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2º Trimestre de 2014
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Lição 13
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29
de Junho de 2014
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A multiforme
Sabedoria de Deus
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TEXTO ÁUREO
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“Para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de
Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10).
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VERDADE
PRÁTICA
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A
multiforme sabedoria de Deus vai além da compreensão humana e é demonstrada
ao mundo pela Igreja de Cristo.
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HINOS
SUGERIDOS
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10,
330, 440.
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LEITURA DIÁRIA
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 3.8-10; 1 Pedro 4.7-10.
Efésios 3
8 - A mim, o mínimo de
todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio
do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo
9 - e demonstrar a
todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos, esteve oculto
em Deus, que tudo criou;
10 - para que, agora,
pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e
potestades nos céus,
1 Pedro 4
7 - E já está próximo
o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigiai em oração.
8 - Mas, sobretudo,
tende ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá a multidão de
pecados,
9 - sendo
hospitaleiros uns para os outros, sem murmurações.
10 - Cada um
administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da
multiforme graça de Deus.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
- Conhecer o caráter diverso dos dons espirituais e ministeriais;
- Estudar as qualidades dos bons despenseiros dos mistérios divinos,
- Correlacionar os dons espirituais com o fruto do Espírito.
PALAVRA CHAVE
Multiforme: Várias formas; diversas
maneiras; numerosos estados.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O Altíssimo revelou para a Igreja um
mistério oculto desde a fundação do mundo. Pelo Espírito Santo, o Senhor trouxe
luz para o seu povo usando os “seus santos apóstolos e profetas” para mostrar
que esse mistério é Cristo em nós, a esperança da glória. Era a multiforme
sabedoria do Pai manifestando-se para pessoas simples como eu e você. [Comentário: No encerramento
deste trimestre, estudaremos os dons espirituais e ministeriais, os quais revelam
que Deus tem muitas maneiras de agir e que a unidade da Igreja é construída em
meio à diversidade. “O Senhor, com
sabedoria, fundou a terra; preparou os céus com inteligência” (Pv 3.19). A
sabedoria de Deus e sua inteligência divina sempre agiram juntas para que o
Eterno alcançasse seus objetivos e propósitos, ao criar todas as coisas.
Encerrando o estudo dos dons espirituais, concluímos que a sabedoria de Deus transcende
a tudo o que nossa limitada percepção pode compreender. Ela é multiforme, sendo
manifestada desde a criação de todas as coisas, numa demonstração de
planejamento perfeito, jamais alcançado pela mente humana. Em Salmos
encontramos esta declaração: “Ó Senhor,
quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia
está a terra das tuas riquezas” (SI 104.24). É por isso mesmo que o
incrédulo é chamado de néscio, porque em sua arrogância e presunção, não
percebe que Deus se mostra através da Revelação Geral - o universo, o
macrocosmo, a imensa complexidade do microcosmo, observado nos microuniversos
das células ou das moléculas dos elementos da natureza, não podem ter sido
fruto do acaso cego, mas de uma mente sobrenatural, dotada de sabedoria e
inteligência além da imaginação limitada do homem.] Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!
I. OS
DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS
1. São diversos. Na passagem bíblica de 1 Coríntios 12.8-10 são mencionados nove dons do
Espírito Santo. Há outros dons espirituais noutras passagens da Bíblia já
mencionados em lições anteriores deste trimestre, como Romanos 12.6-8; 1
Coríntios 12.28-30; 1 Pedro 4.10,11 e Hebreus 2.4. São dons na esfera
congregacional. Em Efésios 4.7-11 e 2 Timóteo 1.6 vemos dons espirituais na
esfera ministerial da Igreja. [Comentário: Já temos
estudado acerca da quantidade dos dons espirituais na introdução do trimestre,
lá dissemos que Paulo nos oferece cinco listas de dons espirituais listadas em
Romanos 6.6-8; 1 Coríntios 12.8-10; 1 Coríntios 12.28; 1 Coríntios 14; Efésios
4.11-13. É muito provável que ainda haja dons não especificados no NT, o certo
é que não há crentes sem dom nem crente possua todos os dons (12.29-31). É o Espírito
Santo quem os distribui a cada um, como Ele quer, visando um fim proveitoso: a
edificação do Corpo de Cristo.São passagens como a de 1Coríntios 12 e Romanos
12 que atribuem ao Espírito Santo a decisão sobre quais dons distribuir e a
quem dentre os convertidos, esses dons serão confiados. “Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem efetua tudo
em todos. A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem
comum” (1Co 12.6-7). O maravilhoso disso é saber que não pode existir
Igreja local sem o exercício dos dons espirituais! Assim, manifesta-se o poder
de Deus e sua multiforme sabedoria, e somos os instrumentos usados por Ele para
a edificação e o fortalecimento espiritual da igreja: “Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar
neles, para a edificação da igreja” (1Co 14.12).]
