TEXTO
PRINCIPAL
“Assim veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da
madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta.” (Jr 1.4,5).
ENTENDA O TEXTO PRINCIPAL:
👉
O livro de Jeremias narra o ministério profético de um homem chamado por Deus
em meio a uma das épocas mais turbulentas da história de Judá. Jeremias exerceu
seu ministério entre 627 a.C. e 586 a.C., período que culminou na queda de
Jerusalém e no exílio babilônico. O capítulo 1 é uma narrativa de chamado
profético, semelhante a outras vocações bíblicas (cf. Êx 3 com Moisés; Is 6 com
Isaías). Aqui, Deus mostra que Jeremias não foi escolhido por acaso, mas
separado desde antes do nascimento. Antes que eu te formasse (בְּטֶרֶם אֲצָרְךָ
– beterem atsarekha). O verbo yatsar
significa "formar, modelar", usado em Gn 2.7 para a criação do homem.
Indica que Deus é o oleiro soberano que molda Jeremias no ventre. Eu te
conheci, (יְדַעְתִּיךָ – yeda‘tikha). O verbo yada‘ vai além de um simples saber
intelectual. Significa conhecer em intimidade, amor e propósito. É o mesmo
termo usado em Amós 3.2 ("De todas as famílias da terra somente a vós vos
conheci"). Deus não apenas sabia da existência de Jeremias, mas o amava e
se relacionava com ele em eleição soberana. Te santifiquei, (הִקְדַּשְׁתִּיךָ – hiqdashtikha). O verbo qadash significa
"separar para uso santo". Antes de nascer, Jeremias já estava
destinado ao serviço sagrado, apartado para Deus. Te dei às nações por profeta,
(נָבִיא לַגּוֹיִם נְתַתִּיךָ
– navi laggoyim netatikha). O verbo
natan ("dar") expressa entrega de uma missão. Jeremias não era
profeta apenas para Judá, mas para os povos (goyim), indicando o caráter
universal do seu ministério. O v.4 apresenta a fórmula clássica: “Veio a mim a
palavra do SENHOR”, típica das narrativas proféticas (cf. Ez 1.3; Os 1.1). Isso
confere autoridade divina: a vocação não nasce da iniciativa humana, mas da
revelação de Deus. O v.5 mostra uma progressão em quatro movimentos:
Conhecimento
(eu te conheci) → identidade em Deus.
Formação
(eu te formei) → soberania criadora.
Santificação
(eu te separei) → propósito santo.
Comissionamento
(eu te dei por profeta) → missão definida.
Vemos nitidamente aqui a soberania de
Deus na eleição: Jeremias não escolheu ser profeta; foi escolhido antes de
nascer. Isso ecoa textos como Ef 1.4 ("nos escolheu nele antes da fundação
do mundo").
Também é visível a dignidade da vida
no ventre: A pessoa já é conhecida por Deus desde a formação embrionária,
revelando valor e propósito da vida humana.
Entendemos também que, a Vocação e
missão são divinas, não humanas: A autoridade profética de Jeremias não vinha
de talento pessoal, mas do chamado divino.
Por fim, a Universalidade da mensagem:
Embora Jeremias fosse profeta em Judá, Deus o levantou “às nações”, apontando
para o caráter missionário do plano divino.
Deus nos conhece intimamente; Assim
como Jeremias, cada cristão é amado, conhecido e chamado por Deus desde o
ventre (Sl 139.13-16).
Nossa identidade precede nossa ação;
Primeiro Deus diz "eu te conheci", depois "eu te dei". O
ser precede o fazer: quem somos em Cristo define o que fazemos para Ele.
O chamado de Deus é maior que nossas
limitações; Jeremias se achava incapaz (v.6), mas Deus já havia separado e
comissionado. O chamado não depende de nossa força, mas do poder do Espírito.
Jeremias 1.4-5 revela um Deus
soberano que conhece, forma, santifica e envia. A vocação profética não nasce
do acaso, mas da eternidade. Assim, o texto é tanto um consolo (somos
conhecidos e amados por Deus) quanto um desafio (somos separados para cumprir
uma missão). Em suma, Jeremias não foi apenas um homem do seu tempo, mas um
instrumento de Deus para todas as nações — e seu chamado ecoa em nós, lembrando
que nossa vida já tem propósito no coração do Criador.
RESUMO DA
LIÇÃO
Jeremias foi escolhido e separado para exercer o
ministério profético desde o ventre de sua mãe.
ENTENDA O RESUMO DA LIÇÃO:
👉
Antes mesmo de Jeremias ver a luz do dia, o Deus eterno já o havia moldado no
ventre, conhecido em amor, separado como santo e investido de autoridade
profética, não por mérito humano, mas pela eleição soberana que o destinou a
proclamar a Palavra divina às nações.
TEXTO
BÍBLICO
Jeremias 1.1-10.
1. Palavras
de Jeremias, filho de Hilquias, dos sacerdotes que estavam em Anatote, na terra
de Benjamim.
👉
Anatote. Uma cidade no
território de Benjamim, 4,5 km ao norte de Jerusalém, designada aos levitas
(cf. Js 21.10), onde Abiatar havia morado em certa ocasião (1 Rs 2.26).
2. A
ele veio a palavra do SENHOR, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá,
no décimo terceiro ano de seu reinado.
👉
nos dias
de.
O ministério de Jeremias estendeu-se por pelo menos cinco décadas — desde os
dias do rei Josias (a partir do 13º ano do seu reinado, c. 627 a.C.) até os
dias do último rei de Judá, Zedequias, em seu último ano (586 a.C.).
3. E
lhe veio também os dias de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, até ao fim
do ano undécimo de Zedequias, filho de Josias, rei de Judá. até que Jerusalém
foi levada em cativeiro no quinto mês.
👉
quinto
mês.
Os conquistadores babilônios começaram a deportar os judeus para o cativeiro no
mês hebraico de abe (julho-agosto), em 586 a.C. (52.12; 2Rs 25.ÍÍ-1 I), pouco
depois de terem entrado em Jerusalém, no dia nove do quarto mês (39.2; 52.6).
4. Assim
veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
5. Antes
que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te
santifiquei e às nações te dei por profeta.
👉
Antes que
eu te formasse...
Não se trata de reencarnação; trata-se do conhecimento total que Deus tinha de
Jeremias e do seu plano soberano para a vida dele antes que ele fosse concebido
(cf. a percepção semelhante de Paulo, Gl 1.15).
6. Então,
disse eu: Ah! Senhor JEOVÁ! Eis que não sei falar; porque sou uma criança.
👉
A resposta
de Jeremias aponta para a sua incapacidade e a sua inexperiência. Se, em 626
a.C. ele ainda era um jovem com : idade entre 20-25 anos, ele estaria com 60-65
anos em 586 a.C., quando Jerusalém caiu (cap. 39) e entre 85-90 anos se ele
viveu até I a época de 52.31.34 (c. 561 a.C.).
7. Mas
o SENHOR me disse: Não digas: Eu sou uma criança, porque, aonde quer que eu te
enviar, irás: e tudo quanto te mandar dirás.
👉
O poder por
trás do ministério de Jeremias era a presença e a provisão de Deus (cf. 2Co
3.5).
8. Não
temas diante deles, porque eu sou contigo para te livrar, diz o SENHOR.
• 👉
Não
temas (אַל־תִּירָא – ’al-tira), Expressão enfática de encorajamento,
usada em várias teofanias e vocações (cf. Gn 15.1; Js 1.9). Não é mero conselho
psicológico, mas ordem baseada na presença de Deus. Diante deles (מִפְּנֵיהֶם – mippeneihem), Literal: “diante da face deles”.
Jeremias enfrentaria rostos hostis, olhares de desprezo, julgamentos humanos.
Deus garante que o “rosto dos homens” não poderia sobrepujar o “rosto de Deus”.
Eu
sou contigo (כִּי־אִתְּךָ־אֲנִי – ki ’itkha ’ani) Fórmula da presença divina, o mesmo
encorajamento dado a Moisés (Êx 3.12) e a Josué (Js 1.5). A segurança do
profeta não está em si mesmo, mas em Emmanuel, o Deus presente. Para
te livrar (לְהַצִּלֶךָ – lehatsilekha) Verbo natsal, “arrancar, salvar,
libertar”. Indica intervenção ativa de Deus contra perigos reais, não apenas
promessa de alívio emocional.
9. E
estendeu o SENHOR a mão, tocou-me na boca e disse-me o SENHOR: Eis que ponho as
minhas palavras na tua boca.
👉
na tua
boca as minhas palavras. Deus o usou como o seu porta-voz para proclamar a sua
mensagem (15.19); assim, a resposta adequada era receber a palavra de Deus
{15.16J.
10. Olha,
ponho-te neste dia sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares, e para
derribares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e
para plantares.
👉
te
constituo sobre.
Visto que Deus falava por meio de jeremias, a mensagem tinha autoridade divina.
Este
ministério nasceu de um chamado:
Levar
a Palavra de Deus a todos: GRÁTIS, SEM BARREIRAS.
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INTRODUÇÃO
Neste trimestre, estudaremos a
respeito da pessoa e do ministério do profeta Jeremias. Na lição deste domingo,
veremos como se deu o chamado dele, a natureza do seu ministério e da sua
mensagem, o conteúdo, os efeitos e desdobramentos da mensagem daquele que foi
denominado de “profeta chorão”.
Esta lição reafirma a importância do
chamado divino e a fidelidade do Senhor em cumprir sua Palavra e em guardar os
seus escolhidos.
