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25 de dezembro de 2012

Lição 13: Malaquias — A sacralidade da família


Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: Os Doze Profetas Menores — Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo.
Comentarista: Esequias Soares.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração, pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa.

Lição 13
Malaquias — A sacralidade da família

30 de dezembro de 2012

TEXTO ÁUREO

Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24). No casamento, as prioridades de um homem mudam. As obrigações para com sua esposa tomam a precedência. Esta é uma linguagem de compromisso da aliança. Não há momento em que os seres humanos sejam mais semelhantes ao Deus mantenedor da aliança do que quando estes entram em aliança uns com os outros. O casamento retrata o relacionamento de Deus com o seu povo (Os 2.14-23; Ef 5.22-32) [a]

VERDADE PRÁTICA

É da vontade expressa de Deus que levemos a sério o nosso relacionamento com Ele, com a família e com a sociedade.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Malaquias 1.1; 2.10-16


OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·         Explicar o contexto social, a estrutura e a mensagem do livro de Malaquias;
·         Reconhecer quais são as implicações de um péssimo relacionamento familiar; e
  • Conscientizar-se que é vontade de Deus vivermos um bom relacionamento na família e na sociedade.

Palavra Chave
Família: (latim família, -ae, os escravos e servidores que vivem sob o mesmo teto, as pessoas de uma casa)
s. f.
1. Conjunto de todos os parentes de uma pessoa, e, principalmente, dos que moram com ela.
2. Conjunto formado pelos pais e pelos filhos.
3. Conjunto formado por duas pessoas ligadas pelo casamento e pelos seus eventuais descendentes.
4. Conjunto de pessoas que têm um ancestral comum.
5. Conjunto de pessoas que vivem na mesma casa.
6. [Figurado] Raça, estirpe.
7. [Gramática] Conjunto de vocábulos que têm a mesma raiz ou o mesmo radical.
8. [História natural] Grupo de animais, de vegetais, de minerais que têm caracteres comuns.[b]
9. [Química] Grupo de elementos químicos com propriedades semelhantes.
de família: familiar; íntimo; sem cerimônia.
família miúda: filhos pequenos.
[Religião] sagrada família: representação de Jesus com a Virgem Maria e S. José.

COMENTÁRIO

introdução

Finalmente irmãos, com a graça do Senhor, chegamos à última lição do quarto trimestre de 2012. Pela misericórdia do Senhor estivemos juntos durante estas 54 semanas, estudando A verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante; cujo Comentarista foi o Pr José Gonçalves, depois As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja, cujo Comentarista foi o Pr Claudionor de Andrade; no terceiro trimestre nós estudamos com o Pr Eliezer de Lira e Silva, o tema Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas; e por fim, Os Doze Profetas Menores — Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo, comentadas pelo ilustre Pr Ezequias Soares. Especialmente neste último trimestre, tivemos a oportunidade de sermos confrontados com as mensagens dos profetas menores. Temas relevantes para o tempo que estamos vivendo. Hoje, veremos que a mensagem de Malaquias, um livro profético que faz descrições que mostram a necessidade de reformas antes da vinda do Messias. Por ser um livro curto e de acordo com a catalogação, Malaquias é o último dos profetas menores, tendo sido escrito por volta do ano 430 a.C., sendo que o seu nome não é citado em mais nenhum livro da Bíblia. O profeta Malaquias foi contemporâneo de Esdras e Neemias, no período após o exílio do povo judeu na Babilônia em que os muros de Jerusalém tinham sido já reconstruídos em 445 a.C., sendo necessário conduzir os israelitas da apatia religiosa aos princípios da lei mosaica. Os temas tratados na obra seriam o amor de Deus, o pecado dos sacerdotes, o pecado do povo e a vinda do Senhor. Nas últimas linhas deste livro do Antigo Testamento bíblico, vemos uma exortação de Deus às famílias: "converter o coração dos pais aos filhos e dos filhos aos seus pais". No término do livro de Malaquias convida-se ao arrependimento da família como alicerce da sociedade. Outro tema tratado no livro de Malaquias refere-se às ofertas e aos dízimos, nos versos de 7 a 12 do capítulo 3, passagem esta que é muito utilizada com o objetivo de se justificar com amparo bíblico a contribuição da décima parte das rendas dos fiéis de uma organização religiosa. Embora o dízimo tenha sido reconhecido desde a época de Moisés, nos dias de Malaquias os sacerdotes do templo recolhiam as ofertas e não repassavam para os levitas, para que eles pudessem utilizá-las para cuidar dos próprios levitas, dos órfãos, das viúvas e viajantes. E isso fez com que o profeta Malaquias iniciasse uma advertência a todos sobre o roubo do dízimo: "Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda." (Ml 3.9). A tarefa dos pregadores não é outra senão a de transmitir a justa vontade de Deus aos homens. Através de Malaquias, Deus estava exigindo de Israel sinceridade e santidade, por ser a nação que Ele separou entre todas para que as bênçãos prometidas fossem derramadas sobre o seu povo. Tenham todos uma proveitosa e abençoada aula!