2. São amplos. A sabedoria de Deus é multiforme e plural. É manifesta em seus dons
espirituais e ministeriais nas mais variadas comunidades cristãs espalhadas
pelo mundo. [Comentário: Os dons
são vários; a graça é uma só! Pneumatikon nos fala que os dons espirituais são
coisas caracterizadas pelo Espírito Santo, charisma nos ensina que eles são
dons da graça de Deus. A Bíblia King James, Versão Autorizada (KJV), em 1Co
12.1 menciona “dons espirituais”. No grego lemos simplesmente “espirituais”
(ton pneumatikon), significando “coisas caracterizadas ou controladas pelo
Espírito”. Dons espirituais são, portanto, em primeiro lugar, coisas
controladas ou caracterizadas pelo Espírito, logo, todos os dons são
carismáticos, isto é, todos os dons são livremente dados por um Deus gracioso.
o Espírito distribui cada um deles ao cristão (1 Co 12.11). Em 1Co 12.4-6, o
Filho de Deus determina ao cristão o modo específico como o dom é manifestado
no corpo (1 Co 12.12-27); no versículo 6, o Pai provê a força ao cristão no
exercício do dom (1Co 12.28). Deus opera Sua vontade por meio de Seu povo de
muitas maneiras. Ninguém foi colocado no corpo para ser igual a outro membro
nem para exercer a mesma função. O Espírito é o mesmo [...] o Senhor é o mesmo
[...] o mesmo Deus. Embora as pessoas recebam dons diferentes do Altíssimo,
Deus e Sua obra estão unidos. Sejam quais forem os dons que diversas pessoas
tenham ou não, o único Deus opera todas essas coisas (v. 11). O Reverendo
Hernandes Dias Lopes escreveu em Blog o seguinte sobre os dons espirituais à
luz da Bíblia: “Os dons espirituais são uma capacitação sobrenatural dada pelo
Espírito Santo aos membros do corpo de Cristo para o desempenho do ministério.
Nós somos individualmente membros do corpo de Cristo. Cada membro tem sua
função no corpo. Nenhum membro pode considerar-se superior nem inferior aos
demais. Todos os membros são importantes e interdependentes. Servem uns aos
outros. Pelo exercício dos dons espirituais as necessidades dos santos são
supridas, de tal forma que, numa humilde interdependência todos os salvos
crescem rumo à maturidade, à perfeita estatura do Varão perfeito, Cristo
Jesus”. Leia o artigo na íntegra clicando aqui]
3. Dádivas do Pai. Outras excelentes dádivas de Deus dispensadas à sua Igreja para
comunicar o Evangelho a todos, são: [Comentário:
Deus se compraz em dar presentes. É da natureza divina a generosidade
para com sua criação, e o mesmo pode ser dito no que concerne ao relacionamento
de Deus para com sua Igreja. Nesse caso específico, a Bíblia nos apresenta a
expressão “dom” como uma capacitação dada pelo próprio Deus para que seus
servos possam atuar de forma adequada nas esferas da igreja local. A salvação
foi a maior dádiva que Deus concedeu ao mundo (Jo 3.16). A dádiva da vida
eterna, em Cristo Jesus. 1Co 12.7 diz:“Mas a manifestação do Espírito é dada a
cada um para o que for útil”, logo, essas manifestações visam à edificação e à
santificação da igreja (12.7; ver 14.26).]
a) A
dádiva do amor. A grande manifestação de amor do Altíssimo para com a
humanidade foi enviar o seu Filho Amado para salvar o mundo (Jo 3.16). Este
amor dispensado por Deus desafia-nos a que amemos aos nossos inimigos e ao
próximo, isto é, qualquer ser humano carente da graça do Pai (Jo 1.14). [Comentário: A maior manifestação do amor de Deus foi o ter
enviado Seu Filho a fim de que os eleitos fossem salvos. foi o eterno amor de
Deus que formulou o propósito de enviar Cristo, para que Ele obedecesse a Sua
lei e morresse pelos pecadores. A nossa salvação revela que a natureza de Deus
é amor.]
