LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 7.28,29; Atos 13.1; Romanos 12.6,7; Tiago 3.1
Mateus 7.28 E
aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua
doutrina;
Mateus 7.29 Porquanto
os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas.
Atos 13.1 E NA igreja
que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão
chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o
tetrarca, e Saulo.
Romanos 12.6 De modo
que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja
ela segundo a medida da fé;
Romanos 12.7 Se é
ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;
Tiago 3.1 MEUS irmãos,
muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
·
Aprender que Jesus, o mestre da Galileia, é mestre por excelência.
·
Identificar a ordem de Jesus aos seus discípulos para ensinar a igreja do primeiro
século.
·
Saber da importância do dom ministerial de ensinador na igreja local.
PALAVRA CHAVE
Doutor ou
Mestre: Pessoa que manifesta sapiência; (latim
magister, -tri, o que comanda ou dirige, chefe, professor)
"mestre", in
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013,
http://www.priberam.pt/dlpo/mestre [consultado em 02-06-2014].
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O ministério do ensino da Palavra é
primordial para a igreja exercer o discernimento no que tange ao tempo em que
vive (culturas, teologia, filosofias etc.). Tão importante é a função do mestre
na igreja que as Escrituras declaram o quanto ele deve esforçar-se
intelectualmente para exercer tão nobre tarefa (Rm 12.7; 1 Tm 4.13). É uma
tarefa importante e indispensável que exige muito de quem a desempenha. [Comentário: Dando
sequencia ao estudo dos dons ministeriais, estudaremos hoje o ministério de
mestre ou doutor, o último dos dons elencados pelo apóstolo Paulo em Efésios 4.11
e cujo papel é fundamental para se completar a tarefa da edificação do corpo de
Cristo em amor, a missão de aperfeiçoamento dos santos. O termo mestre, como aparece em Efésios 4.11,
significa literalmente ensinador. O
próprio termo implica ensinar segundo os processos e métodos didáticos,
apelando para as faculdades lógicas da mente, da razão. A edificação do corpo de Cristo
começou com o trabalho dos apóstolos e dos profetas, que são os fundamentos do
edifício de Deus (Ef. 2.20), amplia-se com o trabalho do evangelista e
prossegue com o trabalho do pastor e do mestre, que permitem que o edifício
cresça de forma inabalável, alcançando, assim, o limite de varão perfeito, da
estatura completa de Cristo. Ao observarmos o texto áureo,
vemos que o Senhor diz àquele que ensina que se o seu dom "é ensinar, haja
dedicação no ensino." Haver dedicação é o mesmo que Esmerar-se; Esmerar-se
é realizar um ensino com cuidado especial, com dedicação e com amor. Minha
oração a Deus é para que nós, professoras de Escola Dominical nos esmeremos no
ministério que Deus providenciou para cada um de nós e que o Espírito Santo nos
mostre a responsabilidade que temos com nossos alunos, nossos filhos por
adoção. Nas palavras do Pr Antonio Gilberto: “Deus usa a mente do mestre. O mestre bíblico ocupa-se da doutrina, do
ensino bíblico, portanto necessita dos dons da ciência e da sabedoria. Outro
detalhe sobre esse ministério é que ele é, biblicamente falando, itinerante
como o de evangelista. É importante explicar aqui a má compreensão de 1 João
2.20,27, quanto ao ministério do mestre. Esses textos
dizem: "E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo(...) E a unção, que
vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua
unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos
ensinou, assim nele permanecereis". A explicação da suposta dificuldade
está no versículo 26: "Estas coisas vos escrevi acerca dos que vos enganam".
O que João está querendo dizer é que o crente não precisa dos que ensinam
doutrinas extrabíblicas. Esse "alguém que vos ensine" trata-se
"dos que vos enganam".” http://www.cpadnews.com.br/blog/antoniogilberto/?POST_1_12_OS+DONS+MINISTERIAIS+(6%AA+PARTE).html] Tenhamos todos uma excelente e
abençoada aula!
I.
JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA
1. O mestre da Galileia. Doutor incomparável, "percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas
suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino [...]" (Mt 4.23). No ministério
terreno, seus sermões, ensinos e discursos eram inflamados pelo amor às
pessoas. Diferente dos escribas, Ele ensinava como quem tinha autoridade (Mt
7.28,29). A verdade emanava da pessoa de Jesus! Os que o ouviam só tinham duas
opções: amá-lo ou odiá-lo. Era impossível ouvi-lo e ficar indiferente. Jesus
transtornava a consciência do acomodado e aquietava o coração do perturbado. [Comentário: Sinagoga (do grego συναγωγή, composto de σύν “com, junto” e ἄγω “conduta, educação”1 ) é o local de culto da religião judaica, possui
como o seu objeto central a Arca da Torá. O serviço religioso da sinagoga,
quando se forma um quórum, é feito todos os dias, sendo que alguns envolvem leituras da Torá, cujos rolos são retirados
da Arca (heikhal) e transportados até o púlpito (Tebá). Por volta de 587 a.C.,
o Reino de Judá foi conquistado pelos Babilônios e sua população dispersa.
