3º Trimestre de 2014
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Lição 9
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31
de Agosto de 2014
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A Verdadeira Sabedoria se Manifesta na Prática
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TEXTO ÁUREO
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“Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu
bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria" (Tg 3.13). Tiago continua sua discussão sobre doutrina fazendo um
contraste entre a sabedoria divina e diabólica. O cerne aqui é que o mestre
deve praticar o que ensina.
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VERDADE
PRÁTICA
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A
verdadeira sabedoria não se manifesta na vida do crente através do discurso,
mas das obras.
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HINOS
SUGERIDOS
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165,
225, 499
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LEITURA DIÁRIA
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tiago 3.13-18
13 - Quem dentre vós é
sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de
sabedoria.
14 - Mas, se tendes
amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem
mintais contra a verdade.
15 - Essa não é a
sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.
16 - Porque, onde há
inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa.
17 - Mas a sabedoria
que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável,
cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.
18 - Ora, o fruto da
justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
- Conscientizar-se de que a nossa conduta pessoal demonstra se a nossa sabedoria é humilde ou demoníaca;
- Mostrar que onde prevalecem a inveja e sentimento faccioso, prevalece também o mal, e
- Analisar as qualidades da verdadeira sabedoria.
PALAVRA CHAVE
Sabedoria
do Alto: Nesta lição, este tipo de sabedoria caracteriza-se pela capacidade de conviver de forma íntegra, ética e respeitosa para com todos.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nessa lição aprenderemos que obter
informação, ou conhecimento intelectual, não significa adquirir sabedoria.
Algumas pessoas são bem inteligentes, mas ao mesmo tempo inaptas para
relacionarem-se com outras pessoas. Hoje estudaremos a sabedoria como a
habilidade de exercer uma ética correta com vistas a praticar o que é certo.
Veremos a pessoa sábia como alguém que se mostra madura em todas as
circunstâncias da vida, pois é no cotidiano que a sabedoria do crente deve se
mostrar. [Comentário: Hoje,
veremos que se conhecimento intelectual fosse sinônimo de sabedoria, os
escribas seriam os mais sábios. Se a sabedoria humana tivesse valor, os
escribas e fariseus seriam as pessoas mais elogiadas por Cristo, e sabemos que
foi justamente o inverso, escribas e fariseus foram os mais bombardeados pelos
duros discurso de Cristo. Nossos dias são dinâmicos e dominados pelo
conhecimento. Facilmente encontramos a solução de problemas graves e doenças
até pouco tempo atrás consideradas sem curas. Tecnologias que, se bem
empregadas, salvam vidas. Não é esse tipo de sabedoria que Tiago combate. Não
devemos desprezar, seria loucura! Esse tipo de conhecimento é sadio, faz bem à
humanidade e é uma prova da capacidade intelectual que Deus concedeu ao homem. A
questão tem início quando o homem tenta usar esse tipo de conhecimento no reino
de Deus. Tiago ao falar “Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a
Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada”, não se
referia a esse tipo de sabedoria (grande soma de conhecimento, ou erudição, ou
ciência, ou saber). Ele fala de outro tipo de sabedoria, a sabedoria vinda da
parte de Deus - “para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória,
vos dê o espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dEle” (Ef 1.17).
Em Mateus capítulo 11, Jesus inicia um discurso contra os escribas e os
fariseus, e no versículo 19 ele chega ao ápice da mensagem, afirmando que:
“Entretanto a sabedoria é justificada pelas suas obras”. Jesus estava
condenando a sabedoria diabólica dos fariseus e dos escribas, que sabiam e não
faziam; e afirma que o que justifica a sabedoria é a prática de obras. Ou seja,
não adianta saber se não faz.] Vamos mergulhar mais fundo?
I. - A
CONDUTA PESSOAL DEMONSTRA SE A NOSSA SABEDORIA É DIVINA OU DEMONÍACA (Tg
3.13-15)
1. A Sabedoria não se mostra com
discurso (v. 13). Segundo as Escrituras, quem é
sábio? De acordo com o que nos ensina Tiago, é aquela pessoa que apresenta “bom
trato com os outros” e “obras de mansidão”. Note que os conceitos de sabedoria,
conforme expostos no texto, apenas podem ser provados pela prática. Quem se
julga sábio e inteligente, para fazer jus aos termos, deve demonstrar sabedoria
e habilidade na vida diária, tanto para com os de dentro da igreja, quanto para
com os de fora. [Comentário: 1 Coríntios 8.1 fala que o saber ensoberbece.