b) A
dádiva da filiação divina. Deus torna um filho das trevas em filho de Deus (Jo 1.12;
1Pe 2.9). É a graça do Pai indo ao encontro da pessoa, tornando-a membro da
família de Deus (Ef 2.19). [Comentário: Através
da fé no Filho, o Pai torna o pecador justificado e o recebe por filho. João registrou
esse fato: “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos
filhos de DEUS-, aos que creem no seu nome” (Jo 1.12). Lembrando que Dom é dado
graciosamente, ninguém pode conquistar esse poder (ou direito). Resultado da
graça e do amor de Deus. “Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros,
mas concidadãos dos Santos e da família de Deus” (Ef 2.19)]
c) O
ministério da reconciliação. O apóstolo Paulo explica o milagre da salvação
como resultado do “ministério da reconciliação” (2Co 5.19). Todo ser humano
pode ter a esperança de salvação eterna, mas de salvação agora também. Quem
está em Cristo é uma nova criatura e o resultado disto é que Deus faz tudo novo
em sua vida (2Co 5.17). [Comentário: Em 2Coríntios,
Paulo discorre sobre a nova vida do salvo em Cristo e explica que o milagre da salvação, que inclui
a regeneração, a justificação e a santificação, “provém de Deus”, que nos
concedeu o “ministério da reconciliação”. “Assim que, se alguém está em Cristo,
nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo
isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos
deu o ministério da reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando
consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da
reconciliação” (2 Co 5.17-19).]
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Os dons espirituais e ministeriais são diversos e amplos.
II. BONS
DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS
1. Com sobriedade e vigilância. O despenseiro deve administrar a igreja local, retirando da “despensa
divina” o melhor alimento para o rebanho. Paulo destaca a sobriedade e a
vigilância do candidato ao episcopado como habilidades indispensáveis ao
exercício do ministério (1Tm 3.2). Por isso, o apóstolo recomenda ao obreiro
não ser dado ao vinho, pois a bebida traz confusão, contenda e dissolução (1Tm
3.2 cf. Ef 5.18). O fiel despenseiro é o oposto disso. Nunca perde a sobriedade
e a vigilância em relação ao exercício do ministério dado por Deus. [Comentário: Despenseiros
são as pessoas que tomam conta da despensa de uma casa, ou do lugar onde são
guardados os alimentos e outros itens necessários à manutenção da família. O
apóstolo Pedro exorta os destinatários da sua primeira carta, quanto à iminente
vinda de Jesus, fazendo solene advertência sobre como os cristãos devem
comportar-se, “como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pe 4.10). O
Despenseiro deve guardar a sobriedade e vigilância, em oração (1Pe 4.7); essa
advertência refere-se à simplicidade que deve caracterizar um servo de Deus,
sobretudo aquele que tem a liderança, na casa do Senhor. Fala da constante
vigilância sobre a vida cristã, ante os ataques diuturnos do Adversário. Ele
anda como leão, buscando destruir vidas preciosas. O que administra o rebanho
de Deus deve saber retirar da “despensa” de Deus o melhor alimento. E vigiar
por suas vidas. É Pedro quem dá idêntica advertência em sua primeira carta: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso
adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar”
(1 Pe 5.8; Mt 26.41). Elinaldo Renovato. Dons espirituais &
Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora
CPAD. pag. 152-153..]