👉 É hora de mergulhar na história de
um dos profetas mais intrigantes e, ao mesmo tempo, complexos do Antigo
Testamento. Esqueça tudo o que você ouviu sobre clichês e prepare-se para ser
impactado pela vida de Jeremias. No decorrer deste trimestre, o Blog Auxílio ao
Mestre vai te ajudar a desvendar não apenas os eventos que marcaram o
ministério, mas também a profundidade da mensagem e a razão pela qual Jeremias
se tornou conhecido como o "profeta chorão". O que podemos aprender
com um homem que, mesmo em meio à dor e ao desespero, permaneceu fiel à sua
vocação? A resposta vai muito além do que imaginamos.
A lição deste domingo,
especificamente, nos convida a uma reflexão profunda sobre o chamado divino e a
natureza do nosso próprio serviço a Deus. Assim como Jeremias, o Senhor nos
chama para uma missão, e a fidelidade dele em nos capacitar e guardar é
inegável. Mas o chamado de Jeremias não foi fácil. Ele nasceu em uma família
sacerdotal em Anatote, uma aldeia nos arredores de Jerusalém, e recebeu sua
primeira revelação em um momento turbulento da história de Judá. O Senhor o
escolheu para ser uma voz de alerta e juízo, para confrontar a apostasia do seu
povo, que estava mergulhado na idolatria e nas injustiças sociais, se afastando
cada vez mais do pacto com Deus. O termo hebraico para “chamado” (קָרָא - qara’) tem o sentido de “convocar” ou “designar”, e no caso de Jeremias, essa convocação não era apenas um convite, mas uma imposição divina
para uma missão árdua, que exigiria dele uma obediência radical, mesmo que isso
custasse sua reputação, liberdade e até sua vida. Essa natureza desafiadora do
chamado de Jeremias nos leva a uma primeira e poderosa reflexão: a vida cristã
não é um mar de rosas. Muitos de nós, talvez, fomos ensinados que a vida com
Deus seria isenta de desafios e dificuldades, mas a história de Jeremias nos
mostra o oposto. Sua mensagem era radical e desconfortável, e por isso ele foi
perseguido, preso, e marginalizado, mesmo sendo um profeta de Deus. Essa
realidade nos confronta: estamos dispostos a obedecer a Deus, mesmo que isso
nos custe o nosso conforto e aprovação social? O escritor pentecostal Douglas
Oss nos lembra que a verdadeira fé se manifesta na perseverança em meio à
adversidade. A mensagem de Jeremias não era apenas sobre o fim de uma era, mas
sobre a importância do arrependimento e da conversão genuína, um convite ao
povo para que voltasse ao coração de Deus, antes que fosse tarde demais. Esse
chamado ao arrependimento é o cerne da sua mensagem, e a teologia por trás
disso é fascinante. O comentarista do trimestre, Elias Torralbo (Diretor
Executivo da FAESP – Faculdade Evangélica de São Paulo), no livro de apoio que
usaremos, “Exortação, Arrependimento e Esperança”, explica que o termo hebraico
para arrependimento, šûḇ (שׁוּב),
significa literalmente “voltar” ou “retornar”. Em Jeremias, essa palavra não se refere apenas a uma mudança de mente, mas a uma reversão completa do curso de vida, uma
volta a Deus em obediência
e fidelidade. A mensagem de Jeremias, portanto, não é meramente um aviso de
juízo, mas um chamado à esperança, que só pode ser encontrada em um verdadeiro
retorno a Deus. Ele clamava por um arrependimento que fosse profundo e
transformador, que afetasse a vida pessoal e a estrutura social da nação.
Ainda, essa profundidade teológica de
Jeremias nos desafia a olhar para as nossas próprias vidas e igrejas. Quantas
vezes o nosso chamado se torna uma busca por glória pessoal, em vez de um
serviço humilde ao Reino? A Bíblia de Estudo Pentecostal destaca que Jeremias
não buscava aplausos, mas a fidelidade à voz do Senhor. A verdadeira
autenticidade do nosso serviço não está em ter um ministério popular, mas em
ter um coração submisso ao que Deus nos pede.
Finalmente, a fidelidade de Deus em
guardar seus escolhidos é uma das maiores verdades que podemos extrair da vida
de Jeremias. Embora ele tenha sofrido, Deus o sustentou. As perseguições não
foram capazes de calar a voz do profeta, pois a Palavra de Deus em seus lábios
era como fogo. Como o pastor Antônio Gilberto nos ensina, a Palavra de Deus é
viva e eficaz, e ela não volta vazia. A vida de Jeremias é uma prova de que a
fidelidade de Deus não se baseia na perfeição do mensageiro, mas na soberania
de quem o chamou. E isso deve nos dar a confiança para sermos fiéis, mesmo que
o caminho seja solitário e a mensagem pareça difícil de ser ouvida.
Que a nossa reflexão neste trimestre
seja mais do que um estudo sobre a vida de um profeta, mas uma jornada de
autoavaliação, onde nos perguntemos: estamos dispostos a pagar o preço da
obediência? Estamos buscando um arrependimento genuíno que nos faça voltar para
Deus? E, acima de tudo, temos a confiança de que o Deus que nos chamou é o
mesmo que nos guarda e nos capacita, mesmo nas circunstâncias mais difíceis? A
vida de Jeremias nos convida a um novo nível de compromisso e fidelidade, a uma
vida que realmente se move em direção a Deus.
Referências
Bibliográficas
Bíblia
de Estudo Pentecostal. Tradução João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida.
Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
Bíblia
de Estudo MacArthur. Tradução Almeida Revista e Atualizada. Barueri: Sociedade
Bíblica do Brasil, 2010.
CHAMPLIN,
Russell Norman. Comentário Bíblico Champlin. São Paulo: Hagnos, 2011.
FEE,
Gordon D.; STAMPS, Donald C. (Eds.). Bíblia de Estudo Pentecostal. Tradução
João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
GILBERTO,
Antônio. Manual da Escola Bíblica Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
KEENER,
Craig S.; USRY, Glenn. O Comentário do Conhecimento. Rio de Janeiro: CPAD,
2018.
TORRALBO,
Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança (Livro de Apoio Jovens). Rio de
Janeiro: CPAD, 2024.
YONG,
Amos; MENZIES, Robert P.; ARRINGTON, French L.; PALMA, Anthony D. Comentário
Bíblico Beacon. São Paulo: CPAD, 2005.
I. A NATUREZA DO CHAMADO DE JEREMIAS
1. A pessoa de Jeremias. A vida e o ministério de Jeremias são partes
de uma mesma história (Jr 1.5). Ele nasceu em uma família de sacerdotes, na
cidade de Anatote, nordeste de Jerusalém. A maioria dos estudiosos defende que
o seu nascimento se deu entre 650 e 645 a.C. dentro do contexto da reforma
espiritual dos dias do rei Josias (Jr 1.2).
Jeremias é o profeta que mais expõe a
sua humanidade e, consequentemente, a sua personalidade. Seu sofrimento expôs a
sua sensibilidade e a sua personalidade introspectiva, mas não anulou a sua
força, franqueza e sinceridade na entrega das mensagens (Jr 11.18-23;
26.16-18). O exercício ministerial exigiu de Jeremias uma atitude de renúncia.
👉 Muitas vezes, olhamos para os
grandes heróis da Bíblia e os imaginamos como pessoas super-humanas, imunes à
dor, à dúvida ou ao medo. Esquecemos que, antes de serem usados por Deus, eles
eram gente como a gente. E talvez nenhum profeta nos lembre disso mais do que
Jeremias. Sua vida e ministério são um só enredo, uma história de humanidade
exposta em sua forma mais crua, e é exatamente por isso que podemos nos
conectar com ele de uma forma tão profunda. O primeiro ponto a entender sobre
Jeremias é que seu chamado não foi um evento isolado, mas parte de uma história
que começou antes mesmo dele nascer. Em Jeremias 1.5, Deus revela: "Antes
que te formasse no ventre, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te
santifiquei; às nações te dei por profeta." Esta declaração não é apenas
uma bênção, mas uma revelação teológica poderosa: a presciência divina e o
chamado soberano de Deus. O termo hebraico para “conhecer” (yada') aqui não
significa apenas um conhecimento intelectual, mas um relacionamento pessoal e
íntimo, um propósito estabelecido antes do tempo. Jeremias não escolheu ser
profeta, ele foi escolhido. Ele foi separado para uma missão específica desde o
ventre materno, algo que nos mostra que a vocação de Deus para nossas vidas não
é fruto de uma decisão humana, mas de um plano divino. E essa escolha divina
aconteceu em um momento crucial da história de Judá. Jeremias nasceu em
Anatote, uma cidade sacerdotal, provavelmente entre 650 e 645 a.C., durante a
ascensão do rei Josias. Esse contexto histórico é fundamental. Josias
empreendeu uma reforma espiritual, tentando purificar Judá da idolatria e dos pecados
de reis anteriores. Mas essa reforma, como se viu depois, não foi suficiente
para mudar o coração do povo. A missão de Jeremias era justamente confrontar
essa fé superficial, essa religiosidade que não produzia frutos de
arrependimento. O pastor Antônio Gilberto, em suas obras, nos lembra que a
verdadeira fé precisa ir além das aparências, e a mensagem de Jeremias era um
chamado para um arrependimento genuíno e profundo. O que mais nos toca em
Jeremias é a sua vulnerabilidade. Ao contrário de outros profetas, ele não
escondia suas dores, suas angústias e seus medos. Jeremias expôs a sua alma de
uma forma que nos permite enxergar a pessoa por trás do profeta. Sua
personalidade introspectiva e sua sensibilidade, frequentemente confundidas com
fraqueza, na verdade, expõem a sua incrível força e sinceridade. Ele não tinha
medo de ser honesto com Deus e com o seu povo. A Bíblia de Estudo Pentecostal
ressalta que Jeremias foi o profeta que mais expressou sua humanidade. Sua dor,
suas lágrimas e suas queixas eram um reflexo do amor que ele sentia pelo seu
povo e da agonia que a desobediência deles lhe causava.
