21 DE FEVEREIRO DE 2010 |
TEXTO ÁUREO
"Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus" (2 Co 7.1). |
Tendo... tais promessas – as promessas do Antigo Testamento, citadas no capítulo 6.16-18 – devemos desempenhar um papel ativo e vigoroso no processo de santificação. Deus prometeu sua presença e um relacionamento especial com aqueles que lhe obedecem. As promessas são de Deus, e os crentes devem cumprir as condições para recebê-las – sim! É condicional. Primeiro, é esperado dos crentes que se purifiquem desviando-se de tudo o que contamina o corpo e o espírito – inclusive afastando-se dos que torcem a verdade. Segundo, devem trabalhar para que sua santidade seja aperfeiçoada. O uso de ‘aperfeiçoando’ no gerúndio significa a continuação do processo pelo qual a santificação é completada. Todo crente compromissado com o Senhor anseia por viver em santidade. A santificação é um processo, longo, é realizada paulatinamente por meio do Espírito Santo naqueles que a buscam com um coração sincero e puro. Paulo amava os coríntios, por isso, os advertiu a viver uma vida de santidade na presença de Deus. O apóstolo, com amor e zelo, advertiu os irmãos a respeito do jugo desigual e da parceria com os incrédulos. Ele enfatizou o fato de que é preciso haver separação entre "luz e trevas", "justiça e iniqüidade", "templo de Deus" e "templo de ídolos".
VERDADE PRÁTICA
“Através de uma vida de santificação e pureza, o crente separa-se das paixões mundanas, dedicando-se sacrificalmente ao serviço de nosso Senhor Jesus Cristo.” |
2 Coríntios 6.14-18; 7.1,8-10 |
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Compreender o que levou Paulo a buscar a reconciliação e a comunhão com os coríntios;
- Conscientizar-se a respeito da importância de se ter uma vida santificada, e
- Explicar o porquê de Paulo ter reiterado seu amor para com os coríntios.
PALAVRA CHAVE
Santificação: - Separação do mal e do pecado, e dedicação total e exclusiva a Deus |
COMENTÁRIO
I - INTRODUÇÃO:
“Deus é Santo e quer que seus filhos o sejam também” (1 Ts 4.3).Santidade é uma característica fundamental de Deus, é um atributo Seu. Ele deseja ter comunhão conosco, mas para isto, é necessário nos tornarmos parecidos com Ele, já que o inverso é impossível - Deus não pode tornar-se menos santo para ter comunhão com o homem. A santificação é um processo espiritual que se inicia na regeneração do homem, pelo sangue de Jesus. É uma continuação do que foi começado na regeneração, quando então uma novidade de vida foi conferida ao crente. Em especial, a santificação é a operação do Espírito Santo que aplica à vida do crente a obra feita por Jesus Cristo. Santificar significa primariamente separar, consagrar, dedicar. E também purificar, tornar limpo. Assim, a santificação acontece em duas fases: separação para o Senhor e purificação contínua necessária. O conceito de separação do mal é fundamental para o correto relacionamento com Deus. Esta separação no Novo Testamento é, sobretudo, daqueles que na igreja permanecem em seus pecados e dos mestres que torcem a Palavra. Paulo regozija-se por ter havido arrependimento da parte daqueles cristãos depois de lerem a ‘carta severa’. Entretanto, seu zelo com a vida de santidade não foi omitido nesta nova missiva. Ele, mais uma vez, apela à comunhão dos crentes em Cristo, e incentiva-os a viverem em santificação, rejeitando todo envolvimento com as coisas imundas. Reflexão:- “Somente quando você se tornar um homem do Espírito é que deixará de ser um homem da carne” - Bruce Wilkinson (Revista do Mestre).
II - DESENVOLVIMENTO:
I. PAULO APELA À RECONCILIAÇÃO E COMUNHÃO (6.11-13)
1. Paulo apela ao sentimento fraterno dos coríntios (v.11). Paulo revela seus sentimentos internos mais nesta carta do que em qualquer outra. Seu ‘coração aberto’ revela o amor dele por eles. Ele sabia ser terno quando se fazia necessário. Ele interrompe sua defesa apostólica apelando, com veemência, ao afeto mútuo que deve ser nutrido entre um pai e seus filhos – os coríntios se jactavam de sua lealdade a Apolo, a Pedro e a outros, dando a entender que eles não tinham necessidade de Paulo. Ele, porém, relembra-lhes que seu relacionamento paternal com eles era ímpar, e que eles não tinham razões para atacá-lo.
