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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!
Este Blog não é a palavra oficial da Igreja ou da CPAD. O plano de aula traz um reforço ao seu estudo. As ideias defendidas pelo autor do Blog podem e devem ser ponderadas e questionadas, caso o leitor achar necessário. Obrigado por sua visita! Boa leitura e seja abençoado!
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2 de dezembro de 2009
Lição 10 - Davi e o Preço da Negligência na Família
TEXTO ÁUREO
"Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição (Gr Semnotes: dignidade; majestade; solenidade), com toda a modéstia" (1 Tm 3.4).
VERDADE PRÁTICA
Não adianta termos êxito em tudo se a nossa família é uma prova do nosso fracasso.
INTERAÇÃO
Os especialistas no assunto definem o líder natural como alguém que, devido à sua própria personalidade empreendedora, dirige um grupo social, com a participação espontânea dos seus membros. Liderança é a habilidade (capacidade adquirida) de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo o bem comum. O sociólogo Max Weber afirma que há uma diferença entre poder e autoridade. Em seu livro The Theory of Social and Economic Organization, ele define poder como a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não fazer; Autoridade é a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer por causa de sua influencia pessoal.
Com base nessa definição de liderança, assunto da lição 5, creio piamente que as lições aprendidas por Davi em Adulão não foram esquecidas, liderar é influenciar, é ser o paradigma, e Davi era um paradigma para 600 homens que não valiam nada para a sociedade; será que esse líder não seria um paradigma para os da própria família? O que deu errado na criação dos filhos do rei? Por que houve incesto, adultério e morte entre os seus?
Julgamos que Davi tenha nascido com a habilidade de liderar (1Sm 16.18) e com o passar dos anos, aperfeiçoou essa capacidade, para ele era fácil levar as pessoas a fazerem de boa vontade os trabalhos necessários. O líder escolhido por Deus, apesar de humilhado, rejeitado e perseguido no deserto, fez com que um grande grupo de seguidores se achegasse a ele. Quais características essas pessoas viram em Davi?
... conheço um... sabe tocar, é forte, valente, homem de guerra, sisudo em palavras, de boa aparência; e o Senhor é com ele... - Honestidade, confiabilidade, bom exemplo, cuidado, compromisso, bom ouvinte, respeito, encorajador, entusiasta e amável. Quais dessas virtudes encontramos nos filhos de Davi? Será que Davi negligenciou a educação dos seus filhos?
Os filhos são o reflexo dos pais... a prole de Davi deveria refletir a liderança do pai. São os pais que primeiro educam os filhos, são o exemplo que os filhos copiam; o exemplo é a base fundamental para a formação do caráter dos filhos.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Identificar a negligência de Davi em relação à sua família.
- Compreender o papel da disciplina na educação dos filhos.
- Reconhecer a importância do afeto e da presença dos pais na vida dos filhos.
Palavra Chave: Negligência: Desatenção; descuido; desleixo
INTRODUÇÃO
Se o governo de um homem sobre a sua casa não é bom, como fará um bom governo civil ou religioso?
Naturalmente os homens acham-se importantes quando a frente de algum tipo de governo é necessário então mortificar esse sentimento para que não venha a transformar-se em orgulho, a alto-exaltação.
Também é comum a extremada dedicação ao serviço, principalmente quando estamos no ‘primeiro amor’, da mesma forma é na obra do Senhor, muitas vezes em detrimento do bem-estar da família.
Imaginemos agora, a imensidão de afazeres do rei de Israel, as muitas guerras, a administração do reino, as muitas mulheres e seus filhos, fica evidente o pouco tempo dedicado à família (?) e aos filhos. Certamente o rei de Israel negligenciou a educação de seus filhos à custa de uma missão bem maior: o reino. Até certo ponto justificável e louvável, mas nenhum sucesso justifica o fracasso da família. Não há como eximir Davi de sua culpa. Sabemos por boca do profeta Natã que o que Davi fez no oculto Deus o retribuiria ao meio dia (2Sm 12.12), não querendo dirimir a culpa pelo fracasso familiar, mas isso foi a colheita do que foi plantado. Os maiores escândalos sexuais aconteceram dentro da família real (2 Sm 13.1-19; 16.20-23). Acredito na lição proposta pelo comentarista, mas creio que Davi colheu o que plantou, o fracasso de sua família foi a paga pelo pecado com Bate-Seba. Os últimos anos de vida de Davi foram marcados por graves problemas dentro da sua própria família, resultados da sua conduta flagrantemente pecaminosa. Dentro de sua própria casa Davi encontrou o incesto, a violência, o assassinato, intrigas para capturar o trono e rebeliões, cumprindo-se a palavra do Senhor, na boca do profeta Natã: “De sua própria família trarei desgraça sobre você” (2Sm 12.11).
