1º Trimestre de 2015
Lição 2
11 de janeiro de 2015
LIÇÃO
2: O PADRÃO MORAL DA LEI
TEXTO ÁUREO
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"Então, vos anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu, os
dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra." (Dt 4.13)
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VERDADE PRÁTICA
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As chamadas "lei moral",
"lei cerimonial" e "lei civil" são, na verdade, três
partes de uma mesma lei que o Senhor Jesus já cumpriu na sua totalidade.
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LEITURA DIÁRIA
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
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Deuteronômio 9.9-11;
10.1-5
Dt 9.9-11:
9 Subindo eu ao monte a receber as tábuas de pedra, as tábuas da aliança
que o SENHOR fizera convosco, fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites;
não comi pão, nem bebi água.
10 Deu-me o SENHOR as duas tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus;
e, nelas, estavam todas as palavras segundo o SENHOR havia falado convosco no
monte, do meio do fogo, estando reunido todo o povo.
11 Ao fim dos quarenta dias e quarenta noites, o SENHOR me deu as duas
tábuas de pedra, as tábuas da aliança.
Dt 10.1-5:
1 Naquele tempo, me disse o SENHOR: Lavra duas tábuas de pedra, como as
primeiras, e sobe a mim ao monte, e faze uma arca de madeira.
2 Escreverei nas duas tábuas as palavras que estavam nas primeiras que
quebraste, e as porás na arca.
3 Assim, fiz uma arca de madeira de acácia, lavrei duas tábuas de pedra,
como as primeiras, e subi ao monte com as duas tábuas na mão.
4 Então, escreveu o SENHOR nas tábuas, segundo a primeira escritura, os
dez mandamentos que ele vos falara no dia da congregação, no monte, no meio do
fogo; e o SENHOR mas deu a mim.
5 Virei-me, e desci do monte, e pus as tábuas na arca que eu fizera; e
ali estão, como o SENHOR me ordenou.
OBJETIVO GERAL
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Apresentar a transitoriedade da Lei
para a dispensação da Graça.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
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Após esta aula, o aluno deverá estar apto a: Abaixo, os objetivos específicos
referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I.
Mostrar o formato da Lei no
Pentateuco.
II.
Explicar a
"morfologia" dos Dez Mandamentos.
III.
Especificar a unicidade da
Lei de Deus.
IV. Comparar a Lei com a Graça.
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COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Desde o princípio do mundo todos sabem que é imoral matar, adulterar,
furtar, dizer falso testemunho, desonrar pai e mãe, pois Deus colocou a sua lei
no coração e na mente de todos os seres humanos desde o início (Rm 1.19,20).
Eram princípios éticos, e não um código de lei. As dez proposições agora foram
colocadas em forma de lei, como código, e entregues a Israel por intermédio de
Moisés [Comentário: Deus escolheu duas formas para Se revelar ao
homem: a revelação geral e a revelação especial. As verdades gerais que podemos
aprender sobre Deus através da natureza, pela observação dela e pela razão, é o
que chamamos de revelação geral. A revelação especial se refere às verdades
mais específicas que podemos aprender sobre Deus através de sua Palavra
revelada. Salmos 19.1-4 declara: “Os céus
proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um
dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há
linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por
toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do
mundo.” De acordo com essa passagem, a existência e o poder de Deus podem
ser vistos claramente através da observação do universo. A ordem, detalhes e
maravilha da criação falam da existência de um Criador poderoso e glorioso. Em
Romanos 1.20, Paulo escreve: “Porque os
atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua
própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo
percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso,
indesculpáveis”. Paulo apresenta assim, que o poder eterno e a natureza
divina de Deus “claramente se conhecem”
e são “percebidos” pelo que foi
criado, e não há nenhuma desculpa para negar esses fatos. Com essas Escrituras
em mente, talvez uma definição de revelação geral seria: “A revelação de Deus a todas as pessoas, em todos os momentos e em todos
os lugares que prova que Deus existe e que Ele é inteligente, poderoso e
transcendente.” “...ele não se deixou
a si mesmo sem testemunha” (Atos 14.17); “...porquanto o que de Deus se pode conhecer...” (w. 19,20). Observe o
seguinte: 1. Que descobertas eles fizeram: “...porquanto o que de Deus se pode
conhecer neles se manifesta”, en autois
- entre eles; isto é, havia alguns entre eles que tinham o conhecimento de Deus,
estavam convencidos da existência de um ser supremo. As filosofias de
Pitágoras, Platão e dos estóicos descobriram muito do conhecimento de Deus,
como se vê pela grande quantidade de testemunhos. O que se pode conhecer, o que
implica que há muito que não pode ser conhecido. O ser de Deus pode ser
apreendido, mas não pode ser compreendido. Não podemos descobri-lo pela busca
puramente humana (Jó 11.7-9). O entendimento finito não pode conhecer
perfeitamente um ser infinito; mas, bendito seja Deus há aquilo que pode ser
conhecido, o bastante para nos conduzir ao nosso fim principal, glorificá-lo e
desfrutar dele; e essas coisas reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos, enquanto
coisas secretas não devem ser inquiridas (Dt 29.29).] Convido você para
mergulharmos mais fundo nas Escrituras!
I. AS TÁBUAS DA LEI
1. Formato. Era um jogo de
duas tábuas com quatro faces. Não é possível saber qual era seu tamanho. A arca
do concerto media um metro e dez centímetros de comprimento por 66 cm de
largura e 66 cm de altura (Êx 25.10, NTLH). Cada uma dessas tábuas não devia
passar de 75 cm x 55 cm x 55 cm, considerando que elas foram colocadas na arca
juntamente com a vara de Arão, que floresceu, e um vaso com o maná (Hb 9.4).
Contém 172 palavras. Um homem podia transportá-las tranquilamente. [Comentário: Conforme os textos de Êx 20;31.18; 34; Lv 7.36, Moisés recebeu
as tábuas da lei duas vezes, inclusive os dez mandamentos e outras revelações
que instruíam sobre o culto a YHWH. Assim foi estabelecido o Pacto Mosaico, o
maior evento na história de Israel e no qual se baseou toda a história
subsequente. O trecho de Êx 24.12 contém essa expressão, referindo-se às tábuas
onde os dez mandamentos haviam sido inscritos. A tradição informa-nos que
Moisés recebeu a lei da parte de Deus, cujos mandamentos foram escritos na
pedra com o próprio dedo de Deus (Êx 31.18; 32.15,16). Estes tabletes foram
postos dentro da arca da aliança. Algumas tradições rabínicas afirmam que cinco
dos mandamentos foram gravados em uma das tábuas, e cinco em outra; mas há
aqueles que pensam que todos os mandamentos foram registrados em cada tábua. A
primeira das opiniões tornou-se mais aceitável, sendo seguida nas sinagogas, na
apresentação das tábuas da lei. O site Chabad.org traz o seguinte: “Sobre as Tábuas, D'us, Ele próprio, esculpiu
nas primeiras duas pedras os Dez Mandamentos (as pedras vieram de cima).
