Pb Francisco Barbosa (@Pbassis)
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TEXTO PRINCIPAL
“Digo, porém: Andai em Espírito e não
cumprireis a concupiscência da carne.” (Gl 5.16).
ENTENDA O TEXTO PRINCIPAL:
• 👉 Andai, περιπατεῖτε (peripateíte) Literal:
“andar ao redor, caminhar”. Sentido figurado: modo de viver, conduta diária. O
tempo presente imperativo do verbo grego implica em ação contínua: “continuem a andar”. em Espírito, Πνεύματι
(Pneumati) Refere-se ao Espírito Santo. Dativo instrumental: viver sob direção,
influência e poder do Espírito. Concupiscência, ἐπιθυμίαν (epithymían) Desejo
intenso, inclinação. No contexto: anseios da natureza caída (a carne). Carne,
σάρξ (sárx) Mais que corpo físico: representa a natureza humana corrompida,
contrária ao Espírito. Não cumprireis, οὐ μὴ τελέσητε (ou mē
telesēte) Negação enfática: “de modo nenhum satisfareis”. Indica promessa
certa: andar no Espírito impede a carne de dominar. Paulo nos mostra que a
santidade não é alcançada pela força própria, mas pelo andar contínuo no
Espírito. Isso significa viver cada dia em dependência d’Ele, em oração, na
Palavra e em obediência, de modo que os desejos da carne não encontrem espaço
em nossa vida.
RESUMO DA LIÇÃO
A
quem nos submetemos mostrará se andamos na carne ou no Espírito.
ENTENDA O RESUMO DA LIÇÃO:
• 👉 A quem entregamos o governo da nossa vida revela, sem máscaras,
se caminhamos dominados pela carne ou conduzidos pelo Espírito Santo. Quem
reina sobre você, a carne ou o Espírito, define o rumo da sua caminhada e o
destino da sua alma. Quando o Espírito Santo governa nossa vida, os desejos da
carne perdem força e passamos a viver em verdadeira liberdade. Se a carne dita
suas escolhas, você é escravo; mas se o Espírito dirige seus passos, você é
livre e vitorioso em Cristo.
TEXTO BÍBLICO
Gálatas 5.16-23.
16. Digo,
porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne.
• 👉 Andai em Espírito… Paulo mostra que a vida no Espírito é a chave para vencer a
carne. O crente não pode agradar a Deus confiando apenas em regras ou esforço
humano. O Espírito Santo dá poder para resistir ao pecado diariamente.
17.
Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes
opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis.
• 👉 A carne cobiça contra o
Espírito… Descreve o conflito
interior do cristão: a carne e o Espírito são forças opostas. A carne (natureza
humana caída) se levanta contra o Espírito, tentando arrastar o crente ao
pecado. O Espírito Santo, por outro lado, capacita o cristão a resistir e a
viver em santidade.
18.
Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.
• 👉 Se sois guiados pelo
Espírito, não estais debaixo da lei. Quem é
dirigido pelo Espírito não precisa da lei como guia externo. O Espírito Santo é
quem governa a vida cristã e produz obediência a Deus. Vida guiada pelo
Espírito é a verdadeira liberdade.
19.
Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza,
lascívia,
• 👉 As obras da carne… Paulo lista pecados evidentes que vêm da carne: imoralidade,
idolatria, ódio, inveja, embriaguez, etc. Tais práticas caracterizam os que
vivem afastados de Deus. A advertência é clara: “os que cometem tais coisas não
herdarão o reino de Deus.”
20.
idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas,
dissensões, heresias,
21.
invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas,
acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais
coisas não herdarão o Reino de Deus.
22.
Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão, temperança.
• 👉 O fruto do Espírito… Em contraste, a vida no Espírito gera um caráter
transformado. O fruto (singular) mostra que é uma obra única e integral do
Espírito, mas com várias manifestações: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas virtudes não há
lei, porque elas expressam plenamente a vontade de Deus.
23.
Contra essas coisas não há lei.
Este ministério nasceu de
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Levar a Palavra de Deus a todos: GRÁTIS,
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INTRODUÇÃO
No capítulo 5, Paulo mostra que somos
guiados ou pela carne ou pelo Espírito. Ele falou anteriormente a respeito do
cuidado de não se valer da liberdade para que fosse dada ocasião à carne. Desta
feita, o apóstolo menciona que existe uma luta dentro de nós para fazer o que é
certo ou o que é errado, e que aqueles que são conduzidos pelo Espírito
manifestam o Fruto, ao passo que os que são convencidos, em suas ações, a
resistir ao Espírito e seguir a natureza humana, manifestam as obras da carne.
• 👉 No coração da carta aos
Gálatas, Paulo nos lembra que a vida cristã não é vivida no vácuo, mas dentro
de um campo de batalha constante. Ele declara: “Andai em Espírito e jamais
cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 5.16). O verbo grego usado aqui é
peripateîte, de peripatéō, que significa “andar, viver, conduzir-se”. Não se
trata de um simples passo ocasional, mas de um estilo de vida contínuo, um
caminhar diário debaixo da direção do Espírito Santo. Paulo está afirmando que
todo crente vive sob duas forças antagônicas: a carne (sarx), que simboliza a
natureza humana corrompida, e o Espírito (Pneuma), que representa a nova vida
concedida por Deus em Cristo. Esse conflito interior é real. A carne produz
desejos (epithymía) que se opõem à vontade de Deus. O Espírito, por outro lado,
gera em nós o querer e o realizar daquilo que agrada ao Senhor (Fp 2.13).