2. Amor e hospitalidade. Os despenseiros de Cristo têm um “ardente amor uns para com os outros,
porque o amor cobrirá a multidão de pecados” (1Pe 4.8). Mediante a graça de
Deus, o obreiro pode demonstrar sabedoria e amor no trato com as pessoas. Amar
sem esperar receber coisa alguma é parte do chamado de Deus para os relacionamentos
(1Jo 3.16). Esta atitude é a verdadeira identidade daqueles que se denominam
discípulos do Senhor Jesus (Jo 13.34,35). Aqui, também entra o caráter
hospitaleiro do obreiro, recomendado pelo apóstolo Pedro (1Pe 4.9). Isso se
torna possível para quem ama incondicionalmente, pois a hospitalidade é
acolhimento, bom trato com todas as pessoas — crentes ou não, pobres ou ricas,
cultas ou não etc. Este é o apelo que o escritor aos Hebreus faz a todos os
crentes (Hb 13.2,3). [Comentário: O DESPENSEIRO DEVE SER AMOROSO: - Em
segundo lugar, o despenseiro de Cristo deve ter “ardente amor uns para com os
outros, porque o amr cobrirá a multidão de pecados” (1 Pe 4.8); todo crente
fiel deve ser despenseiro de Deus; mas, como já refletimos, o obreiro, pastor,
dirigente, ou líder de uma igreja, pastoreia ovelhas que não são suas. E cada
ovelha é diferente da outra, em temperamento, formação, visão das coisas, e nem
sempre é dócil e obediente. Há crentes que dão muito trabalho aos líderes. Como
despenseiro da graça de Deus, o obreiro deve demonstrar amor em todas as
ocasiões, no trato com todo o tipo de ovelha. Com as mais fracas, deve ser mais
compreensivo; com as mais fortes, deve ser incentivador de sua fé e testemunho;
com as feridas, deve ter sempre o bálsamo do amor e da compreensão; e com as
que pecam, fazer uso da disciplina com amor, sem abuso de autoridade. Enfim, em
qualquer situação o despenseiro deve ter amor. É característica do verdadeiro
discípulo de Jesus (Jo 13.34,35). O DESPENSEIRO DEVE SER HOSPITALEIRO: - Deve
ter hospitalidade para com “os outros, sem murmurações” (1 Pe 4.9); já foi
visto que hospitalidade é acolhimento, bom trato com todas as pessoas, na
administração da igreja local; ou do crente com seus irmãos, familiares, amigos
e pessoas em geral. “Não vos esqueçais da hospitalidade, porque, por ela,
alguns, não o sabendo, hospedaram anjos” (Hb 13.2). Há quem faça acepção de
pessoas, discriminando os mais humildes ou menos favorecidos na vida humana.
Essa não é atitude do despenseiro da casa de Deus. Esse deve ser sempre
atencioso com todos, ajudando-os em suas necessidades espirituais emocionais e
físicas, dentro de suas possibilidades. Não agir assim, é pecado (Dt 16.19; Tg
2.9). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a
DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 153-154.]
3. O despenseiro deve administrar
com fidelidade. A graça derramada sobre os
despenseiros de Cristo tem de ser administrada por eles com zelo e fidelidade.
A Palavra de Deus nos adverte: “Cada um administre aos outros o dom como o
recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pe 4.10).
Pregando, ensinando ou administrando o corpo de Cristo, tudo deve ser feito
para a glória do Senhor, a quem realmente pertence a majestade e o poder (1Pe
4.11). Paulo ensina-nos ainda que devemos ser vistos pelos homens como
“ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (1Co 4.1; Cl
1.26,27). Por isso, os despenseiros de Deus devem ser fiéis em tudo; “para que,
agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos
principados e potestades nos céus” (Ef 3.10). [Comentário: Sobre a
necessidade de administrarmos com fidelidade, transcrevo o comentário de Matthew
Henry: (1) A regra é que, qualquer que seja o dom, comum ou extraordinário,
quaisquer que sejam o poder, a habilidade ou a capacidade para fazer o bem que
nos foram dados, devemos administrar, ou servir, uns aos outros com eles, não
nos considerando senhores, mas somente “...bons despenseiros da multiforme
graça”, ou dos diversos dons de Deus. Aprenda: [1] Seja qual for a habilidade
que tivermos para fazer o bem, precisamos reconhecê-la como um dom de Deus e
atribuí-lo à sua graça. [2] Quaisquer dons que tenhamos recebido, devemos
considerá-los como recebidos para o uso uns aos outros. Não podemos tomá-los
para nós mesmos, nem escondê-los num lenço, mas servir com eles aos outros da
melhor maneira que conseguirmos. [3] Ao recebermos os multiformes dons de Deus,
precisamos considerar-nos apenas despenseiros, e agir de acordo com isso. Os
talentos que nos são confiados são bens do nosso Senhor, e precisam ser
empregados de acordo com a orientação dele. E se exige de um despenseiro que
seja encontrado fiel. (2) O apóstolo exemplifica as suas orientações acerca dos
dons em dois aspectos particulares: falar e administrar, acerca dos quais ele
dá estas regras: [1] “Se alguém, seja um ministro em público, seja um cristão
numa reunião particular, falar ou ensinar, precisa fazê-lo segundo as palavras
de Deus”, que nos orientam acerca dos assuntos da nossa fala. O que os cristãos
em particular ou os ministros em público ensinam e falam precisa ser a pura
palavra e os oráculos de Deus. Acerca da maneira de falar, precisa ser com
seriedade, reverência e solenidade, que convém à santa e divina palavra. [2]
“Se alguém administrar, ou como um diácono, distribuindo donativos da igreja e
cuidando dos pobres, ou como pessoa particular, por meio de dádivas e
contribuições de caridade, administre segundo o poder que Deus dá”. Aquele que
recebeu abundância e habilidades de Deus deve administrar com abundância, e de
acordo com sua habilidade. Essas regras devem ser seguidas e praticadas para
este fim, “...para que em tudo, em todos os seus dons, ministrações e serviços,
Deus seja glorificado” (v.11), “...para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16), “...por Jesus Cristo” (v.
