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22 de dezembro de 2025

JOVENS│ Lição 13: Uma palavra profética às nações │4º Trim 2025

 

TEXTO PRINCIPAL

 

Olha, ponho-te neste dia sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares, e para derribares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares.” (Jr 1.10).

ENTENDA O TEXTO PRINCIPAL:

👉 Jeremias 1.10 é o versículo que define toda a missão profética do jovem Jeremias. Ele funciona como uma “tese” do seu ministério: aquilo que Deus fará por meio dele. Não é um chamado leve, e sim um chamado que entra na história das nações com autoridade divina. A primeira frase já mostra que a iniciativa pertence totalmente a Deus. O verbo hebraico paqad na expressão “ponho-te” (hešqadtîkā) carrega a ideia de colocar alguém em uma função com autoridade delegada. Jeremias não se autodetermina profeta; ele é posto, constituído, investido pelo Senhor soberano. A declaração “sobre as nações e sobre os reinos” revela que a missão de Jeremias não se limita ao território de Judá. A Bíblia de Estudo MacArthur e o Comentário Beacon destacam que o livro de Jeremias possui oráculos contra vários povos (Jr 46–51). Isso mostra que Deus é Senhor da história universal e que sua palavra não se restringe à geografia de Israel. O profeta fala em nome daquele que governa a política, os impérios e os rumos da história humana. A sequência de verbos “arrancar, derribar, destruir, arruinar” descreve o aspecto de juízo da missão. No hebraico, os verbos nātaš (arrancar) e nātats (derribar) são termos agrícolas e arquitetônicos usados para descrever uma remoção cuidadosa, mas definitiva. Já hārad (destruir) e hāras (arruinar) ampliam a imagem do colapso moral, espiritual e político das nações. Segundo Champlin, esses verbos mostram que o juízo não é acidental, mas cirúrgico: Deus toca raízes, estruturas e sistemas que se opõem à sua vontade. Mas o texto não termina no juízo. O paralelismo final “edificar e plantar” revela o lado restaurador da vocação do profeta. Os verbos bānāh (edificar) e a (plantar) são imagens essenciais na teologia de Jeremias. Ambos aparecem repetidamente ao longo do livro para mostrar que, embora Deus derrube o que é perverso, Ele preserva um remanescente e reconstrói aquilo que pertence ao seu propósito. A Bíblia de Estudo Pentecostal destaca que esses verbos apontam para a fidelidade de Deus em restaurar seu povo mesmo após o exílio. A tensão entre destruir e edificar é central na mensagem de Jeremias. Deus arranca o que é podre para que a vida nova possa florescer. A Enciclopédia de LaHaye enfatiza que esse padrão se repete na história da redenção: antes de plantar o novo, Deus trata o velho. Jesus ecoa essa lógica no Novo Testamento quando purifica, confronta e somente então restaura. A igreja, neste sentido, herda esse padrão profético: ela proclama tanto o juízo que denuncia o pecado quanto a esperança que aponta para o Reino que Deus está edificando. A aplicação espiritual é inevitável. A palavra que destrói não é violência, mas graça; ela derruba aquilo que escraviza. E a palavra que edifica não é otimismo barato, mas restauração verdadeira. Deus envia Jeremias para realizar aquilo que Ele mesmo prometeu: arrancar o que impede a vida e plantar o que traz esperança. Esse é o movimento da ação redentora de Deus até hoje.

 

RESUMO DA LIÇÃO

 

Assim como o profeta Jeremias, temos a missão de anunciar a Palavra de Deus até os confins da Terra.

ENTENDA O RESUMO DA LIÇÃO:

👉 Assim como Jeremias foi levantado para falar em nome do Deus soberano às nações, nós também fomos enviados para levar sua Palavra até onde houver um coração perdido. Não anunciamos por escolha própria, mas porque o Senhor nos colocou no mundo como suas testemunhas, para proclamar, com fidelidade e coragem, que somente Ele é Deus e que sua verdade precisa ser ouvida em todos os lugares da Terra.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Jeremias 46.1-5

👉 Jeremias 46.1-5 apresenta o Egito como palco do juízo divino e demonstra que Deus governa todos os povos. Os preparativos militares egípcios revelam sua confiança em si mesmos, mas a fuga dos guerreiros mostra que ninguém permanece de pé quando o Senhor determina o juízo. A cena é histórica, teológica e pastoral: Deus controla as nações e aplica o mesmo padrão de julgamento a todos. O texto ensina que confiar em força humana é ilusão; somente o Senhor é Rocha firme.

 

1. Palavra do Senhor que veio a Jeremias, o profeta, contra as nações.

👉 contra as nações. Jeremias já havia proclamado que todas as nações, cada uma a seu tempo, "beberiam do cálice" da ira de Deus (25. 15-26). Nos caps. 46—51, Deus escolheu certas nações c profetizou a destruição delas. Provavelmente dadas a Jeremias em datas diferentes, nesse momento foram coletadas e organizadas, não cronologicamente, mas de acordo com a nação envolvida.

Bíblia de Estudo MacArthur: Ressalta que esta seção (caps. 46–51) mostra que o Senhor não é apenas Deus de Israel, mas Senhor soberano sobre todos os povos, julgando cada nação segundo seus caminhos. O fato de Deus enviar palavras “contra as nações” demonstra que seu propósito redentor e seu juízo não são limitados a Israel.

Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens: Enfatiza que o Espírito de Deus dá a Jeremias autoridade profética internacional, assim como Israel fora levantado para ser luz para os gentios. O profeta fala porque Deus ainda governa a história.

Bíblia de Estudo Plenitude: Destaca o termo “palavra do Senhor”: é revelação direta, carregada de poder performativo, ou seja, o que Deus declara, Ele executa.

Comentário Beacon: Observa que a introdução funciona como um cabeçalho oficial, inaugurando um ciclo de oráculos contra nações. Jeremias fala como embaixador do Rei divino.

2. Acerca do Egito, que estava junto de Faraó Neco, rei do Egito, que estava junto ao rio Eufrates, em Carquemis, ao qual feriu Nabucodonosor, rei da Babilônia, no ano quarto de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá:

👉 A respeito do Egito. Cf. Is 19—20; Ez 29—32. Os vs. 2-12 retratam a derrota do Faraó Neco, em Carquemis, junto ao rio Eufrates, pelos babilônios em 605 a.C., na qual o Egito perdeu o domínio dos territórios a oeste desse rio. MacArthur: A batalha é a famosa Batalha de Carquemis (605 a.C.). O Egito tentara se impor como potência, mas Nabucodonosor os esmagou. O comentário destaca: a profecia é historicamente precisa. Pentecostal: Chama atenção para a soberania de Deus nos acontecimentos políticos: mesmo grandes potências, como o Egito, servem sem perceber aos propósitos divinos. A queda do Egito mostra que nenhum poder humano se sustém sem Deus. Shedd: A derrota egípcia demonstra que alianças políticas não substituem a dependência do Senhor. Judá confiou no Egito, mas Deus revelou a insuficiência dessa confiança. Beacon: Afirma que Jeremias, ao citar nomes e lugares específicos, mostra que o juízo não é simbólico, mas concreto e inevitável.