Hernandes Dias Lopes chama essa realidade de “a tensão inevitável da vida
cristã” (LOPES, 2007). Não se trata apenas de teoria; é experiência diária. Ao
escolhermos alimentar a carne, colhemos obras visíveis: imoralidade, idolatria,
inveja, dissensões. Ao cedermos ao Espírito, brota em nós um fruto único, mas
multifacetado, que revela o caráter de Cristo: amor, alegria, paz, domínio
próprio (Gl 5.22-23). A luta, portanto, não é para “tentar ser bom”, mas para
decidir quem governará nossa vida. Antônio Gilberto enfatiza que o Espírito não
apenas nos regenera, mas nos guia, capacita e santifica (GILBERTO, 1998). Craig
Keener acrescenta que andar no Espírito é deixar-se levar pelo poder divino que
supera a inclinação pecaminosa da carne (KEENER, 1993). Viver segundo o
Espírito é render-se diariamente, permitindo que o Espírito Santo seja não só
um hóspede, mas o Senhor de cada decisão, pensamento e desejo. Esta lição nos
convida à uma reflexão direta e urgente: quem governa sua vida hoje? Davi, ao
cair em pecado, reconheceu que não poderia vencer por si mesmo e clamou: “Não
retires de mim o teu Santo Espírito” (Sl 51.11). Essa oração ecoa em nossos
dias. Andar no Espírito não é luxo de crentes maduros, mas necessidade vital de
todos que desejam vencer a carne e manifestar Cristo. A quem você tem dado
espaço? À carne, que escraviza, ou ao Espírito, que liberta? Esse texto nos
convida à autoavaliação sincera. Se o Espírito Santo realmente habita em nós,
então nossa vida precisa refletir Seu fruto. O chamado é urgente: não basta
conhecer teologia; é preciso viver o evangelho no poder do Espírito. Como disse
Paulo, “se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito” (Gl 5.25). Esta
não é apenas uma ordem, é uma promessa: no Espírito há vitória real, há
liberdade verdadeira e há transformação que impacta não só a nossa alma, mas a
igreja e o mundo ao nosso redor.
ARRINGTON, French L. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo
Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
COELHO, Alexandre. A Liberdade em Cristo: Vivendo o
verdadeiro Evangelho conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro:
CPAD, 2015.
GILBERTO, Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, 1998.
KEENER, Craig S. The IVP Bible Background Commentary: New
Testament. Downers Grove: InterVarsity Press, 1993.
LOPES, Hernandes Dias. Gálatas – A carta da liberdade
cristã. São Paulo: Hagnos, 2007.
MACARTHUR, John. Bíblia de Estudo MacArthur. São José dos
Campos: Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.
PALMA, Anthony D. O Batismo no Espírito Santo. Rio de
Janeiro: CPAD, 1999.
YONG, Amos. The Spirit Poured Out on All Flesh:
Pentecostalism and the Possibility of Global Theology. Grand Rapids: Baker
Academic, 2005.
Outros autores consultados: CHAMPLIN, R. N.; MACCHIA, Frank
D.; OSS, Douglas; MENZIES, Robert P.; FEE, Gordon D.
I. ANDANDO
NO ESPÍRITO
1. Andai em Espírito.
Paulo já tratou sobre a importância da liberdade, e agora passa a mostrar aos
gálatas o distanciamento que há entre viver na carne e ser guiado pelo Espírito
(Gl 5.16). Observe que o verbo está no imperativo; aqui não é uma recomendação,
mas uma ordem. O cristão deve entender que a única opção para que não cumpra os
desejos da natureza humana é andar no Espírito. A íntima comunhão e a
dependência constante das orientações do Espírito são a única chave para uma
vida de santidade e integridade no Senhor. Não bastava que os gálatas
valorizassem a liberdade que receberam de Cristo. Com essa liberdade, eles
deveriam andar no Espírito. De nada adianta a liberdade se a pessoa permanece
presa às práticas que ainda a identificam como prisioneira.
• 👉 O apóstolo Paulo não trata a vida cristã como um convite
opcional, mas como uma ordem inegociável. Em Gálatas 5.16, ele declara: “Andai
no Espírito”. O verbo “andai” (peripateite, no grego) está no imperativo
presente, indicando uma ação contínua: caminhar de modo constante, dia após
dia, sob a direção do Espírito. Não se trata de uma experiência momentânea, mas
de um estilo de vida que coloca o cristão sob a orientação divina em todas as
áreas. Paulo já havia mostrado que a liberdade conquistada por Cristo não era
licença para a carne, mas agora esclarece que a verdadeira liberdade só se
mantém quando a caminhada está em sintonia com o Espírito Santo (COELHO, 2014,
p. 87). O contraste que Paulo estabelece é radical: viver “na carne” (sarx)
significa estar dominado pelos impulsos da natureza caída, inclinada à
autonomia e à autossuficiência; já viver “no Espírito” (pneúmati) aponta para
uma vida de submissão e comunhão. A luta interior entre carne e Espírito não é
apenas moral, mas teológica: quem se deixa governar pela carne resiste à obra
redentora de Cristo, enquanto quem se submete ao Espírito evidencia, por meio
do fruto, a realidade de uma nova criação (2Co 5.17). Como lembra Hernandes
Dias Lopes (2012, p. 145), “a liberdade cristã não é um passaporte para o
pecado, mas um chamado à santidade”. Vale notar que a expressão “andar no Espírito”
está ligada à imagem veterotestamentária do “andar com Deus”, como fez Enoque
(Gn 5.24). Mas Paulo amplia essa metáfora, mostrando que o Espírito Santo é o
ambiente, o caminho e a força da nossa jornada. Gordon Fee (1994, p. 403)
observa que “o Espírito não apenas inicia a vida cristã, mas a sustenta do
início ao fim”. Assim, não há espaço para viver na neutralidade: ou o cristão
se move pela carne, ou é guiado pelo Espírito. Essa ordem também revela a chave
da santidade prática. Não se trata de esforços humanos para evitar o pecado,
mas de uma vida de dependência constante. Anthony Palma (2000, p. 312) lembra
que “andar no Espírito é mais do que resistir ao mal; é abrir espaço para que
Cristo seja formado em nós”. O fruto do Espírito (Gl 5.22-23) não é resultado
da força do crente, mas da vida do Espírito fluindo nele. É por isso que Paulo
coloca a santificação não como um projeto individualista, mas como obra divina
que exige rendição diária. O chamado de Paulo é atual. O jovem cristão, em sua
luta contra a pressão cultural e os desejos da carne, precisa discernir quem
governa sua vida. Novamente Davi, em seu clamor no Salmo 51, reconhece que só o
Espírito pode sustentar um coração puro. Do mesmo modo, cada discípulo hoje é
confrontado: de que adianta conhecer a liberdade em Cristo se ainda vivemos
como prisioneiros das mesmas práticas da carne? Andar no Espírito é a única
resposta possível. É um convite à autocrítica sincera, à dependência diária e a
uma fé que se expressa em vida santa e testemunho fiel.