I. O LIVRO DE MALAQUIAS

1. Contexto histórico. O livro não menciona diretamente o reinado em que Malaquias exerceu seu ministério. Também não informa o nome do seu pai, nem o seu local de nascimento. Isso é observável também nos livros de Obadias e Habacuque. Não obstante, há evidências internas que permitem identificar o contexto político, religioso e social do livro em apreço. Ninguém sabe ao certo quem foi Malaquias. Seu nome significa “meu mensageiro” ou “mensageiro do Senhor”. É interessante notar que a palavra “mensageiro” ocorre três vezes no livro (ver 2.7 e 3.1). No entanto, esta dificuldade em identificar quem era Malaquias nos lembra de uma das primeiras regras do serviço de Cristo. Pregadores e comunicadores cristãos não são destinados a atrair a atenção para si, mas para o seu Salvador e seu evangelho. Não é o homem que importa, mas a sua mensagem (2Co 4.5).[7] Ao permanecer anônimo, as pessoas não pensam sobre o profeta, mas sobre o que Deus tem a dizer. Malaquias 1.1 identifica o autor do Livro de Malaquias como sendo o profeta Malaquias, escrito entre 440 e 400 aC. Embora não tenhamos mais informações no restante do Antigo Testamento a respeito do profeta, sua personalidade fica bem patente neste livro. Era um judeu da época pós-exílica, contemporâneo de Neemias, Esdras, Ageu e Zacarias. Talvez tenha sido um profeta sacerdotal. Suas firmes convicções a favor da fidelidade ao concerto (2.4,5,8,10), e contra a adoração hipócrita e mecânica (1.7-2.9), a idolatria (2.10-12), o divórcio (2.13-16) e o roubo de dízimos e ofertas (3.8-10), revelam um homem de rigorosa integridade e de intensa devoção a Deus. O ambiente espiritual e a negligência contra as quais Malaquias clamava, assemelhavam-se à situação que Neemias encontrara em Judá depois de ter voltado da Pérsia (cerca 433 - 425 a.C.), para servir como governador em Jerusalém pela segunda vez (Ne 13.4-30); A maioria dos eruditos afirmam ser razoável acreditar que Malaquias haja proclamado sua mensagem entre 430—420 a.C.
a) O governador de Judá. (Heb. pehah; “sátrapa”, o atual “paxá”) este título hebraico é dado geralmente aos governadores das províncias. Foi dado a Neemias (Ne 5.14) e a Zorobabel (Ag 1.1). É, às vezes, traduzido por “capitão” (1Rs 20.24; Dn 3.2, 3), outras por “maiorais das províncias” (Et 8.9; 9.3). O título persa Tirshata, significa “Excelência” e é usado por Zorobabel (Ed 2.63; Ne 7.65,70) e Neemias (Ne 8.9; 10.2); ele não diz nada sobre a função de quem os usa. Pehah, possui de igual modo, vários significados: refere-se ao sátrapa, ao governador da província, ao comissário do governo.
b) A indiferença religiosa. As principais denúncias de Malaquias são contra a lassidão e o afrouxamento moral dos levitas (1.6); o divórcio e o casamento com mulheres estrangeiras (2.10-16); e o descuido com os dízimos (3.7-12). Tudo isso aponta para o período em que Neemias ausentou-se de Jerusalém (Ne 13.4-13,23-28). O primeiro período de seu governo deu-se entre os anos 20 e 32 do rei Artaxerxes (Ne 5.14) e equivale a 445-433 a.C. “Ofereceis sobre meu altar pão imundo”; e, pior que isso, nem percebendo que estavam falhando, indagam: “Em que desprezamos nós o teu nome? (1.6); Em que te havemos profanados? (1.7). Será que nós não temos sido igualmente negligentes com o culto, com a Escola Bíblica Dominical, e com a obra missionária? Malaquias pregou contra muitos dos mesmos pecados que Neemias: Corrupção do sacerdócio (Ml 1.6-2.9; Ne 13.7-9); casamento com mulheres pagãs (Ml 2.10-12; Ne 13.23-28); injustiças sociais (Ml 3.5; Ne 5.1-13); e a negligência quanto aos dízimos (Ml 3.8-10; Ne 13.10-14). Mas o tema geral, que abre o livro, é a indiferença do povo diante do grande amor de Deus por eles.
2. Vida pessoal de Malaquias. A expressão “pelo ministério de Malaquias” (1.1) é tudo o que sabemos sobre sua vida pessoal. A forma hebraica do seu nome é mal’achi, que significa “meu mensageiro”.
3. Estrutura e mensagem. A profecia começa com a palavra hebraica massa — “peso, sentença pesada, oráculo, pronunciamento, profecia” (1.1; Hc 1.1; Zc 9.1; 12.1). O discurso é um sermão contínuo com perguntas retóricas que formam uma só unidade literária. São três os seus capítulos na Bíblia Hebraica, pois seis versículos do capítulo quatro foram deslocados para o final do capítulo três. O assunto do livro é a denúncia contra a formalidade religiosa: prática generalizada com os fariseus e escribas na época do ministério terreno de Jesus (Mt 23.2-7). A tradução grega, a Septuaginta, e a maioria dos comentaristas modernos sugerem que o livro foi escrito por um autor anônimo. Sob a alegação de que o nome de Malaquias significa “meu mensageiro” poderia ser, então, um título, e não um nome próprio. Para apoiar seu ponto de vista, estes comentaristas apontam, entre outras coisas: (1) A ausência de nome do pai de Malaquias, (2) A ausência do lugar de nascimento de Malaquias, e (3) O fato de que Zacarias 9.1 e 12.1; e Malaquias 1.1 (as três últimas “sentenças” nos profetas menores) compartilham o mesmo título, destacando-as, presumivelmente, como adições anônimas à coleção dos doze profetas menores. A mensagem de Malaquias repreendia os judeus negligentes e indiferentes para com Deus e o serviço na Igreja, o templo. Mas Deus também contempla os que verdadeiramente o amam e o adoram com sinceridade (Ml 3.18; 4.1), para estes a mensagem de Malaquias era de conforto e promessas (Ml 4.2,3). Malaquias conclama todo o povo que se acheguem a Deus, se arrependam de seus pecados e O adorem com corações puros (Ml 2.5-7) e sinceros. Os que assim adoram a Deus com certeza serão muito felizes, pois ELE sempre quer o nosso bem, todas as suas ordenanças são para vivermos melhor, por isso devemos guardar seus ensinamentos obedecendo-os.

SINOPSE DO TÓPICO (I)
O tema do livro de Malaquias é a denúncia contra a formalidade religiosa, a prática da corrupção generalizada entre os fariseus e escribas e o despertamento da nação de Judá.

