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2º Trimestre de 2014
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Lição 7
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18
de maio de 2014
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O Ministério
de Profeta
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TEXTO ÁUREO
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“E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em
segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois,
dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas” (1Co 12.28). Este versículo expõe quatro
aspectos da metáfora. Primeiro, os apóstolos e profetas são as pedras da
fundação do templo (20a). Recebem esta designação, porque sua função é proclamar
a Palavra do Senhor. Wesley observa que “a palavra do Senhor, declarada pelos
apóstolos e profetas, sustenta a fé de todos os crentes”. Certos estudiosos
veem uma contradição no pensamento de Paulo ao usar esta metáfora aqui e em 1
Coríntios 3.11. Lá, Cristo é o fundamento. O problema se resolve quando nos
damos conta de que ele emprega a metáfora em sentidos diferentes. Na passagem
coríntia, o pensamento gira em torno de si mesmo e de outros como
construtores. Na relação aqui está claro que Cristo é o fundamento sobre o
qual eles constroem. Paulo está enfatizando as pedras usadas na construção.
Nesta relação, Cristo é a pedra da esquina. Todos os outros são pedras de
menor significação. Mas, mesmo sendo de menor importância, os apóstolos e
outros ministros na igreja são pedras de fundação no edifício de Deus. Willard
H. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 143-144.
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VERDADE
PRÁTICA
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O
ministério de profeta é fundamental para a Igreja de Cristo nos dias atuais.
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HINOS
SUGERIDOS
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141,
215, 438.
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LEITURA DIÁRIA
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios 12.27-29; Efésios 4.11-13.
1 Coríntios 12
27 - Ora, vós sois o corpo de Cristo
e seus membros em particular.
28 - E a uns pôs Deus na igreja,
primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores,
depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de
línguas.
29 - Porventura, são todos
apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de
milagres?
Efésios 4
11 - E ele mesmo deu uns para
apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para
pastores e doutores,
12 - querendo o aperfeiçoamento dos
santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo,
13 - até que todos cheguemos à
unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da
estatura completa de Cristo.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
·
Descrever a função do profeta no Antigo Testamento;
·
Compreender o ofício do profeta em o Novo Testamento, e
·
Discernir o verdadeiro do falso profeta.
PALAVRA CHAVE
Profeta: Porta-voz oficial da divindade.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A lição desta semana versa sobre o
dom ministerial de profeta. Estudaremos alguns aspectos deste dom à luz da
Bíblia, mas também considerando o contexto histórico e cultural do Antigo e do
Novo Testamento. O ministério de profeta é altamente importante para os nossos
dias, pois de acordo com o ensino dos apóstolos, tal ministério tem um valor
excelso para a igreja de qualquer tempo e lugar. [Comentário: Continuando o estudo dos dons ministeriais,
estudaremos hoje o ministério de profeta. No Novo Testamento, a palavra
comumente usada é prophétes, que aparece por cento e quarenta e nove
vezes, como exemplo, Mateus 1.22; 2.5,16; Marcos 8.28; Lucas 1.70,76; 7.16; João
1.21,23; 3.18,21; Romanos 1.2; 11.3; 1Coríntios 12.28,29; 14.29,32,37; Efésios
2.20; Tiago 5.10; 1Pedro 1.10; 2Pedro 2.16; 3.2; Apocalipse 10.7; 11.10. O
substantivo prophetela, «profecia », é usado por dezenove vezes no Novo
Testamento: Mateus 13.14; Romanos 12.6; 1Coríntios 12.10; 13.2,8; 14.6,22; 1Tessalonissensses
5.20; 1Timóteo 1.18; 4.14; 2Pedro 1.20,21; Apocalipse 1.3; 11.6; 19.10; 22.7.10,18,19.