3. Preparai o escudo e o pavês e chegai-vos para a peleja.

👉  Esse é um chamado escarnecedor para o Egito preparar-se para a derrota. Pentecostal: Os verbos de comando revelam a tentativa humana de se preparar contra o inevitável juízo de Deus, mas nenhuma preparação militar seria suficiente. MacArthur: Este verso descreve a movimentação militar egípcia com riqueza de detalhes, demonstrando o realismo da cena. Mas, apesar de toda disciplina militar, o Egito estava marchando para a derrota decretada. Champlin: Comenta que a cena apresenta soldados animados, mas sua confiança militar contrasta com a determinação divina de destruí-los.

4. Selai os cavalos, e montai, cavaleiros, e apresentai-vos com elmos; alimpai as lanças e vesti-vos de couraças.

👉 Beacon: Quadro vívido da mobilização. Os egípcios, famosos por sua cavalaria, agem com pressa, mas estão correndo para a ruína. Shedd: Os preparativos mostram o orgulho egípcio em seu poderio militar. Porém, sua força era engano, pois ignorava o governo de Deus sobre os acontecimentos. Plenitude: Mostra que o verso ressalta o tema do Antigo Testamento: o braço humano não salva (Sl 33.16). A batalha expõe a falência da autoconfiança.

5. Por que razão vejo os medrosos voltando as costas? Os seus heróis estão abatidos e vão fugindo, sem olharem para trás; terror há ao redor, diz o Senhor.

👉 MacArthur: Aqui Deus descreve a derrota humilhante: o exército do Egito, famoso pela coragem, agora foge, desfeito em pavor. É juízo divino, não mera falha estratégica. Pentecostal: A expressão “apavorados” revela a atuação direta do Senhor, produzindo terror divino nos corações dos inimigos. O juízo não é apenas físico, mas psicológico. Beacon: Ressalta que a fuga dos guerreiros é ironicamente contrastada com a pompa militar dos versículos anteriores. O orgulho se transforma em vergonha. Champlin: O profeta usa linguagem quase cinematográfica: o terror, a correria, a desordem. Tudo indica uma ação que excede o natural. Aplicação Pessoal: O texto adverte o leitor a não depositar confiança em recursos humanos. Deus, que julga nações, julga também a vida pessoal. A soberba precede a queda.

 

INTRODUÇÃO

 

Jeremias, como profeta, anunciou a mensagem de Deus às pessoas de seus dias. Também confirmou o compromisso de Deus com toda a raça humana, indistintamente, conforme prometido a Abraão (Gn 12.1-3).

👉 Chegamos ao final deste trimestre abençoado com Jeremias, um profeta que não falava por si mesmo, mas proclamava a voz do Deus de Israel por toda parte. Ele carregava uma palavra que o antecedia e o ultrapassava. Quando foi levantado como profeta, tornou público aquilo que Deus já vinha realizando silenciosamente na história: um chamado à conversão e à fidelidade para o povo do seu tempo. Sua voz soava firme porque nascia do próprio coração de Deus. O profeta não apenas transmitia informações; ele participava da missão divina que resgata, corrige e chama o ser humano de volta ao Caminho. Esse chamado não se limitava a Judá. Desde o início, a revelação bíblica mostra que a intenção de Deus sempre foi abraçar todas as nações. A promessa dada a Abraão em Gênesis 12.1-3 já apontava para isso: “todas as famílias da terra serão abençoadas”. Jeremias confirma essa verdade, mostrando que a ação divina não se restringe a um território, cultura ou etnia. Deus se move em direção à humanidade inteira, e o profeta se torna testemunha dessa abrangência. A Bíblia de Estudo MacArthur observa que a missão profética de Jeremias carrega essa amplitude universal da aliança abraâmica. Há também profundidade exegética na própria natureza do termo profeta. A palavra hebraica navi sugere alguém convocado a falar em lugar de outro. Jeremias não escolheu sua vocação; ele foi chamado e enviado. E, ao proclamar, reafirmou que Deus está comprometido com a história humana como um todo. Os comentaristas do Beacon lembram que o ministério profético sempre teve esse caráter duplo: confrontar o pecado presente e anunciar o propósito eterno de Deus para todos os povos. Assim, a missão de Jeremias ecoa o movimento expansivo do coração divino. Essa perspectiva amplia nossa compreensão do texto e nos confronta. Se Deus, por meio de Jeremias, chama todas as nações ao arrependimento e à esperança, isso significa que o mesmo apelo atravessa os séculos e chega até nós. A palavra eterna que moldou a vida do profeta molda também a nossa. Como observa Craig Keener, a profecia bíblica nunca é apenas informação; é convocação. Somos chamados a reconhecer que Deus ainda guia a história e alcança pessoas de todos os lugares e deseja nos usar como instrumentos desse alcance. Por fim, essa visão nos conduz à prática cristã. Um Deus que abençoa todas as famílias da terra nos convida a viver com esse mesmo horizonte. A fé não é restrita ao nosso pequeno mundo; ela nos empurra a enxergar além. Assim como Jeremias falou ao seu povo com coragem, somos chamados a testemunhar Cristo com fidelidade, integridade e amor, lembrando que Deus continua comprometido com toda a raça humana. A promessa feita a Abraão, iluminada pelo ministério de Jeremias, encontra seu cumprimento pleno em Cristo e se torna nossa missão diária. Agora, vamos aprofundar a lição.

BEACON. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.

BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. Sociedade Bíblica do Brasil.

CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado. Hagnos.

KEENER, C. S. Comentário Bíblico. CPAD.

HORTON, S. M. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.

Dicionário Bíblico Baker. CPAD, 2023.

 

I. UM DEUS PARA AS NAÇÕES

 

1. Deus fala às nações. Assim como os demais profetas, Jeremias foi enviado inicialmente ao seu povo, o que não significa que não teve de advertir às demais nações a respeito da responsabilidade que todos, indistintamente têm, diante de Deus. Ao contrário disso, Jeremias profetizou contra várias nações, reafirmando assim a universalidade do plano de Deus, e a verdade de que todos os povos devem resposta e reverência ao Criador (46—64).

Um ponto importante a ser considerado é de que, ao tratar com as nações por meio de profetas que levantou, de forma direta, Deus estava conclamando o seu povo a comunicar a estas nações acerca de seu caráter justo, santo e amoroso, em seu chamado para que estas nações o reconhecessem, o temessem e se arrependessem de seus maus caminhos. Jeremias foi chamado às nações para anunciar arrependimento e lembrar ao povo de que o Senhor é Deus de todos os povos.

