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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

Este Blog não é a palavra oficial da Igreja ou da CPAD. O plano de aula traz um reforço ao seu estudo. As ideias defendidas pelo autor do Blog podem e devem ser ponderadas e questionadas, caso o leitor achar necessário. Obrigado por sua visita! Boa leitura e seja abençoado!

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31 de julho de 2012

LIÇÃO 6 - A despensa vazia


Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração, pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa

LIÇÃO 6
A despensa vazia
5 de agosto de 2012

TEXTO ÁUREO

Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão” (Sl 37.25). O salmista tira proveito de sua longa vida para assegurar aos retos que Deus não abandonará nem a eles e nem a seus filhos. Davi quem afirma não ter visto um justo (aquele que anda conforme os padrões éticos e morais de Deus) desamparado, nem a sua descendência mendigando pão (pedindo, implorando, suplicando). Os justos são conhecidos por seus feitos de misericórdia e generosidade.

VERDADE PRÁTICA

Mesmo em meio à escassez, cremos que o Senhor é poderoso para suprir, em glória, todas as nossas necessidades.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Reis 4.1-7


OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Compreender que a fé em Deus nos ajuda a lutar contra os imprevistos.
  • Conscientizar-se de que Deus age segundo aquilo que temos.
  • Explicar a providência divina no Antigo e Novo Testamentos.

Palavra Chave
Escassez: Falta, míngua, carência, período de privação material, qualidade do que é escasso.

COMENTÁRIO

introdução

Prosseguindo na sequência do estudo dos “dramas sociais”, estudaremos hoje a despensa vazia, ou seja, a questão da carência de recursos materiais mínimos para a sobrevivência da pessoa humana sobre a face da terra e veremos o cuidado de Deus para com os seus e a responsabilidade da igreja e dos crentes individualmente, em cuidar e socorrer aqueles que sofrem com esse mal. O amor cristão é mostrado não somente em um gesto heróico de dedicação, mas em uma vida diária de compaixão, contudo, como está escrito no Subsídio Teológico da revista: “A Igreja é também chamada a ser uma comunidade com solicitude e responsabilidade sociais. Infelizmente, esta vocação tem sido minimizada ou negligenciada entre muitos evangélicos e pentecostais”. Quando o ser humano foi criado, o Senhor providenciou que tivesse o necessário para sobreviver – comida e bebida (Gn 2.9,10). Deus, pois, como Criador do homem, sabe mais do que ninguém da necessidade que o ser humano tem de comida e bebida para sua sobrevivência (Mt 6:31,32), portanto, o problema da fome e das carências mínimas necessárias para a sobrevivência do homem não pode ser imputada a Deus, mas, sim, ao próprio homem. O egoísmo e a ganância contribuem decisivamente para que a fome mate milhões de pessoas todos os anos em nosso planeta. Tenham todos uma excelente a proveitosa aula!

I. LUTANDO CONTRA O IMPREVISTO

1. A viuvez. No antigo oriente, as mulheres eram consideradas inferiores. Mas esse milagre operado por Eliseu demonstra o cuidado de Deus e a sua provisão para os vulneráveis e abandonados. O historiador judeu Flavio Josefo afirma que essa mulher necessitada era a viúva do profeta Obadias, o mordomo de Acabe, que havia salvado a vida de cem profetas do Senhor (1Rs 18.4; 2Rs 4.1). A lei mosaica permitia que se vendessem filhos como servos (ou escravos) durante um período limitado de tempo (Êx 21.2,7; Lv 25.39-46; Dt 15.12-18). Um homem podia vender a si mesmo ou sua esposa como escrava, por causa da pobreza ou de alguma dívida. Tal servidão era limitada a seis anos e os direitos dos escravos eram enfatizados (Êx 21.2). Infelizmente, essa disposição legal estava sujeita a abusos constantes (Ne 5.5-8; Jr 34.8-22; Am 2.6; 8.6). A provisão foi dada na medida da fé que a mulher tinha e da sua capacidade de armazenamento. Deus é aquele que supre as necessidades dos seus de forma distinta e definitiva, “segundo as suas riquezas” (Fp 4.19). A viúva recebeu do Senhor mais do que pedira. Seu pedido fora apenas que seus filhos ficassem livres de viver na escravidão. Mas em sua pobreza, ela ainda tinha muitas outras necessidades. Deus Se dispôs a suprir essas necessidades. Ele constantemente dá aos seres humanos bênçãos muito maiores do que eles pedem para si mesmos.
2. A dívida. Esta mulher ficou viúva com 2 filhos, e o falecido deixou uma grande divida para pagar. Não tinha emprego e muito menos renda e os credores iam levar seus filhos para trabalharem como escravos, tudo para resgatar a tal divida; A Bíblia não revela o valor da dívida deixada pelo falecido, mas o certo é que era uma alta soma, pois seria necessário dar os dois filhos do casal como escravos para quitar o débito (2 Rs 4.1). De acordo com a lei, o devedor que não pudesse pagar o seu débito era obrigado a servir ao credor até ao ano do Jubileu (Lv 25.39,40). Em suas “Antiguidades”, o historiador judeu Flávio Josefo afirma que Obadias ficara em dificuldades financeiras porque havia pegado dinheiro emprestado para sustentar essa centena de profetas. O fato é que a viúva estava na iminência de vender seus dois filhos como escravos a fim de pagar suas dívidas.
3. A solução. A igreja de Cristo precisa dar respostas concretas e específicas às perguntas formuladas pelos sofredores deste mundo. É sempre tentadora a omissão que se camufla sob o manto da piedosa ajuda espiritual (Tg 2.15-16).


SINOPSE DO TÓPICO (I)
Nos momentos de angústia e escassez, Deus sempre tem uma solução para os seus filhos.