Essas palavras derivam-se do grego pro, «antes.., «em favor de.., e phemi;
«falar.., ou seja, «alguém que fala por outrem.., e, por extensão,
«intérprete.., especialmente da vontade de Deus. Tais palavras gregas,
naturalmente, estão por detrás do termo português «profeta. Os profetas eram
tidos como representantes de Deus. Eles serviam de elo vital na questão das
revelações, bem como veículos do conhecimento espiritual. As revelações por
eles recebidas, por ordem do Senhor em alguns casos tomaram-se concretas nos
livros que escreveram. Esses livros, por sua vez, foram canonizados, com a
passagem do tempo, sendo então aceitos como Escrituras Sagradas. O caráter do
profeta e da profecia neotestamentários é um pouco diferente daquele do Antigo
Testamento. Algumas pessoas têm dificuldades em aceitar a ideia de profetas
contemporâneos, porque estão olhando pela ótica do Antigo Testamento. Vivemos
em uma nova era, e nossa relação com Deus está debaixo da Nova Aliança. Isso
significa que devemos reformular nossos conceitos do ministério profético na
Nova Aliança. Não há apenas um ou dois profetas para uma nação, mas o dom de
profecia, o ministério profético e a palavra do Senhor estão difusos e
distribuídos por todo o corpo de Cristo] Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!
I. O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO
1. Conceito. O profeta do Antigo Testamento era a pessoa incumbida para falar em nome
de Deus. O Altíssimo fazia dele o seu porta-voz, um embaixador que representava
os interesses do reino divino na Terra. Quando Deus levantava um profeta,
designava-o a falar para toda a nação israelita, e até mesmo a povos ou nações
estranhas (Jr 1.5). Ao longo de toda a história veterotestamentária o Senhor
levantou homens e mulheres para profetizarem em seu nome: Samuel, o último dos
juízes e o primeiro dos profetas para a nação de Israel (1Sm 3.19,20), Elias e
Eliseu (1Rs 18.18-46; 2Rs 2.1-25), a profetisa Hulda (2Rs 22.14-20) e muitos
outros, como os profetas literários Isaías, Jeremias e Daniel. [Comentário: No Antigo Testamento, a palvra Ro’eh, traduzido
por “vidente” em português, indica a capacidade especial de se ver na dimensão
espiritual e prever eventos futuros. O título sugere que o profeta não era
enganado pela aparência das coisas, mas que as via conforme realmente eram — da
perspectiva do próprio Deus. Como vidente, o profeta recebia sonhos, visões e
revelações, da parte de Deus, que o capacitava a transmitir suas realidades ao
povo. Também a palavra ‘Nabi’, a principal palavra hebraica para “profeta”,
ocorre 316 vezes no Antigo Testamento. Nabi’im é sua forma no plural. Embora a
origem da palavra não seja clara, o significado do verbo hebraico “profetizar”
é: “emitir palavras abundantemente da parte de Deus, por meio do Espírito de Deus”
(Gesenius, Hebrew Lexicon). Sendo assim, o ‘nabi’ era o porta-voz que emitia
palavras sob o poder impulsionador do Espírito de Deus. A palavra grega priophetes, da qual se deriva a palavra
“profeta” em português, significa “aquele que fala em lugar de outrem”. Os
profetas falavam, em lugar de Deus, ao povo do concerto, baseados naquilo que
ouviam, viam e recebiam da parte dEle. No Antigo Testamento, o profeta também
era conhecido como “homem de Deus” (2Rs 4.21), “servo de Deus” (Is 20.3; Dn
6.20), homem que tem o Espírito de Deus sobre si (Is 61.1-3), “atalaia” (Ez
3.17), e “mensageiro do Senhor” (Ag 1.13). Os profetas também interpretavam
sonhos (José, Daniel) e interpretavam a história — presente e futura — sob a
perspectiva divina.]
2. O ofício. Através da inspiração divina o profeta recebia uma revelação que
desvendava o oculto, anunciava juízos, emitia conselhos e advertências divinas.
Expressões como “veio a mim a palavra do Senhor” e “assim diz o Senhor” eram
fórmulas usuais para o profeta começar a mensagem divina (Jr 1.4; Is 45.1).
Símbolos e visões também eram formas de Deus falar através dos profetas ao seu
povo (Jr 31.28; Dn 7.1). Num primeiro momento, o profeta exercia um importante
papel de conselheiro no palácio real (Natã, cf. 2Sm 12.1; 1Rs 1.8,10,11).
