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4º
Trimestre de 2014
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Lição 8
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23 de Novembro de 2014
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Lição 8: Os Impérios
Mundiais e o Reino do Messias
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TEXTO ÁUREO
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“E o reino, e o domínio, e a majestade dos
reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o
seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe
obedecerão” (Dn 7.27).
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VERDADE PRÁTICA
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Enquanto os impérios humanos caem, o
Reino de Deus se expande através de Jesus Cristo.
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HINOS SUGERIDOS
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90, 94, 599.
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LEITURA DIÁRIA
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Daniel 7.3-8,13,14.
3
- E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar.
4
- O primeiro era como leão e tinha asas de águia; eu olhei até que lhe foram
arrancadas as asas, e foi levantado da terra e posto em pé como um homem; e
foi-lhe dado um coração de homem.
5
- Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual
se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e
foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne.
6
- Depois disto, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um
leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas: tinha também este animal
quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio.
7
- Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto
animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de
ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era
diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez pontas.
8
- Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta
pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que
nesta ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava
grandiosamente.
13
- Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do
céu um como o filho do homem: e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram
chegar até ele.
14
- E foi-lhe dado o domínio e a honra, e o reino, para que todos os povos,
nações e línguas o servissem: o seu domínio é um domínio eterno, que não
passará, e o seu reino o único que não será destruído.
OBJETIVOS
Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
- Descrever e explicar a visão dos quatro animais.
- Identificar o clímax da visão do profeta.
- Compreender a volta de Jesus à luz do capitulo sete de Daniel.
PALAVRA CHAVE
Império: Forma de governo
monárquico, cujo soberano tem o título de imperador ou de imperatriz.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Na lição desta
semana, veremos uma mudança narrativa no capítulo sete de Daniel. Agora estamos
diante de uma série de quatro visões do profeta. É o “apocalipse do Antigo
Testamento” apresentando quatro impérios simbolizados por quatro animais. A
visão do capítulo dois foi dada a um rei pagão, Nabucodonosor, enquanto que a
do capítulo sete, a um servo de Deus, o profeta Daniel. Veremos que em
Nabucodonosor, a visão revela o lado político dos impérios apresentados como
uma grande estátua. Em Daniel, através dos quatro animais, ela revela o lado
moral e espiritual desses impérios. Os fatos são os mesmos, mas os objetivos
das duas visões têm finalidades distintas. No capítulo sete, Deus revela a
Daniel o fim dos quatro impérios e o surgimento do reino eterno do Messias
prometido.. [Comentário: Estamos iniciando o exame de um
dos mais excitantes e emocionantes capítulos da Bíblia. A mensagem básica de
Daniel 7 é que Deus passa a confirmar ao profeta Daniel tudo o que havia
mostrado a Nabucodonosor (capítulo 2), ou seja, os acontecimentos vindouros,
compreendidos desde o reino babilônico até a segunda vinda gloriosa de nosso
Senhor Jesus Cristo e o estabelecimento do Reino Milenar Messiânico. No
capítulo 7, no entanto, além de dar mais detalhes sobre aqueles impérios
mundanos do ponto de vista político e militar que se sucederiam, Deus
acrescenta um fato novo: o surgimento de um poder religioso que haveria de
perseguir e tentar extinguir os santos do Altíssimo. A grande certeza expressa na
Palavra de Deus é que em breve este poder, em toda a sua abrangência, perderá o
seu domínio e será destruído. Na vitória final, o filho do homem (Jesus Cristo)
é o instrumento indispensável e é por meio dEle que Seu povo herdará o reino
eterno. Este é o clímax do estudo do capítulo 7 de Daniel. A visão de todos
esses acontecimentos foi dada a Daniel, segundo dados históricos, em 553 a.C.,
considerado como sendo o “primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia.” (Daniel
7:1). O rei Nabucodonosor havia falecido há nove anos. O próprio Daniel tinha
aproximadamente a idade de 70 anos. Devemos lembrar que a queda de Babilônia
(capítulo 5) e sua experiência na cova dos leões (capítulo 6) ainda se
encontravam no futuro, pois os capítulos de Daniel não estão em ordem cronológica.
Entretanto, cinquenta e um anos haviam decorrido desde o sonho tido por
Nabucodonosor, relatado no capítulo 2. O relevante é que Daniel 7 é uma
profecia poderosa, cheia de verdades importantes para o nosso tempo. Os grandes
eventos da história mundial têm seguido fielmente a profecia com uma precisão
extraordinária.] Convido
você para mergulharmos mais fundo nas Escrituras!
I. A
VISÃO DOS QUATRO ANIMAIS (Dn 7.1-8)
1. A visão. Daniel recebeu a visão sobre os quatro animais no
primeiro ano do rei Belsazar da Babilônia. É importante lembrarmos, aqui, que
Belsazar não governou sozinho. Ele foi corregente com o seu pai, Nabonido.