Quem busca a sabedoria somente para saber é soberbo. Não pode ser edificado
porque nele não está o amor de Deus, e o que edifica é o amor.Nos versículo 2 e
3, Paulo diz que se alguém julga saber alguma coisa, com efeito não aprendeu
ainda como convém saber. Mas se alguém ama a Deus esse é conhecido por Ele. O
Rev. Hernandes Dias Lopes escreve em sua obra TIAGO Transformando provas em triunfo (Editora Hagnos): “Sabedoria
é também olhar para a vida com os olhos de Deus. A pergunta do sábio é; em meus
passos, o que faria Jesus? Como ele falaria, como agiria, como reagiria? Cristo
não foi um mestre da escola clássica. Ele ensinou os seus discípulos na escola
da vida. Ensinar a sabedoria é mais importante do que apenas transmitir
conhecimento. Tiago está contrastando dois diferentes tipos de sabedoria: a
sabedoria da terra e a sabedoria do céu. Qual sabedoria governa a sua vida? Por
qual caminho você está trilhando? Que tipo de vida você está vivendo? Que
frutos esse estilo de vida está produzindo? A sua fonte é doce ou salgada
(3.12)? Tiago mostra, também, que essa sabedoria se reflete nos relacionamentos
(3.13.14). Sábio é aquele que é santo em caráter, profundo em discernimento e
útil nos conselhos. Você conhece o sábio e o inteligente pela mansidão da sua
sabedoria e pelas suas obras, ou seja, imitando a Jesus, que foi manso e
humilde de coração (Mt 11.29). Warren Wiersbe, comparando a sabedoria de Deus
com a sabedoria do mundo, faz três contrastes: quanto à sua origem, quanto às
suas características e quanto aos resultados.”LOPES. Hernandes Dias. TIAGO
Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag.. Tiago compara o
sábio à fonte de água doce, não misturada com a amarga descrita no versículo 11,
e à árvore cuja natureza é tal que produz “bons frutos”, nos versículos 12 e 17.
Tiago aconselha aos mestres cristãos — ou pretendentes a mestres — na Igreja e
mais amplamente a todos que se chamam cristãos. “O temor do Senhor é o
princípio da sabedoria, e a ciência do Santo, a prudência” (Pv 9.10) - este é o
significado que Tiago emprega aqui. Suas obras seriam os resultados específicos
ou ações que brotam da sua vida reta. Todas essas ações devem ser realizadas em
mansidão de sabedoria, ou seja, com a humildade que é decorrente de ser
semelhante a Cristo.
2. Inveja e facção (v. 14). Se para ocupar a posição de mestre a pessoa for motivada pela inveja, ou
por um sentimento faccioso, de nada valerá o ensino por ela ministrado. O que
Tiago apresenta na passagem em estudo não diz respeito ao conteúdo ministrado
pelo mestre, mas à postura soberba e arrogante adotada por ele ao ministrá-lo.
As informações podem até ser corretas e ortodoxas, mas a postura adotada pelo
mestre lançará por terra, ou não, o discurso por ele proferido. O mestre, por
vocação, compreende a sua posição de servo. Ele gosta de estar com as pessoas.
Assim, naturalmente, ele ensinará o aluno com eficiência, mas principalmente,
com o seu exemplo e respeito (Mt 23.1-39). [Comentário: Sentir amarga inveja é o
resultado de um zelo mal orientado que traz a agressividade. É sentir raiva
pelas realizações de outras pessoas. Sempre que nós encontrarmos algum defeito
em um líder, devemos nos perguntar o que está nos motivando a este sentimento
tão forte a respeito do defeito desta pessoa. Será que nós não compartilhamos
esta mesma fraqueza? Nós nos imaginamos melhores naquela função? Ou, na
verdade, estamos simplesmente com inveja das capacidades ou do talento que Deus
lhe permitiu ter? Uma resposta afirmativa a qualquer destas perguntas deve nos
fazer tomar muito cuidado na maneira como expressamos as nossas críticas. O
Versículo 14, como em Filipenses 2.3, o egoísmo refere-se aos líderes da igreja
que estão desenvolvendo um “espírito partidário”. Isto produz facções que são
favoráveis ou contrárias ao pastor ou a determinados programas, que apoiam ou
não questões não necessariamente essenciais à fé cristã. O egoísmo é o desejo
de viver para si mesmo e para nada ou ninguém mais, somente para aquilo que se
pode aproveitar. Em um esforço para persuadir a outros, esta pessoa pode perder
a razão e se tornar fanática. Tendo confiança somente no seu conhecimento, ela
comporta-se de maneira arrogante e com superioridade em relação aos outros.
Pessoas assim não devem se gabar como se fossem sábias, pois este é o pior tipo
de mentira. O Comentário Bíblico Beacon (CPAD) comenta o versículo 14 assim: “Aqueles
que têm amarga inveja e sentimento faccioso no coração (v. 14) não são
humildes. Essa falha indica que eles não têm a sabedoria de Deus da qual brota
a mansidão. Essa “inveja amarga e ambição egoísta” (NVI) está em vosso coração
— o âmago da pessoa, de onde se originam as ações (cf. Mt 15.19). Tiago diz: Se
você encontrar esse tipo de espírito, “não se glorie disso e dessa forma esteja
em rebeldia e contrário à Verdade” (NT AmpL). O apóstolo pode estar usando a
verdade no seu sentido costumeiro. No entanto, em vista do significado
específico que ele dá a esse termo em 1.18 e 5.19, ele pode ser entendido como
sendo sinônimo da palavra evangelho. Assim “as pessoas são advertidas contra
expressões e ações que contradizem ‘a fé do nosso Senhor Jesus Cristo’” (2.1). A.
