Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do
justo, mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração, pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa
LIÇÃO 13
A
verdadeira motivação do crente
23 de setembro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Mas tu,
quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai,
que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará” (Mt
6.6).
VERDADE PRÁTICA
A
verdadeira motivação do crente não está na fama ou no poder, mas em viver para
glorificar a Cristo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Marcos 1.35-45.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Compreender qual deve ser a verdadeira
motivação do crente.
·
Conscientizar-se de que não fomos chamados
para a fama.
·
Saber que o anonimato não é
sinônimo de derrota.
Palavra Chave
Motivação: Ato ou efeito de
motivar; motivo, causa. “conjunto de processos que dão ao comportamento uma
intensidade, uma direção determinada e uma forma de desenvolvimento próprias da
atividade individual”. - “Motivo” - “razão de ser, a causa de qualquer coisa; o
que dá força psíquica, põe alguém em prontidão para a ação; incentivo,
mobilização”. O que nos move em direção a algo.
COMENTÁRIO
introdução
Damos início a o último
bloco do trimestre, estudaremos hoje a verdadeira motivação do crente, ponto
fundamental para que superemos as aflições vividas neste mundo. O crente, para
vencer este mundo, precisa negar-se a si mesmo, o que implica em rejeitar toda
e qualquer pretensão de fama e vanglória. Uma das causas das aflições na vida
de muitos crentes hoje, certamente é a busca “por um lugar ao sol”. Num mundo
globalizado, onde as distancias são vencidas e a exposição pessoal é cada vez
mais enfatizada, onde a necessidade de “aparecer” é estimulada, caímos na
tentação de parecer ter e a busca pela fama, poder e influencia procuram
atrair-nos. Em Atos a Igreja Primitiva escolheu seus sete primeiros diáconos com base na sua
"boa reputação" ou fama (At 6.3). Uma boa reputação confirmada
pelo próximo é crucial à plena liberação do Espírito no ministério aos outros e
ao crescimento da Igreja. Hoje, aprenderemos sobre a verdadeira motivação do
crente. Tenham todos uma excelente e abençoada aula!
I. A VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DO CRENTE
1. O crente fiel dispensa a vaidade.
A vaidade (chamada também de orgulho ou soberba) é o desejo de
atrair a admiração das outras pessoas. Uma pessoa vaidosa cria uma imagem
pessoal para transmitir aos outros, com o objetivo de ser admirada. Uma pessoa
vaidosa pode ser gananciosa, por querer obter algo valioso, mas é só para
causar inveja aos outros. Um ser humano invejoso, por sua vez, identifica com
bastante facilidade um ser humano vaidoso, pois os dois vícios se complementam,
e um é objeto do outro, uma vez que, vaidade é o desejo imoderado de
chamar atenção, ou de receber elogios; presunção, fatuidade, gabo; coisa vã,
fútil; futilidade, alarde, ostentação e vanglória. Em Atos a Igreja Primitiva
escolheu seus sete primeiros diáconos
com base na sua "boa reputação" ou
fama (At 6.3). Uma boa reputação confirmada pelo próximo é crucial à plena
liberação do Espírito no ministério aos outros e ao crescimento da Igreja e
Paulo escrevendo aos Filipenses 2.3, exorta: “Nada façais por contenda ou
por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si
mesmo”.
2. O crente fiel não deseja o primeiro lugar.
O Rev. Gildásio Reis, Pastor da Igreja
Presbiteriana de Osasco, escreve em seu artigo “Motivações Perigosas para o
Ministério”: É possível que alguém caia na armadilha de desejar o
ministério por entender que a posição e o status conquistado forçam os outros a
lhe dedicarem atenção. O desejo que um ser humano tem de que os outros o
respeitem é um sinal louvável de sua autoestima. Não há nada de errado em
desejar ser respeitado e admirado, mas não é a motivação correta para o
ministério. É comum termos notícias de líderes que avaliam sua eficiência
ministerial através de quantas pessoas da denominação o conhecem. Conheci um
pastor que guardava todo exemplar do jornal Brasil Presbiteriano em que saía
uma matéria com sua foto e que falava a seu respeito. São líderes que buscam a
fama e serem aplaudidos pelos homens. Em 1Tm 3.1, Paulo escreve: “se alguém
deseja o pastorado, excelente obra almeja”. O termo deseja na língua
grega é epithumeo, que tem o significado de “colocar o coração”, “ambicionar”,
“desejar”. Precisa ser observado que o objeto do desejo é a obra, o serviço, e
não a posição ou status. Este foi um erro cometido por Tiago e João (Mc 10.35,45).
