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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

Este Blog não é a palavra oficial da Igreja ou da CPAD. O plano de aula traz um reforço ao seu estudo. As ideias defendidas pelo autor do Blog podem e devem ser ponderadas e questionadas, caso o leitor achar necessário. Obrigado por sua visita! Boa leitura e seja abençoado!

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25 de fevereiro de 2010

Lição 10 - A Defesa da Autoridade Apostólica de Paulo


07 de Março de 2010


TEXTO ÁUREO

"Paulo, apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus [...]"(2 Co 1.1):- O comissionamento de Paulo como apóstolo é uma questão-chave desta epístola. Ele se autodenomina “apóstolo” – para tal, o indivíduo deveria ser uma testemunha ocular da ressurreição de Cristo, nomeado pessoalmente por Cristo para governar e para ensinar ou escrever com autoridade. Significa “mensageiro” ou “representante”. Paulo o foi “pela vontade de Deus”, isto é, pela escolha soberana do Senhor. Paulo visitou Corinto em sua segunda viagem missionária fundando a igreja nessa importante cidade da Acaia. Paulo tinha um grande respeito por Timóteo, um de seus companheiros de viagem, e este estava envolvido na fundação da igreja de Corinto (At 18.5), foi o seu relatório a respeito da crise naquela igreja que levou o apóstolo a fazer uma visita não planejada para resolver pessoalmente a questão. Acaia: uma região localizada na metade sul da atual Grécia que inclui Corinto, na região do Poloponeso, tornada capital pelos romanos devido sua posição estratégica, possuía ainda, dois portos. Tornou-se próspera e imoral. Outra cidade de peso na região era Cencréia (Rm 16.1).

VERDADE PRÁTICA

Sem a autoridade ministerial que recebemos de nosso Senhor Jesus Cristo, jamais conseguiremos desempenhar com eficácia o serviço cristão.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 CORÍNTIOS 10.1-8,17,18

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

- Conscientizar-se de que sem a autoridade ministerial que recebemos de nosso Senhor Jesus Cristo, jamais conseguiremos desempenhar com eficácia o serviço cristão;

- Compreender que temos de andar de acordo com as leis do Espírito, lutando sempre com as armas espirituais;

- Explicar o significado da palavra autoridade.

PALAVRA-CHAVE

Autoridade - (lat auctoritate) 1. Direito ou poder de mandar.(teologicamente): Poder divino conferido ao homem para liderar a Igreja; por definição: Direito legalmente estabelecido de se fazer obedecer; 2. A pessoa que tem esse direito; 3.Valor pessoal, importância; 4. Autorização.

COMENTÁRIO

I. INTRODUÇÃO:

A maioria da igreja em Corinto aceitava a Paulo e era submissa à sua autoridade apostólica, contudo, havia um número pequeno de irmãos contrários à Paulo que seguiam os pseudo-apóstolos, e é a esse pequeno universo que Paulo direciona sua ‘bateria de fogos’ mudando drasticamente o seu tom respondendo a uma série de questionamentos críticos e repreende os motivos espúrios dos pseudo-apóstolos. Evidentemente, Paulo honrava a maioria daquela igreja (7.6-16), mas falou duramente à minoria em rebelião. É interessante a acusação dos falsos obreiros contra Paulo – timidez para ser um verdadeiro apóstolo, por isso não levavam a sério seu ensino e suas recomendações, muito embora admitissem que suas epístolas eram severas. Os últimos capítulos da epístola, por conseguinte, devem ser estudados com muita atenção. Neles, Paulo defende o apostolado que recebera do próprio Senhor Jesus. O inimigo desejava enfraquecer a Paulo e a sua liderança, impedindo a igreja de avançar. O apóstolo precisou confrontá-los apresentando suas credenciais apostólicas: Comissionado por Deus1.1, 21; 4.1; Agia com santidade, sinceridade e dependia somente de Deus1.12; Falava sinceramente1.18; 4.2; Era objetivo e sincero em suas cartas1.13,14; Tinha o Espírito Santo1.22; Amava os crentes coríntios2.4; 6.11; 11.11; Falava com sinceridade e poder de Cristo2.17; Trabalhou entre eles e mudou suas vidas3.2,3; Viveu como um exemplo para os crentes3.4; 12.6; Não desistiu4.1,16; Ensinava a Bíblia com integridade4.2; Tinha Cristo como o centro de sua mensagem4.5 ; Era embaixador de Cristo chamado para divulgar as Boas Novas5.18-20.