F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 179.].
3. Sabedoria
do alto e sabedoria diabólica (v. 1 5). A fonte da verdadeira sabedoria é o
temor ao Senhor (SI 51.6; 111.10; Pv 9.10). Mediante a nossa reverência e
confiança depositada no Altíssimo, o próprio Deus concede- -nos sabedoria para
vivermos. Mas não podemos nos esquecer da falsa sabedoria. Esta, afirma- -nos
Tiago, é “terrena”, “animal” e “diabólica”, pois não edifica, mas destrói; não
une, mas divide; não é humilde, mas soberba. É na arena da prática que a nossa
conduta pessoal demonstrará o tipo de sabedoria que obtemos - se do alto ou se
terrena. Deus nos guarde da falsa e diabólica sabedoria! [Comentário: “animal”,
psuchikos;
Strong 5591: Pertencente ao natural ou físico, não-espiritual. É viver no
domínio dos cinco sentidos, preocupado apenas com sua vida. É estar de acordo
com luxúrias, desejos ilícitos e práticas impuras que abrem uma pessoa ao que é
diabólico. Gl 5.16 adverte, “Andai em Espírito e não cumprireis a
concupiscência da carne”. A origem e os padrões deste tipo de sabedoria são do
mundo, e não de Deus. Os seus professores são egocêntricos e superficiais. Esta
sabedoria não vem com a fé - ela é terrena e animal. “Animal” pode se referir
ao homem natural. A palavra para “animal” é usada no Novo Testamento a respeito
da pessoa que não tem o Espírito de Deus (3.15), ou que não aceita a orientação
que vem do Espírito de Deus (1Co 2.14). Este tipo de pessoa ensina somente a
sabedoria desta vida, baseada unicamente nos sentimentos humanos e no
raciocínio humano. A verdadeira origem destes pensamentos é o diabo, cujos
objetivos são sempre destrutivos e podem produzir na igreja, no lar e no
trabalho uma atmosfera que prejudica os relacionamentos. Pense na rapidez com
que as palavras, a linguagem e o tom de voz podem criar uma atmosfera
destrutiva. O Comentário Bíblico Beacon (CPAD) comenta: “Essa [...] sabedoria
(v. 15) — o espírito errado que Tiago descreve no versículo 14 — não vem do
alto. Inveja e ambição egoísta não são os frutos de uma vida cheia de Deus. Há
uma progressão decrescente na descrição do apóstolo acerca da origem dessas
atitudes. Essa sabedoria é terrena em contraste com a celestial. Ela reflete
uma preocupação com os valores passageiros em vez da preocupação com as coisas
de Deus (cf. Jo 8.23; Fp 3.19). Esse espírito é animal. A King James Version
traz “sensual” e a ASV traz “natural” na margem. “O grego é psychikos, que
descreve o homem como ele é em Adão (i.e., ‘natural’) em contraste com
pneumatikos (‘espiritual’)”. O termo é, às vezes, entendido como quase
equivalente a “carnal” ou “mundano”. Tiago alcança o grau máximo na descrição
das atitudes más de egoísmo e discórdia quando as chama de diabólica[s] (daimoniodes),
i.e., procedendo de Satanás e assemelhando-se ao espírito de demônios. A.
F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 179.
Esta sabedoria não vem com a fé - ela é terrena e animal. “Animal” pode se
referir ao homem natural. A palavra para “animal” é usada no Novo Testamento a
respeito da pessoa que não tem o Espírito de Deus (3.15), ou que não aceita a
orientação que vem do Espírito de Deus (I Co 2.14).].
SINOPSE DO TÓPICO (1)
A sabedoria do alto, divina, é evidenciada por nossas ações.
II. ONDE PREVALECEM A INVEJA E SENTIMENTO FACCIOSO,
PREVALECE TAMBÉM O MAL (Tg 3.16)
1. A maldade do coração humano. "Quem quiser ser realmente o maior deve tornar-se o menor de todos,
e aquele que desejar o lugar de governo tem de se apresentar como servo".
É o que ensina o Senhor Jesus nos Evangelhos (Mt 20.25-28; Mc 10.42-45; Lc
22.24-27). Apesar de a vaidade e a ambição serem sentimentos que despertam
desejos latentes no ser humano (Pv 17.20), os discípulos de Cristo não podem
permitir que tais desejos os dominem. [Comentário: Coração. Nas páginas da Bíblia, tanto no Antigo como no Novo
Testamentos, é o vocábulo mais completo para indicar todas as faculdades
humanas, como os sentimentos (ver Rm 9.2), a vontade (ver 1Co 4.5) e o
intelecto (ver Rm 10.6). e assim apontado o homem interior, o homem essencial,
aquela porção da personalidade humana que possui os meios naturais através dos
quais todo o homem deveria elevar seu conhecimento de Deus a níveis mais altos,
em gratidão. Todavia, é justamente o coração que se toma obscurecido. Albert
Einstein disse um dia: - "É mais fácil modificar a composição do plutônio
do que o espírito mau do homem; não é o poder explosivo de uma bomba de grande
potência que nos assusta, mas o poder malévolo do coração humano..." "Enganoso
é o coração, mais do que todas as coisas..." e, no dizer de Isaías (1.5-6), "toda a
cabeça (sede dos pensamentos) está enferma e todo o coração (sede dos
sentimentos) está fraco, doente, sem coisa alguma sadia". Contudo, o
Evangelho diz que é do coração que saem as fontes para a vida, isto é, as forças explosivas para o
amor! A verdadeira grandeza é medida em termos de serviço e Jesus próprio
promoveu o padrão mais alto de serviço com a sua morte expiatória.]
