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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

Este Blog não é a palavra oficial da Igreja ou da CPAD. O plano de aula traz um reforço ao seu estudo. As ideias defendidas pelo autor do Blog podem e devem ser ponderadas e questionadas, caso o leitor achar necessário. Obrigado por sua visita! Boa leitura e seja abençoado!

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29 de outubro de 2012

4 Trim_2012_Lição 5: Obadias — O princípio da retribuição


Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: Os Doze Profetas Menores — Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo.
Comentarista: Esequias Soares.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração, pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa.

LIÇÃO 05
Obadias — O princípio da retribuição

04 de novembro de 2012

TEXTO ÁUREO

“Porque o dia do SENHOR está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua maldade cairá sobre a tua cabeça” (Ob 1.15).

VERDADE PRÁTICA

Obadias mostra que a lei da semeadura e o princípio da retribuição constituem uma realidade da qual ninguém escapará.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Obadias 1.1-4,15-18


OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·         Conceituar soberania divina e livre arbítrio.
·         Elencar os elementos contextuais do livro de Obadias.
·         Saber o princípio da retribuição divina

Palavra Chave
Soberania: Qualidade ou condição de soberano. Do lat. superanus”, um adjetivo qualificativo derivado de “super”, que significa “sobre”. “Soberano” é, portanto, aquele que está “sobre” algo ou alguém; Nesta lição, autoridade inquestionável que Deus exerce sobre todas as coisas criadas no céu e na terra.

COMENTÁRIO

introdução

A afirmação de que Deus é absolutamente soberano na criação, na providência e na salvação é básica à crença bíblica e ao louvor bíblico. A visão de Deus reinando de seu trono é repetida muitas vezes (1Rs 22.19; Is 6.1; Ez 1.26; Dn 7.9; Ap 4.2; conforme Sl 11.4; 45.6; 47.8-9; Hb 12.2; Ap 3.21). Somos constantemente lembrados, em termos explícitos, que o SENHOR reina como rei, exercendo o seu domínio sobre grandes e pequenos, igualmente (Êx 15.18; Sl 47; 93; 96.10; 97; 99.1-5; 146.10; Pv 16.33; 21.1; Is 23.23; 52.7; dn 4.34-35; 5.21-28; 6.26; Mt 10.29-31). O domínio de Deus é total: ele determina como ele mesmo escolhe e realiza tudo o que determina, e nada pode deter seu propósito ou frustrar os seus planos. Ele exerce o seu governo no curso normal da vida, bem como nas mais extraordinárias intervenções ou milagres. Obadias é um livro pequeno, mas que apresenta uma grande verdade: Deus retribui as ações arrogantes do homem no devido tempo. Não importa quanto tempo se passe desde que ajamos de forma perversa com as pessoas que nos cercam: nossos atos não ficam impunes diante de Deus. Tenham todos uma excelente e abençoada aula!