11), que obteve e concedeu esses dons aos homens (Ef 4.8), e unicamente por
meio de quem nós e nossos serviços são aceitáveis a Deus (Hb 13.15), a quem, Jesus
Cristo, “...pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém.” Aprenda que,
em primeiro lugar, é dever dos cristãos em particular e dos ministros em
público falar uns aos outros das coisas de Deus (Ml 3.16; Ef 4.29; SI
145.10-12). Em segundo lugar, importa seriamente a todos os pregadores do
evangelho manter-se próximos da palavra de Deus, e tratar essa palavra como os
oráculos de Deus. Em terceiro lugar os cristãos não devem somente cumprir com
as suas obrigações, mas precisam cumpri-las com vigor e de acordo com as suas
melhores habilidades. Em quarto lugar, em todos os deveres e serviços da vida
devemos almejar a glória de Deus como o nosso propósito principal; todas as
outras coisas precisam ser submetidas a isso, que vai santificar nossos atos e
coisas comuns (1 Co 10.31). Em quinto lugar, Deus não é glorificado por nada do
que fazemos se não oferecermos isso a Ele por meio da mediação e dos méritos de
Jesus Cristo. Em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, que é o único
caminho para o Pai. Em sexto lugar, a adoração que o apóstolo presta a Jesus Cristo
e o fato de lhe atribuir louvor e domínio eternos provam que Jesus Cristo é o Deus
Altíssimo, bendito acima de tudo para sempre. Amém. HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa.
Editora CPAD. pag. 879-880.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Os bons despenseiros dos mistérios divinos devem apresentar sobriedade,
vigilância, amor, hospitalidade e fidelidade ao Senhor.
III. OS
DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO
1. A necessidade dos dons
espirituais. Os dons espirituais são
indispensáveis à Igreja. Uma onda de frieza e mornidão tem atingido muitas
igrejas na atualidade, as quais não estão vivendo a real presença e o poder de
Deus para salvar, batizar com Espírito Santo e curar enfermidades (Ap 3.15-20).
Em tal estado, os dons do Espírito são ainda mais necessários. É no tempo de
sequidão que precisamos buscar mais e mais a face do Senhor, rogando-lhe a
manifestação dos dons espirituais para o despertamento espiritual dos crentes
em Jesus (Hb 3.2). [Comentário: O Pr Elinaldo Renovato escreve em seu livro de apoio a esta lição: No
capítulo 2, vimos o Propósito dos Dons Espirituais. Neste item, podemos
identificar a necessidade dos dons para as igrejas em todos os tempos e
lugares. Hoje, mais do que nunca, com o esfriamento do amor e a multiplicação
da iniquidade (cf. Mt 24.12), a Igreja do Senhor Jesus necessita de mais poder,
de mais unção, de “mais demonstração do Espírito e de poder” (1 Co 2.4). Os
teólogos cessacionistas, que ensinam que os dons espirituais cessaram com o
fechamento do Cânon do Novo Testamento, e não há mais necessidade deles,
cometem equívoco elementar em sua exegese sobre a atualidade dos dons. O
fechamento do Cânon nada tem a ver com doutrina. Quer dizer que não se pode
acrescentar mais nenhum livro ao Novo Testamento. No que concerne aos dons espirituais,
os ensinos cessacionistas não se firmam na boa interpretação da Bíblia, porque
carecem de fundamento escriturístico. Eles se baseiam em premissas equivocadas,
que aprenderam com seus mentores, nos seminários, ou em seus tratados
teológicos. Para esses teólogos, suas conclusões cessacionistas tornaram-se
dogmas, a exemplo do que ocorreu na teologia católica. São postulados
intocáveis, sagrados, infalíveis. Eles defendem, corretamente, o postulado da
“Sola Scriptura”, fundamento da Reforma, mas, em seus estudos, valorizam mais a
opinião dos teólogos do que a própria Palavra de Deus. Em nenhum lugar, na
Bíblia, está escrito que os dons espirituais deixaram de operar na igreja. Os
dons espirituais, hoje, são mais necessários do que no tempo dos apóstolos. Há
uma “frente fria”, passando pelos seminários, por faculdades teológicas, e por
muitas igrejas, em que não se vê a presença de Deus, através dos dons
espirituais, ou dos sinais do poder de Deus, na vida das pessoas. Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 155.]