👉 Deus nunca limitou sua voz a um único território. Quando Jeremias foi chamado, sua missão começou em Judá, mas não terminou ali. A Palavra que o alcançou tinha alcance mundial. Assim como os demais profetas, ele foi levantado para confrontar seu próprio povo, porém também foi enviado a falar às outras nações. Os capítulos 46 a 51 mostram essa amplitude. Deus julga e salva não apenas Israel, mas todos os povos, porque todos vivem diante de sua presença. Essa visão global da ação divina já era indicada em Gênesis 12.1-3 e é confirmada pela atuação profética de Jeremias. O texto revela uma verdade essencial: quando Deus direciona um profeta para falar às nações, ele demonstra que toda cultura, reino e povo estão sujeitos ao seu governo. O Comentário Beacon afirma que a palavra profética sempre se move em duas direções: alcança Israel e, simultaneamente, confronta o mundo ao redor. Nada está fora do raio da soberania divina. O termo nações (hebraico goyim) em Jeremias é usado para indicar povos diversos que deveriam reconhecer o Deus verdadeiro e abandonar seus caminhos de injustiça. Isso reforça a universalidade da mensagem bíblica. Essa universalidade não é apenas juízo. Ela também proclama o caráter do próprio Deus. Ao enviar Jeremias para falar a povos estrangeiros, o Senhor mostrava que é justo, santo e amoroso em todos os seus caminhos. A Bíblia de Estudo Pentecostal observa que o profeta não falava apenas sobre destruição, mas sobre o convite divino ao arrependimento. A palavra arrependimento no hebraico, shûv, indica retornar ao caminho correto. Deus chama as nações a retroceder de seus pecados e a reconhecer sua autoridade. Essa mensagem atravessa fronteiras porque Deus não faz acepção de pessoas. Quando Deus fala às nações por meio de seus profetas, ele também convoca o próprio povo de Deus a testemunhar seu caráter. Judá deveria ser luz entre os povos, revelando com a vida aquilo que Jeremias proclamava com palavras. Craig Keener destaca que a profecia bíblica tem sempre um propósito missionário. Em outras palavras, ao confrontar as nações, Deus estava educando seu povo, ensinando-o a viver de modo que todos pudessem conhecer o Senhor. A missão de Jeremias refletia aquilo que Israel deveria encarnar diariamente. Essa verdade nos alcança hoje. Se Deus é o Senhor de todos os povos, então a igreja, como povo da nova aliança, é chamada a viver com essa mesma visão. Somos enviados ao nosso próprio contexto, mas também chamados a enxergar além dele. Como Jeremias, anunciamos arrependimento e graça, lembrando que o mundo inteiro está diante de Deus. Isso muda nossa postura. Tira-nos do isolamento espiritual e nos coloca na missão. O Senhor continua chamando pessoas de todas as nações a voltarem-se para Ele. E continua usando seu povo para tornar essa mensagem visível, audível e viva.

 

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentários Bíblicos Pentecostais. CPAD.

BAKER, Warren. Dicionário Bíblico Baker. CPAD, 2023.

BEACON. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.

BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL PARA JOVENS. CPAD.

BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. Sociedade Bíblica do Brasil.

BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE. Sociedade Bíblica do Brasil.

BÍBLIA DE ESTUDO SHEDD. Vida Nova.

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado. Hagnos.

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.

KEENER, Craig S. Comentário Bíblico do NT. CPAD.

LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. CPAD, 2008.

TORRALBO, Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança. CPAD.

 

2. Um plano para as nações. Quando chamou a Abraão e anunciou que de sua semente um povo seria levantado, Deus comunicou que o seu plano não estaria limitado a este povo, mas que se trata, desde o início, de um plano universal, isto é, que envolve todas as nações, conforme se observa: “[...] e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3). Está claro que, desde o início, o alvo de Deus não foi somente Abraão e nem tampouco Israel, mas sim, abençoar todos os povos, de todas as nações.

👉 Desde os primeiros passos da história bíblica, Deus não se revela como um Deus tribal, uma divindade local e restrita. Ele chama Abraão em Gênesis 12.3 usando uma expressão que expande a visão espiritual do leitor. A promessa “em ti serão benditas todas as famílias da terra” não fala apenas de Israel, mas da intenção original do Criador. A palavra famílias no hebraico mishpachot aponta para agrupamentos humanos diversos, indicando que o alcance da bênção divina atravessa culturas e fronteiras. A Bíblia de Estudo MacArthur observa que esse versículo é o fundamento da missão global que percorre toda a Escritura. Essa perspectiva universal se aprofunda quando compreendemos que o chamado de Abraão não se limita à formação de um povo étnico, mas ao nascimento de um povo para Deus. Craig Keener destaca que a promessa abraâmica abre uma porta para todos os povos reconhecerem o governo do Senhor. A teologia reformada continuísta reforça que a aliança não é apenas uma entrega de privilégios, mas uma convocação para que Israel se tornasse luz entre as nações, refletindo o caráter daquele que o chamou. Assim, desde o início, Deus articulou um plano que não privilegiava um grupo, mas incluía todos. O movimento da promessa também revela o coração missionário de Deus. Ele chama um homem específico, mas com um propósito expansivo. O Comentário Bíblico Beacon mostra que Abraão é o ponto de partida, não o destino final. A promessa segue uma lógica divina: Deus separa para depois espalhar. Forma um povo para depois abençoar todos os povos. A palavra abençoar, barak, carrega a ideia de transmitir vida, restauração e ordem. Isso aponta para um Deus que deseja alcançar o mundo inteiro com seu cuidado e justiça. Esse plano universal se cumpre plenamente em Cristo. O apóstolo Paulo, ecoando Gênesis 12.3, afirma que Jesus é a verdadeira semente de Abraão (Gl 3.16). Em Cristo, as nações não são apenas alcançadas, mas incorporadas à família da fé. É o Espírito Santo quem aplica essa bênção aos povos, reunindo homens e mulheres de diferentes línguas e culturas no mesmo corpo. Isso demonstra que o plano de Deus nunca foi exclusivo, mas sempre inclusivo, sem perder sua santidade e verdade. Essa visão transforma a maneira como vivemos nossa fé. Se Deus sempre teve as nações em seu coração, então seu povo hoje deve carregar a mesma perspectiva. Somos chamados a refletir a bênção que nos alcançou. Somos convidados a viver com um senso missionário diário. Cada oração, cada gesto e cada palavra podem ecoar o propósito de Deus para todos os povos. A promessa feita a Abraão continua viva. Ela nos lembra que pertencemos a um Deus que age no mundo inteiro e que nos chama a participar de sua obra com humildade, obediência e esperança.

 

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD.

BAKER, Warren. Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

BEACON, Comentário Bíblico Beacon. CPAD.

BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: SBB.

BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE. Barueri: SBB.

BÍBLIA DE ESTUDO SHEDD. São Paulo: Vida Nova.

BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL PARA JOVENS. Rio de Janeiro: CPAD.

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado. São Paulo: Hagnos.

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD.

KEENER, Craig S. Comentário Bíblico do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD.

LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

MENZIES, Robert. Pentecostes: Essa História é Nossa. CPAD.

TORRALBO, Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança. Rio de Janeiro: CPAD. 

 

3. Um reino de nações. O profeta Isaías anunciou: “O teu Deus reina” (52.7). Jeremias chamou o povo a temer a Deus sob o argumento de que Ele é o “Rei das nações” (Jr 10.7). Deus é Soberano e o seu Reino é formado por “povos, nações e línguas” e “o seu domínio é um domínio eterno” e “não será destruído” (Dn 7.14). Definitivamente, o Reino de Deus é um Reino de nações.

