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4º
Trimestre de 2014
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Lição 9
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30 de Novembro de 2014
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Lição 9: O prenúncio do
Tempo do Fim
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TEXTO ÁUREO
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“E disse: Eis que te farei saber o que há de
acontecer no último tempo da ira; porque ela se exercerá no determinado tempo
do fim” (Dn 8.19).
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VERDADE PRÁTICA
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O tempo do fim não é o fim do mundo, mas o tempo
de tratamento de Deus com o povo de Israel, prenunciando a vinda de Cristo.
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HINOS SUGERIDOS
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304, 334, 469.
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LEITURA DIÁRIA
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Daniel 8.1,3-11.
1
- No ano terceiro do reinado do rei Belsazar, apareceu-me uma visão, a mim,
Daniel, depois daquela que me apareceu no princípio.
3
- E levantei os meus olhos e vi, e eis que um carneiro estava diante do rio, o
qual tinha duas pontas; e as duas pontas eram altas, mas uma era mais alta do
que a outra; e a mais alta subiu por último.
4
- Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte, e para o
meio-dia; e nenhuns animais podiam estar diante dele, nem havia quem pudesse
livrar-se da sua mão; e ele fazia conforme a sua vontade e se engrandecia.
5
- E, estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a
terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode tinha uma ponta notável entre os
olhos;
6
- dirigiu-se ao carneiro que tinha as duas pontas, ao qual eu tinha visto
diante do rio; e correu contra ele com todo o ímpeto da sua força.
7
- E o vi chegar perto do carneiro, irritar-se contra ele; e feriu o carneiro e
lhe quebrou as duas pontas, pois não havia força no carneiro para parar diante
dele; e o lançou por terra e o pisou aos pés; não houve quem pudesse livrar o
carneiro da sua mão.
8
- E o bode se engrandeceu em grande maneira; mas, estando na sua maior força,
aquela grande ponta foi quebrada; e subiram no seu lugar quatro também
notáveis, para os quatro ventos do céu.
9
- E de uma delas saiu uma ponta mui pequena, a qual cresceu muito para o
meio-dia, e para o oriente, e para a terra formosa.
10
- E se engrandeceu até ao exército dos céus; e a alguns do exército e das
estrelas deitou por terra e os pisou.
11
- E se engrandeceu até ao príncipe do exército; e por ele foi tirado o contínuo
sacrifício, e o lugar do seu santuário foi lançado por terra.
OBJETIVOS
Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
- Conhecer os símbolos proféticos do carneiro e do bode.
- Identificar a visão do chifre pequeno.
- Compreender o período do tempo do fim.
PALAVRA CHAVE
Tempo: Período contínuo no qual os
eventos se sucedem.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
No capítulo sete,
Daniel tem a visão dos quatro animais, cada um destes representando um império
mundial. No capítulo oito, que estudaremos nesta lição, o profeta tem sua
segunda visão. Ele viu um carneiro lutando contra um bode. Na verdade, este
capítulo repete muito da predição do capítulo dois, e especialmente do capítulo
sete. Todavia, o capítulo oito acrescenta detalhes importantíssimos quanto aos
períodos medo-persa e grego. [Comentário: Chegamos ao capítulo 8, aqui Deus
mostra a Daniel a queda dos dois últimos Impérios, o Medo-persa e o Grego, por
meio de uma visão que tem um caráter particular: os impérios são representados
pelas figuras de um bode e um carneiro. O capítulo 7 representa os mesmos
impérios com o Urso (7.5) e o Leopardo (7.6). O carneiro (8.3,4) e o bode
(8.5-9) são animais poderosos, mas na visão, eles foram destruídos, porque
ninguém prevalece contra o Cetro de Deus. É digno de nota que a partir deste
capítulo, Daniel passa a escrever em hebraico, quando até o capítulo 7 ele usou
o aramaico. Uma explicação para isso, talvez, seja que até o capítulo 7 Deus
estava tratando com os gentios, e agora no capítulo 8 a visão diz respeito,
essencialmente, ao povo judeu, sob o domínio desses impérios mundiais. Os
elementos históricos da profecia tiveram seu cumprimento no passado; porém,
algumas características desses dois impérios personificam o futuro de Israel e
o que acontecerá no “tempo do fim”(Dn 8.19). Russell Norman Champlin tece o
seguinte comentário: “O capítulo 8, assim
sendo, elabora certos assuntos que figuram no capítulo anterior. A Babilônia
não está mais em foco, e até os medos-persas foram mencionados para introduzir
o monstro macedônio, Alexandre. Mas a ênfase real recai sobre o pequeno chifre,
Antíoco Epifânio. “O propósito deste capítulo é, por um lado, tornar claras
algumas questões que haviam sido tratadas de maneira um tanto crítica no
capítulo 7; e, por outro, renovar a certeza de que o fim estava próximo. O
cálice da iniquidade de Antíoco estava quase cheio. Esse é o episódio final na
grande tribulação que precederá o fim. Deus interviria e o homem do pecado
seria destruído. Neste capítulo voltamos ao idioma hebreu, deixando de lado o
aramaico” (Arthur Jeffery, in loc)”. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo
Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3410.] Convido você para mergulharmos
mais fundo nas Escrituras!