Essa vulnerabilidade de Jeremias, no
entanto, não anulou a força e a franqueza de sua mensagem. Mesmo sendo um homem
sensível, ele não cedeu à tentação de suavizar as palavras de Deus. Em Jeremias
11.18-23 e 26.16-18, vemos a sua coragem em confrontar líderes e sacerdotes que
conspiravam contra ele. O Comentário Bíblico Beacon destaca que a sua franqueza
era um testemunho da sua lealdade a Deus, mesmo quando a verdade era impopular
e trazia perseguição. E aqui está a lição mais poderosa para nós: o chamado de
Deus exige renúncia e coragem, mesmo que isso signifique ir contra a maré. Isso
nos leva a um ponto crucial para nossas vidas hoje. O nosso chamado, seja ele
qual for no Reino de Deus, vai nos exigir renúncia. Assim como Jeremias
precisou abrir mão de sua reputação, de sua segurança e de sua liberdade para
ser fiel a Deus, nós também seremos chamados a renunciar a coisas que amamos
para cumprir o nosso propósito. Elias Torralbo (Diretor Executivo da FAESP –
Faculdade Evangélica de São Paulo) nos faz refletir que a verdadeira esperança
vem de um arrependimento que nos leva a viver uma vida de sacrifício e
obediência. Não há atalhos para um ministério frutífero. A vida de Jeremias nos
ensina que a autenticidade e a profundidade de um chamado são forjadas no fogo
da renúncia. Que a vida de Jeremias nos inspire a viver o nosso chamado com
sinceridade, mesmo que isso exponha as nossas fragilidades. Que possamos ter a
coragem de ser quem somos, sem medo de ser vulneráveis, mas também sem ceder um
milímetro em relação à verdade da Palavra de Deus. Que o nosso coração seja tão
quebrantado pelo pecado do nosso povo, que a nossa sensibilidade se torne uma
fonte de força para proclamar a mensagem de esperança e arrependimento, mesmo
que o mundo nos chame de "chorões".
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal. Tradução João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida.
Rio de Janeiro: CPAD, 1995.Bíblia de Estudo MacArthur. Tradução Almeida Revista
e Atualizada. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.
CHAMPLIN,
Russell Norman. Comentário Bíblico Champlin. São Paulo: Hagnos, 2011.
FEE,
Gordon D.; STAMPS, Donald C. (Eds.). Bíblia de Estudo Pentecostal. Tradução
João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
GILBERTO,
Antônio. Manual da Escola Bíblica Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
KEENER,
Craig S.; USRY, Glenn. O Comentário do Conhecimento. Rio de Janeiro: CPAD,
2018.
TORRALBO,
Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança (Livro de Apoio Jovens). Rio de
Janeiro: CPAD, 2024.
YONG,
Amos; MENZIES, Robert P.; ARRINGTON, French L.; PALMA, Anthony D. Comentário
Bíblico Beacon. São Paulo: CPAD, 2005.
2. A vida de Jeremias. A relação de Deus com Jeremias não começou a
partir de seu chamado, mas remonta a um período no qual o profeta não tinha
consciência de sua própria existência (Jr 1.5). Deus conhecia Jeremias antes
que o formasse. A consciência da soberania do Eterno inibiria o profeta de
apresentar quaisquer possíveis obstáculos para atender o seu chamado, afinal, Ele
conhecia todas as suas limitações. A consagração de Jeremias ocorreu antes de
seu nascimento. Antes que os seus pais tomassem alguma decisão sobre o futuro
dele, Deus já o havia separado para profeta. A vida de Jeremias pertencia a
Deus, por isso ele foi enviado “às nações por profeta”.
👉 Ouvimos muitas vezes que o nosso
chamado vem de Deus, mas a profundidade dessa verdade, na maioria das vezes,
escapa ao nosso entendimento. A história de Jeremias nos convida a mergulhar em
uma teologia do chamado que é, ao mesmo tempo, confortante e desafiadora. O
chamado de Deus não é um evento que se inicia quando nós decidimos responder,
mas é um plano que Ele já tinha para nós antes mesmo de nosso nascimento,
revelando a Sua soberania sobre cada vida. Em Jeremias 1.5, encontramos uma das
declarações mais poderosas de todo o Antigo Testamento. A Bíblia de Estudo
Pentecostal sublinha que essa passagem não é apenas uma bela promessa, mas a
revelação da presciência e da soberania de Deus. Na teologia bíblica, ele significa um conhecimento
pessoal, íntimo,
um relacionamento estabelecido e um propósito definido. Deus não apenas sabia que Jeremias existiria, Ele o
escolheu e o separou para um propósito específico, um ato de consagração que
aconteceu antes de qualquer decisão humana. Essa verdade nos confronta
diretamente: a nossa existência não é um acidente, nem o nosso futuro é um
acaso. A Bíbia de Estudo MacArthur ressalta que essa soberania de Deus sobre a
vida de Jeremias inibia qualquer desculpa que o profeta pudesse apresentar para
não atender ao chamado. Deus já conhecia todas as suas limitações e fraquezas,
e, mesmo assim, o escolheu. O Senhor não nos chama por causa da nossa
capacidade, mas nos capacita para a missão que Ele nos deu. Como o Comentário Bíblico
Beacon nos ensina, a nossa consagração a Deus, no plano divino, precede a nossa
consciência e até as decisões dos nossos pais. A vida de Jeremias pertencia a
Deus, e é por isso que ele foi enviado como profeta "às nações". Ele
não era dono de si mesmo, mas um instrumento nas mãos do Eterno. A aplicação
prática dessa teologia do chamado é profunda e transformadora. Se Deus já nos
conhecia e nos separou antes de nosso nascimento, isso significa que a nossa
vida não é nossa. Essa é uma verdade que pode gerar um impacto emocional forte
e nos levar a refletir sobre a nossa condição espiritual hoje. Quantos de nós
vivemos como se fôssemos donos do nosso próprio destino, tomando decisões
baseadas apenas em nossas vontades e não na vontade de Deus? O pastor Antônio
Gilberto nos adverte que a ausência de um senso de propósito divino é a causa
de muitas vidas sem rumo e sem sentido. A história de Jeremias nos convida a
entregar a nossa vida completamente a Deus, reconhecendo que Ele tem um plano
perfeito para nós, um plano que vai muito além dos nossos sonhos e ambições. Elias
Torralbo (Diretor Executivo da FAESP – Faculdade Evangélica de São Paulo) nos
lembra que o verdadeiro arrependimento, o šûḇ
hebraico, é
a volta para o lugar de onde nunca deveríamos ter saído: a vontade de Deus. E a maior demonstração de que voltamos para Ele é a nossa rendição total ao seu chamado. Não podemos viver uma vida de fé e
obediência se ainda seguramos as rédeas do nosso próprio destino.
Que a vida de Jeremias nos sirva de
gatilho para uma profunda reflexão: estamos realmente vivendo a vida que Deus
planejou para nós? Estamos dispostos a renunciar aos nossos planos para abraçar
os dEle? Lembre-se, o mesmo Deus que conheceu Jeremias no ventre de sua mãe,
conhece você. E Ele tem um propósito poderoso para a sua vida, se você estiver
disposto a se entregar por completo a Ele.
Referências
Bibliográficas
Bíblia
de Estudo Pentecostal. Tradução João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida.
Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
Bíblia
de Estudo MacArthur. Tradução Almeida Revista e Atualizada. Barueri: Sociedade
Bíblica do Brasil, 2010.
CHAMPLIN,
Russell Norman. Comentário Bíblico Champlin. São Paulo: Hagnos, 2011.
FEE,
Gordon D.; STAMPS, Donald C. (Eds.). Bíblia de Estudo Pentecostal. Tradução João
Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
GILBERTO,
Antônio. Manual da Escola Bíblica Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
KEENER,
Craig S.; USRY, Glenn. O Comentário do Conhecimento. Rio de Janeiro: CPAD,
2018.
TORRALBO,
Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança (Livro de Apoio Jovens). Rio de
Janeiro: CPAD, 2024.
YONG,
Amos; MENZIES, Robert P.; ARRINGTON, French L.; PALMA, Anthony D. Comentário
Bíblico Beacon. São Paulo: CPAD, 2005.
3. O ministério de Jeremias. Ele nasceu com o propósito de honrar a Deus,
representando-o diante do povo (Jr 1.5,7,10,17,18). Os profetas eram levantados
pelo Senhor e tinham o dever de transmitir a sua mensagem ao povo com
fidelidade. Essa era a sua principal missão, distinguindo assim o verdadeiro
profeta do falso (Jr 14.14; 23.16,26,30).
No caso de Jeremias, vemos que as
expressões “Disse-me o Senhor” e “Ouvi a palavra do Senhor” são recorrentes ao
longo de todo o livro e, juntas, refletem a dinâmica do seu ministério.
Jeremias recebia a mensagem do próprio Deus e a entregava ao povo que, quase
sempre, a rejeitava. Com a rejeição da mensagem veio também as perseguições e a
tristeza, causando-lhe grande sofrimento. No entanto, quanto mais sofria, mais
se aproximava de Deus, conhecendo-o melhor e aprimorando ainda mais o exercício
de seu ministério (15.10-21; 17.5-10).
A vida e o ministério de Jeremias
evidenciam a soberania de Deus em suas escolhas e na execução de seu propósito
na vida de alguém, conforme Ele mesmo disse: “E pelejarão contra ti, mas não
prevalecerão contra ti; porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te livrar”
(1.19).
