4º Trimestre de 2014
|
|
Lição 13
|
|
28 de Dezembro de 2014
|
Lição 13: O
tempo da profecia de Daniel
|
TEXTO ÁUREO
|
|
“Ninguém, de maneira
alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e
se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição” (2Ts 2.3). [homem
do pecado: - “homem da injustiça” em alguns manuscritos. É chamado de
anticristo nas cartas de João.]
|
VERDADE PRÁTICA
|
|
O tempo do fim é a
ocasião em que Deus fará com que o seu Reino triunfe sobre todos os poderes
do mal.
|
HINOS SUGERIDOS
|
|
2,
334, 432.
|
LEITURA DIÁRIA
|
|||||||||||||
|
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Daniel 12.1-4,7-9,11-13.
1 - E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe,
que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual
nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo,
livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro.
2 - E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns
para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno.
3 - Os sábios, pois, resplandecerão como o resplendor do
firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas,
sempre e eternamente.
4 - E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao
fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se
multiplicará.
7 - E ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas
do rio, quando levantou a sua mão direita e a sua mão esquerda ao céu e jurou,
por aquele que vive eternamente, que depois de um tempo, de tempos e metade de
um tempo, e quando tiverem acabado de destruir o poder do povo santo, todas
essas coisas serão cumpridas.
8 - Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso, eu disse: Senhor
meu, qual será o fim dessas coisas?
9 - E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão
fechadas e seladas até ao tempo do fim.
11 - E, desde o tempo em que o contínuo sacrifício for tirado e
posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias.
12 - Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e
trinta e cinco dias.
13 - Tu, porém, vai até ao fim; porque repousarás e estarás na
tua sorte, no fim dos dias.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Compreender o
tempo do cumprimento da profecia entregue a Daniel.
- Explicar a
doutrina da ressurreição do corpo na Bíblia.
- Reconhecer a
nossa limitação e finitude como seres humanos.
PALAVRA CHAVE
Ressurreição: Ato ou efeito de ressurgir ou ressuscitar; retorno da morte à vida.
Preciso de sua ajuda para continuar
escrevendo os subsídios. Se você tem sido ajudado semanalmente com estes
comentários, e deseja que eles permaneçam sendo disponibilizados, clique aqui
e saiba como ajudar: Mantenha
este Blog!
|
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Chegamos
ao fim de mais um trimestre e bem como ao de mais um ano. Os meus votos são de
que ao longo deste trimestre você tenha crescido no conhecimento e na graça de
nosso Senhor! Que a esperança da iminente volta de Jesus possa inflamar o seu
coração! Na lição desta semana estudaremos o capítulo 12 do livro de Daniel.
Nele, não encontramos nenhum aspecto profético em relação às histórias das
nações, como encontramos até o capítulo 11.35, excetuando Daniel 9.27. Mas
veremos os seguintes temas mencionados no último capítulo de Daniel: O tempo da
profecia, a ressurreição dos mortos, a recompensa dos justos e o castigo eterno
dos ímpios. Bons estudos! [Comentário: Chegamos ao fim do último
trimestre de 2014. Tivemos uma revista difícil, mas cativante. Hoje, estamos no
capítulo 12, uma seqüência cronológica do capítulo 11, O anjo ainda está revelando a
Daniel uma brilhante descrição do tempo do fim. Segundo a interpretação
dispensacionalista, os últimos três anos e meio da septuagésima semana de
Daniel (Mt 24.21-28). Daniel profetiza um tempo de angústia para Israel em
cumprimento a Jr 30.7 (Ap 6.17), todavia o propósito de Deus é livrar os que pertencem
ao seu povo, cujos nomes estão escritos "no livro" (Fp 4.3; Ap 3.5;
21.27). Esses colocaram sua fé, em definitivo, em Jesus como seu Messias,
Salvador e Senhor. Como escreve o Rev. Hernandes Dias Lopes, “Deus levanta a ponta do véu e revela o fim
da história com nuanças gloriosas”.] Convido você para mergulharmos mais
fundo nas Escrituras!
