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4º Trimestre de 2014
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Lição 6
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9
de Novembro de 2014
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Lição 6: A queda do Império Babilônico
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TEXTO ÁUREO
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“E te levantaste contra o
Senhor do céu, [...] além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro,
de cobre, de ferro, de madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem
sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, a
ele não glorificaste” (Dn 5.23).
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VERDADE PRÁTICA
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Se nos rebelarmos contra o Soberano e Santo Deus,
Ele nos abaterá.
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HINOS SUGERIDOS
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198,
211, 212.
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LEITURA DIÁRIA
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Daniel 5.1,2,22-30.
1 - O rei Belsazar deu
um grande banquete a mil dos seus grandes e bebeu vinho na presença dos mil.
2 - Havendo Belsazar
provado o vinho, mandou trazer os utensílios de ouro e de prata que
Nabucodonosor, seu pai, tinha tirado do templo que estava em Jerusalém, para
que bebessem neles o rei, os seus grandes e as suas mulheres e concubinas.
22 - E tu, seu filho
Belsazar; não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste de tudo isso.
23 - E te levantaste
contra o Senhor do céu, pois foram trazidos os utensílios da casa dele perante
ti, e tu, os teus grandes, as tuas mulheres e as tuas concubinas bebestes vinho
neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de cobre, de
ferro, de madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus,
em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, a ele não glorificaste.
24 - Então, dele foi
enviada aquela parte da mão, e escreveu-se esta escritura.
25 - Esta, pois, é a
escritura que se escreveu: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM.
26 - Esta é a
interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino e o acabou.
27 - TEQUEL: Pesado
foste na balança e foste achado em falta.
28 - PERES: Dividido
foi o teu reino e deu-se aos medos e aos persas.
29 - Então, mandou
Belsazar que vestissem Daniel de púrpura, e que lhe pusessem uma cadeia de ouro
ao pescoço, e proclamassem a respeito dele que havia de ser o terceiro
dominador do reino.
30 - Naquela mesma
noite, foi morto Belsazar, rei dos caldeus.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
- Saber a respeito do festim profano de Belsazar.
- Compreender que o juízo de Deus é irrevogável.
- Analisar a sentença contra Belsazar e a queda da Babilônia.
PALAVRA CHAVE
Profanação: Desrespeito ou violação do que
é santo, sagrado; insulto, irreverência.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A lição desta semana mostra mais uma
vez a soberania divina. Após a morte de Nabucodonosor, em 562 a.C.,
Evil-Merodaque, o seu filho, sucedeu-o ao trono babilônico. Entretanto, dois
anos depois, Evil Merodaque foi assassinado pelo seu cunhado, Neriglissar. Mas
quem assumiu o trono foi Nabonido, o genro de Nabucodonosor. Nabonido era o pai
de Belsazar, o qual se tornou corregente com o seu pai, três anos mais tarde.
Cruel, devasso e profanador do sagrado são adjetivos, ainda leves, para
qualificar a Belsazar. Foi numa noite de festa, regada a muito vinho e
prostituição, que o rei Belsazar viu o reino escapar da sua mão e teve sua
morte decretada. O reino babilônico daria lugar ao Medo-Persa, representado
pelo peito e braços de prata da estátua sonhada por Nabucodonosor. [Comentário: Deus é soberano e escreve a história da humanidade com o próprio dedo! A
primeira metade do livro de Daniel é o registro de uma série de encontros
cruciais entre o orgulho e poder de homens insignificantes e o grande e bondoso
Deus. Este, em última análise, dirige as ações dos homens quer eles reconheçam
isso, quer não. O incidente desse quinto capítulo serve como clímax da jornada
meteórica ao longo da história do reino Babilônico. Após a morte de
Nabucodonosor, o seu filho, Evil-Merodaque, o sucedeu no trono. Esse é o rei
que deu honra especial ao rei Joaquim, depois de 37 anos de exílio, ao soltá-lo
da prisão e designar-lhe uma pensão (Jr 52.31-34; 2 Rs 25.27-30). Depois de
dois anos, Neriglissar, o cunhado de Evil-Merodaque, liderou uma revolta e o assassinou.