II. O JUGO DESIGUAL

1. A paternidade de Deus (2.10). A ideia de que Deus é o Pai de todos os seres humanos é biblicamente válida. Em êxodo 4.22,23, O Senhor reivindica Israel como seu filho primogênito, seu amado, um título que, em última análise, se cumpriu na pessoa de Jesus Cristo (Mc 1.11). Essa reivindicação por Deus é a razão dele libertar seu povo e fazer com ele aliança selada no Sinai (“para que me sirva” v. 23). Essa reivindicação resultou na ameaça de Deus contra o primogênito de Faraó. “O termo Pai é um dos termos mais comumente usados em nossas orações, e corretamente, visto que foi assim que Jesus nos ensinou a orar. Mas, assim como o termo é comum para nós, ele era muito incomum para o povo nos dias de Cristo. Naquela época, a maioria das pessoas que adorava os falsos deuses, pensava neles como seres distantes, caprichosos e imorais, que deviam ser temidos. Até mesmo o povo judeu, que deveria entender a paternidade de Deus, tinha se removido de Seu cuidado Paternal através do pecado e apostasia deles. Consequentemente, Ele parecia distante deles. Mesmo alguns que reivindicavam Deus como Pai deles, foram censurados por Cristo, que lhes chamou de filhos do diabo, pois rejeitaram o Filho (Jo 8.44). Contra este cenário, o ensino de Cristo foi revolucionário. Ele proclamou Deus como um Pai cuidadoso e gracioso, que deseja íntima comunhão com os Seus filhos. Esta comunhão pode vir somente através da fé no Filho[c].
2. A deslealdade. O termo “desleal” (Falta de lealdade; Traição; perfídia) aparece cinco vezes nessa seção (2.10,11,14-16). Trata-se do verbo hebraico bagad, (Strong 898: agiu dolosamente (1), agiu traiçoeiramente (2), traído (1), trai (1), negócio (1), procedem aleivosamente (10), tratam muito perfidamente (1), trata traiçoeiramente (1), aleivosamente (8 ), tratam muito perfidamente (1), sem fé (2), traiçoeira (15), um traiçoeiro ainda trata traiçoeiramente (1), negócio traiçoeiro (1), traiçoeiramente (1), injustiça (1).) que significa “lidar enganosamente, traiçoeiramente, infiel, ofender, transgressor, partem, Uma raiz primitiva; cobrir (com uma peça de roupa); figurativamente, a agir secretamente;, por implicação, a pilhagem - negócio dolosamente (à traição, infidelidade), ofender, transgredir (ou), (partida), traiçoeiro (revendedor, - ly, homem), infiel (-ly, homem), X muito.” [Strong’s Exhaustive Concordance][d]. Não profanar o concerto dos pais — estabelecido no Sinai (2.10) que proíbe a união matrimonial com cônjuges estrangeiros (Dt 7.1-4) — é uma instrução ratificada em o Novo Testamento (2 Co 6.14-16,18). O profeta retoma essa questão em seguida.
3. O casamento misto (2.11). É a união matrimonial de um homem ou uma mulher com alguém descrente. O profeta chama isso de abominação e profanação. Um dos temas mais preocupantes e menos entendidos da vida judaica é aquele dos casamentos mistos. Devido à falta de informação subjetiva sobre o assunto, este se torna muito complexo sob um ponto de vista emocional. Por um lado, os pais sentem que quando seu filho se casa com alguém não-judeu, ele ou ela está rompendo a cadeia milenar de continuidade judaica e não querem deixar que isso aconteça. Por outro lado, eles se sentem pouco à vontade de se opor abertamente ao casamento misto por causa de suas conotações racistas. Por que desqualificar alguém como potencial parceiro de casamento apenas porque ele ou ela não nasceu de um útero judaico? Esta parece ser uma atitude discriminatória. O motivo para essa proibição é claramente dita no versículo a seguir: "Porque ele afastará teu filho de Mim e eles servirão a deuses estranhos…" ("Deuses estranhos" também pode ser interpretado como significando aqueles ideais e "ismos" que não se adequam aos ditames da Torá, e perante os quais a pessoa inclina a cabeça e dedica seu coração e sua alma.)[e]
a) Abominação. O termo hebraico para “abominação” é to'ebah/to'ebah', algo nojento (moralmente), isto é, (como substantivo) uma aversão, especialmente idolatria ou (concretamente) um ídolo; abominável (coisa, personalizado), abominação.[Strong H8441] e diz respeito a alguma coisa ou prática repulsiva, detestável e ofensiva. A Bíblia aplica-o à idolatria, ao sacrifício de crianças, às práticas homossexuais, etc. (Dt 7.25; 12.31; Lv 18.22; 20.13). A Escritura afirma existir só o Deus verdadeiro em oposição a todos os deuses criados pela superstição dos homens. A idolatria produz um efeito mortal no homem, degrada os ideais divinos, impressiona com as suas formas e disfarça insidiosamente (falsamente, hipocrisia, diz-se do mal que se inicia e progride sem que se perceba prontamente e cujos sinais só se evidenciam quando a moléstia está bastante adiantada) sua oposição ao reino de Deus.
b) Profanação. Profano é aquele que trata o sagrado como se fosse comum (Lv 10.10; Hb 12.16). Malaquias repreende os israelitas por causa de sua dupla transgressão da Lei de DEUS: divorciavam-se de suas esposas, e casavam-se com mulheres pagãs. Os homens casavam-se com mulheres pagãs, prática esta proibida pela Lei de Moisés (ver Êx 34.15,16; Dt 7.3,4; 1 Rs 11.1-6). O Novo Testamento declara que o crente não pode casar-se com incrédulo, por ser isto jugo desigual (1Co 7.39). O cristão que se casa com alguém que não se dedica ao Senhor, corre o risco de se apartar de Cristo, o mesmo acontecendo com os filhos do casal. Muitos homens eram infiéis às suas esposas, com as quais se haviam casado quando jovens. Agora procuravam divorciar-se delas, para se casarem com outras. O Senhor detesta tal ação, pois é movida pelo egoísmo. Ele declara que, do marido e da mulher, fez um só (v. 15). Em consequência destes pecados e transgressões, Deus lhes virara as costas, recusando-se a atender-lhes as orações (vv. 13,14). Deus odeia o divórcio motivado por propósitos egoístas. Quem pratica tal tipo de divórcio, assemelha-se "aquele que encobre a violência com a sua veste". O divórcio, aos olhos de Deus, iguala-se à injustiça mais brutal, à crueldade e ao assassinato (ver Mt 19.9).

SINOPSE DO TÓPICO (II)
O jugo desigual ou casamento misto, é a união matrimonial de um homem ou uma mulher com alguém descrente. O profeta chama isso de abominação ou profanação.