I. O
TEMPO DA PROFECIA (Dn 12.1)
1. Qual é o tempo? (v.1). A expressão “naquele tempo” se refere ao período da
Grande Tribulação. Quando o Anticristo liderará o mundo política e belicamente.
Será um período de brutal e sangrenta perseguição contra os judeus e tantos
quantos estiverem a favor de Israel (Dn 11.35,40). Em suas terras, o povo judeu
sofreu muitas invasões de inimigos. Porém, nem as piores incursões contra
Israel, como as da Babilônia e os horrores do holocausto nos dias de Hitler
(1939-1945), podem se comparar com o “tempo de angústia, qual nunca houve,
desde que houve nação até àquele tempo” (v.1). A proporção deste conflito
ultrapassará qualquer outro momento da história da civilização (Mt 24.21,22;
cf. Jr 30.5-7). [Comentário: Haverá
um tempo de angústia (1). O reino do Anticristo está em toda parte nas
Escrituras retratado como uma crise do mal. As palavras de Gabriel sucintamente
o descrevem como um tempo “quando a rebelião dos ímpios tiver chegado ao
máximo” (8.23, NVI). Um tema recorrente nas Escrituras é o ensino que um tempo
de grande angústia será o clímax da era da rebeldia do homem contra Deus e
conduzirá ao ponto culminante do Reino de DEUS. Jeremias se refere ao “tempo da
angústia para Jacó” (Jr 30.7). Jesus em seu discurso descreve esse tempo de
angústia como “dias de vingança” (Lc 21.22) e “grande aflição, como nunca houve
desde o princípio do mundo [...] nem tampouco haverá jamais” (Mt 24.21; Mc
13.19-20). A interpretação futurista considera uma boa parte do livro de
Apocalipse um retrato desse período, especialmente os capítulos 6—19. Roy
E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 543.]
2. A libertação de Israel. No livro de Daniel, o arcanjo Miguel, príncipe de Deus,
entrou em batalha contra as forças do mal a fim de que o anjo Gabriel levasse a
mensagem ao profeta. Miguel é o guardião de Israel contra as potestades
satânicas, identificadas como “reis e príncipes da Pérsia e da Grécia”. Estes
criavam obstáculos aos desígnios divinos. No capítulo doze, para proteger o
povo de Deus, Miguel entrou mais uma vez em batalha contra as forças opositoras
de Satanás. Aqui, há uma relação escatológica com a passagem de Apocalipse
12.7-9, isto é, a batalha de Miguel com o Dragão e os seus anjos. Segundo a
visão do apóstolo João, no meio desta batalha havia uma mulher vestida com o
sol, a lua sob os pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça (Ap 12.1). Esta
visão não é a respeito da Igreja, mas de Israel, que receberá de Deus uma
intervenção através do arcanjo Miguel (Ap 12.7,8). [Comentário: Mas a Grande Tribulação traz consigo muito mais
do que o clímax do mal; ela introduz o triunfo de Deus. Um dos aspectos
importantes que o livro de Daniel ensina é que os poderes do mundo celestial
estão profundamente interessados e engajados nos afazeres dos homens na terra.
E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos
filhos do teu povo. Esse é o arcanjo de 10.13. Vemos o clímax dramático em
Apocalipse 12.7-8: “E houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam
contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus anjos, mas não prevaleceram”. Fica
claro que o povo de Israel está envolvido no clímax da história. Seguidas vezes
encontramos em Daniel as seguintes expressões: o teu povo ou os filhos do teu
povo. Ao mesmo tempo é necessário guardar uma perspectiva. Deus tem uma
preocupação com toda a humanidade. Os eventos que marcam o clímax das eras são
cósmicos; seu impacto é internacional e mundial. A Palestina é, sem dúvida, um
estágio da ação divina. Mas toda a terra e os céus constituem a cena da
operação final de Deus nessa era. O ponto para o qual a história está se
movendo é a culminação do Reino de Deus. Roy E. Swim. Comentário Bíblico
Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 543.]