Inclusive outro milagre incrível ocorreu: era possível ler as palavras por
igual em ambos lados (não em sentido contrário, que seria o normal). Além
disto, como eram vazadas (atravessavam a pedra) sinais que eram colocados
dentro e pertenciam às próprias letras, flutuavam desafiando a lei da
gravidade. As primeiras pedras foram quebradas por Moshê ao descer do Monte
Sinai e avistar o povo cultuando o bezerro de ouro que haviam construído na sua
ausência. Moshê retornou e subiu novamente ao Monte Sinai levando desta vez
pedras terrestres. Lá permaneceu por mais 40 dias e noites e retornou com novas
tábuas, desta vez esculpidas por ele com orientação Divina e sem todos os
milagres da primeira” http://www.chabad.org.br/interativo/faq/astabuas.html.]
2. A divisão das tábuas. Em nenhum lugar a
Bíblia diz quantos e quais eram os mandamentos em cada uma dessas tábuas.
Escritores antigos, judeus e cristãos, como o pensador judeu Fílon de
Alexandria (30 a.C. - 50 d.C.), o historiador judeu Flávio Josefo (37 - 100) e
um dos pais da igreja, Irineu de Lião (125-202), dentre outros, diziam haver
cinco mandamentos em cada tábua. Segundo Calvino, eram quatro e seis, e não
cinco e cinco. Esta nova interpretação tem encontrado eco nos tempos modernos. [Comentário: Encontramos no Dicionário Bíblico Wycliffe (CPAD) o seguinte: “Os judeus, os católicos e os luteranos
combinam as proibições contra o politeísmo e a idolatria em uma só. Os judeus
estabeleceram a afirmação introdutória (Êx 20.2) como o primeiro mandamento,
enquanto os católicos e os luteranos dividem o mandamento contra a cobiça. As
igrejas Ortodoxa e Reformada consideram Êxodo 20.2 como introdutório, a
proibição contra o politeísmo como o primeiro mandamento, e a proibição da
idolatria como o segundo mandamento. A segunda opinião é superior porque ela
faz uma distinção entre politeísmo e idolatria. Essa visão evita
artificialmente que se divida o décimo mandamento, e que se faça um mandamento
de Êxodo 20.2, que não é nem um mandamento nem uma proibição”.PFEIFFER
.Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 548. O Pr
Esequias Soares, comentarista da revista, escreve: “Os judeus, desde Fílon de Alexandria até a atualidade, dividem os Dez
Mandamentos em dois grupos de cinco, um grupo para cada tábua. Agostinho de
Hipona supunha haver três mandamentos na primeira tábua e sete na segunda.
Calvino e muitos da atualidade acreditam que na primeira tábua estavam gravados
os quatro mandamentos relativos aos deveres do homem com Deus e, na segunda, os
seis mandamentos relativos ao homem e seu próximo. Alguns interpretam que o
Senhor Jesus Cristo sintetizou as tuas tábuas nos dois grandes mandamentos (Mt
22.34-40), com a ressalva do sábado, pois não há ensino no Novo Testamento para
a observância do quarto mandamento. Essa questão é discutida mais adiante, no
Capítulo 5”.Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para
uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 19.]
3. A rebelião. Ao fim de quarenta
dias, Moisés desce do monte com as tábuas da lei (Dt 9.11). Nessa ocasião
Israel havia se corrompido com o bezerro de ouro* (Êx 32.7-9). Ainda muito cedo
na história, vemos como a natureza humana é inclinada ao pecado. Onde está o compromisso
do povo quando declarou na cerimônia do concerto: "Tudo o que o SENHOR tem
falado faremos e obedeceremos" (Êx 24.7)? [Comentário: As tábuas de pedra ou tábuas da aliança eram
os “documentos” nos quais a aliança fora registrada. Este era o costume
tradicional dos tratados de suserania do Oriente Próximo, o serem registrados
em tábuas. Talvez o mesmo termo seja o pretendido aqui, e daí a tradução
“tábuas de pedra” (5:22;Êx 31:18; cf. Êx 32:15s.; 34:1). Vários elementos desta
narrativa soam de maneira estranha a ouvidos ocidentais: abstinência de água e
comida por quarenta dias, a apresentação das placas de pedra a Moisés por Deus
e a inscrição dos mandamentos nas placas pelo dedo de Deus. Tal linguagem é
comum no Velho Testamento e comum no Oriente. É caso para debate aberto, por
exemplo, se o número quarenta poderia talvez denotar algo como “por tempo
considerável”, ou até mesmo “um período solene de espera e preparação” (cf. Gn
7:4; 1 Rs 19: 8; Jn 3: 4; Mt 4: 2; At 1: 3). A expressão ocorre em literatura
extra-bíblica na Esteia de Moabe, linha 8. Mais uma vez, é comum no Velho
Testamento atribuir eventos à atividade de Deus quando, na verdade, tais
eventos tenham sido realizados por Seus agentes, embora Ele tenha recebido o crédito.
Assim, a conquista de Canaã foi obra Sua, embora tenha sido empreendida por
Israel. Neste capítulo, Javé aparece como aquele que expulsa os povos de Canaã
(4). Nossas mentes ocidentais procuram depressa demais imprimir explicações
literalistas e materialistas a tais expressões. Será que esta passagem não
poderia simplesmente indicar que, durante um período de preocupação solene com
uma santa missão, sob a direção de Deus, o próprio Moisés selecionara as placas
e nelas escrevera? No entanto, ele podia perfeitamente dizer que Deus lhe dera
as placas e que as palavras que nelas inscrevera eram a própria escrita de Deus.
Não são desconhecidas em nosso linguajar moderno expressões como “o Senhor me
abriu uma porta”, ou “O Senhor conseguiu um visto para mim”, etc. Tais
antropomorfismos são necessários em vista de nossas limitações humanas, se
desejarmos apreender, mesmo de maneira limitada, os mistérios da pessoa e da
atuação de Deus. (Veja o comentário sobre 5:22). A. Thompson. Deuteronômio
Introdução e Comentário. Editora Vida Nova.]