👉 O profeta Isaías ergue sua voz no exílio com uma verdade que atravessa gerações: “O teu Deus reina” (Is 52.7). Não é apenas uma afirmação doutrinária, mas uma proclamação que sustenta o coração do povo de Deus diante das forças políticas que pareciam invencíveis. A expressão hebraica para reina, malak, descreve o exercício ativo do governo divino. Deus não está ausente nem distante. Ele dirige a história com mãos firmes e propósito eternal. A Bíblia de Estudo MacArthur lembra que essa mensagem consolou Israel e continua fundamentando nossa fé em tempos de instabilidade. Jeremias ecoa essa mesma visão ao chamar Israel a temer o Senhor como “Rei das nações” (Jr 10.7). A palavra nações, goyim, amplia o horizonte espiritual do profeta. O Deus que sustenta o pacto com Israel é o mesmo que julga e pastoreia todos os povos. Champlin observa que Jeremias usa essa expressão em contraste aos ídolos mudos e impotentes das outras culturas. Em outras palavras, o Deus da aliança não reina apenas sobre um território, mas governa toda a humanidade. Essa percepção fortalece a compreensão reformada continuísta de que a soberania divina permeia todos os aspectos da criação. Daniel aprofunda essa verdade ao descrever o Filho do Homem recebendo “domínio, glória e reino” sobre “povos, nações e línguas” (Dn 7.14). O texto usa a expressão aramaica sholtan ‘alam, que significa domínio eterno. Não é um governo sujeito a desgaste político, mas um reino invencível. O Comentário Bíblico Beacon destaca que essa profecia aponta diretamente para Cristo, que une em si a autoridade divina e a salvação oferecida às nações. Jesus não reina sobre um grupo isolado. Ele reina sobre todo o cosmos e sobre todos os povos. Quando lemos essas passagens juntas, percebemos que o Reino de Deus nunca foi um projeto local. Ele atravessa etnias, línguas e culturas. O Espírito Santo atua como o agente que reúne essas nações em adoração, especialmente após Pentecostes, quando Deus fez seu Reino palpável entre diferentes povos (At 2). O reino que os profetas anunciaram encontra sua expressão mais visível na igreja, que é composta por homens e mulheres de todos os contextos reunidos sob o governo de Cristo. Essa visão nos chama a viver com reverência e missão; Se Deus governa as nações, então nossa fé não pode se limitar ao privado. Nosso compromisso com Cristo precisa refletir esse Reino que não será destruído. Somos enviados para testemunhar sua graça entre todas as pessoas. E somos convidados a confiar que, mesmo quando o mundo parece instável, o Senhor continua reinando. Ele permanece conduzindo a história para o cumprimento de seu propósito eterno. Essa verdade deve sustentar nossa vida, corrigir nossa visão e renovar nossa esperança.

 

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD.

BAKER, Warren. Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

BEACON, Comentário Bíblico Beacon. CPAD.

BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: SBB.

BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE. Barueri: SBB.

BÍBLIA DE ESTUDO SHEDD. São Paulo: Vida Nova.

BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL PARA JOVENS. Rio de Janeiro: CPAD.

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado. São Paulo: Hagnos.

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD.

KEENER, Craig S. Comentário Bíblico do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD.

LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

MENZIES, Robert. Pentecostes: Essa História é Nossa. CPAD.

TORRALBO, Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança. Rio de Janeiro: CPAD.

 

SUBSÍDIO I

 

“46.1—51.64 CONTRA AS NAÇÕES. Estes capítulos contêm profecias a respeito do juízo de Deus contra as nações estrangeiras. Deus tinha indicado Jeremias não só como um profeta para Judá, mas também como ‘um profeta para as nações’ (1.5).

46.2 EGITO [...] CARQUEMIS. Localizada no norte da Síria cerca de 480 quilômetros ao norte de Jerusalém, Carquemis foi o lugar onde os babilônios derrotaram os egípcios em 605 a.C. Naquela época, a Babilônia se tornou o poder mundial dominante.

46.10 ESTE DIA É O DIA DO SENHOR. A derrota do Egito foi um resultado da ação de Deus, foi ‘um dia de vingança’ devido a maneira pela qual o Egito tinha angustiado e oprimido Judá (p.ex. 2Rs 23.29,33-35). No final, Deus castigará todas as nações e as pessoas que rejeitaram a sua mensagem e maltrataram o seu povo.” (Bíblia de Estudo Pentecostal Para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.963).

 

 

II. UM PROFETA PARA AS NAÇÕES

 

1. Um profeta para as nações. A expressão “nações” tem sentido amplo nas Escrituras, mas no contexto de Jeremias, tem relação com outros povos além de Israel, ou ainda, povos e nações pagãos e gentios (Êx 9.24; 34.10; Ez 5.6-8). Ao falar com Jeremias sobre o seu chamado, Deus usou este termo: “e às nações te dei por profeta” (1.5). Uma referência de que ele seria enviado, não somente aos da casa de Israel, mas também aos gentios.

Assim como Deus determinou o início e o fim do ministério de Jeremias, Ele também decidiu que as nações seriam o seu público-alvo. Começando pelo “povo da aliança”, Jeremias se dirigiu também a outras nações, não negligenciando a sua responsabilidade com outros povos, falando-lhes amplamente, conforme o registro bíblico (46.1—51.64).

Iniciando pelo Egito (46.2-28), o profeta Jeremias transmitiu a mensagem divina à Filístia (47.1-7), a Moabe (48.1-47), a Amom (49.1-6), a Edom (49.7-22), à Síria (49.23-33), a Elão (49.34-39) e à Babilônia (50.1-51.64). Está evidente, portanto, que, em obediência à vontade de Deus e aos seus propósitos, Jeremias foi um profeta para as nações.

👉 O chamado de Jeremias revela um aspecto impressionante do coração de Deus: Ele levanta profetas não apenas para a sua casa, mas também para os povos que ignoram sua voz. Quando o Senhor diz a Jeremias: “às nações te dei por profeta” (Jr 1.5), a palavra nações traduz gôyim, termo usado para se referir aos povos gentios, culturas alheias à aliança e até mesmo aos impérios hostis. A Bíblia de Estudo Shedd observa que esse chamado amplia o alcance do profeta para além das fronteiras de Judá. Jeremias é escolhido para falar onde ninguém esperava ouvir um mensageiro do Deus vivo. Esse envio não foi acidental. O Senhor que moldou Jeremias no ventre também determinou o cenário de seu ministério. A soberania divina aparece com força aqui: Deus define o início, o fim e o destino da vocação profética. Comentadores como Champlin destacam que a missão de Jeremias começa no “povo da aliança”, mas logo se estende aos povos vizinhos. O profeta não podia restringir a mensagem a quem parecia mais receptivo. Ele foi chamado para obedecer, mesmo quando os destinatários eram resistentes, pagãos ou inimigos históricos. Os capítulos 46 a 51 formam uma coletânea impressionante de oráculos contra as nações, mostrando que Deus se dirige a todos os povos com a mesma autoridade. A Bíblia de Estudo Plenitude lembra que esses oráculos demonstram que nenhum império pode escapar ao juízo do Senhor. O Egito, potência militar confiada à sua própria força; a Filístia, sempre agressiva; e Moabe, altiva e autoconfiante, todos são confrontados pela santidade divina. Em cada anúncio, Jeremias mostra que o Deus de Israel julga, mas também preserva seu propósito redentor. O ministério do profeta continua alcançando territórios ainda mais distantes. Amom, Edom, Síria e Elão recebem mensagens de juízo e esperança. A variedade de nações revela que Deus se importa com cada uma delas e que seu governo não se limita às fronteiras de seu povo. O Comentário Bíblico Beacon observa que, mesmo quando a palavra era dura, ela carregava o convite ao arrependimento, pois o juízo sempre aparece na Escritura como oportunidade para retorno. Em todos esses povos, Deus se mostra Senhor da história e Pastor que chama até aqueles que se afastaram totalmente de sua luz. Por fim, Jeremias fala à Babilônia, o maior império de sua época. A palavra do profeta entra no coração político do mundo conhecido, demonstrando que nem mesmo os mais fortes estão fora do alcance de Deus. Essa dimensão universal nos chama à responsabilidade. Somos o povo enviado para comunicar a verdade ao ambiente que Deus nos confiou. Assim como Jeremias, não podemos limitar nossa obediência às fronteiras do conforto. Deus continua levantando homens e mulheres que falam sua Palavra entre aqueles que ainda não o conhecem. E essa consciência deve despertar em nós temor, coragem e uma profunda disposição em anunciar o Reino que alcança todas as nações.

