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4º Trimestre de 2014
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Lição 11
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14 de Dezembro de 2014
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Lição 11: O Homem vestido
de linho
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TEXTO ÁUREO
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“E levantei os meus olhos, e olhei, e vi um
homem vestido de linho, e os seus lombos, cingidos com ouro fino de Ufaz” (Dn
10.5).
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VERDADE PRÁTICA
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Deus revela o futuro, para que o seu
povo não fique amedrontado e confuso.
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HINOS SUGERIDOS
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77, 125, 500.
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LEITURA DIÁRIA
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Daniel 10.1-6,9,10,14.
1
- No ano terceiro de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra a Daniel,
cujo nome se chama Beltessazar; e a palavra é verdadeira e trata de uma guerra
prolongada; e ele entendeu essa palavra e teve entendimento da visão.
2
- Naqueles dias, eu, Daniel, estive triste por três semanas completas.
3
- Manjar desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me
ungi com unguento, até que se cumpriram as três semanas.
4
- E, no dia vinte e quatro do primeiro mês, eu estava à borda do grande rio
Hidéquel;
5
- e levantei os meus olhos, e olhei, e vi um homem vestido de linho, e os seus
lombos, cingidos com ouro fino de Ufaz.
6
- E o seu corpo era como turquesa, e o seu rosto parecia um relâmpago, e os
seus olhos, como tochas de fogo, e os seus braços e os seus pés, como cor de
bronze açacalado; e a voz das suas palavras, como a voz de uma multidão.
9
- Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo a voz das suas palavras, eu
caí com o meu rosto em terra, profundamente adormecido.
10
- E eis que uma mão me tocou e fez que me movesse sobre os meus joelhos e sobre
as palmas das minhas mãos.
14
- Agora, vim para fazer-te entender o que há de acontecer ao teu povo nos
derradeiros dias; porque a visão é ainda para muitos dias.
OBJETIVOS
Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
- Discorrer sobre a visão celestial de Daniel.
- Explicar o significado do homem vestido de linho.
- Saber que os anjos de Deus são seres espirituais ajudadores.
PALAVRA CHAVE
Visão: Concepção ou
representação, em espírito, de situações, questões, etc. Interpretação.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Ao estudarmos o
capítulo dez, precisamos compreender que já se haviam passado uns quatro anos
desde que Gabriel apareceu a Daniel com uma mensagem da parte de Deus. Era o
terceiro ano do reinado de Ciro da Pérsia, e Daniel era um homem com mais de 90
anos de idade. Mesmo assim, não desistiu de orar e jejuar em favor do seu povo.
O capítulo dez trata da última visão do profeta a respeito dos acontecimentos
dos últimos dias. [Comentário: Esse capítulo, assim como os
dois capítulos seguintes, fazem um resumo de toda a visão e profecia reveladas
a Daniel e destinadas ao uso da igreja, não através de sinais ou figuras como nos
capítulos 7 e 8, mas por meio de palavras expressas. Isso aconteceu cerca de
dois anos depois da visão do capítulo anterior. Daniel orava diariamente e uma
visão lhe era concedida uma vez ou outra. Nesse capítulo se vê algumas
introduções à profecia, no capítulo 11 tem as previsões em particular, e no
capítulo 12 a conclusão final.] Convido você para mergulharmos mais fundo nas
Escrituras!