2. A inveja e a facção instauram a
desordem. Jesus de Nazaré sabia desde
antemão que a vaidade dominaria o coração de muitos dos seus seguidores. Por
isso Ele ensinava tal realidade nos Evangelhos. A Epístola de Tiago relata
exatamente os problemas anteriormente abordados por Jesus. Nos dias do
meio-irmão do Senhor, a "inveja" e o "espírito faccioso"
assolavam as igrejas locais (Tg 3.16). Atualmente, muitos são os problemas
dessa natureza em nossas igrejas. Injustiças e perseguições ocorrem em nossas
comunidades até mesmo em nome de Deus, quando sabemos que o Senhor nada tem com
tais atitudes (Jr 23.30-40). [Comentário: O Rev Hernandes Dias Lopes, em sua obra
citada anteriormente, nos informa: Contraste sobre as características da
sabedoria (Tg 3.13,14,17). Desde que as duas sabedorias procedem de origens
radicalmente opostas, elas também operam em caminhos diferentes. Qual é a
evidência da falsa sabedoria? Em primeiro lugar, ela se manifesta por meio de
uma inveja amargurada (3.14,16). Essa ambição está ligada à cobiça de posição e
status. Tiago alertou para o perigo de se cobiçar ofícios espirituais na igreja
(3.1). A sabedoria do mundo diz: promova a você mesmo. Você é melhor do que os
outros. Os discípulos de Cristo discutiam quem era o maior dentre eles. Os
fariseus usavam suas atividades religiosas para se promoverem diante dos homens
(Mt 6.1-18). A sabedoria do mundo exalta o homem e rouba a Deus da sua glória
(I Co 1.27-31). O invejoso, em vez de alegrar-se com o triunfo do outro,
alegra-se com seu fracasso. Ele não apenas deseja ter como o outro, mas tem
tristeza porque não tem o que é do outro. O invejoso é alguém que tem uma super
preocupação com sua posição, dignidade e direitos. Em segundo lugar, a falsa
sabedoria manifesta-se através de um sentimento faccioso (3.14b,26b). Há
grandes feridas nos relacionamentos dentro das famílias e das igrejas. A
palavra que Tiago usa, erithia, significa espírito de partidarismo. Subentende
a inclinação por usar meios indignos e divisórios para promover os próprios
interesses. Era a palavra usada por um político à cata de votos. As pessoas
estão a seu favor ou então contra você. Paulo alertou em Filipenses 2.3 sobre o
perigo de estarmos envolvidos na obra de Deus com motivações erradas: vanglória
e partidarismo. Norman Champlin faz o seguinte comentário: As rivalidades entre
os mestres logo criam rivalidades na igreja. Os homens esforçam-se por ser,
cada qual, o líder mais poderoso; e aqueles que os apoiam adicionam combustível
ao fogo, até que tudo é consumido pelas chamas devoradoras da carnalidade.
Todos são “zelotes”, mas não em favor de Cristo; são todos ambiciosos, mas
somente em proveito próprio; todos estão consumidos de ardor, mas não do fogo
celestial, e, sim, do fogo do inferno. As dissensões eclesiásticas sempre foram
caracterizadas por situações assim, e quanto mais homens carnais são exaltados
e transformados em heróis, ou se apresentam a outros como tais, maior é o
desastre. Em terceiro lugar, a falsa sabedoria está misturada com a mentira
(3.14c). A inveja produz sentimento faccioso. Este promove a vaidade, e a
vaidade se alimenta da mentira (ICo 4.5).LOPES. Hernandes Dias. TIAGO
Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag.75-76.]
3. Obras perversas. Como é do conhecimento de cada salvo em Cristo, onde há
"inveja" e "espírito faccioso", o mal impera. Em um ambiente onde a perversidade e a
malignidade estão presentes, muitas pessoas "adoecem" e até
"morrem" espiritualmente (1 Jo 3.15). Maldades contra o irmão,
mentiras contra o próximo, mexericos e falatórios, enfim, são atitudes que as
pessoas que passam a frequentar uma igreja local, naturalmente, esperam não
encontrar. Tais problemas listados acima podem facilmente ser evitados (Rm
2.17-24). Depende apenas de cada um olhar para Jesus, depois para si mesmo e
iniciar um processo de correção de suas imperfeições e más tendências. Agindo
assim, o Senhor certamente dispensará sabedoria para o nosso bem viver (Tg
1.5-8). [Comentário: Paulo
declara que “Deus não é Deus de confusão” (1 Co 14.33) e Tiago confirma essa
verdade ao destacar que onde as forças satânicas estão agindo, aí há
perturbação (v. 16). Inveja e espírito faccioso confundem o homem que os
abriga, até que não consegue mais pensar claramente, nem agir com inteligência.