4. Deus renova o
concerto. A revelação do Sinai prosseguiu após ser interrompida por causa da
rebelião do bezerro de ouro. Nessa ocasião, as tábuas do concerto foram
quebradas (Êx 32.15-19). Mas Deus perdoou o povo, e o concerto foi renovado (Êx
34.10,27). Deus mandou Moisés lavrar novas tábuas, nas quais escreveu novamente
as mesmas palavras (Êx 34.1; Dt 10.1). Parece que isso foi resultado da
intercessão de Moisés pelo povo (Êx 32.31-33). [Comentário: O Comentário Bíblico Beacon (CPAD), comenta
acerca da renovação do concerto: “A Renovação do Concerto (34.10-28) a) A
promessa de Deus (34.10,11). Deus renova com Moisés formalmente o concerto
quebrado. Prometeu conduzir Israel fazendo maravilhas (10), que seriam maiores
aos olhos do povo que qualquer coisa jamais feita. Ele as chamou coisa terrível
é o que faço contigo. “O que estou a ponto de fazer com vocês inspira terror”
(VBB). O Senhor expulsaria os inimigos da terra da promessa (11). As maravilhas
se cumpriram mais tarde em ocorrências como a queda dos muros de Jericó (Js
6.20) e a matança dos inimigos com chuva de pedra (Js 10.11). Ainda que Moisés
não tenha vivido para ver estas vitórias, a promessa de DEUS cumpriu-se para
seu povo. b) O aviso contra a idolatria (34.12-16). O mal de formar alianças
com os povos da Terra Prometida era uma possibilidade real. Os israelitas
tinham de se guardar (12) e não fazer concerto com os moradores, porque este
procedimento seria um laço para eles. Para se proteger, Israel tinha de
derrubar os altares, quebrar as estátuas e cortar os bosques (13). Não deviam
permitir que continuassem existindo. As estátuas (“colunas”, ARA) e os bosques
(“postes-ídolos”, ARA) eram objetos de culto erigidos para a adoração de deuses
e deusas da mitologia Cananéia. Estavam ligados com o culto a Baal, e foram
“introduzidos em Israel pela fenícia Jezabel (1 Rs 18.19)”. “Ritos
grotescamente imorais eram praticados com relação às colunas e bosques, e estas
foram fonte contínua de tentação para os israelitas até o exílio.” Acerca da
declaração de que Deus é zeloso (14), ver nota em 20.5. Todo concerto com os
moradores da terra (15) levaria Israel a se unir com eles em festas a ídolos e
casamentos entre si, resultando em apostasia e idolatria (16). Casar-se com
alguém ligado a uma falsa religião é o caminho mais rápido para a desobediência.
Os filhos se prostituem segundo os deuses das esposas. A idolatria, quer pagã
ou da atualidade, é forma de adultério espiritual. A pessoa é infiel ao
compromisso com Deus, quando o coração busca seguir os deuses deste mundo. Em
nossa sociedade, é quase impossível salvar nossos filhos da exposição a essas
tentações. Colocadas juntas em escolas públicas e atividades comunitárias, as
crianças cristãs são sujeitas diariamente a estas seduções. Nossa única
esperança é a instilação de coragem e fé que resistirão ao engodo de “ídolos”
mundanos e casamentos com não-crentes. Quando ocorrem alianças erradas e outros
erros em nossa família, há o recurso à graça redentora de Deus e ao poder da
oração intercessora pelo Espírito Santo. c) Várias proibições (34.17-26).
Muitas destas proibições são repetições de ordens anteriores. O recente pecado
de Israel tornou imperativa a repetição do mandamento de não fazer deuses de
fundição (17). As instruções encontradas nos versículos 18 a 20 são analisadas
em 12.14-20; 13.3-13; e 23.15. O mandamento sobre o sábado (21; ver comentários
em 23.12) acrescenta a necessidade de observar o dia santo na aradura e na
sega. Os israelitas deviam resistir à tentação de, no dia de Deus, arar quando
ameaçava chover ou de colher quando a colheita estava madura. Era fácil então,
como é hoje, justificar o trabalho quando havia obrigações a cumprir. d) A
finalização do concerto (34.27,28). Deus disse a Moisés: Escreve estas palavras
(27) — as palavras que Deus acabara de lhe dizer (10-26). Conforme o teor
destas palavras significa “com base nestas palavras” (Smith-Goodspeed; cf.
NTLH). Estes acordos renovaram o concerto do Senhor com o povo. Clarke supunha
que o procedimento incluía uma cópia das tábuas de pedra para Israel, visto que
as originais seriam colocadas na arca.71 Em todo caso, foi Deus que escreveu os
dez mandamentos nas duas tábuas (28; o pronome oculto ele [escreveu] deve ser
entendido como referência a Deus; ver v. 1), e Moisés escreveu o restante do
concerto. O servo do Senhor ficou no monte quarenta dias e quarenta noites,
como da primeira vez, e jejuou em ambas as ocasiões (cf. 24.18; Dt 9.9).” Leo
G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Êxodo. Editora CPAD. pag. 233-235..]
PONTO CENTRAL
Toda a Lei - os preceitos morais, cerimoniais e civis - foi cumprida
pelo Senhor Jesus Cristo
CONHEÇA MAIS
*Bezerro de Ouro: A estátua de bronze
A imagem da estátua ao lado é feita de bronze e trata-se do touro
sagrado de Ápis, em Mênfis. R.K. Harrison afirma que a "adoração a estes
animais era associada à fertilidade, e foi proeminente nos rituais sectários
dos hebreus no período que precedeu o exílio". Para saber mais, leia
Tempos do Antigo Testamento, CPAD, pp.129-153.
SÍNTESE DO TÓPICO I
Os Dez Mandamentos têm caráter
categórico e absoluto. Eles não contemplam o relativismo moral.