Neriglissar tinha se casado com uma das filhas de Nabucodonosor e reivindicava
um certo direito real, especialmente por meio do seu filho, Labashi-Marduque.
Mas o jovem não recebeu apoio e logo foi morto pelos seus amigos de confiança.
Os generais e líderes políticos escolheram Nabonido, outro genro de
Nabucodonosor, um auxiliar experimentado e de confiança durante a maior parte
do seu reinado. Nitocris, filha de Nabucodonosor, deu um filho a Nabonido. Seu
nome era Belsazar. Por causa do seu sangue real, Belsazar, três anos após a
ascensão de Nabonido ao trono, foi feito co-regente com seu pai. Ele tinha a
incumbência de governar a cidade e província da Babilônia. Esse foi o rei
Belsazar descrito por Daniel, como os caracteres cuneiformes têm revelado após
décadas de confusão sobre a sua identidade, mesmo entre estudiosos
conservadores.] Convido você para mergulharmos
mais fundo nas Escrituras!
I. O
FESTIM PROFANO DE BELSAZAR
1. A zombaria de Belsazar (Dn
5.1-4). O rei Belsazar deu um grande
banquete para os maiorais do seu reino. A festa ocorreu no palácio babilônico,
mas ele não demonstrou nenhum escrúpulo com a religião alheia, o Judaísmo.
Embriagado, o rei mandou vir os utensílios sagrados do Templo de Jerusalém,
trazidos como espólio de guerra por seu avô, Nabucodonosor, para serem usados
no banquete por ele oferecido. Homens corruptos e prostitutas profanariam o
sagrado. Uma orgia com o que era santo! Belsazar foi longe demais, pois para
satisfazer os seus instintos baixos, frívolos e profanos, escarneceu do Deus de
Israel e do seu povo. [Comentário: Belsazar (Bel proteja o rei!) foi o último rei
da Babilônia, ainda que Belsazar tenha sido um rei para todos os propósitos
práticos, mesmo que ele não tivesse sido um rei no sentido real. As inscrições
nunca o mencionam com o um rei que estivesse governando, a lista de reis da
Babilônia, Lista de Reis de Uruk, não menciona Belsazar como rei da Babilônia,
com Ciro sendo o sucessor de Nabonido, que reinou por dezessete anos (555 - 539
a.C.). A partir de fontes babilônicas sabemos que Belsazar foi colocado no
comando dos negócios, na Babilônia, enquanto seu pai, Nabonido, o último rei da
Babilônia, passou longos períodos de tempo em Tema, na Arábia. Os acontecimentos
do capítulo 5 teve lugar em 539 a.C., Ano da queda de Babilônia para os persas,
quarenta e dois anos após a morte de Nabucodonosor em 563 a.C. Esta grande
festa oferecida por Belsazar era a maneira dos reis orientais mostrarem sua
magnificência. Neste caso, foi loucura deste déspota, já que ele não deveria
festejar quando a cidade estava sitiada e pronta para ser tomada por Dario, o
medo].
2. A insensatez e a crueldade do
autocrata Belsazar. Segundo os historiadores,
enquanto o pai de Belsazar, Nabonido, estava no campo de batalha para defender
os interesses do reino, ele, Belsazar, divertia-se com mulheres e amigos para
satisfazer as suas paixões. O festim de Belsazar era incompatível com o período
de enfraquecimento do império da Babilônia. Habituado a ter tudo ao seu
alcance, o rei não hesitava em fazer sua vontade prevalecer, tanto para matar
os seus oponentes quanto para se cercar de pessoas de sua estirpe. Belsazar era
um homem cruel! [Comentário: O rei festejava com “os seus grandes”, pois
todos supunham estarem protegidos pelas muralhas maciças da cidade. O que não
podiam imaginar é que as forças persas haviam mudado o curso do rio que
atravessava a cidade. Com a queda do nível da água, o inimigo simplesmente
caminhou ao longo da cabeceira do rio, por baixo das grades de proteção, e
surpreendeu os babilônios no interior da cidade. Uns 80 anos mais tarde, o
escritor grego, Heródoto escrevia. “Se os babilônios tivessem sido alertados da
estratégia de Ciro (Dario?) (...) teriam aferrolhado todas as portas das ruas
que passavam por sobre o rio, além de destacarem sentinelas em ambas as margens
por toda a corrente, o que faria com que o inimigo fosse surpreendido como se
tivesse caído numa armadilha (...) Devido à vastidão do lugar, mesmo muito
tempo depois que as áreas periféricas haviam sido tomadas, os habitantes ainda
continuavam a ignorar o que vinha ocorrendo, pois, como estavam envolvidos na
festa, continuaram dançando e se divertindo até que, finalmente tomaram
conhecimento do ocorrido”. Que semelhança entre tanta gente da atualidade, que
se sente segura por trás dos muros da riqueza ou da posição social, jamais
imaginando que a ruína está tão perto, até que seja tarde demais. RICHARDS.
Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a Apocalipse
capítulo por capítulo. Editora CPAD. pag. 517.].
3. Uma festa profana. A despeito da grandeza e da opulência imperial, a festa oferecida por
Belsazar e dedicada aos maiorais do reino, era um festejo degenerado, pois ia
desde as bebedeiras às orgias com homens e mulheres. Onde a luxúria, a riqueza
e a ostentação predominam, há prazeres pervertidos e maldades. Assim foi aquela
festa dedicada aos deuses babilônicos! Havia, a partir do palácio, uma forte
influência dos demônios, o que confirma o que disse Paulo aos crentes coríntios
(1Co 10.20). [Comentário: O rei, além de se entregar à embriaguez, dá mais
um passo na direção de sua ruína. Ele manda trazer os vasos do templo para
profaná-los de forma estúpida e infame. Profanar as coisas de DEUS é um grave
pecado. Os vasos do templo foram contaminados, não só por ser posta à profano
uso, mas também por ser usada para homenagear os deuses falsos da Babilônia. Russell
Norman Champlin citando Arthur Jeffery e Gerald Kennedy, comenta o seguinte: “Aqueles
réprobos levaram muito à frente sua tola questão. Não só profanaram
precipitadamente o que era santo, mas chegaram a usar os vasos sagrados para
honrar suas falsas deidades, tornando os vasos do templo parte de sua adoração
idólatra. Foi uma apropriação vergonhosamente indébita do que pertencia a
Yahweh. Por tal ato, eles pagaram um preço altíssimo. É provável que a festa
não tenha sido religiosa, mas os babilônios misturavam terrivelmente as
questões do Estado com as questões religiosas, pelo que em qualquer ocasião
poderiam misturar a idolatria com suas atividades. “Até nos banquetes oficiais
era costumeiro oferecer libação aos deuses locais, o que era feito com as
palavras apropriadas de louvor. Esse detalhe, como é óbvio, aumenta o crime de
Belsazar” (Arthur Jeffery, in loc.). Os deuses da Babilônia foram festivamente
servidos, havendo presentes toda a espécie de riqueza material, como ouro,
prata, bronze, ferro, madeira e pedra, algo que o autor sagrado adicionou a fim
de mostrar a extensão das transgressões idólatras dos culpados. “A perda do
sentido do sagrado é sempre um dos sinais da decadência moral... Talvez a perda
de respeito pelo que é sagrado para outros seja um sinal inevitável de nossas
traições interiores" (Gerald Kennedy, comentando sobre como aqueles homens
usavam coisas sagradas em suas orgias de vinho)”. CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos.
pag. 3392.].
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Belsazar não temia ao Senhor, por isso utilizou os
objetos sagrados do Templo em sua festa profana.