I. UMA
VISÃO CELESTIAL (Dn 10.1-3)
1. “Foi revelada
uma palavra a Daniel”. O capítulo
dez tem início com a visão que Daniel teve a respeito dos acontecimentos dos
últimos dias. Neste capítulo, temos apenas o início da visão e da revelação de
Daniel. Deus é Senhor e tem o conhecimento total e completo do futuro. Sua
revelação é infalível e não deixa nenhuma dúvida. [Comentário: Uma ideia geral dessa profecia (v. 1): “A
palavra é verdadeira”, e toda palavra de Deus é assim. É verdade que Daniel
teve essa visão e que tais coisas foram ditas. Ele atesta esse fato
solenemente, e jura na qualidade de profeta. Et hoc pamtus est verificare - ele
estava preparado para verificá-las. E, como essas palavras tinham vindo do céu,
não há dúvida de que seriam confiáveis e imutáveis. Mas o período mencionado
ainda demoraria muito para chegar. Além disso, como é habitual que os profetas
enxerguem nas profecias as coisas espirituais e eternas, existe nessa profecia
um aspecto que parece estar dirigido ao fim do mundo e à ressurreição dos
mortos. Sendo assim, ele poderia muito bem dizer: O tempo determinado ainda vai
demorar a chegar. Daniel entendeu do que se tratava, pois foi transmitida com
bastante clareza e recebida de uma forma que ele poderia dizer que havia
entendido a visão. Ela não só operou em sua imaginação, mas também em seu
entendimento. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento
Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 890.]
2. Daniel um homem
de oração. Lendo os primeiros
versículos do capítulo dez, podemos ver que Daniel estava mais uma vez se
dedicando à oração e ao jejum. Mesmo estando exilado e tendo que servir a reis
pagãos, Daniel não se descuidou de sua vida de jejum e oração. Ele era um homem
que tinha um espírito excelente, por isso Deus lhe revelou seus desígnios. Daniel
era um homem determinado e consciente da situação do seu povo. Talvez, por
isso, tivesse por três semanas consecutivas (21 dias) orado, jejuado e não se
ungido com unguento (v.3). A perseverança de Daniel em oração fez com que os
céus se abrissem. Temos um Deus que ouve e responde as nossas orações (Jr
33.3). Daniel não desistiu de clamar e pedir pelo retorno do seu povo. Ele
sabia o quanto Deus é Poderoso e que no tempo certo Ele agiria em favor dos
israelitas. O tempo de Deus não está preso às circunstâncias históricas. No
tempo devido, seus desígnios são concretizados. Daniel havia entendido que o
plano de Deus para o seu povo não havia findado. [Comentário: Sem dúvida, Daniel é um grande exemplo da prática da oração. Durante
toda a sua vida e, especialmente da juventude à velhice, o velho Daniel não
deixou de orar. Era um homem determinado e consciente de suas limitações. Por
três semanas consecutivas (21 dias) o velho Daniel não deixou de orar em favor
do retorno do seu povo à sua terra. Ele nunca desistiu de clamar e pedir por
esse retorno, porque sabia que o tempo de Deus não está preso às circunstâncias
históricas. Ele não adianta nem atrasa. No tempo devido, seus desígnios são
concretizados. Entretanto, Daniel, havia entendido que o plano de Deus para o
seu povo não havia findado. Sua convicção era tão forte que não demorou muito para
que Deus lhe desse outra grande revelação. Daniel havia ficado triste por 21
dias por causa da profecia de Jeremias e havia nesta profecia a promessa de
restauração do seu povo. Por isso, ele sentiu motivado, não apenas para
lamentar, mas para orar suplicando que a promessa fosse realizada. Ele levou a
sério esta necessidade de orar e orava como hábito cotidiano três vezes ao dia.
Ele orava com seriedade, com reverência e com contrição, pois confessava o
pecado do povo e esperava a misericórdia de Deus (Dn 9.3-15). No capítulo 10,
Daniel é surpreendido pelo “homem vestido de linho” que lhe revela coisas
maravilhosas. Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do
Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 140]
3. A tristeza de
Daniel. “Estive triste por
três semanas completas” (10.2). Não sabemos o motivo real que trouxe tamanha
tristeza e dor ao coração de Daniel. Todavia, sabemos que ele não se deixou
abater por sua melancolia. Daniel continuou a orar e jejuar, buscando o socorro
divino. As adversidades e tristezas desta vida não podem nos impedir de orar e
prosseguir em nossa caminhada. Talvez um dos motivos da tristeza de Daniel seja
o fato de que no terceiro ano de Ciro o trabalho da reconstrução do Templo
havia sido interrompido (Ed 4.4,5,23,24). [Comentário: O Novo Comentário Bíblico
da Editora Central Gospel defende que a informação por três semanas completas
refere-se à observância de Daniel da Páscoa e da Festa dos Pães Asmos, que
aconteceu durante o primeiro mês do ano (Êx 12.1-20). A Páscoa dava-se no
décimo quarto dia do mês e a Festa dos Pães Asmos, nos oito dias seguintes.