Alguém motivado por posição elevada e pelo desejo de atenção trará com certeza
prejuízo a si mesmo e à Igreja de Cristo.[1]
3. O crente fiel não se porta soberbamente.
Paulo apela à Igreja de Filipos escrevendo: “Se há, pois alguma exortação em
Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão de Espírito, se há
entranhados afetos e misericórdia, completais a minha alegria de modo que
penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma (...), não
façam nada por disputa, mas por humildade, considerando cada um os outros
superiores a si mesmo”(Fp.2.1-3). Para isso, ele mesmo dá o caminho a ser
seguido: o exemplo de Jesus que, sendo Deus, esvaziou-se a si mesmo, assumindo
forma de servo, tornando-se em homem e como tal, obedecendo até a morte, e
morte de cruz. O mesmo poder que estava em Jesus, age em nós hoje através do
Espírito Santo. Assim, podemos crer que é possível seguirmos o mesmo exemplo. A
cruz não significa nada fora de nós, mas sim o nosso pecado que deve ser dominado
e finalmente crucificado! Quanto a isto, Spurgeon escreveu: “Se um homem perceber,
depois do mais severo exame de si mesmo, qualquer outro motivo que a glória de
Deus e o bem das almas em sua busca do pastorado, melhor que se afaste dele de
uma vez, pois o Senhor aborrece a entrada de compradores e vendedores em seu
templo”.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A verdadeira motivação cristã dispensa a vaidade,
não deseja o primeiro lugar e não se porta soberbamente.
II. NÃO FOMOS CHAMADOS PARA A FAMA
1. O que é fama.
Não é de hoje que a sede de posição cega as pessoas. Posição e reconhecimento
transmitem uma certa dose de autoridade que dignifica o ser humano, e lhe
confere status social. Fama é reputação, conceito; renome, celebridade. Celebridade é uma pessoa amplamente
reconhecida pela sociedade. A palavra deriva-se do latim celebritas,
sendo também um adjetivo para célebre, que quer dizer "famoso,
celebrado". 2 Crônicas 19.9 traz: “E deu-lhes ordem, dizendo: Assim
fazei no temor do SENHOR, com fidelidade, e com coração íntegro”. O fruto da fidelidade deve ser demonstrado
na vida de cada crente, ele não pode se deixar contaminar pela sociedade da
qual faz parte. O crente é o sal da terra (Mt 5.13). Dois dos valores do sal
são: o sabor e o poder de preservar da corrupção. O crente e a igreja,
portanto, devem ser exemplos para o mundo e, ao mesmo tempo, militarem contra o
mal e a corrupção na sociedade. A fidelidade é uma característica de quem tem
fé, ou seja, de quem recebeu o fruto do Espírito Santo pela fé em Deus, através
do sacrifício de Jesus. A fé é um dom de Deus (Rm 12.3; Ef 2.8; 6.23; Fp 1.29),
ela exclui a vanglória pessoal (Rm 3.27) e a sua operação é pelo amor (Gl 5.6; I Tm 1.5;
Fl 5).
2. O problema.
A única motivação do crente em qualquer coisa que lhe venha à mão para fazer é
a glória de deus. A fama gera vaidade e esta, por sua vez, tira a glória de Deus
e a lança sobre o instrumento usado por Ele. Seria como se alguém após ter
passado por uma cirurgia de alto risco, ao acordar da anestesia, se voltasse
para o bisturi e dissesse - Obrigado, tú me salvaste a vida. Quem operou? O
médico ou o bisturi? Quando a fama entra na vida do crente, a graça de Deus
pode sair. É patente hoje o fracasso de crentes levantados por Deus para um
ministério específico exatamente pela aceitação daquelas ofertas que Jesus
recusou quando foi tentado por Satanás. Tais crentes foram seduzidos e tragados
pela busca da fama e do poder temporal, da efêmera glória do aqui e agora. “Porque
que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a
si mesmo?” (Lc 9.25).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O ser humano, criado por Deus, não foi feito para a fama.
III. O ANONIMATO NÃO É SINÔNIMO DE DERROTA
1. A
verdadeira sabedoria. No início do
capítulo 3, Tiago disse que não era bom que houvesse muitas pessoas querendo
ser professores na igreja. Ele disse isso porque é muito fácil as pessoas
tropeçarem com as suas palavras, e assim influenciarem outras pessoas de um
modo errado. A piedade é a verdadeira sabedoria! Piedade que os gregos
denominam theosebeian, a qual foi recomendada pelas palavras dirigidas ao homem
e que se lêem no livro de Jó: “Eis, o temor do Senhor é a (verdadeira)
sabedoria” (Jó 28,28). Pois, se traduzíssemos o termo theosebeian para o português
a partir do latim de acordo com a sua origem, poder-se-ia dizer “culto a Deus”,
o qual consiste principalmente em que a alma não lhe seja ingrata. Por isso, no
verdadeiro e singular sacrifício, somos exortados a dar graças ao Senhor nosso
Deus. O homem foi criado para a glória de Deus, para que Deus pudesse
manifestar a Si mesmo e para ser magnificado em, através, e sobre Sua criatura.
O sentimento de Agostinho, "Fizeste-nos para Ti e inquieto está o nosso
coração enquanto não repousar em Ti”, embora não seja uma citação da
Escritura, é totalmente escriturística, conforme o que está exposto em Mateus
11.28.
2. A
simplicidade. Estamos nos
acostumando ao termo “Extravagante”, bem comum em nossas igrejas. Extravagância
é uma ação que se desvia das normas usuais do bom senso; é excentricidade,
esquisitice, libertinagem. Bom senso é algo que falta em nosso meio cristão.
