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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

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8 de dezembro de 2009

Lição 11 - Davi e a Restauração do Culto a Jeová



13 de dezembro de 2009
(Dia da Bíblia)

TEXTO ÁUREO
"Dai ao SENHOR a glória de seu nome; trazei presentes e vinde perante ele; adorai ao SENHOR na beleza da sua santidade" - 1 Cr 16.29 (O culto bíblico é a devida resposta racional ao Criador, honrando-O e glorificando-O, agradecendo-Lhe por todas as dádivas; por Sua revelação e graça a nós concedida; o genuíno louvor envolve glória a Deus).

VERDADE PRÁTICA
A essência do verdadeiro culto a Deus é a adoração, portanto, Ele procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade. O verdadeiro servo adora quando louva-O pelo o que Ele é, agradece a Ele aquilo que Ele tem realizado, deseja que Ele aumente Sua glória, confia inteiramente nEle através da oração.

INTERAÇÃO
Respeito, reverência e obediência aos mandamentos de Deus, foram incontestes neste translado do objeto que representava a presença do Senhor em meio ao seu povo. O exercicio da análise dessa perícope biblica me ensina que a verdadeira adoração envolve perimptoricamente, reverência, total rendição, gratidão e exaltação ao Senhor, isto é, o verdadeiro culto racional.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Definir adoração.
- Explicar o propósito e os elementos do culto
- Estabelecer a diferença entre a liturgia da Velha e da Nova Aliança.

Palavra Chave: Adoração: O sentido original sugere o ato de inclinar-se perante alguém, a fim de reverenciar, venerar ou adorá-lo. O Dicionário Vine define a palavra hebraica ‘sãhãh’ por ‘adorar, prostrar-se, curvar-se’, e o grego ’proskuneõ’ por fazer mesura, fazer reverencia a (formado de pros, ‘para’, e kuneõ, ‘beijar’), são os termos mais frequentes significando ‘adorar’ (Dicionário VINE, CPAD,1ª edição, 2002, pág 31,374).

INTRODUÇÃO
Davi trouxe a Arca para Jerusalém, estando ainda, o tabernáculo em Gibeon (ou Gabaon; ou Gibeão), com o intuito de reunir tanto a Arca quanto o Tabernáculo em um único templo na novisssíma capital do reino e em breve, o centro cultual de Israel. Não coube a Davi a honra de construir uma casa para o Senhor, e nesse intervalo, Israel contou com dois lugares de adoração e dois sumo-sacerdotes, um em Gibeon e outro na capital (1Cr 15.11). O cronista toma em consideração essa situação e justifica dizendo que a Tenda do Deserto tinha ficado erguida lá (21.29; 2Cr 1.3), em consequencia, ele reparte o efetivo levitico entre o santuário de Gibeon e o novo santuário da Arca, em Jerusalém.
O traslado foi marcado pela beleza ritual, pela separação (santificação) de um efetivo de 862 sacerdotes e levitas. Davi revigora nesse ato o que a nação esqueceu ou desprezou. É com Davi que observamos os primeiros passos rumo ao retorno da verdadeira adoração a Jeová.