III. DEUS ODEIA O DIVÓRCIO

1. O relacionamento conjugal (2.11-13). O casamento é uma relação exclusiva na qual um homem e uma mulher se entregam mutuamente um ao outro numa aliança vitalícia e, com base nesse voto solene, eles se tornam “uma só carne”(Gn 2.24; Ml 2.14; Mt 19.4-6). A Confissão de Westminster (XXIV.2) afirma: “O matrimônio foi ordenado para o mútuo auxílio de marido e mulher, para a propagação da raça humana por sucessão legítima, e da igreja por uma semente santa, e para impedir a impureza”(licença sexual e imoralidade; Gn 1.28; 2.18; 1Co 7.2-9). O ideal de Deus para o casamento é que o homem e a mulher se completem um ao outro (Gn 2.23) e participem da obra criativa de fazer um novo povo [f]. “Judá se casou com adoradora de deus estranho” é uma frase que se refere ao casamento com mulheres ainda comprometidas com um deus estranho, isto é, uma idólatra fora da aliança. Ë digno de nota salientar que, esta proibição também vale para os crentes hoje, a proibição do casamento com descrentes continua no Novo Testamento (1Co 7.39; 2Co 6.14). Quero deixar evidente que não se trata aqui de discriminação qualquer, que nasce de uma atitude pessoal e subjetiva que o judeu tem face a face com o não-judeu ou do crente para com o descrente. Estamos falando sobre uma ordem Divina objetiva, que é acompanhada por uma explicação. Se o seu filho desposar uma mulher não-judia, os filhos nascidos dessa união não serão mais considerados seus filhos. No caso de sua filha casar-se com um não-judeu, inevitavelmente seus netos se desviarão do caminho de Judaísmo, embora ainda sejam considerados judeus.
2. O compromisso do casamento. Muitos respondem que o casamento nada mais é que uma formalidade, uma norma social que dá "status legal" ao casal. Porém dizer que o casamento é simplesmente uma norma social implica que não há valor verdadeiro, intrínseco; que é arbitrário. O que acontece no caso de alguém que não se preocupa com a autoridade humana ou com o estigma social é que então, está tudo bem, se um casal vive junto e tem filhos sem ser casado. Paulo usa o relacionamento entre Cristo com a sua igreja para explicar o que é o casamento cristão, de modo que ressalta a especial responsabilidade do marido, como o cabeça e protetor da esposa, e conclama a esposa para aceitar seu marido nessa condição (Ef 5.21-33). Deus odeia o divórcio (Ml 2.16); contudo, determina disposições para o divórcio, que protegem a mulher divorciada (Dt 24.1-4). Essas disposições foram promulgadas “por causa da dureza do vosso coração” (Mt 19.8). A compreensão mais natuaral do ensino de Jesus (Mt 5.31,32; 19.8,9) é que o adultério – o pecado da infidelidade conjugal – destrói a aliança do casamento e justifica o divórcio (ainda que a reconciliação fosse preferível) e que aquele que se divorcia de sua esposa por qualquer razão menor, torna-se culpado de adultério, quando se casa de novo, e leva a esposa a cometer adultério, se ela também se casar de novo[g].
3. A vontade de Deus. A expressão “uma só carne”usada em Gn 2.24 indica a profunda solidariedade no relacionamento de casados. O compromisso singular e total envolvido implica que Deus pretendia que o casamento fosse monogâmico. Olhando para Malaquias 2.14-16, vemos verdades que não podem ser ignoradas pelos casais crentes; entre elas, destaco a parte final do verso 15: "Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade." Deus ordena que “ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade” (2.15).

SINOPSE DO TÓPICO (III)
A poligamia e o divórcio são obstáculos aos propósitos divinos.

CONCLUSÃO

Malaquias repreende os israelitas por causa de sua dupla transgressão da Lei de DEUS: divorciavam-se de suas esposas, e casavam-se com mulheres pagãs. O crente que se casa com alguém que não se dedica ao Senhor, corre o risco de se apartar de Cristo, o mesmo acontecendo com os filhos que forem gerados nesse casamento misto. A fidelidade à Palavra haverá de sustentar e capacitar àqueles que querem ser vistos pelo Senhor como dignos de viver pelo Seu nome, vistos como felizes por fazer a vontade do Pai.
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Recife, PE
Novembro de 2012,
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere.


EXERCÍCIOS
1. Por que entendemos que Malaquias é o nome do profeta?
R. Porque nenhum livro dos doze profetas menores é anônimo.
2. Qual o assunto do livro de Malaquias?
R. O assunto do livro é a denúncia contra a formalidade religiosa: prática generalizada com os fariseus e escribas na época do ministério terreno de Jesus (Mt 23.2-7).
3. Quais pecados são colocados no mesmo patamar do casamento misto e do divórcio?
R. A idolatria, ao sacrifício de crianças, às práticas homossexuais, etc.
4. Por que todos nós devemos levar a sério o casamento?
R. Porque o casamento é de origem divina e indissolúvel.
5. Por que Deus aborrece o divórcio?
R. Porque é uma desgraça para a família.



NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;

- Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

OBRAS CONSULTADAS:
[a] -.
Bíblia de Estudo Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. P. 12
[b] -. http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=fam%C3%ADlia;
[c] -. http://www.monergismo.com/textos/meditacoes/reconhecendo_paternidade_macarthur.htm;
[d] -. http://biblesuite.com/hebrew/898.htm;
[e] -. http://www.chabad.org.br/biblioteca/artigos/mistos/home.html;
[f] -.
Bíblia de Estudo Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. P. 1090;
[g] -.
Ibdem;

-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-.
HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-. SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-. ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009.

Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/, na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.

Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto que está utilizando e com que finalidade (estudo pessoal, na igreja, postagem em outro site, impressão, etc.).
Francisco de Assis Barbosa

18 de dezembro de 2012

Lição 12: Zacarias — O Reinado Messiânico



Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: Os Doze Profetas Menores — Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo.
Comentarista: Esequias Soares.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração, pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa.

Lição 12
Zacarias — O Reinado Messiânico

23 de dezembro de 2012

TEXTO ÁUREO

“Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23.5). vêm dias” refere-se à era messianica “Renovo justo” uma expressão messiânica (veja Is 4.2; 11.1 e Zc 6.12, onde Josué aparece como um tipo de Cristo). [a]

VERDADE PRÁTICA

Jesus é tanto o Salvador do mundo, como Rei do Universo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Zacarias 1.1; 8.1-3,20-23.


OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Compreender a estrutura e a mensagem do livro de Zacarias.
  • Explicar a promessa de restauração da nação.
  • Saber que o reino messiânico é real.