I. A
VISÃO DO CARNEIRO E DO BODE (Dn 8.3-5)
1. A visão do
carneiro (Dn 8.3,4,20). Esse
carneiro simbolizava o império medo-persa (v.20). Segundo os historiadores, no
caso dos persas, os seus reis sempre levavam como emblema uma cabeça de
carneiro em ouro sobre a cabeça, principalmente quando passavam em revista os
seus exércitos. De acordo com a história, os medos haviam prevalecido na guerra
com a Babilônia. Dario foi o primeiro governante da união entre a Média e a
Pérsia. Porém, logo os persas prevaleceram em força e Ciro tornou-se o rei do
império. O carneiro identificado como o império medo-persa venceu e derrotou o
império babilônico quando Belsazar estava no poder. No mesmo dia em que
Belsazar zombou de Deus ao utilizar os utensílios sagrados do templo de
Jerusalém, ele caiu nas mãos dos medo-persas. Nota-se que há uma repetição do
predito na visão do capítulo sete sobre o segundo e o terceiro impérios, porém,
Deus de maneira especial mostrou a Daniel o que estaria fazendo no futuro
desses impérios e com o próprio povo de Israel. [Comentário: O carneiro medo-persa
(8.3-4). Na primeira visão de Daniel no capítulo 7, os animais que simbolizavam
o poder mundial eram animais selvagens. Agora a disposição da visão muda e dois
desses mesmos poderes mundiais aparecem como animais domesticados — um carneiro
e um bode. Será que é possível que o Espírito de Deus esteja retratando aqui
mais uma importante fase da vida humana e da história, ou seja, o aspecto
cultural? Enquanto o capítulo 7 ressalta o poder político das nações, o
capítulo 8 destaca as influências culturais. Se concordarmos com essa hipótese,
é possível imaginar que esses dois aspectos, provenientes de dois reinos
diferentes, convirjam em dado momento em uma manifestação culminante do mal, ou
seja, no surgimento do Anticristo. Qualquer que seja o significado da mudança
da natureza dos animais, o carneiro e o bode logo estavam furiosamente em
guerra. O carneiro aparece primeiro, dando marradas para o ocidente, e para o
norte, e para o meio-dia (“para o sul”, NVI; v.4). Keil sugere que a direção
das marradas parece indicar que os avanços para o oriente não eram tão
estrategicamente importantes comparados com os feitos em outras direções. Tanto
Ciro quanto Dario lideraram campanhas bem-sucedidas para o Oriente, em direção
à índia, mas é o seu impacto ocidental que mais seriamente afetou a história. O
animal de duas pontas (dois chifres), com a segunda crescendo mais que a
primeira, claramente sugere a história medo-persa. Ciaxerxes, da Média, era um
líder poderoso que se aliou ao caldeu Nabopolassar e seu filho, Nabucodonosor,
para derrubar o império assírio em 612 a. C. Ao lado da Babilônia, a Média era
um poder dominante dos seus dias. Mas a bravura do talentoso Ciro logo se
tornou evidente, e ele rapidamente ascendeu até o topo da aliança medo-persa. A
palavra animais (chayywoth) significa criaturas viventes em geral e podem ser
tanto selvagens quanto domesticados. “Nenhuma criatura vivente podia ficar
diante dele, e não havia quem pudesse livrar-se do seu poder; e ele fazia o que
bem desejava e tornou- se grande” (4, lit.). E se engrandecia (higddil) não
significa aqui “tornar-se arrogante” mas, sim, “fazer grandes coisas”. Isso se
repete no versículo 8; cf. SI 126.2-3: “Grandes coisas fez o Senhor por nós”. Roy
E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 529.]