Veremos agora a primeira parte da visão de Daniel (vv.1-3): [Comentário: O
profeta Daniel relata a sua visão: “Eu estava olhando, numa visão noturna, e
eis que os quatro ventos do céu agitavam o Mar Grande. E quatro grandes
animais, diferentes uns dos outros, subiam do mar. O primeiro era como leão, e
tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi
levantado da terra, e posto em dois pés como um homem; e foi-lhe dado um
coração de homem. Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a
um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os
seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne. Depois
disto, continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha
nas costas quatro asas de ave; tinha também este animal quatro cabeças; e
foi-lhe dado domínio. Depois disto, eu continuava olhando, em visões noturnas,
e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha
grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o
que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e
tinha dez chifres.” Daniel 7:1-7. De acordo com o relato bíblico, o profeta
Daniel viu subindo do Mar Grande, quatro grandes animais. É importante observar
que o mar estava sendo agitado pelos quatro ventos do céu quando estes quatro
animais apareceram. Os quatro ventos que agitaram o Mar Grande (Daniel 7:2)
significam lutas, guerras e comoções (Jeremias 49:36 e 37). Os reinos surgiram
e ruíram como resultado das guerras. Mar e águas, nas profecias, representam
povos, multidões, nações e línguas (Isaías 17:12 e 13; Jeremias 47:1 e 2;
Apocalipse 17:15). Nesta profecia, ao ser mencionado o “Mar Grande” (atualmente
conhecido por Mar Mediterrâneo), Deus queria também chamar a atenção quanto à localização
geográfica onde ocorreriam esses conflitos. Os quatro ventos soprando sobre o
mar simbolizam destruição, conflitos e guerras entre a humanidade. Eles
sopraram sobre povos, nações e dessas guerras entre os homens surgiram quatro
grandes bestas ou monarquias, que tiveram seu período de domínio uma após
outra.]
a) O “leão com asas de águia” (v.4). O versículo quatro descreve um
animal semelhante ao leão com asas de águia. Enquanto Daniel o contemplava, as
asas do leão eram arrancadas. Posteriormente, o animal foi erguido da terra,
posto de pé como um ser humano e, logo depois, ele recebeu um coração humano. O
leão representava o império da Babilônia. [Comentário: O Império Babilônico,
representado na grande estátua pela cabeça de ouro (Daniel 2:32), é
apropriadamente representado aqui por um leão, o primeiro desses quatro grandes
animais (Daniel 7:4). O profeta Jeremias se refere à Babilônia como um leão
(Jeremias 4:6 e 7). Os símbolos de Babilônia são todos superlativos: O ouro
(uma representação de Babilônia, conforme Daniel 2:38) é o mais precioso dentre
todos os metais; o leão é o rei dos animais; a águia é o rei do ar. A Babilônia
foi um reino rico e poderoso. Exerceu o seu domínio de 606 a 538 a.C. Quanto às
asas de águia sem dúvida denotam a rapidez com que Babilônia estendeu suas
conquistas sob o reinado de Nabucodonosor. Ao lhe serem arrancadas as asas,
lembre-se do que aconteceu com Nabucodonosor (Daniel 4:33 e 34).]
b) O urso (v.5). Daniel viu uma figura semelhante a um urso. Este fora
erguido de um lado e tinha em sua boca três costelas. A este animal as pessoas
diziam: “Levanta-te, devora muita carne”. O urso simbolizava o império
Medo-Persa. [Comentário: O Império Medo-Persa, simbolizado na grande
estátua pelo peito e braços de prata (Daniel 2:32 e 39), é aqui representado
pelo segundo animal, semelhante a um urso. Dominou de 538 a 331 a.C. O animal
tinha três costelas na boca, simbolizando a conquista de três reinos:
Babilônia, Egito e Lídia, que deram grande poder aos persas. A profecia indica
que o urso se “levantou de um lado”. A história confirma que, apesar de os
Medos e Persas terem se unido nas batalhas, os Persas eram mais fortes. Uma
outra referência quanto a esta desigualdade de forças, nós encontramos
registrado em Daniel 8:3, onde diz que o carneiro tinha dois chifres. Eles eram
altos, mas um era mais alto do que o outro. O carneiro representava a
Medo-Persa (Daniel 8:20)..]
c) O leopardo com quatro asas (v.6). Outro animal era uma figura
semelhante ao leopardo. Este possuía quatro cabeças e tinha quatro asas de aves
em suas costas. Foi-lhe dado domínio. O leopardo simbolizava o império da
Grécia. [Comentário: A Grécia é simbolizada na grande estátua pelo
ventre e coxas de bronze Daniel 2:32 e 39). Este poderoso Império é aqui representado
pelo terceiro animal, semelhante a um leopardo. A própria Bíblia confirma a sequencia
destes reinos. Grécia é também representada pelo bode (Daniel 8:21), o qual
derrotou o carneiro, uma representação da Medo-Persa (Daniel 8:20). Grécia
governou o mundo de 331 a 168 a.C. O animal tinha nas costas quatro asas de
ave. As quatro asas representam a grande velocidade nas conquistas. A Grécia,
sob o comando de Alexandre, o Grande, literalmente voou em sua conquista de
dominação do mundo. A profecia relata que este animal tinha quatro cabeças,
significando que, com a morte prematura de seu maior comandante, Alexandre, o
Grande, quatro generais o substituíram. Eram eles: Cassandro (Macedônia),
Lisímaco (Trácia), Ptolomeu (Egito) e Seleuco (Síria).]