II. DESENVOLVIMENTO:

I. PAULO RESPONDE AOS SEUS ADVERSÁRIOS

1. A aspereza versus a delicadeza de Paulo (10.1,2). Paulo era um homem que, à nossa semelhança, sofria os efeitos das emoções. Nem todas as suas cartas foram agradáveis ou fáceis de escrever, nesta epístola ele se refere à anterior que continha exortação e censurar, e o faz com lágrimas. “Quando ele tinha que escrever uma carta difícil, tomava o cuidado para molhar a pena em lágrimas a fim de não tratar o assunto com azedume. Depois de escrever sua vigorosa carta aos desviados coríntios, seu terno coração de pastor levou-o a perguntar-se se não tinha sido severo demais. (J. Oswald Sanders, Paulo, O Líder, Ed Vida 5ª impressão – 1995).

2. Paulo apela para a mansidão e ternura de Cristo (10.1,2). Em suas cartas, Paulo se abria a tal ponto que poucos se disporiam a fazê-lo, e em assim fazendo dá a impressão de um homem sincero ao máximo. Ele toma a Jesus como medida de todas as coisas e convida seus leitores a fazer o mesmo. Ao tratar dos falsos apóstolos que contaminaram parte da igreja e o tinham por tímido, trata-os como quem é vil e desprezível e que se gloria de viver na carne. Os capítulos 10 a 13 são a resposta de Paulo a essa acusação.

3. Paulo diz que sua conduta não era segundo a carne (10.2,3). Assim como o apóstolo, somos apenas frágeis seres humanos, mas não carecemos de filosofias, planos e métodos humanos para ganhar nossas batalhas pois temos a nossa disposição poderosas e efetivas armas de Deus contra as astutas ciladas do diabo. O fato de andarmos na carne, nesse sentido, é viver na realidade do mundo presente, contudo, "não militamos segundo a carne" (v.3). Em outras palavras, Paulo estava afirmando que não lutava com simples armas humanas, mas de armas que têm o poder de Deus (i.é., conhecimento de Deus).Paulo não seguia os ditames da carne, ele era guiado pelo Espírito de Deus”. SINOPSE DO TÓPICO (1)

II. INIMIGOS E ARMAS ESPIRITUAIS DO APOSTOLADO

1. Os inimigos interiores (vv.4,5). Paulo tinha certeza dos perigos que cercavam a igreja coríntia com a presença de falsos apóstolos introduzindo um ensino espúrio. Aquela igreja precisava expressar sua lealdade à Jesus e Paulo sugere que usem as armas espirituais contra satanás. Quando a obediência deles fosse completa Paulo poderia, com ajuda deles, punir os falsos apóstolos e aqueles que haviam se desviado da verdade.

2. As armas espirituais (vv.4,5). Paulo sabia que nesta guerra espiritual somente teria vitória com oração, obediência e a contínua proclamação da poderosa Palavra de Deus, por isso, as armas do apóstolo eram espirituais e "poderosas em Deus para destruição das fortalezas." Tais fortalezas (v.4) são utilizadas para impedir que o conhecimento de Deus avance na mente e no coração do homem (v.5), ou seja, centros de oposição demoníaca ao evangelho (1Pe 5.8,9). Paulo sabia que seus oponentes eram na verdade servos de satanás. “Apesar de vivermos neste mundo sujeitos às tentações, temos de andar de acordo com as leis do Espírito, lutando sempre com as armas espirituais”. SINOPSE DO TÓPICO (2)

III. A PERSPECTIVA DE PAULO SOBRE AUTORIDADE

1. O significado de autoridade. Aparentemente, Paulo não era um orador impressionante como Apolo o foi “As cartas, com efeito, dizem, são graves e fortes; mas... a palavra desprezível” (2Co 10,10), e por isso, os falsos mestres e os legalistas esforçavam-se por neutralizar e dissipar sua obra. Impugnavam seu apostolado e lhe menosprezavam a autoridade, obrigando-o relutantemente a defender-se e reafirmar sua nomeação divina. Autoridade é uma responsabilidade a ser assumida com humildade e não um direito a ser exigido com orgulho. Originalmente, deriva-se do termo grego “exoustia”, derivado do verbo impessoal “exesti” (“é legal”) – denota “habilidade ou força com que a pessoa é dotada”, e daí, o significado do “poder de autoridade” (Dicionário VINE, CPAD, pág 426).