2. Os chifres do
carneiro. Os dois chifres do
carneiro não eram iguais, pois um dos chifres era maior que o outro. O maior
representava Ciro, o persa (v.3) e o menor representava Dario, da Média. Na
cronologia histórica, Ciro sucedeu a Dario. Eventos importantes aconteceram no
período desses dois reis até que o carneiro foi vencido, surgindo na visão de
Daniel a figura de um bode que ataca o carneiro e o vence (vv.5-7). [Comentário: Ele viu
um carneiro com duas pontas (v. 3). Essa era a segunda monarquia, da qual os
reinos da Média e da Pérsia eram as duas pontas. As pontas eram muito altas.
Mas a que veio por último era a mais alta, e tomou a dianteira da mais antiga.
Assim, o último será o primeiro, e o primeiro, o último. O reino da Pérsia, que
se levantou por último, em Ciro, tornou-se mais eminente que o dos medos,
governado por Dario, o medo. Ele viu o carneiro atacando todos à sua volta com
as suas pontas (v. 4), para o ocidente (em direção à Babilônia, Síria, Grécia e
Ásia Menor), para o norte (em direção aos lídios, armênios e citianos), e para
o sul (em direção à Arábia, Etiópia e Egito), pois todas essas nações foram, em
uma época ou outra, atacadas pelo império persa na tentativa de aumentar os
seus domínios. E, por fim, ele se tornou tão poderoso que nenhum animal podia
estar diante dele. Esse carneiro, embora pertencente a uma espécie animal que
muitas vezes servia de presa, tornou-se temível até mesmo para os próprios
animais predadores, de modo que não havia nenhum que ficasse diante dele,
nenhum que dele escapasse, nenhum que pudesse livrar-se da sua mão. Todos
deveriam se submeter a ele. Os reis da Pérsia agiam conforme a sua vontade,
alcançavam sucesso em todas as investidas no exterior, possuíam um poder
incontrolável em seu país, e tornaram-se notáveis. Ele se considerava notável
porque fazia o que queria. Mas fazer o bem é o que torna os homens
verdadeiramente notáveis. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 874.]
3. A visão do bode
(Dn 8.5-8). A figura do bode,
na mitologia do mundo de então, simbolizava o poder e a força. Na visão de
Daniel, o bode arremeteu contra o carneiro com muita força, ferindo-o e
quebrando os seus dois chifres. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “o bode
representava a Grécia, e seu grande chifre refere-se a Alexandre, o Grande
(8.21)”. O carneiro foi totalmente dominado e humilhado. Seus dois chifres
foram quebrados e, após isso, ainda foi pisoteado sem compaixão pelo bode. Foi
uma profecia de completa sujeição e derrota do império medo-persa pelos gregos.
Nos versículos oito e nove, a “ponta notável” se quebra e surge em seu lugar
quatro outras pontas (ou chifres). Esses quatro chifres menores representam os
quatro generais que assumiram o império grego depois da morte de Alexandre, o
Grande. [Comentário: A figura
do bode, na mitologia do mundo antigo, além de representar poder e força, também
tinha a figura da ousadia, velocidade e mobilidade como características desse
animal que lembram a cabra montês que salta em montanhas de pedra com firmeza e
sem resvalar. O bode é um animal que vive em regiões rochosas e inóspitas. O
texto diz que “o bode” tinha uma velocidade que nem “tocava o chão”. Está se referindo
a Alexandre, filho de Felipe da Macedônia, que surgiu com força incrível e com
grande mobilidade para conquistar o mundo, a partir da conquista do Império
Medo-persa que não se conteve diante dele. Quando surgiu o bode no espaço que o
carneiro dominava, lançou-se contra o carneiro com muita força e domínio,
ferindo-o e quebrando, de imediato, os dois chifres. O poder de Dario e Ciro
caiu e foi usurpado pelo poder simbólico do bode que representava o Império
Grego. O Rev Hernandes Dias Lopes assim escreve em seu livro DANIEL Um homem amado no céu (Editora
Hagnos): “O bode é uma descrição
profética acerca de um dos maiores líderes políticos da história, Alexandre
Magno. Daniel elenca quatro fatos a seu respeito. Em primeiro lugar, fala da
rapidez de suas conquistas (Dn 8.5, 21). Esse bode representa o império grego
(v. 21). As conquistas de Alexandre foram extensas e rápidas. Osvaldo Litz
afirma que em apenas treze anos Alexandre conquistou todo o mundo conhecido de
sua época. O império medo-persa foi desmantelado, dando lugar ao império grego.