Depois do regresso do exílio na Babilônia que o judaísmo começou a se
desenvolver, com o culto a centrar-se na sinagoga, um hábito adquirido na
Babilônia devido à inexistência de um templo. A sinagoga passou a funcionar
como um ponto de encontro dos judeus para as orações e para a leitura das
Escrituras. JESUS, O MESTRE veio para
mostrar aos filósofos gregos a suprema verdade, veio para vencer o orgulhoso
romano e colocar no seu estandarte uma cruz em vez de uma águia, veio para afagar
em seus braços os continentes http://hernandesdiaslopes.com.br/2004/05/jesus-o-mestre-por-excelencia/#.U4z2mPk71sw. A Bíblia nos ensina que Jesus teve toda exousîa (autoridade, poder),
tanto cósmica quanto histórica, para ensinar (Mt 7.29; Mc 11.28; Mt 9.8; Lc
4.36), curar (Mt 9.1-13), expulsar demônios (Mc 3.15), e para perdoar pecados
(Mt 9.6; Mc 2.10). Assim demonstava na sua pessoa que o reinado de Deus
prometido desde a antiguidade estava finalmente presente, um momento inédito em
que o próprio atrairia as pessoas para Si http://ultimato.com.br/sites/timcarriker/files/2008/08/a-autoridade-de-jesus.pdf. O Senhor Jesus afirmou que as palavras que Ele falava lhe haviam sido
ensinadas por Deus Pai (Jo 8.28), e que seu ensino vinha do Pai (Jo 7.16ss.). O
ministério de Jesus por toda a Palestina é descrito como sendo essencialmente
de ensino, seja para as multidões casuais ou para os seus próprios discípulos;
quer nas sinagogas, nos lugares públicos, ou na audiência dos líderes
religiosos (Lc 5.17). O Dicionário Bíblico Wycliffe apresenta a seguinte
definição para Mestre: “O significado literal de várias palavras gregas varia
de "instrutor" ou didaskalos, como em Mateus 10.24, até
"déspota" ou despotes, como em 1 Pedro 2.18. Outra palavra grega
traduzida como "mestre", epistates, significa "alguém nomeado
sobre" outros, como em Lucas 5.5. Ainda outra palavra grega é, na verdade,
hebraica - "rabbi" que significa "meu mestre"
("superior" ou "professor"), como em João 4.31. Uma quinta
palavra grega para "mestre" é kurios que geralmente foi traduzida
como "senhor" ao longo de todo o NT e significa "supremo"
(em autoridade). No sentido mais elevado, o título se aplica apenas ao Senhor.
Ainda existem outras palavras gregas e hebraicas com diferentes aspectos de
significado que foram traduzidas como "mestre". Duas palavras gregas
para "mestre" ocorrem em Mateus 23.8-10, "Vós, porém, não queirais
ser chamados Rabi [rhabbi, "meu mestre", ou "professor"],
porque um só é o vosso Mestre [kathegetes, "líder" ou
"professor"], a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém
na terra chameis vosso pai porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus.
Nem vos chameis mestres [kathegetes, "líderes"], porque um só é vosso
Mestre, que é o Cristo". PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico
Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1261-1262.]
2. O mestre divino. Em visita a Jesus, um mestre da Lei chamado Nicodemos, educado nas
melhores escolas religiosas de Israel e grande conhecedor das Escrituras
hebraicas, reconheceu em Jesus um personagem incomum de seu tempo (Jo 3.1,2).
Esse mesmo fariseu, que era príncipe dos judeus, afirmou que o Nazareno não poderia fazer o
que fazia se Deus não fosse com Ele. Jesus é chamado Mestre cerca de quarenta e
cinco vezes ao longo do Novo Testamento. [Comentário:
Fariseu (do hebraico פרושים) é o
nome dado a um grupo de judeus devotos à Torá, surgidos no século II a.C..
Opositores dos saduceus, criam numa Lei Oral, em conjunto com a Lei escrita, e
foram os criadores da instituição da sinagoga. Com a destruição de Jerusalém em
70 d.C. e a queda do poder dos saduceus, cresceu sua influência dentro da
comunidade judaica e se tornaram os precursores do judaísmo rabínico.A palavra
Fariseu tem o significado de "separados", " a verdadeira
comunidade de Israel", "santos". JESUS foi o maior mestre da história. Seu nome se alteia acima dos
grandes corifeus deste mundo. SÓCRATES ensinou durante 40 anos. PLATÃO ensinou
50 anos. ARISTÓTELES encheu bibliotecas com a sua erudição. JESUS não deixou
nenhum livro, nenhum tratado nem sequer uma página escrita. Não lecionou em
nenhuma Universidade, contudo, foi o MAIOR MESTRE do mundo. Jesus revolucionou
o mundo com a sua influência e com o seu ensino. JESUS não escreveu palavras no
papel, mas gravou-as no coração dos seus discípulos e estes, outrora
acovardados tornaram-se verdadeiros gigantes da fé, protagonistas
incontestáveis da maior revolução e transformação da história: vidas foram
arrancadas do negrume da ignorância; perdidos foram encontrados, enfermos foram
curados, cegos viram, surdos ouviram, mudos falaram, os atormentados acharam
paz, os enclausurados acharam liberdade, os párias foram dignificados e os homens
rebeldes foram reconciliados com Deus http://hernandesdiaslopes.com.br/2004/05/jesus-o-mestre-por-excelencia/#.U4z2mPk71sw. Nicodemos era um líder religioso
judeu e um fariseu, isto é, pertencia à seita mais rigorosa daqueles tempos. O
que motivou Nicodemos a procurar Jesus? Provavelmente, ele estava impressionado
e também curioso, e preferiu formar sua opinião a respeito de Jesus depois de
uma conversa inicial. Talvez preferisse evitar ser visto na sua companhia, em
plena luz do dia, por temer a censura de seus companheiros fariseus (que não
criam que Jesus era o Messias). Mas pode não ter sido o medo que o levou a
Jesus depois de escurecer, e também é possível que tenha escolhido um momento
em que pudesse conversar sozinho e longamente com o popular mestre que estava
sempre cercado de pessoas. Respeitosamente, Nicodemos se dirigiu a Jesus como o
Mestre que havia sido enviado por Deus. Embora isso fosse verdade, esse título
revela seu limitado conhecimento sobre Jesus, afinal Ele era muito mais que um
simples rabino. Mas pelo menos Nicodemos identificou os sinais miraculosos de
Jesus como a revelação do poder de Deus. Comentário
do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 500. O ensino de Jesus se diferencia de qualquer instrução, discurso ou
filosofia dos homens por se caracterizar em ensinamentos para serem vividos, e
não apenas pregados.]