ARRINGTON,
French L. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro:
CPAD, 2003.
COELHO,
Alexandre. A Liberdade em Cristo: Vivendo o verdadeiro Evangelho conforme a
Carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.
FEE,
Gordon D. God’s Empowering Presence: The Holy Spirit in the Letters of Paul.
Peabody: Hendrickson, 1994.
LOPES,
Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. São Paulo: Hagnos, 2012.
MACARTHUR,
John. Bíblia de Estudo MacArthur. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.
PALMA,
Anthony D. O Espírito Santo e você: Estudos sobre a vida cheia do Espírito. Rio
de Janeiro: CPAD, 2000.
2. A luta que existe em nós.
Há uma luta interior constante para que sigamos a vontade da nossa carne e não
sejamos guiados pelo Espírito. A carne luta contra o Espírito, e esse, contra a
carne (Gl 5.17). Não é uma luta visível, pois acontece no nosso íntimo, mas as
consequências são. Essa luta nos mostra uma verdade: o Novo Nascimento não
elimina a velha natureza pecaminosa. Se assim fosse, não veríamos nas
Escrituras tantas advertências a que buscássemos a santificação e a
mortificação constante do pecado em nós. Não é possível trazer satisfação às
duas naturezas, então quem conhece a Cristo terá de escolher que natureza vai
agradar e fortalecer. A carne representa a nossa natureza que busca satisfação
naquilo que desagrada a Deus. Ela não desaparece nem morre quando uma pessoa
recebe a Jesus pela fé e é perdoada de seus pecados. Esse texto também nos
mostra que o Espírito pode e deseja nos guiar para uma vida mais plena em que
manifestemos o Fruto do Espírito, que Paulo descreverá a seguir. Mas observe
que Paulo mostra antes as obras da carne e a sua consequência (Gl 5.16-21). O
Evangelho primeiro mostra que o homem é pecador. Depois da má notícia, vem a
boa: existe salvação em Jesus. Da mesma forma, Paulo fala primeiro das obras da
carne, para depois falar do Fruto do Espírito.
• 👉 A vida cristã não é vivida em terreno neutro. Paulo nos
lembra em Gálatas 5.17 que “a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra
a carne”. O verbo “luta” traduz o grego epithyméō (desejar intensamente),
indicando um conflito de vontades dentro de nós. Essa batalha não acontece
diante dos olhos humanos, mas em nosso íntimo, e suas consequências sempre se
revelam na prática. O novo nascimento nos dá vida em Cristo, mas não elimina
por completo a antiga inclinação ao pecado. É por isso que a Escritura insiste
em exortar os crentes a mortificar as obras da carne e buscar uma vida de
santificação (Cl 3.5). A carne, nesse contexto, não significa apenas o corpo
físico (sarx), mas a natureza humana caída, inclinada a buscar satisfação fora
da vontade de Deus. Paulo afirma que essa natureza não desaparece na conversão;
ela continua presente e ativa, tentando nos afastar do Espírito. Hernandes Dias
Lopes observa que “o crente não é isento da luta contra a carne; ele apenas não
é mais escravo dela” (LOPES, 2012, p. 148). Por isso, cada discípulo precisa
decidir diariamente a quem vai dar espaço: se à carne, fortalecendo o pecado,
ou ao Espírito, que gera vida e santidade. É significativo que Paulo apresente
primeiro as obras da carne antes de descrever o fruto do Espírito. Essa ordem
não é acidental. O evangelho sempre começa mostrando a condição real do homem:
pecador, incapaz de se salvar, merecedor da condenação (Rm 3.23). Só depois
dessa má notícia vem a boa: a salvação está em Cristo, e pelo Espírito recebemos
poder para viver de forma nova (COELHO, 2014, p. 92). Assim, Paulo não idealiza
a luta, mas a expõe como parte da experiência cristã. O Espírito, porém, não
apenas nos acompanha nessa batalha; Ele deseja nos guiar a uma vida plena. O
verbo “guiar” em Gálatas 5.18 vem de ágō (conduzir, dirigir), mostrando que não
se trata de esforço isolado, mas de submissão ativa. Fee (1994, p. 404) lembra
que o Espírito não é apenas uma força, mas a presença do próprio Deus
conduzindo seu povo. Andar segundo o Espírito, portanto, não é negar a
realidade da carne, mas escolher diariamente quem terá a palavra final. Essa
luta nos chama a uma decisão prática. Davi, no Salmo 51, reconheceu sua
incapacidade de vencer sozinho e clamou: “não retires de mim o teu Espírito
Santo”. O jovem cristão de hoje enfrenta pressões semelhantes às do salmista:
desejos que insistem em contrariar a vontade de Deus. A pergunta permanece
atual: qual voz você tem alimentado? A da carne, que promete prazer imediato,
ou a do Espírito, que conduz à vida? Essa escolha molda não apenas seu
presente, mas seu futuro diante de Deus.