3. Os anjos no mundo hoje. O mundo espiritual é real e muitas vezes não o
percebemos. Os anjos são espíritos ministradores em favor não só da nação de
Israel, mas especialmente da Igreja de Cristo. Eles não recebem adoração de
homens e nem podem interferir na vida espiritual dos filhos de Deus sem a
expressa ordem do Pai. Portanto, não sejamos meninos nem infantis neste assunto
(Cl 2.18; Gl 1.8). Os anjos de Deus terão uma participação especial antes e
após o arrebatamento da Igreja e nas circunstâncias que envolverão Israel e o
resto do mundo na Grande Tribulação (1Ts 4.13-17; Ap 12.1-9). [Comentário: O teólogo Americano, fundador do Seminário
Teológico de Dallas, Lewis Sperry Chafer, escreve em sua obra Teologia Sistemática (Editora Hagnos): O
serviço fiel dos anjos para a raça humana não pode ser explicado com base no
próprio amor deles pela humanidade. Eles estão interessados naquilo que diz
respeito ao Deus deles. Ele deu o seu Filho para morrer por uma raça perdida de
homens, eles o seguem tanto quanto possível e ao menos prestam um serviço imediato,
por amor dEle, onde lhes é designado. Não é imaginação, mas realidade, que os
anjos são servos dos homens em milhares de maneiras. Nenhuma verdade é mais
estabelecida na Escritura do que aquela que é afirmada em Hebreus 1.14:
"Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor
dos que hão de herdar a salvação?" Com respeito aos ministérios
específicos dos anjos na terra e em favor da raça humana — especialmente os
santos — os detalhes formam um campo muito extenso de investigação que não pode
ser empreendido aqui. Embora os anjos estivessem presentes na criação, nenhuma
referência é feita aos ministérios deles na terra até o tempo de Abraão. Na
companhia do Senhor, eles visitaram o patriarca nos carvalhais de Manre (Gn
18.1,2), e dali partiram para libertar Ló. Os anjos apareceram a Jacó e eram
familiares a Moisés. Está escrito que a Lei "foi promulgada por meio de
anjos" (Gl 3.19), e foi administrada por "ministério de anjos"
(At 7.53). O cuidado que eles têm pelo povo eleito de Deus é afirmado em ambos
os testamentos. No Salmo 91.11,12 está escrito: "Porque a seus anjos dará
ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. Eles te
susterão nas suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra"; e em Hebreus
1.14: "Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a
favor dos que hão de herdar a salvação?" È um anjo que permanece com os
três homens na fornalha de fogo (Dn 3.25), e com Daniel na cova dos leões (Dn
6.22). Em seu segundo advento, "mandará o Filho do homem os seus anjos, e
eles ajuntarão do seu reino todos os que servem de tropeço, e os que praticam a
iniquidade, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de
dentes" (Mt 13.41,42; cf. v. 30). Também é dito que Cristo "enviará
os seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais lhe ajuntarão os
escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus"
(Mt 24.31). A presença dos anjos nas cenas do segundo advento é enfatizada
geralmente. Está escrito: "Porque o Filho do homem há de vir na glória do
seu Pai, com os seus anjos; e então retribuirá a cada um segundo as suas
obras" (Mt 16.27). "E digo-vos que todo aquele que me confessar
diante dos homens, também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus;
mas quem me negar diante dos homens, será negado diante dos anjos de Deus"
(Lc 12.8, 9). A estes deve ser acrescentado Judas 14, contexto a que as
palavras milhares de santos são melhor traduzidas como santas miríades, e podem
se referir a anjos. Lewis Sperry Chafer. Teologia Sistemática. Editora
Hagnos. Vol I-II. pag. 444-445.]
SINOPSE DO TÓPICO (1)
O capítulo doze de Daniel mostra dois mundos: o
material (libertação de Israel) e o espiritual (atuação dos anjos). Deus
intervindo na criação.