I. O CULTO E O SEU PROPÓSITO

1. Adoração.
O que entendemos por adoração? Musica? O Serviço Cristão, que chamamos de culto, tem por essência a adoração ao Senhor. Seu ápice acontece quando nos prostramos em deferência diante do Senhor, dando-Lhe toda honra e toda glória, fazendo-Lhe mesura, em espírito e em verdade; adorar é prostrar-se diante de Deus em reconhecimento à sua divindade.
Quando Davi se prontificou a trazer a Arca da Aliança (que se encontrava na casa de Obede-Edom) para Jerusalém, veio adorando a Deus durante todo o caminho percorrido. Ao dançar diante da Arca, Davi tirou suas vestes externas e em lugar delas trajou apenas uma estola sacerdotal (algum tipo de roupa curta usada sob a túnica), inteerpretando ele essa situação como uma forma de humilhação diante do Senhor – e não diante das servas, como acusou-lhe Mical – isso é o que deferimos da perícope seguinte, v 22; Davi estava decidido a rebaixar-se o máximo a fim de que o Senhor recebesse a honra que lhe era devida numa atitude de um verdadeiro adorador – descobrir-se não significa que Davi ficou nu, mas na linguagem real, significa que Davi tirou as vestes reais e vestiu-se como um escravo, com algo parecido com uma tanga (2 Sm 6.16). O hebraico não deixa margem para as danças que vemos hoje em alguns lugares; karar significa também "girar", pular de alegria, e nesse caso, tomado pelo Espírito Santo, Davi saltava e rodopeava jubilosamente diante do Senhor.
2. Comunhão. Do grego Koinonia, termo mais conhecido por nós, significando coisa comum, sociedade, companheirismo, isto é, participação, companheirismo desfrutado entre os cristãos. Paulo faz uso do adjetivo koinonos – tendo em comum – em 1Co 10.18 empregando-o para descrever os cristãos como participantes do altar/demonios, isto é, estar asssociado com. O sentido é compartilhar.
Comunhão é indispensável ao verdadeiro culto a Deus. Sem koinonia – tanto com o Senhor quanto com os irmãos, não é possível adorar verdadeiramente.
Davi "repartiu a todo o povo e a toda a multidão de Israel, desde os homens até às mulheres, a cada um, um bolo de pão, um bom pedaço de carne, e um frasco de vinho; então, foi-se todo o povo, cada um para sua casa" (2 Sm 6.19), isto denota a preocupação daquele rei com o seu povo e aponta para Jesus, o Pão da Vida, quando da multiplicação dos pães e peixes. O propósito do culto é adorar ao Senhor e estar em comunhão com Deus e com o próximo; é o vinculo de unidade fraterna, mantido pelo Espirito Santo, que leva os cristãos a se sentirem um só corpo em Cristo Jesus – o verdadeiro significado de reino dos céus (2Co 13.13; 1Jo 1.3).

II. O CULTO
1. O altar do holocausto e do incenso. A finalidade do culto prestado ao Senhor é de que ele seja glorificado e reverenciado como um Deus amoroso e misericordioso, o único dino de reber adoração. “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” (Jo 4.23). O culto constitui-se em maneira única e particular de adoração constituído com seus elementos ritualísticos e cerimoniais. O serviço (ou liturgia; ou culto) é o clímax de uma religião. Davi desejou construir uma casa para que o Senhor fosse adorado e também foi responsável por grandes transformações sociais, políticas e religiosas.
Ele foi o responsável por resgatar o altar mais conhecido do Velho Testamento: o altar do holocausto, isto é, destinado à realização dos sacrifícios. Quando o Israelita se aproximava do tabernáculo com o seu sacrifício e atravessava aquele portão de entrada ele encontrava entre ele e o tabernáculo um altar com um sacerdote ao lado. O altar de forma quadrada. Sua largura e comprimento era exatamente igual à altura da cerca de linho branco ao redor do átrio com 5 cúbitos (2,25 metros). Sua altura era de 3 cúbitos (1,35 metros) e feito de madeira de acácia revestida com bronze com chifres em cada canto (Ex 27.1-5). Este era o altar no qual os sacrifícios eram feitos conforme descreve Lv 1.9, como um doce sabor para o Senhor. Era onde o sangue era derramado e o pecador era perdoado. Não importa quão boa pessoa fosse, sem o derramamento de sangue não havia nenhum perdão (Lv 17.11). Fora do altar de bronze não havia outro modo de se aproximar de Deus. A aliança com Yahweh, era uma aliança de sangue e então o animal inocente representava o pecador, e tomava o lugar dele no altar. É por isso que se colocava as mãos na vítima inocente, a seguir o violento corte na garganta. Uma imagem que faria sua pele se arrepiar, que trazia uma incrível consciência do pecado, e do seu salário que é a morte. Só então ele seria aceito e declarado limpo. O sangue do animal cobriria até o próprio Deus (O Cordeiro de Deus) que levaria o pecado de uma vez por todas. O sacerdote então pegaria o sangue em uma bacia, e despejava o sangue ao pé do altar, e fazia o sacrifício, e o pecador iria para casa perdoado até o próximo pecado. Eram feitos sacrifícios ao longo do ano, mas o sacrifício anual era feito pelo sumo sacerdote no Dia da Expiação (Yom Kippur), uma vez por ano .para expiar os pecados da nação.
2. A arca. A Arca da Aliança, Arca de Deus ou Arca do Pacto (hebraico:ארון הברית aróhn hab·beríth; grego: ki·bo·tós tes di·a·thé·kes") era a urna mandada construir pelo próprio Deus, que representa sua presença no meio do seu povo, bem como, servia de ‘veículo de comunicação’ entre Deus e seu povo escolhido. Continha em seu interior as tábuas da Lei, a Vara de Arão que floresceu (que não só floresceu mais que também brotou améndoas) e o pote de maná escondido foram repousadas no seu interior, a Arca é tratada como o objeto mais sagrado, como a própria representação de Deus na Terra. A Bíblia relata complexos rituais para se estar em sua presença dentro do Tabernáculo. A manifestação divina dava-se como uma fumaça, conhecida como Sua shekiná (Presença) entre os querubins que tinham asas de anjos, corpo de homem e rosto de bebê, e que estavam ligados em baixo pelos joelhos em cima do propciatório e ligados em cima pelas asas que sendo assim formava um circulo entre eles (simbolizando tudo que é ligado na terra Também será ligado no céu) e era justamente onde estava a shekiná e era ali que DEUS falava com Moises. Tocá-la era um ato tolo, pois quem a tocasse era logo morto pela ira de DEUS, razão pela qual existiam varas para seu transporte. Infelizmente, nos dias de Samuel os israelitas haviam transformado a arca em uma espécie de amuleto, e tentavam usá-la como um fetiche (1 Sm 4.3). De nada adianta barulho sem poder, de nada vale um utensílio sagrado se não há obediência por parte de quem o conduz (1 Sm 4.5,10). Davi queria que a arca adquirisse nos seus dias a sua verdadeira simbologia.