Palavra Chave
Messias
s. m. 2 núm.
1. Redentor prometido aos judeus.
2. [Por extensão]  Pessoa esperada ansiosamente.
3. [Figurado]  Reformador social. (Nestas duas acepções, grafa-se com inicial minúscula.). [b] Ungido. Esta palavra aparece no Antigo e no Novo Testamentos - umas vezes com a designação de ‘o príncipe’ (Dn 9.25,26), outras com a sua significação própria: ‘o Ungido’, o ‘Cristo’ (Jo 1.41 - 4.25). A palavra ‘ungido’ é aplicada aos sacerdotes (Lv 4.3,5 - 6.22), aos reis (1Sm 2.10 - 12.3, etc.), e mesmo a um pagão, no caso de Ciro (Is 45.1). Geralmente se considera a passagem de Gênesis 8.15 como uma promessa do Messias. Os escritores judaicos, contudo, não interpretam diretamente estas palavras do Gênesis como referentes ao Messias, embora alguns sustentem que a vitória seria ‘nos dias do Messias’. A Abraão tinha sido anunciado o Messias mais ou menos claramente, como a prometida Semente - a Moisés como um Profeta - a todos daquele tempo como um Sacerdote - a Davi se manifesta também como Rei. Até que ponto conhecia Davi a profunda significação das profecias que por Natã e outros lhe eram reveladas ou por ele proferidas, não se pode saber. Tanto a ele, como a outros inspirados videntes, se podem aplicar as palavras de Pedro (1Pe 1.10 a 12). Mas o próprio apóstolo Pedro também em outro lugar nos ensina que Davi sabia que ‘Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes se assentaria no seu trono’ (At 2.30). Os salmos, na verdade, abundam em referências ao Messias e Seu reino. Eles contêm maravilhosas predições da vida de Cristo, concernentes aos Seus sofrimentos e à Sua glória. A respeito dos Seus sofrimentos veja o Sl 22 - e com respeito à Sua glória os salmos 2,45,72 e 110. O salmo 182.11, relaciona Jesus com Davi - o 118.22, prediz que Ele havia de ser rejeitado pelos judeus - o salmo 68.18, anuncia a Sua ascensão e o dom do Espírito - e o salmo 117 a chamada dos gentios. O caráter messiânico não se restringe a esses salmos diretamente proféticos. Por todos os salmos se apresenta um ideal, de pessoa justa, embora sofredora, que pela dor e pelas aflições havia de atingir o domínio universal. Ora, é Jesus Cristo, na Sua pessoa e na Sua obra, que de um modo completo e único realiza esse ideal. Na verdade, no salmo 8, a honra conferida por Deus à humanidade é assim descrita: ‘e sob seus pés tudo lhe puseste’ - mas o comentário apostólico é desta forma: ‘Agora, porém, ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas - vemos, todavia,... Jesus,... coroado de glória e de honra...’ (Hb 2.8,9). Davi, no salmo 16, faz, numa esperança firme, esta afirmação: ‘Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.’ ‘Sendo, pois, profeta’, comenta o apóstolo Pedro, ele ‘referiu-se à ressurreição de Cristo’ (At 2.30,31). O salmo 40 também nos oferece um belo quadro de santificação, que única e completamente teve a sua realização em Cristo, como se mostra em Hb 10.5 a 10. Os indícios que se encontram nos profetas estão de harmonia com os que se veem nos salmos. O Messias deve ser Rei, e por isso os profetas o representam revestido com todos os característicos dos mais ilustres príncipes da teocracia judaica - e mais de uma vez lhe dão o título de Davi, que era a muitos respeitos o ideal da verdadeira autoridade (Os 3.5 - Jr 30.9 - At 13.84). Eles descrevem no mesmo rasgo de imaginação o Seu caráter como profeta ou sacerdote, multiplicando para cada caso as imagens, a fim de apresentarem as mais sublimes ideias sobre a sua missão (Zc 6 - Hb 7). E do mesmo modo falam do Seu reino, reino de graça e de glória, como sendo a mais alta perfeição da economia judaica e lhe chamam Jerusalém ou Sião (Is 62.1,6,7 - 60.15 a 20 - Gl 4.26 a 28 - Hb 12.22). Veja também Is 60.6,7 - 66.23. O derramamento do Espírito é, para Joel, a manifestação das três formas de revelação divina que ocorrem no Antigo Testamento. A ideia de que todas as nações haviam de adorar o verdadeiro Deus patenteia-se na declaração de que elas hão de reunir-se na festa dos Tabernáculos (Zc 14.16). A glória dos dias do Messias é representada pelos tempos felizes de Davi e Salomão (Zc 3.10 - 1Rs 4.25) - e o poder da paz pela união de Judá e Israel (Os 1.11 - Is 11.13). Além disso, os inimigos do reino do Messias não somente recebem os nomes que tinham os inimigos da antiga teocracia, isto é, os de nações dos gentios, mas também o de que algum povo que naquele tempo era poderoso ou especialmente adverso aos israelitas. Em Is 25 dá-se-lhes o nome de Moabe - em Is 63 e em Am 9.12 o de Edom - e em Ez 88 o de Magogue. Todavia se achará que há duas linhas paralelas da profecia, apontando para o Messias: uma delas apresenta o Rei ideal, a outra o Profeta ideal, o sofredor servo do Senhor. [c]

COMENTÁRIO

introdução

A dominação persa marca o contexto da profecia de Zacarias. Provavelmente seu pano de fundo sejam os distúrbios que principiaram depois da morte de Cambises, em 522 a. C., motivados pela sucessão do trono persa. A política desse império previa a restauração dos cultos dos povos dominados. Ao patrocinar o culto local, esperava conseguir algum consenso, pelo menos dos sacerdotes, para sua administração. É claro que esse conceito de tolerância não pode ser levado ao pé da letra. Não se tratava de consideração legítima pelos outros, mas sim da percepção que o império mundial poderia ser mais bem dominado de maneira duradoura. Qual a situação dos judeus nessa nova ordem política? O povo de Deus continuava dominado. O desejo de libertação, acompanhado de esperança, ainda era extremamente necessário. É nesse contexto que a mensagem de Zacarias se faz presente. Tenham todos uma excelente e abençoada aula!