Em 334 a.C., Alexandre cruzou o estreito de Dardanelos e derrotou os sátrapas.
Pouco tempo depois, venceu Dario III na batalha de Issos (333 a.C.). Em 331,
venceu o grosso das forças medo-persas na famosa batalha de Gaugamela. Em
segundo lugar, Daniel fala do poder desse líder (Dn 8.5). Alexandre é descrito
como o chifre notável. Foi um líder forte, ousado e guerreiro. Era um homem
irresistível, um líder carismático, com punho de aço. Em terceiro lugar, Daniel
fala dos triunfos de Alexandre sobre o império medo-persa (Dn 8.6,7). O poderio
e a força de Alexandre são descritos na maneira como enfrentou o carneiro: 1)
fere-o; 2) quebra seus dois chifres; 3) derruba-o na terra; e 4) pisoteia-o. Em
último lugar, Daniel fala do engrandecimento e queda de Alexandre e seu reino
(Dn 8.8). “O engrandecimento de um império é ao mesmo tempo prelúdio de sua
queda e decadência. Quanto mais se aproxima do auge de seu poder, tanto mais
perto está também de seu fim”. A Grécia não foi uma exceção (v. 8). O versículo
8 profetiza a morte inesperada de Alexandre Magno na Babilônia, em 323 a. C.,
exatamente quando ele queria reconstruir a cidade da Babilônia, contra a
palavra profética de que a cidade jamais seria reconstruída. Com sua morte, o
império grego foi dividido em quatro partes entre quatro reis: a Cassandro
couberam a Macedônia e a Grécia, no ocidente. Lisímaco governou a Trácia e a
Bitínia, no norte. Ptolomeu governou a Palestina, a Arábia e o Egito, no sul.
Selêuco governou a Síria e a Babilônia, no oriente. Após a morte de Alexandre e
a divisão de seu reino entre esses quatro generais (v. 8,22), o grande império
grego desintegrou-se e enfraqueceu-se. A profecia acerca de Alexandre
cumpriu-se literalmente, duzentos anos depois da profecia dada a Daniel”. LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 103-105.]
SINOPSE DO TÓPICO (1)
A visão do bode e do carneiro refere-se
respectivamente aos impérios medo-persa e grego.
II. O CHIFRE PEQUENO (Dn 8.9)
1. A visão da ponta
pequena. Na visão do
profeta Daniel, surge de uma das quatro pontas notáveis, “uma ponta mui
pequena” (v.9). Daniel percebeu que esta “ponta pequena” cresceu muito,
especialmente direcionada para a “terra formosa”, Israel. Essa “ponta pequena”
refere-se a Antíoco Epifânio que tornou-se um opressor terrível contra os
judeus. Ele surgiu da partilha do império de Alexandre e a ele coube o domínio
da Síria, Ásia Menor e Babilônia. [Comentário: A ponta mui pequena aqui não é a mesma que a pequena ponta do capítulo
sete. A anterior é oriunda da quarta besta, Roma, enquanto que esta vem da
Grécia. A pequena ponta aqui se refere a Antíoco Epifânio, (do gr: Άντίοχος Έπιφανής,
"que se manifesta com esplendor") (ca. 215 - 162 a.C.) foi um rei da
Dinastia Selêucida que governou a Síria entre 175 e 164 a.C.), o
oitavo rei da dinastia síria, que reinou de 175 a 164 a. C. Portanto, essa
profecia é, na verdade, para 175 a. C., quando Antíoco se toma rei, e não para
301 a. C., quando o império de Alexandre se divide. Para o meio-dia. Antíoco
invadiu o Egito. A expressão para o oriente significa para Parthia, e a expressão
a terra Formosa significa a Palestina. EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen:
H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos
adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1287.]