ARRINGTON, French L. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo
Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
COELHO, Alexandre. A Liberdade em Cristo: Vivendo o
verdadeiro Evangelho conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro:
CPAD, 2014.
FEE, Gordon D. God’s Empowering Presence: The Holy Spirit in
the Letters of Paul. Peabody: Hendrickson, 1994.
LOPES, Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã.
São Paulo: Hagnos, 2012.
MACARTHUR, John. Bíblia de Estudo MacArthur. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.
PALMA, Anthony D. O Espírito Santo e você: Estudos sobre a
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SUBSÍDIO I
Professor(a), explique aos alunos que
“não há passagem na Bíblia que mostre um contraste mais claro entre o modo de
vida dos crentes cheios do Espírito de Cristo (isto é, aqueles que tem o
Espírito de Deus vivendo neles, Jo 3.5) e o das pessoas ainda controladas pela
sua natureza humana, do que Gálatas 5.16-26. Paulo comenta as diferenças gerais
nos modos de vida, enfatizando que o Espírito de Deus está em guerra contra a
natureza humana pecadora. Paulo também inclui uma lista específica tanto dos
atos da natureza pecaminosa (isto é, rebelde e desafiadora a Deus) como os
frutos (isto é, os traços de caráter, os efeitos) do Espírito”. (Bíblia de
Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.1633).
II. AÇÕES DA CARNE
1. Prostituição, impureza, lascívia.
As três primeiras obras da carne estão relacionadas ao comportamento sexual (Gl
5.19). Deus nos fez seres sexuais, mas o pecado faz com que o ser humano
ultrapasse os limites impostos por Ele. A prostituição abarca todas as relações
sexuais ilícitas, e não somente a prática sexual por dinheiro. A prostituição
torna o corpo impuro aos olhos de Deus, e a lascívia é a sensualidade
exagerada, um comportamento que não se preocupa com a moralidade, onde a pessoa
peca sem se preocupar com qualquer vergonha.
• 👉 Quando Paulo inicia a lista das obras da carne em Gálatas
5.19, ele começa pela área que mais facilmente revela a fragilidade humana: a
sexualidade. Ele menciona três pecados diretamente ligados a esse campo,
porneía (prostituição), akatharsía (impureza) e aselgeía (lascívia). Não é por
acaso que o apóstolo inicia por aí. A história bíblica mostra que, desde a
queda, a sexualidade tornou-se um dos principais alvos da distorção do pecado
(Gn 6.1-5; 1Co 6.18). A palavra porneía, traduzida como “prostituição”, vai
além do comércio sexual por dinheiro. Abrange todo tipo de prática sexual
ilícita fora da aliança do casamento, incluindo adultério, fornicação e
perversões. O termo está na raiz da palavra “pornografia” e carrega a ideia de
profanação do corpo, que deveria ser “templo do Espírito Santo” (1Co 6.19).
Alexandre Coelho (2014, p. 98) observa que Paulo vê o corpo não apenas como
matéria, mas como espaço espiritual de adoração ou de pecado. Já akatharsía
refere-se à “impureza”, uma palavra que, no grego, indica sujeira moral e
espiritual. Enquanto a porneía aponta para o ato, a impureza inclui
pensamentos, fantasias e intenções que contaminam o coração (Mt 5.28). A Bíblia
de Estudo MacArthur destaca que se trata de um termo amplo, cobrindo desde
desejos internos até práticas externas, revelando que o pecado sexual não se
limita ao que se vê, mas começa nas profundezas do coração humano. Por fim,
aselgeía, traduzida por “lascívia”, descreve a perda de sensibilidade moral. É
o estágio em que a pessoa não apenas peca, mas o faz sem vergonha, com ousadia
e desprezo pela santidade de Deus. Champlin (2002, p. 300) explica que a
lascívia é o pecado sexual em sua forma mais desinibida, em que não há mais
barreiras de pudor. Hernandes Dias Lopes (2012, p. 152) alerta que essa atitude
se manifesta quando o prazer é buscado como ídolo, mesmo que custe a pureza e a
honra diante de Deus. Esse texto nos chama a um exame sincero. Davi, após cair
em pecado sexual, reconheceu que apenas Deus poderia restaurar-lhe a pureza
interior (Sl 51.10). O jovem cristão de hoje, cercado por uma cultura que
normaliza a imoralidade e a pornografia, é desafiado a escolher: será que sua
sexualidade reflete o padrão da carne ou a santidade do Espírito? O caminho de
Cristo não é o da repressão vazia, mas o da redenção e da entrega total. Andar
no Espírito é permitir que cada área da vida, inclusive a sexualidade, seja
guiada por Deus para testemunhar santidade em um mundo carente de exemplos.
ARRINGTON, French L. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo
Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por
Versículo. São Paulo: Hagnos, 2002.
COELHO, Alexandre. A Liberdade em Cristo: Vivendo o
verdadeiro Evangelho conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro:
CPAD, 2014.
LOPES, Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã.
São Paulo: Hagnos, 2012.
MACARTHUR, John. Bíblia de Estudo MacArthur. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.
2. Idolatria, feitiçarias,
inimizades, porfias, emulações. A idolatria, de acordo com os Dez
Mandamentos, é pecado. Esse erro coloca o que foi criado no lugar do Criador. A
palavra grega pharmakeia, era originalmente utilizada para se referir a uma
bebida que, se usada na medida certa, poderia salvar a vida de uma pessoa, um
remédio. Com o passar do tempo, foi sendo usada para se referir a entorpecentes
que conduziam pessoas a ter visões dos seus deuses, e no Novo Testamento passou
a ser como a feitiçaria, bruxaria. Já as inimizades abrem a lista de pecados que
afetam as relações interpessoais.
