Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: Os Doze Profetas Menores — Advertências e consolações
para a santificação da Igreja de Cristo.
Comentarista: Esequias Soares.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração, pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa.
LIÇÃO 05
Obadias — O
princípio da retribuição
04 de novembro
de 2012
TEXTO ÁUREO
“Porque o dia do SENHOR
está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a
tua maldade cairá sobre a tua cabeça” (Ob
1.15).
VERDADE PRÁTICA
Obadias mostra que a lei
da semeadura e o princípio da retribuição constituem uma realidade da qual
ninguém escapará.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Obadias 1.1-4,15-18
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Conceituar soberania
divina e livre arbítrio.
·
Elencar os elementos
contextuais do livro de Obadias.
·
Saber o princípio
da retribuição divina
Palavra
Chave
Soberania: Qualidade
ou condição de soberano. Do
lat. “superanus”, um adjetivo qualificativo
derivado de “super”, que significa “sobre”. “Soberano” é, portanto,
aquele que está “sobre” algo ou alguém; Nesta lição, autoridade inquestionável que Deus exerce
sobre todas as coisas criadas no céu e na terra.
COMENTÁRIO
introdução
A
afirmação de que Deus é absolutamente soberano na criação, na providência e na
salvação é básica à crença bíblica e ao louvor bíblico. A visão de Deus
reinando de seu trono é repetida muitas vezes (1Rs 22.19; Is 6.1; Ez 1.26; Dn
7.9; Ap 4.2; conforme Sl 11.4; 45.6; 47.8-9; Hb 12.2; Ap 3.21). Somos
constantemente lembrados, em termos explícitos, que o SENHOR reina como rei,
exercendo o seu domínio sobre grandes e pequenos, igualmente (Êx 15.18; Sl 47;
93; 96.10; 97; 99.1-5; 146.10; Pv 16.33; 21.1; Is 23.23; 52.7; dn 4.34-35;
5.21-28; 6.26; Mt 10.29-31). O domínio de Deus é total: ele determina como ele
mesmo escolhe e realiza tudo o que determina, e nada pode deter seu propósito
ou frustrar os seus planos. Ele exerce o seu governo no curso normal da vida,
bem como nas mais extraordinárias intervenções ou milagres. Obadias é um livro
pequeno, mas que apresenta uma grande verdade: Deus retribui as ações
arrogantes do homem no devido tempo. Não importa quanto tempo se passe desde
que ajamos de forma perversa com as pessoas que nos cercam: nossos atos não
ficam impunes diante de Deus. Tenham todos uma excelente e abençoada aula!
I.
A SOBERANIA DE DEUS
1. Conceito. A soberania divina é
a garantia de que as promessas de Deus jamais falham e a análise desta
prerrogativa do Senhor é importantíssima para o fortalecimento de nossa fé. A soberania de Deus
recebe forte ênfase na Escritura. Ele é apresentado como o Criador, e Sua
vontade como a causa de todas as coisas. Em virtude de Sua obra criadora, o
céu, a terra e tudo o que eles contêm Lhe pertencem. Ele está revestido de
autoridade absoluta sobre as hostes celestiais e sobre os moradores da terra.