Esses dois males também corrompem e confundem todos os relacionamentos, as
atitudes e ações dos homens. Phillips traduz esse versículo da seguinte
maneira: “Porque onde você encontrar inveja e rivalidade, também encontrará
desarmonia e todo tipo de mal”. Russell Norman Champlin, comenta em sua obra O Novo Testamento Interpretado versículo
por versículo (Editora Candeias), o seguinte: “3.16b...cousas ruins...» No
grego, o adjetivo é «phaulos», que significa vil, depravado, indigno, ruim. O
autor sagrado não enumera as coisas que ele tinha em mente, porque,
provavelmente, deixa isso em aberto, para ser preenchido pela imaginação dos
seus leitores. Podemos pensar em imoralidades, desonestidade, furtos dos fundos
da igreja, desrespeito à autoridade, filhos desobedientes. O que tiver de
entortar, será entortado, porquanto a base espiritual da igreja já foi
destruída. Em suma cada uma das obras da carne (ver Gl. 5:19-21) será
praticada. O estado da igreja local inteira tornar-se-á vil, contrário
totalmente às exigências morais do evangelho”. CHAMPLIN, Russell Norman, O
Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6.
pag. 60.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Onde a sabedoria terrena e diabólica impera, há inveja, espírito
faccioso, perturbação e toda obra maligna.
III. AS QUALIDADES DA VERDADEIRA SABEDORIA (Tg 3.17,18)
1. Características da verdadeira
sabedoria. O objetivo de Tiago em
classificar as diferenças entre a sabedoria que vem do alto, e da terrena e
demoníaca, é mostrar que ambas podem facilmente ser identificadas através da
prática cotidiana. A primeira qualidade da "sabedoria que vem do
alto", ressaltada pelo líder de Jerusalém, é a pureza. O termo é um
adjetivo grego, hagnós, que se refere àquilo que é "sagrado",
"casto" e "sem mancha". A sabedoria que vem do alto é pura,
não no sentido humano da palavra, mas algo que vem exclusivamente de Deus para
nós. [Comentário: Tiago
descreve a sabedoria prática e moral, e não o conhecimento teórico. Contrastando
de modo completo com a “sabedoria” demoníaca, temos a sabedoria que vem do
alto. Para salientá-la, Tiago relaciona um catálogo de virtudes que podem ser
comparadas, tanto em forma quanto em conteúdo, com o catálogo de Paulo quanto
ao amor e ao Espírito (1 Coríntios 13; Gálatas 5.22ss). Esta sabedoria é
primeiramente pura, o que significa que a pessoa está sincera e totalmente
comprometida de seguir com fidelidade as diretrizes morais de Deus; não existem
motivos pérfidos ou injustos por trás de sua santidade. Russell Norman Champlin,
em obra já citada anterormente, afirma: “...sabedoria...
..lá do alto...» No grego é *anothen», que significa ·do alto», isto é, do
«mundo celestial·, em contraste com a sabedoria demoníaca e sensual dos mestres
pervertidos (ver o décimo quinto versículo). Temos aqui a alusão à sabedoria
divina, pois o ·alto· é o lugar da habitação de Deus. É possível que essa
expressão, além disso, seja um eufemismo para Deus, porquanto os judeus
relutavam em usar o nome divino, substituindo-o por algum outro titulo, como
reino dos céus, ao invés de ·reino de Deus·. A sabedoria celestial é inspirada
por Deus, e é sua propriedade particular. Os homens a recebem mediante a
iluminação do Espírito Santo. (Ver Ef 1.17,18). ...pura... isto é,
·não-contaminada», sem qualquer defeito moral, sem motivos ulteriores: livre do
«espírito faccioso»; livre da ambição humana e da autoglorificação. Não é algo
meio bom. meio mau; porquanto isso não poderia mesmo descrever a verdadeira
sabedoria. Trata-se de uma expressão pura, do íntimo; não tem falhas ocultas.
Essa é sua qualidade primária; e dessa qualidade se originam todas as outras,
conforme se vê na lista abaixo. Tal sabedoria é isenta das corrupções humanas,
que fazem parte integrante da sabedoria mundana; não conduz qualquer facção e
nem exaltação de um homem sobre outro: não contempla maldade moral, mas seu
intuito constante é a prática do bem. É inocente de quaisquer motivo dúbio, e
seu intuito é glorificar unicamente a Deus. O trecho de Sabedoria 7.25 atribui
a sabedoria a uma emanação pura da parte de Deus que retém a sua glória e
pureza, e assim não pode ser atingida por nenhuma contaminação.” CHAMPLIN,
Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 6. pag. 60-61.]