II. DEUS AGE COM O QUE VOCÊ TEM

1. A botija de azeite. A narrativa da viúva com seus dois filhos revela que DEUS cuida dos seus fiéis quando estão em necessidade e aflição. A viúva com os filhos representam o povo de DEUS quando estão em abandono e opressão. Tanto no AT como no NT, a compaixão pelos necessitados e o cuidado por eles são evidência da fé genuína em DEUS e da verdadeira piedade (Êx 22.22-24; Dt 10.18; 14.29; Jó 29.12; Tg 1.27).
2. A farinha na panela. Sarepta era uma pequena cidade costeira fora das fronteiras de Israel, entre Tiro e Sidom. Está dentro do território da Fenícia, centro da adoração de Baal, terra natal da ímpia Jezabel, mulher do rei Acabe, através de quem o culto àquela falsa divindade foi introduzido em Israel. A maioria do povo de Sarepta adorava vários deuses e deusas em templos ou “lugares altos” (2Rs 17.32), onde os ritos religiosos incluíam atos de vulgar imoralidade “centralizados em torno de uma adoração da fertilidade do homem”. Naquela época pensava-se que os deuses pertenciam a uma cidade ou região específica e o eterno, então, envia seu servo para os domínios daquele deus para fazer conhecidos Sua presença e Seu poder. Por toda região, no reinado de Acabe, houve uma grande seca. Por três anos e seis meses nem uma gota sequer de água caiu do céu. Esta seca fora predita pelo profeta Elias, que perseguido por corruptos governantes, se refugia junto ao ribeiro de Querite. Elias ficou em Querite, sendo sustentado pelos corvos até o riacho secar. Em seguida, Deus usou a necessidade do profeta para alcançar uma mulher na distante Sarepta. A viúva, lá fora, ajuntando lenha para fazer uma última refeição para si mesma e para o filho, imediatamente reconheceu Elias como um crente em Deus. O texto não diz o que foi, mas algo a fez saber que Elias era um adorador do Senhor. Esse é o propósito divino para a mulher ou o homem que se encontra na mesma condição: servir e honrar a Deus independentemente das circunstâncias (Mc 12.41-44; 1 Tm 5.5). e a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva”(Lc 4.26). A viúva de Sarepta usou o resto do azeite que tinha em casa e fez um pão para o profeta Elias, abençoando aquele homem que levava a palavra de DEUS. Ela não pensou na seca e crise econômicas que o país estava passando, ou, que aquele pão poderia ser a última refeição que poderia ter juntamente com seu filho antes de morrerem. Talvez até tivesse ponderado estes fatos, entretanto, aquela mulher creu que DEUS era poderoso para fazer infinitamente mais que sua mente humana pudesse imaginar. E DEUS em sua majestade e poder fez prosperar onde não havia esperança de salvação para vida da viúva e de seu filho. Olhando por um outro ângulo vemos uma mulher que não se limitou em sua fé ao se predispor em ajudar o seu próximo. Fique atento para que você não fique somente como um espectador daquilo que DEUS está fazendo na Igreja, esteja pronto para trabalhar na seara. Faça parte e aproveite a oportunidade que DEUS tem nos dado. Não tente agradar a DEUS com sacrifícios vãos, escute aquilo que Ele tem te falado e te chamado para fazer. Obedecer e melhor que sacrificar.
3. Cinco pães e dois peixes. Além da ressurreição, este milagre é o único registrado nos quatro evangelhos ditos sinóticos. Seu significado pode ser visto no sermão proferido por Jesus após o milagre, no qual ele se declara ser “o pão da vida” (Jo 6.48). Cinco mil - este número não incluía mulheres e crianças (Mt 14.21). Este é talvez o milagre realizado por Jesus que mais exerce fascínio no homem porque atinge seu maior drama: a escassez. “E Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor; e começou a ensinar-lhes muitas coisas”(Mc 6.34). O termo COMPAIXÃO (Grego: splagchnizomai), o qual descreve uma emoção que comove a pessoa até o íntimo do seu ser. Fala da tristeza que alguém sente pelo sofrimento e infortúnio do próximo, juntamente com o desejo de ajudá-lo. É uma característica divina encontrada em Deus Pai: (Dt 30.3; 2 Rs 13.23; Sl 78.38; 111.4) e no seu Filho Jesus Cristo (Mc 1.41; 6.34; 8.2; Mt 9.36; 14.14; 15.32; Lc 7.13). Em todas as épocas, e particularmente nestes dias de indiferença ante o sofrimento dos outros, Jesus espera que semelhante atitude motive atos compassivos dos seus seguidores (Mt 18.33; Lc 10.33).


SINOPSE DO TÓPICO (II)
Quando entregamos tudo nas mãos de Deus, Ele transforma o pouco em muito.