• 👉 Quando Paulo lista as obras da carne em Gálatas 5, ele não
está apenas descrevendo comportamentos isolados, mas expondo forças que
escravizam o coração humano e distorcem nossas relações com Deus e com o
próximo. Entre elas, encontramos pecados que mexem com a essência da adoração,
da espiritualidade e da convivência cristã. O apóstolo começa mencionando a
idolatria (eidōlolatría, εἰδωλολατρία). No grego, o termo é a junção de eidōlon (ídolo,
imagem) e latreía (culto, adoração). Idolatria não é apenas dobrar-se diante de
uma estátua, mas dar o lugar de Deus a qualquer realidade criada, dinheiro,
status, prazer, até mesmo ministérios ou dons espirituais. Como lembra
Hernandes Dias Lopes, todo coração humano é um “fábrica de ídolos” que só
encontra descanso quando Cristo ocupa o trono (LOPES, 2009). Em seguida, Paulo
cita as feitiçarias (pharmakeía, φαρμακεία). Originalmente, a palavra se
referia ao uso de poções e drogas, que poderiam curar ou envenenar. Com o
tempo, passou a descrever práticas ocultistas, ligadas à manipulação
espiritual. No contexto do Novo Testamento, pharmakeía não é apenas bruxaria
como conhecemos hoje, mas todo recurso que busca poder espiritual à parte de
Deus, seja magia, superstição ou até dependência de substâncias que entorpecem
a mente e abrem espaço para falsas experiências religiosas (COELHO, 2016). Depois,
Paulo aponta para as inimizades (échthrai, ἔχθραι), que indicam hostilidade,
ressentimento profundo e divisões enraizadas. É o contrário do amor que o
Espírito produz. A inimizade destrói a comunhão e impede que a igreja seja um
reflexo do corpo de Cristo. Antônio Gilberto observava que esse pecado é mais
comum do que se imagina, porque se manifesta de forma silenciosa, em corações
que se acostumam a viver afastados uns dos outros. As porfias (éris, ἔρις) significam
contendas, disputas e rivalidades. São discussões carregadas de orgulho, que
não visam a verdade, mas a vitória pessoal. Como comenta o Beacon, a porfia é a
semente de muitos cismas e divisões dentro da comunidade de fé. Paulo sabe que
igrejas podem ser corroídas mais pela língua afiada do que por perseguições
externas. Por fim, aparecem as emulações (zēlos, ζῆλος), palavra que pode
significar tanto zelo positivo quanto ciúme doentio. Aqui, o contexto deixa
claro: trata-se da inveja que corrói, do desejo de ver a queda do outro para
que eu seja exaltado. Gordon Fee observa que esse tipo de comportamento é
devastador porque mina a unidade e gera comparação constante, sufocando a alegria
espiritual. Essas palavras não são meros conceitos antigos. São espelhos diante
dos quais precisamos nos examinar. Idolatria hoje pode ser a obsessão por redes
sociais; feitiçaria, a confiança em práticas espirituais sem Cristo;
inimizades, a frieza nos relacionamentos; porfias, as discussões inúteis nas
comunidades; e emulações, a comparação tóxica que rouba a paz. Paulo não apenas
denuncia, mas nos chama à conversão. O Espírito Santo é o único capaz de
quebrar essas correntes e nos conduzir a um amor genuíno. A pergunta que fica é
direta: se olharmos para nossa vida e nossa igreja local, veremos mais obras da
carne ou frutos do Espírito? Assim como Davi clamou “Cria em mim, ó Deus, um
coração puro” (Sl 51.10), somos chamados a nos render ao governo do Espírito e
a viver na liberdade que só Ele produz.
COELHO,
Alexandre. A liberdade em Cristo: Vivendo o verdadeiro Evangelho conforme a
Carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.
ARRINGTON,
French L. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro:
CPAD, 2003.
BÍBLIA
de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
BÍBLIA
de Estudo MacArthur. São Paulo: Thomas Nelson, 2017.
CHAMPLIN,
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo:
Hagnos, 2002.
LOPES,
Hernandes Dias. Gálatas – Comentários Expositivos Hagnos: A carta da liberdade
cristã. São Paulo: Hagnos, 2009.
Comentário
Bíblico Beacon. Vol. 9. Kansas City: Casa Nazarena, 2006.
GILBERTO,
Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
FEE,
Gordon D. Paul, the Spirit, and the People of God. Peabody: Hendrickson, 1996.
KEENER,
Craig S. The IVP Bible Background Commentary: New Testament. Downers Grove: IVP
Academic, 1993.
3. Iras, pelejas, dissensões e
heresias. A ira é uma manifestação de fúria, que pode tirar
o controle do ser humano. As pelejas ou discórdias buscam um poder pessoal.
Dissensões são desentendimentos causados por divisões. As heresias ou facções
são originalmente divisões feitas para separar pessoas. No Novo Testamento,
essa palavra representava grupos, como os fariseus e saduceus. A sua tônica é a
categorização para a exclusão.
• 👉 Paulo, em sua carta aos Gálatas, não apenas lista
comportamentos que revelam a escravidão da carne, mas evidencia forças que
corroem a alma e a vida comunitária do cristão. Entre elas, aparecem iras,
pelejas, dissensões e heresias, manifestações que começam no coração e se
refletem na convivência diária. Compreender essas palavras no grego nos ajuda a
perceber a gravidade de cada atitude e a urgência de nos rendermos ao Espírito.
