando eram usados prata e ouro, a
mão do artífice se tornava visível na figura do deus representado (Jr
10,8,9)”.24 Quando moldados na forma de um homem ou animal, os ídolos têm boca,
olhos, ouvidos, nariz, mãos, pés, garganta — e, no entanto, são mudos, cegos,
surdos, incapazes de cheirar e de apalpar, imóveis, sem pronunciar nenhum tipo
de som (5-7). Alguns comentaristas acreditam que houve uma interpolação da
primeira ou da última caracterização, visto que ambas descrevem o aspecto da
fala. Mas essa repetição é mais bem-vista como parte da ênfase do poeta: do
começo ao fim, esses são ídolos mudos que não têm palavra alguma para anunciar
aos homens. O contraste com o Deus vivo e que fala é absoluto. Tornem-se
semelhantes a eles os que os fazem (8). A coisa impressionante é que aqueles
que os fazem e aqueles que adoram esse tipo de deuses se tornam como os
próprios ídolos. Os pagãos fazem seus deuses à sua própria imagem, e então se
tornam como eles! Esse é o efeito sobre nós em relação a quem adoramos. Nossos
ídolos hoje podem ser dinheiro, poder, prazer ou qualquer outra coisa para a
qual inclinamos o nosso coração. Mas se adoramos qualquer outra coisa que não
seja Deus, tornamo-nos interesseiros e duros ou levianos e superficiais. W.
T. Purkiser, M. A,. Comentário Bíblico Beacon Salmos. Editora CPAD. Vol. 3.
pag. 288.]
4. Mariolatria. É o culto de
Maria, mãe de Jesus. Seus adeptos dirigem oração a ela, prostram-se diante de
sua imagem e acreditam que sua escultura é milagrosa. Isso é idolatria! Os
devotos, propagandeados pela mídia, atribuem a Maria uma posição que a Bíblia
não lhe confere. Nós reconhecemos o papel honroso da mãe de nosso Senhor Jesus
Cristo, mas ela mesma jamais aceitaria ser cultuada (Lc 1.46,47; 11.27, 28; 1Tm
2.5). [Comentário: Mariolatria: Culto à Virgem Maria,
levado ao exagero. Alfonso Liguori escreve no livro "As Glórias de
Maria": “Nossa salvação será mais rápida, se chamarmos por Maria, do que
se chamarmos por Jesus . . . A Santa Igreja ordena um culto peculiar à Maria”. A
ICR exalta Maria como tendo sido a mãe ideal e perfeita em toda a sua vida.
Contudo, a Bíblia mostra que, em certa ocasião ela tentou atrapalhar o
ministério de Jesus. Maria e os irmãos de Jesus tentaram fazê-Lo parar o Seu
ministério. Esta passagem pode ser encontrada em Marcos 3:20-35 e vejam o que
diz o verso 21: “E, quando os seus ouviram isto, saíram para o prender; porque
diziam: Está fora de si”. Maria foi agraciada mais do que todas as outras
mulheres, porque lhe foi concedido ser a mãe de Jesus. Mas as Escrituras não
ensinam em lugar algum que devemos dirigir-lhe orações, nem adorá-la, nem
atribuir-lhe títulos especiais. Maria é digna do nosso respeito, mas somente o
Filho é digno da nossa adoração. (1) Maria foi escolhida por Deus porque ela
achou graça diante dEle (cf. Gn 6.8). Sua vida santa e humilde agradou tanto a
Deus, que Ele a escolheu para tão sublime missão (2 Tm 2.21). (2) A bênção de
Maria, por ter sido escolhida, trouxe-lhe grande alegria, mas também muita dor
e sofrimento (ver 2.35), uma vez que seu Filho seria rejeitado e crucificado.
Nesta vida, a chamada de Deus sempre envolve bênção e sofrimento, alegria e
tristeza, sucesso e desilusão. O clero romano nega terminantemente que os católicos
adoram a Maria, o que é oficialmente confirmado pelo Vaticano. Dizem que
Veneram-na: Conferindo com o marianismo dos católicos romanos, prova de maneira
irrefutável que se trata de adoração.
Se ajoelham diante de sua imagem, beijam a imagem,
carregam em procissões sua imagem, ficaram cheios de fúria quando chutaram sua
imagem, etc.... O sentido não tem como fugir da verdade. A ICR jamais admitirá
que prega a divindade de Maria, da mesma forma que nega a adoração a ela. Maria
é chamada , na reza Salve-rainha de “Rainha do Céu”, o mesmo nome de uma
divindade pagã da Assíria (Jr 7.18; 44.17-25). Mãe de Deus? A palavra grega usada para “mãe de Deus” originalmente
significa “portadora de Deus”. É impossível que Deus tenha mãe porque: A Bíblia
diz que Deus é eterno (Sl 90.2, Is 40.28). Não tem começo, nem meio e nem fim
de dias. Ele existe por si mesmo (Êx 3.14). A Bíblia esclarece que Maria é mãe
do Jesus homem e nunca mãe de Deus (At 1.14). O teólogo católico romano Ludwig
Ott, defendendo a doutrina espúria da veneração a Maria, mãe de Jesus, em sua
obra Fundamentals of Catholic Dogma (Fundamentos do Dogma Católico), afirma: ‘À
Maria, a mãe de Deus, confere-se o direito de receber o culto de hiperdulia’.