Contudo, após a divisão do reino de Israel, o profeta passou a ser perseguido,
pois sua profecia confrontava diretamente a prepotência da nobreza, a
dissimulação dos sacerdotes e a injustiça social (Jr 1.18,19; 5.30,31; Is
58.1-12). [Comentário:
O Antigo Testamento foi marcado pela atividade e testemunho dos profetas.
Quando Jesus se despedia dos seus discípulos, lhes disse: “São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha
que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos
Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.44). Os escritos dos profetas faziam parte
da tríplice divisão da Bíblia hebraica. Nos cinco primeiros livros do Antigo
Testamento, vemos a presença de Abraão, o pai da nação Israelita, que foi
considerado um profeta (Gn 20.7); quando Moisés, o líder do Êxodo, estava em
aperto, na sua chamada para tirar o povo do Egito, Deus lhe disse que Arão, seu
irmão, seria seu profeta (Êx 7.1); os 70 homens, levantados por Deus para ajudar
Moisés profetizaram só uma vez; dois israelitas, Eldade e Medade, que ficaram
na tenda, também profetizaram, provocando ciúmes em Josué (Nm 11.24-29). Em
Números, Deus diz como usaria um profeta, em visão ou sonhos (Nm 12.6). Em
Deuteronômio, vemos Deus ensinando ao povo como distinguir os verdadeiros e os
falsos profetas (Dt 13.1-5). Aqueles homens não tinham um ministério profético.
Foram usados por Deus em mensagens ou missões de caráter profético. Seus nomes
não fazem parte dos “Profetas”, na divisão da Bíblia hebraica, porque a
profecia não era a sua missão principal. Nos livros históricos, o papel dos
profetas foi muito relevante. Os livros de 1 e 2 Samuel foram escritos pelo
último dos juízes e o primeiro dos profetas, realmente dedicados à missão de
falar ao povo mensagens da parte de Deus de modo marcante e consequente (1 Sm
8.10-17); ele também era vidente (1 Sm 9.15, 19,20; 10.1-5). Foi usado para
ungir Saul, o primeiro rei de Israel e Davi, seu sucessor (1 Sm 10.24; 16.13).
Nos livros de 1 e 2 Reis, houve profetas de destaque, como Natã, que ungiu
Salomão (1 Rs 1.39) e revelou o pecado de adultério de seu pai Davi antes,
depois falou sobre a construção do templo pelo mesmo Salomão que havia de ungir
como rei; o profeta Aias, que profetizou a divisão do Reino de Israel (1 Rs
11.31, 32); houve um profeta desconhecido, que vaticinou o nascimento de
Josias, e foi enganado por um “profeta velho”, que mentiu, e, mesmo assim, foi
usado por Deus (1 Rs 13.1-3; 11-26). Quando Deus quer, usa a quem Ele quer.Dentre
os profetas de 1 Reis, destacou-se o profeta Elias, que denunciou os pecados do
rei Acabe e sua mulher ímpia, Jezabel (1 Rs 17.1; 18.1) e confrontou os
profetas de Baal e Asera, cultuados pelo casal real (1 Rs 18.18-46). Seu
sucessor foi o profeta Eliseu, que foi usado com grande poder (2 Rs 2.9-11),
com grandes sinais e maravilhas (2 Rs 2.19-25). Isaías foi profeta de grande
valor em 2 Reis (2 Rs 19.2, 6,7, 20-37), conhecido como o profeta messiânico
devido à grande parte de suas profecias se referirem o Messias, no futuro.
Naquele tempo, a profetiza Hulda foi usada por DEUS para exortar o povo em sua
desobediência (2 Rs 22.14-20). Esdras, líder da reconstrução do Templo em
Jerusalém, após o cativeiro babilônico, foi ajudado por profetas (Ed 5.2). Na
reconstrução dos muros, por Neemias, levantou-se a falsa profetisa Noadias,
que, juntamente com outros profetas conluiaram-se contra Neemias, o líder da
reconstrução dos muros de Jerusalém (Ne 6.4).]