Ele sustenta todas as coisas com a Sua onipotência, e determina os fins que
elas estão destinadas a cumprir. Ele governa como Rei no sentido mais absoluto
da palavra, e todas as coisas dependem dele e Lhe são subservientes. As provas
bíblicas da soberania de Deus são abundantes, mas aqui nos limitaremos a
referir-nos a algumas das passagens mais significativas: Gn 14.19; Ex 18.11; Dt
10.14, 17; 1 Cr 29.11, 12; 2 Cr 20.6; Ne 9.6; Sl 22.28; 47.2, 3, 7, 8; Sl
50.10-12; 95.3-5; 115.3; 135.5, 6; 145.11-13; Jr 27.5; Lc 1.53; At 17.24-26; Ap
19.6. Dois dos atributos requerem discussão sob este título, a saber, (1) a
vontade soberana de Deus, e (2) o poder soberano de Deus (Louis Berkhof – Teologia Sistemática – p. 68). O
chefe de família diz: “Não me é lícito fazer o que quiser do que é meu?” e o Deus dos céus
e da terra te faz esta mesma pergunta nesta manhã. “Não me é lícito
fazer o que quiser do que é meu?” Não existe atributo de Deus que ofereça mais
conforto aos seus filhos do que a doutrina da Soberania Divina. Nas
circunstâncias mais adversas, nas mais severas inquietações, eles crêem que a
Soberania ordenou as suas aflições, acreditam que ela as governa e os
santificará completamente.[
C.H. Spurgeon]. Questionar
a moralidade das ações divinas é inadequado. As criaturas não têm o direito de
objetar ao que seu Criador faz. Este ensinamento jamais deveria nos levar a
pensar que uns são mais dignos que outros, mas sim, que o Criador controla toda
a criação. Não há base para o ensino que afirma que podemos exigir de Deus, ou
de alguma forma ‘pressioná-Lo’ a fazer algo. A criatura não tem o direito de
exigir nada do seu Criador visto que sua existência depende dEle. O domínio de
Deus é total: ele determina como ele mesmo escolhe e realiza tudo o que
determina, e nada pode deter seu propósito ou frustrar os seus planos. Ele
exerce o seu governo no curso normal da vida, bem como nas mais extraordinárias
intervenções ou milagres. Para os calvinistas não há livre arbítrio, mas sim,
livre agência. “Livre-arbítrio”, tem sido definido, como a capacidade
dada ao homem, por ocasião de sua criação, para escolher entre o bem e o mal,
entre agradar a Deus ou desobedecê-Lo. Seria o “livre poder de eleger o bem ou
o mal”. “Livre Agência” ou “Capacidade de Escolha”:
Existe no homem uma capacidade tal que lhe dá condições de fazer escolhas, de
acordo com o que lhe é agradável. O homem sempre e em qualquer condição, faz as
suas escolhas, de tal forma que ele é responsabilizado por elas. “Essa
capacidade ou aptidão é um aspecto inalienável da natureza humana normal”. Ele
é livre para escolher o que lhe agrada, de acordo com suas inclinações. Sobre
este aspecto da existência humana a CFW diz o seguinte: “Deus dotou a vontade
do homem com tal liberdade natural, que ela nem é forçada para o bem nem para o
mal, nem a isso determinada por qualquer necessidade absoluta de sua natureza.”
(Tg 1.14; D. 30.19; Jo 5.40; Mt 17.12; At 7.51; Tg 4.7).
2. Livre-arbítrio. As criaturas racionais de Deus, angélicas ou
humanas, gozam de livre arbítrio, isto é, têm o poder de tomar decisões
pessoais quanto àquilo que desejam fazer. Não seríamos seres morais,
responsáveis perante Deus, o Juiz, se não fosse assim. Nem seria possível
distinguir – como as Escrituras fazem – entre os maus propósitos dos agentes
humanos e os bons propósitos de Deus, que soberanamente, governa a ação humana
como meio planejado para seus próprios fins (Gn 50.20; At 2.23; 13.26-39).
Contudo, o fato da livre ação nos confronta com um mistério. O controle de Deus
sobre os nossos atos livres – atos que praticamos por nossa própria escolha – é
tão completo como o é sobre qualquer outra coisa. Mas não sabemos como isso
pode ser feito. Apesar desse controle, Deus não é e não pode ser autor do
pecado. Deus conferiu responsabilidade aos agentes morais, no que concerne aos
seus pensamentos, palavras e obras, segundo a sua justiça. O Sl 93 ensina que o
governo soberano de Deus (a) garante a estabilidade do mundo contra todas as
forças do caos (vs. 1-4); (b) confirma a fidedignidade de todas as declarações
e ensinos de Deus (v. 5) e (c) exige a adoração do seu povo (v. 5). O salmo
inteiro expressa alegria, esperança e confiança no Todo-Poderoso. (Bíblia de
Estudo de Genebra, Nota Teológica, página 991). Calvino disse o seguinte
acerca da situação do homem: As Escrituras atestam que o homem é escravo do
pecado; o que significa que seu espírito é tão estranho à justiça de Deus que
não concebe, deseja, nem empreende coisa alguma que não seja má, perversa,
iníqua e impura; pois o coração, completamente cheio do veneno do pecado, não
pode produzir senão os frutos do pecado. O homem, após a queda não possui mais
o livre-arbítrio, não pode mais escolher algo que é contrário a sua natureza
pecaminosa. Ele está morto, cego, é escravo do pecado. Esta doutrina defendida
pelos calvinistas, pelos reformados, que por sua vez é negada pelos arminianos,
não se trata apenas de uma posição teológica diferente, e sim de afirmação
bíblica. Nega-la é o mesmo que renunciar a Palavra de Deus neste assunto.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O livre-arbítrio não nega a
soberania divina; pelo contrário, a confirma.