2. A perspectiva de Paulo quanto à autoridade espiritual. A afirmação da sua autoridade apostólica é belamente apresentada com humildade e piedosa desconfiança de si mesmo (2.3 - e 9.16, 27). Ele combina a fidelidade com a mais alta ternura (3.2 - 4.14 - 6.12), e quaisquer que sejam os seus dons, ele a todos prefere o amor (13.1). Paulo sabe que ele deveria invocar a autoridade que Cristo lhe dera e advertir aos crentes de Corinto que ele estava pronto para usar essa autoridade. Paulo está afirmando que quando for ter com os coríntios, provará sua autoridade apostólica como afirmou por carta. Somente Cristo é o alvo, o ponto máximo e convergente da revelação de Deus mediante o Evangelho. SINOPSE DO TÓPICO (3)

III. CONCLUSÃO

Como resultado dos trabalhos de Paulo e de Apolo foi formada em Corinto uma numerosa e florescente igreja - e doutrinadores eram ali colocados para instruir os convertidos, sendo regularmente observados os preceitos cristãos. Todavia, não muito depois, foi perturbada a paz desta igreja por certas pessoas que procuravam enxertar naquele ramo do Cristianismo os refinamentos da filosofia humana. Esses indivíduos tentaram depreciar o Apóstolo, descrevendo-o como pregador sem estilo e sem arte oratória, e pondo mesmo em dúvida a sua autoridade apostólica. Além disso, defendiam a vida licenciosa de cada um, sob pretexto de liberdade cristã. Destes ensinamentos resultaram divisões e irregularidade, não tardando que a igreja decaísse do seu primitivo estado de fé e amor. Paulo estabelece a sua autoridade apostólica e aduz, como credencial da sua missão, os seus trabalhos, sofrimentos, perigos e revelações divinas. A autoridade apostólica de Paulo, exercida com tanta seriedade, fora lhe concedida pelo Senhor e encontrava-se fundamentada em seu relacionamento com Deus e na integridade de seu caráter e ministério. Portanto, se estivermos conscientes de nosso chamado divino e exercermos com integridade nosso ministério, não devemos temer falsas acusações, pois essas sempre farão parte da vida de um servo fiel. "E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre." 1Jo 2.17 REFLEXÃO

APLICAÇÃO PESSOAL

PAULO invoca a fidelidade divina como o padrão e a garantia da sua própria fidelidade. Todas as promessas de Deus são sim e que assim seja, ou sim e verdade. Nele, elas são sempre sim, e nele, elas são sempre fiéis. Nem uma promessa de Deus se resume em ‘não’ para quem crer e cumprir as condições. A veracidade absoluta e as palavras de Deus, dignas de confiança como elas são em Cristo, eram o padrão que Paulo sempre seguia em seus discursos. Isso é coerente com o padrão geral, seguido por Paulo, de derivar os absolutos morais do caráter moral de Deus. Paulo era um homem tão íntegro e tinha um caráter tão firme que, diante da acusações contra a sua vida, ele apela para a sua consciência pessoal como testemunho de sua sinceridade nas ações de seu ministério. Todos em Corinto sabiam que Paulo, mesmo não tendo sido um dos doze que estiveram com Jesus, recebera um chamado de Cristo para ser apóstolo. Seu testemunho pessoal era a prova concreta de que não lhe era necessário nenhuma recomendação. Seus sofrimentos por Cristo evidenciavam seu apostolado entre os gentios e, especialmente, em Corinto, dispensando, portanto, qualquer tipo de recomendação por escrito. No texto de 2 Coríntios 5.11, o apóstolo Paulo faz uma defesa de sua atitude dizendo que "o temor que se deve ao Senhor" lhe dava condições de se autorrecomendar, porque a sua vida e ministério eram manifestos na consciência de cada um daqueles crentes. A atitude paulina não tinha por objetivo ofender a ninguém, mas baseava-se na confiança do conhecimento que os coríntios tinham da sua pessoa e ministério.