👉 No cerne do ministério de Jeremias,
encontramos uma verdade poderosa: a vida dele era inteiramente dedicada a
honrar a Deus e a representar Sua voz diante de um povo rebelde. Desde o
início, em Jeremias 1.5, 7, 10, 17 e 18, fica claro que o Senhor o levantou com
um propósito muito bem definido. A principal missão de um profeta verdadeiro,
como o pastor Antônio Gilberto nos ensina, não é prever o futuro ou agradar as
pessoas, mas sim transmitir a mensagem de Deus com total fidelidade. Jeremias
se encaixava perfeitamente nessa definição, e sua vida se tornou um poderoso
testemunho dessa missão. Ao longo de todo o livro, expressões como “Disse-me o
Senhor” e “Ouvi a palavra do Senhor” aparecem repetidamente. Essas frases não
são apenas um detalhe literário, mas a própria essência da dinâmica do
ministério de Jeremias. O verbo hebraico dabar (דָּבַר),
traduzido como “dizer” ou “falar”, aponta para uma comunicação direta, uma revelação divina que
não pode ser adulterada. O profeta não falava de si mesmo, mas era o canal pelo
qual a Palavra de Deus fluía. A Bíblia de Estudo MacArthur destaca que essa
fidelidade à Palavra era o que distinguia Jeremias dos falsos profetas, que
anunciavam o que o povo queria ouvir, sem terem recebido qualquer mensagem de
Deus (Jeremias 14.14, 23.16, 26, 30). No entanto, a fidelidade de Jeremias não
lhe garantiu uma vida fácil. Pelo contrário, sua obediência à Palavra de Deus o
levou a uma vida de sofrimento. Ele entregou a mensagem, mas o povo a rejeitou.
E com a rejeição, vieram a perseguição, o isolamento e uma profunda tristeza
que o acompanhou por grande parte de seu ministério. O Comentário Bíblico
Champlin observa que a dor de Jeremias era um reflexo da dor de Deus pelo
pecado de Seu povo. Ele sentia a angústia divina de forma pessoal. Mas aqui
está a beleza e a profundidade de sua história: quanto mais Jeremias sofria,
mais ele se aproximava de Deus. Em Jeremias 15.10-21 e 17.5-10, vemos um
profeta que, em meio à dor, aprofunda sua comunhão com o Senhor, conhecendo-o
de forma ainda mais íntima e fortalecendo seu ministério. É um paradoxo
poderoso: a perseguição que o mundo pensou que o destruiria, na verdade, o
fortaleceu. O livro de Elias Torralbo (Diretor Executivo da FAESP – Faculdade
Evangélica de São Paulo), “Exortação, Arrependimento e Esperança”, nos lembra
que o sofrimento, quando vivido com Deus, tem o poder de nos purificar e nos
levar a uma dependência ainda maior Dele. A dor se torna um caminho para a
santidade. Esse é um chamado direto para a autoavaliação, tanto individual
quanto nas nossas igrejas. Muitas vezes, em nossa busca por sucesso e
popularidade, evitamos a dor e a confrontação. A vida de Jeremias nos força a
perguntar: Estamos dispostos a ser fiéis à Palavra de Deus, mesmo que isso
signifique perder amigos, seguidores ou até mesmo sermos marginalizados? A
Bíblia de Estudo Pentecostal nos lembra que a verdadeira medida de um
ministério não é o seu alcance, mas a sua fidelidade. E, por fim, a vida e o
ministério de Jeremias são um poderoso testemunho da soberania de Deus. O
Senhor não o abandonou, mesmo quando a situação parecia sem esperança. A
promessa de Jeremias 1.19, "E pelejarão contra ti, mas não prevalecerão
contra ti; porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te livrar", não era
uma garantia de que ele não sofreria, mas uma garantia de que Deus estaria com
ele em cada passo do caminho. Que essa promessa poderosa atinja o seu coração
hoje e te dê a coragem de ser fiel ao seu chamado, sabendo que a sua vida está
nas mãos do Deus soberano, que não te abandonará.
Referências
Bibliográficas
Bíblia
de Estudo Pentecostal. Tradução João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida.
Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
Bíblia
de Estudo MacArthur. Tradução Almeida Revista e Atualizada. Barueri: Sociedade
Bíblica do Brasil, 2010.
CHAMPLIN,
Russell Norman. Comentário Bíblico Champlin. São Paulo: Hagnos, 2011.
FEE,
Gordon D.; STAMPS, Donald C. (Eds.). Bíblia de Estudo Pentecostal. Tradução
João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
GILBERTO,
Antônio. Manual da Escola Bíblica Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
KEENER,
Craig S.; USRY, Glenn. O Comentário do Conhecimento. Rio de Janeiro: CPAD,
2018.
TORRALBO,
Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança (Livro de Apoio Jovens). Rio de
Janeiro: CPAD, 2024.
YONG,
Amos; MENZIES, Robert P.; ARRINGTON, French L.; PALMA, Anthony D. Comentário
Bíblico Beacon. São Paulo: CPAD, 2005.
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SUBSÍDIO I
Professor(a), explique que “Jeremias
foi chamado (isto é, nomeado, encarregado, investido, conscientizado do seu
propósito) por Deus para ser um profeta — um porta-voz a respeito dos planos e
propósitos futuros de Deus para o seu povo. A mensagem de Jeremias e o seu
ministério estavam voltados ao reino do sul, Judá (separada do reino do norte,
de Israel, por volta de 930 a.C., veja 2Rs 12—14; 2Cr 10.11). O ministério de
Jeremias abrangeu os últimos 40 anos da história de Judá, incluindo o período
imediatamente anterior e posterior à destruição de Jerusalém, e à deportação do
seu povo à Babilônia (627-586 a.C.). Ele serviu durante os reinados de Josias,
Joacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias. Durante a maior parte desse período, a
nação estava se rebelando contra Deus e confiando em alianças políticas com
outras nações, visando a sua segurança e proteção de seus inimigos. Jeremias
incentivou o povo a se arrepender — a se afastar de seus próprios caminhos
desafiadores e a renovar a sua devoção a Deus —, advertindo-os de que
certamente sofreriam punição por rejeitar a Deus e sua Lei. Devido à sua
mensagem e à sua devoção ao Senhor, Jeremias sofreu grande oposição e muito
sofrimento pelas mãos de seus concidadãos e da liderança da nação”. (Extraído
de Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD,
2023, p.909).
II. A MENSAGEM DE JEREMIAS
1. Os dias de Jeremias. O profeta desempenhou o seu ministério
durante um dos períodos mais sombrios da história de Judá. Jerusalém foi
destruída pelo exército babilônico como juízo de Deus, fruto da má escolha do
povo em trocar o Senhor, “manancial de águas vivas” por “cisternas rotas, que
não retém águas” (Jr 2.13).
Historicamente, os profetas surgiam
em épocas de apostasia em que o povo se afastava de Deus. Eles eram usados pelo
Senhor para advertência, renovação da esperança e de chamado ao arrependimento,
a fim de evitar o juízo divino.
Nos dias de Jeremias, Judá buscava
pelos seus ídolos e a mancha do pecado era tão grande e profunda que não tinham
como removê-la (2.20-35). Ninguém poderia salvá-los ou livrá-los da situação em
que se encontravam. O povo estava em profunda rebeldia contra Deus e foi
chamado a um concerto. O contexto da sociedade em que viveu o profeta Jeremias
era difícil.
👉 É difícil imaginar um cenário mais
sombrio do que o que Jeremias presenciou. Ele viveu o ministério dele em meio a
uma das eras mais turbulentas da história de Judá. O que aconteceu com o povo
de Deus? O que os levou a um ponto de não retorno, resultando na destruição de
Jerusalém pelo exército babilônico? A resposta, amado leitor, não está apenas
na história, mas na teologia por trás dela. A tragédia foi o resultado de uma
má escolha: o povo abandonou o “manancial de águas vivas” para construir
“cisternas rotas, que não retêm águas” (Jr 2.13). Essa metáfora de Jeremias é
de uma profundidade teológica fascinante. O termo hebraico para “manancial”
(ma’yan) representa uma fonte de água natural, pura e inesgotável. É uma figura
do próprio Deus, que é a fonte de toda a vida e sustento. Já as “cisternas”
(bo’r) eram reservatórios escavados na rocha para armazenar a água da chuva, e
as “rotas” (nashbar) indicam que elas estavam rachadas, incapazes de reter a
água. A Bíblia de Estudo Pentecostal ressalta que essa imagem é um retrato vivo
da apostasia de Judá: eles abandonaram a fonte da vida por algo que eles mesmos
construíram, algo que era quebrado e inútil. Isso não é apenas uma descrição
histórica, mas um poderoso alerta para a nossa própria fé. Historicamente, os
profetas eram a resposta de Deus à apostasia. Eles surgiam em momentos de
crise, quando o povo se afastava da aliança, para serem a voz de Deus. A missão
deles era clara: trazer uma palavra de advertência, renovar a esperança e,
principalmente, fazer um chamado urgente ao arrependimento. O pastor Antônio
Gilberto, em seu Manual da Escola Bíblica Dominical, nos ensina que a função
profética era restauradora, buscando evitar o juízo divino através do retorno a
Deus. No entanto, o cenário nos dias de Jeremias era extremamente desafiador. A
idolatria havia enraizado de tal forma que a mancha do pecado era, humanamente,
impossível de ser removida (Jr 2.20-35). A teologia por trás dessa rebeldia é o
que nos causa mais impacto. O povo de Judá estava em uma condição de rebelião
tão profunda que, segundo o Comentário Bíblico Champlin, a sua idolatria havia
se tornado um vício incontrolável. Eles haviam trocado a adoração a Deus por
cultos a Baal e a outros deuses, e o pecado deles estava marcado tão
profundamente que se tornara uma “segunda natureza”. Não havia sacrifício ou
rito que pudesse limpá-los. Essa rebelião era contra o próprio concerto de Deus
com o Seu povo, uma traição que exigia um juízo severo. Não havia um herói, um
rei ou um sacerdote que pudesse salvá-los da situação em que se encontravam. A
única solução era o arrependimento, o retorno (šûḇ)
a Deus, algo que Elias Torralbo (Diretor Executivo da FAESP – Faculdade
Evangélica de São Paulo) aborda com profundidade no livro de apoio “Exortação, Arrependimento e Esperança”. Essa realidade nos leva a uma profunda
autoavaliação. Vivemos em uma sociedade que, assim como a de Judá, tem trocado
o Deus vivo por cisternas rotas. A busca por sucesso, aprovação social e
prazeres momentâneos tem nos levado a um caminho de apostasia sutil, que
lentamente nos afasta do manancial de águas vivas. É uma rebeldia silenciosa,
que não se manifesta na adoração a ídolos de pedra, mas na adoração a ídolos
modernos, como o dinheiro, o poder e a fama. O nosso pecado, se não for
confrontado, pode se tornar tão enraizado que a nossa condição espiritual se
assemelhará a de Judá, sem esperança de retorno. Que a história dos dias de
Jeremias nos desperte para a urgência do arrependimento. Que olhemos para a
nossa vida, para a nossa igreja, e nos perguntemos: estamos bebendo do
manancial de águas vivas ou estamos tentando saciar a nossa sede em cisternas
rotas? A vida de Jeremias é uma prova de que a fidelidade a Deus, por mais
difícil que seja, é o único caminho para a vida verdadeira. O único caminho para
não sermos destruídos pelo juízo que virá.