O filho mais velho de Davi, Amnom, violentou a própria irmã, Tamar, uma prática que a Lei proibia terminantemente (Lv 18.9-19). Segundo a Lei, o crime de Amnom deveria ser punido com a pena de morte (Lv 20.17), mas a autoridade de Davi sobre seus filhos havia sido enfraquecida pelo seu pecado.
I. DAVI FRACASSA NA FORMAÇÃO CULTURAL DOS FILHOS
1. Os valores dos filhos do mundo. Certamente os príncipes tiveram uma educação exemplar e acima da média, aculturados com costumes de sua e de outras nações. Um exemplo do perigo que tão de perto nos rodeia, a educação proposta em nossos dias, oriunda de uma filosofia descompromissada com as verdades bíblicas e que valoriza sobremaneira o humanismo. Certamente não poderemos assimilar esses costumes em detrimento da Palavra de Deus, mas é necessário equacionarmos quão vital seja ensinarmos nossas crianças sobre temas propostos pela ‘educação’ atual; temos que rever valores e questionar a necessidade de se colocar maquinas de camisinha nas escolas – como já acontece em São Paulo, ensinar sobre uso de preservativos, etc, numa fase onde o caráter está sendo formado.
Lamentavelmente, o abandono de princípios valorativos como estes levarão famílias a perder as rédeas e darão uma direção incerta aos nossos filhos.
Davi certamente amava seus filhos, educou-os apropriadamente, mas faltou ao rei o pulso firme, pulso que aliás, estava amarrado pelo pecado cometido, sua autoridade e liderança não tinha voz ativa para a sua prole, isso levou sua família a ruína.
2. Os valores dos filhos do rei. Os filhos de Davi seguiram seu exemplo no adultério e no assassinato, muito embora possamos ver nos apelos de Tamar (não se faz assim em Israel) uma diferenciação nos padrões morais de Israel face aos praticados pelos vizinhos, mas os valores de Amnom seguiam uma escala diferenciada, por isso buscou saciar sua lascívia animalesca possuindo sua meia-irmã.
Os filhos do rei certamente foram instruídos na Lei do Senhor e Amnom certamente sabia que o incesto era condenado e o levaria a morte (Lv 20.17).
A sinopse do tópico 1 pelo comentarista diz: “O fracasso de Davi na formação cultural dos filhos acarretou tragédias para dentro de sua casa”, mas sem querer discordar, sabemos que Davi estava agora numa colheita, foi bom exemplo em Adulão, colheu um reino; foi mau exemplo no terraço do palácio, colheu destruição.
II. DAVI FRACASSA AO NÃO IMPOR LIMITES
1. Davi não corrigiu o mau comportamento. Davi tinha a obrigação de fazer muito mais do que apenas se irar, pela Lei, o incestuoso deveria ser morto (Lv 20.17). Entendemos o comportamento de Davi, afinal, que pai entregaria seu filho à morte? Que dor aquele pai estava sentindo? Sua filha estuprada... seu filho transgressor da Lei, condenado à morte (que não ocorreu de imediato, mas ela chegou pela mão de Absalão).
2. Davi não ensinou os valores hierarquicos. A profecia proferida por Natã claramente afirmava que Deus trataria com Davi às claras e a vista de todo o Israel. É fato que Absalão era o sucessor natural de Davi, tendo agora já vingado sua irmã e tirado o primogênito do caminho, certamente poderia galgar até o trono sem maiores percalços, mas a colheita de Davi continua, afinal, nenhuma palavra do Senhor cai por terra.
III. DAVI FRACASSA COMO PAI
1. Um pai ausente. ‘Ser pai é participar’, rezava um comercial de TV. É uma verdade que negligenciamos e que certamente nos pouparia de muita dor de cabeça, porque quando deixamos de ser companheiros de nossos filhos, aparecem os traficantes, quando deixamos de ser companheiro de nossa esposa, aparecem os ‘bicos doce’...