Em outras palavras, segundo o catolicismo romano, ‘Maria deve ser venerada e
honrada em um nível muito mais alto do que o de outras criaturas, sejam anjos
ou santos. Contudo, essa veneração a Maria é substancialmente menor do que a
cultus latriae (adoração) que é devida somente a Deus, no entanto, maior do que
a cultus diliae (veneração) devida a anjos e aos outros santos’. Essa doutrina
católica romana é uma das mais frágeis em argumentação, uma vez que cria uma
confusão terminológica em torno dos termos adoração e veneração, além de
defender pontos sem respaldo bíblico. Veneração significa ‘render culto’,
‘adoração’, sendo condenada pela Bíblia, seja em relação a anjos ou a santos
(Ap 22.9), exceto a Deus. Além disso, em nenhum momento a Bíblia fala que Maria
é superior a qualquer outra criatura e que deva receber orações ou mesmo
veneração. Outra amostra do subterfúgio sem nexo do catolicismo romano está no
fato de que a adoração a Maria (que por si só já é absurda) não está acima da
adoração a Deus. Todavia, em suas orações, como na Novena de orações em honra a
Nossa Mãe do Perpétuo Auxílio, declara-se, sem censura, que Maria é superior a
Jesus: ‘Porque se me protegeres, querida Mãe, nada temerei daquilo que me possa
sobrevir: nem mesmo dos meus pecados, pois obterás para mim o perdão dos mesmos
[a Bíblia diz que só há perdão através de Jesus – At 4.12; 1 Tm 2.5; 1 Jo 1.7];
nem mesmo da parte dos demônios, porque és mais poderosa do que o inferno junto
[a Bíblia diz que somente Jesus despojou os principados e potestades e só
podemos expulsar demônios por Jesus – Cl 2.15; Mc 16.17]; nem mesmo de Jesus, o
meu juiz, pois através de uma oração tua Ele será apaziguado [Maria seria a
advogada e Jesus, o juiz, mas a Bíblia diz que hoje Jesus é o nosso advogado –
1 Jo 2.1].” MARIOLATRIA. Revista Resposta Fiel, Rio de Janeiro, Ano 4, nº
12, p. 6, jun.-ago.2004.]
SÍNTESE DO TÓPICO IV
Não há base bíblica para praticar o
que a teologia romana ensina à igreja.
CONCLUSÃO
Devemos ter discernimento para distinguir ídolos de objetos meramente
decorativos. Tudo aquilo que a pessoa ama mais do que a Deus torna-se idolatria
(Ef 5.5; Cl 3.5). A Bíblia não proíbe as artes, nem a escultura em si mesma e
nem a pintura. Deus mesmo inspirou artistas entre os israelitas no deserto (Êx
35.30-35). O rei Salomão mandou esculpir querubins na parede e touros e leões
para decorar o templo (1Rs 6.29; 7.29) e o palácio real (1Rs 10.19,20), mas
nunca com objetivo de que tais objetos fossem adorados. [Comentário: “Porque há um só Deus e um
só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” (1 Tm 2.5). Um só
mediador... Jesus Cristo. É somente através de Jesus Cristo que podemos
aproximar-nos de Deus (Hb 7.25), confiando na sua morte expiatória para nos
remir dos nossos pecados, e orando com fé, pedindo forças e misericórdia
divinas para nos ajudar em todas as nossas necessidades (Hb 4.14-16). Não
devemos permitir que criatura alguma usurpe o lugar de Cristo em nossa vida,
dirigindo-se-lhe orações (ver Hb 8.6; 9.15; 12.24). As tentativas inglórias de
fundamentar o marianismo na Bíblia fracassaram. As expressões: “O Senhor é
contigo”; “bendita és tu entre as mulheres” (v.28) e “bendito o fruto do teu
ventre” (v. 42), não são a mesma coisa que: “bendita és tu acima das mulheres”.
Devemos esclarecer esses pontos aos seguidores da ICR, com respeito e amor, mas
discordando de suas crenças, com base na Palavra de Deus. Muitos são sinceros e
pensam estar fazendo a vontade de Deus.]. “NaquEle que me
garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2015
SUGESTÃO DE LEITURA
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao8-ldc-coisassacrificadasaosidolos.htm
PARA REFLETIR
A
respeito da Idolatria:
É
correto afirmar que a idolatria se caracteriza apenas por imagens de esculturas?
Não. A
idolatria se caracteriza por tudo aquilo que toma o lugar de Deus no coração da
pessoa.
Com a
máxima semítica “terceira e quarta geração”, o autor bíblico quer se referir ao
número exato de vezes que Deus castigará a geração?
Não. O objetivo
é contrastar o castigo para “terceira e quarta geração” com o propósito de Deus
de abençoar a milhares de gerações.
Por que
não podemos ter uma atitude de adoração ou devoção a Maria?
Em
primeiro lugar, Maria, apesar de ser a mãe de Jesus, era uma mulher igual às
outras, mas achada graciosa pelo Senhor. E ela jamais aceitaria ser cultuada,
pois a glória deve ser dada somente a Deus.
Ter
objetos decorativos em casa é idolatria?
Não. Não
há nada na Bíblia que condene ter objetos decorativos em casa.
A
Bíblia proíbe as artes?
Não. Temos
de ter discernimento para não proibirmos o que a Bíblia não proíbe. Temos de
distinguir os ídolos dos objetos meramente decorativos e das artes e esculturas
artísticas. Deus mesmo inspirou artistas entre os israelitas no deserto (Êx
35.30-35).
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
Revista Lições Bíblicas Mestre - 1º
Trim./2015 - CPAD
Tema: "Os Dez
Mandamentos" - Os Valores Divinos para uma Sociedade e Constante Mudança
Comentário: Pr. Esequias Soares
Consultores Doutrinários e
Teológicos: Pr. Antonio Gilberto e Pr. Claudionor de Andrade
Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos
subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e
não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um
e-mail indicando qual o texto.