I. O LIVRO DE ZACARIAS

1. Contexto histórico (1.1). O ambiente no qual Zacarias desenvolveu seu ministério foi o do retorno do cativeiro babilônico. Ao assumir o trono, “para que se cumprisse a palavra do Senhor, falada por intermédio de Jeremias”, Ciro, rei dos medos e persas, decretou que todo o povo de Judá que estava cativo subisse para edificar a casa do Senhor (Ed 1.1-4). Além disso, todos os utensílios do templo, que estavam em Babilônia foram enviados de volta a Jerusalém (vs. 7-11). O livro recebe o nome do seu autor. Dois meses depois do início do ministério de Ageu, Deus levanta a Zacarias para também trazer uma mensagem ao povo. O livro de Zacarias é o 38° livro no cânon das Escrituras Protestantes. A reconstrução do templo de YHWH em Jerusalém estava completamente parada quando Zacarias iniciou seu ministério. Ao passo que Salomão construíra o templo original em sete anos e meio (1Rs 6.37,38), os judeus repatriados já haviam retornado a Jerusalém havia 17 anos e ainda faltava muito para terminar a construção. A obra finalmente havia parado por completo após a proscrição da parte de Artaxerxes. Mas agora, apesar dessa proscrição oficial, a obra estava novamente em andamento. Deus comissiona Ageu e Zacarias para incitar o povo a reiniciar a construção e a continuar até terminá-la (Ed 4.23, 24; 5.1, 2). Em sua juventude, Zacarias havia trabalhado lado a lado com Ageu, mas ao escrever os capítulos 9—14 (que a maioria dos estudiosos data entre 480—470 a.C.), já se achava idoso. A totalidade das profecias de Zacarias foi enunciada em Jerusalém diante dos 50.000 judeus que haviam voltado a Judá na primeira etapa da restauração. O NT indica que Zacarias, filho de Baraquias, foi assassinado “entre o santuário e o altar” (i.e., no lugar da intercessão) por oficiais do templo (Mt 23.25). Algo semelhante ocorrera a outro homem de DEUS que tinha o mesmo nome (ver 2 Cr 24.20,21). [d]
2. Vida pessoal. Zacarias (Zekhar·Yah) que significa "YHVH se Lembra". Este era um nome popular no Antigo Testamento. Ali encontramos mais de trezentas pessoas designadas com este nome. Contudo, o escritor deste livro é identificado como “Zacarias, filho de Berequias, filho de Ido, o profeta” (Zc 1.1; Ed 5.1; Ne 12.12,16). Ido, era líder de uma família de sacerdotes, e filho de Berequias (Zc 1.1). Ele nasceu em Babilônia e pertencia à tribo de Levi. Provavelmente retornara do exílio juntamente com os demais judeus (Ne 12: 1, 4, 16)4. Dessa forma, ele ocupou os dois ofícios, sacerdote e profeta (Ne 12.1, 4, 7, 10, 12 e 16). O profeta aparece na Bíblia tanto como filho de Berequias (Zc 1.1) quanto filho de Ido (Ed 1.1; 6.14)6. A palavra “filho”, entretanto, em Hebraico, pode significar também neto ou Descendente. O livro de Zacarias torna bem claro que “YHWH TSABAOTH” se lembra do Seu povo, para tratá-los bem por causa do Seu próprio nome (Zc 1.3). Pelas datas mencionadas no livro, ele abrange pelo menos dois anos. Foi no “oitavo mês, no segundo ano de Dario” (outubro/novembro de 520 a.C.), que a construção do templo foi reiniciada e Zacarias começou a profetizar (1.1). O livro também faz menção do “quarto dia do nono mês, ou seja, em quisleu”, no “quarto ano de Dario” (por volta de 1° de dezembro de 518 a.C.) (7.1). Assim, a profecia de Zacarias seria, sem dúvida, proferida e também registrada durante os anos 520-518 a.C. (Ed 4.24). Há também a possibilidade de que esse ministério tenha sido um pouco mais longo, talvez até a dedicação do templo, ou mesmo depois.
3. Estrutura e mensagem. O livro de Zacarias chama a atenção pelo seu alto teor escatológico. Ele transcende os limites da situação do momento, dos problemas de sua época, para falar da restauração final, permanente. Em seu ofício ele trata de “temas referentes ao início de uma era escotológica final e à organização da comunidade escatológica”. O livro divide-se em duas partes principais. (1) A primeira parte (1—8) começa com uma exortação aos judeus para que voltem ao Senhor, para que também o Senhor se volte a eles (1.1-6). Enquanto encorajava o povo a terminar a reedificação do templo, o profeta Zacarias recebeu uma série de oito visões (1.7—6.8), garantindo à comunidade judaica em Judá e Jerusalém, que DEUS cuida de seu povo, governando-lhe o destino. As cinco primeiras visões transmitiam esperança e consolação; as últimas três envolviam juízo. A quarta visão contém uma importante profecia messiânica (3.8,9). A cena da coroação em 6.9-15 é uma profecia messiânica clássica do AT. Duas mensagens (7;8) fornecem perspectivas presentes e futuras aos leitores originais do livro. (2) A segunda parte (9—14) contém dois blocos de profecias apocalípticas. Cada um deles é introduzido pela expressão: “Peso da palavra do Senhor” (9.1;12.1). O primeiro “peso” (9.1—11.17) inclui promessa de salvação messiânica para Israel, e revela que o Pastor-Messias, que levaria a efeito tal salvação, seria primeiramente rejeitado e ferido (11.4-17; cf. 13.7). O “peso” (12.1—14.21) focaliza a restauração e conversão de Israel. DEUS prediz que Israel pranteará por causa do próprio DEUS “a quem traspassaram” (12.10). Naquele dia, uma fonte será aberta à casa de Davi para a purificação do pecado (13.1); então Israel dirá: “O Senhor é meu DEUS” (13.9). E o Messias reinará como Rei sobre Jerusalém (cap. 14). Seis aspectos básicos caracterizam o livro de Zacarias. (1) É o mais messiânico dos livros do AT, em virtude de suas muitas referências ao Messias, que ocorrem em seus catorze capítulos. Somente Isaías, com seus sessenta e seis capítulos, contém mais profecias a respeito do Messias do que Zacarias. (2) Entre os profetas menores, possui ele as profecias mais específicas e compreensíveis a respeito dos eventos que marcarão o final dos tempos. (3) Representa a harmonização mais bem sucedida entre os ofícios sacerdotal e profético em toda a história de Israel. (4) Mais do que qualquer outro livro do AT, suas visões e linguagem altamente simbólicas assemelham-se aos livros apocalípticos de Daniel e Apocalipse. (5) Revela um exemplo notável de ironia divina ao prever a traição do Messias por trinta moedas de prata, tratando-as como “esse belo preço em que fui avaliado por eles” (11.13). (6) A profecia de Zacarias a respeito do Messias no capítulo 14, como o grande Rei-guerreiro reinando sobre Jerusalém, é uma das que mais inspiram reverente temor em todo o AT[d]. O Livro de Zacarias ante o NT Há uma aplicação profunda de Zacarias no NT. A harmonização da vida pessoal de Zacarias, entre os aspectos sacerdotal e profético pode ter contribuído para o ensino do NT de que Cristo é tanto sacerdote quanto profeta. Além disso, Zacarias profetizou a respeito da morte expiatória de Cristo pelas mãos dos judeus, que, no fim dos tempos, levá-los-á a prantearem-no, arrependerem-se e serem salvos (12.10—13.9; Rm 11.25-27). Mas a contribuição mais importante de Zacarias diz respeito a suas numerosas profecias concernentes a Cristo. Os escritores do NT citam-nas, declarando que foram cumpridas em Jesus Cristo. Entre elas estão:
(1) Ele virá de modo humilde e modesto (9.9; 13.7; Mt 21.5; 26.31, 56);
(2) Ele restaurará Israel pelo sangue do seu concerto (9.11; Mc 14.24);
(3) será Pastor das ovelhas de Deus que ficaram dispersas e desgarradas (10.2; Mt 9.36);
(4) será traído e rejeitado (11.12,13; Mt 26.15; 27.9,10);
(5) será traspassado e abatido (12.10; 13.7; Mt 24.30; 26.31, 56);
(6) voltará em glória para livrar Israel de seus inimigos (14.1-6; Mt 25.31; Ap 19.15);
(7) reinará como Rei em paz e retidão (9.9,10; 14.9,16; Rm 14.17; Ap 11.15); e
(8) estabelecerá seu reino glorioso para sempre sobre todas as nações (14.6-19; Ap 11.15; 21.24-26; 22.1-5).