I. A SOBERANIA DE DEUS

1. Conceito. A soberania divina é a garantia de que as promessas de Deus jamais falham e a análise desta prerrogativa do Senhor é importantíssima para o fortalecimento de nossa fé. A soberania de Deus recebe forte ênfase na Escritura. Ele é apresentado como o Criador, e Sua vontade como a causa de todas as coisas. Em virtude de Sua obra criadora, o céu, a terra e tudo o que eles contêm Lhe pertencem. Ele está revestido de autoridade absoluta sobre as hostes celestiais e sobre os moradores da terra. Ele sustenta todas as coisas com a Sua onipotência, e determina os fins que elas estão destinadas a cumprir. Ele governa como Rei no sentido mais absoluto da palavra, e todas as coisas dependem dele e Lhe são subservientes. As provas bíblicas da soberania de Deus são abundantes, mas aqui nos limitaremos a referir-nos a algumas das passagens mais significativas: Gn 14.19; Ex 18.11; Dt 10.14, 17; 1 Cr 29.11, 12; 2 Cr 20.6; Ne 9.6; Sl 22.28; 47.2, 3, 7, 8; Sl 50.10-12; 95.3-5; 115.3; 135.5, 6; 145.11-13; Jr 27.5; Lc 1.53; At 17.24-26; Ap 19.6. Dois dos atributos requerem discussão sob este título, a saber, (1) a vontade soberana de Deus, e (2) o poder soberano de Deus (Louis Berkhof – Teologia Sistemática – p. 68). O chefe de família diz: Não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? e o Deus dos céus e da terra te faz esta mesma pergunta nesta manhã. Não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Não existe atributo de Deus que ofereça mais conforto aos seus filhos do que a doutrina da Soberania Divina. Nas circunstâncias mais adversas, nas mais severas inquietações, eles crêem que a Soberania ordenou as suas aflições, acreditam que ela as governa e os santificará completamente.[ C.H. Spurgeon]. Questionar a moralidade das ações divinas é inadequado. As criaturas não têm o direito de objetar ao que seu Criador faz. Este ensinamento jamais deveria nos levar a pensar que uns são mais dignos que outros, mas sim, que o Criador controla toda a criação. Não há base para o ensino que afirma que podemos exigir de Deus, ou de alguma forma ‘pressioná-Lo’ a fazer algo. A criatura não tem o direito de exigir nada do seu Criador visto que sua existência depende dEle. O domínio de Deus é total: ele determina como ele mesmo escolhe e realiza tudo o que determina, e nada pode deter seu propósito ou frustrar os seus planos. Ele exerce o seu governo no curso normal da vida, bem como nas mais extraordinárias intervenções ou milagres. Para os calvinistas não há livre arbítrio, mas sim, livre agência. “Livre-arbítrio”, tem sido definido, como a capacidade dada ao homem, por ocasião de sua criação, para escolher entre o bem e o mal, entre agradar a Deus ou desobedecê-Lo. Seria o “livre poder de eleger o bem ou o mal”. “Livre Agência ou Capacidade de Escolha: Existe no homem uma capacidade tal que lhe dá condições de fazer escolhas, de acordo com o que lhe é agradável. O homem sempre e em qualquer condição, faz as suas escolhas, de tal forma que ele é responsabilizado por elas. “Essa capacidade ou aptidão é um aspecto inalienável da natureza humana normal”. Ele é livre para escolher o que lhe agrada, de acordo com suas inclinações. Sobre este aspecto da existência humana a CFW diz o seguinte: “Deus dotou a vontade do homem com tal liberdade natural, que ela nem é forçada para o bem nem para o mal, nem a isso determinada por qualquer necessidade absoluta de sua natureza.” (Tg 1.14; D. 30.19; Jo 5.40; Mt 17.12; At 7.51; Tg 4.7).
2. Livre-arbítrio. As criaturas racionais de Deus, angélicas ou humanas, gozam de livre arbítrio, isto é, têm o poder de tomar decisões pessoais quanto àquilo que desejam fazer. Não seríamos seres morais, responsáveis perante Deus, o Juiz, se não fosse assim. Nem seria possível distinguir – como as Escrituras fazem – entre os maus propósitos dos agentes humanos e os bons propósitos de Deus, que soberanamente, governa a ação humana como meio planejado para seus próprios fins (Gn 50.20; At 2.23; 13.26-39). Contudo, o fato da livre ação nos confronta com um mistério. O controle de Deus sobre os nossos atos livres – atos que praticamos por nossa própria escolha – é tão completo como o é sobre qualquer outra coisa. Mas não sabemos como isso pode ser feito. Apesar desse controle, Deus não é e não pode ser autor do pecado. Deus conferiu responsabilidade aos agentes morais, no que concerne aos seus pensamentos, palavras e obras, segundo a sua justiça. O Sl 93 ensina que o governo soberano de Deus (a) garante a estabilidade do mundo contra todas as forças do caos (vs. 1-4); (b) confirma a fidedignidade de todas as declarações e ensinos de Deus (v. 5) e (c) exige a adoração do seu povo (v. 5). O salmo inteiro expressa alegria, esperança e confiança no Todo-Poderoso. (Bíblia de Estudo de Genebra, Nota Teológica, página 991). Calvino disse o seguinte acerca da situação do homem: As Escrituras atestam que o homem é escravo do pecado; o que significa que seu espírito é tão estranho à justiça de Deus que não concebe, deseja, nem empreende coisa alguma que não seja má, perversa, iníqua e impura; pois o coração, completamente cheio do veneno do pecado, não pode produzir senão os frutos do pecado. O homem, após a queda não possui mais o livre-arbítrio, não pode mais escolher algo que é contrário a sua natureza pecaminosa. Ele está morto, cego, é escravo do pecado. Esta doutrina defendida pelos calvinistas, pelos reformados, que por sua vez é negada pelos arminianos, não se trata apenas de uma posição teológica diferente, e sim de afirmação bíblica. Nega-la é o mesmo que renunciar a Palavra de Deus neste assunto.