3. O profetismo. De acordo com o Dicionário Teológico (CPAD), o profetismo foi um
movimento que surgiu no período aproximado do século VIII a.C. tanto em Israel
quanto em Judá. O objetivo desse movimento era “restaurar o monoteísmo hebreu”,
“combater a idolatria”, “denunciar as injustiças sociais”, “proclamar o Dia do
Senhor” e “reavivar a esperança messiânica”. Foi nesse tempo que os verdadeiros
profetas em Israel foram cruelmente surrados, presos e mortos. [Comentário: O profetismo em Israel foi o fenômeno que marcou
esta nação de forma peculiar, chegando a formar escola de profetismo,
culminando na vasta literatura profética que hoje faz parte da Bíblia. Estes
profetas possuíam vida nômade. As escolas de profetas marcaram a primeira época
da profecia em Israel (Is 8.16;30.8; Jr 36). Pregavam a Benção e a Salvação e seu
tema principal era "a eleição do povo conduz os indivíduos a Deus, ainda
que pela punição". Outro tema importante era a exaltação de Israel:
"Os inimigos sempre serão aniquilados e Israel será salvo (Jr 14:13). Eles
dividiam-se em profetas reais, ou da corte e profetas por vocação e chamado,
independentes (Jr 28.1-17; 14.13-16; 23.9-40; 28.9; Ez 33.30-33; Jr 17.15; 12.1).
Em Israel, quando a política se desviou dos planos de Deus, a profecia mudou
seu discurso e passou a criticar o rei, tornaram-se inimigos perigosos e foram
perseguidos por isso (1Rs 21.20; 18.17; 1Rs 18.13; 19.10; Jr 18.18; 26.11)]
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Os profetas do Antigo Testamento
falavam em nome de Deus, em primeiro lugar para a nação de Israel, em segundo,
para povos estranhos.
II. O APÓSTOLO PAULO
II. O PROFETA EM O NOVO TESTAMENTO
1. A importância do termo “profeta”
em o Novo Testamento. Como já vimos, em Efésios 4.11
são mencionados cinco ministérios que exerciam papéis fundamentais na liderança
da Igreja Antiga: apóstolo, profeta, evangelista, pastor e doutor. Não por
acaso, o termo “profeta” aparece na segunda posição da lista apresentada em 1
Coríntios 12.28; Efésios 4.11. O profeta é identificado três vezes na epístola
aos Efésios como alguém que acompanhava os apóstolos (2.20; 3.5; 4.11). A
Bíblia afirma que os “concidadãos dos Santos e da família de Deus estão
edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas [...]” (Ef 2.19,20).
Aqui, a Bíblia denota a importância do ministério de profeta na liderança da
Igreja do primeiro século. [Comentário:
Apóstolos e profetas mencionados em Efésios 2.20 devem ser distinguidos
dos da referência 4.11. Aqui, a referência é aos apóstolos fundadores, como em
Ap 21.14, enquanto que no texto do capitulo 4.11, é sobre a missão contínua dos
apóstolos, que servem a Igreja de Cristo de uma maneira mais geral. Estes
versículos expõem quatro aspectos da metáfora. Primeiro, os apóstolos e
profetas são as pedras da fundação do templo (20a). Recebem esta designação,
porque sua função é proclamar a Palavra do Senhor. Wesley observa que “a
palavra do Senhor, declarada pelos apóstolos e profetas, sustenta a fé de todos
os crentes”. Certos estudiosos veem uma contradição no pensamento de Paulo ao
usar esta metáfora aqui e em 1 Coríntios 3.11. Lá, Cristo é o fundamento. O
problema se resolve quando nos damos conta de que ele emprega a metáfora em sentidos
diferentes. Na passagem coríntia, o pensamento gira em torno de si mesmo e de
outros como construtores. Na relação aqui está claro que Cristo é o fundamento
sobre o qual eles constroem. Paulo está enfatizando as pedras usadas na
construção. Nesta relação, Cristo é a pedra da esquina. Todos os outros são
pedras de menor significação. Mas, mesmo sendo de menor importância, os
apóstolos e outros ministros na igreja são pedras de fundação no edifício de
Deus. Nos versículos 4 a 22, temos o assunto: “A Igreja, a Morada de Deus”. A
unidade da Igreja Invisível é o tema de fundo. 1) A fundação da Igreja, 20; 2)
A construção da Igreja: inclusiva, 11-19; exclusiva, 4-11; de projeto simétrico
— bem ajustado; cresce até à conclusão — cresce para templo santo no Senhor,
21; 3) “Em Cristo”, a Igreja é a morada de Deus no Espírito, 22 (G. B.
