|
3º Trimestre de 2014
|
|
Lição 8
|
|
24
de Agosto de 2014
|
|
O cuidado com a língua
|
|
TEXTO ÁUREO
|
|
“Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não
tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear
todo o corpo” (Tg 3.2).
|
|
VERDADE
PRÁTICA
|
|
A
nossa língua pode destruir vidas, portanto, sejamos cuidadosos com o que
falamos.
|
|
HINOS
SUGERIDOS
|
|
77,
224, 302.
|
|
LEITURA DIÁRIA
|
||||||||||||
|
|
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tiago 3.1-12.
1 - Meus irmãos,
muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.
2 - Porque todos
tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é
perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo.
3 - Ora, nós pomos
freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo
o seu corpo.
4 - Vede também as
naus que, sendo tão grandes e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem
pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa.
5 - Assim também a
língua é um pequeno membro e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande
bosque um pequeno fogo incendeia.
6 - A língua também é
um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros,
e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo
inferno.
7 - Porque toda a
natureza, tanto de bestas-feras como de aves, tanto de répteis como de animais
do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana;
8 - mas nenhum homem
pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha
mortal.
9 - Com ela bendizemos
a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus:
10 - de uma mesma boca
procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim.
11 - Porventura, deita
alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?
12 - Meus irmãos, pode
também a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? Assim, tampouco pode
uma fonte dar água salgada e doce.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
- Analisar a responsabilidade dos mestres na igreja;
- Conscientizar-se a respeito da capacidade da nossa língua, e
- Rejeitar a possibilidade de alguém utilizar a língua de modo ambíguo.
PALAVRA CHAVE
Língua: Órgão muscular situado na boca
e na faringe responsável pelo paladar e auxiliar na mastigação, na deglutição e
na produção de sons.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nessa lição veremos o quanto o
crente deve ser cuidadoso na maneira de falar com os outros. Tema do terceiro
capítulo da epístola, o meio-irmão do Senhor escreve sobre um pequeno membro do
nosso corpo: a língua. Este acanhado, mas poderoso órgão humano, pode destruir
ou edificar a vida das pessoas. Por isso, a nossa língua deve ser controlada
pelo Espírito Santo a fim de sermos canais de bênçãos para aqueles que nos
ouve. [Comentário: Entramos com esta lição no
terceiro capítulo da epístola de Tiago, ricos ensinamentos do apóstolo quanto
ao uso da língua. Tiago discorre belamente acerca do poder que há neste pequeno
órgão: o poder de abençoar e de destruir (Tg 3.1-12). A comunicação é a chave
para um relacionamento saudável. Dependendo da maneira como nos comunicamos,
podemos dar vida ou matar um relacionamento. O verdadeiro cristão deve saber se
controlar tanto verbal quanto emocionalmente. Deve saber lidar com a palavra e
também com a ira. Por isso, Davi orava a Deus e pedia: “Põe, Senhor, uma guarda
à minha boca; vigia a porta dos meus lábios!” (SI 141.3). Tiago faz dos
primeiros versículos do capítulo três um verdadeiro tratado a respeito da
disciplina da língua. Tiago está preocupado com as palavras bem como com as
obras do cristão!] Tenhamos todos uma excelente e
abençoada aula!
I. A
SERIEDADE DOS MESTRES (Tg 3.1,2)
1. O rigor com os mestres. A palavra hebraica para mestre é rabbi, cujo significado é “meu mestre”.
Os mestres eram honrados em toda a comunidade judaica, gozando de grande
respeito e prestígio. Na realidade, o ofício rabínico era uma das posições mais
almejadas pelos judeus, pois era notória a influência dos mestres sobre as
pessoas (Mt 23.1-7). Daí o porquê de muitos ambicionarem tal posição. E é
exatamente alarmado por isso que Tiago inicia então o capítulo três,
referindo-se aos que acalentavam essa aspiração, visando obter prestígio,
privilégio e fama, a que tivessem cuidado (v.1). Antes de almejarmos o ministério
da Palavra devemos estar cônscios de nossa responsabilidade e de que um dia o
Altíssimo nos pedirá conta dos atos e dos talentos a nós dispensados. [Comentário: Os
mestres são responsáveis não só por eles mesmos, mas também por todos aqueles
que eles influenciam (Mt 23). Os líderes são julgados por um padrão mais alto
do que aqueles que os seguem. 1 Tm 3 e Tt 1 dão grande atenção aos detalhes,
mas aqui Tiago relembra que aqueles em posições de liderança serão responsáveis
por exemplificar Jesus Cristo em espírito e comportamento, bem como em suas
palavras e deveres. O Comentário Bíblico Beacon comenta o texto de Tiago 3.1
assim: “O sentido do versículo 1 está
claramente expresso por Moffatt: “Meus irmãos, não insistam em tornar-se
mestres; lembrem-se: nós mestres seremos julgados com mais rigor”.