2. A ultrajante
atividade desse rei contra Israel (Dn 8.10,11). Os versículos dez e onze falam das ações
ultrajantes do “pequeno chifre” contra o povo de Deus, profanando o santuário
de Israel e tentando acabar com o “sacrifício contínuo” que Israel fazia ao
Senhor. [Comentário: Daniel
fala sobre sua truculência (Dn 8.9,10). Alguns imperadores romanos
identificaram-se com o anticristo escatológico, tais como Nero e Domiciano, por
exigirem adoração de seus súditos. Hitler foi identificado com ele por sua
feroz perseguição aos judeus. Outros governadores antigos e contemporâneos por
perseguirem os cristãos como nos regimes totalitários e comunistas. Mas ninguém
se assemelhou tanto ao anticristo escatológico como Antíoco Epifânio. Esse rei
selêucida foi um feroz perseguidor dos judeus (Dn 8.24). Porque os fiéis judeus
não se prostravam diante dos ídolos foram duramente perseguidos por ele.
Calcula-se que cem mil judeus foram mortos por ele. O anticristo escatológico
também será implacável em sua perseguição aos cristãos (Ap 13.15). Daniel fala
acerca de sua blasfêmia (Dn 8.23-25). Ele será um usurpador. Como o anticristo
quererá usurpar o lugar de Cristo, Antíoco também foi um usurpador. No seu
tempo, a Palestina pertencia ao Egito dos ptolomeus. Mas ele, astuciosamente,
aproveitou-se da divergência entre os judeus que estavam divididos em dois
partidos, e levou-os a se aliarem a ele, rompendo com o Egito (Dn 8.23-25).
Quando os judeus se aliaram a ele, logo os explorou e os perseguiu cruelmente
até a morte. O anticristo imporá uma única religião em seu reino e perseguirá e
matará os que não se conformarem a ele (Ap 13.12,15). Antíoco fez isso em seu
reino. A posse do Livro Sagrado, o Antigo Testamento, e a observância da lei de
Deus eram punidas com a morte. Muitos judeus foram mortos por se manterem fiéis
a Deus. Ele se levantará em tempo de grande apostasia. Como a apostasia do
período do fim abrirá a porta para o anticristo (2Ts 2.3,4), também muitos
judeus haviam se afastado da lei de Deus e adotado costumes dos gentios (Dn
8.12,23). Deus castigou Israel por causa de seus pecados. Quando no fim dos
tempos a humanidade estiver suficientemente corrompida, ela estará pronta para
receber o anticristo. Antíoco fez cessar os sacrifícios na Casa de Deus e
profanou o templo. Em 169 a. C., ele saqueou o templo e proibiu os sacrifícios
(Ap 13.5). Por ordem de Antíoco, o templo foi profanado da maneira mais vil,
indecente e imoral. O santuário de Jerusalém foi chamado de templo de júpiter
olímpico. Ele profanou o templo ainda quando colocou a própria imagem no lugar
santíssimo e mandou matar sobre o altar um porco e borrifar o sangue e o
excremento pelo santuário, obrigando os judeus a comerem a carne do porco,
dentro do templo, sob ameaça de morte. Mandou ainda edificar altares e templos
dedicados aos ídolos, sacrificando em seus altares porcos e reses imundas. O
livro de Macabeus descreve a soberba e a perversidade de Antíoco na profanação
do templo de Jerusalém: E entrou cheio de soberba no santuário, e tomou o altar
de ouro, e o candeeiro dos lumes, e todos os seus vasos, e a mesa da
propiciação, e as bacias, e os copos, e os grais de ouro, e o véu, e as coroas,
e o ornamento de ouro, que estava n a fachada do templo: e quebrou tudo [...] E
fez grande matança de homens, e falou com grande soberba. LOPES. Hernandes
Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 106-107.]
3. A purificação do
santuário (Dn 8.14). Segundo a
história, a purificação do santuário ocorreu três anos e dois meses depois de o
altar do Senhor ter sido removido por Antíoco. Deus é bom e misericordioso.
Mesmo seu povo sendo infiel, Ele iria purificá-los e restaurá-los. [Comentário: A resposta dada a essa pergunta (v. 14). Cristo
instrui os santos anjos, pois eles são nossos conservos. Mas aqui a resposta é
dada a Daniel, pois em consideração a ele fora feita a pergunta: Ele me disse.