2. Mais sete características. Após assegurar a primeira característica da sabedoria que procede de
Deus, a pureza, Tiago elenca outras sete: paciência, moderação, conciliação,
misericórdia, bons frutos, imparcialidade e verdade. Note que, de alguma forma,
todas têm relação com o autodomínio, ou com o "domínio próprio" (Gl
5.22,23 - ARA). O Evangelho adverte-nos a ser mais humanos e parecidos com
Jesus, ou seja, não autoritários, inflexíveis, coléricos, sem misericórdia,
parciais com as pessoas e muito menos mentirosos. Isso porque tais más
qualidades são provenientes da sabedoria demoníaca, animal e terrena (Gl
5.19-21). O Senhor nos chamou para o bem (Ef 2.10). Procuremos fazer o bem com
amor e verdade (Gl 6.9). [Comentário: Novamente
cito Russel Noman Champlin: “Tg 3.17ª ·...pacifica...·
A sabedoria não é ·contenciosa·, nem «facciosa» e nem *beligerante·. Não busca
seus próprios interesses, às expensas de outrem, conforme faz a carnal
sabedoria humana. Pelo contrário, confere a paz; alimenta-se da harmonia. O
trecho de Pro. 3:17, diz acerca da sabedoria: Os seus caminhos são caminhos
deliciosos e todas as suas veredas de paz. Bem-aventurados são os
pacificadores, porquanto serão chamados filhos de Deus. conforme se aprende em
Mat. 5:9. (Quanto a notas expositivas detalhadas sobre a ·paz», com poemas ilustrativos,
ver João 14:27 e 16:33).
·...indulgente... No grego
temos o termo ·piekes·. isto é. Razoável cheio de consideração», ·moderado»,
·gentil», qualidades essas que os homens facciosos e por demais ambiciosos não
possuem. Antes, a sabedoria do homem espiritual é tratável, moderada, sem
temperamento radical.
·...tratável...· No grego é «eupeithes», isto é. ·facilmente
persuadido·, o contrário de ·obstinado», que normalmente é o caráter dos homens
por demais ambiciosos, que se tornam ditadores na igreja. Essa sabedoria é
«aberta à razão·. Pode ver o ponto de vista alheio, mudando suas próprias
opiniões.
·...plena de misericórdia...
Os homens por demais ambiciosos tendem para a crueldade e para o mau
temperamento. A verdadeira sabedoria produz profundo sentimento de misericórdia
no homem interior. Notemos que o homem verdadeiramente sábio será pleno de
misericórdia, tal como Deus. Através de sua misericórdia nos é permitido
continuar em nosso caminho, na direção de Deus e da verdade, apesar de nossas muitas
quedas e erros. O homem sábio segundo 0 mundo, entretanto, não demonstra
misericórdia para com ninguém, e procura fazer nome para si mesmo, de modo
brutal. Tal homem considera as pessoas meramente como objetos a serem usados
para sua própria satisfação e exaltação. Não tem espírito de amor e nem senso
altruísta genuíno; é alguém completamente egocêntrico, e acredita que deveria
ser o centro da vida de outras pessoas, igualmente. Fez de si mesmo um deus, e
destronizou Deus, até onde diz respeito à sua própria pessoa. Tornou-se em um
ateu prático, a despeito das crenças que porventura professe. O indivíduo
dotado de sabedoria falsa, outrossim, tem a boca cheia de maldição c amargura;
mas o homem verdadeiramente sábio é cheio de misericórdia. Este último aplica o
principio do amor cristão em sua vida diária. (Ver Tia. 1:27 e 2:13 quanto à
simpatia do homem bom por aqueles que padecem necessidade, com o resultado que
está sempre pronto a dar do que tem. Já o homem falsamente sábio nada dá;
antes, recolhe tudo quanto pode obter).
Misericórdia: Consideremos os pontos seguintes, a respeito dessa
qualidade cristã: I. Deus é o exemplo supremo de misericórdia (ver Luc. 6:36).
2. A misericórdia nos 6 ordenada nas Escrituras (ver Rom. 12:30 e Col. 2:12).
3. Deve essa qualidade ser gravada no coração (ver Pro. 3:3). 4. Deve ser uma
das características dos crentes (ver Pro. 37:26 e Isa. 57:1). 5. Deve ser
demonstrada com ânimo alegre (ver Rom. 12:8). quanto aos irmãos na fé (ver Zac.
7:9), para com os que sofrem aflições (Luc. 10:37) e até mesmo quanto aos
animais (ver Pro. 12:10). 6. £ beneficente para com aqueles que a exibem (ver
Pro. 11:17). 7. Quem usa de misericórdia é bem-aventurado (ver Mat. 5:7; Pro.
14:21).