III. O CULTO E SUA LITURGIA
1. A liturgia na Velha Aliança. A liturgia judaica era complexa e inflexível. O que é liturgia? A história do termo começa com uma palavra composta: ‘Leitourgia’ de ‘ergón’ (obra) e ‘leitos’ (adjetivo derivado de ‘leos’ ou ‘laos’ - povo). Este termo significava ou indicava nas democracias gregas (segundo o grego clássico e helênico): ‘a prestação de um serviço por parte dos cidadãos de classe média no benefício da coletividade’. A Septuaginta emprega o termo ‘leitourgía’ e seus derivados para designar o serviço do templo por parte dos sacerdotes e levitas, enquanto que os termos correspondentes em hebraico são usados também para serviços que não sejam de culto. Segundo um enfoque puramente semântico, literalmente pode significar festa, celebração, e ainda culto (Latreia). No Antigo Testamento, o equivalente para liturgia é festa (‘Hag’: dança e ‘Saret’: serviço) e ‘Aboda’ (obra, serviço) que também se usa para atos litúrgicos.
Na maioria dos casos a liturgia se interpreta como “forma de culto” e é obvio que a forma em si não assegura a realidade espiritual do culto, mas a falta de forma tampouco. A forma deveria servir como ajuda aos fiéis na adoração a Deus.
De forma geral, quando pensamos em nossa relação com o culto, fazemo-lo em termos de receber, de obter algo. Mas da perspectiva da liturgia, o culto tem muito mais a ver com dar e oferecer do que com receber ou obter. Liturgia é o que podemos oferecer a Deus no culto aceitável, genuinamente autêntico e que expressa nossa submissão, dependência e serviço a Ele.
2. A liturgia na Nova Aliança. A liturgia da Igreja Primitiva, ao contrário do culto veterotestamentário, é extremamente simples: a leitura da Bíblia e sua explanação, a oração, a recitação de Salmos, cânticos e expressões carismáticas do Espírito Santo. Nosso culto racional deve ser composto de comunhão, adoração irrestrita e consciencia de que o serviço é prestado ao Criador, não a nós. O serviço é oferecido à Cristo. De fato, é o que podemos observar quando lemos o livro de Atos dos Apóstolos: "E, servindo eles ao Senhor" (At 13.2). Nesse contexto a palavra "servindo" é a tradução do grego leitourgeo, que no português é "liturgia".

CONCLUSÃO
A base de nosso culto é a aliança pela qual Deus se tem ligado àqueles a quem ele Salvou. Isso era verdadeiro no Antigo testamento tanto quanto o é agora, no tempo da graça. Nosso serviço à Cristo se reveste de reverencia, alegria, confissão de pecado e necessidade da presença dele em nós. Esse culto que agora prestamos ao senhor deve ser central em nossa vida pois ele será o cerne na glória que nos está proposta. Aprendemos, pois como Davi organizou o culto a YAWEH, resgatando os elementos da Lei Mosaica, dando forma ao culto que o povo da antiga aliança deviam prestar. Nesse modelo há todos os elementos do verdadeiro culto. Sob a nova aliança, não há mais espaço para os tipos, agora temos os atítipos e o sacerdócio de Cristo supera todos os ritos mosaicos. Essas mudanças são inumeras mas o essencial continua o mesmo. O culto ao Senhor deve ser realizado e oferecido com decência e ordem (1 Co 14.40),reverência, pureza e sinceridade devem nortear ainda hoje o nosso culto.