Aparentemente a ânsia entre os primeiros cristãos de assumir o papel de mestres
(professores) motivou Tiago a escrever essa seção da sua carta. Para uma melhor
compreensão dessa passagem, Lenski argumenta que “deveríamos lembrar que nas
primeiras igrejas qualquer membro podia falar nas reuniões. O texto de 1
Coríntios 14.26-34 é instrutivo: qualquer irmão pode contribuir com alguma
palavra. No entanto, Paulo coloca restrições: essa contribuição deve ocorrer
apenas com o propósito da edificação; ela deve ocorrer com a devida ordem.
Tiago apresenta as mesmas ideias”. Mais uma vez, Tiago identifica-se com os seus
leitores: Meus irmãos. Essas admoestações não têm a intenção de proibir
qualquer cristão de fazer o que for possível para orientar outras pessoas na
vida e conduta cristã. Elas visam lembrar-nos das nossas responsabilidades em
vez de impedir-nos das nossas obrigações. A advertência é dirigida às pessoas
teimosas e àqueles que estão procurando fama (cf. Mt 23.8-10). Tiago está
dizendo: Não sejam ansiosos por dirigir a vida dos outros, porque essa tarefa
requer uma grande responsabilidade. Presume-se que o mestre tenha um
conhecimento maior; essa luz adicional requer vida mais intensa. Se falharmos,
receberemos mais duro juízo porque temos menos desculpas para errar”. A.
F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag.
173-174.].
2. A seriedade com os mestres na
igreja (v.1). Em Mateus 5.19 lemos sobre a
advertência de Jesus quanto à seriedade e a fidelidade dos discípulos no ensino
do Evangelho. Devido a sua importância, Jesus estabeleceu o ensino como um meio
de propagar o Evangelho a toda criatura e, assim, ordenou a sua Igreja que
fizesse seguidores do Caminho pelo mundo (Mt 28.19,20). É interessante notarmos
o paralelo que Tiago faz em relação à advertência proferida por Jesus em tempo
anterior: Quem foi vocacionado para ser mestre não pode ter o “espírito” dos
fariseus, mas o de Cristo (Mc 12.38-40). [Comentário: Os mestres na Igreja serão
julgados não tanto pelo que eles realizam, mas pelo caráter que revelam - quem
eles são diante daquilo que fazem. Esse alto padrão não se aplica tanto às
realizações do líder quanto à condição de seu coração e espírito. Na igreja
primitiva, os mestres eram muito importantes. Tanto a sobrevivência como a
profundidade espiritual dos crentes dependia deles. Na igreja de Antioquia, os mestres
tinham o mesmo status que os profetas que enviaram a Paulo e Barnabé (veja At
13.1). Os mestres eram o ponto de contato para todos os novos crentes, porque
os convertidos precisavam receber instrução sobre os fatos do Evangelho, e os
professores os edificavam na fé.].