II. O IRREVOGÁVEL JUÍZO DE DEUS
1. O dedo de Deus escreve na parede
(Dn 5.5). A resposta divina foi imediata:
Deus interferiu naquela festa escrevendo sua sentença na parede do salão,
diante dos olhos de Belsazar e de todos os seus convivas. Ali, o barulho das
taças e dos jarros de vinhos, bem como a “alegria” de outrora, cessaram. De
modo assombroso e assustador estava escrito a sentença contra o rei Belsazar e
o seu reino. Aquela visão demonstrava o fruto do desprezo do rei babilônico ao
Deus de Israel: o Reino da Babilônia foi rasgado. Fez-se um silêncio sepulcral
no recinto! [Comentário: No
mesmo instante daquele banquete, quando danças sensuais, lascívia e idolatria
aconteciam, Deus resolve quebrar a arrogância de Belsazar e dos seus convivas,
com suas mulheres e concubinas. A festa de orgias e libertinagens que Belsazar promoveu
com os objetos sagrados do Templo de Jerusalém, foi surpreendida pelo juízo de
Deus. De repente, no meio da festa de ostentação e profanação no palácio
babilônico, Deus interfere naquela história e manifesta seu poder de juízo
escrevendo na parede do salão de festas, diante dos olhos de Belsazar. Ressalto
que quando se atribui a Deus mãos, pés, coração, olhos e outros órgãos físicos,
próprios do ser humano, chamamos a isso de antropomorfismo, isto é, trazer Deus
à nossa compreensão. Nesta passagem, há uma demonstração autêntica da figura de
“uns dedos da mão de homem” que aparecem escrevendo palavras de juízo contra
Belsazar e o reino da Babilônia sobre uma parede caiada, iluminada por um
candelabro. O festim cessou e todos, assustados tentam ler a escritura
enigmática que tinha um caráter misterioso e exigia que alguém a interpretasse.
O mistério da mão escrevendo na parede era confuso, porque Deus confunde os
sábios do mundo, porque eles não sabem discernir as coisas espirituais (1Co
2.14-16). O Comentário Bíblico de Matthew Henrytraz um comentário interessante
do versículo 5: “O anjo Gabriel”, diz
um rabino, “estava dirigindo esses dedos e escrevendo através deles”. “A mão
divina” (diz o nosso próprio rabino, Dr. Lightfoot) “que havia escrito as duas
tábuas da lei para o seu povo, agora está escrevendo a condenação de Babel e de
Belsazar sobre a parede”. Nada havia sido enviado que pudesse assustá-los com
seu barulho ou ameaçar a sua vida. Nenhum estrondo de trovão nem clarões de
raios, nenhum anjo destruidor trazendo uma espada na mão, mas apenas um dedo
escrevendo sobre a parede, e à frente do castiçal, para que todos pudessem ver
à luz das suas velas. Note que quando lhe apraz fazer isso, a palavra escrita
de Deus é suficiente para levar o mais atrevido dos pecadores a se aterrorizar.
O rei viu apenas uma parte da mão que estava escrevendo, mas não viu a pessoa a
quem essa mão pertencia. E era isso que tornava a situação ainda mais
assustadora. Observe que aquilo que vemos de Deus, isto é, a parte da sua mão
que escreve no livro das criaturas e no livro das Escrituras (que são partes
dos seus caminhos, Jó 26.14), pode servir para nos encher de pensamentos
terríveis a respeito daquilo que não somos capazes de ver no Deus precioso. Se
esse é o dedo de Deus, por que o seu braço está estendido? E o que Ele é? HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 855]
2. A rainha lembrou-se do profeta
Daniel (Dn 5.6-12). A mensagem na parede estava numa
linguagem ininteligível (v.7). No primeiro momento, ninguém compreendia o que
estava escrito. Belsazar convocou todos os sábios para decifrar o “enigma”.
Entretanto, eles foram incapazes de fazê-lo. Quando ouviu as palavras do rei e
percebendo um movimento diferente no palácio, a rainha, filha de Nabucodonosor,
mãe do rei Belsazar, entrou na presença do seu filho para saber o que
acontecera. Após inteirar-se do assunto, a rainha lembrou-se de Daniel, um
homem de confiança tanto do seu pai quanto do seu marido. Ele podia interpretar
a mensagem que o rei vira. Mas Daniel não estava no palácio. [Comentário: A rainha-mãe, assim como idosos da coorte,
não se misturava com as esposas e concubinas dos reis, mas ela quebrou a regra chegando
nesta solene ocasião. Elienai Cabral afirma que seu nome era Nitocris, filha de
Nabucodonosor e mãe de Belsazar. A rainha-mãe, ao ouvir os gritos do filho, adentrou
o salão de festa onde estava o rei para saber o que estava acontecendo. Se
apresentou como pessoa de autoridade superior às das muitas concubinas do rei.