Toda a festividade terminava no vigésimo primeiro dia do mês. Matthew Henry
escreve o seguinte: “Um relato da mortificação de Daniel antes de receber a
visão. Ele não a esperava, nem mesmo quando proferiu a sua solene oração (cap.
9). Ele não parecia alimentar qualquer expectativa de uma visão que
correspondesse a ela, e estava sendo movido puramente por um princípio de
devoção e de piedosa simpatia pelo aflito povo de Deus. Ele esteve triste
durante três semanas inteiras (v. 2) por causa dos seus próprios pecados, e dos
pecados e das lamentações do seu povo. Alguns crêem que as razões da sua
tristeza e abatimento tenham sido a preguiça e a indiferença da maioria dos
judeus que, embora tivessem a liberdade de retornar à sua terra, ainda
continuavam na terra do seu cativeiro, sem dar valor aos privilégios que lhes
haviam sido oferecidos. Talvez o que levasse Daniel a se sentir ainda mais
triste fosse o fato de que aqueles que assim procediam tentassem se justificar
através do exemplo de Daniel, embora não tivessem as mesmas razões do profeta
para lá permanecer. Outros dizem que Daniel se entristeceu por ter ouvido a
respeito da obstrução à construção do templo, feita pelos inimigos dos judeus
que haviam contratado conselheiros contra eles a fim de frustrar os seus
propósitos (Ed 4.4,5), durante todo o reinado de Ciro. Esses judeus tinham
obtido o apoio do seu filho Cambises, ou de Artaxerxes, que governou enquanto
Ciro esteve ausente na guerra da Cítia. Os homens justos não podem deixar de se
entristecer ao ver como a obra de Deus anda devagar no mundo, e quanta oposição
ela encontra. Como os seus amigos são fracos e como os seus inimigos são
ativos. Durante os seus dias de tristeza, Daniel não comeu nenhum alimento
desejável. Embora não pudesse viver sem se alimentar adequadamente, ele reduziu
drasticamente a sua alimentação, e se mortificou tanto na qualidade como na
quantidade daquilo que comeu. E isso pode ser realmente entendido como um
jejum, e um sinal de humilhação e tristeza. Ele não comeu o pão que lhe era
agradável e que costumava comer, mas somente aquele que era rude e sem gosto, a
fim de não ser tentado a comer mais do que era necessário para apenas manter a
sua natureza. Assim como os ornamentos, essas iguarias são completamente
inconvenientes em um dia de humilhação. Daniel não comeu carne, não bebeu
vinho, nem se ungiu com unguento durante esse período de três semanas (v. 3).
Embora fosse agora um homem idoso e pudesse alegar que a sua natureza exigisse
aquilo que fosse nutritivo, e embora fosse um homem importante e pudesse alegar
que estando acostumado a refeições elegantes não poderia passar sem elas, pois
isso iria prejudicar a sua saúde, no entanto, para que tudo isto pudesse servir
para testemunhar e auxiliar sua devoção, ele foi capaz de negar tais confortos
a si mesmo. Que isso sirva para envergonhar muitos jovens que pertencem às
fileiras comuns da vida, e que não são capazes, igualmente, de se convencer a
se privarem de certas coisas. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry
Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 890.]
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Daniel, um homem de oração, sentiu o peso da
tristeza acerca da revelação das últimas coisas.