II. RESSURREIÇÃO E VIDA ETERNA (Dn 12.2-4)
1. Ressurreição. Quando lemos o Antigo Testamento temos a impressão de
não vermos a doutrina da ressurreição dos mortos com clareza, principalmente
nos livros da Lei, o Pentateuco. Entretanto, aqui, Daniel não nos deixa dúvidas
quanto à veracidade desta gloriosa doutrina: “E muitos dos que dormem no pó da
terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo
eterno” (v.2). [Comentário: A Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal (Editora CPAD) traz o seguinte
comentário: “Esta é uma clara referência à ressurreição dos justos e dos
ímpios, embora o destino eterno de cada grupo seja bem diferente. Até esta
época, não era comum ensinar sobre a ressurreição, apesar de todos os
israelitas crerem que um dia seriam incluídos na restauração do novo Reino.
Esta referência à ressurreição física dos salvos e dos perdidos foi uma
renúncia severa da crença comum (ver também Jó 19.25,26; Si 16.10; e Is 26.19
para outras referências sobre a ressurreição no AT)”. Bíblia de Estudo
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 1112. O teólogo e filósofo Americano
Russell Norman Champlin em sua obra Enciclopédia
de Bíblia Teologia e Filosofia (Editora Hagnos), escreve o seguinte: As
declarações que têm sido extraídas do Pentateuco, apesar de darem a entender um
«após-vida», são extremamente duvidosas como evidências da crença na
ressurreição, dentro dos livros de Moisés. O trecho de Êx 3.6,16 é usado pelo
Senhor Jesus, nas citações, a fim de provar o fato de que os antigos patriarcas
continuavam vivendo, mas isso, por si mesmo, dificilmente poderia servir de
prova da ressurreição no livro de Êxodo, ainda que possa mostrar que o judaísmo
posterior veio a encarar tais passagens desse modo. Sabemos, de fato, que assim
aconteceu (Mc 12.18). O rabino Simai argumenta em prol da ressurreição com base
em Êx 6.3,4 (a promessa de que a Terra Prometida seria dada aos patriarcas),
mas isso provavelmente foi compreendido pelos próprios patriarcas como uma
promessa referente aos seus descendentes. A exclamação de Jacó: «A tua salvação
espero, ó Senhor! (Gn 49.18), bem como O desejo expresso por Balaão: «Que eu
morra a morte dos justos, e o meu fim seja como o dele» (Nm 23.10), apesar de
indicarem alguma crença no «após-vida», dificilmente podem ser considerados
como uma afirmação da ressurreição naquele período tão remoto. Naturalmente, a famosa
passagem da ressurreição, em Jó 19.23-27, é uma declaração expressa dessa
crença; e o livro de Jó é o mais antigo volume da coletânea do Velho Testamento.
Porém, essa doutrina não se tomou tradicional na fé judaica senão depois que já
estava escrito o Pentateuco. Pela época em que foi registrada a história dos
reis (I e II Reis), essa doutrina já deveria estar bem estabelecida em Israel,
porquanto os Salmos certamente contêm tal pensamento (Sl 17.15), e a literatura
daquele período registra várias ressurreições contemporâneas (1Rs 17.17,24; 2Rs
4.18-37; 13.20-25). Nos livros proféticos, a passagem de Is 26.16-19
provavelmente é a passagem isolada mais importante de todo o Antigo Testamento,
acerca da ressurreição. A passagem de Ez 37.1-14, apesar de provavelmente ter
por - referência primária – a restauração da nação de Israel, igualmente ensina
a doutrina da ressurreição, No trecho de Dn 12.2 essa doutrina se faz
perfeitamente clara. A igreja cristã primitiva se utiliza dos trechos de Jr 18.3-6
e Sl 88.10 como textos de prova da doutrina da ressurreição (Sl 16.9 mui
provavelmente prediz especificamente a ressurreição de Cristo). E o trecho de
Os 6.2 é outra profecia acerca da ressurreição de Cristo, ao passo que Os 13.14
fala sobre a ressurreição em geral. A crença na ressurreição foi-se tornando
cada vez mais comum após os exílios, sobretudo no período dos Macabeus. E, pelo
tempo em que nasceu Jesus Cristo, era uma crença praticamente universal na
Palestina e no judaísmo em geral. Os fariseus eram os grandes defensores dessa
doutrina, e a isso haviam acrescentado a crença na sobrevivência da alma, nos
anjos, nos espíritos e na existência de um mundo sobrenatural. A grande exceção
no judaísmo era a tradição dos saduceus. Os saduceus se ufanavam de sua
"pureza doutrinária», rejeitando aquilo que reputavam meros mitos. Esses
consideravam o Pentateuco como seu «cânon» das Escrituras. Por essa mesma razão
rejeitavam eles a ressurreição, a sobrevivência da alma, a existência dos
espíritos, etc., porquanto essas doutrinas não são claramente ensinadas no
Pentateuco, apesar de haver ali alguns indícios das mesmas (Josefo, Antiq,
18.1.4, onde vemos que os saduceus chegavam até a negar a imortalidade da alma,
quanto mais a realidade da ressurreição). CHAMPLIN, Russell Norman,
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag.