d) Uma aparência indescritível (vv.7,8). “Terrível, espantosa e
extremamente forte” era a figura do quarto animal. Ela tinha enormes dentes de
ferro, comia e triturava o que encontrasse pelo caminho. Em sua cabeça havia
ainda dez chifres. Enquanto Daniel prestava atenção nos dez chifres, um chifre
pequeno surgiu entre os dez; mas três dos primeiros dez chifres foram
arrancados pela raiz. No chifre pequeno havia também olhos como “olhos humanos”
e uma boca que proferia “palavras arrogantes”. O animal, aqui descrito,
simbolizava o império romano. [Comentário: No sonho de Nabucodonosor, as pernas de ferro
(Daniel 2:33 e 40) representavam o Império Romano. Agora, o profeta Daniel, ao
descrever o quarto animal (Daniel 7:7), nos chamou a atenção que ele era
diferente de todos os animais que apareceram antes dele. Era terrível e
espantoso, muito forte e violento. Tinha dentes de ferro, representando a
dureza de Roma e unhas de bronze (Daniel 7:19), representando a cultura e a
língua grega que foram adotadas por Roma. Sem nenhuma dúvida, este animal
representava perfeitamente o Império Romano, pois, de acordo com a história,
dominou o mundo de 168 a.C a 476 d.C., quando as tribos bárbaras invadiram a
Europa. Além das características acima mencionadas que o diferenciaram dos
demais animais, o quarto animal tinha dez chifres ou pontas na sua cabeça, os
quais simbolizavam os fragmentos deste potente reino, depois de sua derrota em
476 d.C., pelas tribos bárbaras, a saber: Hunos, Francos, Burgúndios,
Anglo-Saxões, Visigodos, Suevos, Lombardos, Vândalos, Hérulos e Ostrogodos.
Interessante esclarecer que os dez chifres na cabeça do quarto animal e os dez
dedos da estátua (Daniel 2:41-43) representavam o mesmo acontecimento, ou seja,
a divisão ou fragmentação do Império Romano. Isto quer dizer que, até a segunda
vinda do Messias, nenhum outro império mundial será instalado. É muito
importante enfatizar que o próximo império mundial retratado na profecia de
Daniel, será o reino milenar messiânico (Daniel 2:44; 7:13, 14 e 27). Ele será
estabelecido na Terra quando ocorrer a segunda vinda de Crist.]
2. A interpretação. O bloco dos versículos 9 a 14 revelam mais duas
figuras: a do Ancião e a do Filho do Homem. Após este bloco de versículos,
Daniel passa a narrar a interpretação dos animais dada a ele ainda na mesma
visão (vv.15-27):
a) As figuras dos animais (15-18). As figuras representadas pelo leão,
urso, leopardo e o quarto animal, significam quatro reis que se levantaram
sobre a terra, isto é, o rei da Babilônia, o rei Medo-Persa, o rei da Grécia e
o rei de Roma (v.17).
b) A ênfase no quarto animal (vv.23-27). O quarto animal foi o que mais
chamou a atenção do profeta Daniel: “Então, tive desejo de conhecer a verdade a
respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros” (v.19). Daniel
precedeu o tempo em que o império romano se tornara uma superpotência. Roma foi
o império mais devastador da história do mundo. Era forte (ferro), pela sua
força e eficácia administrativa, mas frágil (barro), dada a grande corrupção
que ajudou a sepultar “um sonho chamado Roma”.
c) Os dez chifres e o pequeno chifre. Os dez chifres que saíam da cabeça
do quarto animal prefiguravam dez reis advindos do antigo império romano. Mas
outro rei, representado pelo pequeno chifre, se levantará após os dez reis e
abaterá os três primeiros, arrancando-os tal como descreve a visão. Este
pequeno chifre é o Anticristo escatológico tipificado na pessoa de Antíoco
Epifânio, o qual estudaremos rapidamente na próxima lição e, com maiores
detalhes, na lição 12. [Comentário: A semelhança do capítulo 2, o Império Romano
aparece no sonho de Nabucodonosor representado pelas “pernas de feno e os pés,
em parte de ferro e em parte de barro” (2.33). No capítulo 7, o Império Romano
aparece na visão de Daniel como um “animal terrível e espantoso” (Dn 7.7). Esse
quarto animal não se parece com qualquer outro tipo do mundo animal. Não havia
nada comparável do mundo animal. O profeta percebe que era um animal, um
monstro mítico o qual define como um animal “terrível e espantoso”. A
característica que se destacava nesse animal era a sua força e poder de
destruição. Esse animal tinha “dentes de ferro” que triturava tudo o que
estivesse à sua frente, indicando força e insensibilidade no trato com coisas
vivas (v. 23). A força desse império foi demonstrada pela força militar que se
tornou o maior referencial da sua conquista. Esse é o império sequente que veio
depois do medo-persa. “terrível e espantoso” (7.7). Esse animal deixou seus
rastros de morte e destruição por onde passava. O Império Romano é
caracterizado pela dureza do ferro que é um símbolo do poder militar. Pelo
poder militar, o Império Romano impôs sua força brutal, com violência e dureza,
inclusive nos tempos da vida terrestre de Jesus Cristo. Os sofrimentos impingidos
na prisão, martírio e crucificação de Jesus revelam a força bruta das milícias
romanas contra as pessoas. Em relação ao quarto animal, Daniel o vê como
“terrível e espantoso”. Isto lembra, não só as proezas romanas, mas a violência
como cultura e entretenimento, quando levavam seus prisioneiros às arenas
romanas para serem devorados por animais carnívoros e famintos, enquanto a
elite e o povo assistiam com aplausos e gritos (At 19.12-18;At 16.36-39). Nos
tempos cristãos, ainda sob a égide romana, milhares de cristãos foram
martirizados nessas arenas e circos, especialmente, em Roma. O império se
impunha pela força bruta, por isso, “tinha dentes grandes de ferro” que a tudo
destruía e triturava. Diz o texto que a tudo que tomava nos dentes “fazia em pedaços”.
No versículo 23, Daniel explica e interpreta a figura desse quarto animal
representando um reino em que a crueldade seria a marca do império desde 241 a.