 

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD.

BAKER, Warren. Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

BEACON, Comentário Bíblico Beacon. CPAD.

BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: SBB.

BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE. Barueri: SBB.

BÍBLIA DE ESTUDO SHEDD. São Paulo: Vida Nova.

BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL PARA JOVENS. Rio de Janeiro: CPAD.

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado. São Paulo: Hagnos.

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD.

KEENER, Craig S. Comentário Bíblico do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD.

LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

MENZIES, Robert. Pentecostes: Essa História é Nossa. CPAD.

 

2. Uma mensagem para as nações. A “palavra do Senhor” foi direcionada “contra as nações” (46.1). O termo “palavra” tem vários sentidos nas Escrituras, mas aqui indica a comunicação de Deus por intermédio de um agente (2Sm 7.4; Jr 25.3; Os 1.1). Isso também se aplica aos Dez Mandamentos, pois são chamados de “as dez palavras do Senhor” (Êx 34.28; Dt 4.13).

Jeremias não é o único profeta enviado a outras nações, além de Israel, já que houve profetas como Amós; Isaías e Ezequiel também o foram (Am 1.3—2.3; Is 13—23; Ez 25—32). Este interesse pelas nações revela não só o amor de Deus para com todos, mas também a sua justiça, já que os princípios aplicados para avaliar e disciplinar o seu povo são os mesmos usados a outros povos. O alvo divino é sempre castigar o pecado.

A disposição de Jeremias em profetizar às nações tem relação direta com a sua forte convicção de que Deus “é o Criador de todas as coisas” (Jr 10.16). Para ele, ao contrário dos falsos deuses e à fragilidade humana, Deus sustenta todas as suas obras, pois é Poderoso (10.12-16).

👉 A expressão “palavra do Senhor”, em Jeremias 46.1, revela mais do que uma simples mensagem; ela aponta para a ação soberana de Deus que se comunica por meio de seu profeta. No hebraico, dabar carrega a ideia de palavra que age, constrói e transforma, e não apenas informa. Assim, quando o texto afirma que essa palavra foi dirigida “contra as nações”, estamos diante de uma revelação que alcança povos além de Israel. A Bíblia de Estudo MacArthur observa que essa palavra, quando aplicada profeticamente, carrega autoridade criadora e julgadora, lembrando-nos que Deus continua falando dentro da história. Essa característica não é exclusiva de Jeremias. Amós, Isaías e Ezequiel também foram enviados aos povos vizinhos, mostrando que Deus não restringe sua voz apenas ao seu povo. Os capítulos iniciais de Amós, os oráculos das nações em Isaías 13–23 e as mensagens de juízo em Ezequiel 25–32 são testemunhas de que Deus se dirige a todos com a mesma seriedade. O Comentário Bíblico Beacon destaca que isso revela dois atributos centrais de Deus: seu amor abrangente e sua justiça imparcial. O mesmo padrão ético aplicado a Israel é aplicado às nações porque o pecado, onde quer que esteja, fere a santidade divina. Esse enfoque universal da profecia assume profundidade ainda maior quando lembramos que os Dez Mandamentos também são chamados de “as dez palavras do Senhor”. A expressão indica que sua autoridade não está presa ao Sinai, mas ao próprio caráter de Deus. Assim, seja ao estabelecer sua Lei ou ao disciplinar nações inteiras, Deus fala como o Legislador Moral do universo. Champlin observa que a Palavra divina é sempre reta, porque nasce do Deus que não muda. Por isso, Israel não podia se gloriar, e as nações não podiam se esconder: todos estão debaixo da mesma verdade e do mesmo juízo. A disposição de Jeremias em proclamar essa palavra às nações nasce de sua convicção teológica profunda: Deus é o Criador de todas as coisas. No capítulo 10, Jeremias contrasta a fragilidade dos ídolos com a força do Deus vivo. Ele usa o termo hebraico ‘āsâ (fazer, criar, sustentar) para destacar que o Senhor não apenas formou o mundo, mas governa tudo o que criou. A Bíblia de Estudo Plenitude ressalta que essa convicção dá coragem ao profeta. Ao reconhecer Deus como Criador e Sustentador, Jeremias entende que não fala a partir de sua própria autoridade, mas do domínio universal do Senhor. Essa visão amplia nosso entendimento espiritual. Se Deus direciona sua palavra às nações, nós também somos convocados a enxergar o mundo com os olhos do Deus que criou todos os povos. A missão do profeta nos lembra que a verdade de Deus não é local, mas global. Cada cultura, cada nação e cada pessoa está diante do mesmo Criador, do mesmo Juiz e do mesmo Redentor. Assim como Jeremias permaneceu firme diante de povos resistentes, somos chamados a testemunhar a verdade com humildade e coragem, anunciando o Deus que fala, julga e salva.

 

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD.

BAKER, Warren. Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

BEACON, Comentário Bíblico Beacon. Rio de Janeiro: CPAD.

BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: SBB.

BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE. Barueri: SBB.

BÍBLIA DE ESTUDO SHEDD. São Paulo: Vida Nova.

BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL. Rio de Janeiro: CPAD.

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado. São Paulo: Hagnos.

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD.

KEENER, Craig S. Comentário Bíblico do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD.

LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

 

3. Uma mensagem para o Egito. A seção que apresenta as nações a quem Jeremias profetizou, inicia com a mensagem dirigida ao Egito e fala sobre a derrota do Faraó Neco, por ocasião da chamada batalha de Carquemis, diante de Nabucodonosor (46.2), acontecimento que abalou o Oriente Médio da época (v.12). A mensagem de Jeremias contra o Egito é repleta de detalhes, demonstrando a precisão profética. Ele começa retratando os momentos que antecederam a batalha, com informações específicas acerca dos instrumentos de guerra e os que se envolveriam nela (vv.3-6), apresenta a batalha em si e os seus estragos (vv.7-11), elucida também as terríveis consequências (vv.13-26) e a promessa da restauração de Israel (vv.27,28).