3. O mestre da humildade. A fim de ensinar os discípulos acerca da humildade, Jesus
"levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se.
Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a
enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido" (Jo 13.4,5). Que cena
chocante para os judeus! A pergunta de Pedro descreve essa perplexidade (v.6).
Era inimaginável um mestre encurvar-se para lavar os pés de pessoas leigas.
Jesus era um mestre e deu o exemplo aos discípulos. O Emanuel, "Deus
conosco", encurvou-se diante dos homens! Isso se deu porque o ensino de
Jesus não era mero discurso, mas "espírito e vida" (Jo 6.63). Ele nos
convida a fazer o mesmo: "Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem,
porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis
também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como
eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.13-15). [Comentário: Pelo fato de a declaração de abertura do
capítulo 13 ser longa e detalhada, o leitor deve considerar que o início da
cena da ceia ocorre na primeira oração do versículo 2: E, acabada a ceia (o
texto grego diz “durante a ceia”), e então continua com a primeira oração no
versículo 4: levantou-se da ceia. Ao fazê-lo, o Senhor tirou as vestes (4, cf.
10.17; Fp 2.5-8); i.e., a túnica externa. Então, tomando uma toalha, cingiu-se,
o que “marca a ação de um escravo”. Assim preparado, Ele pôs água numa bacia e
começou a lavar os pés aos discípulos e a enxuga-los com a toalha com que
estava cingido (5). João não declara por que algum dos discípulos não executou
esta tarefa servil, mas evidentemente havia ocorrido alguma “busca de posição”
entre os doze (Lc 22.24). Além disso, Jesus era o único naquela sala que
poderia executar até mesmo o simbolismo da purificação — pois só Ele estava
limpo no sentido teológico e moral da palavra (cf. 17.19; Hb 13.12). Ele veio
para tornar aqueles que confessam seu nome, puros, moralmente limpos, santos. Quando
Jesus foi lavar os pés de Pedro, este lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a
mim? (6) A resposta de Jesus, não o sabes tu, agora, não só afirmava a
ignorância de Pedro em relação às coisas espirituais (e.g., a vinda do
Espírito), como também incluía uma promessa: tu o saberás depois (7). O que eu
faço era a humilhação do Senhor, simbolizada no ato de lavar-lhes os pés; na
verdade, porém, Ele estava proporcionando toda a obra redentora de Deus para o
homem. Hoskyns comenta que a reação de Pedro não é um contraste entre o orgulho
de Pedro e a humildade de Jesus, mas, antes, “entre o conhecimento de Jesus, o
qual é a base da ação, e a ignorância de Pedro, que ainda não percebe que a
humilhação do Messias é a causa efetiva da salvação cristã” (cf. 2.22; 7.39;
12.16; 14.25-26; 15.26; 16.13; 20.9). Mas o entendimento do futuro estava longe
demais para Pedro. Ele só via a incongruência imediata da situação — Jesus
lavando os seus pés. Impulsivamente, ele declarou: “Nunca em nenhum momento
lavarás os meus pés — para sempre” (tradução literal). Pedro esperava colocar
um ponto final em tudo aquilo. Mas Jesus conhecia o caminho para o coração de
Pedro — a ameaça de ser excluído da presença de Jesus, a quem Pedro amava. Se
eu te não lavar, não tens parte comigo (8; cf. Hb 12.14). “Não há lugar na
sociedade dos cristãos para aqueles que não forem purificados pelo próprio
Senhor Jesus”. Se a comunhão só poderia ser adquirida pela purificação (cf. 1
Jo 1.7), então Pedro queria tudo o que pudesse ter — pés, mãos e cabeça (9). Jesus
fez uma aplicação geral da ideia sobre a qual conversava com Pedro: “Aquele que
está lavado não necessita de lavar senão os pés. Ele está todo limpo”. “Vós
estais limpos, mas não todos” (10). Hoskyns comenta que, no ato da lavagem dos
pés, Jesus “simbolicamente declara a completa purificação deles através da
humilhação da morte do Messias. O cristão fiel é purificado pelo sangue de Jesus”
(1 Jo 1.7; cf. Rm 6.1-3; 1 Co 10.16). Se a santidade de coração estiver no
coração da Eucaristia (6.53), a pureza do coração está no coração do Pedilavium
(lavagem dos pés). Tudo isto era uma prefiguração simbólica da obra do Espírito
que se tornaria possível através da sua vinda (14.15-17,25-26; 15.26; 16.7-15).