675-676.]
2. As duas ressurreições. O texto de Daniel, versículo 1, nos informa um livro
onde constam os nomes dos santos a ressuscitar para a vida eterna e dos ímpios
para a vergonha e o desprezo eterno. Entretanto, o versículo 2 não se refere a
uma ressurreição geral, isto é, de todos os que já dormem. O texto diz apenas
“muitos dos que dormem”. Esta expressão pode se referir aos “mártires da grande
tribulação que ressuscitarão” (Ap 7.14,15). O texto sugere também o advento das
duas ressurreições conforme vemos no Apocalipse (20.12,13). A primeira
ressurreição refere-se aos justos e a segunda, após o Milênio, aos ímpios (Jo
5.29; Mt 25.46; cf. Dn 12.2; Jo 5.28,29; 1Co 15.51,52). [Comentário: Estas
duas ressurreições são mais explicadas em Ap 20.4-15. A primeira ressurreição
acontece antes do milênio, e a segunda, após o milênio, precisamente antes do
julgamento do grande trono branco. Antônio Neves de Mesquita escreve em sua
obra Livro de Daniel (Editora JUERP):
“Haverá uma ressurreição, que se considera paralela à que terá lugar na
segunda volta do Senhor, mas esta será só e unicamente da Igreja. A
ressurreição aqui prognosticada será dos convertidos durante a Grande
Tribulação, que irão ajuntar-se à Igreja, mas não farão parte dela. O texto
parece indicar uma ressurreição geral, de bons e maus. Possivelmente os mortos
incrédulos durante a Tribulação também serão ressuscitados, pois a segunda
ressurreição só terá lugar depois do Milênio, conforme Apocalipse 20.11-15.
Estes incrédulos ressuscitados aparecerão com vergonha e nojo, pois poderiam
ter-se convertido como tantos outros, e não o fizeram. Pelo visto, estamos,
então, lidando com assuntos referentes à Segunda Vinda do Senhor, pelo que,
portanto, este capítulo representa o fecho da grande revelação de Jesus Cristo
ao seu povo”. Mesquita. Antônio Neves de,. Livro de Daniel. Editora
JUERP.]