C. até 476 d. C. Esse império é visto numa perspectiva escatológica, pois
cremos que, mesmo que aparente e fisicamente tenha deixado de existir,
historicamente, num tempo especial ele ressurgirá com força reunindo as forças
gentílicas das nações do mundo, especialmente, as nações adjacentes ao “Mar
Grande”, o Mediterrâneo, e mostrará sua força sob a liderança do Anticristo. “Estando
eu considerando as pontas (chifres), eis que entre elas subiu outra ponta
pequena (chifre)” (7.8). Em outras versões, a tradução apresenta de forma
direta como “chifre pequeno” que surge entre os demais chifres no espantoso
animal. Esse “chifre pequeno” representa, escatologicamente, “o homem do
pecado” ou “o filho da perdição” (2 Ts 2.3) que surgirá num determinado tempo
designado por Deus identificado como o “anticristo”. Esse personagem aparecerá,
literalmente, no “último tempo”, ou seja, na Grande Tribulação, blasfemando
contra o Altíssimo até que venha o juízo de Deus sobre ele. Os dez chifres do
quarto animal representam a força desse terrível animal. Conforme a visão,
Daniel vê sair do meio da cabeça desse espantoso animal, entre os dez chifres
um “chifre pequeno” que tem olhos e uma boca que “fala insolências”. Falar
insolências significa falar com desrespeito às instituições e pessoas.
Significa ser desaforado e é exatamente o que o personagem do “chifre pequeno”
fazia e fará na pele do Anticristo. Esse “chifre pequeno” surgirá entre os
outros chifres do “animal terrível espantoso”, ou seja, entre os dez reinos no
último tempo como está profetizado e interpretado por Daniel nos versículos 24
e 25, quando diz: ”E, quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão
dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos
primeiros e abaterá a três reis. E proferirá palavras contra o Altíssimo, e
destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles
serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo”.
Esse chifre pequeno será um homem que aparecerá no “último tempo” e blasfemará
contra Deus, até que lhe venha o juízo divino. “o chifre pequeno” (7.8). Tanto
em Daniel 7.8 como em Apocalipse 13.1,5,6, as profecias apontam para um
personagem dos últimos tempos, o Anticristo. A relação das profecias dadas a
Daniel no Antigo Testamento e a João, o apóstolo, no Novo Testamento, nos
mostra que os dois apontam para o governante simbolizado por esse “chifre
pequeno” e que o mesmo adquire personalidade porque tem “uma boca que fala
grandiosamente”. Falar coisas grandes sugere que este Líder fará promessas
políticas persuasivas, especialmente, para enganar o povo de Israel e todo o
mundo, que ficarão pasmados com a eloquência desse personagem. Assim como os
discursos de líderes políticos do mundo influenciam nações e políticos com
decisões que podem ser para a guerra ou para a paz, o Anticristo terá um poder
enorme de persuasão entre as nações. É desse modo que o Anticristo fará um
pacto com Israel no período da Grande Tribulação. Segundo a visão escatológica
de Daniel, esse Líder (o “chifre pequeno”) representado pelo Anticristo será
investido de autoridade e fará fortes ameaças para manipular os governos de
todo o mundo naquela época. Ele dirá grandes blasfêmias contra Deus e,
arrogantemente terá uma postura zombeteira contra Deus e contra o povo de
Israel. O apóstolo João, em sua visão apocalíptica no capítulo 13.6 diz: “Abriu
a boca contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que
habitam no céu”. [...] O juízo divino contra o império sob o domínio do “chifre
pequeno” está declarado assim: “estive olhando até que o animal foi morto, e o
seu corpo desfeito, e entregue para ser queimado pelo fogo” (7.11). O juízo de
Deus, sentado em seu Trono de Justiça e Juízo, rodeado de seus anjos, é lançado
para por fim a soberba do Anticristo e seus aliados naqueles dias. Ele acabará
como os demais. A semelhança dos reis profanos, soberbos e arrogantes como
Nabucodonosor, Antíoco Epifânio, Herodes, Nero, Hitler e outros que tiveram uma
liderança de destruição e morte, desafiando a Deus e não reconhecendo a sua
Soberania, foram destruídos porque só Deus é Deus Todo-Poderoso e tem o cetro
de autoridade e governo do mundo.Elienai Cabral. Integridade Moral e
Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag.
104-106;108-109;111.]
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Em Daniel 7.1-8 o profeta recebe visões sobre os
quatro animais que simbolizavam os quatros grandes impérios do mundo.
II. O CLÍMAX DA VISÃO PROFÉTICA
1. Tronos, “ancião
de dias” e juízo divino (vv.9-14). Entramos na segunda parte da visão de Daniel, que trata do julgamento
celeste. O versículo nove nos diz: “foram postos uns tronos, e um ancião de
dias se assentou” (v.9). A figura de vários tronos tipifica um contexto de
julgamento e justiça. A profecia nos fala que o juiz do julgamento é o “ancião
de dias”, isto é, Deus é retratado no livro tendo cabelos brancos e vestido de
branco. É aquele que Abraão reconheceu como o “Juiz de toda a terra” (Gn
18.25). O tribunal demonstrado no sétimo capítulo de Daniel revela que Deus
julgará “o pequeno chifre” e decretará a sentença final contra o quarto animal
(Roma) (vv.11,12). Aqui está o ápice da visão de Daniel, ou seja, o Altíssimo
julgando as maldades, crueldades e perversidades das nações deste mundo! [Comentário: O texto diz: “foram postos uns tronos”(7.9).