👉 Jeremias 46 não registra apenas um episódio militar. Ele interpreta o declínio do Faraó Neco na batalha de Carquemis (Jr 46.2) como parte do agir divino que molda o destino dos impérios. A batalha, vencida por Nabucodonosor em 605 a.C., foi tão decisiva que redesenhou o mapa político do Oriente Médio. O profeta lê esse acontecimento como uma confirmação de que nenhum poder humano permanece de pé diante da palavra do Senhor (v.12). O texto apresenta detalhes surpreendentes. Jeremias descreve os preparativos da guerra, mencionando armas, cavalos e carros, elementos que revelam a confiança do Egito em sua força militar (vv.3-6). A expressão hebraica usada para “preparar o escudo” transmite a ideia de prontidão, mas também ironiza a falsa segurança de um povo que acreditava controlar o futuro. A Bíblia de Estudo Plenitude destaca que esse tipo de linguagem mostra a fragilidade de estruturas humanas que não se submetem a Deus. Quando Jeremias descreve o avanço das tropas (vv.7-11), ele pinta um cenário quase cinematográfico: o Egito avança como um grande rio, mas rapidamente se desfaz como água que escapa pelos dedos. Champlin observa que essa metáfora lembra o modo como os profetas frequentemente associam soberba humana a desastres repentinos. O contraste entre a arrogância do Faraó e a ação irresistível do Senhor ecoa a mensagem central do livro: Deus derruba quem se exalta. As consequências são terríveis (vv.13-26). A linguagem é direta e pastoralmente desconfortável, pois revela que o juízo divino alcança até as nações mais poderosas. Amos Yong e Palma lembram que, na perspectiva bíblica, o juízo não é vingança, mas reafirmação da justiça de Deus diante do pecado. O Egito, que tantas vezes influenciou Israel com alianças perigosas (Is 30.1-3), agora experimentaria o peso da mão do Senhor. No entanto, a seção termina com uma nota de graça (vv.27-28). O mesmo Deus que disciplina as nações promete restaurar Israel. O verbo “restaurar”, usado aqui, carrega a ideia hebraica de trazer de volta ao lugar de segurança. A Bíblia MacArthur destaca que essa promessa lembra que Deus corrige o seu povo como Pai, não como inimigo. Assim, enquanto os impérios caem, o Senhor preserva aqueles que pertencem à aliança. Esse movimento revela o coração da teologia reformada continuísta: Deus governa todas as coisas, inclusive os reinos, mas cuida de seu povo no meio da história. A mensagem ao Egito, portanto, não é apenas juízo. É um lembrete pastoral: confiar em poder humano é sempre uma armadilha. A verdadeira segurança está em submeter a vida ao Deus que conduz as nações segundo os seus propósitos eternos.

 

ARRINGTON, French L. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD.

BAKER, Warren. Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

BEACON. Comentário Bíblico Beacon. Rio de Janeiro: CPAD.

BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL. São Paulo: Mundo Cristão.

BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: SBB.

BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL PARA JOVENS. Rio de Janeiro: CPAD.

BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE. São Paulo: SBB.

BÍBLIA DE ESTUDO SHEDD. São Paulo: Vida Nova.

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo: Hagnos.

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD.

KEENER, Craig. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD.

LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

MACCHIA, Frank. Theology of the Spirit.

MENZIES, Robert. Pentecostes: Essa História é Nossa.

OSS, Douglas. Pneumatologia Bíblica.

TORRALBO, Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança. Rio de Janeiro: CPAD. 

 

SUBSÍDIO II

 

“Jeremias profetizou que os babilônios não apenas derrotariam o Egito em Carquemis, mas que eles também derrotariam os exércitos egípcios na própria terra dos egípcios (568-567 a.C.). O Senhor Deus deixaria bastante claro que os deuses do Egito não poderiam livrá-los da derrota (vv.25,26).

A destruição não seria permanente; o Egito seria restaurado no futuro e habitado até o tempo do reinado de Cristo na terra (cf. Is 19.23-25; Ez 29.8-14).

Israel não devia temer a destruição total. A nação deveria ser castigada pelos seus pecados, mas sobreviveria e acabaria retornando à terra prometida e a uma posição de favor na presença de Deus (cf. 30.10,11; 31.1-6).

47.1-7 FILISTEUS. Os filisteus ocuparam a região costeira de Judá. Existia uma hostilidade frequente entre eles e o povo de Deus. Outras profecias contra os filisteus são encontradas em Is 14.28-31; Ez 25.15-17; Am 1.6-8; Sf 2.4-7.

48.1 MOABE. O país de Moabe se localizava no litoral leste do Mar Morto. Os moabitas eram descendentes de Ló, sobrinho de Abraão (Gn 19.30-37), (Abraão foi um grande homem de fé e o ancestral do povo hebreu). Os moabitas estavam frequentemente em conflito com Israel. Durante a época de Jeremias, gangues de moabitas atacaram partes de Judá depois que Nabucodonosor invadiu a região (2Rs 24.2). Jeremias identificou muitas das cidades moabitas que seriam destruídas. Moabe foi conquistada pelos babilônios, e, consequentemente, desapareceu como nação. Outras profecias contra Moabe são encontradas em Is 15—16; Jr 9.25,26; 25.14-21; 27.2,3; Ez 25.8-11; Am 2.1-3; Sf 2.8-11.

A tendência de todas as nações é confiar em suas próprias tradições, tecnologia, poderio militar, conquistas e riqueza. Esta confiança enganadora, juntamente com um comportamento impiedoso do seu povo, causara a queda de qualquer nação. Assim como Deus destruiu Moabe, chegará o dia em que Ele abaterá todas as nações do mundo — este dia é referido como ‘o dia do Senhor’ (1Ts 5.2-4).” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.967).

 

 

III. UM POVO PARA AS NAÇÕES

 

1. Israel, o povo que falhou com as nações. O ministério de Jeremias em relação a outras nações não foi um acontecimento à parte do plano maior de Deus que, por meio da missão de Israel de representá-lo, intenciona alcançar outros povos (Dt 28.9,10). Ao contrário disso, ele atuou no sentido de reafirmar o interesse divino em restaurar povos de todas as nações (Is 49.22,23).