Mas, e quanto a Judas? Ele estava limpo? Jesus sabia, e soube (6.70-71), quem o
haveria de trair; por isso, disse: Nem todos estais limpos (11). Bernard diz:
“No que diz respeito à limpeza do corpo, não há dúvida de que ele estava nas
mesmas condições dos outros, mas não no sentido espiritual”. Tendo lavado os
pés dos discípulos e vestido a sua túnica, Jesus, estando à mesa, outra vez
perguntou aos discípulos: Entendeis o que vos tenho feito? (12) Macgregor
comenta: “Quando ‘veste a sua túnica’, Jesus assume a sua vida novamente
(10.17ss.) no poder do Espírito, e assim esclarece todas as coisas” (7). Sem
esperar por uma resposta, Jesus explicou que isto tinha sido um exemplo (15),
ou modelo, “que estimula ou deve estimular alguém a imitá-lo”. Da mesma forma
que Ele, seu Mestre (literalmente, “Ensinador”) e Senhor, lhes tinha feito,
assim deveriam fazer uns aos outros (13-14; cf. 34). Hoskyns diz: “Seu ato de
lavar os pés dos discípulos expressa a própria essência da autoridade cristã”.
Não parece haver qualquer evidência de que Jesus quisesse que a lavagem dos pés
fosse instituída como um sacramento. Mas fica claro que Ele estava ensinando,
pelo exemplo básico e axiomático, embora paradoxal, que a única maneira de ser
“o maior” (Lc 22.24) ou de ser bem-aventurado (17) é tomar a estrada do serviço
amoroso (13.34) e do sacrifício (10.15), baseado no conhecimento da vontade de
Deus para nós. A palavra traduzida como bem-aventurado no texto das Beatitudes é
makarioi (Mt 5.3-12). Joseph H. Mayfield. Comentário
Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 116-117.]
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Jesus, o mestre da Galileia, é reconhecido em o Novo Testamento tanto
como o Mestre Divino quanto o Mestre da humildade.
II. O
ENSINO DAS ESCRITURAS NA IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO
1. Uma ordem de Jesus. Antes de ascender aos céus, de modo solene Jesus determinou aos seus
discípulos que ensinassem "todas as nações [...] a guardar todas as
coisas" que Ele tinha ordenado (cf. Mt 28.19,20). O livro de Atos registra
a obediência dos primeiros apóstolos no cuidado de cumprir a determinação de
Jesus. Após a descida do Espírito Santo (At 2.1-6), o discurso de Pedro foi um
verdadeiro ensino proferido no poder do Espírito Santo (At 2.14-40). Tendo em
vista a plena edificação da Igreja na Palavra, o Senhor Jesus, através do
Espírito Santo, dotou alguns de seus servos com o dom ministerial de mestre ou
doutor (Ef 4.11). Esse dom é uma capacitação sobrenatural do Espírito. Isso não
significa, porém, que devemos descuidar de nossa formação intelectual, pois o
preparo para o ensino passa pela capacidade de aprender para posteriormente
ensinar. [Comentário: Embora em missões anteriores Jesus
tivesse enviado os discípulos somente aos judeus (10.5,6), a sua missão a
partir de então seria a todas as nações. Isto é chamado de Grande Comissão. Os
discípulos tinham sido bem treinados, e tinham visto o Senhor ressuscitado.
Eles estavam preparados para ensinar as pessoas de todo o mundo a guardar todas
as coisas que Jesus tinha mandado. Isto também mostrava aos discípulos que
haveria um período entre a ressurreição de Jesus e a sua segunda vinda. Durante
este período, os seguidores de Jesus tinham uma missão a cumprir - evangelizar,
batizar e ensinar as pessoas a respeito de Jesus para que elas, por sua vez,
pudessem fazer a mesma coisa. As boas novas do Evangelho deveriam ser
transmitidas a todas as nações. Com este mesmo poder e autoridade, Jesus ainda
nos ordena que contemos a outros sobre as boas-novas, e os façamos discípulos
do reino. Nós devemos ir – seja à porta ao lado ou a outro país - e fazer
discípulos. Esta não é uma opção, mas um mandamento a todos os que chamam Jesus
de “Senhor”. Quando obedecermos, sentiremos conforto sabendo que Jesus está
conosco todos os dias. Isto irá acontecer por meio da presença do Espírito
Santo na vida dos crentes. O Espírito Santo será a presença de Jesus que nunca
os deixará (Jo 14.26; At 1.4,5). Jesus continua a estar conosco hoje, por meio
do seu Espírito. Da mesma maneira como este Evangelho se iniciou, ele termina -
Emanuel, “Deus conosco” (1.23). As profecias do Antigo Testamento e as
genealogias do livro de Mateus apresentam as credenciais de Jesus que o
qualificam para ser o Rei do mundo - não um líder militar ou político, como os
discípulos originalmente tinham esperado, mas o Rei espiritual que pode
derrotar todo o mal e governar no coração de cada pessoa. Se nos recusarmos a
servir fielmente ao Rei, seremos súditos desleais. Precisamos fazer de Jesus o
Rei da nossa vida, e adorá-lo como nosso Salvador, Rei e Senhor. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1.
pag. 171.]