3. “A ciência se multiplicará” (v.4). Muitos pensam que esta expressão é uma profecia sobre os
avanços do conhecimento científico e da tecnologia. Todavia, precisamos
compreender a completude desse versículo. Estamos diante de um texto que
menciona uma ordem expressa de Deus para Daniel: guardar a revelação até o
tempo do seu cabal cumprimento. O Senhor ainda diz a Daniel que “muitos
correrão de uma parte para outra”, em busca da verdade. Entretanto, “a ciência
se multiplicará”. O sentido da palavra “ciência”, no texto de Daniel, tem a ver
com o saber das coisas, “ser ou estar informado” ou “ter conhecimentos
específicos sobre algo”. Por isso, a multiplicação da ciência refere-se ao
aumento do conhecimento sobre o conteúdo expresso da profecia de Daniel, não
tendo relação alguma com o avanço da ciência formal. Louvado seja Deus! pelos
muitos estudiosos que vêm se debruçando sobre estas profecias. Compreendendo o
seu contexto histórico e cultural, evitando falsos alardes e preservando a
gloriosa esperança de que a profecia de Daniel um dia se cumprirá fielmente:
Veremos o advento da plenitude do Reino de Deus no mundo! [Comentário: Características
dos últimos dias (12.4). A mensagem final do glorioso Mensageiro a Daniel foi:
fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo (4). Que as palavras
foram fechadas e o livro está selado fica evidente pela imensa confusão que tem
caracterizado a interpretação desse livro nesses mais de dois milênios. Adam
Clarke escreve: “A profecia não será entendida até que seja cumprida. Então, a
profundidade da sabedoria e da providência de Deus sobre essas questões será
claramente percebida”. Mas, fechar o livro não significa o fim das coisas.
Haverá um tempo de intensa atividade na área de transporte, educação e
comunicação. Então, esses acontecimentos do fim compelirão os sábios a procurar
uma sabedoria mais profunda acerca da revelação deste livro. Roy E. Swim.
Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 544.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Os justos e os injustos que foram mortos serão
ressuscitados para estar diante do Senhor.
III. A PROFECIA FOI SELADA (Dn 12.8-11)
1. A
profecia está selada. Daniel recebeu a ordem de “fechar” e “selar” o livro da profecia sobre a
história do mundo (v.4). O ato de selar o livro, à época do profeta Daniel,
dava a garantia da veracidade ao que havia sido lhe revelado. Não tinha mais
segredos e nada mais estava escondido que Deus não houvesse trazido à luz. O
selo do livro assegurava que a revelação era dada por Deus. A profecia quando
dada pelo Senhor, como no livro de Daniel e de todos os santos profetas, não é
uma palavra impenetrável, fechada ou restrita a poucas pessoas que se acham
“capazes”. Não! A palavra de Deus é a revelação divina para todos os homens.
Não foi somente para a nação de Israel, mas a todos quantos temerem a Deus e
porfiarem por compreender os desígnios do Senhor para o mundo. [Comentário: Para autenticar um
documento e certificá-lo de sua integridade, um rei ou oficial o lacrava com
uma aplicação de argila ou cera e estampava essa aplicação com a impressão de
seu selo. O documento então carregava a autoridade dessa pessoa e não podia ser
aberto sem que o lacre fosse quebrado. As profecias de Daniel eram seladas, simbolicamente
(Dn 12.9), indicando sua autoridade e imutabilidade, até que fossem cumpridos. Em
Apocalipse 5.1-10, um selo de julgamento é quebrado, indicando que o
cumprimento do que está escrito se fez. Russel Norman Champlin, em sua obra já
citada anteriormente, afirma o seguinte: “Foi
o arcanjo Miguel (provavelmente; ver o vs. 1) quem ordenou que o livro fosse
encerrado. Aconteceriam muitas coisas que não seriam reveladas a Daniel, e
muitas das coisas reveladas seriam entendidas apenas parcialmente. No fim dos
tempos, quando as coisas começarem a acontecer, o selo será retirado do livro,
que só então será compreendido por completo. Tradicionalmente, a profecia é
mais bem compreendida quando começam a acontecer os eventos preditos, os quais
atuam como intérpretes do que havia sido predito. “O anjo ordenou ao vidente
que ocultasse as profecias até que o tempo estivesse maduro para elas serem
desvendadas... Essas profecias seriam colocadas à disposição dos fiéis, para
que eles entendessem a significação dos eventos em meio aos quais estariam
vivendo (Ap 22.10)”. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3429.]