2. Paulo dá exemplo de reconciliação. Esta expressão diz respeito ao reajuntamento das pessoas que estavam separadas, é restabelecer o acordo entre pessoas que se tinham malquistado. O Cristo de Deus realizou a expiação necessária para remover os elementos que impediam a restauração do relacionamento entre Deus e o homem (Rm 5.10,11). Isto é, justificação pela graça, mediante a fé. Em lugar de ficar aquém da glória de Deus por motivo de pecado, agora há esperança de glória, há alegria mesmo em tribulações por causa daquilo que Deus produz através delas. Assim, a mensagem de reconciliação de Paulo aos coríntios apresenta o perdão em seu sentido mais amplo, de forma que esta seja amistosa e correta.
3. Paulo demonstra seu afeto e espera ser correspondido (vv.12,13). Comparando os falsos obreiros infiltrados na igreja com Paulo, aqueles aplicam um método mundano de avaliação, orgulhando-se em sua aparência externa, dependendo de si mesmos, amando o dinheiro, o poder e o prestígio; quão diferente era Paulo, o qual suportava as aflições por enfocar a sua atenção sobre o que era invisível e eterno. Paulo vivia para Deus e para o próximo, seus oponentes não podiam reivindicar o mesmo para si tal coisa. Ele dá ênfase ao verbo "dilatar" (o mesmo que alargar) e insiste com os coríntios que, de igual forma, dilatem (ou alarguem) seus corações, a fim de que recebam o amor que estava no coração do apóstolo. Dessa forma, Paulo visava acabar com os pensamentos negativos a seu respeito. Paulo demonstra seu afeto pelos coríntios e espera ser correspondido.
II. PAULO EXORTA OS CORÍNTIOS A UMA VIDA SANTIFICADA (6.14-7.1)
1. Uma abrupta interrupção de exortação (vv.14-18). Depois de expor sua dilatação e anelo pela reciprocidade coríntia, Paulo passa à doutrinação daquela igreja quanto a assuntos pertinentes à associação com incrédulos-religiosos (os falsos irmãos). Paulo deixa transparecer que diante de Deus, há apenas duas categorias de pessoas: as que estão em Cristo e as que não estão. Às vezes o texto do versículo 14 é usado para sustentar a tese de que cristãos não devem se casar com incrédulos, mas o texto não se refere a casamentos. Ele pede que não se coloquem no mesmo jugo com pseudoemissários (veja 11.13), que na verdade são incrédulos. De fato, isso seria receber em vão a graça de Deus (6.1).
2. O perigo que ameaça a fé: o jugo desigual. “Não vos prendais ao mesmo jugo com os infiéis. Que união pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunidade entre a luz e as trevas?” (2Co 6.14 – Versão Católica); Esta perícope refere-se à metáfora de uma junta de bois que atrelados juntos à um carro, carregam grandes cargas juntos, expostos as mesmas regras, carregando o mesmo fardo, porque estão presos sob a mesma canga. A idéia é que não se pode colocar animais diferentes sob a canga, iriam compartilhar pesos e pressões desiguais.
Da análise do texto da versão francesa de Louis Segond* (Société Biblique de Genève, Ed 1910): “Ne vous mettez pas avec les infidèles sous un joug étranger”, temos uma problemática para entender o que é ‘julgo desigual’.
“Não vos ponhais com infiéis sob um jugo estrangeiro...” Não acredito na tese de que Paulo tinha em mente os casamentos mistos, associações de negócios impróprios ou relacionamentos com pagãos idólatras, como é entendido da leitura de 1Co 5.9-10: “{Já} por carta vos tenho escrito que não vos associeis com os que se prostituem; isso não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo.” (ARC 1995).. À luz do texto da Louis Segond, acredito que Paulo referia-se a associações com os falsos apóstolos, a quem ele considerava responsáveis pela recente divisão de seu relacionamento com a igreja de Corinto (veja 2Co 11.13-15). Os falsos apóstolos em Corinto afirmavam-se crentes, mas na realidade, eram servos de satanás. Uma aliança com eles distorceria toda a vida e o ministério da igreja. Entendo que essa proibição deve ser considerada em situações em que um controle significativo sobre as próprias ações seria entregue voluntariamente a um falso crente, mediante associação ou sociedade. A preocupação de Paulo era justamente a comunhão com os falsos irmãos. Não consigo enxergar nem em Paulo, nem no todo do Novo Testamento nenhuma proibição a qualquer associação com os incrédulos, ao contrário, ele incentiva os crentes a se associarem com os não-salvos deste mundo (veja Mc 2.15-17; 1Co 5.9-10), e até exorta os cristãos a permanecerem com seus cônjuges incrédulos (1Co 7.12, 13). Há sim, instruções a não nos pormos em ‘jugo desigual’ com os que se prostituem (no sentido bíblico) de tal modo que eles possam influenciar significativamente a direção e o resultado de nossas decisões morais e de nossas atividades espirituais. As alianças que Paulo tinha em mente podem ter sido casamentos mistos, associações de negócios impróprios ou relacionamentos com pagãos idólatras, entretanto, à luz do contexto, acredito que Paulo refere-se a associações com pseudo-apóstolos, a quem ele considerava responsáveis pela recente divisão de seu relacionamento com a igreja de Corinto (veja 2Co 11.13-15).