Williamson). Willard H. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD.
Vol. 9. pag. 143-144.]
2. O ofício do profeta
neotestamentário. Seu ministério no Novo Testamento
não consistia em predizer o futuro, adivinhar o presente ou ficar fora de si.
Não! De acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, o profeta
neotestamentário era dotado por Deus para receber e mediar diretamente a
Palavra do Altíssimo. Apesar de ele algumas vezes predizer o futuro, conforme
instrui-nos a Bíblia de Estudo Pentecostal, seu ofício consiste em proclamar e
interpretar a Palavra de Deus, por vocação divina, com vistas à admoestação,
exortação, ânimo, consolação e edificação da igreja (At 3.12-26; 1Co 14.3).
“Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado,
proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e
frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17)”. Por causa da mensagem de
justiça que o profeta apresenta em tempos de apostasia e confusão espiritual,
inclusive na igreja, não há outro jeito: ele fatalmente será rejeitado e
perseguido por muitos. [Comentário:
A profecia é uma manifestação do Espírito de Deus e não da mente do
homem, e é concedida a cada um, visando a um fim proveitoso: 1 Co 12.7. A vida
da Igreja no Novo Testamento deveria ser abençoada pela presença do dom de
profecia. Como Paulo declara aqui ao colocar o amor como nossa busca primária,
a profecia deve ser bem acolhida para a edificação, consolação e exortação da
congregação, corporal e individualmente. Tal estímulo mutuo é profecia, não
palavras, no sentido da Bíblia que usa as próprias palavras de Deus, mas no
sentido de palavras humanas que somente o Espírito Santo leva à mente. A
prática do dom de profecia é um propósito da plenitude do Espírito Santo (At
2.17). Ela também cumpre a profecia de Joel (Jl 2.28) e a esperança expressa
por Moisés (Nm 11.29).]
3. O objetivo do dom ministerial de
profeta. A função do profeta do Novo
Testamento é apresentada por Paulo no mesmo bloco de versículos em que ele
menciona os cinco ministérios em Efésios (4.11-16). Ou seja, o profeta é
chamado por Deus a levar a igreja de Cristo a uma plena maturidade cristã, pois
como um organismo vivo, a Igreja, o Corpo de Cristo, deve desenvolver-se para a
edificação em amor (v.16). Para que tal seja uma realidade, os profetas do
Senhor devem desempenhar suas funções, capacitados e dirigidos pelo Espírito
Santo. [Comentário: A
finalidade dos dons ministeriais é “o aperfeiçoamento dos santos” (1 Pe 1.15),
ou seja, dos crentes fiéis, santificados e comprometidos com o Reino de Deus,
“para a obra do ministério”. Os profetas falam sob o impulso direto do Espírito
Santo, cuja motivação e interesse principal é a vida espiritual e pureza da
igreja. Sob o novo concerto, foram levantados pelo Espírito Santo e revestidos
pelo seu poder para trazerem uma mensagem da parte de Deus ao seu povo (At
2.17; 4.8; 21.4). (1) O ministério profético do AT ajuda-nos a compreender o do
NT. A missão principal dos profetas do AT era transmitir a mensagem divina
através do Espírito, para encorajar o povo de Deus a permanecer fiel, conforme
os preceitos da antiga aliança. Às vezes eles também prediziam o futuro
conforme o Espírito lhes revelava Cristo e os apóstolos são um exemplo do ideal
do AT (At 3.22,23; 13.1,2). (2) A função do profeta na igreja incluía o
seguinte: (a) Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de
Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, exortar, animar,
consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1Co 12.10; 14.3). (b) Devia exercer o
dom de profecia (c) Às vezes, ele era
vidente (cf. 1Cr 29.29), predizendo o futuro (At 11.28; 21.10,11). (d) Era
dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado,
proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e
frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17). Por causa da sua mensagem
de justiça, o profeta pode esperar ser rejeitado por muitos nas igrejas, em
tempos de mornidão e apostasia. (3) O caráter, a solicitude espiritual, o
desejo e a capacidade do profeta incluem: (a) zelo pela pureza da igreja (Jo
17.15-17; 1Co 6.9-11; Gl 5.22-25); (b) profunda sensibilidade diante do mal e a
capacidade de identificar e detestar a iniquidade (Rm 12.9; Hb 1.9); (c)
profunda compreensão do perigo dos falsos ensinos (Mt 7.15; 24.11,24; Gl 1.9;
2Co 11.12-15); (d) dependência contínua da Palavra de Deus para validar sua
mensagem (Lc 4.17-19; 1Co 15.3,4; 2Tm 3.16; 1Pe 4.11); (e) interesse pelo
sucesso espiritual do reino de Deus e identificação com os sentimentos de Deus
(cf. Mt 21.11-13; 23.37; Lc 13.34; Jo 2.14-17; At 20.27-31). (4) A mensagem do
profeta atual não deve ser considerada infalível. Ela está sujeita ao
julgamento da igreja, doutros profetas e da Palavra de Deus. A congregação tem
o dever de discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética, se ela é de
Deus (1Co 14.29-33; 1Jo 4.1). (5) Os profetas continuam sendo imprescindíveis
ao propósito de Deus para a igreja. A igreja que rejeitar os profetas de Deus
caminhará para a decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalismo
quanto aos ensinos da Bíblia (1Co 14.3; cf. Mt 23.31-38; Lc 11.49; At 7.51,52).
Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de repreensão e de
advertência denunciando o pecado e a injustiça (Jo 16.8-11), então a igreja já
não será o lugar onde se possa ouvir a voz do Espírito. A política eclesiástica
e a direção humana tomarão o lugar do Espírito (2Tm 3.1-9; 4.3-5; 2Pe
2.1-3,12-22). Por outro lado, a igreja com os seus dirigentes, tendo a mensagem
dos profetas de Deus, será impulsionada à renovação espiritual. O pecado será
abandonado, a presença e a santidade do Espírito serão evidentes entre os fiéis
(1Co 14.3; 1Ts 5.19-21; Ap 3.20-22). STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia de
Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Os profetas em o Novo Testamento
desempenhavam um importante papel de liderança nas igrejas locais.
III. DISCERNINDO O VERDADEIRO
PROFETA DO FALSO
1. Simplicidade x arrogância. Duas características do verdadeiro profeta são a simplicidade e o amor.
Ainda que a Palavra seja de juízo, o coração do profeta transborda de amor e a
sua conduta simples demonstra a quem ele está servindo: o Deus de amor.
Lembremo-nos de Jeremias (38.14-27), Oseias (8.12) e do próprio Senhor Jesus
(Mt 23.37). Já o falso profeta só pensa em si, em seu status e benefícios.
Profetiza objetivando a autopromoção. Ele mente, ilude e engana. Lembremo-nos
de Hananias, o profeta mentiroso que enfrentou Jeremias (Jr 28.10-12). [Comentário: Existem muitos falsos profetas que fingem ser
guias cristãos, mas seu verdadeiro objetivo é egoísta e destrutivo. Devemos
testar aqueles que alegam profetizar por meio de seus frutos, isto é, seu
estilo de vida, caráter, ensinamentos e influência. em 2 Pedro 2:1: "Assim
como no meio da povo surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós
falsos mestres, os quais introduzirão dissimuladamente heresias destruidoras,
até ao ponto de renegarem o Soberana Senhor que os resgatou, trazendo sobre si
mesmos repentina destruição." Para que as pessoas pudessem discernir entre
profetas falsos e verdadeiros o Espírito dava a outros o dom do
"discernimento de espíritos". Só o fato de existirem profetas que
falavam por revelação implicava na existência de falsos profetas, como podemos
verificar no Antigo e no Novo Testamentos. Os cristãos neotestamentários não
deviam desprezar a profecia, mas também tinham de testar todas as coisas.]