Referências
Bibliográficas
Bíblia
de Estudo Pentecostal. Tradução João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida.
Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
Bíblia
de Estudo MacArthur. Tradução Almeida Revista e Atualizada. Barueri: Sociedade
Bíblica do Brasil, 2010.
CHAMPLIN,
Russell Norman. Comentário Bíblico Champlin. São Paulo: Hagnos, 2011.
FEE,
Gordon D.; STAMPS, Donald C. (Eds.). Bíblia de Estudo Pentecostal. Tradução
João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
GILBERTO,
Antônio. Manual da Escola Bíblica Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
KEENER,
Craig S.; USRY, Glenn. O Comentário do Conhecimento. Rio de Janeiro: CPAD,
2018.
TORRALBO,
Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança (Livro de Apoio Jovens). Rio de
Janeiro: CPAD, 2024.
YONG,
Amos; MENZIES, Robert P.; ARRINGTON, French L.; PALMA, Anthony D. Comentário
Bíblico Beacon. São Paulo: CPAD, 2005.
2. As duas visões de Jeremias. No momento de seu chamado, Jeremias recebeu
duas visões e cada uma com um significado segundo a missão para a qual fora
designado pelo Senhor (Jr 1.11,13). A primeira visão foi a de uma vara de
amendoeira (1.11). Amendoeira vem das expressões hebraicas shaqed (acordado) e shoqed (velar). Essa visão mostrou o
compromisso de Deus com sua Palavra e consolidou a certeza de que o ministério
de Jeremias sinalizaria que o Senhor estava acordado e atento às más obras do
povo (1.15-18). A segunda visão foi a de uma panela a ferver inclinada para o
norte, indicando a mensagem de juízo que Deus derramaria sobre o seu povo por
meio da invasão dos babilônios (1.13; 21.8-10). As mensagens de arrependimento
e juízo são características das mensagens de Jeremias. Podem ser encontradas em
toda a sua jornada profética (1.13-16; 4.5-8,13-22,27-31). As suas últimas
palavras foram de condenação em vista à apostasia daquele povo (43.8-13; 44).
Enquanto a primeira visão indicou o
caráter do ministério de Jeremias, a segunda apontou para o conteúdo da
mensagem a ser entregue.
👉 O chamado de Jeremias não veio
apenas em palavras, mas em imagens poderosas. Em um momento crucial, o Senhor
lhe deu duas visões que serviram como uma espécie de mapa do seu ministério. A
primeira revelou o caráter do seu chamado, e a segunda, o conteúdo da mensagem
que ele deveria entregar. O estudo dessas visões nos mostra a riqueza da
revelação divina e a seriedade do propósito de Deus para a vida de um profeta,
e, por extensão, para a nossa também. A primeira visão, em Jeremias 1.11, foi a
de uma vara de amendoeira. À primeira vista, pode parecer uma imagem simples,
mas a teologia por trás dela é surpreendente. A palavra hebraica para
amendoeira, shaqed (שָׁקֵד), é um jogo de palavras com a palavra shoqed (שֹׁקֵד), que significa “velar”, “estar acordado” ou “vigiar”. É como se Deus estivesse dizendo a Jeremias: “Assim
como a amendoeira é a primeira árvore a ‘acordar’ na primavera, Eu estou
acordado e atento para cumprir a Minha palavra”. A Bíblia de Estudo MacArthur
destaca que essa visão não era apenas um sinal, mas uma garantia da fidelidade
de Deus. O ministério de Jeremias seria a prova viva de que o Senhor estava
observando as más obras do povo e, com certeza, agiria para cumprir o que havia
prometido. A segunda visão, em Jeremias 1.13, foi ainda mais impactante: a de
uma panela a ferver, inclinada para o norte. Esta visão trazia uma mensagem de
juízo inevitável. A fumaça e o vapor da panela fervente simbolizavam o caos e a
destruição que viriam do norte, na forma dos exércitos babilônicos, que seriam
o instrumento de Deus para disciplinar seu povo por causa da idolatria e da
rebeldia. O Comentário Bíblico Beacon nos lembra que a imagem da panela
fervente não é apenas de juízo, mas também da intensa ira de Deus contra o
pecado, uma ira que se manifestaria através de um julgamento histórico e
visível. A direção "do norte" era um aviso claro da origem da
invasão. Essas duas visões, juntas, nos revelam o coração da mensagem profética
de Jeremias: um chamado ao arrependimento e uma advertência sobre o juízo
divino. Ele viveu e pregou uma mensagem que era, ao mesmo tempo, de esperança e
de condenação. Ele exortava o povo a se arrepender para que o juízo fosse
evitado, mas quando eles se recusavam, ele precisava anunciar a inevitabilidade
da punição. A Bíblia de Estudo Pentecostal ressalta que Jeremias não se desviou
dessa missão, mesmo que a mensagem fosse impopular e trouxesse sofrimento para
ele. Suas últimas palavras registradas, em Jeremias 43.8-13 e 44, foram de
condenação, demonstrando a gravidade da apostasia de Judá. Essas visões de
Jeremias nos forçam a olhar para a nossa própria vida. Você e eu, como servos
de Deus, também recebemos um chamado. E a nossa vida, assim como a de Jeremias,
deve ser um testemunho. O pastor Antônio Gilberto nos ensina que o nosso testemunho
deve refletir duas coisas: a fidelidade de Deus em cumprir Suas promessas,
assim como a vara de amendoeira, e a seriedade de Sua palavra, que traz juízo
sobre o pecado, assim como a panela fervente. O que a sua vida tem sinalizado?
O que a sua mensagem tem revelado? Estamos nós, como igreja, vivendo de forma
que mostramos ao mundo que Deus está "acordado" e que Ele se importa
com a nossa conduta? Ou estamos ignorando a "panela fervente",
acreditando que o juízo de Deus é apenas um mito do passado? Não podemos ter
esperança genuína sem um arrependimento verdadeiro. A vida e o ministério de
Jeremias são um convite para que nos tornemos instrumentos de Deus para
anunciar tanto a Sua fidelidade quanto a seriedade do Seu juízo.
Referências
Bibliográficas
Bíblia
de Estudo Pentecostal. Tradução João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida.
Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
Bíblia
de Estudo MacArthur. Tradução Almeida Revista e Atualizada. Barueri: Sociedade
Bíblica do Brasil, 2010.
CHAMPLIN,
Russell Norman. Comentário Bíblico Champlin. São Paulo: Hagnos, 2011.
FEE,
Gordon D.; STAMPS, Donald C. (Eds.). Bíblia de Estudo Pentecostal. Tradução
João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
GILBERTO,
Antônio. Manual da Escola Bíblica Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
KEENER,
Craig S.; USRY, Glenn. O Comentário do Conhecimento. Rio de Janeiro: CPAD,
2018.
TORRALBO,
Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança (Livro de Apoio Jovens). Rio de
Janeiro: CPAD, 2024.
YONG,
Amos; MENZIES, Robert P.; ARRINGTON, French L.; PALMA, Anthony D. Comentário
Bíblico Beacon. São Paulo: CPAD, 2005.
3. Destinatário e conteúdo da
mensagem de Jeremias. Jeremias foi enviado ao povo de
Judá, Reino do Sul, cuja capital era Jerusalém, embora, há momentos em que ele
é visto se dirigindo ao Reino do Norte, Israel, com a capital em Samaria (3.12;
31.2-6,15-22).
A mensagem de Jeremias foi entregue
com ênfase e grande amor (9.1). Seu conteúdo foi de oposição à apostasia e de
denúncia contra a ingratidão do povo diante de Deus (2.13,14; 5.20-25;
18.13-17). Ela também lembrou o povo a respeito do amor, da bondade e do
cuidado de Deus ao longo da história, na intenção de despertar o
arrependimento. A sua mensagem foi um apelo para que o povo se arrependesse e
voltasse para Deus (3.12,13,19-22; 4.1-9).
A mensagem de Jeremias revelava o
interesse de Deus em perdoar o seu povo, renovar a sua aliança e cumprir as
suas promessas feitas desde Abraão.