👉 A profecia de Jeremias contra o Egito abre a coleção de oráculos às nações e funciona como um lembrete poderoso de que Deus governa não apenas Israel, mas toda a história humana. Quando o profeta menciona a derrota do Faraó Neco na batalha de Carquemis (Jr 46.2), ele não descreve apenas um fato político. Ele interpreta o acontecimento como parte do agir soberano do Senhor, que desfaz estratégias humanas e confirma seu domínio sobre reis e impérios. O versículo 12 afirma que a queda do Egito abalou o Oriente Médio, mas para Jeremias, esse abalo não era mero reflexo de forças militares. Era o eco da palavra de Deus se cumprindo com precisão. A riqueza de detalhes no oráculo impressiona. Jeremias descreve os preparativos da guerra (vv.3-6) usando uma linguagem militar que revela a presunção do Egito. O chamado para empunhar o escudo e preparar os cavalos retrata um povo confiante em sua máquina bélica. A Bíblia de Estudo MacArthur observa que essa confiança exagerada era comum entre nações que ignoravam o Deus de Israel. Do ponto de vista exegético, o hebraico para “preparai os escudos” carrega a ideia de prontidão total, mas também expõe a ironia profética: mesmo completamente armados, eles não resistiriam ao juízo divino. Como lembra a Bíblia de Estudo Shedd, nenhuma força militar compensa um coração distante do Senhor. Quando Jeremias descreve o avanço egípcio (vv.7-11), a imagem muda. O profeta compara o Egito a um grande Nilo que transborda e tenta invadir a terra. Essa metáfora, lembrada por Champlin e pelo Comentário Beacon, demonstra como a soberba opera no coração humano: sempre tenta ocupar espaços que não lhe pertencem. No entanto, o fluxo poderoso logo se desfaz. A palavra usada para “avançar” sugere pressa e impetuosidade, enquanto o resultado mostra desordem e colapso. Craig Keener observa que essa quebra súbita é típica da atuação de Deus na história: Ele permite que o orgulho se inflame apenas para expor sua fragilidade. O texto então aprofunda o juízo (vv.13-26). O Egito, tão influente e frequentemente cortejado por Israel como aliado político, agora conhece o peso da mão divina. Amos Yong comenta que os profetas sempre denunciaram a tentação de confiar em alianças com potências estrangeiras em vez de descansar na aliança com Deus. Israel, como povo escolhido, deveria confiar no Senhor, não em cavalos ou carros de guerra (Sl 20.7). O juízo contra o Egito, portanto, também era uma mensagem pedagógica para a própria nação da aliança. A queda de um império vizinho lembraria Israel de que somente o Senhor sustenta e preserva seu povo. Por mais severos que sejam os versículos de condenação, o oráculo termina com esperança para Israel (vv.27-28). O contraste é intencional. Enquanto o Egito seria abatido, Israel seria restaurado. A palavra hebraica para “restaurar” usada aqui indica trazer de volta ao lar com proteção. A Bíblia de Estudo Pentecostal mostra que esta promessa reflete o caráter pactual de Deus: sua correção nunca tem como objetivo destruir, mas reconduzir. Douglas Oss observa que isso revela o modo como Deus governa a história sem abandonar sua aliança. Israel continuaria sendo o povo escolhido, mesmo em meio ao exílio. Essa fidelidade é pedra angular da Teologia Reformada: Deus nunca revoga sua aliança, ainda que discipline os seus. Esse contraste revela uma verdade profunda. Impérios podem ruir, exércitos podem tombar, governantes podem ser derrubados, mas o povo da aliança permanece. A história do Egito lembrava a Israel e lembra a nós que a verdadeira segurança não está em forças humanas, mas na palavra fiel de Deus. A queda do Egito mostra que Deus intervém nas nações, mas a restauração de Israel mostra que Ele caminha com seu povo em amor. A aplicação é pastoral e urgente: confiar em estruturas humanas sempre nos frustra; confiar no Senhor sempre nos restaura. Ao encerrar, Jeremias nos lembra que Deus escreve a história com sabedoria perfeita. Ele disciplina, levanta e derruba reinos, mas nunca abandona aqueles que chamou para si. O Egito caiu para que Israel aprendesse a confiar. Hoje, somos chamados a reconhecer que a vida cristã só floresce quando nos submetemos ao Deus que reina sobre todas as nações e cuida pessoalmente dos que são seus.

 

ARRINGTON, French L. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD.

BAKER, Warren. Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

BEACON. Comentário Bíblico Beacon. Rio de Janeiro: CPAD.

BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL. São Paulo: Mundo Cristão.

BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: SBB.

BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL PARA JOVENS. Rio de Janeiro: CPAD.

BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE. São Paulo: SBB.

BÍBLIA DE ESTUDO SHEDD. São Paulo: Vida Nova.

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo: Hagnos.

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD.

KEENER, Craig. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD.

LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

MACCHIA, Frank. Theology of the Spirit.

MENZIES, Robert. Pentecostes: Essa História é Nossa.

OSS, Douglas. Pneumatologia Bíblica.

TORRALBO, Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança. Rio de Janeiro: CPAD.

 

2. Igreja, o povo de Deus para as nações. O texto de 1 Pedro 2.9 afirma que a Igreja foi escolhida para anunciar a mensagem de Deus. Nós somos a Igreja de Cristo, por isso fomos denominados de “geração eleita, sacerdócio real, a nação santa e o povo adquirido”. A Igreja recebeu de Deus a missão de anunciar a mensagem às nações.

A missão da Igreja se identifica com a de Israel no que se refere à tarefa de representar Deus diante das nações. Duas verdades precisam ser ressaltadas aqui: A primeira é que o Senhor Jesus ordenou que a Igreja pregue o Evangelho. E a segunda é que a Igreja deve anunciar, em todos os lugares, e a todos os povos que só o Senhor é Deus, e que Jesus é o Salvador.

👉 A afirmação de Pedro de que a igreja é “geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido” (1Pe 2.9, NVI) nos lembra que não pertencemos a nós mesmos. Fomos chamados para viver diante das nações como um povo separado por Deus e para Deus. Pedro usa termos que antes descreviam Israel, mas agora se aplicam à comunidade messiânica formada por judeus e gentios. Essa identidade não é simbólica, é vocacional. Somos o povo que Deus formou para tornar visível a sua glória. Pedro diz que fomos chamados para “anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. O verbo exangellō (proclamar, anunciar publicamente) mostra que a missão da igreja não é opcional. Somos uma comunidade convocada para proclamar, e essa proclamação é fruto da graça que nos alcançou. A identidade da igreja nasce daquilo que Deus fez; sua missão nasce daquilo que Ele deseja fazer através de nós. A redenção não nos retirou do mundo; nos enviou ao mundo. Assim como Israel foi estabelecido para representar o caráter do Senhor entre as nações (Êx 19.5–6), a igreja assume esse mesmo chamado, agora ampliado e fundamentado na obra de Cristo. A escolha divina nunca foi privilégio, mas responsabilidade. A eleição gera serviço. Somos um povo distinto não porque somos melhores, mas porque Deus decidiu revelar sua santidade por meio de uma comunidade marcada pela graça. A missão é o modo visível dessa santidade. O próprio Jesus confirmou essa vocação ao ordenar que anunciássemos o evangelho “até os confins da terra” (At 1.8). Aqui, o termo grego eschaton (“confins”, “últimos limites”) aponta para a abrangência global da missão. A igreja não prega apenas porque recebeu uma ordem; ela prega porque o Espírito Santo opera nela o mesmo amor que moveu o Pai a enviar o Filho. A missão é trinitária antes de ser eclesial. Pregamos porque participamos do movimento do próprio Deus em direção ao mundo. A igreja existe como testemunha do único Senhor. Em um mundo saturado de vozes religiosas, a igreja anuncia que só o Senhor é Deus e que Jesus é o único Salvador dado aos homens (At 4.12). Essa afirmação não nasce de arrogância, mas de fidelidade. O evangelho não é uma opinião espiritual; é a verdade revelada. A igreja, ao proclamar Cristo, não apresenta uma alternativa entre muitas, mas a realidade que transforma todas as coisas. Esse chamado nos coloca diante de uma responsabilidade: viver de maneira coerente com a mensagem que pregamos. Pedro descreve a igreja como povo adquirido (peripoiēsis, posse preciosa). Assim, não anunciamos Cristo apenas com palavras, mas com um modo de vida que desperta nas pessoas o desejo de conhecer o nosso Deus. A missão não é apenas geográfica, é também ética. O mundo precisa ver em nós o reflexo da luz que confessamos. A perspectiva escatológica reforça essa responsabilidade. A missão da igreja se desenrola em meio ao plano soberano de Deus para as eras. Como destaca a Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica, Deus conduz a história à consumação e usa a igreja como instrumento nesse processo. Assim, cada ato de testemunho, cada anúncio do evangelho, cada vida transformada é parte do avanço do Reino até que Cristo venha. A missão da igreja é o cenário visível do governo de Deus na história. Por isso, nossa vocação permanece: anunciar Cristo entre todos os povos. O mundo continua mergulhado em confusão espiritual, mas a igreja segue sendo o povo que carrega a luz da verdade. Somos chamados a proclamar a salvação com convicção, mansidão e coragem, conscientes de que Deus nos colocou nas nações para que muitos vejam, ouçam e creiam. Enquanto caminhamos, Ele mesmo sustenta sua obra. E nós o servimos com alegria, sabendo que nossa missão revela o caráter daquele que nos chamou.