III. A PROVIDÊNCIA DIVINA

1. No Antigo Testamento. No Antigo Testamento podemos citar alguns exemplos da provisão de Deus das necessidades básicas:
- Provendo para o povo de Israel no deserto (Êx 15.23-27; 16.1-36; Dt 29.5-6);
- Estabelecendo leis de ajuda e socorro aos pobres (Êx 23.10-11; Lv 19.9-10; 23.22; Dt 15.7-8);
- Provendo para Elias junto ao ribeiro de Querite (I Rs 17.1-7) e em Sarepta (17.8-16);
- Provendo para uma viúva através do ministério de Eliseu (2 Rs 4.1-7). Depois de o Senhor DEUS criar os céus e a terra (1.1), Ele não deixou o mundo à sua própria sorte. Pelo contrário, Ele continua interessado na vida dos seus, cuidando da sua criação. DEUS não é como um hábil relojoeiro que formou o mundo, deu-lhe corda e deixa acabar essa corda lentamente até o fim; pelo contrário, Ele é o Pai amoroso que cuida daquilo que criou. O constante cuidado de DEUS por sua criação e por seu povo é chamado, na linguagem doutrinal, a providência divina.
2. Em o Novo Testamento. Boa parte do ministério terreno de Jesus foi dedicado aos pobres e desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém mais se importava a não ser Jesus (cf. Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19; Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 7.11-15; 20.45-47). Ele condenava duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31). De igual forma, ele espera que seu povo contribua generosamente com os necessitados (ver Mt 6.1-4). Ele próprio praticava o que ensinava, pois levava uma bolsa da qual tirava dinheiro para dar aos pobres (ver Jo 12.5,6; 13.29). Em mais de uma ocasião, ensinou aos que o queriam seguir a se importarem com os marginalizados econômica e socialmente (Mt 19.21; Lc 12.33; 14.12-14,16-24; 18.22). As contribuições não eram consideradas opcionais. Uma das exigências de Cristo para se entrar no seu reino eterno é mostrar-se generoso para com os irmãos e irmãs que passam fome e sede, e acham-se nus (Mt 25.31-46). O apóstolo Paulo e a igreja primitiva demonstravam igualmente profunda solicitude pelos necessitados. Bem cedo, Paulo e Barnabé, representando a igreja em Antioquia da Síria, levaram a Jerusalém uma oferta aos irmãos carentes da Judéia (At 11.28-30). Quando o concílio reuniu-se em Jerusalém, os anciãos recusaram-se a declarar a circuncisão como necessária à salvação, mas sugeriram a Paulo e aos seus companheiros “que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência” (Gl 2.10). Um dos alvos de sua terceira viagem missionária foi coletar dinheiro “para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém” (Rm 15.26). Ensinava as igrejas na Galácia e em Corinto a contribuir para esta causa (1Co 16.1-4). Como a igreja em Corinto não contribuísse conforme se esperava, o apóstolo exortou demoradamente aos seus membros a respeito da ajuda aos pobres e necessitados (2Co 8;9). Elogiou as igrejas na Macedônia por lhe terem rogado urgentemente que lhes deixasse participar da coleta (2Co 8.1-4; 9.2). Paulo tinha em grande estima o ato de contribuir. Na epístola aos Romanos, ele arrola, como ação do Espírito Santo em nós, a capacidade de se contribuir com generosidade às necessidades da obra de DEUS e de seu povo (ver Rm 12.8; ver 1Tm 6.17-19).
3. Na atualidade. Nossa prioridade máxima, no cuidado aos pobres e necessitados, são os irmãos em Cristo. Jesus equiparou as dádivas repassadas aos irmãos na fé como se fossem a Ele próprio (Mt 25.40, 45). A igreja primitiva estabeleceu uma comunidade que se importava com o próximo, que repartia suas posses a fim de suprir as necessidades uns dos outros (At 2.44,45; 4.34-37). Quando o crescimento da igreja tornou impossível aos apóstolos cuidar dos necessitados de modo justo e equânime, procedeu-se a escolha de sete homens, cheios do Espírito Santo, para executar a tarefa (At 6.1-6). Paulo declara explicitamente qual deve ser o princípio da comunidade cristã: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6.10). Deus quer que os que têm em abundância compartilhem com os que nada têm para que haja igualdade entre o seu povo (2Co 8.14,15; cf. Ef 4.28; Tt 3.14). Resumindo, a Bíblia não nos oferece outra alternativa senão tomarmos consciência das necessidades materiais dos que se acham ao nosso redor, especialmente de nossos irmãos em Cristo.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
Deus pode e deseja prover alimento para os seus filhos. Porém, Ele nos convida a fazer parte dessa gloriosa missão: socorrer àqueles que passam por privações.


CONCLUSÃO
Paulo incentiva os coríntios a darem generosamente. Ele cita um princípio bem conhecido nas Escrituras: ceifamos o que semeamos. A oferta é voluntária, segundo a decisão de cada um para dar com alegria. É a responsabilidade de cada cristão contribuir, mas não devemos fazê-lo só por causa da obrigação. Devemos entender o propósito da oferta e participar com alegria, reconhecendo o privilégio de participar do trabalho do Senhor. Ao invés de segurar o nosso dinheiro, recusando utilizá-lo para servir a outros, devemos lembrar que todas as nossas bênçãos e a nossa capacidade de dar vêm do Senhor.
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Campina Grande, PB
Julho de 2012,
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere.


EXERCÍCIOS
1. Qual o risco que os filhos da viúva corriam?
R. Risco de serem levados como escravos como pagamento da dívida do pai.
2. O que de incomum a viúva fez?
R. Ela foi ao encontro de Eliseu. Naquele tempo raramente as mulheres conversavam com os homens sem serem convidadas.
3. Qual foi a orientação do profeta para a viúva?
R. Pedir vasos emprestados aos vizinhos, todos quantos pudesse pegar. E depois que estivesse com as vasilhas em casa, ela deveria fechar a porta e despejar o azeite nelas.
4. Mesmo sem condições o que a viúva preparou para o profeta?
R. Ela preparou uma refeição.
5. Você tem sido negligente com a sua nobre missão?
R. Resposta pessoal.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;


OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA. Estudo
A PROVIDÊNCIA DIVINA (BEP - CPAD);
-. O CUIDADO DOS POBRES E NECESSITADOS (Estudo da Bíblia de Estudos Pentecostal em CD - CPAD);
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. BARNETT, T. Há um milagre em sua casa: A solução de Deus começa com o que você tem. 9.ed., RJ: CPAD, 2007;
-. HORTON, S. 
Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed., RJ: CPAD, 1996.


Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto que está utilizando e com que finalidade (estudo pessoal, na igreja, postagem em outro site, impressão, etc.).
Francisco de Assis Barbosa

23 de julho de 2012

LIÇÃO 5 - As aflições da viuvez


Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração, pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa

LIÇÃO 5
As aflições da viuvez
29 de Julho de 2012

TEXTO ÁUREO

 “Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas” (1 Tm 5.3). Viúvas verdadeiramente viúvas são aquelas que não têm parentes para cuidar delas. As viúvas que estão sem família devem ser mulheres de oração, amor e temor a Deus. Com essas mulheres, a igreja local tem uma responsabilidade [1Tm 5.5,16].