👉 A essência do ministério de Jeremias
pode ser resumida em uma palavra: paixão. Ele foi enviado primeiramente para o
povo de Judá, o Reino do Sul, com sua capital em Jerusalém. Mas sua voz não se
calava, e, em momentos de profunda angústia e esperança, ele se dirigiu até
mesmo ao Reino do Norte, Israel (Jr 3.12, 31.2-6, 15-22). O que o movia? Um
amor incondicional pelo seu povo, um amor que se expressava de duas maneiras:
uma denúncia incisiva da apostasia e um apelo apaixonado ao arrependimento. Jeremias
não era apenas um mensageiro do juízo; ele era um homem cujo coração chorava
por sua nação. Em Jeremias 9.1, ele expressa essa dor de forma comovente:
"Ah! se a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos numa fonte de
lágrimas, eu choraria de dia e de noite os mortos da filha do meu povo." A
Bíblia de Estudo MacArthur destaca que essa expressão não é um simples lamento,
mas um reflexo da profunda tristeza de Deus pelo pecado e pela ingratidão de
Seu povo. Jeremias não se opunha à apostasia por uma questão de doutrina, mas
porque ele via o que ela fazia com o povo que ele tanto amava. Ele denunciava a
ingratidão deles por abandonarem a Deus, a fonte de vida, por "cisternas
rotas" (Jr 2.13-14), e os confrontava com a dureza de coração que os impedia
de reconhecer o Senhor em suas vidas (Jr 5.20-25). A mensagem de Jeremias,
porém, não se limitava à condenação. Ela era recheada de amor e de um lembrete
constante da bondade de Deus. Ele não denunciava sem antes recordar. Ele trazia
à memória do povo o amor, a paciência e a misericórdia de Deus ao longo de sua
história, com a intenção de despertar neles o arrependimento. Elias Torralbo
(Diretor Executivo da FAESP – Faculdade Evangélica de São Paulo), em seu livro
de apoio "Exortação, Arrependimento e Esperança", explica que a
esperança só pode nascer de um arrependimento genuíno. E Jeremias sabia disso.
Seu apelo para que o povo voltasse a Deus (Jr 3.12-13, 19-22; 4.1-9) era a sua
maior demonstração de amor, o seu último esforço para que a nação não sofresse
o juízo final. Esse é um dos pontos mais profundos da teologia de Jeremias: a
esperança de redenção. Mesmo em meio a tanto pecado, a mensagem do profeta
revelava o eterno interesse de Deus em perdoar Seu povo, renovar a aliança e
cumprir as promessas que Ele fez desde o tempo de Abraão. Deus não estava
interessado em vingança, mas em restauração. A Bíblia de Estudo Pentecostal
sublinha que a visão de Jeremias não era apenas para a destruição de Judá, mas
para a restauração futura, a Nova Aliança, que seria estabelecida não em tábuas
de pedra, mas no coração do povo (Jr 31.31-34). Essa mensagem de Jeremias nos
provoca uma reflexão profunda. Nossas vidas, nosso ministério e nossas igrejas
estão refletindo esse mesmo amor apaixonado de Deus? Estamos dispostos a denunciar
o pecado com clareza, mas também a lembrar as pessoas do amor e da bondade de
Deus, oferecendo-lhes um caminho de arrependimento? É fácil apontar o erro, mas
é muito mais difícil fazê-lo com um coração que chora e com uma mensagem que
aponta para a esperança. Que possamos ser, como Jeremias, profetas que
denunciam o pecado, mas que o fazem com um amor que busca a restauração e um
apelo que leva ao arrependimento.
Referências
Bibliográficas
Bíblia
de Estudo Pentecostal. Tradução João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida.
Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
Bíblia
de Estudo MacArthur. Tradução Almeida Revista e Atualizada. Barueri: Sociedade
Bíblica do Brasil, 2010.
CHAMPLIN,
Russell Norman. Comentário Bíblico Champlin. São Paulo: Hagnos, 2011.
FEE,
Gordon D.; STAMPS, Donald C. (Eds.). Bíblia de Estudo Pentecostal. Tradução
João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
GILBERTO,
Antônio. Manual da Escola Bíblica Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
KEENER,
Craig S.; USRY, Glenn. O Comentário do Conhecimento. Rio de Janeiro: CPAD,
2018.
TORRALBO,
Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança (Livro de Apoio Jovens). Rio de
Janeiro: CPAD, 2024.
YONG,
Amos; MENZIES, Robert P.; ARRINGTON, French L.; PALMA, Anthony D. Comentário
Bíblico Beacon. São Paulo: CPAD, 2005.
SUBSÍDIO II
“Antes que Jeremias nascesse, Deus já
havia determinado que ele seria um profeta. Da mesma maneira como Deus tinha um
plano para a vida de Jeremias, também tem um plano específico para cada pessoa.
O seu objetivo é que nós vivamos em conformidade com tais planos, permitindo
que Ele cumpra os seus propósitos em nós, e por nosso intermédio. Como
aconteceu com Jeremias, a vida em conformidade com o plano de Deus pode
envolver dificuldades e sofrimentos. Independentemente do que encontramos
quando seguimos a Deus, Ele sempre opera para o nosso maior bem (Rm 8.28).
Jeremias era um jovem, na época em
que Deus revelou o seu plano, deixando o rapaz ciente da missão de sua vida:
transmitir uma difícil mensagem de Deus. A princípio, Jeremias sentiu intensa
ansiedade e temor, diante da impressionante ideia e responsabilidade de transmitir
a palavra de Deus aos líderes de Judá (v.7). Deus respondeu às preocupações de
Jeremias, prometendo estar com ele e capacitá-lo para o seu propósito, que fora
ordenado pelo próprio Deus.
O Senhor assegura a Jeremias que a
sua mensagem profética seria inspirada por Deus. A mensagem viria diretamente
do Senhor, e o que Jeremias falasse seria exatamente o que Deus desejava que
ele falasse. Literalmente, as palavras de Jeremias seriam as palavras de Deus
(cf. Rm 10.8). Plenamente convencido disto, Jeremias nunca fez concessões,
nunca recuou nem tentou modificar o significado da mensagem de Deus para o
povo.” (Extraído de Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio
de Janeiro: CPAD, 2023, p.909).
III. A MENSAGEM DE JEREMIAS E OS SEUS EFEITOS
1. A resposta do povo. Toda mensagem divina é um chamado e requer
uma resposta dos que a ouvem. Diante da mensagem de Jeremias, o povo foi
indiferente e maldoso, vindo, inclusive a persegui-lo. Ao convidar o povo a
andar nos caminhos do Senhor e a ouvir as suas palavras, a resposta foi: Não
andaremos e não escutaremos (6.16,17). O povo ainda maquinou o mal contra o
mensageiro, conforme Jeremias 18.18: “[...] vinde, e maquinemos projetos contra
Jeremias [...]; vinde, e firamo-lo com a língua e não escutemos nenhuma das suas
palavras”. Esta é uma pequena amostra do tratamento que deram a Jeremias e à
sua mensagem. Esse comportamento do povo levou o profeta a um profundo
sofrimento (20.7).
👉 Toda palavra de Deus é um convite
que exige uma resposta. É assim desde o Éden. E quando o Senhor levantou
Jeremias para ser Sua voz, Ele sabia que a reação do povo de Judá diria mais
sobre o coração deles do que qualquer rito religioso ou sacrifício vazio. A
mensagem de Jeremias era um chamado urgente à vida, mas a resposta que ele
recebeu não foi de arrependimento, e sim de uma hostilidade fria e brutal. Eles
não apenas rejeitaram a Palavra; eles se voltaram contra o mensageiro. Essa
reação é um estudo da rebelião humana em sua forma mais crua. Em Jeremias 6.16
e 17, o profeta, agindo como um guia, aponta para o caminho antigo, o "bom
caminho", e clama: "Andai por ele e achareis descanso para a vossa
alma." Mas a resposta do povo é direta, dura e teologicamente devastadora:
"Não andaremos." O termo hebraico para “não escutaremos” (lo’
nishma’) é uma declaração de desobediência consciente e deliberada. Eles não
apenas se recusaram a ouvir com os ouvidos, mas se recusaram a obedecer com o
coração. O Comentário Bíblico Beacon aponta que essa rejeição não era por falta
de clareza na mensagem, mas por uma decisão voluntária e teimosamente
pecaminosa. A hostilidade do povo foi ainda mais longe. Eles planejaram o mal
contra Jeremias. Em Jeremias 18.18, eles dizem: “Vinde, e maquinemos projetos
contra Jeremias; [...] vinde, e firamo-lo com a língua, e não escutemos nenhuma
das suas palavras.” A expressão “firamo-lo com a língua” é um gatilho emocional
fortíssimo. Ela não se refere a uma agressão física, mas a um tipo de violência
muito mais sutil e destrutiva: a mentira, a calúnia, a difamação. Eles estavam
determinados a assassinar o caráter de Jeremias, a desacreditá-lo diante de
todos, para que sua mensagem perdesse qualquer poder. O Dr Craig S. Keener (professor
titular e professor Ada Thompson de Estudos Bíblicos no Seminário Teológico de
Asbury), nos lembra que essa tática é a mais antiga arma de Satanás para
silenciar a verdade. O resultado de toda essa rejeição e perseguição foi um
profundo sofrimento para o profeta. Em Jeremias 20.7, ele desabafa:
“Persuadiste-me, ó Senhor, e persuadido fiquei; mais forte foste do que eu, e
prevaleceste; sirvo de escárnio todo o dia, cada um zomba de mim.” Seu
sofrimento não era apenas físico, mas uma dor da alma que vinha da solidão de
sua missão e da rejeição de sua própria gente. O Professor Frank D. Macchia,
D.Theol., DD, em seus estudos sobre o Espírito Santo, ressalta que essa dor de
Jeremias é uma prévia da dor de Cristo. A vida do profeta se tornou um retrato
vivo do sofrimento do Messias, que seria desprezado e rejeitado pelos Seus. Essa
realidade nos confronta hoje. A mensagem do evangelho, assim como a de
Jeremias, é um chamado à rendição, ao arrependimento e à obediência. Ela exige
uma resposta. E a pergunta que a vida de Jeremias nos faz é: qual tem sido a
nossa resposta? O nosso coração tem dito “não andaremos”, ou estamos dispostos
a enfrentar o caminho que Deus nos mostra, mesmo que ele seja difícil e
impopular? O pastor Elias Torralbo (Diretor Executivo da FAESP – Faculdade
Evangélica de São Paulo), no livro de apoio, nos lembra que o arrependimento
não é uma emoção, mas uma decisão de virar as costas para o pecado e voltar-se
para Deus, uma decisão que a maioria do povo de Judá se recusou a tomar. Ainda
hoje, o evangelho é uma mensagem que exige uma resposta. E, assim como nos dias
de Jeremias, essa resposta se manifesta em como tratamos o mensageiro e a
mensagem. A perseguição, a calúnia e a indiferença que o povo de Judá impôs a
Jeremias são a mesma violência que o mundo de hoje impõe àqueles que ousam ser
a voz de Deus. Que a história de Jeremias nos inspire a ter coragem de ser
fiéis e a amar a Palavra de Deus a ponto de não negociarmos a sua verdade, por
mais dura que seja a resposta dos que a ouvem.