A partir do versículo 9, Daniel vê uma cena de juízo da parte de Deus contra o
quarto animal, ou seja, a quarta Besta que aparece na visão com um vislumbre
escatológico para o Anticristo. Esses tronos, no plural, indicam vários juízos
aplicados nos dias da Grande Tribulação. E interessante notarmos que os tronos
de juízo aparecem simultaneamente com a aparição do “chifre pequeno” indicando
todos aqueles juízos revelados na visão do Apocalipse a João na Ilha de Patmos.
Esses tronos vistos na visão de Daniel indicam tribunais em que alguns
personagens especiais se assentam para julgar. O texto lembra um tribunal como
a Suprema Corte que reúne juízes para julgar. O próprio Deus, Juiz Supremo, se
assenta no seu Trono, acompanhado de seu Conselho Celestial para julgar (1 Rs
12.19; Jó 1.6). “o ancião de dias” (7.9-12). Esse personagem, o “ancião de
dias”, ganha destaque na visão de Daniel. E uma figura humana que ilustra o
respeito pelo que Deus é, naturalmente, muito mais que “um ancião de dias”;
muito mais que alguém respeitado pela idade, porque Deus é o Supremo Juiz, que
aparece como um “ancião de dias” numa referência a cultura humana de respeito
às pessoas idosas, por causa da experiência e a sabedoria. As palavras
hebraicas atiz e yomin que se traduz por “ancião de dias” é uma designação do
Deus Todo poderoso como Juiz supremo, quem derramará seus juízos contra os
reinos do mundo que tenham se associado com o Anticristo. Por isso, essa figura
do “ancião de dias” é utilizada para identificar a Deus como aquEle que tem
autoridade e poder para julgar, especialmente, contra o personagem daquele
“pequeno chifre”. A sua “veste branca como a neve” (7.9) fala de pureza e
santidade. Deus é Santo (Is 6.1-4) e está rodeado de anjos santos. “ Um rio de
fogo manava e saía de diante dele” (7.10). Como vislumbrar a glória que envolve
a majestade divina? A figura do fogo ilustra o que Deus é: santo, puro,
iluminador, purificador. A visão do profeta Isaías no capítulo 6 do livro seu
livro ilustra a glória do fogo diante do Trono de Deus. O versículo 10 fala da
santidade do “ancião de dias” que é o Pai Celestial e a relação do seu trono
com o fogo que manava do Trono para falar de pureza e justiça. As “rodas do
trono” indicam que Deus não é uma figura estática como os promulgará a sentença
final contra o quarto animal (Roma) e o Chifre Pequeno, representado como o
grande opositor dos interesses de Deus para com Israel (7.11,12). “milhares de
milhares o serviam diante dele” (7.10). Daniel percebe que o fogo que manava e
saía de diante dEle é identificado com os anjos celestiais que o servem. Os
anjos são seres espirituais que podem tomar muitas formas, porque não possuem
forma que se possa identificá-los. Na visão de Daniel eles são chamas de fogo
que se diversificam em milhares de seres que servem ao Trono do Supremo Deus. Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 107-108.]
2. O “Filho do
Homem” (vv.13,14). A expressão
“filho do homem” ou, de acordo com os melhores manuscritos antigos, “filho de
homem”, aparece mais de 80 vezes no livro de Ezequiel. A fórmula é regularmente
traduzida como “homem” ou “ser humano”, pois na Bíblia trata-se de expressões
sinônimas. Tanto em Daniel quanto em Ezequiel, “filho do homem” refere-se a um
ser humano distinto que recebe de Deus a soberania celestial. Posteriormente,
os santos apóstolos de Cristo identificaram “filho do homem” com a pessoa de
Jesus de Nazaré (Mt 24.27,30). Em o Novo Testamento, Jesus introduziu o Reino
de Deus no mundo como o próprio verbo divino feito carne, a plena revelação de
Deus (Jo 1.1,14). Foi-lhe dado um nome que é sobre todo o nome e todo o poder
sobre a Terra (Fp 2.9-11). Jesus Cristo virá pela segunda vez e instaurará o
governo literal de Deus no mundo o reino milenar (Ap 20.2,6). [Comentário: Uma tradução do aramaico bar'enas e do grego
huios tou anthropou. A expressão tem vários significados nas Escrituras,
dependendo do contexto. Em Salmos 8.4, significa "homem" em geral; em
Ezequiel 2.1, enfatiza a diferença entre o profeta humano e o Senhor que fala
com ele e por meio dele; em Daniel 7.13, a expressão refere-se a uma figura
semelhante a um ser humano, mas também sobrenatural, líder dos santos do
Altíssimo (Dn 7.18); enquanto no Novo Testamento a expressão é normalmente
usada como um título para o Senhor Jesus (exceto em Apocalipse 1.13; 14.14). O
título aparece mais de 80 vezes no Novo Testamento, todas nos Evangelhos,
exceto uma (veja Atos 7.56, a única passagem em que não é usada por nosso
Senhor; João 12.34 não é uma exceção verdadeira, porque aqui é usada como uma
citação das palavras do Senhor Jesus). Alguns autores descobrem outros três
significados para a expressão: 1) como uma descrição daquele que virá
(escatológica, Mt 24.27); 2) como referência ao sofrimento e à morte do Senhor
Jesus (Mc 8.31); e 3) como uma descrição do seu ministério de ensino e cura na
terra (Mc 2.10,28). Outros diferenciam duas categorias: 1) as palavras
escatológicas; e 2) as palavras que se referem à missão do Senhor Jesus na
terra. Um recente estudo de J. M. Ford (JBL, LXXXVII [1968], 257-266) argumenta