2. Pelos frutos os conhecereis. Uma advertência séria de Jesus para os seus discípulos foi acerca da
precaução com os falsos profetas. Como reconhecê-los? Jesus disse que os
reconheceríamos “pelos seus frutos” (Mt 7.15,20), pois o resultado, ou “fruto”,
do que o profeta “diz” e “faz”, revela o seu caráter. Logo você conhecerá de
onde procede a “árvore” (o profeta). Lembre-se de que não devemos diferençar o
verdadeiro profeta do falso pela “performance” ou pelo “espetáculo”, mas pelos
frutos que eles produzem. [Comentário:
A Bíblia ensina que muitos falsos profetas e enganadores surgiriam dentro
e fora da Igreja, mas que no fim dos tempos eles intensificariam suas
atividades. Paulo disse: "O próprio Satanás se transforma em anjo de luz.
Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros
da justiça" (2Co 11.14, 15). Centenas de líderes religiosos em todo o
mundo não são Servos de Deus, mas do Anticristo. São lobos em pele de ovelha;
são joio, e não trigo - talvez nem saibam que são joio. Espiritismo, ocultismo,
adoração a Satanás e as atividades dos demônios têm aumentado rapidamente no
mundo ocidental. Ensinos falsos (Paulo os chama de "ensinos de
demônios" em 1Tm 4.1) acompanharam seu surgimento. A grande pergunta é
esta: Como podemos saber quais são verdadeiros e quais não são? É por isto que
os crentes precisam do dom de discernimento, ou pelo menos respeito pela
opinião dos que o têm. O apóstolo João disse: "Amados, não deis crédito a
qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque
muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora" (1Jo 4.1). Em outras
palavras, os crentes devem testar os vários espíritos e doutrinas que existem
hoje em dia, principalmente comparando-os com o padrão da Palavra de Deus, a
Bíblia. Mas Deus dá a algumas pessoas capacidade extraordinária para discernir
a verdade. Lemos em 1 Coríntios 12.10: "A outro (é dado) discernimento de
espíritos." Em toda a Bíblia somos alertados contra os falsos profetas e
falsos mestres. No Sermão da Montanha, Jesus disse: "Acautelai-vos dos
falsos profetas que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro
são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis" (Mt 7.15, 16).
Torna-se difícil, às vezes até para um cristão, distinguir e desmascarar o
falso profeta. Existe semelhança muito grande entre o verdadeiro e o falso
profeta, e Jesus falava destes últimos, que "surgirão... operando grandes
sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mt 24.24).
Paulo fala-nos do Anticristo vindouro, cuja atividade nos dias finais será marcado
por "sinais e prodígios da mentira" (2Ts 2.9). O maior disfarce de
Satanás sempre foi o aparecer aos homens como "anjo de luz" (2Co 11.14).]
3. Ainda sobre o falso profeta. Apesar de o falso profeta ser arrogante e iníquo, ele fala com grande
eloquência, e isso basta para que ele seja tido como verdadeiro. Na obra Assim
Diz o Senhor? (CPAD), John Bevere diz que falsos profetas “são aqueles que
ministram em nome de Jesus nas nossas igrejas e conferências, os que partem o
coração dos justos, [e que] embora o ministério seja apresentado em nome de
Jesus, não é desempenhado pelo seu Espírito”. Não tenha medo! Na autoridade do
Espírito de Deus, “acautele-se” dos falsos profetas. Seja prudente! O Espírito
Santo mediante o Evangelho te fará discernir a procedência desses enganadores.