II. A VISÃO DO HOMEM VESTIDO DE LINHO (Dn 10.4,5)
1. Um “homem
vestido de linho”. A visão de
Daniel é muito parecida com a que João teve na ilha de Patmos (Ap 1.12-20) e
com a do profeta Ezequiel (Ez 1.26). Acredita-se que, assim como João e
Ezequiel, o profeta Daniel tenha visto o Senhor Jesus Cristo. Tanto João como
Daniel tiveram a mesma reação diante de tal visão: desfaleceram. Eles não
encontraram forças para ficar de pé (Dn 10.8; Ap 1.17). Homem algum pode
resistir diante da glória do Senhor. A visão do Filho do Homem fez com que as
forças físicas de Daniel se esgotassem, todavia, o Senhor enviou um anjo para
tocar o seu profeta (Dn 10.10). [Comentário: Uma
descrição da gloriosa pessoa que Daniel viu na sua visão e que, como em geral
acreditam, não podia ser outra a não ser o próprio Cristo, o Verbo eterno.
Daniel estava ao lado do rio Hidéquel (v. 4), provavelmente caminhando por ali,
não por diversão, mas por devoção e contemplação, como Isaque caminhou pelos
campos a fim de meditar. E, como era uma pessoa distinta, os servos que o
atendiam mantinham certa distância. Nesse lugar ele olhou para cima e viu um
homem, Cristo Jesus. Entende-se que era Ele, pois tinha a mesma aparência
Daquele que apareceu ao apóstolo João na ilha de Patmos (Ap 1.13-15). As suas
vestes eram sacerdotais, pois sendo o Sumo Sacerdote da nossa profissão de fé,
Ele estava vestido de linho, e como o próprio sumo sacerdote se vestia no dia
da expiação, os seus lombos estavam cobertos (na visão de João, o peito estava
coberto) com um cinto do mais fino ouro, igual ao de Ufaz. Pois tudo o que se
relaciona a Cristo deve ser o melhor que existir. O cinto ao redor dos lombos
significa a prontidão e a diligência dele em relação ao seu trabalho, na
qualidade de servo de Deus Pai, na obra da nossa redenção. A sua aparência era
amável e o seu corpo como o berilo, uma pedra preciosa que tem a cor do céu. O
seu semblante era terrível, suficiente para inspirar terror nos espectadores,
pois o seu rosto tinha a aparência de um relâmpago. O brilho dos seus olhos
trazia a sensação de beleza e ameaça. Eram brilhantes e luminosos como tochas
de fogo. Os seus braços e pés brilhavam como o bronze polido (v. 6). A sua voz
era alta, forte, e muito penetrante, como a voz de uma multidão.HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 890-891.]
2. “Eis que uma mão
me tocou”. Daniel é tocado
pelo anjo de Deus e ouve palavras de consolo. Os anjos são seres celestiais
reais, porém nem sempre podemos vê-los (Hb 12.22). A Palavra de Deus declara
que eles são “espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles
que hão de herdar a salvação” (Hb 1.14). Alguns anjos se rebelaram contra Deus
(Jd 6), cometendo um grave pecado. Estes foram expulsos do céu. O número de
anjos é imenso (Hb 12.22), porém, no livro do profeta Daniel encontramos a
referência a dois anjos em especial: Gabriel, que ajudou a Daniel a compreender
as revelações divinas (Dn 9.21-27) e Miguel, o arcanjo, protetor de Israel (Dn
12.1). No Antigo Testamento, uma das atribuições dos anjos era guardar o povo
de Deus (2Rs 6.17). Na Bíblia os anjos também foram utilizados como agentes na
execução do julgamento divino (Gn 19.1). [Comentário: Daniel tinha caído por terra por não ter tido condições físicas e
emocionais de suportar toda aquela revelação. Ficou sem fala, mas ao ser tocado
nos lábios, abriu a boca e começou a falar, à semelhança do que aconteceu com o
profeta Isaías (Is 6.7). Quando somos tocados pelo Senhor, a sua santidade
produz em nós um sentimento de indignidade e impureza perante os seus olhos. Ao
ser tocado nos lábios, Daniel, antes emudecido diante da visão, começou a