2. O
“tempo do Fim”. “Qual será o fim dessas coisas?” Foi a pergunta de Daniel. Note a
resposta do homem vestido de linho ao profeta: “Vai, Daniel, porque estas
palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim” (v.9). O profeta foi
orientado pelo homem vestido de linho a prosseguir a sua peregrinação
existencial porque a profecia já fora “fechada” e “selada”. E Daniel tinha de
viver a vida sem a informação requerida. [Comentário: Alexander Maclaren sugere uma Mensagem para o
Ano Novo com os seguintes pensamentos do versículo 13:1) A Jornada — Vai (“siga
o seu caminho”, NVI). 2) O Lugar de Descanso do Peregrino — porque descansarás.
3) O Lar Final — estarás na tua sorte, no fim dos dias. Daniel recebeu a clara
confirmação da sua esperança em relação à imortalidade. Séculos, e até
milênios, passariam antes do seu cumprimento integral. Mas no fim dos dias,
quando a consumação chegar, Daniel estará lá reunido com as multidões dos
remidos da terra e do céu. Então ele será, não um espectador de visões, mas um
participante dos tremendos acontecimentos na introdução da plena glória do
Reino de Deus. No arrebatamento ele observará a glória, a sabedoria e a honra
Daquele que desde o princípio determinou o cumprimento da história do Reino de
Deus. Ele participará do grande “Aleluia” dos redimidos. Então os “reinos do
mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo. E ele reinará para todo o
sempre” (Ap 11.15). Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel.
Editora CPAD. Vol. 4. pag. 545.]
3.
Humildade e finitude. Uma declaração de Daniel chama-nos atenção: “Eu, pois, ouvi, mas não
entendi” (v.8). Após o homem vestido de linho afirmar que depois “de tempos e
metade de um tempo” e “quando tiverem acabado de destruir o poder do povo
santo” virá o fim; Daniel o ouviu, mas não o compreendeu! O profeta havia
recebido a visão de Deus, todavia, não a entenderia. Aqui, Daniel demonstrou a
sua humildade e reconheceu a sua finitude! Não devemos sentir-nos inferiores a
outras pessoas quando não entendermos um assunto bíblico. O que não devemos é
inventar teorias que contrariam as Escrituras. E para isso é preciso entender o
que a Bíblia diz.
As palavras de Daniel são uma grande advertência
para quem lida com as profecias e a interpretação da Bíblia em geral. Atentemos
para as palavras de Jesus quando foi indagado pelos discípulos a respeito da
restauração do reino a Israel: “Não vos pertence saber os tempos ou as estações
que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At 1.7). [Comentário: Nós nos deparamos com uma
situação semelhante no Apocalipse: às vezes a menção de três dias e meio
representa três anos e meio, às vezes representa quarenta e dois meses, e às
vezes 1260 dias. Agora observe, em relação a essa determinação do tempo: [1]
Ela foi confirmada por um juramento. O homem vestido de linho levantou ambas as
mãos ao céu, e jurou por Aquele que vive eternamente que isso deveria ser
assim. Assim o anjo poderoso que João viu é introduzido, com uma clara
referência a essa visão, estando com o seu pé direito sobre o mar e o seu pé
esquerdo sobre a terra, e com a sua mão levantada ao céu, jurando que não
haverá mais demora (Ap 10.5,6). Esse Poderoso que Daniel viu estava de pé com
ambos os pés sobre a água, e jurou com ambas as mãos levantadas. Observe que um
juramento serve para confirmação. Devemos sempre falar a verdade diante de Deus,
porque Ele é o Juiz adequado a quem devemos apelar. Levantar a mão é um sinal
muito adequado e significativo para ser usado em um juramento solene. Deus
permitirá que ele prevaleça até que tenha cumprido a destruição do poder do
povo santo. Deus permitirá que ele faça o seu pior, e chegue ao seu extremo, e
então todas essas coisas estarão terminadas. Observe que o tempo de Deus para
socorrer e aliviar o seu povo é quando seus assuntos são trazidos à situação
mais extrema. No monte do Senhor Isaque foi salvo exatamente quando estava
pronto a ser sacrificado. Pois bem, o evento atendeu a predição. O ministério
público de Cristo durou três anos e meio, um período em que Ele suportou a
oposição dos pecadores contra si, e viveu em pobreza e dificuldades. E então,
quando o seu poder parecia ter sido destruído com a sua morte, e os seus
inimigos triunfavam sobre Ele, chegou o momento em que Ele obteve a vitória
mais gloriosa, e disse: Está consumado. HENRY. Matthew. Comentário Matthew
Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 904-905.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
A profecia está selada. Devemos reconhecer a nossa
limitação e finitude quanto àquilo que não sabemos.