SINOPSE DO TÓPICO (I)
O livre-arbítrio não nega a soberania divina; pelo contrário, a confirma.

II. O LIVRO DE OBADIAS

1. Contexto histórico. Obadias não tem uma história pessoal. Sem dúvida o seu nome, (nome teofórico, עבדיה, Ovadyah, "Servo ou Cultuador de YHWH"), é sugestivo. Esse era um nome muito comum entre os semitas, especialmente após o cativeiro. Obadias ou Abdias é um profeta do Antigo Testamento, parte dos "Profetas Menores" (o quarto, na ordem do cânon hebraico e da Vulgata Latina, e o quinto na Tradução dos Setenta, a Septuaginta). É o menor livro do Antigo Testamento, tem apenas 21 versículos. Obadias é um profeta de Deus que usa esta oportunidade para condenar Edom pelos pecados contra Deus e Israel. Os edomitas são descendentes de Esaú e os israelitas são descendentes de seu irmão gêmeo, Jacó. A briga entre os irmãos tem afetado seus descendentes por mais de 1.000 anos. Esta divisão causou os edomitas a proibir que Israel atravessasse as suas terras durante o êxodo dos israelitas do Egito. Os pecados de orgulho por parte de Edom exigem agora uma forte palavra de julgamento do Senhor.
2. Estrutura e mensagem. O seu livro, constituído por apenas 21 versículos, é o menor do Antigo Testamento e trata do tema da falta de solidariedade do povo de Edom (descendentes de Esaú - Genesis 36.1) para com Israel, considerado como seu povo irmão. O livro se divide em duas partes: o "Profecia contra Edom" e a "Proclamação do Dia de YHWH". Assim, toda a mensagem de Obadias pode ser resumida em duas frases: 1. A destruição de Edom (versos 1-16). 2. A restauração de Israel (versos 17-21). Sem dúvida o profeta dirige suas palavras, não tanto como uma admoestação a Edom, mas como uma mensagem de consolo a Israel. O livro pode ser assim dividido: 1. A ruína de Edom, mesmo estando abrigada com segurança em meio às serras rochosas (Versos 1-9). 2. Os motivos, isto é, a sua crueldade com Israel e o seu regozijo pela adversidade de Judá (Versos 10-14). 3. A retribuição divina a Edom e a restauração de Israel.
3. Posição no Cânon. No Hebraico ele é o quarto, seguindo esta ordem: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, etc. No Grego ele é o quinto: Oséias, Amós, Miquéias, Joel, Obadias, Jonas, etc. Isso mostra claramente que os organizadores do Cânon (200 a.C) consideravam Obadias como primitivo.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
Com apenas vinte e um versículos, Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento.