II.
O LIVRO DE OBADIAS
1. Contexto histórico. Obadias não tem uma história pessoal. Sem dúvida
o seu nome, (nome teofórico, עבדיה, Ovadyah, "Servo ou Cultuador de
YHWH"), é sugestivo. Esse era um nome muito comum entre os semitas,
especialmente após o cativeiro. Obadias ou Abdias é um profeta do Antigo
Testamento, parte dos "Profetas Menores" (o quarto, na ordem do cânon
hebraico e da Vulgata Latina, e o quinto na Tradução dos Setenta, a Septuaginta).
É o menor livro do Antigo Testamento, tem apenas 21 versículos. Obadias é um
profeta de Deus que usa esta oportunidade para condenar Edom pelos pecados
contra Deus e Israel. Os edomitas são descendentes de Esaú e os israelitas são
descendentes de seu irmão gêmeo, Jacó. A briga entre os irmãos tem afetado seus
descendentes por mais de 1.000 anos. Esta divisão causou os edomitas a proibir
que Israel atravessasse as suas terras durante o êxodo dos israelitas do Egito.
Os pecados de orgulho por parte de Edom exigem agora uma forte palavra de
julgamento do Senhor.
2. Estrutura e mensagem.
O seu livro, constituído
por apenas 21 versículos, é o menor do Antigo Testamento e trata do tema da
falta de solidariedade do povo de Edom (descendentes de Esaú
- Genesis 36.1) para com Israel, considerado como seu povo irmão. O
livro se divide em duas partes: o "Profecia contra Edom" e a "Proclamação
do Dia de YHWH". Assim, toda a mensagem de Obadias pode ser resumida em
duas frases: 1. A destruição de Edom (versos 1-16). 2. A restauração de Israel
(versos 17-21). Sem dúvida o profeta dirige suas palavras, não tanto como uma
admoestação a Edom, mas como uma mensagem de consolo a Israel. O livro pode ser
assim dividido: 1. A ruína de Edom, mesmo estando abrigada com segurança em
meio às serras rochosas (Versos 1-9). 2. Os motivos, isto é, a sua crueldade
com Israel e o seu regozijo pela adversidade de Judá (Versos 10-14). 3. A
retribuição divina a Edom e a restauração de Israel.
3. Posição no Cânon. No Hebraico ele é o quarto, seguindo esta ordem:
Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, etc. No Grego ele é o quinto:
Oséias, Amós, Miquéias, Joel, Obadias, Jonas, etc. Isso mostra claramente que
os organizadores do Cânon (200 a.C) consideravam Obadias como primitivo.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Com apenas vinte e um versículos, Obadias é o livro mais
curto do Antigo Testamento.
III.
EDOM, O PROFANO
1. Origem. Edom (hebreu : אֱדוֹם, Edom, ʾĔḏôm,
"vermelho") é um nome dado a Esaú na Bíblia Hebraica, bem como à
nação descendente dele. O nome da nação latim, Idumæa ou Idumea,
de onde vem o termo português Idumeia. Os edomitas foram um grupo tribal
vizinhos de Judá ao sul, de língua semítica habitantes do Deserto de Negev e do
vale de Arabá do qual é hoje o sul do Mar Morto e vizinho ao Jordão. A região
tem muitos arenitos avermelhados, o que pode ter levado à origem do nome
"Edom". A nação de Edom é conhecida por ter sobrevivido aos séculos VIII
e IX a.C, e a Bíblia o data muitos séculos antes desses. Provas arqueológicas
recentes podem indicar uma nação Edomita tão antiga quanto ao Século XI a.C. Os
edomitas eram nômades ou semi-nômades semitas, que se estabeleceram no sul do
território do rio Zered, na margem sudeste do Mar Morto. Seu território
erguia-se sobre uma longa elevação de mais de cinco mil pés de altura, onde a
altitude lhe garantia a chuva necessária para praticar a agricultura ao longo
da crista do planalto. Gn 36.1, 8, 19 e 43 liga os edomitas com o caçador Esaú,
afirmando: “Assim Esaú estabeleceu-se na montanha de Seir. Esaú é Edom” (Gn 36.8).