2. A doutrina dos apóstolos. O texto de Atos 2.42 informa-nos que os primeiros convertidos
"perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do
pão, e nas orações". Além disso, acrescenta que em "cada alma havia
temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos" (v.43). A
"doutrina dos apóstolos" aqui referida trata-se do conjunto de
ensinos de Cristo ministrados por eles de forma constante e eficaz para o
crescimento integral dos novos crentes. [Comentário:
O ensinamento na primeira igreja
foi chamado a doutrina dos apóstolos. Jesus revelou a sua vontade aos apóstolos
e mandou que eles a entregassem ao mundo. Observe que este ensinamento não foi
chamado “a doutrina da igreja”. A Igreja Católica Romana ensina que a igreja
produz as Escrituras. É com esta base que eles aceitam os escritos dos “Pais da
Igreja”, as tradições e até editos modernos como palavras de autoridade. Mas o
relato de Lucas demonstra que aconteceu ao contrário. Foi a pregação do
evangelho que deu origem à igreja. Então, santos apóstolos e profetas guiaram a
igreja até Deus completar a sua revelação (Ef 3.5). A doutrina da igreja
primitiva veio dos apóstolos porque eles a receberam diretamente de Deus. O Pr
Elinaldo Renovato de Lima escreve o seguinte: “O ensino do evangelho de Cristo aos novos convertidos era tão sério e
profundo, que os primeiros crentes eram batizados em águas, “E perseveravam na
doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Em
cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos”
(At 2.42, 43 — grifo nosso). A “doutrina dos apóstolos” era o conjunto de
ensinos, ministrados por eles aos novos crentes, de forma eficaz, produzindo
mudanças e transformações na vida dos que se convertiam, com sinais e
maravilhas. Essa doutrina apostólica ainda está em vigor em nossos dias. Os
mestres ou doutores, com humildade e amor, devem fundamentar seus estudos nos
ensinos preciosos do evangelho de Cristo”. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e
aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 125. Não devemos falhar em observar quem perseverava na doutrina. Todos os
crentes, não somente os pregadores, perseveravam na doutrina. Frequentemente,
esperamos os outros se dedicarem à doutrina para nos guiarem. Todos os membros
da primeira congregação foram dedicados à palavra. Todos desejavam aprender.
Isso não significa que todos fossem mestres ou peritos. Deus não precisa de um
monte de professores para cumprir seu plano. De fato, os estudiosos frequentemente
se acham sofisticados demais para aceitar a simplicidade do plano de Deus (1
Coríntios 1:18-31). Não precisamos fazer seminário, mas Deus quer que sejamos
capazes de defender as razões da nossa esperança nele (1 Pedro 3:15). Essa
defesa será possível somente por meio de um discipulado dedicado. Os primeiros
cristãos desejavam aprender porque queriam fazer. O cristianismo não é uma
busca acadêmica. No livro de Atos, Lucas escreveu sobre vidas transformadas,
não sobre formaturas de faculdades. Os tessalônicos suportaram perseguições. Os
efésios queimaram livros de artes mágicas. Um casal, Áquila e Priscila, saíram
de Roma, foram para Corinto e depois para Éfeso, e depois voltaram para Roma
pelo seu desejo de divulgar o evangelho. Pessoas de fé se mostram dedicadas em
ouvir e praticar! http://www.estudosdabiblia.net/escb14_02.htm]
3. Ensinamento persistente. Os primeiros mestres das Escrituras foram os integrantes do Colégio
Apostólico (At 5.42, cf. vv.40,41). A Igreja começou nas casas, onde o ensino
era ministrado a pequenos grupos nos lares. Falando aos anciãos de Éfeso, o
apóstolo Paulo mostrou-se como um verdadeiro mestre que ensinava
"publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus como aos
gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo" (At
20.20,21). Deus havia preparado homens para ensinar e levantado
"doutores" na igreja em Antioquia (At 13.1). O Pai Celestial
igualmente deseja levantar mestres em sua igreja. Vivemos dias em que este
ministério nunca foi tão necessário. [Comentário: Os
primeiros mestres ou ensinadores foram os integrantes do Colégio Apostólico.
Como pioneiros na propagação do evangelho, foram perseguidos, presos e alguns
mortos. Mas cumpriram a ordem de Jesus de pregar e ensinar a sua Palavra. Diz o
texto bíblico: “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar
e de anunciar a Jesus Cristo” (At 5.42). Não perdiam tempo. Não havia templos
cristãos. A igreja começou nas casas. O ensino era ministrado a pequenos grupos
nos lares. C) apóstolo Paulo, falando aos anciãos de Éfeso, mostrou o caráter
do seu ensino como verdadeiro mestre cristão: “servindo ao Senhor com toda a
humildade e com muitas lágrimas e tentações que, pelas ciladas dos judeus, me
sobrevieram; como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar e ensinar
publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a
conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (At 20.19-21). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e
aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 125-126.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
O ensino na igreja do primeiro século foi ordenado por Jesus para os
apóstolos ensinarem persistentemente.