Deus às vezes concede notáveis favores a todo o seu povo, em resposta às
indagações e pedidos de alguns de seus servos. Então: [1] Cristo lhe assegura
que a tribulação terminará. Ela continuará por 2.300 dias e não mais, tantas
tardes e manhãs (assim está escrito), tantos nychthemerai, tantos dias naturais
calculados, como no início do Gênesis, pelas tardes e manhãs, pois era a perda
dos sacrifícios da tarde e da manhã que eles mais lamentavam, e consideravam
que o tempo passava muito lentamente enquanto estavam despojados deles. Alguns
consideram a manhã e a tarde, nesse número, valendo por dois. E assim 2.300
tardes e manhãs totalizariam apenas 1.150 dias. E por cerca de tantos dias o
sacrifício contínuo permaneceu interrompido. Este número se aproxima do cálculo
(cap. 7.25) de um tempo, tempos e metade de um tempo. Mas é menos forçado compreendê-los
como tantos dias naturais. 2.300 dias perfazem seis anos, três meses e cerca de
dezoito dias. E foi exatamente esse tempo que eles calcularam desde a apostasia
do povo, proporcionada por Menelau, o sumo sacerdote, no 142º ano
do reinado dos selêucidas, no sexto mês daquele ano, e o 6° dia do mês (assim
Josefo o data), até a purificação do santuário e o restabelecimento da religião
no meio dele, o que ocorreu no 148° ano, no 9° mês, no 25° dia do mês (1 Mac.
4.52). Deus conta o tempo das aflições do seu povo, pois Ele compartilha esse
sofrimento. Observe uma evidência deste fato em Apocalipse 2.10: “Tereis uma
tribulação de dez dias”. [2] O precioso Senhor lhe assegura que eles terão dias
melhores, posteriormente: “Então, o santuário será purificado”. Note que a
purificação do santuário é um sinal favorável definitivo para qualquer povo.
Quando começarem a ser corrigidos, logo serão libertados. Embora o Deus justo
possa, para a punição do seu povo, tolerar que o seu santuário seja profanado
por algum tempo, mesmo assim o Deus zeloso, para a sua própria glória,
garantirá a sua purificação no devido tempo. Cristo morreu para purificar a sua
igreja, e Ele a purificará sem qualquer pressa, para oferecê-la, a si mesmo,
como uma igreja irrepreensível. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry
Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 887.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
O chifre pequeno de Daniel 8.9 refere-se à Antíoco
Epifânio, um opressor cruel e terrível contra Israel.
III. ANTÍOCO EPIFÂNIO, O PROTÓTIPO DO ANTICRISTO
1. Antíoco
Epifânio. Por ora basta
dizer que este foi um rei da dinastia Selêucida (Babilônia e Síria) que
perseguiu os judeus de Jerusalém e da Judeia. Trata-se do rei de cara feroz
descrito no versículo vinte e três. Este monarca cometeu tantas atrocidades
contra o povo de Deus, que muitos o veem como um tipo do Anticristo. [Comentário: Antíoco IV Epífânio (do
gr: Άντίοχος Έπιφανής, "que se manifesta com esplendor") (ca. 215 -
162 a.C.) foi um rei da Dinastia Selêucida que governou a Síria entre 175 e 164
a.C. Terceiro filho do rei Antíoco III Magno, e irmão de Seleuco IV, após a
derrota do seu pai pelos Romanos na Batalha de Magnésia (189 a.C.), viveu 14
anos como refém em Roma, antes de se tornar rei com o acordo do senado romano. Entre
171 a.C. e 168 a.C., esteve envolvido na sexta Guerra da Síria contra o Egito,
na qual derrotou os reis Ptolomeu VI e Ptolomeu VIII. O seu objetivo era cercar
Alexandria, mas foi forçado a recuar por Roma. Após este episódio, Antíoco
centrou a sua atenção na Judeia, que procurou helenizar. Durante o reinado do
seu pai tinha sido concedida ampla autonomia aos judeus, que se encontravam
divididos em dois partidos, um dito "piedoso" e outro que favorecia a
helenização. Por razões financeiras, Antíoco apoiou este último partido e
permitiu ao sumo sacerdote, Jasão, a construção de um "gymnasium"
(instituição para educação de jovens de acordo com os modelos da cultura grega)
em Jerusalém. Em 172 a.C. Antíoco aceitou o suborno de Menelau, nomeando-o para
o cargo de sumo sacerdote, no lugar de Jasão. Em consequência deste ato, um
exército liderado por Jasão apoderou-se de praticamente toda a cidade de
Jerusalém em 169 a.C., matando os simpatizantes de Menelau. Em 167 a.C.