III. EDOM, O PROFANO

1. Origem. Edom (hebreu : אֱדוֹם, Edom, ʾĔḏôm, "vermelho") é um nome dado a Esaú na Bíblia Hebraica, bem como à nação descendente dele. O nome da nação latim, Idumæa ou Idumea, de onde vem o termo português Idumeia. Os edomitas foram um grupo tribal vizinhos de Judá ao sul, de língua semítica habitantes do Deserto de Negev e do vale de Arabá do qual é hoje o sul do Mar Morto e vizinho ao Jordão. A região tem muitos arenitos avermelhados, o que pode ter levado à origem do nome "Edom". A nação de Edom é conhecida por ter sobrevivido aos séculos VIII e IX a.C, e a Bíblia o data muitos séculos antes desses. Provas arqueológicas recentes podem indicar uma nação Edomita tão antiga quanto ao Século XI a.C. Os edomitas eram nômades ou semi-nômades semitas, que se estabeleceram no sul do território do rio Zered, na margem sudeste do Mar Morto. Seu território erguia-se sobre uma longa elevação de mais de cinco mil pés de altura, onde a altitude lhe garantia a chuva necessária para praticar a agricultura ao longo da crista do planalto. Gn 36.1, 8, 19 e 43 liga os edomitas com o caçador Esaú, afirmando: “Assim Esaú estabeleceu-se na montanha de Seir. Esaú é Edom” (Gn 36.8). Em Am 1.11, Edom é rejeitado porque perseguiu seu irmão de Israel: “Assim falou Yahweh: pelos três crimes de Edom, pelos quatro não o revogarei! Porque perseguiu à espada o seu irmão...” Talvez aqui se encontre uma referência a Gn 25.21-24, onde Esaú e Jacó lutavam dentro de Rebeca, antes mesmo de nascer. Em Ml 1.2-4 encontra-se também esta referência à luta entre Esaú e Jacó, sendo Jacó o amado de Yahweh e Esaú o rejeitado: “Não era por acaso Esaú irmão de Jacó? – oráculo de Yahweh. Contudo, eu amei Jacó e odiei a Esaú. Eu fiz de suas montanhas um deserto, e de sua herança, pastagens da estepe. Se Edom disser: ‘Fomos destruídos, mas reconstruiremos as ruínas’, assim diz Yahweh dos exércitos: ‘Eles construirão e eu demolirei!’Chamá-los-ão: ‘Território da impiedade’ E o povo contra quem Yahweh está irado para sempre” (Ml 1.2-4). Em Dt 2.12-22 e Gn 14.6 e 36,21s encontramos a afirmação de que os edomitas expulsaram aos horitas de seu território. Ora, este território, ocupado pelos edomitas, se estendia ao sul do Mar Morto pelos dois lados, desde ،ãrābā até o golfo de el-،aqaba. Historicamente, houve choques entre os israelitas e os edomitas, já que o grande caminho comercial e as minas de metal importantes se encontravam em território edomita (cf. Nm 20.17; 21.22). Nos escritos reais assírios, os edomitas aparecem com o nome de udumu, no tempo de Adadnirani III (séc. VIII a.C.), porém nos escritos babilônicos não há menção dos edomitas. No entanto, os textos de Jr 27.3; 49.7-12 e Ez 32.29 dão a entender que os edomitas foram submetidos por Nabucodonosor[a].
2. O Deus soberano. “Sabei que o SENHOR é Deus…” (Sl. 100:3). Não são essas palavras do salmista a expressão da fé de todo verdadeiro filho de Deus? O cristão crê que o seu Deus de fato é DEUS. Ele é o Deus absolutamente soberano dos céus e da terra. Ele é aquele que criou o mundo por seu poder soberano. Ele é aquele que mesmo agora sustenta o mundo e tudo o que nele há. Ele é aquele que soberanamente governa e dirige todos os assuntos do mundo, por seu conselho eterno e poder onipotente. Até o homem está absolutamente sujeito à sua vontade. Ninguém pode frustrar a vontade de Deus, nem pode alguém questionar os seus caminhos e obras. Ele é aquele que é Deus também na salvação. Ele salva seu povo soberanamente. Na eternidade escolheu aqueles a quem salvaria. No tempo ele somente aplica a obra de Cristo ao seu povo, e os leva à vida eterna na glória. Assim, o filho de Deus declara: “Quem é Deus tão grande como o nosso Deus? Tu és o Deus que fazes maravilhas…” (Sl 77.13-14). De fato, “o SENHOR é Deus” [b].
3. Preparativos do assédio a Edom (v.1c). Deus convoca as nações para se levantarem contra Edom em batalha. (V 1). Apesar de sua posição aparentemente segura, far-se-á que Edom desça. (Vs 2-4). Ladrões ou ceifeiros levariam apenas o que desejassem e deixariam algo para trás; quando Edom cair, ele será completamente saqueado; será enganado por aqueles com quem entrou num pacto, e seus sábios e poderosos sofrerão destruição. (Vs 5-9) A casa de Esaú receberá a mesma espécie de tratamento que dispensou a Judá; a casa de Esaú deixará de existir. (Vs 15, 18)
4. O rebaixamento de Edom. O hebraico bíblico tem um tempo verbal que se chama "perfeito profético", que usa o tempo passado para descrever coisas futuras quanto ao que Deus prometeu. Assim Davi diz: "Esta é a casa do Senhor Deus" (1 Cr. 22:1), ainda quando o templo havia sido prometido por Deus. Tal era sua fé naquela palavra prometida que Davi usou o tempo presente para descrever coisas futuras. A Escritura está repleta de exemplos da presciência de Deus. Deus estava tão certo de que Ele cumpriria suas promessas a Abraão, que lhe disse: "À tua descendência dei esta terra..." (Gn. 15:18) em uma época em que Abraão nem sequer tinha semente. Neste mesmo período, antes que a semente (Isaque/Cristo) nascesse Deus prometeu: "Por pai de muitas nações te tenho posto" (Gn. 17:5). Verdadeiramente, Deus "chamou aquelas coisas que não eram como se fossem".
5. O orgulho leva à ruína. O motivo da profecia foi o tratamento ‘nada fraterno’ que os edomitas dispensaram aos “filhos de Judá” quando estes sofreram derrota. Os edomitas, através de seu ancestral, Esaú, eram aparentados aos israelitas. Os edomitas regozijaram-se com a calamidade de Judá, participaram em tomar despojos dos judeus, impediram-nos de fugir da terra e até os entregaram ao inimigo. (Ob.12-14) Como fica evidente numa comparação da profecia de Obadias com as palavras de Jeremias (25:15-17, 21, 27-29; 49:7-22) e de Ezequiel (25:12-14; 35:1-15), isto deve ter acontecido por ocasião da destruição de Jerusalém pelos exércitos babilônios e, por conseguinte, situaria a composição do livro por volta do ano 607 aC.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
A arrogância humana e a soberba espiritual levaram os edomitas à ruína.