3. O correto relacionamento do cristão com os não-crentes. Os pseudo-apóstolos em Corinto afirmavam-se crentes, mas na realidade, eram servos de satanás. Uma aliança com eles distorceria toda a vida e o ministério da igreja. Entendo que essa proibição deve ser considerada em situações em que um controle significativo sobre as próprias ações seria entregue voluntariamente a um incrédulo, mediante associação ou sociedade. A preocupação de Paulo era justamente a comunhão com os falsos irmãos. Não consigo enxergar nem em Paulo, nem no todo do Novo Testamento nenhuma proibição a qualquer associação com os incrédulos, ao contrário, ele incentiva os crentes a se associarem com os não-salvos deste mundo (veja Mc 2.15-17; 1Co 5.9-10). Há sim, instruções a não nos pormos em ‘jugo desigual’ com eles de tal modo que eles possam influenciar significativamente a direção e o resultado de nossas decisões morais e de nossas atividades espirituais. A cultura do mundo exterior, extremamente pagã, não deve interferir na vida dos cristãos. SINOPSE DO TÓPICO (2)
III. PAULO REGOZIJA-SE COM AS NOTÍCIAS DA IGREJA DE CORINTO (7.2-16)
1. Paulo reitera seu amor para com os coríntios (vv.2-4). Uma vez mais, defendendo-se daqueles que o acusavam, Paulo apela para um testemunho irrepreensível no ministério, revelando o quão profundamente ele amava aquela igreja com ‘amor não fingido’.
2. Paulo alegra-se com as notícias trazidas por Tito (vv.5-7). Paulo está com a alma perturbada com o desvio da igreja de corinto. As noticias trazidas por Tito eram boas (quanto aos efeitos da ‘carta severa’ de Paulo – carta que não mais existe – escrita para repreender os coríntios por causa da conduta deles durante a visita anterior de Paulo). Que exemplo de Pastor! Quando há perigo de desviar-se, ele não hesita magoar a ovelha a fim de que ela não se perca... por isso os ‘temores por dentro’ até que Tito chegou com as boas-novas: a repreensão paulina gerou arrependimento e concerto (vv.10-12).
3. A tristeza segundo Deus (vv.8-16). Paulo explicou sua motivação para escrever esta carta com dura disciplina. Ele não estava procurando primeiramente corrigir o ofensor nem vingar a si mesmo; antes, desejava reafirmar seu relacionamento com os coríntios como seu pai espiritual. Ele arrependeu-se de tê-la escrito, mas ela gerou tristeza naquela igreja e posterior arrependimento e um esforço para concertar o erro ficando indignados contra os opositores de Paulo. Mesmo tendo enfrentado a reprovação apostólica através dos atos rebeldes praticados por opositores ao seu ministério, Paulo se sentia consolado porque, ao reprovar tal atitude, produziu arrependimento e bem-estar em todos. SINOPSE DO TÓPICO (3)
III - CONCLUSÃO:
A santificação é obra do Espírito Santo que atua no crente transformando-o segundo a imagem de Deus, habilitando-o a morrer para o pecado e a viver para a retidão. O amor, a humildade e a paciência de Cristo constituem o padrão para os crentes. O crente deve tomar parte ativa na santificação (2Tm 2.20,21) Aquele que semeia um pensamento, colhe uma ação. Aquele que semeia uma ação colhe um hábito. Aquele que semeia um hábito colhe um estilo de vida. Aquele que semeia um estilo de vida colhe um destino. Isso é o que Paulo passou aos coríntios, isso é o legado daquela igreja para os crentes de hoje. Somente através de uma vida de santificação e pureza, o crente separa-se das paixões mundanas, dedicando-se sacrificalmente ao serviço de nosso Senhor Jesus Cristo. Assim, após a operação do Espírito Santo na vida da igreja, Paulo pôde então dizer: Regozijo-me de em tudo poder confiar em vós (v.16). “Quando corretamente nos separamos do mal, o próprio Deus nos recompensará, acercando-se de nós com sua proteção, sua bênção e seu cuidado paternal. Ele promete ser tudo o que um bom Pai deve ser. Ele será nosso Conselheiro e Guia; Ele nos amará e de nós cuidará como seus próprios filhos (6.16-18)”. (Bíblia de Estudo Pentecostal-CPAD, pág 1779)
APLICAÇÃO PESSOAL
O que é jugo desigual? É correto o relacionamento do cristão com os não-crentes?