2. Os dons espirituais e o amor
cristão. Paulo termina o capítulo sobre
os dons espirituais, dizendo: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e
eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” (1Co 12.31). Em seguida abre
o capítulo mais belo da Bíblia Sagrada sobre o amor — 1 Coríntios 13. Como já
dissemos, não é por acaso que o tema do amor (capítulo 13) está entre os
assuntos espirituais (capítulos 12 e 14). Ali, o apóstolo dos gentios refere-se
a vários dons, ensinando que sem o amor nada adianta tê-los. [Comentário: A afirmativa de Paulo “Um caminho ainda mais
excelente” não é uma comparação negativa entre dons e amor, visto que o advérbio
ainda indica a continuação do assunto. Todas as manifestações do Espírito
devem, ao mesmo tempo, manifestar o lado do amor, pois o amor é a questão
definitiva que está por trás de todas as coisas. É o esteio, o apoio, o início
e o fim no que se refere ao uso dos dons. Paulo incentiva a Igreja coríntia a
buscar com zelo os dons Espirituais e orienta aqueles crentes a buscarem algo
ainda mais precioso. Paulo está mostrando aos coríntios em que consiste a
essência do cristianismo e porque ele é um “caminho” tão inusitado, que
sobrepuja a tudo.]
3. A necessidade do fruto do
Espírito. Uma vida cristã pautada pela
perspectiva do fruto do Espírito (Gl 5.22) — o amor — é o que o nosso Pai
Celestial quer à sua Igreja. Uma igreja cheia de poder, que também ama o
pecador. Cheia de dons espirituais, mas que também acolhe o doente. Zelosa da
boa doutrina, mas em chamas pelo amor fraterno que, como diz Paulo, “é
sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade,
não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses,
não se irrita, não suspeita mal” (1Co 13.4,5). O caminho do amor é mais
excelente que o dos dons espirituais (1Co 12.31). [Comentário:
Somente o Espírito Santo pode produzir no cristão o fruto do Espírito. Quando
o Espírito controla completamente a vida do cristão, ele produz todas essas
graças. Elinaldo Renovato escreve sobre isto: “O fruto do Espirito — O amor (G1
5.22) — é o que faz a diferença entre um crente correto e um crente que
trabalha, mas não produz o que Deus espera dele. O que tem dons de Deus, ou
dons do Espírito Santo, necessita ser coberto pelo amor de Deus em seu coração,
e em suas ações. Por isso, Paulo diz que “A caridade [o amor, em outras
versões] é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não
trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não
busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal” (1 Co 13.4,5 —
colchete inserido). A prática da caridade, ou do amor em ação, age no caráter
do crente. Não admite inveja, irresponsabilidade, orgulho, indecência, e “não
busca seus interesses”, ou seja, não é egoísta (1 Co 13.5), “não se irrita”, ou
seja, não permite que o crente viva irritado com os outros, o tempo todo, e não
dá lugar a suspeitas infundadas, como o texto citado em evidencia. O dom do Espírito
deve ser exercido com amor e humildade, sem presunção ou orgulho (1 Co 13.4). O
uso dos dons deve dar lugar a um exercício constante em busca da maturidade
cristã. A falta de maturidade leva os detentores de dons a serem carnais e
infantis na fé. A igreja de Corinto possuía em seu seio todos os dons, mas os
crentes não estavam maduros na fé. Diz Paulo: “E eu, irmãos, não vos pude falar
como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos
criei e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora
podeis; porque ainda sois carnais, pois, havendo entre vós inveja, contendas e
dissensões, não sois, porventura, carnais e não andais segundo os homens? (1 Co
3.1-3 — grifo nosso). Exortando a igreja, Paulo diz da necessidade de deixarem
de ser meninos na fé. “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como
menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as
coisas de menino” (1 Co 13.11). A prática do fruto do Espírito, aliada ao
exercício dos dons, é o que evita a meninice espiritual, e leva o crente a
alcançar a maturidade espiritual, como diz Paulo: “logo que cheguei a ser
homem, acabei com as coisas de menino”. É a falta do fruto do Espírito da
temperança, da bondade, da benignidade e acima de tudo do amor, que tem sido
causa de escândalos e decepções nas igrejas.”Elinaldo Renovato. Dons
espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 156-157.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Os dons espirituais são ligados ao amor cristão, o mais autêntico fruto
do Espírito.