II. OS DEZ MANDAMENTO
1. Origem do termo. A expressão
"dez mandamentos", em hebraico asseret hadevarim, significa
literalmente "as dez palavras" e só aparece três vezes na Bíblia (Êx
34.28; Dt 4.13; 10.4). A Septuaginta traduziu por dekalogos,
"decálogo", a partir de dois termos gregos: deka, "dez", e
logos, "palavra". O sentido de "palavra" nesses
idiomas é amplo e indica "discurso,
pronunciamento, proposição". O termo hebraico específico para
"mandamento" é mitsvah, usado também em referência aos Dez
Mandamentos (Êx 24.12). A Septuaginta utiliza o termo entolé, a mesma palavra
usada no Novo Testamento (Mt 19.17-19). [Comentário: O termo é usado em Êxodo 34.28; Deuteronômio
4.13; 10.4, e os mandamentos estão registrados em Êxodo 20.1 -17; Deuteronômio
5.6-21. O título alternativo “decálogo” angliciza o termo da LXX, que é uma
tradução literal do hebraico. Russell Norman Champlin informa o seguinte: “Palavras
Envolvidas e Designações. A importância da lei, dentro do judaísmo, pode ser
demonstrada pelo fato de que há cerca de novecentas referências aos
mandamentos, no Antigo Testamento, mediante o uso de uma dezena de palavras
diferentes. O Decálogo. O termo decálogo, que significa dez palavras, foi usada
pelos pais gregos da Igreja para se referirem aos dez mandamentos do Antigo
Testamento. No hebraico, esses mandamentos são chamados haddebarim asereth,
«dez palavras». Ver Êxo. 34:28; Deu. 4:13 e 10:4. Outras expressões também
usadas para indicar a lei são: «as duas tábuas do testemunho» (Êxo. 34:29); a
«sua aliança» (Deu. 4:13), «as tábuas da aliança» (Deu. 9:9). No Novo
Testamento, encontramos, principalmente, o termo grego entola~i, «mandamentos»
(Mat. 19:17 ss, Rom. 13:9; I Tim. 1:9, para exemplificar). CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 4139-4140..]
2. Classificação. As autoridades
religiosas de Israel sempre classificaram os Dez Mandamentos em dois grupos:
teológico e ético; vertical e horizontal; relação do ser humano com Deus e com
o próximo. Os primeiros mandamentos são teológicos e se resumem no primeiro e
grande mandamento (Dt 6.5; Mt 22.37,38; Mc 12.30; Lc 10.27). Os da segunda
tábua são éticos, e consistem em amar o próximo como a si mesmo (Lv 19.18; Mt
22.39; Mc 12.31). [Comentário: O Pr Esequias Soares, citando Carson, escreve
o seguinte: “Quanto à lei, algo precisa
ser dito sobre a alegada divisão em lei moral, lei cerimonial e lei civil.
Desde muito tempo qualifica-se o Decálogo como lei moral, enquanto a parte da
legislação mosaica que trata das cerimônias de sacrifícios e festas religiosas,
entre outras, é chamada de lei cerimonial, e os preceitos de caráter jurídico
são considerados lei civil. A visão tripartite da lei em preceitos morais,
cerimoniais e civis não vem das Escrituras. "Embora essa distinção tripartite
seja antiga, seu uso como fundamento para explicar a relação entre os
testamentos não é demonstravelmente derivada do Novo Testamento e provavelmente
não é anterior a Tomás de Aquino" (CARSON, 2011, p. 179)” Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante
Mudança. Editora CPAD. pag. 25.]
3. Forma. A forma dos Dez
Mandamentos é geralmente chamada de categórica ou absoluta. É uma das formas de
lei que apresenta um estilo sóbrio e de estrutura rítmica, assonante, paralela
e poética. Isso facilita a memorização e é apropriado para a leitura litúrgica
e em grandes eventos religiosos (Dt 31.11). As proibições são sem concessão;
não admitem exceção. Aqui temos oito proibições absolutas com a negação
hebraica, lo, "não", forma incondicional, em tempo verbal que nas
línguas ocidentais é chamado de "futuro". Os outros dois mandamentos
dados a Israel são positivos: guardar o sábado e honrar pai e mãe (Êx 20.8-12;
Dt 5.12-16). ). [Comentário: É habitual na erudição bíblica referir-se aos Dez Mandamentos e
ao livro do concerto, que os segue, como lei no sentido de jurisprudência
comum. Embora esta não seja uma noção totalmente errônea, o mais recente
reconhecimento de que estas seções são nada menos do que as cláusulas de
estipulação em um documento de tratado que teve o efeito saudável de
localizá-los mais precisamente no ambiente histórico, literário e teológico.
Estas estipulações não visavam regular o comportamento humano em geral, embora
os princípios que elas incorporam sejam heurísticos e atemporais, mas acham seu
lugar em um contrato cujo propósito é fornecer diretrizes legais, morais e
religiosas para um povo especial escolhido para uma tarefa especial. E até para
este povo os regulamentos não eram um meio pelo qual ele obtinha a salvação —
que foi simbolizada pela Páscoa e pelo êxodo, mas um manual de instruções pelo qual
o povo do concerto tinha de ordenar a vida nacional na missão como povo
sacerdotal e mediador. As estipulações eram a torah no sentido de instruções. Tendo
estabelecido a natureza da lei de Israel como estipulação do concerto, ainda é
importante ressaltar que a grande seção de estipulação do tratado está dividida
em duas partes, como já mencionamos. A primeira, os Dez Mandamentos, é de forma
e função completamente diferente da segunda seção, o livro do concerto. Como
mostraram muitos estudiosos, os mandamentos estão expressos na estrutura de lei
apodíctica. Isto diz respeito à natureza geral, incondicional e elementar
expressa em quase toda ocorrência por um “não farás”. O livro do concerto, por
outro lado, está disposto na forma de lei casuística. Seus regulamentos tratam
de casos específicos ou classes de incidentes e normalmente consistem em
declarações tipo prótase-apódose, quer dizer: “Se alguém fizer isto ou aquilo,
então esta é a penalidade”. Outra ressalva é que a seção de estipulação mais
curta e geral é parecida com uma “constituição”, da qual a seção mais longa de
estipulações se relaciona como um corpo de emendas ou, melhor, exemplos de
aplicação específica. Assim, cada um dos dez mandamentos tem elaboração no
resultante livro do concerto, com a consequência de que os princípios estão
detalhados com referência precisa à vida prática e cotidiana. Roy B. Zuck.
Teologia do Antigo Testamento. Editora CPAD. pag. 49-50.]
SÍNTESE DO TÓPICO II
A Lei é chamada de "Lei do
Senhor" porque veio diretamente de Deus; e de Moisés, porque ela foi
mediada pelo legislador de Israel.