Em Am 1.11, Edom é rejeitado porque perseguiu seu irmão de Israel: “Assim falou
Yahweh: pelos três crimes de Edom, pelos quatro não o revogarei! Porque
perseguiu à espada o seu irmão...” Talvez aqui se encontre uma referência a Gn
25.21-24, onde Esaú e Jacó lutavam dentro de Rebeca, antes mesmo de nascer. Em
Ml 1.2-4 encontra-se também esta referência à luta entre Esaú e Jacó, sendo
Jacó o amado de Yahweh e Esaú o rejeitado: “Não era por acaso Esaú irmão de
Jacó? – oráculo de Yahweh. Contudo, eu amei Jacó e odiei a Esaú. Eu fiz de suas
montanhas um deserto, e de sua herança, pastagens da estepe. Se Edom disser:
‘Fomos destruídos, mas reconstruiremos as ruínas’, assim diz Yahweh dos
exércitos: ‘Eles construirão e eu demolirei!’Chamá-los-ão: ‘Território da
impiedade’ E o povo contra quem Yahweh está irado para sempre” (Ml 1.2-4). Em
Dt 2.12-22 e Gn 14.6 e 36,21s encontramos a afirmação de que os edomitas
expulsaram aos horitas de seu território. Ora, este território, ocupado pelos
edomitas, se estendia ao sul do Mar Morto pelos dois lados, desde ،ãrābā até o
golfo de el-،aqaba. Historicamente, houve choques entre os israelitas e os
edomitas, já que o grande caminho comercial e as minas de metal importantes se
encontravam em território edomita (cf. Nm 20.17; 21.22). Nos escritos reais
assírios, os edomitas aparecem com o nome de udumu, no tempo de Adadnirani III
(séc. VIII a.C.), porém nos escritos babilônicos não há menção dos edomitas. No
entanto, os textos de Jr 27.3; 49.7-12 e Ez 32.29 dão a entender que os
edomitas foram submetidos por Nabucodonosor[a].
2. O Deus soberano. “Sabei que o SENHOR é Deus…” (Sl. 100:3). Não são
essas palavras do salmista a expressão da fé de todo verdadeiro filho de Deus?
O cristão crê que o seu Deus de fato é DEUS. Ele é o Deus absolutamente
soberano dos céus e da terra. Ele é aquele que criou o mundo por seu poder
soberano. Ele é aquele que mesmo agora sustenta o mundo e tudo o que nele há.
Ele é aquele que soberanamente governa e dirige todos os assuntos do mundo, por
seu conselho eterno e poder onipotente. Até o homem está absolutamente sujeito à
sua vontade. Ninguém pode frustrar a vontade de Deus, nem pode alguém questionar
os seus caminhos e obras. Ele é aquele que é Deus também na salvação. Ele salva
seu povo soberanamente. Na eternidade escolheu aqueles a quem salvaria. No
tempo ele somente aplica a obra de Cristo ao seu povo, e os leva à vida eterna
na glória. Assim, o filho de Deus declara: “Quem é Deus tão grande como o nosso
Deus? Tu és o Deus que fazes maravilhas…” (Sl 77.13-14). De fato, “o SENHOR é
Deus” [b].