Antíoco, que regressava de uma campanha ao Egito, conquistou Jerusalém. A
cidade perdeu os seus privilégios e passou a ser permanentemente controlada por
soldados. Antíoco procurou forçar a helenização deste seu novo território,
proibindo o culto judaico. A observância do shabbat e das interdições
alimentares, bem como a circuncisão foram proibidas. No Templo de Jerusalém
seria instalada uma estátua do deus grego Zeus. O objetivo destas medidas era
criar uma uniformidade cultural entre os súbditos do seu reino. Esta situação
gerou descontentamento entre os Judeus que eram contra a helenização e que
provocaram uma revolta, na qual foram liderados pelo sacerdote Matatias e seus
filhos, os Macabeus, os quais expulsaram as tropas de Antíoco IV de Jerusalém.
Ele decidiu exterminar o povo judeu e sua religião. Chegou a proibir o culto a
Deus. Recorreu a todo tipo de torturas para forçar os judeus a renunciarem à
sua fé em Deus. Isto deu lugar à famosa Revolta dos Macabeus, uma das páginas
mais heroicas da história de Israel. Epifânio quer dizer o magnífico. Ele era
assim chamado por seus amigos. Seus inimigos o chamavam "Epifânio",
que quer dizer louco. Antíoco prefigurava o futuro Anticristo, pois no
versículo 19 está escrito: "Eis que te farei saber o que há de acontecer
no último tempo da ira; porque esta visão se refere ao tempo determinado do
fim". O futuro Anticristo deverá, pois, surgir de uma das antigas quatro
divisões do ex-império grego; certamente da divisão a que pertencia a Síria.
Sendo Antíoco, tipo e sombra do Anticristo, procederá por certo do mesmo lugar.
Talvez seja por isso que, ao ser mencionado o Anticristo em Apocalipse 13, ele
(isto é, a Besta) é primeiramente mencionado como "semelhante a
leopardo" (Ap 13.2). Ora, o leopardo é o animal que simboliza a Grécia
(7.6).]
2. A visão do anjo
Gabriel (Dn 8.16). O “Gabriel”
mencionado no versículo dezesseis é um anjo que o Senhor enviou com o propósito
de explicar a Daniel a visão. Esse mesmo Gabriel também foi enviado a Zacarias
e, igualmente, a Maria, para anunciar o nascimento de Jesus (Lc 1.1-38). Como
veremos, no capítulo nove ele aparece novamente a Daniel. [Comentário: Gabriel, o mensageiro de Deus
(8.15-19). Daniel ficou profundamente assombrado com a visão que teve, mas ele
rapidamente encontrou uma resposta quando se apresentou diante dele um ser na
semelhança de homem (15) — um mensageiro especial enviado por Deus. Era Gabriel
(16) que apareceu, anunciado pela voz de homem. Acerca de margens do Ulai, cf.
comentários do versículo 2. Gabriel (hb., “Deus mostrou-se poderoso”) é
bastante conhecido nas Escrituras. Ele era o mensageiro de Deus para Daniel
(8.16; 9.21) e o mensageiro da anunciação do nascimento de João Batista, bem
como do nascimento de Jesus (Lc 1.9, 26). Ao idoso Zacarias, Gabriel explica
sua posição: “Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a
falar-te e dar-te estas alegres novas” (Lc 1.19). Em seu terror diante da
presença do anjo, Daniel escreve: “caí prostrado [...] Enquanto ele falava
comigo, eu, com o rosto em terra, perdi os sentidos. Então ele tocou em mim e
[...] disse: ‘Vou contar-lhe o que acontecerá depois [...] pois a visão se
refere ao tempo do fim’” (17-19, NVI). Roy E. Swim. Comentário Bíblico
Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 530-531.]