III. A QUESTÃO DOS PRECEITOS DA LEI
1. Uma só lei. Há uma corrente de
interpretação que ensina ser o Decálogo a lei moral, enquanto a parte da
legislação mosaica que trata das cerimônias de sacrifícios e festas religiosas,
entre outras, é chamada de lei cerimonial. Esse pensamento nos parece
inconsistente, pois não é ensino bíblico nem os judeus jamais dividiram sua lei
em moral e cerimonial. Ao longo da história, eles observaram o sábado e a
circuncisão com o mesmo cuidado. Jesus disse que a circuncisão está acima do
sábado (Jo 7.22,23). [Comentário: Jesus acusou os judeus de fracasso no
cumprimento da Lei. Não estavam fazendo a vontade de Deus nesse sentido. Como,
então, poderiam aceitar Aquele a quem Deus tinha enviado? Suas intenções
homicidas para com Ele eram por si mesmas violação do sexto mandamento. A
multidão, ficando ao lado dos líderes sem conhecer seus desígnios, pensava que
Jesus estivesse louco, atormentado por um demônio, imaginando que Sua vida
estivesse em perigo (v. 20). O Senhor tinha de atingir as raízes da animosidade
dos líderes. Aquele um só feito que Ele fizera em Jerusalém e que deixara todos
maravilhados, mas que colocara os líderes contra Ele, foi a cura do homem
aleijado, no sábado (cap. 5). O próprio Moisés, que os judeus respeitavam
tanto, ordenou a circuncisão (embora a prática se originasse com os patriarcas
e não com Moisés), de modo que ela tinha de ser realizada no oitavo dia (Lv.
12:3), mesmo se caísse no sábado. Pelo motivo (v. 22) não está bastante claro
quanto à relação que tem com o assunto. Possivelmente aponta a seguinte linha
de pensamento - que a circuncisão no sábado era aceitável e na realidade
apontava para a obra que Jesus tinha realizado, uma vez que a restauração de um
homem física e espiritualmente era até mais significativo do que a administração
do sinal da aliança. Charles F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody.
Editora Batista Regular. João. pag. 44.]
2. A lei do Senhor
e a lei de Moisés. O que de fato existem são preceitos morais, cerimoniais e civis, mas a
lei é uma só. É chamada de lei do Senhor porque veio de Deus, e de lei de
Moisés porque foi ele o mediador entre Deus e Israel (Ne 10.29). Ambos os
termos aparecem alternadamente na Bíblia (Ne 8.1,2,8,18; Lc 2.22,23). A
cerimônia dos holocaustos, a circuncisão e o preceito sobre o cuidado dos bois
são igualmente reconhecidos como lei de Moisés (2 Cr 23.18; 30.16; At 15.5; 1
Co 9.9). [Comentário: Como Iegislador e Mediador da Aliança. A lei
mosaica tanto foi uma legislação quanto foi uma aliança. E Moisés foi o
instrumento humano para tanto. O capitulo vinte do livro de Êxodo fornece-nos a
porção cêntrlca dessa legislação, mas quase todo o livro de Êxodo está
envolvido em seu delineamento; e o livro de Deuteronômio repete a questão, com
algumas adições, ao passo que o livro de Levítico fornece-nos as intrincadas
leis acerca do sacerdócio e do culto religioso. A lei mosaica não era apenas um
documento religioso de proibições. .Paralelamente a isso, era um complexo
conjunto de leis civis, muitas delas com preceitos paralelos em outras
legislações semíticas. Ver o artigo intitulado Hamurabi, Código de, quanto a
uma ilustração a esse respeito. O código de Hamurabi foi escrito cinco séculos
antes de Moisés; e os pontos de semelhança mostram que uma das fontes da
legislação mosaica foi o fundo de leis desenvolvidas pelas culturas semíticas
durante um longo período de tempo. Pode-se dizer que as leis civis de Moisés
ocupam cerca de quarenta parágrafos em Êxodo 21-23; em Levitico 18-20, um pouco
mais do que vinte parágrafos; em Deuteronômio 12-16, cerca de noventa
parágrafos. O material, desse modo, mostra ser bastante completo, embora não
exageradamente longo. Esses cento e cinquenta parágrafos são menos do que os
282 parágrafos do código de Hamurabi. As leis dos assírios ocupavam cerca de
115 parágrafos, embora muito mais material se tenha perdido. As leis dos
heteus, até onde o demonstram as descobertas arqueológicas, ocupam cerca de 200
parágrafos. Esse pacto mosaico é contrastado com o Novo Testamento, trazido por
Cristo. Caracterizava-se por uma lei, e, presumivelmente, era capaz de
transmitir vida (ver Lev. 18:5). Entretanto, os eruditos hebreus têm
demonstrado que, nos escritos de Moisés, essa vida era apenas terrena, e não
pós-morte. Os intérpretes posteriores do judaísmo é que a interpretaram como
pós-morte. Seja como for, como um contraste com a lei mosaica, a graça, a
verdade e a vida eterna vieram por meio de Cristo (João 1:17). O evangelho
anuncia ao mundo a graça divina (ver Rom. 3 e 4). O pacto mosaico estava
contido em três divisões: a. os mandamentos (Êxo, 20); b. os juizos (Êxo,
21:1-24:11), que regulamentavam a vida social de Israel; e c. as ordenanças
(Êxo. 24:13-31:18) que governavam a vida religiosa da nação. Esses três
aspectos constituíam a lei. O trecho de 11 Cor. 3:7-9 caracteriza essa
legislação como «ministério da morte» e «ministério da condenação», porquanto
não era através da lei que a vida espiritual ê conferida ao homem. O crente do
Novo Testamento não está debaixo da lei mosaica, e, sim, sob o incondicional
Pacto Novo da graça divina (ver Rom. 3:21-27; 6:14,15; OU 2:16; 3:10-14;
4:21-31; Heb. 10:11-1). CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 340.]
3. A lei de Deus. A lei de Deus é
todo o Pentateuco; trata-se de um livro, e não meramente das palavras escritas
em tábuas de pedra (Js 24.26; Ne 8.8,18). Isso precisa ficar muito claro porque
certos grupos sectários argumentam: "Você guarda a lei de Deus?". Isso
por causa do sábado, e transmite a falsa ideia de que a lei de Deus se
restringe aos Dez Mandamentos. Se eles guardam a lei de Deus, precisam observar
os seus 613 preceitos; do contrário, estão sob a maldição (Gl 3.10). [Comentário: Josué e o povo selaram a aliança de servir a Deus quando
escreveram as palavras no livro da Lei de Deus e no momento em que erigiram uma
grande pedra debaixo do carvalho, a mesma árvore que Jacó encontrou quando veio
a Siquém. Esta árvore ficava perto do santuário do Senhor, o qual,
provavelmente, não era uma construção regular ou um templo, mas um lugar
sagrado criado em Siquém ao levar o tabernáculo para lá. A referência às
pessoas apresentando-se diante de Deus (v. 1) pode indicar que o tabernáculo
estava lá. A pedra debaixo do carvalho funcionava como um lembrete legal ou
testemunho de que a aliança fora assumida pelas pessoas. Agora, a pedra e o
povo eram ambos as testemunhas. Isso reflete a função do altar construído pelas
tribos que estavam assentadas a leste do Jordão, que também era um testemunho
(Js 22.34). Uma grande pedra erguida, que data da época final da idade do
Bronze (isto é, mais ou menos a época em que se passa essa história), foi
encontrada em Siquém, e pode ser a pedra aqui mencionada. EarI D.
Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo
Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 399-400.
Ele e outros leram do livro da lei, desde a alva até ao meio-dia (v. 3), e eles
leram declarando (“claramente”, v.8 [versão RA]). A leitura das Escrituras em
reuniões cristãs é uma ordenança de Deus, em que Ele é honrado, e sua Igreja,
edificada. E, em ocasiões especiais, devemos estar abertos a participar por
muitas horas juntos na leitura e exposição da palavra de Deus: os que são
mencionados aqui se reuniram por seis horas. Que aqueles que lêem e pregam a
palavra aprendam também a apresentar-se de maneira distinta, como aqueles que
entendem o que dizem e são tocados por ela, e que desejam que esses a quem
falam tenham condições de entendê-la, retê-la e ser tocados por ela. Laço é
para o homem dizer precipitadamente (Pv. 20.25). (4) O que eles leram, isso
expuseram, e disso mostraram a intenção e o significado, e a aplicação prática
das palavras da lei; eles explicaram o sentido em outras palavras, faziam que,
lendo, se entendesse (w. 7,8). Observe: [1] E necessário que aqueles que ouvem
a palavra a entendam; caso contrário, não passam de palavras e sons vazios (Mt
24.15). [2] Portanto, exige- se que aqueles que são mestres por ofício
expliquem a palavra e deem sentido a ela. Entendes tu o que lês?, e:
Entendestes todas estas coisas? (veja Mt 13.51), são boas perguntas a serem
colocadas para os ouvintes; mas: Como poderei entender, se alguém me não
ensinar? (At 8.30,31). Ler é bom e pregar é bom, mas a exposição une a leitura
e a pregação, e assim torna a leitura tanto mais inteligível e a pregação tanto
mais convincente. (5) O povo comportou-se de maneira muito apropriada quando a
palavra foi lida e aberta a eles. [1] Com grande reverência. Quando Esdras
abriu o livro, todo o povo se pôs em pé (v. 5), mostrando dessa forma respeito
tanto por Esdras quanto pela palavra que ele estava prestes a ler. Cabe aos servos
ficar em pé, quando seu senhor fala com eles, em honra ao seu senhor e para
mostrar a disposição em fazer o que lhes é ordenado. [2] Com grande firmeza e
compostura. O povo estava no seu posto (v.7); diversos ministros estavam lendo
e expondo a certa distância um do outro, e cada um do povo permaneceu no seu
lugar, não se dirigia primeiro para um e então para outro, para fazer
comentários sobre eles, mas permanecia no seu lugar, para que não perturbasse o
outro nem fosse ele próprio perturbado. [3] Com grande atenção e disposição: os
ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei (v. 3). Seus ouvidos
estavam como acorrentados a ele; eles ouviam prontamente, e prestavam atenção
em cada palavra. A palavra de Deus requer atenção e a merece. Se por causa de
descuido deixamos escapar muita coisa ao ouvir, existe o perigo de que pelo
esquecimento deixemos escapar tudo depois de ouvir. HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag.
825.]
SÍNTESE DO TÓPICO III
A Lei é chamada de "Lei do
Senhor" porque veio diretamente de Deus; e de Moisés, porque ela foi
mediada pelo legislador de Israel.
IV. A LEI E A GRAÇA
1. A
transitoriedade da lei. O Senhor Jesus cumpriu toda a lei, os preceitos
morais, cerimoniais e civis (Mt 5.17,18). O apóstolo Paulo é muito claro quando
fala que “o ministério da morte, gravado
com letras em pedras [...] era
transitório” (2 Co 3.7,11). No entanto, a verdade moral contida no sistema
mosaico, como disse o teólogo Chafer, “foi restaurada sob a graça, mas adaptada
à graça, e não à lei”. Isso diz respeito a sua função e não compromete a sua
autoridade como revelação de Deus e parte das Escrituras divinamente inspiradas
(2 Tm 3.16,17). [Comentário: Agora o apóstolo apresenta de um modo claro o
que ele tinha apenas mencionado previamente (cf. 3, 6) - o contraste entre as
dispensações (cf. RSV) da Lei e do Espírito, entre o ministério de Moisés e o
de Paulo. O ministério de Moisés (7) é caracterizado pela glória (“brilho”,
RSV) no rosto de Moisés. “Transitória como era” (NASB), era ainda assim tão
brilhante que os filhos (huious, “filhos”) de Israel não podiam “olhar
atentamente” (NASB) para ela (Êx 34.29-30). A ênfase de Paulo está na glória ou
no esplendor do ministério de Moisés como uma revelação da eterna vontade de Deus.
Assim, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras (cf. Rm 7.7-8; 1
Co 15.16), veio em glória, não é óbvio (ouchi), pergunta Paulo, que “seja de
maior glória (ou resplendor, RSV)” o ministério do Espírito (8), que dá a vida
(3.6; cf. G1 3.5)? Então, na segunda fase do seu contraste, ele prossegue
explicando que “se o ministério da condenação [Dt 27.26; G1 3.10] foi glorioso,
muito mais excederá em glória o ministério da justiça” (9, NASB) [Rm 1.17;
5.17; 8.1-4; 1 Co 1.30].'“A lei”, comenta Calvino, “deve nos mostrar a doença,
de modo a não nos mostrar, ao mesmo tempo, qualquer esperança de cura; o
evangelho deve trazer o remédio àqueles que já não têm mais esperança”. O
último supera a primeira “porque é uma coisa muito maior absolver o pecador
condenado do que condená-lo”. Uma só considera a lei escrita nas pedras; o
outro, considera o sangue do próprio Filho de Deus e o poder do Espírito. A
justiça sobre a qual Paulo baseia a superioridade do seu ministério é “a justiça
de Deus” revelada no “evangelho de Cristo” (Rm 1.16-17), que ele expõe em
termos de justificação e santificação em Romanos 3.31—8.39. Este contraste
entre ministérios pode até mesmo ser considerado tão radical, que o primeiro,
que foi glorificado (10) como um instrumento da auto-revelação de Deus, agora,
“nesta parte, não foi glorificado, por causa desta excelente glória” (NASB) - a
glória do segundo, que o supera em muito (cf. Jo 1.17; Rm 10.4; G1 3.21-25). “A
sua glória agora está diminuída, como o brilho dos lampiões quando chega o
amanhecer” (R. A. Knox). Paulo desenvolve o seu ponto final do contraste (11) a
partir do brilho do rosto de Moisés (3.7), que já desaparecia, de acordo com a
tradição judaica, mesmo quando ele estava descendo do Monte Sinai. Ele viu isto
como sendo um sinal da natureza transitória do antigo concerto, que Moisés
representava. O contraste é com a permanência da revelação do Espírito. Porque,
se o que era transitório foi para glória (dia doxes), muito mais é em glória
(en doxe) o que permanece. Assim, a adequação do ministério apostólico de Paulo
é a sua superioridade como um ministério do novo concerto - um ministério do Espírito
- superior (1) como a vida é mais gloriosa do que a morte, (2) como a justiça é
mais gloriosa do que a condenação, e (3) como aquilo que é permanente é mais
glorioso do que aquilo que é transitório. Donald S. Metz. Comentário
Bíblico Beacon. II Coríntios. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 419.]