CONCLUSÃO
Neste
trimestre estudamos o livro de Daniel. Vimos como a soberania de Deus age na
história. Aprendemos sobre a importância de mantermos um caráter íntegro na
presença de Deus e diante dos homens. Vivendo à luz da esperança do
arrebatamento da Igreja, é urgente vigiar, orar e dedicar-nos ao estudo da
Palavra de Deus. Jesus Cristo voltará! Esta era a esperança dos apóstolos e da
Igreja Primitiva. E igualmente era a esperança de muitos cristãos até o século
IV. Mas por muitos anos, parte da Igreja se descuidou a respeito desta
esperança. Contudo, com o advento da Reforma Protestante, a esperança quanto à
vinda de Jesus foi renovada na Igreja. Com o Movimento Pentecostal Clássico
deu-se a explosão dessa mensagem. Em nosso país, qual o pentecostal que não
conhece a célebre frase: “Jesus Cristo salva, cura, batiza com o Espírito Santo
e breve voltará”? Maranata! Ora vem Senhor Jesus! [Comentário: Em todas as variadas aflições da história, os fiéis
a Deus devem conservar-se purificados, e embranquecidos, e provados. Esta é a
mensagem final de Daniel! Daniel e seus amigos nos fornecem o modelo para o
testemunho fiel sob ameaças de tortura e morte. Embora poucos cristãos se
encontram em situações de enfrentar a prova pior – a morte -, aqueles, porém,
que a enfrentam recebem a maior honra nos registros do céu. Confiemos em Deus
para nos dar palavras sábias e apropriadas ao anunciarmos o Evangelho, Ele
comissiona, Ele capacita, Ele dará o escape – e se não, saiba o mundo que
estamos dispostos a sofrer a morte ao invés de negar a fé no poder de Deus!]
Feliz 2015!
“NaquEle que me garante: "Pela
graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus"
(Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em
Cristo!
Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere!
CampinaGrande-PB
Dezembro de 2014.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
GILBERTO,
Antônio. Daniel & Apocalipse. RJ: CPAD, 2006.
MACARTHUR
JR., John. A Segunda Vinda. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013.
HORTON,
Stanley M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2ª Edição. RJ:
CPAD, 2001.
EXERCÍCIOS
1. Segundo a lição, qual é
o significado da expressão “naquele tempo”?
R. A expressão “naquele tempo”
se refere ao período da Grande Tribulação.
2. Quem são e como agem os
anjos hoje?
R. Os anjos são espíritos
ministradores em favor não só da nação de Israel, mas especialmente da Igreja
de Cristo.
3. Cite o versículo que
deixa clara a doutrina da ressurreição dos mortos no Antigo Testamento.
R. “E muitos dos que dormem no
pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e
desprezo eterno” (Dn 12.2).
4. Explique a expressão “a
ciência se multiplicará”.
R. A multiplicação da ciência
refere-se ao aumento do conhecimento sobre o conteúdo expresso da profecia de
Daniel, não tendo relação alguma com o avanço da ciência formal.
5. Com as sua palavras
comente a resposta de Daniel: “Eu, pois, ouvi, mas não entendi”.
R. Daniel demonstrou a sua
humildade e reconheceu a sua finitude! Não devemos sentir-nos inferiores a
outras pessoas quando não entendermos um assunto bíblico. O que não devemos é
inventar teorias que contrariam as Escrituras.
NOTAS
BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 4º Trimestre de
2014 - CPAD - Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP
(Digital);
-. Bíblia de Estudo de Genebra. São
Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
Autorizo a
todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão
somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria,
igualmente, a gentileza de um e-mail
indicando qual o texto.