falar. "Como pois pode o servo deste meu Senhor falar com aquele meu
Senhor”? (10.17). Dois personagens se destacam nesta experiência, o anjo que
falava com ele e o Ser superior a quem Ele entendeu que não tinha condições de
estar de pé diante dEle. Quem era aquele “Senhor”? O contexto da escritura
indica Alguém que era mais que um ser angelical. Não poderia ser o Senhor Jesus
Cristo? Não podemos especular sobre isso, mas não há dificuldade alguma para
entender a possibilidade de ser o Senhor Jesus, pré-encarnado, numa aparição
especial. Na transfiguração de Jesus diante de seus três discípulos, Moisés e
Elias viram a glória de Deus na pessoa de Jesus Cristo, seu Filho amado (Êx
33.19; Lc 9.28-31). (10.18,19) Daniel foi confortado pelo anjo. Daniel
descobriu que os opositores da obra em Jerusalém, não eram apenas os samaritanos
e palestinos que se opunham contra tudo, mas tinha por trás de toda essa
oposição, a ação de demônios. Mas Daniel é confortado pelo anjo quando lhe diz
que “era muito amado” por Deus. O anjo revela a Daniel que “o príncipe da
Grécia” na figura de um dos espíritos satânicos também se levantaria para se
opor ao povo de Deus num tempo bem próximo daquele que ele, Daniel, estava
vivendo. A revelação foi feita ainda dentro do período do Império Medo-persa,
mas logo passaria, e outro império haveria de surgir, suplantando o medo-persa,
que era o Império Grego. Aquele anjo embaixador de Deus anunciou a Daniel que
ele enfrentaria as milícias espirituais com o apoio de Miguel, o príncipe de Deus
a favor de Israel. A grande lição que aprendemos com este capítulo é que no
mundo temos uma guerra espiritual sobre as nossas cabeças.Trata- se de uma
guerra invisível, mas temos a promessa da vitória porque Deus cumpre a sua
Palavra. Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro
de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 147-148.]
3. “O príncipe do
reino da Pérsia”. Quem era
este príncipe? A maioria dos teólogos acredita que este príncipe seja um anjo
satânico. Estes seres malignos obedecem ao comando de seu chefe, o Diabo. Neste
capítulo, eles aparecem em oposição ao povo de Deus (vv.13,20). Precisamos de
discernimento em relação aos anjos, pois a Palavra de Deus afirma que o próprio
Satanás pode disfarçar-se em anjo de luz (2Co 11.14). [Comentário: O Príncipe da Paz e os príncipes terrenos
(10.2—11.1). Mais uma palavra confortadora vem da experiência de Daniel. O
Senhor que cuida, presta atenção às nossas orações. Três semanas Daniel esteve
orando em santo desespero. Porventura Deus o tinha ouvido? O Ser resplandecente
fala: Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia [...] são ouvidas as tuas
palavras; e eu vim por causa das tuas palavras (12). Enquanto João viu o Filho
do Homem no meio do castiçal, no âmbito da Igreja, Daniel viu o “homem vestido
de linho” no meio de uma batalha com governos terrenos. O mesmo Cristo eterno,
que veio para ser revelado à Igreja e por meio dela, também tem se preocupado
com o curso da história humana. Não sabemos exatamente o que significavam as
três semanas de luta com o príncipe do reino da Pérsia (13) e qual foi a
possível consequência dessa luta. Deve ter sido difícil e intensa para que
Miguel viesse ajudá-lo. A maioria dos intérpretes entende que príncipe (sar)
usado nesse texto refere-se a seres sobrenaturais que tinham uma influência
importante sobre as nações. Visto que o príncipe dos persas bem como o príncipe
da Grécia (20) estavam em conflito com o Ser glorioso e seu ajudante, Miguel,
parece evidente que pelo menos alguns desses não são anjos. Uma das
responsabilidades especiais do arcanjo Miguel é o bem-estar do povo de Israel.