3. O tempo do fim
(Dn 8.17). Segundo a Bíblia
de Estudo Aplicação Pessoal, “o fim do tempo”, neste caso é uma alusão a todo o
período entre o final do exílio e a segunda vinda de Cristo. Os governantes e
impérios vistos por Daniel no capítulo oito já não existem mais. Homens como
Alexandre e Epifânio morreram e seus impérios chegaram ao fim, pois os reinos
deste mundo são efêmeros. Somente um reino nunca terá fim — o reino do Messias:
“O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão
dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos
os domínios o servirão e lhe obedecerão” (Dn 7.27). [Comentário: Dn 8.17 “... caí sobre o
meu rosto”. Esta expressão é também repetida no versículo seguinte. A
aproximação de Gabriel fez Daniel “tombar” no chão com extremo assombro, como
acontecera com Ezequiel, o profeta do cativeiro, em suas grandes visões (Ez
1.28; 3.23; 44.4). Gabriel diz a Daniel que esta visão se cumprirá somente no
“tempo do fim”. Este “tempo do fim”, no livro de Daniel, refere-se a
septuagésima semana profética, descrita em Dn 9.2-27, com especial referência à
metade dela, na parte final, que, no Apocalipse, é chamada “A Grande
Tribulação”. No Novo Testamento, a expressão “os últimos dias”, em At 2.17; 2
Tm 3.1; Hb 1.1, é equivalente, no grego, ao “tempo do fim”, e, o sentido geral,
é mais amplo que em Daniel, pois é aplicado à época do Evangelho de Cristo, à
época do Espírito Santo em sua plenitude. E também para os “últimos dias maus”.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 159. O “fim do tempo", neste caso, é uma alusão a todo o
período compreendido entre o final do exílio e a segunda vinda de Cristo.
Muitos acontecimentos ocorridos sob o governo de Antioco Epifânio se repetirão
em uma escala mais ampla antes da segunda vinda de Cristo. Durante esse tempo Deus
lida com Israel de maneira radicalmente diferente, com a divina disciplina
chegando por meio das nações gentílicas. Este período é muitas vezes mencionado
como “os tempos dos gentios" (Lc 21.24). BÍBLIA APLICAÇÃO PESSOAL.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 1106.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Por perseguir os judeus em Jerusalém e na Judeia,
por cometer tantas atrocidades contra o povo de Deus, Antíoco Epifânio é
considerado por muitos estudiosos um tipo do Anticristo.
CONCLUSÃO
Deus é soberano e a
história do mundo faz parte dos seus desígnios. Ele conhece toda a história,
começo e fim. O futuro do homem e do mundo está sob o olhar do Altíssimo. [Comentário: Tudo o que Deus falou cumpriu-se literalmente. O
império da Babilônia foi sucedido por três outros impérios. Foi nos dias do
império Romano que um outro Reino foi estabelecido, um reino que está sempre
crescendo e nunca terminará. Foi nos dias do Império Romano que uma Pedra, sem
origem, veio ao este mundo e seu Reino vai durar para sempre. Deus não apenas
prevê o futuro, ele tem o controle do futuro. Ninguém pode frustrar os seus
desígnios. Seu plano é eterno. Ele está com as rédeas da história nas mãos e
ele a levará a fim glorioso, a vitória triunfante do Reino de Cristo sobre os
reinos do mundo.]
“NaquEle que me garante: "Pela graça sois
salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere!
Hoje, em Recife-PE
Novembro de 2014.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
PFEIFFER, Charles
F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009.
SILVA, Severino
Pedro. Daniel Versículo por Versículo: As visões para estes últimos dias. 13ª
Edição. RJ: CPAD, 2005.
STAMPS, Donald C.
(Ed.). Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. RJ: CPAD, 1995.
EXERCÍCIOS
1. Quais são os dois animais
da visão do capítulo oito?
R.
O carneiro e o bode.
2. O carneiro simbolizava
qual império?
R.
O império medo-persa.
3. O que representava os
dois chifres do carneiro?
R.
Ciro, o persa; Dario da média.
4. A ponta pequena do chifre
refere-se a quem?
R.
Essa “ponta pequena” refere-se à Antíoco Epifânio
que tornou-se um opressor terrível contra Israel.
5. Alguns teólogos veem
Antíoco como um protótipo de quem?
R.
Protótipo do Anticristo.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2014 - CPAD -
Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e
Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
Autorizo a todos que
quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente,
que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente,
a gentileza de um e-mail indicando qual o texto.