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal. Tradução João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida.
Rio de Janeiro: CPAD, 1995.Bíblia de Estudo MacArthur. Tradução Almeida Revista
e Atualizada. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.
CHAMPLIN,
Russell Norman. Comentário Bíblico Champlin. São Paulo: Hagnos, 2011.
FEE,
Gordon D.; STAMPS, Donald C. (Eds.). Bíblia de Estudo Pentecostal. Tradução
João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
GILBERTO,
Antônio. Manual da Escola Bíblica Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
KEENER,
Craig S.; USRY, Glenn. O Comentário do Conhecimento. Rio de Janeiro: CPAD,
2018.
TORRALBO,
Elias. Exortação, Arrependimento e Esperança (Livro de Apoio Jovens). Rio de
Janeiro: CPAD, 2024.
YONG,
Amos; MENZIES, Robert P.; ARRINGTON, French L.; PALMA, Anthony D. Comentário
Bíblico Beacon. São Paulo: CPAD, 2005.
2. O sofrimento de Jeremias. A humanidade e as limitações de Jeremias
podem ser observadas em seu sofrimento ao longo de sua trajetória. O sofrimento
do profeta se manifestou, externamente, na perseguição de seus inimigos (Jr
20.1-3) e nas dúvidas provocadas pela injustiça e a maldade humana. Jeremias
teve de lidar com a solidão, a dor permanente e com dúvidas profundas. Contudo,
ele sempre clamou por amparo e contou com a direção e o cuidado constantes de
Deus (15.15-21). O sofrimento é parte inevitável da vida de um crente fiel e
tem um papel pedagógico, contribuindo com uma vida cristã mais madura (Rm 5.3),
repleta da esperança eterna (2Co 4.16-18). Timóteo foi convidado a sofrer com o
apóstolo Paulo na condição de bom soldado de Cristo (2Tm 2.3). A adversidade
permite o amadurecimento da fé em Deus e consolida as bases do ministério
cristão.
👉 Quando pensamos em Jeremias, a primeira imagem que
nos vem à mente é a do "profeta das lágrimas". Mas a verdade é que
seu sofrimento foi muito mais do que mera tristeza. A vida dele nos revela algo
essencial sobre a nossa própria caminhada com Deus: a humanidade e suas limitações
não são um obstáculo para o chamado divino. Na realidade, o Senhor muitas vezes
usa a fragilidade para nos forjar. Jeremias foi um homem de carne e osso, com
sentimentos, medos e dúvidas, e é exatamente por isso que sua história nos
conecta de forma tão profunda. Seu sofrimento não foi um acidente, mas parte
intrínseca de seu ministério. As perseguições que Jeremias enfrentou não eram
apenas ameaças externas; elas impactavam sua alma de forma devastadora. Ele foi
preso, posto no tronco e confrontado com a hostilidade de seu próprio povo e
até de sua família (Jr 12.6). O profeta clamou a Deus em meio à dor,
questionando a justiça divina diante da prosperidade dos ímpios (Jr 12.1-3). Em
hebraico, o livro de Jeremias nos mostra o termo "tôcahath", que significa
repreensão, mas também "argumento" ou "protesto". Ele não
se calava, e sua honestidade brutal com Deus é um exemplo para nós. Em sua
solidão e dor, ele aprendeu a descansar na promessa de Deus, que se manifestou
em seu favor, como vemos em Jeremias 15.15-21. A trajetória de Jeremias nos
ensina que o sofrimento não é um castigo, mas uma ferramenta pedagógica nas
mãos de Deus. O apóstolo Paulo, em Romanos 5.3, nos lembra que "o
sofrimento produz perseverança". Essa perseverança (em grego, hupomonē)
não é uma passividade resignada, mas uma paciência ativa e resiliente que nos
mantém firmes na fé. É por meio das adversidades que a nossa fé é testada e
amadurece. Como afirmou o Dr Douglas Oss (teólogo e professor norte-americano
das Assembleias de Deus), o sofrimento nos molda e nos capacita para um
ministério mais eficaz, pois passamos a consolar outros com o mesmo consolo que
recebemos de Cristo. O sofrimento, visto sob a perspectiva bíblica, é um
convite para o serviço. Lembre-se da exortação de Paulo a Timóteo: "Participa
dos meus sofrimentos, como bom soldado de Cristo Jesus" (2Tm 2.3). Ser um
"bom soldado" (kalos stratiōtēs) implica em ter a disciplina, a
lealdade e a disposição de suportar as privações pelo bem da missão. O chamado
para a vida cristã não é para uma jornada sem dor, mas para uma jornada com
propósito, onde as dificuldades nos preparam para a glória. O teólogo Anthony
D. Palma (pastor ordenado pelas Assembleias de Deus norte-americana. É mestre
em Divindade pelo New York Theological Seminary e doutor em Teologia (Th. D.))
aponta que esse tipo de sofrimento nos une de forma mais profunda a Cristo e
aos seus propósitos, tornando-nos participantes de Sua paixão. A adversidade
tem o poder de purificar nossa fé e solidificar as bases de nosso ministério. O
pastor Elias Torralbo (Diretor Executivo da FAESP – Faculdade Evangélica de São
Paulo) (Diretor Executivo da FAESP – Faculdade Evangélica de São Paulo), em seu
livro Exortação, Arrependimento e Esperança, enfatiza que as provações são um
convite para a reflexão e o arrependimento, realinhando nosso coração com a
vontade de Deus. O sofrimento de Jeremias não o afastou de sua missão; pelo
contrário, o refinou, tornando-o um vaso mais puro para a glória de Deus. As
"dúvidas profundas" que ele sentiu eram, na verdade, os alicerces
para uma fé ainda mais inabalável. Como você tem encarado o sofrimento? Ele tem
sido um motivo de murmuração ou uma oportunidade para se aproximar de Deus? O
sofrimento não é o fim da linha, mas uma ponte para um nível mais profundo de
comunhão com o Senhor. Lembre-se das palavras de Paulo em 2 Coríntios 4.16-18,
que nos convidam a fixar os olhos não nas aflições presentes, mas na glória
eterna que elas estão produzindo em nós. Jeremias, em sua dor, nos ensina que o
choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã, e essa alegria é
sustentada pela presença constante e fiel de Deus. Que o exemplo de Jeremias
nos inspire a abraçar as adversidades com esperança e a edificar nossa fé sobre
o alicerce firme do caráter de Deus.
Referências
Bibliográficas
Bíblia
de Estudo Pentecostal. (2006). Rio de Janeiro: CPAD.
Bíblia
de Estudo MacArthur. (2010). Barueri: SBB.
Comentário
Bíblico Beacon: Jeremias e Lamentações. (2005). Rio de Janeiro: CPAD.
Comentário
Bíblico Champlin: Gênesis a Rute. (2001). São Paulo: Hagnos.
Torralbo,
E. (2023). Exortação, Arrependimento e Esperança. Rio de Janeiro: CPAD.
Fee,
G. D., & Menzies, R. P. (2009). Poder do Espírito: Teologia do Novo
Testamento. Rio de Janeiro: CPAD.
Keener,
C. S., & Us, D. (2019). Obras do Espírito no Novo Testamento. Rio de
Janeiro: CPAD.
Macchia,
F. D., & Arrington, F. L. (2006). The Theology of the Holy Spirit.
Nashville: Thomas Nelson.
Yong,
A. (2017). The Spirit Poured Out. Grand Rapids: Eerdmans.
Palma,
A. D. (2001). The Spirit: A Biblical-Theological Exposition of the Holy Spirit.
Grand Rapids: Baker Academic.
Gilberto,
A. (2006). Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD.
3. O cumprimento das profecias de
Jeremias. Jeremias chorou pela condição
espiritual do povo de seus dias (Jr 9.1), antecipando cerca de 600 anos o que
Jesus faria em seu ministério terreno (Lc 19.41). Ele falou a respeito da
tristeza de Deus pela condição espiritual de seu povo, sobre a iminente
destruição de Jerusalém e chamou o povo ao arrependimento. Pregar o
arrependimento era a principal missão do ministério de Jeremias (Jr 18.7-11).
Parte das profecias dele se cumpriram e parte delas ainda se cumprirão (Jr
33.14-18). O desejo do profeta, de que o povo se convertesse a Deus, será
cumprido (Jr 32.38-41).
👉 O ministério de Jeremias foi marcado
por uma profunda tristeza, mas essa tristeza não era um sentimento vazio. Ele
chorou pela condição espiritual do seu povo (Jr 9.1), um lamento tão visceral
que, séculos depois, ecoaria nas lágrimas de Jesus sobre Jerusalém (Lc 19.41).