IV. A RETRIBUIÇÃO DIVINA

1. O princípio da retribuição. Retribuição significa “pagar na mesma moeda”. Tal princípio acha-se na Lei de Moisés (Êx 21.23-25; Lv 24.16-22; Dt 19.21). Esta lei encontra paralelo na A lei de talião, do latim lex talionis (lex: lei e talio, de talis: tal, idêntico), também dita pena de talião, consiste na rigorosa reciprocidade do crime e da pena — apropriadamente chamada retaliação. Esta lei é frequentemente expressa pela máxima olho por olho, dente por dente. É uma das mais antigas leis existentes.
2. O castigo de Edom. Embora irmãos, contudo, sempre inimigos dos judeus, perpetuando assim o ódio de Esaú contra Jacó em Gênesis 27.39-41. Recusaram passagem a Moisés (Números 20.14-21), e estavam sempre prontos a ajudar os inimigos de Israel. Obadias, nos vv. 12-14, cita oito atos pecaminosos praticados pelos edomitas contra os judeus no saque de Jerusalém. Edom age com grande ódio contra Israel, derramando sangue inocente (Jl. 3:19). O profeta Amós, nos dias do rei Uzias, acusa-lhe gravemente ao dizer: "Perseguiu à espada a seu irmão, e violou todo afeto natural; o seu furor conservou para sempre, e perpetuamente guardou rancor" (1.11). Mais tarde o profeta Jeremias acusa Edom de arrogância e soberba. O fato de habitar nos lugares altos tinha feito o seu coração enaltecer como as águias (Jer. 49:16). Quando Israel cai nas mãos de Nabucodonosor, Edom se alegra. O mesmo Jeremias o adverte no seu livro de Lamentações (4:21); e não somente isso, pois aproveitou a oportunidade para tomar vingança das antigas ofensas (Ez. 25:12). A reclamação mais sentida, no entanto, faz o profeta Obadias. Mas não é somente o profeta que fala: é o próprio Deus. Edom tem fracassado uma e outra vez em seu afeto fraternal, e agora Deus lhe cobra a conta. Escárnio, orgulho, roubo, e crueldade exerceu malignamente Edom contra o seu irmão Israel. “Como tu fizestes, assim se fará contigo; a sua recompensa tornará sobre a tua cabeça" (v. 15). O castigo a Edom é a sentença de Deus sobre a falta de amor fraternal, em todo tempo, também –e sobre tudo– no nosso, mais para cá da cruz. Não só o roubo e a crueldade, mas também a ira contra o irmão (Mt 5.22) é razão suficiente para que Deus nos ponha no mesmo triste lugar de Edom.
3. Esaú e Jacó (v.18). A Palavra de Deus nos mostra a realidade de gêmeos que lutavam no ventre da mãe. Vemos de forma maravilhosa o Senhor de forma soberana, declarando a Rebeca mais uma vez os seus intentos: “Duas nações há no teu ventre, dois povos, nascidos de ti, se dividirão: um povo será mais forte que o outro, e o mais velho servirá ao mais moço”.