III. A
IMPORTÂNCIA DO DOM MINISTERIAL DE MESTRE
1. Uma necessidade urgente da
igreja. Para o ministério de ensino ser
eficaz na igreja local é preciso haver pessoas vocacionadas. Não são todas que
reúnem informações exegéticas, históricas e literárias da Bíblia, aplicando-as
como é necessário. Deus concedeu à sua igreja mestres, e é preciso que ela
invista neles também. Muitas vezes, por absoluta falta de preparo dos obreiros,
predomina a superficialidade bíblica, a infantilidade "espiritual" e
o aumento do engano promovido pelas astúcias dos falsos mestres (2 Pe 2.1).
Esse dom do Senhor é para a igreja amadurecer em todas as dimensões da vida
cristã, ao mesmo tempo em que desmascara os falsos ensinos (Ef 4.14; Os 4.6). [Comentário: 2 Ped 2.1. No final do capítulo anterior,
faz-se menção aos homens santos de Deus, que viveram na época do Antigo
Testamento e foram usados como os instrumentos do Espírito Santo, ao escreverem
os oráculos sagrados; mas no início deste capítulo, ele nos conta que
existiram, mesmo naquela época, falsos profetas na igreja junto aos
verdadeiros. Em todas as épocas da igreja, e em todas as dispensações, quando
Deus envia os verdadeiros profetas, o diabo manda alguns para seduzir e
enganar, os falsos profetas no Antigo Testamento, e os falsos cristos, falsos
apóstolos e mestres enganadores no Novo. Acerca desses, observe: 1. A ocupação
deles é introduzir enganos destruidores, até mesmo heresias abomináveis, assim
como a ocupação dos mestres enviados por Deus é mostrar o caminho da verdade,
até mesmo o caminho verdadeiro para a vida eterna. Há heresias abomináveis como
também práticas abomináveis; e os falsos mestres são diligentes em difundir
esses erros perniciosos. 2. Heresias abomináveis são em geral introduzidas
secretamente, sob o manto e o disfarce da verdade. Aqueles que introduzem
heresias destrutivas “...negarão o Senhor que os resgatou”. Eles rejeitam e se
negam a ouvir e aprender do grande mestre enviado por Deus, embora Ele seja o
único Salvador e Redentor dos homens, que pagou o preço suficiente para redimir
todos os pecadores que há no mundo. 3. Os que introduzem enganos destrutivos
sobre outros trazem “...sobre si mesmos repentina (e por isso segura)
perdição”. Autodestruidores são destruídos rapidamente; e os que estão tão
endurecidos que propagam enganos destrutivos para outros serão certa e repentinamente
destruídos, e isso sem escapatória. HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa.
Editora CPAD. pag. 894.]
2. A responsabilidade de um
discipulado contínuo. Estamos acostumados a pensar que
o discipulado termina quando o novo convertido é batizado. Não há nada mais
equivocado! O Senhor Jesus chamou-nos para ser os seus discípulos por toda a
vida. Por isso, quem ensina instrui os crentes para a maturidade da fé. É um
aprendizado diário, permanente e contínuo, tanto para quem é discipulado quanto
para quem está discipulando! [Comentário: 1. O DISCIPULADO PERMANENTE: - O ensino da Palavra de Deus, na igreja
local, é indispensável e de fundamental importância. Depois da evangelização,
vem o discipulado dos novos convertidos. Mas o discipulado não deve ser visto
como apenas algumas lições da Escola Dominical. O discipulado cristão é para
toda a vida. Ninguém deixa de ser discípulo pela idade ou “por tempo de
serviço”. O pastor ou bispo deveria ser também mestre e ter sempre a capacidade
para ensinar. Diz Paulo: “Convém que o bispo seja.... apto a ensinar ’ (1 Tm
3.2 — grifo nosso). Em Efésios 4.11, o dom ministerial de “pastores” vem bem
junto ao de “doutores”. Mas nem sempre esses dois dons são encontrados em todos
os pastores. Por isso Deus resolveu designar algumas pessoas com a missão de
dedicar-se ao ensino (cf. Rm 12.7). “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente,
apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores...” (1 Co 12.28). A
missão dos mestres ou doutores, nas igrejas, é de grande valor. Os pregadores,
os evangelistas ou os missionários pregam a Palavra de Deus, atraindo as almas
para Cristo. Os novos convertidos são como “crianças” espirituais, que precisam
receber o alimento espiritual de acordo com o seu tempo de conversão; os
crentes mais antigos, supostamente, devem ter mais maturidade; mas todos precisam
do ensino fundamentado, que expresse a sã doutrina. Sem o ensino, os crentes
ficam sem o conhecimento indispensável ao seu crescimento na graça e no
conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. 2 Pe 3.18).