A ira (thymós, θυμός) indica uma emoção intensa de fúria ou indignação que pode
dominar a razão e levar a ações destrutivas. Não se trata apenas de sentir
raiva, mas de permitir que ela governe nosso comportamento, corroendo
relacionamentos e impedindo a manifestação do amor que o Espírito produz
(COELHO, 2016). As pelejas (stásis, στάσις) representam contendas motivadas
pelo desejo de afirmar poder pessoal ou superioridade. O termo grego sugere
“estar em posição de conflito”, e sua consequência é a ruptura da unidade da
igreja. Como observa Hernandes Dias Lopes, peleja não é debate saudável, mas
disputa que busca vencer o outro, não edificar a comunidade (LOPES, 2009). Em
seguida, encontramos as dissensões (díspōsis, διχοστασίαι), que descrevem
desentendimentos profundos, divisões que surgem de resistência à cooperação e
ao espírito de perdão. Paulo deixa claro que essas divisões não apenas ferem
relacionamentos, mas contradizem a própria essência da liberdade em Cristo, que
se manifesta em amor mútuo (ARRINGTON, 2003). Por fim, surgem as heresias
(hairesis, αἵρεσις), originalmente significando escolha ou facção. No
contexto do Novo Testamento, indica grupos ou divisões que separam pessoas por
preferências doutrinárias ou sociais, tal como acontecia com fariseus e
saduceus. É a tentativa de categorizar e excluir, em vez de unir em Cristo, e
revela a busca pelo controle humano em detrimento da submissão ao Espírito
(FEE, 1996). Cada uma dessas palavras revela uma faceta do pecado que não
desaparece automaticamente no novo nascimento. A luta é interna, mas
manifesta-se externamente, corroendo famílias, amizades e igrejas. Paulo nos
alerta: a liberdade em Cristo não é licença para permitir que essas atitudes
dominem nosso coração, mas convite para viver guiados pelo Espírito, produzindo
o fruto que edifica e fortalece (BÍBLIA de Estudo Pentecostal, 1995). Ao
refletirmos sobre esses pecados, o convite é imediato: examinar nosso coração e
nossas atitudes. Onde há ira, o Espírito oferece paciência; onde há pelejas e
dissensões, Ele traz humildade e reconciliação; onde há heresias, Ele guia à
verdade em amor. Como Davi, somos chamados a pedir: “Cria em mim, ó Deus, um
coração puro, e renova em mim um espírito reto” (Sl 51.10). Esta é a chave para
uma vida de integridade e uma igreja unida, em que a liberdade cristã se
manifesta em amor e não em conflitos.
COELHO, Alexandre. A liberdade em Cristo — Vivendo o
verdadeiro Evangelho conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro:
CPAD, 2016.
ARRINGTON, French L. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo
Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
BÍBLIA de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por
Versículo. São Paulo: Hagnos, 2002.
LOPES, Hernandes Dias. Gálatas – Comentários Expositivos
Hagnos: A carta da liberdade cristã. São Paulo: Hagnos, 2009.
FEE, Gordon D. Paul, the Spirit, and the People of God.
Peabody: Hendrickson, 1996.
GILBERTO, Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996.
KEENER, Craig S. The IVP Bible Background Commentary: New
Testament. Downers Grove: IVP Academic, 1993.
4. Invejas, homicídios, bebedices e
glutonarias. A inveja é o desejo de possuir algo que outra
pessoa possui. O homicídio é fruto do pouco ou nenhum apreço à vida de uma
outra pessoa. Bebedices e glutonarias são abusos do direito de poderem manter o
corpo alimentado, onde a bebedice é a consequência da ingestão de bebidas
fortes, entorpecendo o corpo e o pensamento, ao passo que as glutonarias eram
costumeiramente presenciadas em festas a outros deuses, onde a falta de domínio
do apetite fazia os seus participantes exagerarem de forma consciente na alimentação.
Paulo também apresenta mais uma exortação: Quem pratica essas coisas não
herdará o Reino de Deus (v.21). Se cremos que Paulo foi inspirado pelo Senhor
em seus escritos, devemos crer também que ele apontou o destino de quem vive na
prática dessas atividades: o Inferno. O fato de tratar a respeito desse assunto
mostra a gravidade e o perigo de se viver uma vida carnal.
• 👉 Paulo encerra sua lista das obras da carne com atitudes que
revelam o coração humano em seu estado mais corrupto: invejas, homicídios,
bebedices e glutonarias. Cada uma dessas palavras descreve um comportamento que
destrói não apenas a própria vida, mas também os relacionamentos e a comunidade
ao redor. Entender o significado original em grego nos ajuda a perceber a
gravidade do que Paulo alerta e nos leva a uma reflexão profunda sobre nossa
conduta diária (COELHO, 2016). A inveja (phthonos, φθόνος) é o desejo ardente
de possuir algo que pertence a outro, acompanhado de ressentimento contra o
sucesso alheio. Este pecado corrói o coração e impede que vivamos com
contentamento e gratidão, distorcendo nossa percepção da graça de Deus (BÍBLIA
de Estudo Pentecostal, 1995). O homicídio (phonía, φονία) vai além do ato
físico de matar; revela a falta de valor à vida do próximo e à santidade que
Deus confere a cada ser humano. O pecado da carne se expressa na hostilidade
que, se não contida pelo Espírito, pode se manifestar em violência verbal,
emocional ou social (FEE, 1996; KEENER, 1993). As bebedices (methai, μέθαι) e
glutonarias (kómedes, κόμαι) descrevem abusos de prazeres físicos,
especialmente em contextos sociais e religiosos pagãos. A bebedice representa o
consumo excessivo de álcool, levando à embriaguez e à perda do domínio próprio,
enquanto a glutonaria, muitas vezes associada a festas idolátricas, mostra a
falta de controle sobre o apetite e a indulgência consciente nos prazeres da
carne (LOPES, 2009; CHAMPLIN, 2002). Ambos os pecados revelam a incapacidade da
carne de se submeter à lei de Deus. Paulo conclui com uma advertência direta:
“Quem pratica essas coisas não herdará o Reino de Deus” (Gl 5.21). Se cremos na
inspiração divina das Escrituras, entendemos que essa é uma declaração solene
sobre o destino daqueles que persistem na prática dessas obras: a exclusão da
comunhão com Deus e a realidade do juízo eterno (ARRINGTON, 2003; MACARTHUR,
2007). O que parecia apenas uma lista ética torna-se um chamado urgente à
vigilância espiritual. Cada pecado listado nos convida a uma autoavaliação
sincera. Onde existe inveja, o Espírito promove contentamento e gratidão; onde
existe homicídio, Ele gera misericórdia e respeito pela vida; onde há bebedeza
e glutonaria, Ele oferece domínio próprio e disciplina. A liberdade em Cristo
não nos dá licença para indulgência, mas nos chama a manifestar o fruto do
Espírito em todas as áreas da vida (COELHO, 2016). Como Davi clamou: “Cria em
mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto” (Sl 51.10),
somos convidados a entregar ao Espírito cada inclinação carnal, transformando
nossos desejos e hábitos. Só assim é possível viver uma fé que não se limita a
palavras, mas se manifesta em escolhas concretas, edificando a nós mesmos e à
igreja. O estudo dessas obras da carne nos lembra que a luta espiritual é
diária. Reconhecer os perigos e cultivar a dependência do Espírito é essencial
para que a liberdade cristã se traduza em vida de santidade, harmonia
comunitária e testemunho verdadeiro diante do mundo (BÍBLIA de Estudo
MacArthur, 2000; GILBERTO, 1996).