3. Preparativos do
assédio a Edom (v.1c). Deus convoca as
nações para se levantarem contra Edom em batalha. (V 1). Apesar de sua posição
aparentemente segura, far-se-á que Edom desça. (Vs 2-4). Ladrões ou ceifeiros
levariam apenas o que desejassem e deixariam algo para trás; quando Edom cair,
ele será completamente saqueado; será enganado por aqueles com quem entrou num
pacto, e seus sábios e poderosos sofrerão destruição. (Vs 5-9) A casa de Esaú
receberá a mesma espécie de tratamento que dispensou a Judá; a casa de Esaú
deixará de existir. (Vs 15, 18)
4. O rebaixamento de
Edom. O hebraico bíblico tem um
tempo verbal que se chama "perfeito profético", que usa o tempo
passado para descrever coisas futuras quanto ao que Deus prometeu. Assim Davi
diz: "Esta é a casa do Senhor Deus" (1 Cr. 22:1), ainda quando
o templo havia sido prometido por Deus. Tal era sua fé naquela palavra
prometida que Davi usou o tempo presente para descrever coisas futuras. A
Escritura está repleta de exemplos da presciência de Deus. Deus estava tão
certo de que Ele cumpriria suas promessas a Abraão, que lhe disse: "À tua
descendência dei esta terra..." (Gn. 15:18) em uma época em que
Abraão nem sequer tinha semente. Neste mesmo período, antes que a semente
(Isaque/Cristo) nascesse Deus prometeu: "Por pai de muitas nações te
tenho posto" (Gn. 17:5). Verdadeiramente, Deus "chamou aquelas
coisas que não eram como se fossem".
5. O orgulho leva à
ruína. O motivo da profecia foi
o tratamento ‘nada fraterno’ que os edomitas dispensaram aos “filhos de Judá”
quando estes sofreram derrota. Os edomitas, através de seu ancestral, Esaú,
eram aparentados aos israelitas. Os edomitas regozijaram-se com a calamidade de
Judá, participaram em tomar despojos dos judeus, impediram-nos de fugir da
terra e até os entregaram ao inimigo. (Ob.12-14) Como fica evidente numa
comparação da profecia de Obadias com as palavras de Jeremias (25:15-17, 21,
27-29; 49:7-22) e de Ezequiel (25:12-14; 35:1-15), isto deve ter acontecido por
ocasião da destruição de Jerusalém pelos exércitos babilônios e, por
conseguinte, situaria a composição do livro por volta do ano 607 aC.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A arrogância humana e a soberba
espiritual levaram os edomitas à ruína.
IV. A RETRIBUIÇÃO DIVINA
1. O princípio da retribuição.
Retribuição significa “pagar na mesma moeda”. Tal princípio acha-se na Lei de
Moisés (Êx 21.23-25; Lv 24.16-22; Dt 19.21). Esta lei encontra paralelo na A lei
de talião, do latim lex talionis (lex: lei e talio, de
talis: tal, idêntico), também dita pena de talião, consiste na
rigorosa reciprocidade do crime e da pena — apropriadamente chamada retaliação.
Esta lei é frequentemente expressa pela máxima olho por olho, dente por
dente. É uma das mais antigas leis existentes.
2. O castigo de Edom. Embora
irmãos, contudo, sempre inimigos dos judeus, perpetuando assim o ódio de Esaú
contra Jacó em Gênesis 27.39-41. Recusaram passagem a Moisés (Números
20.14-21), e estavam sempre prontos a ajudar os inimigos de Israel. Obadias,
nos vv. 12-14, cita oito atos pecaminosos praticados pelos edomitas contra os
judeus no saque de Jerusalém. Edom age com grande ódio contra Israel,
derramando sangue inocente (Jl. 3:19). O profeta Amós, nos dias do rei Uzias,
acusa-lhe gravemente ao dizer: "Perseguiu à espada a seu irmão, e
violou todo afeto natural; o seu furor conservou para sempre, e perpetuamente
guardou rancor" (1.11). Mais tarde o profeta Jeremias acusa Edom de
arrogância e soberba. O fato de habitar nos lugares altos tinha feito o seu
coração enaltecer como as águias (Jer. 49:16). Quando Israel cai nas mãos de
Nabucodonosor, Edom se alegra. O mesmo Jeremias o adverte no seu livro de
Lamentações (4:21); e não somente isso, pois aproveitou a oportunidade para
tomar vingança das antigas ofensas (Ez. 25:12). A reclamação mais sentida, no
entanto, faz o profeta Obadias. Mas não é somente o profeta que fala: é o
próprio Deus. Edom tem fracassado uma e outra vez em seu afeto fraternal, e
agora Deus lhe cobra a conta. Escárnio, orgulho, roubo, e crueldade exerceu
malignamente Edom contra o seu irmão Israel. “Como tu fizestes, assim se
fará contigo; a sua recompensa tornará sobre a tua cabeça" (v. 15). O
castigo a Edom é a sentença de Deus sobre a falta de amor fraternal, em todo tempo,
também –e sobre tudo– no nosso, mais para cá da cruz. Não só o roubo e a
crueldade, mas também a ira contra o irmão (Mt 5.22) é razão suficiente para
que Deus nos ponha no mesmo triste lugar de Edom.