2. O PAPEL DOS MESTRES:
- A necessidade do ensino da Palavra de Deus requer pessoas preparadas para
ministrá-la com sabedoria, graça e unção da parte de Deus. Diante disso, vem o
papel dos mestres e doutores. São pessoas que se dedicam ao ensino (cf. Rm
12.7). Eles não se consideram superiores aos demais obreiros, pelo fato de
terem recebido o dom de ensinar. Mas, pela dedicação constante ao estudo e à
pesquisa bíblica, reúnem informações e subsídios, extraídos das Escrituras,
para compartilhar com toda a igreja. Quando o pastor da igreja local reúne em
si a condição de pastorear e ensinar, a igreja é bem servida com o ensino bem
fundamentado que atende às necessidades espirituais dos crentes. Mas, como foi
dito antes, nem todo pastor é mestre. Mas todos são apascentadores, que zelam,
cuidam, vigiam e protegem o rebanho de Cristo aos seus cuidados. Os mestres,
doutores ou ensinadores, que recebem o dom de ensinar, podem (e devem) cooperar
com a liderança da igreja na ministração de estudos valiosos e profundos para a
edificação dos crentes. Diz o pastor Elienai Cabral: “Igrejas sem mestre são
igrejas fracas espiritualmente. Por isso, deve-se reconhecer a importância e a
necessidade do ministério do ensino. È através do ensino sadio e racional,
inspirado pelo Espírito Santo, que a igreja se justifica contra as falsas
doutrinas e que se fortifica contra os ataques espirituais de Satanás”. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e
aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 121-123.]
3. Requisitos necessários ao mestre. Apresentaremos alguns requisitos importantes para a igreja reconhecer
pessoas com o dom ministerial de mestre em nossa época:
a) Um
salvo em Cristo. Não pode haver dúvidas quanto à própria experiência salvífica
por parte do vocacionado para o ministério do ensino (2 Tm 2.10-13).
Infelizmente há pessoas que não creem naquilo que ensinam. Assim, não há
verdade nem firmeza nelas.
b) O
hábito de ler. Em nosso país, a leitura é um problema cultural. Se as pessoas
leem pouco, a igreja pouco lerá. Entretanto, como ensinaremos se não lermos? O
hábito da leitura era levado a sério no ministério do apóstolo Paulo (1 Tm
4.13; 2 Tm 4.13).
c) Preparo
intelectual. A Bíblia é o instrumento de trabalho do ensinador cristão.
Considerando este livro milenar, veremos que a cultura e o mundo da Bíblia são
diferentes do nosso. Por isso, o mestre deve compreender o mundo da Bíblia
(suas questões culturais, linguísticas, exegéticas etc.) para não fazer
apelações fantasiosas, apresentando-as como exposição da Palavra de Deus.
d) Um
coração em chamas. Martin Loyd-Jones dizia que a verdadeira pregação era
teologia em fogo. É vontade de Deus que o vocacionado ao ensino utilize os
avanços das ciências bíblicas para pregar a Palavra de Deus na força do
Espírito Santo. Precisamos alcançar as mentes e os corações dos nossos dias, e
isto apenas será possível quando tivermos obreiros com uma mente bem preparada
e conectada a um "coração em chamas" e apaixonado por Jesus (At
3.12-26). [Comentário:
Um bom ensinador, mestre ou doutor é pessoa que, usada por Deus, na
unção do Espírito Santo, pode muito contribuir para a edificação espiritual e
moral dos crentes. O Eclesiastes resume o valor dos que ensinam com a sabedoria
de Deus: “As palavras dos sábios são como aguilhões e como pregos bem fixados
pelos mestres das congregações, que nos foram dadas pelo único Pastor” (Ec
12.11). Para ser um bom mestre, na igreja, são necessários alguns requisitos. 1)
Apresentar-se a Deus. “Procura apresentar-te a Deus aprovado... que maneja bem
a palavra da verdade” (2 Tm 2.15a). Um bom mestre deve ser um obreiro aprovado
por Deus, e não apenas nas faculdades de teologia ou seculares. O que ensina
deve ser aprovado:
a) No testemunho pessoal
(1 Tm 4.16; 2 Tm 4.5);
b) Na vida familiar (SI
128.1);
c) Na vida social (Mt
5.16);
d) Na igreja (Ec 5.1,2).
2) “Que não tem de que
se envergonhar... ” (2 Tm 2.15b). Quem é mestre precisa ser exemplo dos fiéis
(1 Tm 4.12). Deve ter uma vida íntegra, para não ser alvo de acusações por
parte dos que o ouvem ou dos de fora da igreja. Se um ensinador dá escândalo
compromete seu nome, sua imagem e seus ensinos.