VERDADE PRÁTICA

A Igreja de Cristo deve acolher, com amor e hospitalidade, toda pessoa vítima de violência.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 2.35-38; Tiago 1.27.


OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Conceituar o estado da viuvez.
  • Descrever exemplos bíblicos de viuvez.
  • Destacar o aspecto social da viuvez.

Palavra Chave
Viuvez: Estado de viúvo ou viúva; sentimento de desamparo, privação e solidão. Homem a quem morreu a mulher e que não contraiu ainda novas núpcias. Adjetivo: Que é viúvo. [Figurado] Privado; desamparado; isolado; abandonado. [No Brasil]: O que fica só num conflito de que os outros desertam.


COMENTÁRIO

introdução

Com esta lição, damos seqüência ao estudo dos dramas sociais iniciados com a lição 4, a que todo homem está sujeito, mesmo os regenerados pela graça divina. Como nas lições anteriores, a viuvez, que é uma figura bíblica da exclusão social, do desamparo gerado pela vida em sociedade, ao lado do órfão e do estrangeiro, é fator que nos leva a demonstrar o amor de Deus e o amor ao próximo. Esta situação, um processo natural da vida humana que pode ser vivenciada por todos os homens, é uma oportunidade para que a Igreja demonstre que é portadora do amor de Deus e que, por isso, ama o próximo. Hoje, trataremos de um ministério muito importante para o equilíbrio e a harmonia dentro da igreja, do ponto de vista material: a ajuda àqueles que não têm os meios necessários para a sua subsistência, bem como, o acolhimento daqueles que estão à margem da sociedade. Tenham todos uma excelente e proveitosa aula!

I. O CONCEITO DE VIUVEZ

1. Definição. A palavra portuguesa Viúvo se origina do Latim viduus, solitário, abandonado, vazio, que é como se sente uma pessoa que foi acompanhada por outra por muito tempo e a perdeu. A definição do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa é daquele cujo marido ou esposa morreu, e ainda não casou de novo, e no sentido figurado: que está ou se sente em desamparo, desconsolo, privação, solidão. Juridicamente, é o cônjuge sobrevivente de uma sociedade conjugal que se dissolveu com a morte do outro componente. Uma pessoa viúva (Latim vidua) se caracteriza por estar vazia da companhia que durou vários anos. E é este vazio o causador de dramas sociais que poderão afetar a vida, trazendo sofrimento, desespero, solidão. No Antigo testamento, é utilizado o termo hebraico almanah (אלמנה) com o mesmo significado da língua portuguesa. No NovoTestamento, encontramos o termo grego chera (χήρα), cuja raiz tem origem em uma  palavra que indica deficiência e que, além de significar o que perdeu o cônjuge, também tem o significado de uma cidade despida de seus habitantes e de suas riquezas, ou seja, traz, também, a idéia de desamparo. A viuvez é o estado social e psicológico de um cônjuge quando da perda do outro e não tenha contraído outras núpcias.
2. Exemplos nas Escrituras. A viuvez nas Escrituras era um problema de gravidade monumental. Geralmente as viúvas nesse período eram negligenciadas, ignoradas e esquecida. Ser viúva era estar fadada ao esquecimento e ignomínia a não ser que tivesse um filho ou um parente que a remisse. Por essa razão é que tanto o AT quanto o NT dão forte ênfase a se demonstrar bondade para com as viúvas e ajudá-las em suas aflições. Tiago diz que “a religião pura e imaculada consiste em visitar os órfãos e as viúvas em suas tribulações” (Tg 1.27). Na Bíblia Sagrada, dois exemplos de superação da viuvez são dignos de menção:
a) A profetisa Ana. Não sabemos muita coisa a respeito da profetisa Ana (heb., hanah, significa “graça”), mas sabemos que o Senhor quis que a conhecêssemos falando sobre ela em apenas três versículos. Ali, Ele colocou o necessário para vermos nela uma mulher de Deus, fiel e dedicada a Ele. Ela é mencionada unicamente no Evangelho segundo Lucas, onde se relata que era filha de Fanuel e seria pertencente à tribo de Aser, o oitavo filho de Jacó, o segundo pela ama de Lia, Zilpa (Gn 30.13; 35.26). Informa também que ela era viúva e tinha vivido com o marido apenas por sete anos, não se afastando do templo e servindo a Deus em jejuns e orações, de dia e de noite (Lc 2.37). Quando José e Maria apresentaram Jesus no templo de Jerusalém para ser circuncidado ao oitavo dia, conforme o costume da lei mosaica, Ana teria sido uma das pessoas que, assim como Simeão tiveram o privilégio de ver de perto a vinda do Messias ao mundo. Ana era uma verdadeira viúva, correspondendo à descrição que Paulo faz em 1Tm 5.3-5: pessoa do sexo feminino, que vive desamparada, pobre, mas que espera e persevera de noite e de dia em oração. Não sabemos como seu cônjuge faleceu mas podemos imaginar o sofrimento de Ana, os dias tristes e sombrios que ela teve que enfrentar. Sendo uma serva de Deus, certamente, ela depositou no altar do Senhor todos estes sentimentos e pediu a Ele o Seu conforto.
b) A viúva de Sarepta. Sarepta era uma pequena cidade costeira fora das fronteiras de Israel, entre Tiro e Sidom. Está dentro do território da Fenícia, de onde veio a terrível rainha Jezabel, rainha do rei Acabe, que introduziu ativamente a adoração de Baal em Israel. Naquela época pensava-se que os deuses pertenciam a uma cidade ou região específica. Bem no próprio centro da adoração de Baal, Deus fez conhecidos Sua presença e Seu poder. Por toda região, no reinado de Acabe, houve uma grande seca. Por três anos e seis meses nem uma gota sequer de água caiu do céu. Esta seca fora predita pelo profeta Elias, que perseguido por corruptos governantes, se refugia junto ao ribeiro de Querite. Elias ficou em Querite, sendo sustentado pelos corvos até o riacho secar. Em seguida, Deus usou a necessidade do profeta para alcançar uma mulher na distante Sarepta. A viúva, lá fora, ajuntando lenha para fazer uma última refeição para si mesma e para o filho, imediatamente reconheceu Elias como um crente em Deus. O texto não diz o que foi, mas algo a fez saber que Elias era um adorador do Senhor. Esse é o propósito divino para a mulher ou o homem que se encontra na mesma condição: servir e honrar a Deus independentemente das circunstâncias (Mc 12.41-44; 1 Tm 5.5).