3. Esaú e Jacó (v.18). A
Palavra de Deus nos mostra a realidade de gêmeos que lutavam no ventre da mãe.
Vemos de forma maravilhosa o Senhor de forma soberana, declarando a Rebeca mais
uma vez os seus intentos: “Duas nações há no teu ventre, dois povos, nascidos
de ti, se dividirão: um povo será mais forte que o outro, e o mais velho
servirá ao mais moço”.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
A verdadeira adoração não consiste em rituais externos ou em
cerimônias litúrgicas, mas no espírito quebrantado e num coração contrito.
CONCLUSÃO
As
condições de nossa época exigem em altos brados um reexame
e nova apresentação da onipotência, da suficiência e da soberania de Deus. É
necessário que se proclame vigorosamente que Deus continua vivo, continua
observando, continua reinando. A nossa fé está sendo testada, a cada dia, e o
homem precisa aprender que o coração e a mente não encontram lugar de descanso
satisfatório, exceto no firme conhecimento de que Deus está entronizado. A paz
se acha onde Deus é Deus, onde Deus é Soberano! Com Edom, aprendemos que colhemos o
que plantamos e na proporção que plantamos: “Mas digo isto: Aquele que semeia
pouco, pouco também ceifará; e aquele que semeia em abundância, em abundância
também ceifará” (2Co 9.6). Há um tempo entre a semeadura e a ceifa: “Disse
também: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra, e
dormisse e se levantasse de noite e de dia, e a semente brotasse e crescesse,
sem ele saber como. A terra por si mesma produz fruto, primeiro a erva, depois
a espiga, e por último o grão cheio na espiga. Mas assim que o fruto
amadurecer, logo lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa”(Mc 4:26-29).
Sabedores dees lei espiritual, devemos perseverar em plantar boas sementes bem
como, arrancar as sementes ruins antes que germinem (Ec 11.6; Ec 3.2).
N’Ele, que me garante: "Pela graça
sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef
2.8),
Recife, PE
Outubro de 2012,
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine,
prompte et sincere.
EXERCÍCIOS
1. O que é a soberania
divina?
R. É o
direito absoluto de Deus governar totalmente as suas criaturas segundo a sua
vontade.
2. Qual o tema do livro de
Obadias?
R. O
julgamento divino contra Edom.
3. Quem é o pai dos
edomitas?
R. Esaú.
4. O que significa o uso do
“perfeito profético”?
R. Um
recurso retórico que consiste em um acontecimento futuro, que é descrito como
seja tivesse sido cumprido.
5. Como Charles L. Feinberg
classifica os versículos 10 a 14 de Obadias?
R. “Boletim
de ocorrência” dos crimes cometidos pelos edomitas contra os judeus.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
- Louis Berkhof – Teologia Sistemática – p. 68
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
- Louis Berkhof – Teologia Sistemática – p. 68
- Bíblia de Estudo de Genebra, Nota Teológica,
página 991
[a] http://www.metodista.br/arqueologia/artigos/jordania-petra-e-os-nabateus;
[b] http://www.monergismo.com/textos/soberania_divina/soberania-Deus-salmos_houck.pdf
[a] http://www.metodista.br/arqueologia/artigos/jordania-petra-e-os-nabateus;
[b] http://www.monergismo.com/textos/soberania_divina/soberania-Deus-salmos_houck.pdf
OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
- HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
- MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5 ed., RJ: CPAD, 2005..
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
- HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
- MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5 ed., RJ: CPAD, 2005..
Os textos das
referências bíblicas foram extraídos do
site http://www.bibliaonline.com.br/,
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Francisco
de Assis Barbosa