3) “Que maneja bem a
palavra da verdade...” (2 Tm 2.15c). Esse requisito é muito importante, porque
o mestre ou doutor é o homem que faz uso da Palavra de Deus para ministrar o
ensino à igreja. Seu manual de ensino é a Bíblia Sagrada. Ele deve conhecer bem
a Palavra para poder preparar estudos, mensagens e reflexões a serem
compartilhadas, verbalmente ou por escrito, para a edificação da igreja. Devem
ser “aptos para ensinar” (1 Tm 3.2; 2 Tm 2.24). Para ter esse manejo, é preciso
que o mestre ou doutor tenha certos cuidados:
a) Seja um leitor
persistente e estudioso da Bíblia (1 Tm 4.13).
b) Seja dedicado ao
ensino (Rm 12.7b). Essa dedicação exige esforço e disciplina para o
desenvolvimento de um ministério frutífero;
c) Seja um leitor de
bons livros de estudo bíblico (2 Tm 4.13). Os bons livros não substituem a
Bíblia, mas, quando são escritos por homens de Deus, são excelentes auxílios ao
preparo de estudos e mensagens;
d) Procure conhecer
versões variadas da Bíblia, principalmente as de estudo bíblico, examinando
seus comentários, para evitar inserções heréticas, em suas notas;
e) Utilize dicionários,
concordâncias e enciclopédias bíblicas.
f) Seja um leitor de
revistas, jornais, e periódicos (evangélicos e seculares), que tenham subsídios
para fortalecer o ensino.
g) Tenha preparo
teológico. Um curso teológico de boa qualidade não faz um excelente mestre no
ensino da Palavra de Deus. Esse é feito por Deus. Contudo, o curso dá uma visão
ampla do estudo sistemático da Palavra de Deus, a partir da Teologia
Sistemática e suas divisões; da Hermenêutica, da Homilética, da História da
Igreja, da Geografia Bíblica, Ética Pastoral, Didática, Psicologia, etc... A
Bíblia diz: “Examinai tudo. Retende o bem...” (1 Ts 5. 21). Um mestre deve ter
conhecimentos acima da média de seus alunos.
Tiago adverte que muitos
não queiram ser mestres (doutores ou professores), visto que “receberemos mais
duro juízo” (Tg 3.1). Diante disso, é importante que os mestres sejam pessoas
cuidadosas no exercício de sua missão, pautando-se pelos princípios éticos e
morais da Palavra de Deus, para que possam contribuir para o crescimento
espiritual dos crentes, nas igrejas, auxiliando os pastores ou líderes a melhor
conduzirem o rebanho do Senhor Jesus. Elinaldo Renovato. Dons
espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 123-124.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
O dom ministerial de mestre é uma necessidade para a igreja local e uma
responsabilidade para um discipulado permanente.
CONCLUSÃO
É preciso desfazer a ideia propagada
ao longo de décadas acerca do preparo intelectual do crente. Não é verdade que
necessariamente ele esfriará na fé se estudar. Se fosse assim Paulo seria o
mais frio dos apóstolos do Novo Testamento, pois não havia obreiro mais bem
preparado que ele (At 17.15-34; Tt 1.12). Este, no entanto, soube conjugar
preparo intelectual e poder do alto. É disso que as nossas igrejas precisam:
homens cheios do Espírito, mas do mesmo modo, com a mente iluminada para
responder, com mansidão e temor, a razão da nossa esperança (1 Pe 3.15). [Comentário: Não há mais espaço para aquela ideia equivocada
de que “a letra mata, mas o Espírito vivifica”. Essa é uma interpretação
nebulosa usada por muitos que se recusam preparar-se intelectualmente. Hoje, o
mestre deve aprofundar-se nas ciências bíblicas da exegese e da hermenêutica, bem
como depender inteiramente do Espírito Santo para capacitá-lo e dirigi-lo no esforço
em busca da excelência no ensino. Muito embora não tenhamos hoje mestres
reconhecidamente separados para exercer o ministério de ensino, assim como separam
pastores, presbíteros e diáconos, temos homens e mulheres que labutam, que
ajudam a Igreja a crescer na graça e no conhecimento do Senhor Jesus. Uma
Igreja que negligencia seus mestres e o ministério de ensino, está fadada ao
fracasso espiritual, à crise, pobreza e problemas na área do ensino da Palavra.] “NaquEle
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere!
Hoje, em Recife-PE
Junho de 2014.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ARAÚJO, Carlos Alberto R. A Igreja
dos Apóstolos: Conceito e Forma das Lideranças na Igreja Primitiva, l.ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2012.
GANGEL, Kenneth O.; HENDRII CKS,
Howard G (Eds.), Manual de Ensino para o Educador Cristão: Compreendendo a
natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão, 4.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005.
EXERCÍCIOS
1. Quais eram as duas opções de quem
ouvia o Mestre dos mestres?
R. Amá-lo ou odiá-lo.
2. O que Jesus fez a fim de ensinar
acerca da humildade?
R. O mestre da Galileia “levantou-se da ceia,
tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e
começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que
estava cingido” (Jo 13.4,5).
3. Qual foi a ordem de Jesus para a
Igreja antes de ascender aos céus?
R. Determinou aos seus discípulos que ensinassem
“todas as nações [...] a guardar todas as coisas” que Ele tinha ordenado.
4. De acordo com a lição, o que
significa a doutrina dos apóstolos?
R. Trata-se do conjunto de ensinos de Cristo
ministrados por eles, de forma eficaz, a fim de produzir crescimento integral
aos novos crentes.
5. O que é necessário para que o
ministério de ensino na Igreja seja eficaz?
R. É preciso haver pessoas vocacionadas.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2014 - CPAD - Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões reais; Respostas precisas; Fé
Solidificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010;
-. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
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