Chamado em 10.13 como um dos primeiros príncipes, ele é conhecido em 10.21 como
Miguel, vosso príncipe. Judas 9 nos relata que foi “o arcanjo Miguel” que
“contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés”. Novamente
João nos conta que Miguel e suas hostes celestiais batalharão contra o dragão e
o expulsarão das regiões celestiais (Ap 12.7-9). Esse príncipe, um dos
príncipes mais elevados do céu, sujeito ao Redentor de Israel, tem um
importante papel sobre o destino de Israel. Daniel o viu nessa ocasião como
“alguém que parecia um homem mortal” (16, Moffatt). Além de o Anjo de Javé
revelar uma batalha que trava pela vontade e as decisões de Ciro e antever um
conflito com o príncipe da Grécia (20), Ele revela que no primeiro ano de
Dario, rei dos medos, Ele levantou-se para animar e fortalecer Daniel (11.1).
Dessa forma, o Príncipe da Paz luta com os príncipes da terra para alcançar
seus propósitos. Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora
CPAD. Vol. 4. pag. 540.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
A visão de Daniel acerca do homem vestido de linho
é semelhante a que o apóstolo João teve na Ilha de Patmos e com a do profeta
Ezequiel.
III. DANIEL É CONFORTADO POR UM ANJO (Dn 10.10-12)
1. Daniel é
confortado por um anjo (10.10-12). Diante da visão o profeta perdeu as suas forças. Porém, o Senhor envia um
anjo para tocar Daniel e restaurar as suas forças físicas. A mão do anjo tocou
o profeta e o ergueu. Observe que Daniel, “o homem mui desejado,” ficou como
morto e depois de joelhos diante do Senhor. No grande dia, como ficarão aqueles
que rejeitam e desprezam o Filho de Deus? [Comentário: De sua posição prostrada, Daniel caiu de
joelhos, sobre as duas mãos. O toque do anjo efetuou essa mudança de posição, e
assim o profeta agora estava no chão, tremendo. Sua consciência foi recobrada,
pelo que ele pôde conversar com o anjo. Ele foi restaurado e encorajado pelo
toque do anjo, para cumprir sua missão de profeta, que agora chegava ao fim.
Agora ele estava apenas meio de pé, mas outro toque terminaria o trabalho. No
vs. 11 vemos Daniel de pé, ainda trêmulo, mas já recuperado (Dn 10.11). Daniel,
homem muito amado. Daniel é novamente chamado de muito amado por YAHWEH, um
homem que tinha recebido favor especial de Deus e um bom destino (Cf. Dn 9.23).
Agora nós o vemos de pé. Daniel, embora idoso, foi novamente enviado com uma
mensagem. Ainda lhe restava receber o toque final para completar sua missão. A
palavra encorajadora fez Daniel levantar-se e pôr-se de pé. Ele não estava
sozinho em seu empreendimento. Então me disse: Não temas, Daniel. A oração e a
determinação do homem bom tinham garantido, desde o começo, que ele seria
divinamente ajudado naquilo que deveria fazer, pelo que alcançaria sucesso
retumbante (Lc 1.11 ss, onde encontramos algo similar envolvendo o ministério
angelical). “Enquanto nossa paixão dominante não for conhecer a Deus e à Sua
verdade, não poderemos saber muito sobre Ele. Que propósito maior poderia
existir para um homem aprender sobre Deus? Firmamos nossa mente para conseguir,
mas poucos firmam sua mente para compreender. Mas se alguém faz disso o seu
alvo, poderá confiar na promessa de Jesus: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e
achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7.7)" (Gerald Kennedy, in loc.). Se
assim são as coisas, não temos por que temer, pois se podemos conhecer o futuro
então conhecemos Aquele nas mãos de quem repousa nosso futuro. Poderá haver
empecilhos (conforme mostra o vs. 13), mas a vitória final está assegurada,
porque um homem bom não está sozinho naquilo que procura fazer (Cf. este
versículo com Dn 9.23, onde encontramos algo similar). CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos.
pag. 3419.]