CONCLUSÃO
A multiforme sabedoria de Deus
manifesta-se na igreja através da intervenção sobrenatural do Espírito Santo e
a partir dos dons de Deus necessários ao crescimento espiritual dos crentes.
Sejam quais forem os dons, aqueles que os possuem devem usá-los com humildade e
fidelidade, não buscando os interesses próprios, mas sobretudo o amor, pois sem
amor de nada adianta possuir dons. Estes são para a edificação dos salvos em
Cristo Jesus. [Comentário:
Antes mesmo da criação do mundo, Deus tinha um plano. Este plano foi
feito em Cristo e reunirá em Cristo todas as coisas que existem nos céus e na
terra. Deus planejou tudo isto por causa da sua vontade, ou para o seu prazer.
Deus é o Número Um. Por isso todas as coisas são dele e por meio dele. Efésios
3.10 nos apresenta o mistério da multiforme sabedoria de Deus que agora é dada
a conhecer por meio da igreja aos principados e potestades. A Sabedoria de Deus
é Cristo; portanto, o que se dá a conhecer por meio da igreja é o próprio
Cristo. Cada vez que a igreja se reúne, dá testemunho e expressa o Senhor Jesus
Cristo. Efésios 4.11 relaciona cinco ministérios: apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores e mestres. Através deles, o Senhor capacita a igreja;
mas na realidade, estes cinco ministérios são cinco expressões de Cristo.
Cristo é o verdadeiro Apóstolo, o verdadeiro Profeta, o grande Evangelista, o
bom Pastor, e o grande Mestre. Assim que cada um destes cinco ministérios
expressa cinco aspectos da maravilhosa pessoa de Cristo. Deus nos salvou com
seu sangue, nos deu Dons Espirituais, nos colocou em uma igreja local e espera
que sua face seja refletida através de cada um de nós. Assim, encerramos este
trimestre, cada aula desenrolou-nos mistérios acerca dos dons e ministérios,
acima de tudo, mostrou-nos que sua mola propulsora é o amor e sua finalidade é
a edificação do próximo. Agora, é só colocarmos em prática!] “NaquEle
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere!
Hoje, em Recife-PE
Junho de 2014.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
MENZIES, William W.; HORTON, Stanley
M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5 ed., RJ: CPAD, 2005.
HORTON, Stanley (Ed.). Teologia
Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10 ed., RJ: CPAD, 2007.
EXERCÍCIOS
1. Segundo a lição, quais são as
dádivas de Deus dispensadas à sua Igreja para comunicar o Evangelho a todos?
R. A dádiva do amor, a dádiva
da filiação divina e o ministério da reconciliação.
2. Segundo o apóstolo Paulo quais
habilidades são indispensáveis ao exercício do ministério (1Tm 3.2)?
R. A sobriedade e a vigilância.
3. Como Paulo termina o capítulo sobre
os dons espirituais?
R. Dizendo: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu
vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” (1Co 12.31).
4. Qual o caminho ainda mais excelente
que os dons, segundo a lição?
R. O caminho do amor.
5. Sejam quais forem os dons, como
aqueles que os possuem devem usá-los?
R. Com humildade e fidelidade, não buscando os interesses
próprios, mas, sobretudo, o amor, pois sem amor de nada adianta possuir dons.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2014 - CPAD - Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões reais; Respostas precisas; Fé
Solidificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010;
-. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
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