SINOPSE DO TÓPICO (I)
Os oráculos do livro de Zacarias são apocalípticos. O assunto central é o surgimento do Messias de Israel.

II. PROMESSA DE RESTAURAÇÃO

1. Sião. A chave para a plena restauração de Israel é a volta de DEUS a Sião. Pois indica a ocasião em que CRISTO voltará, em glória, para implantar o seu reino sobre as nações. Nesta ocasião, a presença divina fará de Jerusalém a cidade da verdade e da fidelidade. E o monte do Senhor será santo, i.e., separado à sua adoração. Este capítulo cita dez bênçãos que hão de acompanhar o reino de DEUS na terra. Cada descrição começa com a expressão: "Assim diz o Senhor". Tzion (ציון "cume", em árabe صهيون Ṣuhyūn) originalmente era o nome dado especificamente à fortaleza jebusita próxima da atual Jerusalém, que foi conquistada por Davi. A fortaleza original ficava na colina a sudeste de Jerusalém, chamada de monte Tzion, aportuguesado para Sião. Sião é um termo arcaico que se refere originalmente à secção de Jerusalém que pela definição bíblica é a cidade de David. Após a morte do rei David, o termo Sião passou a se referir ao monte em Jerusalém, o Monte Sião, onde se encontrava o Templo de Salomão. Mais tarde, Sião passou a se referir ao próprio templo e aos terrenos do templo. Depois disso, Sião foi usado para simbolizar Jerusalém e a terra prometida. Sião seria uma adequação geofônica, do idioma hebraico para o Português, referente ao nome de um acidente geográfico mencionado na Bíblia que ficava no centro de Jerusalém [e].
2. O zelo do Senhor (8.2). Quando usada a respeito de Deus, essa palavra descreve a sua paixão pelo seu santo nome, um zelo que exige a devoção exclusiva de seu povo. Ela é usada quando essa reivindicação é ameaçada por outras deidades (DT 6.15; Js 24.19) O amor de Deus estava por trás da escolha de Jerusalém e da nação de Israel como sua possessão particular. Este amor, no entanto, não era para ser desfrutado somente pelos israelitas; teria de alcançar todas as nações. Deus quer abençoar todas as famílias da terra através de Abraão e seus descendentes (ver Gn 12.3). Deus empregara nações pagãs para executar seus juízos contra Jerusalém (Is 10.5,6; Hc 1.6). Tais nações, porém, na sua cobiça por riquezas e poder, tinham ido longe demais. Mas, agora, seriam julgadas por Deus em consequência de sua orgulhosa autossuficiência.
3. Restauração de Jerusalém. O livro de Zacarias trata da restauração espiritual do povo de Israel e da sua cidade capital, Jerusalém – não só no tempo de Zacarias, mas, mais especìficamente no tempo do fim, depois da vinda do Messias. Descreve também os julgamentos de Deus sobre os Seus inimigos, e torna-se claro que eles são também os inimigos de Israel. “No oitavo mês do segundo ano de Dario, a palavra do SENHOR falou a Zacarias…” (1.1). Este verso revela a ocasião, a fonte divina e o agente humano que agiu no chamamento inicial ao arrependimento. O dia específico do oitavo mês, que começou em 27 de Outubro de 520 a.C., é significativo, pois o profeta judaico datou a sua profecia de acordo com o reino de um monarca gentio. Isto constituiu lembrança a todos os ouvintes de Zacarias, que o tempo dos gentios estava em curso, e que nenhum descendente de David estava no trono em Jerusalém. Ainda mais, Zacarias, ao escutar a palavra de Deus, foi apenas a pessoa que pronunciou esta profecia e não a sua fonte (2Pd 1.21). Como profeta, ele era simplesmente um servo e um enviado, chamado e ungido para levar ao povo a palavra de Deus.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
A restauração de Jerusalém é uma promessa futura, pois quando ela tornar-se uma “cidade de verdade [...] monte de santidade”, a promessa será cumprida.