2. O conflito entre
o Arcanjo Miguel e o príncipe do reino da Pérsia (10.13). No capítulo dez do livro de Daniel, dois príncipes
das milícias satânicas são identificados: “o príncipe do reino da Pérsia”
(v.13) e o “príncipe da Grécia” (v.20). Estes príncipes não eram homens comuns,
mas anjos satânicos. Estes anjos caídos só foram derrotados depois que Deus
enviou Miguel, o príncipe de Israel (v.21). O anjo que falava com o profeta
explicou que o príncipe da Pérsia estava impedindo que a mensagem de Deus fosse
entregue. O propósito de Satanás era impedir que Daniel recebesse a revelação
do Senhor. [Comentário: O Deus
do céu é, e sempre será, o protetor do seu povo. E, sob as ordens dele, os
anjos do céu são os patronos e protetores desse povo. [1] Aqui temos o anjo
Gabriel ocupado a serviço da igreja, fazendo a sua parte na defesa dos vinte e
um dias contra o príncipe da Pérsia, e permanecendo naquela corte como cônsul ou
embaixador a fim de cuidar dos negócios dos judeus, prestando-lhes os seus
serviços (v. 13). E, embora os reis da Pérsia lhes tivessem feito muito mal
(mediante a permissão de Deus), é provável que maiores maldades tivessem sido
praticadas contra eles, e teriam ficado bastante arrumados (como exemplo desta
verdade, temos a conspiração de Hamã) se Deus não tivesse evitado essas
ocorrências nefastas através do ministério dos anjos. Gabriel decidiu, ao ser
despachado na missão a favor de Daniel, que iria retornar para lutar contra o
príncipe da Pérsia, que iria continuar a se opor a ele, e que, no final, iria
humilhar e derrotar aquela orgulhosa monarquia (v. 20), embora soubesse que
outra monarquia igualmente perniciosa, a da Grécia, surgiria mais tarde. [2] Aqui
está Miguel, o nosso príncipe, o grande encarregado de proteger Israel, e o
patrono dessa causa justa, que está repleta de injustiças por parte dos
inimigos de Deus e do seu povo. Miguel é um dos principais príncipes de Deus
(v. 13). Alguns entendem que ele é um anjo criado, porém um arcanjo de ordem
mais elevada (1 Ts 4.16; Jd 9). Outros crêem que o arcanjo Miguel seja o
próprio Senhor Jesus Cristo, o Anjo da Aliança, e o Senhor dos anjos, Aquele
que Daniel viu na visão (v. 5). Ele “veio para ajudar-me” (v. 13) “e ninguém há
que se esforce comigo contra aqueles” (v. 21). Mas Cristo é o Príncipe da
igreja, não os anjos (Hb 2.5). Ele preside os assuntos da igreja, e com
eficiência provê aquilo que é o melhor para ela. O Senhor é quem capacita os
anjos, fazendo com que sejam úteis aos herdeiros da salvação. E, se Ele não
estivesse ao lado da igreja, a situação dela seria terrível. A igreja pode
dizer como Davi: “O Senhor está comigo entre aqueles que me ajudam” (SI 118.7).
“O Senhor está com aqueles que sustêm a minha alma” (SI 54.4). HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 894.]