...de bons frutos... A sabedoria tem o caráter da misericórdia,
cultivando o fruto do Espírito (ver Gál. 5:22.23); e assim sua vida é repleta
de piedade, sendo transformada para receber a imagem moral de Cristo, que é o
supremo possuidor dessas qualidades. Neste caso. os ·bons frutos· indicam as
·boas obras·. (Comparar com Mat. 21:45: Gál. 5:22; Efé. 5:8 e Fil. 1:11). Uma
vez mais Tiago enfatiza a questão das ·boas obras·. (Ver as notas expositivas
sobre isso, cm Tia. 2:14). Os feitos de bondade e de misericórdia (tal como se
vê cm Tia. 1:27), mui provavelmente estão praticamente em foco.
·...imparcial...· Este
adjetivo, no grego, é ·adiákritos», literalmente, «não-dividido em julgamento»,
sem variação, de todo o coração. Provavelmente isso alude à situação dos
versículos nono e décimo deste capítulo, onde vemos os homens sem sabedoria a
abençoarem a Deus e a amaldiçoarem aos homens. Essa palavra também pode
subentender que o homem verdadeiramente sábio é livre de ·incertezas·
espirituais; e, nesse caso, a questão da ·mente dúplice· está em foco, tal como
cm Tia. 1:6-8. O homem verdadeiramente sábio já se desfez, da mente dúplice,
entre as coisas terrenas e as celestiais; vive exclusivamente para a dimensão
eterna; também pode julgar com imparcialidade, tratando dos homens com justiça
e com honestidade. ·
...sem fingimento...· O homem
verdadeiramente sábio não precisa ser «insincero·, e nem hipócrita, porquanto
nada tem a ocultar, e não busca suas próprias vantagens. O vocábulo aqui usado
é, especificamente, ·sem hipocrisia·. Tal homem não precisa viver como um ator,
desempenhando um papel falso (que é o sentido original do vocábulo). Antes,
vive na sinceridade. (Ver Rom. 12:9; II Cor. 6:16 quanto a outros versículos de
natureza similar). A sabedoria não opera por detrás de uma máscara,
supostamente para o bem de outros, mas na realidade, visando apenas os seus
próprios interesses, conforme fazem certos mestres e lideres exageradamente
ambiciosos nas igrejas. ·Verdadeiramente, essa sabedoria 'não pode ser obtida
em troca de ouro, e nem a prata será pesada como seu preço'. Feliz é o homem
que a encontra'. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 60.]
3. O fruto da justiça (v.18). "Bem-aventurado quem tem fome e sede de justiça" (Mt 5.6). Já
imaginou essa verdade compreendida e assumida por cada crente onde quer que
este esteja? Já imaginou o tipo de mundo que teríamos se compreendêssemos as
implicações reais dos termos "fome" e "sede de justiça"?
Tiago diz que o fruto da justiça na vida do crente deve ser semeado na paz de
Deus. Ele, porém, acrescenta que essa realidade é para os que, sabiamente,
"exercitam a paz". Em outras palavras, é preciso trabalhar pela paz.
Seja sábio, semeie, portanto, o fruto da justiça e tenha paz! [Comentário: No versículo 18, o autor
promete uma bênção final àqueles que servem a Deus e à sua causa sem egoísmo e
sentimento faccioso. Os pacificadores que semeiam em paz colherão a justiça -
este é o mesmo pensamento encontrado em Mt 5.6. Justiça é o fruto da semente
que semeia-se na paz. O espírito do nosso testemunho cristão é quase tão
importante para o progresso do Reino quanto a verdade que proclamamos. O autor
aqui ecoa o ensinamento do nosso Senhor quando Ele disse: “Bem-aventurados os
pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9). Nenhum de
nós sabe na prática o que significa ter fome e sede, visto que, talvez, nunca
tenhamos sentido fome e sede de verdade, o máximo que já sentimos foi
“apetite”. O que Jesus estava ensinando sobre a fome e a sede era algo real e
bem claro para os seus ouvintes. Eles sabiam o que Jesus queria dizer com isso.
Segundo os estudiosos bíblicos, o significado dos termos “fome e sede” sugere
uma necessidade extrema, desesperadora e muito dolorida. A fome e a sede doem.