3. Perfeição que domina o corpo
(v.2). Quem domina ou controla a sua
língua, sem cometer delitos (excessos, descontroles, julgamentos precipitados,
difamações, etc.), sem dúvida, é “perfeito”. O controle da língua significa que
a pessoa tem a capacidade de controlar as demais áreas da vida, pois a língua é
poderosa “para também refrear todo o corpo”. Quem tem domínio sobre a língua,
tem igualmente o coração preservado, pois a boca fala do que o coração está
cheio. Discipline-se! Faça um propósito com Deus e consigo mesmo: não empreste
os seus lábios para fazer o mal. [Comentário: Já no primeiro capítulo
Tiago traça uma marca do cristão maduro: a capacidade de controlar a língua
(veja I.I9, “ser tardio para falar”). Mais uma vez cito o Comentário Bíblico
Beacon: “O apóstolo nos lembra que todos
tropeçamos em muitas coisas (v. 2). Uma tradução mais correta seria: “Todos nós
cometemos erros” (RSV). Todos nós podemos tropeçar (cf. 1 Co 10.12); todos nós
temos grandes chances de cometer equívocos e somos propensos a errar; por isso,
corremos sérios riscos ao assumir voluntariamente o papel de guia. Wesley
comenta: “Não coloque mais sobre as suas costas do que Deus confiou a vocês,
visto que é tão difícil não ofender ao falar muito”.
Tiago usa
o artifício da repetição de palavras para aumentar a ênfase. “Tropeçamos” em 2a
é seguido de tropeça em 2b. Ele diz que se alguém não tropeça em palavra — se
não cometemos erro no falar — podemos ser considerados homens perfeitos. Aquele
que controla suas palavras pode refrear (guiar ou controlar) toda a sua
conduta. Isso provavelmente não é um termo literal porque um homem poderia
manter sua fala sob controle e mesmo assim pecar de outra forma. Tiago está
usando um tipo de provérbio — uma generalização para enfatizar o lugar-chave da
fala na vida cristã. Ela é comparável à afirmação de Jesus: “Porque por tuas
palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado” (Mt 12.37). O
que Tiago quer dizer com varão [...] perfeito? O adjetivo perfeito (teleios)
normalmente refere-se ao propósito ou função do substantivo modificado. Nesse
contexto, poderia significar: “aqueles que alcançam plenamente o seu elevado
chamado”. O cristão que é cristão no seu falar está agradando plenamente a Deus.
Ele é varão [...] perfeito, no sentido que Jesus ordenou aos seus discípulos a
usar um falar franco e direto (Mt 5.37) e então acrescentou: “Sede vós, pois,
perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.48). A luz
dessa verdade um cristão apenas pode se unir à oração do Salmista: “Sejam
agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua
face, Senhor, rocha minha e libertador meu!” (SI 19.14)”. A. F. Harper. Comentário
Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 174.].
SINOPSE DO TÓPICO (1)
A língua é um pequeno órgão do nosso corpo, porém seu poder é comparado a
um fogo destruidor.
II. A CAPACIDADE DA LÍNGUA (Tg 3.3-9)
1. As pequenas coisas no governo do
todo (vv.3-5). Tiago faz uma analogia acerca da
nossa capacidade de usarmos a língua. Ele remete-nos ao exemplo do leme dos
navios e do freio dos cavalos. Apesar de tais objetos serem pequenos, porém,
são fundamentais para controlar e dirigir transportes grandes e pesados. Assim,
o apóstolo nos mostra que, apesar de pequena, a língua é capaz de realizar
grandes empreendimentos — edificantes ou destrutivos. Como um pequeno membro é
capaz de “acender um bosque inteiro”? [Comentário: A língua
é um pequeno membro (v. 5), mas seu poder e influência para o bem e o mal são
desproporcionais ao seu tamanho. A palavra “refrear” ilustra o uso do freio nas
bocas dos cavalos: um pequeno membro, mas seu tamanho não é a verdadeira medida
da significância das nossas palavras. O Comentário do Novo Testamento Aplicação
Pessoal (Editora CPAD) traz o seguinte comentário: “O que estas coisas têm em comum? Todas elas são pequenas, mas são
controladores muito eficientes - elas controlam alguma coisa muito maior que
elas mesmas. Tiago está explicando o poder destruidor das nossas palavras. Nós
vemos isto evidenciado na história, quando ditadores como Adolf Hitler, o
aiatolá Khomeini, Josef Stalin e Saddam Hussein usaram suas palavras para
mobilizar as pessoas para destruir outras. Nós vemos isto evidenciado nas
divisões da igreja e na ruína da reputação de um pastor. E nós vemos como a
violência verbal no lar pode destruir a própria personalidade e a natureza
humana de cônjuges e crianças. Satanás usa a língua para dividir as pessoas e
colocá-las umas contra as outras. As palavras ociosas são prejudiciais porque
elas espalham a destruição rapidamente. Não devemos ser descuidados com as
nossas palavras, pensando que poderemos pedir desculpas mais tarde, porque,
mesmo fazendo isto, o estrago permanecerá. Poucas palavras pronunciadas com ira
podem destruir um relacionamento que levou anos para ser construído. Lembre-se
de que as palavras são como o fogo; elas não podem controlar nem reverter o
estrago que fazem.” Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 678.]