SINOPSE DO TÓPICO (I)
O conceito da viuvez se aplica quando do estado social e psicológico do cônjuge que sofre a perda do outro.

II. O ASPECTO SOCIAL DA VIUVEZ

1. O desamparo na viuvez. O estado de “viuvez” não se circunscreve apenas a um estado civil, decorrente da dissolução do casamento pela morte do cônjuge, mas tem, em si mesma, a idéia de desamparo, de falta de companhia, de solidão, de extrema perda que faz com que a pessoa fique desolada, desamparada, sem ajuda, o que era extremamente compreensível nos tempos bíblicos em que a mulher que, tendo se casado, perdia seu marido, passava a viver uma situação extremamente precária, já que a mulher dependia do marido para sobreviver numa sociedade em que não se dava à mulher qualquer oportunidade de buscar, por si mesma, o seu sustento. A viuvez, sem dúvida alguma, traz para o seu portador não só carências econômico-financeiras, pois, ainda que hoje em dia a mulher esteja inserida no mercado de trabalho, não resta dúvida de que a perda do cônjuge produz abalo significativo na renda familiar (até porque são as necessidades econômico-financeiras que levam ambos os cônjuges a trabalhar na atualidade), mas, também, um estado psicológico adverso, pois se trata da perda de alguém que se amava e com quem se decidiu formar uma vida em comum. Assim, ao lado de todo o abalo produzido pela morte, já objeto de estudo na lição 3 deste trimestre, temos ainda esta carga socioeconômica.
2. O amparo da Igreja. 1 Timóteo 5 define a viúva verdadeira como aquela que está desolada, confia em Deus, etc., que é encargo da igreja sustentar aquelas que são verdadeiramente viúvas. Segundo Paulo, verdadeiramente viúva é aquela que não tinha família para lhe amparar, com mais de 60 anos, que tenha sido fiel ao seu marido, zelosa pelo lar e pela vida cristã (v.4-5, 9-10). Tiago fala sobre a importância de mostrar fé ativa e obediente, e de deixar a palavra de Deus entrar nas profundezas do coração, exige mudanças radicais na vida do discípulo. Entre outras exortações, ele descreveu bem a religião que agrada a Deus: A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo (Tg 1.27). Através da Bíblia, órfãos, viúvas e pobres são as pessoas que mais necessitam da bondade dos servos de Deus, e cada discípulo deve estar pronto e disposto a ajudar. Como defende Paulo em Efésios 4.28, o verdadeiro crente deve organizar-se para ter o que repartir com os necessitados. Muitos são os textos bíblicos que chamam a atenção da igreja local para atuar socialmente junto às viúvas (Dt 24.19; 26.12,13; Sl 67.6; Is 1.17; 1 Tm 5.16). “Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35). Para superar a aflição psicológico-afetiva adversa que acompanha o estado de viuvez, faz-se mister que cooperemos para que esta sensação de solidão e de desamparo seja mitigado entre os viúvos, fazendo que com se relacionem conosco nos momentos de alegria e de confraternização, não os deixando sós, mas os incentivando e os estimulando a travar relacionamentos fraternos com os seus irmãos, com os que com eles convivem. O tratamento com dignidade não envolve apenas o exercício da filantropia, com a entrega de recursos mínimos para a sobrevivência material da viúva, ou atitudes que envolvam a viúva nos relacionamentos sociais, minorando a sua solidão, mas também requer o tratamento diante de seus direitos, o reconhecimento de sua cidadania. As viúvas devem ser honradas na Casa do Senhor. Tal amparo não pode ser apenas de palavras, mas de ação social, psicológica e espiritual.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
O estado existencial da viuvez denota o desamparo social da viúva. Logo, a igreja local tem a função de ampará-la nesse processo.


CONCLUSÃO
A viuvez é um estado social que abarca milhares de pessoas. É um processo natural da vida humana. Algumas pessoas lidam bem com esta nova realidade, mas outras têm a insegurança existencial que paralisam a sociabilidade e a espiritualidade da vida. A Bíblia apresenta a viúva como uma pessoa necessitada em termos de proteção e sustento, e que deve ser honrada e respeitada. Conquanto seja uma situação sobremodo aflitiva, a viuvez, como a exclusão social, deve ser um motivo para reconhecermos a soberania de Deus, bem como experimentarmos o Seu imenso amor para com a humanidade. Se virmos esta situação sob este ponto-de-vista e como o Senhor, apesar de ter ceifado a vida do cônjuge, quer Se manifestar no tratamento desta questão teremos mais uma razão para adorá-lo e bendizê-lo. Basta fazermos o que Ele nos ensina em Sua Palavra.
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Campina Grande, PB
Julho de 2012,
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere.


EXERCÍCIOS
1. Segundo a lição, defina viuvez.
R. A viuvez é o estado social e psicológico de um cônjuge quando da morte do outro. Assim, viúva é a mulher cujo esposo faleceu e, no entanto, não voltou a contrair novas núpcias. Tal princípio é o mesmo em relação ao homem.
2. Que problemas sérios podem se desenvolver na vida do viúvo?
R. 2. É superar a solidão que, advinda do luto, pode comprometer a vida da viúva ou do viúvo.
3. Cite exemplos bíblicos de superação da viuvez.
R. A profetisa Ana e a viúva de Sarepta.
4. De acordo com a lição, qual é o melhor procedimento para superar a dor da viuvez?
R. A viúva ou o viúvo no Senhor deve servi-lo ainda que a sua condição não seja das melhores.
5. Como deve proceder o viúvo cristão?
R. Os viúvos jamais devem se entregar à solidão e ao isolamento, mas viverem a vida que é o dom de Deus.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;


OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. http://www.portalebd.org.br/files/3T2012_L5_caramuru.pdf;


Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/ , na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.


Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto que está utilizando e com que finalidade (estudo pessoal, na igreja, postagem em outro site, impressão, etc.).
Francisco de Assis Barbosa

16 de julho de 2012

LIÇÃO 4 - Superando os traumas da violência social


Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração, pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa

LIÇÃO 4
Superando os traumas da violência social
22 de Julho de 2012

TEXTO ÁUREO

“A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência” (Gn 6.11). Violência – mais precisamente, “estado de ausência de lei”. [Esse tema é desenvolvido em Ez 8.17; 9.9-11.6].

VERDADE PRÁTICA

A Igreja de Cristo deve acolher, com amor e hospitalidade, toda pessoa vítima de violência.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 6.5-12.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·         Explicar a origem da violência;
·         Compreender que a violência é um problema de todos; e
·         Conscientizar-se do papel acolhedor da igreja.

Palavra Chave
Violência: Qualidade do que é violento; ação de empregar força física ou intimidação moral contra alguém; ato violento [Estado daquilo que é violento. Ato violento. Ato de violentar. Veemência. Irascibilidade. Abuso da força. Tirania; opressão. [Jurídico, Jurisprudência] Constrangimento exercido sobre alguma pessoa para obrigá-la a fazer um ato qualquer; coação][a]. O termo deriva do latim violência (que por sua vez o amplo, é qualquer comportamento ou conjunto de deriva de vis, força, vigor); aplicação de força, vigor, contra qualquer coisa[b].


COMENTÁRIO

introdução
A violência é uma realidade milenar. Desde que o homem afastou-se do governo divino tem andado ao longo dos milênios, de mãos dadas com a violência, abrangendo todas as Idades: Antiga, a Idade Média, Moderna e Contemporânea. Filosoficamente se entende que a violência existe desde os tempos primordiais e reformulou-se na medida em que o homem passou a viver em sociedade. Inicialmente foi entendida como agressividade instintiva, gerada pelo esforço do homem para sobreviver na natureza. A organização das primeiras comunidades e, principalmente, a organização de um modo de pensar coerente, que deu origem às culturas, gerou também a tentativa de um processo de controle da agressividade natural do homem. No AT encontramos o relato de Ninrode, descrito como o primeiro poderoso na terra (Gn 10.8; 1Cr 1.10). Filho de Cuxe, que era filho de Cam, portanto, bisneto de Noé. Sobre este homem, Flavio Josefo escreveu: "Pouco a pouco, transformou o estado de coisas numa tirania, sustentando que a única maneira de afastar os homens do temor a Deus era fazê-los continuamente dependentes de o seu próprio poder. Ele ameaçou vingar-se de Deus, se Este quisesse novamente inundar a terra; porque construiria uma torre mais alta do que poderia ser atingida pela água e vingaria a destruição dos seus antepassados. O povo estava ansioso de seguir este conselho, achando ser escravidão submeter-se a Deus; de modo que empreenderam construir a torre [...] e ela subiu com rapidez além de todas as expectativas." — Jewish Antiquities(Antiguidades Judaicas), I, 114, 115 (iv, 2, 3). Não é possível fugirmos desse mal que assola a humanidade desde tempos imemoriais, e sofremos as conseqüências mesmo tendo sido regenerados em Cristo. A única maneira de minorarmos as conseqüências é levando Cristo ao mundo através do esforço evangelístico. Não podemos ficar indiferentes aos seus males, porque enquanto permanecermos neste mundo estaremos sujeitos às suas conseqüências. Todavia, não devemos esquecer-nos de que a nossa vida está escondida em Deus e nele estaremos sempre seguros. Boa aula!