Uma pessoa sedenta, em um deserto, sente os seus músculos repuxarem, sente o
seu estomago queimar, perde o senso do perigo diante de uma possibilidade de
saciar a sua necessidade premente. É exatamente desse tipo de necessidade
extrema que Jesus está falando, só que direcionada à justiça. Sobre essa busca
incansável pela justiça, Martyn Lloyd-Jones afirmou: “A menos que tenhamos fome
e sede de justiça, jamais haveremos de obtê-la, nunca haveremos de experimentar
aquela plenitude que nos foi prometida”. Jesus está ensinando que devemos
envidar todos os nossos esforços em busca de uma vida reta, íntegra, justa. Ele
mostra que da mesma forma que um faminto faz qualquer coisa para ter a sua fome
saciada, assim também o cidadão do reino de Deus deveria fazer em relação à
justiça. John MacArthur afirmou: “O versículo para estudo fala de um desejo
muito forte, uma intensa busca, uma força apaixonada que existe dentro de nós,
uma ambição”. Devemos almejar a justiça mais do que as próprias necessidades
físicas que temos. Sobre essa fome e sede Martyn Lloyd-Jones escreveu: “Ter
essa fome e sede de justiça, entretanto, também significa que temos profunda
consciência de que precisamos ser libertados, de que precisamos do Salvador, de
que percebemos a nossa desesperadora situação e de que temos consciência de que
a menos que nos sejam providos um Salvador e a salvação, na verdade estaremos
inteiramente destituídos de esperança”. Buscar a justiça não é apenas ingressar
em alguma “ONG” em defesa dos direitos dos mais fracos, dos oprimidos, do
consumidor injustiçado ou outra coisa qualquer, mas, antes de tudo, olhar para
dentro de nós mesmos e perceber que aos olhos de Deus somos totalmente
reprováveis, sem a mínima condição de se auto-aprovar. O nosso melhor diante de
Deus não passa de lixo. Jesus está falando não de uma justiça externa, de uma
forma de comportamento, ele está falando a respeito de uma transformação
interior, do reconhecimento do nosso pecado e da nossa miséria e da busca da
justiça de Cristo. O verdadeiro cidadão do céu é justificado pela justiça que
Cristo conquistou na cruz. Jesus está afirmando que as nossas ações, boas
obras, caridades, por melhores que sejam, por mais bem intencionadas, não
conseguem nos justificar diante do Senhor. Somente aquele que reconhece a sua
total necessidade e clama pela justiça divina, consegue saciar a fome e a sede
da sua alma. Ninguém consegue viver sem água e comida, ninguém consegue viver
espiritualmente sem a justiça de Cristo. John MacArthur escreveu: “Mas todos os
horrores imagináveis da fome perdem a importância quando comparados ao horror
da fome espiritual não satisfeita e da sede espiritual não saciada”. Almeje e
busque com todo o ardor saciar essa fome e sede em Deus, pois ele continua
convidando: “Vinde a mim e eu vos aliviarei”. Carlos Henrique, Felizes os
famintos e sedentos por justiça. http://www.mackenzie.br/justica.html]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
A sabedoria que vem do alto é pura, moderada, misericordiosa, imparcial e
repleta de bons frutos e obras de
justiça.
CONCLUSÃO
A nossa conduta pessoal demonstrará
se temos a "sabedoria do alto", que é pura, pacífica, moderada,
tratável, cheia de misericórdia, de bons frutos, sem parcialidade e sem
hipocrisia; ou se somos portadores da terrena, animal e diabólica, que produz
inveja, espírito faccioso, perturbação e obras perversas. Qual o tipo de
sabedoria está presente em sua vida? Fomos chamados a não tomar a forma deste
presente século, mas para isso precisamos da sabedoria do alto. Só assim
produziremos frutos que se coadunam com a sabedoria que vem do alto. Busque a
verdadeira sabedoria no Senhor com fé e você será um testemunho vivo do poder
de Deus! [Comentário: “Quem dentre vós é sábio e
entendido? Mostre pelo seu bom procedimento as suas obras em mansidão de
sabedoria.” Os gregos buscavam a sabedoria terrena, Paulo buscava a espiritual,
que é conhecer a Cristo. Paulo escreve aos Colossenses (Cl 2.20-23) que a
sabedoria humana é baseada no estabelecimento de leis, mas, que esse tipo de
conhecimento, tem uma aparência de sabedoria e humildade fingida, mas que não
tem poder sobre os desejos da carne. E nem pode Ter. Porque o que anula o poder
da carne é conhecer a Cristo. É apaixonar-se por Ele. É desejar a santidade
porque Cristo assim o quer. É amar o que Ele ama, é sonhar os sonhos dEle. E
isso, a sabedoria humana e o conhecimento de algumas coisas sobre o Senhor não
pode lhe proporcionar. Só o conhecimento pelo relacionamento. Ser sábio
biblicamente não significa necessariamente ser culto e ser capaz de armazenar
muitos conhecimentos. Por isso, quando precisa de conselho, não vai
necessariamente à pessoa mais culta que você conhece. Poderá encontrar apenas
uma ignorância aparentemente sofisticada. A pessoa mais culta nem sempre é a
mais sábia. A sabedoria de Deus é andar
e não falar.]
“NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e
isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere!
Hoje, em Recife-PE
Agosto de 2014.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2007.
ARRINGTON,
French L; STRONSTD (Eds.). Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2. 4. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2009.
EXERCÍCIOS
1. Segundo as Escrituras, quem é sábio?
R. De acordo com o que nos ensina Tiago, é aquela pessoa que
apresenta "bom trato com os outros" e "obras de
mansidão".
2. Qual é a fonte da verdadeira sabedoria?
R. O temor ao Senhor.
3. O que impera onde há “inveja” e “espírito faccioso”?
R. O mal.
4. Qual é a primeira qualidade da “sabedoria que vem do alto”,
ressaltada por Tiago?
R. A pureza
5. Quais são as sete características da sabedoria que procede de Deus,
elencadas por Tiago?
R. Paciência, moderação, conciliação, misericórdia, bons
frutos, imparcialidade e verdade.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2014 - CPAD - Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos
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