2. “A língua também é um fogo”
(vv.6,7). Quantas pessoas não frequentam
mais as nossas reuniões porque foram feridas com palavras? Você já se fez essa
pergunta? É preciso usar nossa língua sabiamente, pois “a morte e a vida estão
no poder da língua [...]” (Pv 18.21). Grande parte dos incêndios nas florestas
inicia através de uma pequena fagulha. Todavia, essa faísca alastra-se podendo
destruir grandes áreas de vegetação. Da mesma forma, são as palavras por nós
pronunciadas. Se não forem proclamadas com bom senso, muitas tragédias podem
acontecer. [Comentário: A verdadeira fonte de um
mal que não se pode refrear causado pela língua é o inferno. De um lado, a
língua cospe peçonha mortal; do outro, é manipulada por espíritos do mal.
Portanto, nenhum homem pode domar a língua! Interessante notar que o próprio Jesus
Cristo disse que a boca fala daquilo que o coração está cheio (Mt 12.34). Se o
coração é mau, a palavra que vai sair da boca é má. A incoerência da língua
está no fato de que com ela bendizemos a Deus e também amaldiçoamos ao irmão,
criado à imagem e semelhança de Deus. O Rev. Hernandes Dias Lopes, Pastor
Titular da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória-ES, escreve em sua obra
intitulada TIAGO Transformando provas em
triunfo (Editora Hagnos): “Tg 3.3-5 Nós podemos conduzir uma multidão pela
maneira como falamos, tanto para o bem como para o mal. Martin Luther King foi
um pastor batista, cujo pai e avô também tinham sido pastores. Sua liderança
foi fundamental para o sucesso do movimento de igualdade de direitos civis
entre negros e brancos nos Estados Unidos, nos idos de 1960. Enquanto exercia
seu ministério em Montgomery, Alabama, relacionou-se com um grupo de militantes
dos direitos civis e tornou-se conhecido ao liderar um movimento contra a
segregação racial nos ônibus da cidade. Em agosto de 1963, a campanha antirracista
atingiu o auge, quando mais de 200.000 pessoas participaram de uma concentração
diante do monumento de Lincoln, em Washington. Na ocasião, Luther King
pronunciou seu famoso discurso “Eu tenho um sonho”. Ele disse à multidão
presente, bem como aos pósteros: “Eu tenho um sonho, de que um dia, em meu
país, os meus filhos sejam julgados não pela cor da sua pele, mas pela
dignidade de seu caráter”. Em 1964, ano em que Martin Luther King ganhou o
Prêmio Nobel da Paz, o governo americano sancionou a lei dos direitos civis,
favorável às minorias raciais. Martin Luther King foi assassinado por um
atirador branco em Memphis, no Tennessee, em 4 de abril de 1968. Ele tombou
como mártir da sua causa, mas deixou depois de si, um país melhor, mais justo e
mais humano. Mas a língua também pode induzir as pessoas à prática do mal.
Adolf Hitler era um orador que eletrizava as massas e conduzia multidões
inteiras à loucura e às práticas extremamente cruéis e desumanas. Ele usou sua
oratória para levar a Alemanha à guerra. Suas ideias foram despejadas como
ácido do inferno sobre a mente do povo alemão. Até hoje ficamos perplexos e
atordoados ao vermos filmes como O Holocausto, A Lista de Schindler e O
Pianista. Esses filmes retratam a realidade crua e perversa da destruição em
massa do povo judeu nos campos de concentração nazistas. A língua tem o poder
de dirigir tanto para o bem como para o mal. Tiago usa duas figuras para
mostrar o poder da língua: o freio e o leme (3.3,4). Para que serve um cavalo
indomável e selvagem? Um animal indócil não pode ser útil, antes, é perigoso.
Mas, se você coloca freio nesse cavalo, você o conduz para onde você quer.