Subsídio Teológico
"Na segunda tentativa de trazer a arca para Jerusalém, Davi preparou-se com os levitas, que eram servos escolhidos por Deus para cuidar da arca. Eles deveriam se preparar, como Deus tinha ordenado, para realizar uma tarefa sagrada. Uzá estava morto, não porque Deus quisesse a arca em Jerusalém, mas porque ele não era um levita e tinha tocado a arca com suas mãos não santificadas.
A arca era a evidência da presença de Deus com seu povo (cf. Êx 25.10-22, 1 Cr 13.6). A omissão de Saul em indagar de Deus através dela revela seu menosprezo total ao significado do relacionamento com Deus. Davi, entretanto, teve o cuidado de trazê-la para Jerusalém, o centro político e geográfico de Israel. Para Davi, o relacionamento com Deus era de importância central, o coração vivo da nação. A advertência do cronista é tanto para os judeus pós-exilados em Judá como para nós. Ele é o foco e o centro de nossas vidas.
A Lei do Antigo Testamento é explícita. A arca deve ser levada em travessões, carregada somente por levitas (Nm 4.15). É bom estar ansioso por estar perto de Deus, mas devemos ser cuidadosos em nos aproximarmos dEle da maneira como Ele ordenou. O mais profundo significado da arca encontra-se na sua cobertura. Feita de puro ouro e representando modelos de dois dos anjos que guardam a santidade de Deus, a cobertura era o trono simbólico de Deus" (Adaptado de o Guia do Leitor da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.268-9).

APLICAÇÃO PESSOAL
"Você deseja ser um adorador? Anseia por estar na presença de Deus? Aspira ver a face do Pai?
Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos... (Jo 4.22) Jesus colocou, de forma inquestionável, a possibilidade de uma falsa adoração: adorar a Deus sem conhecê-lo. O pressuposto inequívoco da verdadeira adoração é o conhecimento do verdadeiro Deus. Para João Calvino, a base da adoração espiritual e pura dos gentios é a vinda deles para a verdadeira fé e para um conhecimento sadio da Palavra de Deus. A verdadeira adoração deve ser baseada no verdadeiro conhecimento de Deus. Calvino afirma ainda: E é necessário sempre começar com este princípio — conhecer a Deus a quem adoramos (Hughes Oliphant Old, op. cit. p. 239). O verdadeiro conhecimento de Deus, portanto, é básico para a verdadeira adoração, devemos ter sempre em mente que Deus não pode ser corretamente adorado a menos que Ele seja conhecido. No dizer de Paulo: ‘Passando e observando os objetos do vosso culto, encontrei também um altar no qual está escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que adorais sem conhecer , é precisamente aquele que eu vos anuncio.’ (At 17.23). Paulo foi astuto para levar as boas novas aos gregos pois que, eles não estavam adorando verdadeiramente a Deus, na realidade queriam mesmo era agradar a qualquer Deus que existisse.
Paulo aproveitou essa ‘brecha’ e começou a explicar aos varões atenienses algumas coisas sobre quem era o Deus verdadeiro e o Senhor fez o mesmo com respeito aos samaritanos.
Novamente, Paulo prorrompe numa forma de profunda adoração, dizendo: ‘ Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro lhe deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele e por meio dele e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente.’ (Rm 11.33-36).
Nosso desejo sincero é que jamais venhamos a ouvir o mesmo que o Senhor disse à mulher Samaritana: ‘Vós adorais o que não conheceis...’ Não se pode adorar a Deus sem a certeza da salvação. Não se pode louvá-Lo sem o perdão dos pecados. Não podemos nos aproximar do Pai, a não ser através de Jesus Cristo. Somente confessando-o como Senhor e Salvador das nossas vidas podemos alcançar o Pai.
Não permita que nada o impeça de adorar ao Senhor.
N’Ele,
Francisco de Assis Barbosa, [ton frère dans Le sauvateur Jésus Christ]
Professor da EBD na IEAD Ministério do Belém em São Caetano do Sul, SP

BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
- Bíblia de Estudo DAKE, CPAD-Ed Atos
- Bíblia de Estudo Genebra, Ed Cultura Cristã – SBB;
- Bíblia de Jerusalém – Nova Edição, Revista e Ampliada – Paulus;
- Dicionário Vine – CPAD
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Arca_da_Alian%C3%A7a