Adotamos a extravagância em detrimento da simplicidade, nos movemos do natural
para o artificial e superficial. Transformamos a beleza da simplicidade de
Cristo em extravagantes eventos evangélicos. Na contramão, temos o exemplo de
simplicidade e equilíbrio na vida de Jesus que é dada como trilho a ser
seguido! Oxalá fossemos imitadores de Cristo de forma integral e simples! A “extravagância
ao contrário” (radicalidade) do discurso de Jesus contra as mentes religiosas
contrastava com sua compaixão, amor e empatia para com as pessoas. A
simplicidade dos lírios do campo, a companhia dos humildes de coração, as
ministrações com emprego de parábolas com situações do cotidiano... o usual e
costumeiro era o Mestre nos ensinando a simplicidade emtudo. O Nazareno sabia
exatamente da sua missão a cumprir (Jo 5.30) e é o nosso maior exemplo de
simplicidade e equilíbrio no trato com as multidões. Enquanto estas o
procuravam, Ele se refugiava em lugares desérticos (Mt 14.13; Mc 1.45).
3. O
equilíbrio. No mundo
contemporâneo, um dos elementos mais importantes na vida do crente é o
equilíbrio. Extremos são perigosos, e podem deformar completamente a fé cristã.
O caminho mais curto para a heresia e a apostasia é quando uma doutrina ou
prática é supervalorizada em detrimento de outras doutrinas e práticas
igualmente importantes. Não que não haja situações extremas em que posições
radicais sejam exigidas. A dificuldade é ter sabedoria para reconhecer essas
situações, assim como aquelas que exigem reações e posições mescladas de mais
de um tipo de valor. A tensão entre a fé e as obras no âmbito da vida cristã é
uma dessas situações que exigem equilíbrio e valorização de tudo que a Bíblia
encarece, mas que, infelizmente, testemunha extremismos perniciosos dos
dois lados. Sobre a falta de equilíbrio na vida espiritual o Senhor disse: “O
meu povoestá sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento.” (Os 4.6).
Aprouve a Deus trazer o conhecimento pleno, para que pudéssemos ter, aqui na
Terra, uma vida equilibrada. O nosso modelo é um só: Jesus. Não temos outro
modelo. Quando o apóstolo Paulo disse: “Sede meus imitadores como eu sou de
Cristo” (1Co 11.1), ele nos mostrou que estava imitando o Senhor e que
podemos fazer o mesmo! Se há alguma coisa em que devemos gloriar-nos, que seja
na Cruz de Cristo (1 Co 2.2; Gl 6.14).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A verdadeira sabedoria cristã consiste na
simplicidade e no equilíbrio (bom senso) das coisas.
CONCLUSÃO
Nossa cultura, quer secular, quer e cristã, o anonimato é tomado como
sinônimo de fracasso. A exposição midiática é disputada ferrenhamente por
famosos tele-pregadores como também por aspirantes ao estrelato. Carece-se
voltar para a Palavra, não se conformando com os padrões ou modelos mundanos impostos
no presente século (Rm 12.2). Em Mateus vemos Jesus como leão, como quem tem
poder e autoridade, já em Marcos, ele é como o boi, retrato do seu espírito de
serviço e submissão. Lemos no capítulo 10, verso 45: “Pois o próprio Filho
do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate
de muitos.” Isso é equilíbrio na fé. O equilíbrio não é apenas a autoridade
do leão, mas também a disposição de serviço e a humildade do boi. Marcos assim
retrata a Jesus com a clara intenção de levar os leitores à compreensão da
necessidade de servir, de sermos humildes. A pureza, a simplicidade e a
sinceridade são os valores do Reino de Deus que nem sempre são entendidos pelos
incrédulos Anônimos ou famosos, vivamos para a glória de Deus!
N’Ele, que me garante: "Pela
graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus”
(Ef 2.8),
Recife, PE
Agosto de 2012,
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine,
prompte et sincere.
EXERCÍCIOS
1. O que é vaidade?
R. É
a ideia de valorização que se atribui à própria aparência. É o desejo intenso
de a pessoa ser reconhecida e admirada pelos outros.
2. Defina fama.
R. É
o conceito (bom ou mau) formado por determinado grupo em relação a uma pessoa.
Para que tal conceito seja formado em relação a si, é preciso tornar-se o
centro das atenções.
3. De acordo com a lição,
que história o livro de Eclesiastes narra?
R. O
livro de Eclesiastes relata a história de um pobre homem sábio que livrou a sua
cidade das mãos de um rei opressor (Ec 9.13-18).
4. Qual o maior exemplo que
temos de simplicidade e equilíbrio?
R. O
da vida de Jesus de Nazaré.
5. Você tem sido atraído
(a) pela ilusão midiática?
R. Resposta
pessoal.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS
UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
[1] - http://www.monergismo.com/textos/pastores/motivacoes_ministerio_gildasio.htm;
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
[1] - http://www.monergismo.com/textos/pastores/motivacoes_ministerio_gildasio.htm;
OBRAS
CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
Os
textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/ , na versão Almeida Corrigida e
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Francisco de Assis Barbosa