que o Senhor Jesus usava o título como um eufemismo para "o Filho de
Deus", pois na Palestina a última expressão poderia soar como uma
blasfêmia perante um público semita. Quando o cristianismo espalhou-se pelo
mundo gentílico, a última expressão foi utilizada, e é notável que a expressão
"o Filho do homem" nunca apareça nas cartas do Novo Testamento. O que
foi original no uso do título pelo Senhor Jesus? W. Barclay (The Mind of Jesus,
p. 155) argumenta que foi o fato de que Ele conectava o título com os seus
sofrimentos e a sua morte. Porém outros consideram que essa ideia já esteja
presente em Daniel 7, ou seja, que é por meio do sofrimento que "aqueles
que são como o Filho do homem" (aqui identificados com os "santos do
Altíssimo") são absolvidos e glorificados. Por que o Senhor usa um título
tão enigmático como este? Talvez ao menos por duas razões: 1) o título era
suficientemente genérico para incluir todos os aspectos da sua pessoa e da sua
obra, quer presentes ou escatológicos; e 2) tomava de surpresa os seus
ouvintes, chamava a atenção deles e os obrigava a perguntar: "Quem é esse
Filho do Homem?" (Jo 12.34). Embora alguns negassem que o Senhor Jesus
tivesse usado esse título para si mesmo, a igreja palestina o atribuiu a Ele
(por exemplo, Bornkamm, Jesus of Nazareth, p. 230), e a maioria dos autores da
atualidade o aceitam como uma autodesignação genuína, na verdade a mais notável
das autodesignações do nosso Senhor (como Hunter, Barclay, Klausner, Cullmann).
E. Stauffer (New Testament Theology, p. 108) chega a escrever: "Mas a
contribuição da história das religiões nos ensinou mais do que isso. 'Filho do
Homem' é simplesmente a mais audaciosa autodescrição que qualquer homem no
antigo Oriente poderia ter usado". PFEIFFER .Charles F. Dicionário
Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 800.]
3. A Grande
Tribulação (vv.24,25). Segundo a
visão conservadora-tradicional e evangélica, estamos diante de um texto que
aponta para um tempo de grande sofrimento no mundo, especialmente em relação à
nação de Israel. “O chifre pequeno”, advindo da região do quarto império, Roma,
promoverá engano e assombro no planeta. Na linguagem neotestamentária, ele é o
“Anticristo”, o blasfemador de Deus e dos seus preceitos. Por “um tempo, e
tempos, e metade de um tempo”, o “Anticristo” terá autoridade no mundo. Esse
período equivale a “três anos e meio”, ou “quarenta e dois meses” ou “mil e
duzentos e sessenta dias” (Dn 12.7; 9.27; Ap 12.14; 7.14). Ele compreende a
metade dos sete anos finais prescritos como a Grande Tribulação e o fim do
“tempo dos gentios”. Nos primeiros “três anos e meio” o Anticristo fará acordos
com Israel, mas não os cumprirá. Este é o período de grande poder e influência
política desse líder mundial sobre o mundo e os judeus. Mas o Messias o
dominará e quebrará o seu reino de mentira. O Anticristo será condenado e a
plenitude do Reino de Deus será estabelecida para sempre! [Comentário: Ele permitirá que os inimigos o pisoteiem e
o vençam? O que é essa ponta que por enquanto levará a melhor sobre os santos?”
A isso, o seu intérprete responde (w. 23-25) que esse quarto animal é um quarto
reino que devorará toda a terra, ou (como deve ser entendido) a terra inteira.
As dez pontas são dez reis, e a pequena ponta é outro rei que subjugará três
reis, e será muito agressivo contra Deus e o seu povo. Ele agirá: (1) Muito
impiedosamente em relação a Deus. Ele falará grandiosamente contra o Altíssimo,
desafiando tanto a Ele quanto a sua autoridade e a sua justiça. (2) Muito
arrogantemente para com o povo de Deus. Ele enfraquecerá os santos do
Altíssimo. Ele não os liquidará imediatamente, mas os debilitará através de
longas opressões e uma série interminável de sofrimentos impostos a eles,
arruinando suas propriedades e enfraquecendo as suas famílias. O plano de
Satanás era destruir os santos do Altíssimo, para que o precioso e bendito Senhor
não se lembrasse mais deles. Mas a tentativa foi em vão, pois, enquanto o mundo
existir, Deus terá nele uma igreja. Ele pensará em mudar os tempos e as leis,
para abolir as práticas e as instituições da igreja, visando levar todos a
falar e agir exatamente como ele desejava que fizessem. Ele pisoteará as leis e
as práticas humanas e divinas. Diruit, aedificut, mutat quadrata rotundis - Ele
destrói, ele constrói ele transforma quadrado em circulo, como se pretendesse
alterar até mesmo os próprios regulamentos do céu. E nessas ousadas tentativas
ele progredirá e terá sucesso por algum tempo. Eles lhe serão entregues nas
mãos por um tempo, tempos e metade de um tempo (isto é, por três anos e meio),
aquela famosa medida de tempo profética com a qual nos deparamos no Apocalipse,
que algumas vezes é chamada de quarenta e dois meses, e às vezes 1260 dias, que
é o mesmo período. Mas ao término desse tempo, o julgamento será instaurado, e
o seu domínio será tirado (v. 26). HENRY. Matthew. Comentário Matthew
Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 872..]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
O clímax da visão profética de Daniel marca o
advento da grande tribulação, do filho do homem e do juízo divino.