Através do freio a inclinação selvagem é subjugada, e ele se torna dócil e
útil. Tiago diz que a língua é do mesmo jeito. Se você consegue controlar a sua
língua, também conseguirá dominar os seus impulsos, a sua natureza e canalizar
toda a sua vida para um fim proveitoso. Tiago usa também a figura do leme. Um
navio transatlântico é dirigido para lá ou para cá, pelo timoneiro, por meio de
um pequeno leme. Imagine o que seria um navio sem o leme. Colocaria em risco a
vida dos tripulantes, a vida dos passageiros e a carga que transporta. Isso
seria um grande desastre. Sem leme, um navio seria um instrumento de morte, de
naufrágio, de loucura. O leme, porém, pode conduzir esse grande transatlântico,
fugindo dos rochedos, das rochas submersas e pode transportar em paz e segurança
os passageiros, os tripulantes e a carga que nele está. O que Tiago está
dizendo é que se nós não controlarmos a nossa língua, nós seremos como um
transatlântico sem leme e sem direção. Se não controlarmos nossa língua, vamos
nos arrebentar nos rochedos, vamos nos destruir e vamos ainda destruir quem
está perto de nós, porque a língua tem poder de dirigir para bem ou para o mal.”
LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo. Editora
Hagnos. pag. 61-63.]
3. Para dominar a língua. Ainda no versículo sete, Tiago faz outra ilustração em relação ao tema do
uso da língua. Ele mostra que a natureza humana conseguiu domar e adestrar as
bestas-feras, as aves, os répteis e os animais do mar. Mas a língua do ser
humano até hoje não houve quem fosse capaz de dominar. Por esforço próprio o
homem não terá forças para domar o seu desejo e as suas vontades. Mas quando
Deus passa a nos governar, a língua do crente deixa de ser um órgão de
destruição e passa a ser um instrumento poderoso e abençoador, usado para o
louvor da glória do Eterno. A fim de dominar a nossa língua, devemos entregar o
nosso coração inteiramente ao Senhor, “Pois do que há em abundância no coração,
disso fala a boca” (Mt 12.34). [Comentário: A terceira figura de
Tiago que contrasta a magnitude da causa e a extensão dos efeitos também
introduz a ideia dos resultados trágicos do falar incontrolado: Vede quão
grande bosque um pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo (w. 5-6).
Tiago agora descreve a língua perversa. Easton traduz: “Neste mundo de
injustiça, a língua é colocada entre os nossos membros”. 5 Esse fogo destrói
com o seu calor e contamina todo o corpo (v. 6) com sua fumaça. O incêndio
inflamado por uma língua descontrolada é causado pelo Diabo; é inflamada pelo
inferno. O curso da natureza é interpretado da seguinte forma: “O curso normal
dos afazeres humanos é inflamado — tornando-se destrutivo para a humanidade —
por línguas perversas”. “Você e eu não existimos meramente como entidades
separadas. Cada um de nós não é como uma casa separada da outra [...] Tiago nos
vê como casas que estão reunidas em uma grande cidade. Um fogo que acende uma
casa, logo se espalhará e se tomará um grande incêndio destrutivo”. O sentido
do versículo todo é bastante claro na Bíblia Viva: “E a língua é uma chama de
fogo. Está cheia de maldade e envenena todos os membros do corpo. E é o próprio
inferno que ateia fogo à língua, que pode transformar toda a nossa vida numa
chama ardente de destruição e desastre”. A. F. Harper. Comentário Bíblico
Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 175.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Aprendemos com o meio-irmão do Senhor que embora a língua seja um pequeno
órgão do nosso corpo, ela tem poder para edificar e destruir pessoas e
instituições. Precisamos submeter este pequeno órgão ao Criador.