PAULO o grande arquiteto do cristianismo, nos apresenta um pensamento muito útil para estes dias conturbados. Ele traça um paralelo entre nossa fraca natureza humana, que inclui mas não está limitada a nossos corpos físicos, e um simples vaso de barro (2Co 4.1-6). Essa fraqueza estabelece um grande contraste com a glória do evangelho, e Paulo relembra-nos que a maneira de Deus atuar é agir através daqueles que são fracos e nada impressionantes aos olhos do mundo. Verdadeiramente, Paulo tinha em mente uma única coisa: sempre dar glória a Deus e não a si mesmo. A exemplo daqueles dias hoje surgem ‘pregadores’ mercantilistas, sem nenhum compromisso, com palavras vazias e ao gosto do ouvinte. O mercantilismo do Evangelho é visto no oportunismo de pessoas que se aproveitam da facilidade para abrir igrejas, a fim de ganharem dinheiro de modo igualmente fácil. Vivemos dias de descrédito,de cegueira quanto aos verdadeiros valores cristãos, desapego ao conteúdo bíblico e busca desenfreada pelo místico. Tais exploradores optam pela comercialização do Evangelho, verdadeiros vendilhões e exploradores da fé que se aproveitam da liberdade religiosa que vigora no país e da facilidade para abrir uma igreja para aumentar ainda mais um rol ‘ridículo’ e ‘esdrúxulo’ de novos ‘ministérios’. Não apresentam conteúdo evangelístico, sua ênfase recai no triunfalismo e na prosperidade meramente financeira, como se isso fosse a prioridade do cristão. Estes se valem de mensagens “proféticas” e testemunhos de pessoas que teriam recebido vitórias financeiras, mediante os quais sensibilizam os desavisados e incautos. Nos dias de Paulo, aquele valente apóstolo surge com uma mensagem de esperança e, agindo como bom mestre, declara que o conteúdo de seu ensino não é falsificado (v.2), hoje, carecemos de um ensino não falsificado. Paulo e os seus seguidores rejeitavam a mensagem falsa dos seus opositores, mensagem que ouvimos ser pregada hoje incessantemente: evangelho de autoajuda, verbalizada mediante a repetição de bordões como: “Ouse sonhar”, “Seja um sonhador”, “quem tem promessas não morre”, “Não desista dos seus sonhos”, “profetize”, “determine”, “plante uma semente”, “oferte”. Estes opositores mal-intencionados, sem compromisso com a verdade do Evangelho, interesseiros e sem temor de Deus que vagueavam pelas novas igrejas usando o Evangelho com o intuito de obter lucro (2Co 11.3-15 e 1Tm 6.9-10). Paulo mostra aos cristãos de Corinto que ele era diferente desses aproveitadores (2Co 2.17).

A seu exemplo, mostremos que somos diferentes!

N’Ele, nossa Força e Ousadia,

Francisco A Barbosa

assis.barbosa@bol.com.br

BIBLIOGRÁFIA PESQUISADA

- HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2008.

- J. Oswald Sanders, Paulo, O Líder, Ed Vida 5ª impressão – 1995

- Bíblia de Estudo Pentecostal, Rio de Janeiro, CPAD;

- Bíblia de Estudo Plenitude-SBB, nota e palavra-chave v.2Co 9.7, pág 1207;

- Comentário Judaico do Novo Testamento, David H Stern, Templus, São Paulo, 2008;

- Dicionário VINE, CPAD, pág 426;

- http://ogideao.blogspot.com/2010/01/fracos-como-vasos-de-barro.html

- Imagem: http://blogs.gospelprime.com.br/bereiablog/wp-content/uploads/2009/09/paulo-300x222.jpg

EXERCÍCIOS

RESPONDA

1. O que Paulo desejava reafirmar ao utilizar a expressão: "não militamos segundo a carne"?

R. Paulo desejava reafirmar que ele não seguia os ditames da carne.

2. O apóstolo usa o termo "carne" em dois sentidos. Quais são eles?

R. Sentido físico, significando ser humano; e sentido figurado referindo-se a uma parte da natureza humana corrompida pelo pecado.

3. Quais são os inimigos interiores do crente?

R.Os argumentos contra o Evangelho e as falsas acusações contra seu ministério.

4. De acordo com a lição, qual o significado da palavra "autoridade" na língua grega?

R. Poder, liberdade ou direito de escolher, agir, possuir ou controlar.

5. Qual era a fonte da autoridade apostólica de Paulo?

R. Jesus Cristo.