Daniel era conhecido pela corte inteira, incluindo a rainha-mãe, que foi o
instrumento para solucionar o mistério. Ao ver o misterioso escrito sobre a
parede, lembrou-se de Daniel, e orienta o rei a mandar buscá-lo (Dn 5.13).
Daniel a essa altura, já era um velho, respeitado e se manteve ausente do
palácio por mais de 20 anos, desde a morte de Nabucodonosor. Ele era conhecido
como um psíquico extraordinário, o chefe dos sábios profissionais, a casta dos
caldeus (Dn 2.48, 4.9). Nabucodonosor tivera seus problemas solucionados por
Daniel. Seja como for, Daniel era o homem de sabedoria e compreensão que nunca
errara em suas interpretações. Ele tinha a sabedoria dada por Deus, e nenhum
membro da casta dos caldeus — encantadores, magos ou adivinhos — podia
comparar-se a ele (Dn 1.20; 2.2-4,27; 4.7). Uma vez mais, Daniel foi chamado de
chefe dos “sábios” (Dn 5.12). Ele era um especialista na interpretação de
sonhos, capaz de resolver enigmas e problemas. Portanto, que se chamasse
Daniel.]
3. Daniel entra na presença de
Belsazar (Dn 5.13). Belsazar não via a Daniel como
servo do Deus Altíssimo, mas apenas como um dos sábios do palácio. A mãe de
Belsazar, contrariamente, o conhecia e tinha certeza que Daniel era uma pessoa
diferente e o seu Deus, poderoso. Ela mesma havia testemunhado as proezas do
Deus de Israel em outras ocasiões da história daquele reino. Daniel era um
homem que não fazia concessões a sua fé. Ele entrou na presença do rei e após
lhe oferecerem presentes, o profeta rejeitou-os diante do imperador (Dn 5.17). [Comentário: Deus confronta os pecadores por intermédio
de servos fiéis (Dn 5.10-17). Daniel é um homem diferente. Ele tem luz,
inteligência, sabedoria e espírito excelente, testemunhado pela própria
rainha-mãe. Belsazar, por algum motivo, não o ouviu durante os dias de sua
vida, mas agora, ironicamente, precisa ouvi-lo na hora de sua morte. Temos
agora um exemplo de comportamento para os homens de Deus quando tentados a
receber subornos, Daniel é um homem insubornável, ele não faz a obra de Deus
por dinheiro, não vende seu ministério, não busca favores dos poderosos deste
mundo. Rejeitando os presentes do rei, exerce seu ministério decifrando ao rei
a mensagem. Outra vez cito o Comentário Bíblico de Mathew Henry que comenta o
seguinte: “A apresentação de Daniel ao rei, e o pedido para que ele lesse e
explicasse as palavras escritas na parede. Daniel já havia sido levado à
presença do rei anteriormente (v. 13). Porém, nessa ocasião, ele tinha quase
noventa anos de idade, de modo que seus anos, e as suas honras e promoções
anteriores o habilitavam a ter livre acesso à presença do rei. No entanto ele
desejava ser conduzido pelo mestre de cerimônias como se fosse um estranho.
Observe: 1. O rei perguntou, mostrando um ar de arrogância: “És tu aquele
Daniel, dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá?” Como Daniel
era judeu, e um cativo, o rei relutava, pois não queria ser obrigado a
recebê-lo, e desejava que tudo isso pudesse ser evitado.” HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 857.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
O juízo de Deus contra o profano rei Belsazar era
irrevogável e se cumpriu naquela mesma noite.