I. A VIOLÊNCIA IMPERA SOBRE A TERRA

1. A origem da violência. O termo hebraico hãmãs, “injustiça, cujo significado é “ser violento com”, “tratar violentamente”, é a palavra é usada freqüentemente no texto bíblico com a idéia de violência pecaminosa. É também sinônimo de extrema impiedade. No NT aparece na forma do termo grego bia, significando “forçar, insistir”, usado na voz média: fazer uso da força, forçar, pressionar, esforçar-se (Lc 16.16); e na voz passiva: sofrer violência, ser pego à força (Mt 11.12). De bia, o seu derivado biastês, pessoa violenta; e parabiadzomai: coagir, persuadir[c]. A nossa palavra portuguesa “violência” tem sua origem na raiz latina violar que classicamente apresenta os seguintes sentidos: ofender com violência, transgredir, profanar, exercer violência sobre, forçar, coagir, fazer uma ação impetuosa. A violência é uma das conseqüências da queda do homem. E é lógico que há um interesse do inferno em intensificar cada vez mais a violência, pois ela é contrária aos princípios bíblicos e desnecessária na resolução de qualquer problema (Gn 3.4-24; 6.5; Gn 4.3-5; Rm 3.23). Mais especificamente, a violência se distingue da simples aplicação da força. Enquanto a força designa genericamente a energia ou intensidade aplicada em determinado movimento, a violência é o elemento qualificador negativo da força: ação corrompida ou contaminada pelas emoções negativas – desprezo, rancor, ressentimento, raiva, ira, cólera, fúria, ódio – e intencionalmente voltada à agressão, intimidação, coerção, eliminação ou destruição de outrem. Portanto, a construção de uma definição preliminar de violência inclui ao menos estes dois elementos: emoção e intenção. Quanto à sua aplicação, a violência pode ser realizada tanto impulsivamente quanto de modo deliberado e calculado[d].
2. A multiplicação da violência. O ato de Caim revela a natureza da humanidade que, agora arruinada pelo pecado, comete violência sobre violência (Sl 14.1-3; Rm 3.10-18). Deus deu outro filho a Adão e Eva em lugar de Abel, a quem chamaram Sete. Note-se que, quando do nascimento de Enos, a geração de Sete começou a invocar o nome do Senhor, conforme o verso vinte e seis. Este fato, marcado pelo interesse espiritual, mani­festa esta geração de Sete como filhos de Deus, enquanto a geração de Caim, marcada pelo interesse material, é conotada como os filhos do homens. “Naqueles dias estavam os nefilins na terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses nefilins eram os valentes, os homens de renome, que houve na antiguidade” (Gn 6.4). Estes nefilins, de acordo com o nome, eram lenhadores, cortadores e rachadores de madeira, portanto, gente forte, agressiva e temível. Então, veio a apostasia da linhagem de Sete, os filhos de Deus, através da sua mistura com a linhagem de Caim, os filhos dos homens, e a violência agravou-se. Deus não gostou do estado dessa sociedade e determinou acabar com aquela raça humana para recomeçar uma nova geração a partir do seu amigo Noé, descendente de Sete, capacitado para ouvir e decifrar a mensagem divina (Gn 6.9).
3. A violência na sociedade atual. Falar de violência na sociedade atual implica em abarcar todos os sentidos do termo e aprofundá-los em uma gama ampla, onde o real surpreende sempre pelo ineditismo de uma ação que pode ser cada vez mais violenta, porque o nosso mundo é violento, é injusto, onde as questões são resolvidas pela força, pela violência. Os crentes no Senhor Jesus, como peregrinos neste mundo, são alcançados também por essa violência. Aliás, nos envolvemos nisso de tal maneira que acabamos usando também as maneiras e as armas do mundo, usando força e violência contra aqueles com quem convivemos, ainda que nem sempre nossa violência seja física. Quem não fez uso de violência mental, ou moral? Podemos inclusive estar abusando tanto da nossa força, que contra o outro usamos de violência espiritual – depreciamos; humilhamos; desencorajamos; julgamos; condenamos e excluímos. Vivemos numa sociedade muito doente, a qual nos exige uma movimentação constante, ainda que vazia. A violência é uma expressão dessa doença mental, por privação de amor. A falta de amor faz com que as pessoas adoeçam, agitem-se. Isso nos mostra o quanto o outro nos faz falta. A falta de amor torna-se insuportável, portanto, agimos, sem se quer refletir e, tolerar a dúvida. Assim, responde a demanda do outro. Digo de outra forma: “o ato violento me permite por uns minutos me sentir existindo”. Pensar é dar um significado, um sentido a vida. Sócrates diz: “o pensar acompanha o viver”. (p.58). Quem não ama adoece. A doença passa a ser a sua companhia. Portanto, as pessoas doentes não se relacionam, não vivem como poderiam viver, não dão o que tem e podem dar de melhor de si. Pois, o grande problema da atualidade é a desestrutura familiar, a ausência de família e, principalmente a ausência do pai[e].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Desde que o primeiro casal pecou, a violência impera sobre a Terra através da maldade humana.

II. VIOLÊNCIA, UM PROBLEMA DE TODOS

1. Quando o crente é perseguido. Quando nos referimos à realidade da violência, automaticamente pensamos em sua manifestação física. Contudo, a tipologia da violência é complexa, e mesmo a agressão corporal possui ascendentes níveis de intensidade e consequências (desde um leve ataque até a destruição completa do corpo ou objeto agredido) (Sl 73.21). A violência não é necessariamente cruenta, é possível minar a autoestima e desfigurar a organização do universo mental de alguém por meio do recurso à rejeição, depreciação, preconceito, discriminação, ameaça, desrespeito, humilhação, assédio moral, silenciosa hostilidade, entre outras atitudes. É da apresentadora Hebe Camargo a seguinte frase: ”Eu às vezes me pergunto como as igrejas evangélicas conseguem fazer lavagem cerebral em milhares de pessoas” [extraído do blog Jornal Cristão, acesso em 16/07/12].
2. A ação do bom samaritano. Os pacificadores são chamados filhos de Deus, (Mt 5.9) mas os enganadores e perversos são filhos do Diabo (At 13.10). Os que amam são chamados filhos do altíssimo, conforme Lc 6.35: “Amai, porém, a vossos inimigos, fazei bem e emprestai, nunca desanimando, e grande será a vossa recompensa, e sereis filhos do Altíssimo.” Mas os que odeiam são filhos das trevas, de acordo com 1Jo 2.11: “Mas aquele que odeia a seu irmão está nas trevas e anda nas trevas, e não sabe para onde vai porque as trevas lhe cegaram os olhos.” Jesus também referiu que os filhos deste mundo são mais sagazes do que os filhos da luz (Lc 16.8). Pedro informa-nos que “tais homens têm prazer em deleites à luz do dia, eles são nódoas e máculas, deleitando-se em suas dissimulações quando se banqueteiam convosco, tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecar; engodando as almas inconstantes, tendo um coração exercitado na ganância, filhos de maldição” (2 Pd 2.13,14).
3. A Igreja deve denunciar a violência através de ações. O site Gospel + publicou uma reportagem sob o título “Igrejas evangélicas são a nova arma da Argentina contra a violência”: “Para combater o aumento da criminalidade e da violência policial a cidade de Comodoro Rivadavia na província de Chubut, na Argentina, está contando com a ajuda das igrejas evangélicas locais. O apoio das igrejas foi solicitado por um dos membros da Câmara Municipal da cidade. A Câmara está estudando a possibilidade de alterar o Código de Processo Penal, conforme solicitado o prefeito Nestor Di Pierro. O vereador Carlos Vargas foi quem teve a iniciativa de pedir ajuda das igrejas no combate à violência, segundo ele a igreja é uma instituição que ensina bons valores cristãos. De acordo com o Noticias Cristianas Vargas afirmou que a nova gestão da cidade não obteve ainda muitas mudanças na cidade, mas que estão trabalhando na resolução dos problemas sociais. Com a ajuda das igrejas o vereador espera trabalhar na prevenção de novos crimes, principalmente focando na educação. “Vamos convidar muitas igrejas evangélicas para fazer parte da contenção para as crianças. Como um homem de fé, eu sempre digo que quando as crianças são ensinadas nos princípios religiosos, desde pequeno, aprendem a respeitar a Deus, ao próximo e a natureza”, afirmou Vargas. O vereador informou ainda que está conversando com lideranças evangélicas em busca de apoio para o trabalho de redução da violência a ser implantado no primeiro semestre de 2012: “Temos conversados com os pastores há muito tempo e agora em março, quando muito, em uma última análise, vamos começar a ter reuniões com eles para começarmos a formar este trabalho”, explicou” [f]. Esse político argentino tem razão. Hoje, as igrejas evangélicas são fortes e atuantes, todavia nas questões sociais ainda há pouca atuação, talvez em virtude do receio que temos do chamado “Evangelho Social” que tanto “ameaçava” os antigos quanto à ortodoxia cristã no século passado. Há no Evangelho um princípio restaurador e que visa reabilitar o ser humano. O Brasil tem ganhado com o crescimento do Evangelho, uma vez que o movimento evangélico tem suas bases assentadas sobre a evangelização e evangelização, segundo o Pacto de Lausanne, é o Evangelho todo, para o homem todo, para todos os homens. A partir da conferência de Lausanne, na Suiça, em 1974, o mundo evangélico é levado a refletir sobre sua tarefa missionária e sobre a cooperação no cumprimento da missão. Não estamos imunes à violência, apesar dos muitos textos bíblicos que falam de proteção divina. O próprio Jesus afirmou que no mundo teríamos aflições - aprouve a Deus que seu próprio Filho fosse moído por nossas transgressões - quanto mais nós. Em nosso mundo, coisas boas e ruins acontecem para nós e nossos vizinhos, como está bem explicitado no livro de Jó. Por isso, a Igreja do Senhor deve empreender ações de cunho evangelísticos a fim de resgatar vidas pela transformação do Evangelho e na mesma proporção, auxiliar as vítimas da violência a superarem os traumas provenientes de atos violentos.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
A ação do bom samaritano nos estimula a perceber que a igreja deve denunciar os atos de violência através de sua ação acolhedora.