2. A graça. O Senhor Jesus e o apóstolo Paulo citaram
Levítico 18.5 como meio hipotético de salvação pela observância da lei (Mt
19.17; Gl 3.11). Mas ninguém jamais conseguiu cumprir toda a lei, exceto Jesus.
O mais excelente dos rabis de Israel só conseguiu cumprir 230 pontos dos 613
preceitos da lei. A lei diz “faça e viva”, no entanto, a graça diz “viva e faça”. Por esta razão os
cristãos estão debaixo da graça, e não da lei (Rm 6.14; Gl 3.23-25). A lei não
tem domínio sobre nós (Rm 7.1-4). [Comentário: Lv 18.5 Cumprindo os quais, 0 homem viverá por
eles. Vivia-se, vivendo corretamente. A vida consistia na guarda da lei. Este
versículo é muito empregado para mostrar que os hebreus esperavam obter a vida
eterna mediante a guarda da lei. Posteriormente, os judeus interpretavam-no
nesse sentido. Mas foi essa a questão central que o apóstolo Paulo combateu e
repudiou, em Gál. 3.21,22. Disse ele: .. se fosse promulgada uma lei que
pudesse dar vida, a justiça, na verdade seria procedente de lei. Mas a
Escritura encerrou tudo sob o pecado, para que mediante a fé em Jesus Cristo
fosse a promessa concedida aos que crêem”. Mas em Lev. 18.5, “vida" não é
a vida eterna. Em parte alguma do Pentateuco temos a promessa de vida
além-túmulo para os que vivessem retamente, nem temos ameaças de juízo,
além-túmulo, para os que não vives- sem retamente. O Pentateuco não contém a
doutrina da alma, embora ela seja antecipada na doutrina da imagem de Deus, em
Gên. 1.26,27. Séculos mais tarde, nas mãos de Paulo, essa doutrina tornou-se
muito importante, como centro da vida e natureza da alma eterna (Rom. 8.29 ss.;
I João 3.2). Tal desenvolvimento teológico, contudo, não começou nos dias de
Moisés. A ideia da alma começa nos Salmos e nos Profetas; mas 0 assunto da
bem-aventurança ou da punição eternas, além-túmulo, ainda precisou de muito
mais tempo para ser consolidado dentro da teologia dos hebreus. Simplesmente
temos de admitir que a teologia judaica, nesse particular, era deficiente,
sendo esse um dos pontos que a revelação cristã veio aprimorar. Não há que
duvidar, sem embargo, de que, posteriormente, quando os judeus vieram a crer
firmemente na existência da alma imortal e imaterial, o trecho de Lev.18.5
passou a ser empregado para mostrar que a vida etema viria através da guarda da
lei. E isso armou o palco para o repúdio a tal ensino, por parte de Paulo. A
vida referida em Lev. 18.5 é uma vida física abundante, abençoada por YHWH. Uma
vida boa, mediante a observância dos mandamentos, mas que termina na morte. É
melhor alguém viver bem do que ao contrário, e a guarda da lei fazia parte
integral de uma vida boa e longa sobre a terra, sob a bênção de YHWH. “A
obediência às leis de Deus produzia, em Seu povo, vidas felizes e realizadas
(cf. Lev. 26.3-13; Deu. 28.1-14)” (F. Duane Lindsey, in ioc.). “As autoridades
religiosas dos dias do segundo templo interpretavam essa cláusula no sentido de
que quem obedecesse a essas leis teria a vida eterna. Por isso mesmo, as
antigas versões caldaicas traduziam-na como “terá a vida eterna”. Essa passagem
foi citada tanto pelos profetas (Eze. 20.11; Nee. 9.29) quanto pelo apóstolo
Paulo (Rom. 10.5 e Gál. 3.12), 0 qual contrastou essa promessa, baseada nas
obras, com a promessa do evangelho, baseada na fé” (Ellicott, in toe.). O
argumento paulino, naturalmente, era que viver a lei, obedecer aos seus
conceitos, é algo realmente acima da capacidade humana. Por isso mesmo, 0 homem
precisa de um sistema diferente do da lei, o sistema da graça-fé. CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 545..]
3. Os mandamentos
de Cristo. Perguntaram a Jesus o que se deve fazer para executar as obras de Deus.
A resposta não foi guardar o sábado, nem a lei e nem os Dez Mandamentos, mas
exercer fé em Jesus (Jo 6.28,29). Essa doutrina é ratificada mais adiante (1 Jo
3.23,24). Jesus falou diversas vezes sobre o novo mandamento, a lei de Cristo,
o amor operado pelo Espírito Santo na vida cristã (Jo 13.34; 14.15, 21; 15.10).
O Senhor Jesus não incluiu o sistema mosaico na Grande Comissão. Ele disse para
“guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28.20). O mandamento de
Cristo é a fé nEle, é a lei do amor (Rm 13.10; Gl 5.14) e não a letra da lei.
Quem ama a Cristo tem a lei do Espírito em seu coração. [Comentário: Jo 14.15 «...se me amais, guardareis os meus mandamentos...»