SINOPSE DO TÓPICO (IV)
A verdadeira adoração não consiste em rituais externos ou em cerimônias litúrgicas, mas no espírito quebrantado e num coração contrito.

CONCLUSÃO
As condições de nossa época exigem em altos brados um reexame e nova apresentação da onipotência, da suficiência e da soberania de Deus. É necessário que se proclame vigorosamente que Deus continua vivo, continua observando, continua reinando. A nossa fé está sendo testada, a cada dia, e o homem precisa aprender que o coração e a mente não encontram lugar de descanso satisfatório, exceto no firme conhecimento de que Deus está entronizado. A paz se acha onde Deus é Deus, onde Deus é Soberano! Com Edom, aprendemos que colhemos o que plantamos e na proporção que plantamos: “Mas digo isto: Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e aquele que semeia em abundância, em abundância também ceifará” (2Co 9.6). Há um tempo entre a semeadura e a ceifa: “Disse também: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra, e dormisse e se levantasse de noite e de dia, e a semente brotasse e crescesse, sem ele saber como. A terra por si mesma produz fruto, primeiro a erva, depois a espiga, e por último o grão cheio na espiga. Mas assim que o fruto amadurecer, logo lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa”(Mc 4:26-29). Sabedores dees lei espiritual, devemos perseverar em plantar boas sementes bem como, arrancar as sementes ruins antes que germinem (Ec 11.6; Ec 3.2).
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Recife, PE
Outubro de 2012,
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere.


EXERCÍCIOS
1. O que é a soberania divina?
R. É o direito absoluto de Deus governar totalmente as suas criaturas segundo a sua vontade.
2. Qual o tema do livro de Obadias?
R. O julgamento divino contra Edom.
3. Quem é o pai dos edomitas?
R. Esaú.
4. O que significa o uso do “perfeito profético”?
R. Um recurso retórico que consiste em um acontecimento futuro, que é descrito como seja tivesse sido cumprido.
5. Como Charles L. Feinberg classifica os versículos 10 a 14 de Obadias?
R. “Boletim de ocorrência” dos crimes cometidos pelos edomitas contra os judeus.


NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;

- Louis Berkhof – Teologia Sistemática – p. 68
- Bíblia de Estudo de Genebra, Nota Teológica, página 991
[a]
http://www.metodista.br/arqueologia/artigos/jordania-petra-e-os-nabateus;
[b] http://www.monergismo.com/textos/soberania_divina/soberania-Deus-salmos_houck.pdf

OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
- HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
- MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5 ed., RJ: CPAD, 2005..

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Francisco de Assis Barbosa