III. A VINDA DO FILHO DO HOMEM
1. A visão
(vv.13,14). Explicamos
anteriormente a expressão “filho do homem” e vimos que ela fora atribuída pelos
apóstolos a Jesus Cristo. O versículo 13 de Daniel afirma que o “filho do
homem” voltará nas nuvens do céu. Este é o entendimento remontado em Atos
1.9-11 quando da afirmação dos santos anjos sobre a volta do Cristo de Deus:
“E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o
recebeu, ocultando-o a seus olhos. [...] [Os anjos] lhes disseram: Varões
galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi
recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir”. Da mesma
forma o apóstolo João escreveu no Apocalipse uma mensagem recebida do próprio
Jesus: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o
traspassaram” (Ap 1.7). O reino de Cristo será eterno, único e jamais perecerá
(v.14). [Comentário: Deus
revelou a Daniel por meio da conversa de seres santos que o tempo do mal não
seria prolongado. A pergunta era: Até quando durará a visão do contínuo
sacrifício e da transgressão assoladora, para que seja entregue o santuário e o
exército, a fim de serem pisados? (13). E a resposta veio: Até duas mil e
trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado (14). De que maneira
devemos entender essa simbologia de números? Jerônimo apresenta uma
interpretação muito simples e sensata: Se lermos os livros dos Macabeus e a
história de Josefo, vamos encontrar registrados lá que [...] Antíoco entrou em
Jerusalém e, depois de provocar uma devastação geral, voltou novamente no
terceiro ano e ergueu a estátua de Júpiter no Templo. Até o tempo de Judas
Macabeu [...] Jerusalém ficou devastada por um período de seis anos, e por três
anos o Templo ficou maculado — totalizando dois mil e trezentos dias mais três meses.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag.
530.]
2. “Os santos do
Altíssimo” (v.18). Para os
primeiros leitores do livro de Daniel, a expressão “os santos do Altíssimo” era
identificada por eles como o povo judeu que estava em cativeiro. Entretanto, de
modo mais abrangente, e de acordo com Apocalipse 7.9-17, e a partir da
revelação progressiva da Palavra de Deus ao longo da história bíblica, esses
grupos de mártires e santos são os crentes advindos da Grande Tribulação, de
todos os lugares, tribos e nações, que tiveram as suas roupas lavadas no sangue
do Cordeiro. [Comentário: Mas os
santos do Altíssimo receberão o reino e possuirão o reino para todo o sempre e
de eternidade em eternidade (18). O fim da história não deverá ocorrer em
decorrência de uma explosão atômica ou da destruição do que é bom. O alvo do
projeto de Deus é o reino de Deus e a consumação e preservação de tudo o que é
bom e belo e verdadeiro e santo. Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon.
Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 527.]
3. A destruição do
Anticristo (vv.26,27). Deus
intervirá na história dos judeus e trará juízo contra o Anticristo. Este será
julgado e condenado para sempre. A sua destruição dar-se-á quando do final do
segundo período de “três anos e meio” da Grande Tribulação. Mas a Igreja de
Cristo, lavada e remida no sangue do Cordeiro, não passará pela Grande
Tribulação. Antes de iniciar esse tempo de grande sofrimento, o Corpo de Cristo
será tirado do mundo para estar para sempre com o Senhor. [Comentário: Deus mostrará que julga na
terra, e advogará a justa causa do seu povo tanto com sabedoria quanto com
imparcialidade. No grande dia, o precioso Senhor julgará o mundo com justiça
por meio do varão que designou. [3] O domínio do inimigo será tirado (v. 26).
Todos os inimigos de Cristo serão postos por escabelo de seus pés, e serão
completamente consumidos e destruídos: esse era o procedimento dos apóstolos em
relação ao homem iníquo (2 Ts 2.8). Ele será consumido com o sopro da boca de
Cristo, e destruído com o esplendor da sua vinda. [4] O julgamento é entregue
aos santos do Altíssimo. E confiada aos apóstolos a incumbência da pregação do
Evangelho através do qual o mundo será julgado. Todos os santos por meio de sua
fé e de sua obediência condenam um mundo descrente e desobediente. Em Cristo,
que é o seu comandante, eles julgarão o mundo, julgarão as doze tribos de
Israel (Mt 19.28). Veja o motivo que temos para honrar aqueles que temem ao
Senhor. Quão vis e abomináveis os santos parecem agora aos olhos do mundo, e
quanto desprezo é despejado sobre eles. Eles são os santos do Altíssimo. Eles
são preciosos para Deus. Ele os considera como seus, e o juízo é entregue a
eles. [5] Aquilo que é mais enfatizado é que os santos do Altíssimo receberão o
reino e o possuirão para todo o sempre (v. 18). E novamente (v. 22): Chegou o
tempo em que os santos possuíram o reino. E outra vez (v. 27): O reino, e o
domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão entregues ao povo
dos santos do Altíssimo. Longe de nós pressupormos por isso que o domínio é
encontrado na graça, ou que ele autorizará alguém, sob o pretexto de santidade,
a usurpar a realeza. Não. O reino de Cristo não é deste mundo. Mas isso sugere
o domínio espiritual dos santos sobre os seus próprios desejos e perversões,
suas vitórias sobre Satanás e suas tentações, e o triunfo dos mártires sobre a
morte e os seus pavores. Aqui também é prometido que o reino do Evangelho será