 

ARRINGTON, French L. Comentário Bíblico do Novo Testamento. CPAD.

BAKER, Warren W. Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

BEVERE, John. Assim Diz o Senhor? Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.

CPAD. Comentário Histórico-Cultural do NT.

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.

KEENER, Craig. Comentário do NT.

LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

MACARTHUR, John. Bíblia de Estudo MacArthur. SBB.

MENZIES, Robert. Pentecostal Theology in the 21st Century.

SHEED, Russell. Bíblia de Estudo Shedd. Vida Nova.

 

SUBSÍDIO III

 

“51.33 AINDA UM POUCO, E O TEMPO DA SEGA LHE VIRÁ. De maneira simbólica, o profeta está se referindo à maneira como a Babilônia havia plantado más sementes de crueldade, adoração a ídolos e imoralidade. Agora a nação estava prestes a colher o juízo de Deus. Devemos nos lembrar de que os pecados são como as sementes, que crescem e acabam levando a uma grande e terrível colheita. O Novo Testamento nos adverte ‘Não erreis: Deus não se deixa escarnecer: porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará’ (Gl 6.7).

Tendo escapado ao perigo da queda da Babilônia, os exilados tiveram que considerar que agora era o momento de voltar a Jerusalém e servir ao Senhor.

O último capítulo do livro de Jeremias mostra que o profeta falava verdadeiramente a Palavra de Deus, porque toda a destruição que ele havia predito se tornara realidade. Este capítulo é praticamente idêntico a 2Rs 24.18-25,30; cf. também Jr 39.1-10.” (Bíblia de Estudo Pentecostal Para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.974).

 

 

CONCLUSÃO

 

No Antigo Testamento, especialmente o profeta Jeremias, reafirma o caráter divino da Grande Comissão, do Novo Testamento, confiada à Igreja, tanto no que se refere à sua origem, as suas bases e o seu objetivo. Vimos a respeito do compromisso de anunciar o Evangelho às nações, sob a perspectiva do profeta Jeremias que, à semelhança de outros profetas, falou às nações, como obediência à ordem de Deus e como vocação, pois para isso ele foi enviado, do mesmo modo que a Igreja é enviada na atualidade.

👉 Quando olhamos para o profeta Jeremias, percebemos que a missão da Igreja no Novo Testamento não nasce de um impulso humano, mas do próprio coração de Deus. O envio não é invenção eclesiástica; é iniciativa divina. Jeremias foi chamado ainda jovem para ser “profeta para as nações” (Jr 1.5, NVI), e esse chamado revela que Deus sempre desejou alcançar povos além de Israel. A igreja, portanto, não inaugura a missão mundial, mas dá continuidade e plenitude ao que Deus já vinha realizando na história redentora. O chamado de Jeremias ecoa o caráter soberano da missão. Quando Deus lhe diz “a todos a quem eu o enviar, você irá” (Jr 1.7, NVI), a palavra hebraica usada para “enviar”, shalach, destaca um envio autoritativo, que não admite adiamento nem negociação. A igreja experimenta esse mesmo envio no ide de Cristo. O termo grego apostellō (enviar com autoridade delegada) reforça que não pregamos por iniciativa própria, mas porque pertencemos ao Deus que envia. Assim como Jeremias falava em nome do Senhor, a igreja fala sob a autoridade do Cristo ressurreto. Jeremias não proclamou apenas mensagens duras; proclamou uma palavra que revelava tanto o juízo quanto a esperança. Esse equilíbrio é fundamental para entendermos o caráter da missão da igreja. Champlin observa que o ministério do profeta envolvia confrontar as nações com a realidade de seus pecados, ao mesmo tempo em que anunciava a fidelidade de Deus em restaurar seu povo. O evangelho carrega essa mesma tensão: confronta o pecado, mas oferece graça abundante. A igreja segue esse padrão profético ao chamar o mundo ao arrependimento e à reconciliação com Deus. A Bíblia de Estudo MacArthur destaca que Jeremias não falava apenas a Israel, mas a reinos vizinhos, revelando que Deus nunca limitou sua voz às fronteiras de um único povo. Essa visão se alinha com a compreensão reformada continuísta de que Deus conduz a história para que todas as nações ouçam sua verdade. Quando Cristo ordena à igreja que anuncie o evangelho “até os confins da terra”, Ele reafirma a dimensão universal desse chamado. A missão da igreja é o desdobramento neotestamentário da vocação profética do Antigo Testamento. Assim como Jeremias carregou a Palavra como um fogo em seu interior, a igreja carrega hoje a chama do Espírito que impulsiona sua proclamação. Se o profeta foi enviado com a promessa de que Deus estaria com ele, a igreja avança com a presença constante do Espírito Santo. A missão, portanto, não é um peso, mas um privilégio. Somos parte do movimento histórico do Deus que se revela e transforma as nações por meio de sua verdade. O compromisso profético de Jeremias se cumpre plenamente na igreja enviada ao mundo para tornar Cristo conhecido. Encerrando não apenas esta última lição, mas um trimestre inteiro, podemos extrair três aplicações práticas para aplicação imediata à vida de nossos alunos:

1. Permita que Deus alinhe sua missão pessoal com a missão bíblica. Jeremias não escolheu ir; ele obedeceu ao envio. A vida cristã floresce quando submetemos nossos planos ao propósito de Deus.

2. Fale às pessoas com fidelidade e esperança. O profeta anunciava juízo e restauração. A igreja deve manter esse equilíbrio ao testemunhar: verdade que confronta e graça que cura.

3. Confie na presença de Deus enquanto serve. Jeremias avançou sustentado pela promessa divina. A igreja também age confiando que o Espírito a capacita, guia e fortalece em cada ato de testemunho.

 

ARRINGTON, French L. Comentário Bíblico do Novo Testamento. CPAD.

BAKER, Warren. Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

BEVERE, John. Assim Diz o Senhor? Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.

CPAD. Comentário Histórico-Cultural do Antigo Testamento.

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.

KEENER, Craig. Comentário do Novo Testamento.

LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

MACARTHUR, John. Bíblia de Estudo MacArthur. SBB.

MENZIES, Robert. Pentecostal Theology in the 21st Century.

SHEED, Russell. Bíblia de Estudo Shedd. Vida Nova.

 

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Para quem Jeremias foi enviado inicialmente?

Assim como os demais profetas, Jeremias foi enviado inicialmente ao seu povo, o que não significa que não teve de advertir as demais nações a respeito da responsabilidade que todos, indistintamente têm, diante de Deus.

2. Quem determinou o ministério de Jeremias e qual era o seu público-alvo?

Assim como Deus determinou o início e o fim do ministério de Jeremias, Ele também decidiu que as nações seriam o seu público-alvo.

3. De que é composto o Reino de Deus?

Definitivamente o Reino de Deus é um reino de nações.

4. Cite 2 profetas que foram enviados a outras nações.

Isaías e Ezequiel.

5. Qual a maior e principal missão da Igreja?

A missão da Igreja se identifica com a de Israel no que se refere a tarefa de representar a Deus diante das nações.