III. NÃO PODEMOS AGIR DE DUPLA MANEIRA (Tg 3.10-12)
1. Bênção e maldição (v.10). Tiago até reconhece a possibilidade de alguém usar a língua de modo
ambíguo. Entretanto, deve a mesma língua que expressa o amor a Deus, deixar-se
usar para destruir pessoas? Apesar de o meio-irmão do Senhor dizer que tudo que
existe obedece sua própria natureza, se experimentamos o novo nascimento,
tornamo-nos uma nova criação, isto é, adquirimos outra natureza. Esta tem de
ser manifesta em nosso falar e agir. Portanto, se você foi transformado pela
graça de Deus mediante a fé de Cristo, a sua língua não pode ser um instrumento
maligno. A fofoca, a mentira, a calúnia e a difamação são obras carnais e não
podem ter lugar em nossa vida. [Comentário:
O que se tem dito até com Tiago, não implica dizer que a língua seja
incapaz de falar o bem, de abençoar. Ele afirma que este pequeno órgão é
notadamente inconstante, e está propensa a falar mal. Como é estranho que a
língua consiga bendizer a Deus e Pai, em um momento, e, a seguir, amaldiçoar os
homens. Devemos ter, pelos seres humanos, a mesma atitude de respeito que temos
por Deus, porque eles foram criados à sua imagem. Mas temos esta Língua
horrível de duas faces, de modo que de uma mesma boca procede bênção e
maldição. Quando entrava no santuário, o sumo sacerdote de Israel trazia na
cobertura de sua cabeça as palavras: “SANTO
PARA O SENHOR” (Êx 28.36; 39.30), isto
é, ele era propriedade de Deus e reservado exclusivamente ao serviço dEle. Do
mesmo modo nosso Senhor, que nos “comprou
por preço” (1Co 6.20), visa praticamente “inscrever” a frase “SANTO PARA O SENHOR” em nossa vida, em
especial sobre nossa língua e nossos lábios, declarando-nos pertencentes a ele
e reservados exclusivamente para o seu serviço (Sl 51.17; 71.23). A carta de
Tiago é pregação em prol da santificação, e da santificação também faz parte da
“nova natureza agradável a DEUS” Christoph Blumhardt citado por Fritz
Grunzweig, no Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.]
2. Exemplos da natureza (vv.11,12). O líder da igreja de Jerusalém usa dois exemplos da natureza para apontar
a incoerência de agirmos duplamente. Tiago questiona a possibilidade de a fonte
que jorra água doce jorrar igualmente água salgada. Para provar a
impossibilidade natural deste fenômeno, o meio-irmão do Senhor pergunta, de
maneira retórica, se uma figueira poderia produzir azeitonas, e a videira,
figos. Naturalmente, a resposta é um sonoro não! Portanto, a pessoa que bendiz
ao Senhor não maldiz o próximo. Se Deus é amor, como podemos odiar alguém? [Comentário: Essa contradição na
conduta é tão desnatural quanto imoral. A palavra Porventura espera um
claro “não” como resposta. O sentido
é: “Você certamente não espera isso,
espera?”. Ninguém que visita fontes salgadas, como as que podem ser
encontradas próximo ao Mar Morto, esperaria encontrar água salgada e água doce
vindo da mesma fonte. E se isso ocorresse, a água salgada estragaria a doce; a
má estragaria a boa. O pomar e a vinha ensinam a mesma verdade. “Conhece-se o
fruto pela árvore”. Jesus lembrou aos seus ouvintes que não se colhem “uvas dos
espinheiros ou figos dos abrolhos” (Mt 7.16). Tiago faz eco a essa verdade
quando pergunta: pode também a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos?
(v. 12).]
3. Uma única fonte. Aquele que bebe da água da vida não pode fazer jorrar água para morte.
Quem bebe da água limpa do Cristo de Deus não pode transbordar água suja.
Portanto, a palavra proferida por um discípulo de Cristo deve edificar os
irmãos, dar graça aos que ouvem e sarar quem se encontra ferido. [Comentário: Cito mais uma vez a obra
do Rev. Hernandes Dias Lopes, quando ele comenta Tg 3.12: “Na Palestina, região árida e seca, quando se fala em fonte, fala-se de
um lugar muitíssimo precioso. A fonte é um lugar onde os sedentos, os cansados
chegam e encontram alento, vida, força, ânimo e coragem para prosseguirem a
caminhada da vida. A Bíblia fala de Agar perambulando no deserto com seu filho
Ismael. A água acabou, a sede implacável a dominou e o desespero tomou conta
dela e do seu filho. Sem esperança, sentou-se longe do seu filho para chorar,
pois não tinha coragem de vê-lo morrer na ânsia da sede implacável. Mas, do céu
o anjo de Deus lhe falou. Mostrou-lhe uma fonte a jorrar água perto de Ismael e
a esperança brotou em sua alma, a vida floresceu em seu peito e o futuro sorriu
para ela (Gn 21.15-21). Assim é uma palavra boa: traz alento em meio ao
cansaço; traz esperança em meio ao desespero; traz vida no portal da morte. Que
bênção! Você poder usar sua língua como uma fonte de refrigério para as
pessoas, para abençoá-las, encorajá-las e consolá-las. Como é precioso trazer
uma palavra boa, animadora e restauradora para uma alma aflita. A principal
marca do cristão maduro é ser parecido com Jesus, o varão perfeito. Uma das
principais características de Jesus era que sempre que uma pessoa chegava
aflita perto dele saía animada, restaurada, com novo entusiasmo pela vida.