Não se deixe conduzir por eles! [Comentário:
As Escrituras ensinam claramente que devemos exercer o dom de
discernimento – porque aparecerão muitos profetas falsos. Não há como deixar de
ver as muitas advertências de Jesus e dos apóstolos quanto aos falsos profetas
que viriam, principalmente no fim dos tempos. Muitos serão como lobos em pele
de ovelha. Enganarão muitas vezes o povo de Deus. Por isso entre as cristãos
deve haver os que sabem distinguir entre profetas falsos e verdadeiros. Paulo
estava preocupado com os coríntios porque eles pareciam ter pouco
discernimento, recebendo a qualquer um como verdadeiro profeta de Cristo.
"Porque vocês suportam com alegria qualquer um que chega e anuncia um
Jesus diferente, que não é o Jesus que nós anunciamos. E acenam um espírito e
um evangelho completamente diferentes do Espírito de Deus e do Evangelho que
receberam de nós. ... Aqueles homens são apóstolos falsos, e não verdadeiros.
Eles mentem a respeito de seus trabalhos, e se disfarçam em verdadeiros
apóstolos de Cristo" (2Co 11.4, 13]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Uma das formas de reconhecer o falso
profeta é identificar a sua arrogância e a podridão dos seus frutos.
CONCLUSÃO
Acabamos de estudar o exercício do
ministério de profeta no Antigo e no Novo Testamento. Vimos que tal ministério,
juntamente com o dos apóstolos, era um dos pilares na liderança da Igreja do
primeiro século (Ef 2.20). Apesar de ao longo da história da igreja o
ministério de profeta ter perdido preeminência, sabemos o quanto ele é
importante para a vida espiritual da Igreja de Cristo. O profeta do Senhor, com
autoridade e sabedoria divina deve desmascarar as injustiças, o falso
profetismo e primar pela edificação da Igreja do Senhor Jesus. Que Deus levante
os legítimos profetas! [Comentário:
O dom da profecia no sentido de predição, não existe mais tanto quanto no
primeira século do cristianismo. Sabemos de casos em que cristãos têm
precognição de eventos futuros, mas ocasiões como esta são raras e não normais
e frequentes. Eu não quero afirmar que Deus não use seus servos dessa forma,
mas elas não são determinantes para os crentes como é a profecia bíblica. Eu
acredito que sua função é distinta do dom de profecia atual, que é a capacidade
de compreender e de empenhar-se na exposição da Palavra de Deus. Atenção! Deus não revela mais "verdade
nova" diretamente; a Bíblia não tem adendos. Não creio em “novas
revelações”. O cânon da Escritura está encerrado. Na minha concepção o dom de
profecia deve ser usado "na sentido ampliado de apresentar ao povo de Deus
verdades recebidas não por revelação direta mas do estudo cuidadoso da Palavra
de Deus, completa e infalível". A função do Espírito é iluminar a mente
dos que foram chamados para cargos proféticos para que compreendam a Palavra de
Deus e a apliquem com uma profundidade que os que não têm o dom de profecia não
possuem.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e
isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero,
Domine,
prompte et sincere!
Hoje, em Recife-PE
Maio de 2014.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
STRONSTAD,
Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. Vol. 1: Mateus a Atos. 4 ed., RJ: CPAD, 2009. MENZIES, William W.;
HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5 ed., RJ:
CPAD, 2005.
EXERCÍCIOS
1. De acordo com a lição, defina o
conceito de profeta no Antigo Testamento.
R. O profeta do Antigo Testamento era a pessoa encarregada de falar em
nome de Deus.
2. O que foi o profetismo?
R. O profetismo foi um movimento que surgiu no período aproximado de
VIII a.C. tanto em Israel quanto em Judá.
3. Quais são os cinco ministérios mencionados
em Efésios 4.11?
R. Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Doutores.
4. Em que consistia o ofício de profeta
no Novo Testamento?
R. Seu ofício consiste em proclamar e interpretar a Palavra de Deus,
por vocação divina, com vistas à admoestação, exortação, ânimo, consolação e
edificação da igreja.
5. Cite duas características do
verdadeiro profeta.
R. A simplicidade e o amor.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2014 - CPAD - Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões reais; Respostas precisas; Fé
Solidificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010;
-. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos
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