CONCLUSÃO
A violência contra os cristãos não é nenhuma novidade na história da Igreja. Desde a Igreja primitiva, muitos seguidores de Cristo têm sido mortos de forma violenta. Na atualidade, a quantidade de cristãos que morre de forma violenta como consequência de sua fé não é menor do que naquele período da histórico. Não obstante o motivo da violência contra cristãos não diferir daqueles dos primeiro séculos, acrescenta-se hoje, a violência que grassa todas as camadas sócias em virtude da degeneração ética, moral e religiosa. Em artigo publicado em seu website, Ilana Casoy, integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psiquiatria Forense e Psicologia Jurídica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo e membro consultivo da Comissão de Política Criminal e Penitenciária da Ordem dos Advogados do Brasil, apresenta um panorama duro: “Matar, neste país, é bem barato. Com uma rapidez absurda o assassino está nas ruas, isso quando cumpre algum tempo de cadeia”, protesta. A especialista advoga a busca por soluções científicas, e não mais tentativas infrutíferas que confundem e atrasam a tomada de medidas adequadas e eficientes. Há dez anos dedicando-se ao estudo de crimes violentos e assassinatos em série, Ilana dá sua receita: “Todo trabalho de prevenção ou diminuição de criminalidade se inicia com pesquisas relacionadas à infância e família, berço da violência e crime.” Quem sabe, então, os cristãos deveriam devotar menos atenção a certas promessas infundadas e passar a viver mais passagens como Provérbios 22.6: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele”. Uma aposta – bíblica – num futuro mais seguro e menos violento. [g]. Vamos seguir este conselho! Amém!
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Campina Grande, PB
Julho de 2012,
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere.


EXERCÍCIOS
1. De acordo com a lição, qual a origem da violência?
R. As Escrituras Sagradas mostram que a violência é o resultado direto da rebelião de Adão e Eva contra Deus.
2. A disposição de Caim para o mal é evidenciada em quem?
R. Em Lameque, pois além de matar dois homens, ele louva os próprios crimes.
3. Como a igreja deve postar-se ante a violência?
R. Como voz profética de Deus contra todos os tipos de violência.
4. Qual é a mensagem para a igreja de Cristo que podemos encontrar na parábola do bom samaritano?
R. Devemos cuidar e amparar as vítimas da violência.
5. Quais ações a Igreja do Senhor pode empreender para auxiliar as vítimas de atos violentos a superarem os traumas?
R. Clamar a Deus pela nossa sociedade e acolher devidamente os que sofreram algum tipo de violência, oferecendo-lhes conforto espiritual, moral e emocional.


NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
[a]. http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=viol%C3%AAncia;
[b].
http://pt.wikipedia.org/wiki/Viol%C3%AAncia;
[c]. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011; pág. 2114
[d]. http://www.ceaec.org.br/conscientia/index.php/conscientia/article/viewFile/243/242


OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. RHODES, R. Por que coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed., RJ: CPAD, 2010;
-. GEISLER, N. Teologia Sistemática: Pecado, Salvação, A Igreja e As Últimas Coisas. 1.ed., Vol.2, RJ: CPAD, 2010;
-. SEAMANDS, S. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz. 1.ed., RJ: CPAD, 2006.


Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/ , na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.


Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto que está utilizando e com que finalidade (estudo pessoal, na igreja, postagem em outro site, impressão, etc.).
Francisco de Assis Barbosa