Essa dor, no entanto, era mais que empatia humana; era o reflexo do próprio
coração de Deus, um Pai entristecido por ver Seus filhos se afastando da
verdade para abraçar a idolatria e a injustiça. A principal missão de Jeremias
não era apenas anunciar a destruição iminente. Seu chamado central, como vemos
em Jeremias 18.7-11, era pregar o arrependimento (em hebraico, shuv). Esse
verbo não significa apenas lamentar, mas voltar-se, mudar de rumo, retornar
para Deus. Jeremias foi um arauto dessa mensagem radical: a misericórdia de
Deus estava disponível, mas condicionada a uma mudança genuína de coração e de
vida. Ele alertava que a desobediência levaria à catástrofe, mas a obediência e
o arrependimento trariam redenção. O mais fascinante nas profecias de Jeremias
é sua dupla dimensão: elas se cumpriram de forma literal e, ao mesmo tempo,
apontam para uma realidade futura. A destruição de Jerusalém pelo exército
babilônico em 586 a.C. foi a concretização da porção punitiva de sua mensagem.
Mas, no meio desse desespero, havia uma luz de esperança. Em Jeremias 33.14-18,
o profeta olha para além da destruição e vislumbra o cumprimento de uma
promessa maior: a vinda de um Messias, a restauração do povo e a aliança
eterna. Esse é o ponto teológico crucial: as profecias de Jeremias não se
esgotam na história de Israel. A promessa de que o povo se converteria a Deus
(Jr 32.38-41) e de que o Senhor lhes daria um novo coração e um novo espírito
(Jr 31.33-34) encontra seu cumprimento definitivo na pessoa de Jesus Cristo e
na obra do Espírito Santo. O arrependimento que Jeremias pregava é o mesmo que
Jesus e os apóstolos exigiram. A nova aliança (em hebraico, berith hadashah),
anunciada em Jeremias 31.31-34, é estabelecida pelo sangue de Cristo e se
manifesta na Igreja, onde o Espírito escreve a lei de Deus não em tábuas de
pedra, mas em corações de carne. O coração de pedra que Jeremias via em seu
povo é uma realidade em cada um de nós antes que Cristo nos transforme. A
mensagem dele nos confronta: você tem se arrependido de forma superficial,
buscando apenas alívio para a culpa, ou tem buscado um verdadeiro retorno para
Deus? O anseio de Jeremias por um povo convertido é a mesma paixão de Cristo
por uma Igreja que vive em santidade e obediência. A história dele não é apenas
um registro do passado; é um chamado pastoral para que hoje, você e sua igreja
local, se voltem de todo o coração para o Senhor, vivendo a esperança gloriosa
da nova aliança.
Referências
Bibliográficas
Bíblia
de Estudo Pentecostal. (2006). Rio de Janeiro: CPAD.
Bíblia
de Estudo MacArthur. (2010). Barueri: SBB.
Torralbo,
E. (2023). Exortação, Arrependimento e Esperança. Rio de Janeiro: CPAD.
Keener,
C. S., & Us, D. (2019). Obras do Espírito no Novo Testamento. Rio de
Janeiro: CPAD.
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F. D., & Arrington, F. L. (2006). The Theology of the Holy Spirit.
Nashville: Thomas Nelson.
Yong,
A. (2017). The Spirit Poured Out. Grand Rapids: Eerdmans.
Palma,
A. D. (2001). The Spirit: A Biblical-Theological Exposition of the Holy Spirit.
Grand Rapids: Baker Academic.
Gilberto,
A. (2006). Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD.
SUBSÍDIO III
“A mensagem de Jeremias continha
elementos de advertência (sobre juízo) e esperança (para restauração). No
entanto, por causa do seu lugar na história de Judá, a mensagem de Jeremias se
concentrou principalmente em juízo e condenação. A nação corrupta de Israel
tinha que ser destruída antes que Deus pudesse reconstruí-la e restaurá-la à
sua glória anterior e ao seu lugar, no plano de Deus. O reino do norte, Israel,
já havia caído (diante dos assírios, em 722 a.C.) como resultado de sua
constante rebelião e do juízo de Deus. Agora Judá, o reino do sul, seguia rumo
a um desastre similar.
Na antiga nação de Israel, a
amendoeira era a primeira árvore a florescer na primavera. Esta visão indicava
duas coisas: (1) A palavra de Deus, proferida por intermédio de Jeremias, seria
cumprida rapidamente, e (2) o povo iria reconhecer que Deus estava vivo, ativo
e conduzindo o curso da história para cumprir os seus propósitos (compare com a
referência a vara de Arão, que produziu amêndoas, Nm 17.1-10).” (Extraído
de Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro:
CPAD, 2023, p.909).
CONCLUSÃO
Aprendemos a respeito do chamado
divino e da mensagem de Jeremias. A vida e o ministério deste profeta
evidenciam a soberania de Deus quanto à origem e ao propósito da vida.
Esta lição reafirma ainda o
compromisso de Deus com sua Palavra e com os que Ele chama para a sua obra.
👉 A vida de Jeremias é um lembrete
vívido de que nosso chamado não começa com nossas habilidades, mas com a
soberania de Deus. Antes mesmo que ele fosse formado no ventre de sua mãe, o
Senhor já o havia separado para ser profeta (Jr 1.5). Esta verdade é um eco da
nossa própria existência: não estamos aqui por acaso. Como Jeremias, somos
"chamados para fora" por um Deus que tem um propósito eterno para cada
um de nós. Sua vida e ministério evidenciam que a origem e o propósito de nossa
existência são encontrados unicamente nEle. A fidelidade de Deus à Sua Palavra
é a âncora de todo o ministério de Jeremias. Apesar do sofrimento, da rejeição
e das dúvidas, o profeta se manteve firme porque sabia que a Palavra de Deus
era viva e eficaz, e que ela se cumpriria, custasse o que custasse. O Senhor
prometeu estar com ele, e essa promessa se cumpriu. O mesmo acontece conosco.
Ele prometeu que estaria conosco "todos os dias, até a consumação dos
séculos" (Mt 28.20), e essa é a nossa garantia para persistir na obra do
Reino. A obra de Jeremias reafirma a paixão de Deus por Sua Palavra e Sua
fidelidade para com aqueles que Ele chama para a Sua obra. Portanto, a história
de Jeremias não é apenas um relato histórico. É um espelho que nos leva a uma
profunda reflexão: estamos dispostos a obedecer a Deus, mesmo que isso custe
nossa popularidade, conforto ou segurança? O ministério dele, cheio de lágrimas
e profecias cumpridas, nos convida a uma entrega radical e a uma confiança
inabalável na soberania de Deus.
Diante desta primeiríssima lição,
podemos extrair três Aplicações Práticas para a nossa Vida:
1. Reconheça seu chamado divino. Assim como Jeremias foi chamado antes de nascer,
sua vida tem um propósito que transcende o tempo. O seu chamado não é apenas
para uma profissão ou carreira, mas para uma vida que glorifica a Deus em tudo
o que você faz. Busque entender, em oração e leitura bíblica, como o Senhor
quer usar seus dons, talentos e até suas fraquezas para o Seu Reino.
2. Abrace o sofrimento com propósito. Jeremias nos ensina que o sofrimento não anula
nosso chamado, mas o aprofunda. As adversidades que você enfrenta hoje podem
ser o treinamento de Deus para algo maior no futuro. Não fuja da dor, mas
permita que ela o molde, purifique sua fé e o torne mais parecido com Cristo.
3. Confie na fidelidade da Palavra de Deus. Em um mundo de promessas vazias e verdades
relativas, a Palavra de Deus é a única rocha inabalável. O ministério de
Jeremias prova que as promessas de Deus se cumprem. Baseie sua vida e seu
ministério na autoridade da Bíblia, sabendo que tudo o que Deus prometeu, Ele
cumprirá.
Viva para a máxima glória do
Nome do Senhor Jesus!
Meu
ministério aqui é um chamado do coração: compartilhar o ensino da
Palavra de Deus de forma livre e acessível, para que você, irmão ou irmã em
Cristo, possa crescer na fé e no conhecimento das Escrituras, sem barreiras,
com subsídios preparados por um Especialista em Exegese Bíblica do Novo Testamento.
Todo o material que ofereço é fruto
de oração, estudo e dedicação, e está disponível gratuitamente para que a luz
do Evangelho alcance ainda mais vidas sedentas pela verdade. Porém, para que
essa missão continue firme, preciso da sua ajuda.
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Juntos, podemos fazer a diferença. Conto com você!
HORA DA
REVISÃO
1. O
que o exercício ministerial exigiu de Jeremias?
O exercício ministerial exigiu de Jeremias uma atitude intencional de
autoanulação.
2. O
que a vida e o ministério de Jeremias evidenciam?
A vida e o ministério de Jeremias evidenciam a soberania de Deus em suas
escolhas e na execução de seu propósito na vida de alguém, conforme Ele mesmo
disse: “E pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti, porque eu sou
contigo, diz o Senhor para te livrar” (1.19).
3. Como
eram os dias em que o profeta Jeremias desempenhou o seu ministério?
Ele desempenhou seu ministério durante um dos períodos mais sombrios da
história de Judá.
4. Historicamente,
quando surgiam os profetas?
Os profetas surgiram em épocas de apostasia em que o povo se afasta de
Deus Eles eram usados pelo Senhor para advertência, renovação da esperança e de
chamado ao arrependimento, com vistas a evitar o juízo divino.
5. Quem
era o destinatário da mensagem de Jeremias?
Jeremias foi enviado ao povo de Judá, Reino do Sul, cuja capital era
Jerusalém, embora, há momentos em que ele é visto se dirigindo ao Reino do
Norte, Israel, com a capital em Samaria.