Este versículo vincula os nossos pensamentos aos conceitos emitidos nos
versículos anteriores, sobre a feitura de obras que os crentes realizassem cm
nome de Jesus. Aqueles que haveriam de realizar essas obras, e essas formas dc
obras seriam maiores do que aquelas que o próprio Senhor Jesus fez neste mundo,
jamais seriam realidades não fora a presença do amor que é aqui mencionado e
nem fora a força proporcionada pelo Espírito Santo, que aparece nos dois
versículos seguintes. A atuação do *Logos* encarnado foi motivado pelo amor.
tal como a ação de Deus Pai, ao enviar Cristo ao mundo. (Ver João 3:16).
Aqueles que estão unidos dentro da família de Deus devem participar de um amor
mútuo, amor esse que forçosamente inspira ações características da natureza de Cristo.
Tholuck (in loc.) tem uma excelente observação sobre a natureza desse amor:
·Para João o amor não consiste meramente em felicidade dc sentimentos; mas é
unidade de vontade com o amado (ver João 14:21; IS: 14 c I João 3:18). É o amor
que torna os homens susceptíveis a comunhão com o Consolador: o mundo não pode
recebê-lo». Entretanto, também expressa a verdade aquilo que Lange registrou
(in loc.). ao dizer: *A amorosa contemplação da personalidade dc Cristo é o
vinculo dc comunhão dos discípulos, aquilo que faz deles uma personalidade
coletiva, e nessa comunhão podem tornar-se o órgão da manifestação pessoal do Espírito
Santo*. Quanto ao sentido da palavra ·mandamentos·, neste ponto, poderíamos
destacar as seguintes observações: 1. Não se trata de alguma referência direta
aos dez mandamentos, quer segundo aparecem os mesmos nas páginas do A. T., quer
segundo aparecem incorporados no N. T. 2. Não se trata de uma referência às
diversas instruções que Jesus deu a seus discípulos. 3. Mas trata-se de uma
alusão ao corpo e espírito inteiro daquilo que os homens aprendem mediante a
sua associação com Jesus e, mais particularmente, por pertencerem à família
celestial da qual ele é o irmão mais velho e na qual há o Pai celeste. Os seus
mandamentos são as normas que orientam essa família. Os princípios éticos da
família celeste, o que não se limita aos dez mandamentos, mas nem por isso é
contrário aos mesmos. 4. Na referência em foco, neste ponto, há uma alusão
especial ao novo mandamento, que é a lei do amor, que se mostra saliente entre
todos os mandamentos, sumariando a eles todos dentro de poucas palavras e que
haveria de ser uma característica toda especial de cada membro dessa família,
bem como da família como uma comunidade local, na forma de igreja. O espírito
de todas essas verdades pode ser encontrado na declaração apostólica de Paulo:
«...logo. já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que
agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo
se entregou por mim» (Gál. 2:20). Estamos fazendo progresso, em nossa
obediência e aplicação da lei do amor, quando começamos a ter cuidado pelos
outros segundo cuidamos de nós mesmos; quando nos parece tão importante o que
acontece aos outros, como o que acontece conosco; e, acima de tudo, quando em
tudo desejamos para os outros não menos do que para nós mesmos. O amor é uma
profunda motivação que provoca a partilha e o mais autêntico altruísmo, e isso
é abundantemente ilustrado na vida de Cristo, que viveu para os outros e morreu
pelos outros. O amor é um produto da influência do Espírito no coração do
crente (um dos aspectos do fruto do Espírito—ver Gál. 5:22), e faz parte da
transformação ética que o Espírito Santo opera nos remidos, servindo também de
evidência do desenvolvimento espiritual dos mesmos. CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 2. pag. 529..]
SÍNTESE DO TÓPICO IV
Em Jesus Cristo, toda a lei foi cumprida,
isto é, todos os preceitos morais, cerimoniais e civis. Hoje, vivemos sob a
Graça de Deus
CONCLUSÃO
A tendência humana é se esforçar para merecer a salvação, por isso ainda
há aqueles que se ofendem com a mensagem de que a salvação é pela fé em Jesus,
sem as obras da lei (Gl 2.16). O que tais pessoas querem é fazer do
cristianismo um remendo de pano novo em veste. [Comentário: A lei
cumpriu o seu papel, ou seja, mostrou que o homem é um pecador, mas não pôde
fazer nada para limpá-lo, justificá-lo, santificá-lo. Porém Deus enviou seu
Filho, e nEle está revelada a Graça. O crente se beneficia da lei estando
debaixo da obra redentora de Cristo. O mérito de Cristo, sendo obediente à lei
até as últimas consequências, compra-nos o benefício da salvação e a graça de
conhecermos a vontade de Deus pela sua lei. O único modo de o ser humano ser
salvo é submeter-se totalmente àquele que, por mérito, compra-lhe a salvação.
Ainda aqui o homem é beneficiado pela Lei. Cristo a cumpre e declara
justificado aquele por quem ele morre.]. “NaquEle que me
garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2015
PARA REFLETIR
A respeito dos Dez Mandamentos:
É correto afirmar que eles foram abolidos como lei?
O Decálogo é a Lei de Deus,
assim como todo o Pentateuco. É chamado de Lei de Deus porque veio do próprio
Senhor. Jesus Cristo cumpriu toda a Lei, e hoje ela está gravada, não em
pedras, mas no coração daqueles que foram alcançados pela graça de Deus (2 Co
3.7,11).
Devemos guardar os Dez Mandamentos como os judeus guardam?
Os crentes não devem guardar os
mandamentos como se houvesse apenas esses. Mas devem guardar no coração o novo
mandamento de Cristo: a Lei de Cristo, o amor operado pelo Espírito Santo na
vida cristã (1 Jo 3.23,24). Assim
cumpriremos todos os mandamentos.
Se Jesus cumpriu toda a Lei, devemos observar os Dez Mandamentos?
Quando perguntaram a Jesus o que
se deveria fazer para executar a obra de Deus, Ele não disse que deveríamos
guardar o sábado ou os Dez Mandamentos, mas exercer a fé nEle (Jo 6.28,29).
Isto é, observando a lei de Cristo, o amor operado pelo Espírito.
O que é preciso fazer para executar as obras de Deus?
Exercer a fé em Cristo e cumprir
a lei do amor (Rm 13.10; Gl 5.14).
A salvação se conquista por méritos humanos?
Não. É pela graça de Deus, por
meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor (Ef 2.8-10).
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
Revista Lições Bíblicas Mestre - 1º
Trim./2015 - CPAD
Tema: "Os Dez
Mandamentos" - Os Valores Divinos para uma Sociedade e Constante Mudança
Comentário: Pr. Esequias Soares
Consultores Doutrinários e
Teológicos: Pr. Antonio Gilberto e Pr. Claudionor de Andrade
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