Um bom pai acompanha seus filhos de perto, orientando-os inclusive em relação às suas companhias; um bom esposo é companheiro e bom ouvido, carinhoso, atencioso, dedicado e amável com seu conjuge. O contexto em estudo revela que, por trás do plano arquitetado para violentar sua meia-irmã, havia o primo Jonadabe, que aconselhou-o a cometer tamanho crime (2 Sm 13.2-5). Jonadabe, que demonstra ser um mau caráter, atua como uma espécie de "pedagogo" para Amnom. Mas onde estava Davi? Nunca é demais dizer que os pais devem ser os melhores amigos dos filhos sem, contudo, serem seus cúmplices.
2. Um pai sem afetividade. O afeto e a presença dos pais na vida dos filhos é fundamental para uma boa educação. O texto não deixa transparecer afetividade ou a falta dela. O fato de Davi descer até Amnom para vê-lo e depois enviar uma virgem de aproximadamente 15 anos para cozinhar para seu filho denota preocupação e cuidado. O fato de não cumprir o que determinava a Lei aponta para um pai que perdeu as rédeas da família, já não sabia mais o que fazer; matar seu filho certamente não era sua idéia. "Deus nos aceita apesar do pecado e nos disciplina por causa de nosso pecado." Kenneth Gangel. Que disciplina Davi daria a seu filho?
CONCLUSÃO
Davi foi um exemplo para a nação de Israel, o adorável em salmos, mas tropeçou e ficou nas amarras de seu pecado, perdeu sua autoridade e passou a influenciar negativamente. Como corrigir quando nós mesmos temos caído no mesmo erro?
Disciplina não é algo que recebemos de boa mente, quanto mais nessas condições, mas seria possível recolocar sua família nos trilhos outra vez, nesse caso, era cumprimento de uma profecia e não poderia ocorrer de outra forma.
Fica a lição para nós hoje, a Escritura ensina que nós temos de reverenciar, ou honrar, pais que nos corrigem, mesmo quando eles fazem isso de forma imperfeita e às vezes mediante seus próprios padrões. Errar é humano, persistir no erro é burrice, reza o dito popular e é verdadeiro nessa situação, caso tivesse usado sua queda como lição e ensinar os seus teria poupado muita dor. Disciplina sempre parece ser dolorosa na hora, mas no fim produz frutos (Hb 12.11). Uma disciplina bem-sucedida requer paciência, persistência e uma visão clara do objetivo. Disciplina nem sempre significa fazer coisas para e por seus filhos. Às vezes pode significar exigir que eles façam coisas essenciais por si mesmos
APLICAÇÃO PESSOAL
Os pais são responsáveis pelos filhos que Deus concedeu e devem prestar contas dessas almas que lhes foram confiadas.
Pelo exemplo é que educamos para uma vida saudável, cercando com cuidados e policiando como andam nesse mundo corrompido, para não perdê-los para os Jonadabes da vida.
Não estamos aqui para criar filhos, mas para educá-los ( ensina o pequeno no caminho que deve andar), construindo tabernáculos do Espirito Santo, sólidos, arraigados e edificados na Palavra do Senhor.
Não podemos permitir que o mundo, a carne e satanás nos arranquem aqueles que Deus nos confiou. Cabe a nós ensiná-los no caminho em que devem andar.
Uma advertência
Ao se arrepender do seu pecado, Davi recebeu imediatamente o perdão divino (2Sm 12.13), contudo, o rei não foi poupado das conseqüências. Seus atos provocaram uma série de tragédias que provavelmente jamais teriam sido provocadas, não fosse a irracionalidade do seu pecado. Essa história nos serve como séria advertência quanto à nossa responsabilidade pelas decisões que tomamos. O perdão divino sempre estará disponível para aqueles que pecam, mas Deus não desviará de nós os implacáveis resultados dos nossos pecados.
Apesar das suas tão evidentes falhas, a Bíblia apresenta Davi como um exemplo para aqueles que são fiéis a Deus.
“Compreenda e veja como é mau e amargo abandonar o Senhor, o seu Deus, e não ter temor de mim” (Jr 2.19).
N’Ele,
Francisco de Assis Barbosa, [ton frère dans Le sauvateur Jésus Christ]
Professor da EBD na IEAD Ministério do Belém em São Caetano do Sul, SP
BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
- FINNEY, C. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 2001.
- Bíblia de Estudo DAKE, CPAD-Ed Atos
- Bíblia de Estudo Genebra, Ed Cultura Cristã – SBB;
- Bíblia de Jerusalém – Nova Edição, Revista e Ampliada – Paulus;
- Dicionário Vine – CPAD
- http://ogideao.blogspot.com/2009/10/etico-em-meio-aos-volateis.html