3. A hostilidade
espiritual contra o povo de Deus. O Inimigo tenta de todas as formas destruir Israel, todavia o Senhor tem
uma aliança eterna com o seu povo. Satanás não pode impedir a bênção de Deus
para Israel. O Inimigo também tenta de todas as formas destruir a Igreja de
Cristo. Ele se opõe a Igreja assim como o rei da Pérsia se opôs a Daniel e ao
anjo do Senhor. Há resistência espiritual às nossas orações e a nós. Quando
oramos entramos em batalha contra as potestades do mal (Ef 6.12). Israel tem o
seu ajudador, o arcanjo Miguel. A Igreja é guardada pelo próprio Senhor Jesus
Cristo, aquele que venceu as forças do Inimigo ao morrer e ressuscitar ao
terceiro dia. [Comentário: Embora
o anjo devesse retornar em breve para continuar sua luta contra o
anjo-guardião-líder da Pérsia, primeiramente ele transmitiria a mensagem a
Daniel. Aquela era uma espécie de missão lateral. O anjo estava muito ocupado e
tinha muitas coisas das quais cuidar. No meio (ou depois) do conflito contra o
anjo da Pérsia, o anjo-guardião-líder da Grécia haveria de aparecer para
perturbá-lo. Somente Miguel seria seu aliado naquelas lutas celestiais
(conforme o vs. 21 passa a dizer). Alguns estudiosos pensam que o anjo da
Grécia, neste caso, é Alexandre, o Grande, mas é melhor supormos que o anjo
guardião da Grécia seria a força e a inspiração de Alexandre, e isso explicaria
como esse conquistador conseguiu fazer o que fez, incluindo a derrubada do
império persa. Alexandre e seus sucessores também teriam muito para perturbar a
Israel, nação à qual Gabriel e Miguel defenderiam. CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos.
pag. 3420.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Diante da visão Daniel desfaleceu. Mas, Deus
enviou-lhe um anjo para confortá-lo e reerguê-lo.
CONCLUSÃO
Duas vezes o anjo
de Deus tocou em Daniel para que ele pudesse recobrar as suas forças físicas. O
toque de Deus nos anima e nos fortalece para que possamos, como Daniel, servir
ao Senhor com temor e amor. [Comentário: A visão provocou um efeito extraordinário em
Daniel. Ele não teve forças físicas para se manter em pé e caiu adormecido pela
glória do “homem vestido de linho”. A mesma experiência que João teve na Ilha
de Patmos com a visão do Cristo glorificado (Ap 1.17,18) foi experimentada por
Daniel junto ao rio Tigre. Destaco que, Daniel ficou sem forças, não só porque
teve aquela grande visão, mas sobretudo, por causa do aparecimento da grandeza
do panorama celestial, dos grandes acontecimentos do porvir. Eles tinham
relações marcantes com a nação judaica, e Daniel era um dos integrantes dela. Daniel
reergueu-se de seu desmaio e foi confortado por um anjo da parte de Deus depois
da grande peleja que houve no céu entre os comandados de Satanás e os anjos de
Deus, naqueles 21 dias de oração do grande servo de Deus. O anjo falou-lhe que
era muito amado por Deus.]
“NaquEle que me garante: "Pela graça sois
salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere!
Hoje, em Recife-PE
Dezembro de 2014.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
GILBERTO, Antônio.
Daniel & Apocalipse. RJ: CPAD, 2006.
LAHAYE, Tim; HINDSON (Ed.). Enciclopédia
Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004.
EXERCÍCIOS
1. Como se inicia o capítulo
dez?
R.
Com a visão que Daniel teve a respeito dos
acontecimentos dos últimos dias.
2. Qual era o motivo da
tristeza de Daniel?
R.
Não sabemos o motivo real que trouxe tamanha
tristeza e dor ao coração de Daniel. Todavia, sabemos que ele não se deixou
abater por sua melancolia. Daniel continuou a orar e jejuar, buscando o socorro
divino.
3. A visão de Daniel no
capítulo dez se parece com quais visões?
R.
A visão de Daniel é muito parecida com a que João
teve na ilha de Patmos (Ap 1.12-20) e com a do profeta Ezequiel (Ez 1.26).
4. Quem era o “homem vestido
de linho”?
R.
Acredita-se que, assim como João e Ezequiel, o
profeta Daniel tenha visto o Senhor Jesus Cristo.
5. Segundo a lição, quem era
o príncipe da Pérsia?
R.
A maioria dos teólogos acredita que este príncipe
seja um anjo satânico.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2014 - CPAD -
Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e
Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
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