III. A SENTENÇA CONTRA BELSAZAR E A QUEDA DE BABILÔNIA
(5.22-28)
1. Os sábios não decifraram as palavras
escritas na parede (5.15). A mensagem era curta e objetiva,
mas as palavras eram desconhecidas dos sábios do palácio e eles não puderam
decifrá-la. Por isso Daniel é chamado, não pelo rei Belsazar, mas por indicação
de sua mãe, para desvendar-lhe o mistério. O profeta Daniel tinha o Espírito
Santo em sua vida, por isso, Deus o revelou o significado daquelas palavras (Dn
5.10-12). [Comentário: Deus
confunde os sábios do mundo com Seus mistérios (Dn 5.7,8). O rei busca uma
explicação para a misteriosa aparição nos sábios da Babilônia. Mas eles são
impotentes. Eles não podem discernir as coisas espirituais. A sabedoria humana
não pode ajudar um homem aflito, em rebelião contra Deus. O rei declara a
incapacidade daqueles sábios diante daquele mistério. Pois aquilo que a mão
misteriosa escrevera não se achava inserido em nenhum código deste mundo. As
coisas espirituais são para os espirituais, “O segredo do Senhor é para os que o temem; e ele lhes fará saber o seu
concerto” (SI 25.14). Sabendo que os seus magos e astrólogos nada podiam
fazer, reconheceu que Daniel era servo de um Deus muito mais poderoso que todos
os deuses da Babilônia. Sem dúvida alguma, a tragédia de Belsazar e da
Babilônia foi a oportunidade que Deus tinha para que seu servo Daniel fosse
reconhecido e voltasse a ter a primazia dentro do palácio.]
2. As quatro palavras “misteriosas”
(Dn 5.25). As palavras escritas na parede
não foram interpretadas pelos sábios do império. Estes não achavam o sentido
delas. Porém, sem medo e seguro, Daniel as interpretou. As duas primeiras
palavras estavam repetidas — MENE, MENE — e significavam “contar ou contado”. A
palavra TEQUEL tinha o sentido de “pesado”. A última palavra, PARSIM,
significava “dividido” (Dn 5.25). Para interpretar a mensagem Daniel usou o
termo “PERES”, palavra correlata de PARSIM. O sentido daquela é o mesmo desta. Então,
dos versículos 26 ao 28, o profeta explicou cada uma das palavras: “Esta é a
interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino e o acabou. TEQUEL: Pesado
foste na balança e foste achado em falta. PERES: Dividido foi o teu reino e
deu-se aos medos e aos persas”. [Comentário:
Hernandes Dias Lopes citando Osvaldo
Litz, diz que essas três palavras fundamentalmente significam número, peso,
divisão. O Reino de Belsazar foi contado, pesado, dividido e dado aos medos e
persas. MENE, MENE trata de uma repetição de ênfase. Leupold observa, porém,
que Mene significa tanto “contar” como fixar o limite de algo”. De modo que a
repetição sugere que Deus havia fixado o limite do reino de Belsazar. Evis
Carballosa diz que essa expressão significa que Deus havia contado o reino de
Belsazar e lhe havia posto um fim. Os dias de Belsazar estavam contados. Deus
decidiu trazer o fim de seu reino. O período de seu governo havia terminado.
Durante todos aqueles anos, Deus lhe deu oportunidades, mas ele se recusou.
Agora Deus diz: “Basta! Acabou!” (v. 26). Deus o pesou na balança e o achou em
falta (Dn 5.27). TEQUEL: Carballosa diz que tekel procede do verbo “teqal”, que
significa “pesar” e também “ser leve ou falto de peso”. Deus pesou cada ato de
sua vida. Ele tomou notas das oportunidades que Belsazar rejeitara desde sua
juventude. Anotou todos os convites que ele desprezara. Deus escreveu,
portanto, na parede seu epitáfio. Seus pecados ocultos e conhecidos, suas
desordens e bebedeiras, sua rejeição às coisas santas e resistência; às coisas
espirituais foram todos pesados na balança de Deus. O Senhor pesou seu orgulho
e sua soberba. Tudo foi pesado na balança. Deus ponderou sua vida do princípio
ao fim e o achou em falta! Uma vez que Deus não julga imediatamente, os ímpios
concluem que não o fará de modo algum. Contudo, Ele pesa em sua balança toda
zombaria e afronta. Nada é esquecido. Ele registra todos os convites para vir a
Cristo que foram rejeitados. Anota cada desprezo a Sua ordem de arrependimento.