Quando as pessoas chegam perto de você, elas saem mais animadas e encantadas
com a vida? Elas saem cheias de entusiasmo, dizendo que valeu a pena conversar
com você? Você tem sido uma fonte de vida para as pessoas? Sua família é
abençoada pelas suas palavras? Seus colegas de escola e de trabalho são
encorajados com a maneira de você falar?” LOPES. Hernandes Dias. TIAGO
Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag. 68.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Como servos de Deus, não podemos utilizar nossa língua para expressar
palavras de adoração ao Senhor e em seguida utilizá-la para destruir o nosso
próximo.
CONCLUSÃO
Uma vez Salomão disse que a boca do
justo é manancial de vida (Pv 10.11), e que as palavras da boca do homem são
águas profundas (Pv 18.4). Tomemos o devido cuidado com a maneira como usamos a
nossa língua. Não esqueçamos que, no dia do Juízo, daremos conta a Deus de toda
palavra ociosa proferida pela nossa boca (Mt 12.36). [Comentário: O que os
ímpios dizem não é ouvido ou assimilado: a violência deles cancela isso. A
imagem do poço, usada por Tiago, nos convida a uma reflexão séria: não jorra
simultaneamente água doce e água salobra. O homem ímpio tem essa estranha
mistura constantemente. Meus irmãos, importa não sermos hipócritas, a
circunstância de que de nossa vida sempre brotam duas coisas distintas, e isso
se explica pelo fato de que somos abastecidos a partir de duas fontes
diferentes: o Espírito Santo de Deus que habita em nós e a nossa natureza
carnal, humana e dacaída que luta ferozmente para reconquistar a soberania em
nosso ser. Por isso importa suplicar como João Calvino: “Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere!” (O meu coração
ofereço a Ti, Senhor, pronto e sincero!). Igualmente é necessário que não
corramos para lá e para cá, mas que nossa comunhão com Jesus se torne sólida e
constante (Jo 7.38; Cl 2.7;Hb 13.9).]
“NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e
isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere!
Hoje, em Recife-PE
Agosto de 2014.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ARRINGTON,
French L; STRONSTD (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2.
4ª Edição. RJ, CPAD, 2009.
EXERCÍCIOS
1. Qual é a palavra
hebraica utilizada para mestre? Qual é o seu significado?
R.
A palavra hebraica para mestre é rabbi, cujo
significado é “meu mestre”.
2. Devido a sua
importância, como Jesus estabeleceu o ensino?
R.
Jesus estabeleceu o ensino como um meio de propagar
o Evangelho a toda criatura e, assim, ordenou a sua Igreja que fizesse
seguidores do caminho pelo mundo (Mt 28.19,20).
3. O que significa o
controle da língua?
R.
O controle da língua significa que a pessoa tem a
capacidade de controlar as demais áreas da vida, pois a língua é poderosa “para
também refrear todo o corpo”.
4. Segundo a lição, o
que devemos fazer a fim de dominar a nossa língua?
R.
A fim de dominar a nossa língua, devemos entregar o
nosso coração inteiramente ao Senhor, “pois do que há em abundância no coração,
disso fala a boca” (Mt 12.34).
5. De acordo com
Salomão, o que são as palavras da boca do homem (Pv 18.4)?
R.
As palavras da boca do homem são águas profundas
(Pv 18.4).
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2014 - CPAD - Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos
subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e
não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um
e-mail indicando qual o texto.