A graciosa iniciativa de Deus nos chama à uma nova vida em Cristo. Vida essa que exige vigor e firmeza em nossas convicções. Aquela igreja não se colocou contra Paulo, seu erro, na verdade, estava em não opor-se aos falsos mestres e em não defenderem – como igreja - a Paulo contra o(s) seu(s) ofensor(es). Os falsos irmãos em Corinto diziam-se crentes, eram atuantes, exerciam cargos de liderança e influenciavam muitos crentes, mas na realidade, eram servos de satanás infiltrados a fim de destruírem a igreja. Esta aliança destruiria a igreja. A preocupação de Paulo era justamente a comunhão com esses falsos irmãos. O ‘jugo desigual’ com estes influenciaria significativamente a direção e o resultado das decisões morais e atividades espirituais dos crentes de Corinto. Hoje, a mesma união causa os mesmos efeitos. É vital entendermos que não há nenhum problema em relacionarmos com pessoas não-crentes, ter sociedade, etc., o ‘jugo desigual’ refere-se a deixar-se influenciar por idéias daqueles que dizendo-se cristãos, são na verdade, agentes de satanás infiltrados, trazendo doutrinas falaciosas, heresias, modismos e coisas afins, desviando a igreja da conduta correta, do caminho da santificação. Essa santificação é condicional. Os crentes devem purificar-se desviando-se de tudo o que contamina o corpo e o espírito – inclusive afastando-se dos que torcem a verdade. Devem trabalhar para que sua santidade seja aperfeiçoada. “A separação do mundo envolve mais do que se manter distante dos pecadores, significa ficar perto de Deus. Envolve mais do que evitar entretenimento mundano, estende-se à questão de como empregamos nosso tempo e dinheiro. Não existe um modo de nos separarmos totalmente de todas as influencias pecaminosas. Contudo, devemos resistir ao pecado à nossa volta, sem desistir ou ceder.” (Bíblia Aplicação Pessoal-CPAD, nota v.2Co 6.17, pág 1616)Todo crente compromissado com o Senhor anseia por viver em santidade. Paulo amava os coríntios, por isso, os advertiu a viver uma vida de santidade na presença de Deus. O apóstolo, com amor e zelo, advertiu os irmãos a respeito do jugo desigual e da parceria com os torcedores da verdade. É preciso haver separação entre "luz e trevas", "justiça e iniqüidade", "templo de Deus" e "templo de ídolos".
N’Ele, que graciosamente me chama à santidade,
Francisco A Barbosa
* Louis Segond (1810-1885), pastor da Igreja Nacional de Genebra, teólogo suíço que traduziu a Bíblia para a língua francesa diretamente das línguas bíblicas originais.
BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
- MATTHEW, Henry. Comentário Bíblico do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2008;
- Biblia da Mulher, SBB, pág1470;
- Bíblia de Estudo Pentecostal, Rio de Janeiro, CPAD;
- Bíblia Aplicação Pessoal-CPAD, nota v.2Co 6.17, pág 1616;
- La Bible en français, version Louis Segond 1910, Société Biblique de Genève;
- Dicionário VINE, CPAD;
- Revista Ensinador Cristão, CPAD, no 41, p. 39;
- Imagem: http://cassiooliv.files.wordpress.com/2009/10/santidade_blog.jpg;
- http://www.ogideao.blogspot.com.
EXERCÍCIOS
RESPONDA
1. Qual o significado das expressões "nossa boca está aberta para vós" e "nosso coração está dilatado" (2 Co 6.11)?
R. .Denotam que seus atos e palavras são a expressão verdadeira do seu sentimento. Isso, entretanto, não significa que ele arrefeceria sua postura para com os falsos mestres.
2. De acordo com a lição, o afeto dos coríntios restringia-se a quem?
R. Restringia-se a eles mesmos.
3. Conforme a lição, que relação não deve existir na vida de um crente?
R. O jugo desigual.
4. O cristão deve se relacionar com os não-crentes? Caso a resposta seja afirmativa, como deve ser esse relacionamento?
R. O cristão deve se comunicar com todas as pessoas, independentemente de suas crenças. O que não deve ser praticado pelo cristão, são as mesmas obras dos ímpios.
5. O que Paulo pôde declarar após a operação do Espírito Santo na vida da igreja?
R. Paulo pôde dizer: Regozijo-me de em tudo poder confiar em vós (v.16).
BOA AULA!