estabelecido como um reino de graça, cujos privilégios e consolos, agora sob o
comando dos céus, serão o penhor e os primeiros frutos do reino da glória nos
céus. Quando o império se tornou cristão, e os príncipes fizeram uso de seu
poder para a defesa e o progresso do cristianismo, então os santos tomaram
posse do reino. Os santos governam através do Espírito que os governa (esta é a
vitória que vence o mundo, a nossa fé), fazendo com que os reinos deste mundo
se tornem o reino de Cristo. Mas o pleno cumprimento destas coisas tão boas
estará na felicidade eterna dos santos, no reino que não pode ser abalado, o
qual nós, de acordo com a sua promessa, aguardamos (essa é a grandeza do
reino). A coroa de glória que aguardamos jamais perecerá, pois o reino que nos
foi prometido é eterno. Os santos possuirão o reino para sempre, eternamente. E
a razão é que os santos pertencem ao Altíssimo, e o seu reino é um reino
perpétuo (v. 27). Como Ele é assim, os seus deverão ser também. “Porque eu
vivo, vós também vivereis” (Jo 14.19). O reino do Senhor é deles. Eles se
consideram enaltecidos na exaltação dele, e não desejam honra e satisfação maior
para si mesmos do que a de que todos os domínios o servirão e o obedecerão,
como eles o farão (v. 27). Os povos se sujeitarão ao seu cetro de ouro, ou
serão levados à destruição por sua vara de ferro. Daniel, no final, quando
encerra esse assunto, nos conta que impressões essa visão lhe causou. Ela
dominou os seus pensamentos a tal ponto que o seu semblante foi modificado, e o
fez parecer pálido. Mas ele guardou o assunto em seu coração. Note, o coração
deve ser o cofre e o depósito das coisas divinas. Lá devemos guardar a palavra
de Deus, assim como Maria guardou as palavras de Cristo (Lc 2.51). Daniel
guardou o assunto em seu coração, com um propósito: não escondê-lo da igreja,
mas guardá-lo para ela, para que aquilo que havia recebido do Senhor pudesse ser
transmitido ao povo de uma forma plena e fiel. Observe que compete aos profetas
e ministros de Deus guardar na memória as coisas de Deus, e ali assimilá-las
muito bem. Se quisermos ter a palavra de Deus em nossos lábios quando for
oportuno, devemos guardá-la em nossos corações em todo o tempo. HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 873.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
O profeta Daniel viu o dia em que virá o Messias e
Ele julgará tanto os grandes quanto os pequenos.
CONCLUSÃO
Lamentavelmente,
devido à multiplicação da “doutrina” da prosperidade, e de muitas igrejas e
pregadores propalarem o “aqui e agora”, a profecia bíblica quanto ao futuro
ficou de lado. Outros caem no erro de ensinar que as profecias de Daniel e do
Apocalipse são alegorias e produtos de um tempo e de uma cultura sem conexão
com a era atual. Estudemos a Palavra de Deus para não nos acharmos soberbos,
deleitosos e não sejamos, pois, a Laodiceia contemporânea (Ap 3.14-22)! [Comentário: A escatologia está sendo abandonada por muitas
igrejas e pregadores, porque entendem que a igreja não deve se preocupar com
Israel, nem com o seu futuro. Algumas igrejas e pregadores preferem uma
teologia horizontalizada que se preocupa, essencialmente, com “o aqui e agora”,
com o “hoje”. Ensinam alguns que as profecias de Daniel e Apocalipse têm um
caráter apenas alegórico e que pode ser descartado por temas atuais.
Entretanto, não podemos descartar a importância dessas profecias que apontam
para o futuro. livro de Daniel é chamado de “O Apocalipse do Antigo
Testamento”. Ele trata da saga dos reinos do mundo e da vitória triunfal do
Reino de Cristo. É um livro escatológico e apocalíptico.]
“NaquEle que me garante: "Pela graça sois
salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere!
Hoje, em Recife-PE
Novembro de 2014.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
LAHAYE, Tim;
HINDSON, Ed. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD,
2004.
GILBERTO, Antônio.
Daniel & Apocalipse. RJ: CPAD, 2006.
EXERCÍCIOS
1. Quais são os animais que
aparecem na visão de Daniel?
R.
Um leão com asas de águia; um urso com três
costelas na boca; um leopardo com quatro asas; um animal com uma aparência
indescritível com dentes de ferro que comia e triturava tudo o que via no
caminho.
2. De acordo com o que você
aprendeu na lição, dê a interpretação de cada animal.
R.
As figuras representadas pelo leão, o urso, o
leopardo e o quarto animal, significam quatro reis que se levantaram sobre a
terra, isto é, o rei da Babilônia, o rei Medo-Persa, o rei da Grécia e o rei de
Roma.
3. Explique o significado
dos dez chifres e o “pequeno chifre”.
R.
Os dez chifres que saíam da cabeça do quarto animal
prefiguravam dez reis advindos do antigo império romano. O pequeno chifre é o
Anticristo escatológico.
4. Explique o que significa
a expressão “filho do homem”.
R.
A expressão “filho do homem” refere-se a um ser
humano distinto que recebe de Deus a soberania celestial.
5. Como se dará a vinda do
filho do homem?
R.
O “filho do homem” voltará nas nuvens do céu.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2014 - CPAD -
Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e
Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
Autorizo a todos que
quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente,
que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente,
a gentileza de um e-mail indicando qual o texto.