III. O REINO MESSIÂNICO

1. A pergunta pela paz. Depois da volta de Cristo e da destruição do anticristo e dos seus exércitos (cf. Ap 19), os sobreviventes das nações virão anualmente a Jerusalém por ocasião da Festa dos Tabernáculos a fim de adorar o Rei Messias, o Senhor Jesus. Os sobreviventes serão provavelmente, em sua maioria, civis que permanecerão na sua pátria e aceitarão a Cristo como Senhor.
2. A paz universal.Virão muitos povos... buscar... o Senhor” (8.22). Haverá alegria incomparável quando os gentios reunirem-se aos judeus na busca ao Senhor em Jerusalém, pois Ele estará ali (ver Ez 48.35). Retrata-se, neste ponto, o cumprimento final da promessa concernente à aliança com Abraão, no sentido de que os gentios -seriam trazidos ao Senhor (Gn 12.3; Gl 3.8,26-29).
3. A orla da veste de um judeu (8.23). Em Mateus 9.20-22 encontramos uma história curiosa de uma mulher com fluxo de sangue que recebeu uma cura, tocando simplesmente às roupas de Jesus. "Certa mulher, que há doze anos padecia de um fluxo de sangue, chegou por detrás dele e tocou a orla do seu manto. Ela dizia consigo: "Se eu tão somente tocar o seu manto, ficarei sã". Jesus, voltando-se e vendo-a, disse: Tem bom ânimo filha, a tua fé te salvou". E desde aquele momento a mulher ficou sã". Em Marcos temos a continuação dessa história... "Jesus, conhecendo que de si mesmo saíra poder voltou-se na multidão, e perguntou: "Quem tocou nas minhas vestes?" Respondeu-lhes os discípulos: "Vês que a multidão te aperta e dizes: Quem me tocou? (Mc 5.30-31). Numa outra passagem, Jesus chega à cidade de Genesaré à beira do Mar da Galiléia. Os homens da cidade o reconheceram e: "Correndo toda a terra em redor começaram a trazer os enfermos em leitos ao lugar onde ouviam que Ele estava. Onde quer que Ele entrava, em cidades, aldeias ou campos, colocavam os enfermos nas praças. Rogavam-lhe que ao menos os deixasse tocar na orla da sua veste, e todos os que a tocavam saravam-se" (Mc 6.53-56). Qual é a significância da orla das vestes de Jesus? Na primeira leitura parece uma prática fora do comum. Porém, assim que entendemos a significância da "orla" das vestes de alguém, estas passagens têm muito mais sentido. Quando traduzimos a palavra "orla" aprendemos que se refere as FRANJAS (chamado Tzitziot em hebraico), que ficam obrigatoriamente nos quatro cantos das vestes de todo homem judeu, de acordo com as instruções de Deus: "Disse o Senhor a Moisés: "Fala aos filhos de Israel e dize-lhes que, por todas as suas gerações, façam franjas nas bordas das vestes, e ponham nas bordas das vestes um cordão azul. Tereis essas franjas para que, vendo-as, vos lembreis de todos os mandamentos do Senhor, para os cumprirdes, e não correrdes após o vosso coração, nem após os vossos olhos, após os quais andais adulterando. Então vos lembrareis de cumprir todos os meus mandamentos, e sereis consagrados ao vosso Deus. Eu sou o Senhor vosso Deus..." (Nm 15.37-41a). Estas franjas serviam para trazer à memória a todo homem judeu da sua responsabilidade de cumprir os mandamentos de Deus. Porque elas estavam penduradas nas quatro bordas de suas vestes, em plena vista de todos, inclusive de si mesmo, seriam uma lembrança constante. Até hoje, podemos ver estas franjas penduradas no lado de fora, sobre os cintos dos homens judeus religiosos. Eles vestem uma camiseta com quatro cantos e puxam as franjas para o lado de fora. Estas franjas também estão amarradas em 613 nós para que se lembrassem constantemente das 613 leis de Moisés, das quais 248 são proibições e 365 são afirmações[f].

SINOPSE DO TÓPICO (III)
O Reino Messiânico é o período onde todo o mundo desfrutará da verdadeira paz do Messias de Israel.

CONCLUSÃO

O livro de Zacarias chama a atenção pelo seu alto teor escatológico. Ele transcende os limites da situação do momento, dos problemas de sua época, para falar da restauração final, permanente. Em seu ofício ele trata de temas referentes ao início de uma era escotológica final e à organização da comunidade escatológica. Deus deseja adoração sincera e vida moral de nós hoje. O exemplo de Zacarias de romper com preconceitos nacionais nos lembra que devemos alcançar todas as áreas da nossa sociedade. Devemos estender o convite de Deus de salvação às pessoas de todas as origens nacionais, línguas, raças e culturas. Elas precisam saber que a salvação está disponível apenas através do sangue derramado de Jesus Cristo na cruz, o qual morreu em nosso lugar para expiar o pecado. Entretanto, se rejeitarmos esse sacrifício, não há um outro sacrifício pelo qual possamos ser reconciliados com Deus. Não há outro nome debaixo do céu pelo qual importa que sejamos salvos (At 4.12). Não há tempo a perder, hoje é o dia da salvação (2Co 6.2).
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Recife, PE
Novembro de 2012,
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere.


EXERCÍCIOS
1. Qual o assunto do livro de Zacarias?
R. O Messias de Israel.
2. Cite três profecias de Zacarias cumpridas em Jesus.
R. Zc 9.9 cf. Mt 21.15; 11.13 cf. Mt 27.9,10; 12.10 cf. Jo 10.37.
3. Como o zelo de Jeová por Sião e Jerusalém é manifestado em Zacarias 8.3?
R. “Voltarei para Sião e habitarei no meio de Jerusalém” (8.3a).
4. Como se chama o reino de Cristo de mil anos?
R. Reino Messiânico ou Milênio.
5. O que significa pegar na veste de um judeu em Zacarias 8.23?
R. Indica o desejo e o anseio do mundo gentio em desfrutar as bênçãos e os privilégios de Israel.


NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;

- Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

OBRAS CONSULTADAS:
[a] -.
Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001. P. 740;
[b] -.http://www.priberam.pt/dlpo/;
[c] -.
http://www.bibliaonline.net/dicionario/?acao=pesquisar&procurar=messias&exata=on&link=bol&lang=pt-BR;
[d] -. http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao12-dpm-4tr12-zacarias-oreinadomessianico.htm;
[e] -. http://pt.wikipedia.org/wiki/Si%C3%A3o;
[f] -. http://www1.uol.com.br/biblia/revista/edicao6/franjas.htm;

-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-.
HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-. SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-. ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009.

Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/, na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.

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Francisco de Assis Barbosa