Deus tem cada ação do homem gravada no céu. Deus registra tudo. Deus dividiu
seu reino e o destruiu (Dn 5.28-31). UFARSIM - PERES: peres, derivado do verbo
“peras” significa “romper”, “dividir”. O Reino de Belsazar foi dividido. Seu
reino seria dividido e destruído. Isso aconteceu pelo poder dos medos e dos
persas. O mesmo Deus que dera o reino a Nabucodonozor (v. 18), agora o dará aos
medos e aos persas (v. 28). E não foi somente aquele reino que Belsazar perdeu,
ele perdeu também o Reino de Deus. O rei atravessou a linha divisória da
paciência de Deus. Tudo que o espera agora é “uma expectação terrível de juízo,
e um ardor de fogo que há de devorar os adversários” (Hb 10.27). Naquela mesma
noite, enquanto Belsazar e seus convidados promoviam o carnaval da morte, o rei
Dario (Ciro?) desviou o curso do rio Eufrates, que corria pelo centro da
cidade, e entrou, com suas tropas, a pé enxuto na cidade. Assim, invadiram a
inexpugnável cidade, mataram o rei Belsazar e tomaram a Babilônia. Xenofonte e
Heródoto narram a queda da Babilônia assim: “Dario (Ciro?) desviou o Eufrates
para o novo canal e, guiado por dois desertores, marchou pelo leito seco rumo à
cidade, enquanto os babilônios farreavam numa festa a seus deuses”. Belsazar
não aproveitou sua última oportunidade. No momento em que Deus fez sua chamada
final ele estava bêbado. Ai dos que deixam passar as oportunidades. Naquela
mesma noite, Belsazar morreu e chegou ao fim um reino que durante setenta anos
havia dominado a maior parte do mundo conhecido. Não sabemos quando Deus dirá a
alguém: “Mais um pecado, e será o último”. Contudo, a escrita na parede se
aplicará a você. Certamente, você será chamado de louco, pois o arrependimento
estará fora de seu alcance para sempre! A ordem de Deus para você é: “Buscai ao
Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o
seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos; volte-se ao Senhor, que se
compadecerá dele; e para o nosso Deus, porque é generoso em perdoar” (Is
55.6,7). LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora
Hagnos. pag. 75-78.]
3. O fim repentino do império
babilônico (vv.30,31). Naquela noite fatídica Deus
demonstrou a sua soberania sobre os reis da Terra. Ele é o Todo-Poderoso e tem
o cetro do governo do mundo em suas mãos. Nada escapa aos seus olhos. Tão logo
foi dada a interpretação da mensagem e as honrarias feitas a Daniel para ser o
terceiro homem do império, o rei Belsazar foi morto e o exército de Dario
entrou na cidade da Babilônia. Os medos e os persas passariam a reinar no lugar
do império da Babilônia. No capítulo cinco de Daniel, aprendemos a lição de que
não podemos nos fechar em nós mesmos. Deus não suporta uma vida de egoísmo,
soberba e perversidade. Não podemos profanar aquilo que o nosso Pai consagrou
como santo. Não sejamos profanos. Santifiquemo-nos a Deus com as nossas vidas. [Comentário: O Comentário Bíblico Beacon
resume assim o fim repentino da Babilônia: “Mal haviam acabado de colocar os
adornos de honra em Daniel, quando os soldados de Gobrias e Ciro (Dario?)
invadiram o palácio com gritos de guerra. A tradição diz que os engenheiros de
Ciro (Dario?) desviaram o rio e entraram na cidade pelo canal seco. Mas
evidências mais sólidas parecem indicar que insurretos de dentro da cidade
abriram as portas e deixaram o exército persa entrar. A cidade caiu com pouco
derramamento de sangue, além de Belsazar. Quando o exército do rei Nabonido foi
completamente derrotado, Ciro (Dario?) deu a ele uma residência permanente em
Carmânia, uma província não muito distante, onde viveu o restante dos seus
dias. Mas em relação a Belsazar, filho de Nabonido, quão pateticamente fútil
foi a oração do pai registrada em um enorme rolo com caracteres cuneiformes
encontrado no zigurate em Ur! Endereçado a Sin, o Deus-Lua, lê-se o seguinte:
“Quanto a mim, Nabonido, o rei da Babilônia, o venerador da sua grande
divindade, que eu possa ser satisfeito com a plenitude da vida, e quanto a
Belsazar, o primeiro filho dos meus lombos, alongue os seus dias; não permita
que se volte para o pecado”. Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon.
Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 537.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Deus é o justo juiz, Ele não aceita escárnio ou
zombaria de homem algum.
CONCLUSÃO
A opulência da Babilônia, a
crueldade de Belsazar e as orgias do reino tipificam uma vida tremendamente
fechada em si mesma. A intervenção de Deus em meio aquela festa profana
demonstra que Ele não admite a soberba e o egoísmo. O Pai Celestial, em Jesus
Cristo, julgará a todos os que se mostram soberbos e arrogantes. A queda do
império babilônico é uma lição para todos nós. Um dia, quando da segunda vinda
gloriosa de Jesus, todos os povos serão julgados pelo nosso Senhor. [Comentário: Belsazar
tinha razões suficientes para tremer diante daquele julgamento divino, acabara
de cair nas mãos do Rei dos terrores (v. 30). Enquanto o seu coração se
alegrava com o vinho e o festim, os medo-persas silenciosamente invadiam a
cidade e se dirigiam ao palácio onde encontraram o rei e o feriram de morte. Onde
ele poderia se esconder? Que lugar poderia ser tão secreto para o ocultar, ou
tão forte para protegê-lo? A morte chega como uma cilada àqueles cujo coração
está sobrecarregado de intemperança e embriaguez. Da cabeça de ouro descemos
agora para o peito e os braços de prata com Dario, o medo, assumindo o reino.
Lawrence O Richards escreve o seguinte: “O rei festejava com 'os seus grandes',
pois todos supunham estarem protegidos pelas muralhas maciças. O que não podiam
imaginar é que as forças persas haviam mudado o curso do rio que atravessava a
cidade. Com a queda do nível de água, o inimigo simplesmente caminhou ao longo
da cabeceira do rio, por baixo das grades de proteção, e surpreendeu os
babilônios no interior da cidade. Devido à vastidão do lugar, mesmo muito tempo
depois que as áreas periféricas haviam sido tomadas, os habitantes ainda
continuavam a ignorar o que vinha ocorrendo, pois, como estavam envolvidos na
festa, continuaram dançando e se divertindo até que, finalmente tomaram
conhecimento do ocorrido. Que semelhança entre tanta gente da atualidade, que
se sente segura por trás dos muros da riqueza ou da posição social, jamais
imaginando que a ruína está tão perto, até que seja tarde demais" RICHARDS,
Lawrence O. Guia do Leitor da
Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1.
ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.517.
Como são profundos os desígnios de Deus a respeito do seu povo, e como são
bondosos os seus planos para conosco.]
“NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e
isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere!
Hoje, em Recife-PE
Novembro de 2014.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, Roy B. (Ed). Teologia do
Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de
Profecia Bíblica. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2013.
EXERCÍCIOS
1. O que o rei Belsazar
mandou trazer para usar no banquete oferecido por ele?
R.
Mandou trazer os utensílios sagrados do Templo.
2. Que tipo de festejo
era o banquete oferecido por Belsazar?
R.
Era um festejo degenerado, profano.
3. Belsazar via a Daniel
como um servo de Deus?
R.
Belsazar não via a Daniel como servo do Deus
Altíssimo, mas apenas como um dos sábios do palácio.
4. Quais os significados
das palavras MENE, TEQUEL e PARSIM?
R.
MENE: Contou Deus o teu reino e o acabou. TEQUEL:
Pesado foste na balança e foste achado em falta. PERES: Dividido foi o teu
reino e deu-se aos medos e aos persas.
5. O que aprendemos com
o capítulo cinco de Daniel?
R.
No capítulo cinco de Daniel, aprendemos a lição de
que não podemos nos fechar em nós mesmos. Deus não suporta uma vida de egoísmo,
soberba e perversidade. Não podemos profanar aquilo que o nosso Pai consagrou
como santo.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2014 - CPAD - Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos
subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e
não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um
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