COELHO, Alexandre. A liberdade em Cristo — Vivendo o
verdadeiro Evangelho conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro:
CPAD, 2016.
ARRINGTON, French L. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo
Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
BÍBLIA de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
BÍBLIA de Estudo MacArthur. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por
Versículo. São Paulo: Hagnos, 2002.
LOPES, Hernandes Dias. Gálatas – Comentários Expositivos
Hagnos: A carta da liberdade cristã. São Paulo: Hagnos, 2009.
FEE, Gordon D. Paul, the Spirit, and the People of God.
Peabody: Hendrickson, 1996.
KEENER, Craig S. The IVP Bible Background Commentary: New
Testament. Downers Grove: IVP Academic, 1993.
MACARTHUR, John. Bíblia de Estudo MacArthur. Rio de Janeiro:
CPAD, 2007.
GILBERTO, Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996.
SUBSÍDIO II
Professor(a), explique aos alunos que
“entre os atos da natureza pecaminosa (Gl 5.19-21), incluem-se os seguintes:
(1) ‘Prostituição’ (gr. porneia), que
inclui as relações sexuais e outras formas de contato sexual fora do
relacionamento do casamento. A palavra ‘pornografia’ se origina da raiz
porneia, o que quer dizer que a imoralidade sexual também inclui o prazer com
imagens pornográficas ou formas sexualmente sugestivas de diversão, filmes ou
textos (cf. Êx 20.14; Mt 5.31,32; 19.9; At 15.20,29; 21.25; 1Co 5.1);
(2) ‘Impureza’ (gr. akatharsia), que
pode incluir pecados sexuais, maus comportamentos e maus motivos,
características e hábitos ímpios, além de pensamentos e desejos secretos, que é
onde começa a impureza que nos afeta, tanto moralmente quanto espiritualmente
(Ef 5.3; Cl 3.5);
(3) ‘Lascívia’ (gr. aselgeia), que
implica o comportamento sensualmente inapropriado ou vergonhoso, e uma falta de
discrição e autocontrole. Envolve a busca egoísta dos próprios desejos e
paixões, ao ponto de não ter nenhuma vergonha ou decência pública (2Co 12.21);
(4) ‘Idolatria’ (gr. eidōlolatria),
que quer dizer adoração a espíritos, falsos deuses, pessoas, imagens, ou
qualquer outra coisa, em lugar do único Deus verdadeiro. A idolatria também é
um problema sempre que alguém prioriza, ama ou confia em qualquer pessoa,
objetivo, instituição ou coisa, acima de Deus. Permitir que alguma pessoa ou
alguma coisa tenha influência ou autoridade igual ou superior à de Deus e a sua
Palavra é a mais sutil forma de idolatria (Cl 3.5);
(5) ‘Feitiçarias’ (gr. pharmakeia),
que inclui a bruxaria, o espiritismo (isto é, a tentativa de fazer contato com
os mortos), a magia negra (isto é, invocação do diabo ou de espíritos malignos,
tentando fazer mágica com maus propósitos), adoração de demônios e uso de
drogas para produzir experiências ‘espirituais’ (Êx 7.11,22; 8.18; Ap 9.21;
18.23);
(6) ‘Inimizades’ (gr. echthra), que
envolve todas as formas de pensamentos, intenções e atos intensos e hostis,
incluindo a extrema animosidade ou antagonismo;
(7) ‘Porfias’ (gr. eris), que envolve
discussões, causando tensão indevida e desunião, e a luta pela superioridade
sobre outras pessoas (Rm 1.29);
(8) ‘Emulações’ (gr. zēlos), que
sugere ressentimento ou inveja da situação ou do sucesso de outra pessoa (Rm
13.13);
(9) ‘Iras’ (gr. thymos), que são
explosões de raiva que podem resultar em atos ou palavras violentas (Cl 3.8);
(10) ‘Pelejas’ (gr. eritheia), que
envolve a busca de poder pessoal ou sucesso, sem consideração por Deus ou pelos
outros (2Co 12.20);
(11) ‘Dissensões’ (gr. dichostasia),
que indica a provocação de divisões ou a introdução de ensinamentos que causam
divisão e não são respaldados pela Palavra de Deus (Rm 16.17);
(12) ‘Heresias’ (gr. hairesis), que
são as divisões em uma igreja, congregação ou grupo de cristãos, que se
desenvolve em grupos egoístas, destruindo a unidade da igreja (1Co 11.19);
(13) ‘Invejas’ (gr. phthonos), que
são uma antipatia ciumenta, ressentida ou vingativa por uma pessoa que tem algo
que se deseja. Pode simplesmente sugerir o desejo invejoso de ter algo que
pertence a outra pessoa;
(14) ‘Bebedices’ (gr. methē), que
envolve o controle físico ou mental enfraquecido, como resultado do consumo de
bebidas alcoólicas e inebriantes;
(15) ‘Glutonarias’ (gr. kōmos), que
se refere a festas profanas, tipicamente envolvendo danças sensuais, consumo de
bebidas alcoólicas, uso de drogas, comida em excesso e atividade sexual.”
(Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.1634).
III. O FRUTO DO ESPÍRITO
1. Amor, gozo,
paz. Se Paulo apresenta uma lista
daquilo que desagrada a Deus, ele apresenta igualmente uma lista de itens
denominados de Fruto do Espírito (Gl 5.22). Ele começa com o amor, a base para
os demais frutos, pois foi por amor que Deus enviou o seu Filho para morrer por
nós, pecadores. O gozo é uma alegria, um estado de satisfação que não depende
de circunstâncias externas. A paz é uma tranquilidade interna que é refletida
na harmonia entre relacionamentos. Esses três primeiros elementos vêm do
relacionamento do salvo com Deus, ao passo que os demais são cultivados na
comunhão dos santos.
• 👉 Paulo não apresenta apenas uma lista das obras da carne; ele
nos revela também o caminho da vida abundante por meio do Fruto do Espírito (Gl
5.22). Entre os primeiros elementos, destaca-se o amor, a base de todos os
demais frutos. A palavra grega utilizada por Paulo, agápē (ἀγάπη), refere-se a um
amor que não depende de sentimentos, mas da escolha de querer o bem do outro,
refletindo a mesma iniciativa de Deus ao enviar Seu Filho para nos salvar
(COELHO, 2016; BÍBLIA de Estudo MacArthur, 2000). Esse amor é ativo,
sacrificial e transcende circunstâncias ou interesses pessoais. O segundo
fruto, o gozo (chara, χαρά), não é uma alegria passageira ou emocional, mas uma
satisfação profunda e estável que brota do relacionamento com Deus. Trata-se de
um contentamento que permanece mesmo em meio às tribulações, fruto da certeza
de que pertencemos ao Senhor e somos sustentados por Sua graça (LOPES, 2009; FEE,
1996). O gozo genuíno nos protege da ansiedade e da frustração, tornando-nos
testemunhas vivas da presença do Espírito em nós. A paz (eirēnē, εἰρήνη) completa este trio
inicial e diz respeito a uma tranquilidade interna que se manifesta na harmonia
com Deus, conosco e com os outros. Não se trata apenas da ausência de conflito,
mas de uma estabilidade espiritual que permite enfrentar desafios com
serenidade e sabedoria (BÍBLIA de Estudo Pentecostal, 1995; GILBERTO, 1996). A
paz verdadeira nasce do Espírito e mantém nosso coração firme, mesmo quando as
circunstâncias externas são turbulentas. Paulo indica que esses três primeiros
frutos — amor, gozo e paz — nascem da relação pessoal do salvo com Deus,
enquanto os demais frutos se desenvolvem na comunhão com os irmãos. A
implicação prática é clara: uma fé autêntica transforma o coração, e essa
transformação reflete-se nos relacionamentos, nas escolhas diárias e na forma
como conduzimos nossa vida espiritual (KEENER, 1993; CHAMPLIN, 2002). Refletir
sobre essas palavras nos desafia a examinar nosso próprio coração. Pergunte a
si mesmo: meu amor é sacrificial? Minha alegria depende de Deus ou de
circunstâncias? Minha paz flui da confiança em Cristo ou de tentativas humanas
de controlar a vida? A sinceridade na resposta nos coloca diante de uma
oportunidade real de crescimento espiritual. Davi, ao buscar o coração puro,
nos serve de exemplo: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um
espírito reto” (Sl 51.10). Esse clamor reflete a necessidade contínua de sermos
moldados pelo Espírito, permitindo que o amor, o gozo e a paz se manifestem
plenamente em nós, edificando nossa vida pessoal e a comunidade de fé. Viver à
luz desses frutos é optar por uma vida guiada pelo Espírito, em que escolhas,
atitudes e relacionamentos são transformados. Não é uma sugestão de
comportamento; é uma expressão do Evangelho que transforma a realidade diária e
dá testemunho do poder de Deus em nós (BÍBLIA de Estudo MacArthur, 2000;
COELHO, 2016; LOPES, 2009). A liberdade em Cristo não é libertinagem, mas
plenitude de vida guiada pelo Espírito Santo.
COELHO, Alexandre. A liberdade em Cristo — Vivendo o
verdadeiro Evangelho conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro:
CPAD, 2016.
BÍBLIA de Estudo MacArthur. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
BÍBLIA de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
LOPES, Hernandes Dias. Gálatas – Comentários Expositivos
Hagnos: A carta da liberdade cristã. São Paulo: Hagnos, 2009.
FEE, Gordon D. Paul, the Spirit, and the People of God.
Peabody: Hendrickson, 1996.
KEENER, Craig S. The IVP Bible Background Commentary: New
Testament. Downers Grove: IVP Academic, 1993.
CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por
Versículo. São Paulo: Hagnos, 2002.
GILBERTO, Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996.
2. Longanimidade,
benignidade, bondade. Longanimidade é
sinônimo de paciência, de tolerância para ser resistente com as pressões da
vida e das pessoas. Benignidade é benevolência, uma forma de demonstrar um
trato amável com todos, mesmo com desafetos. Bondade é a generosidade na
prática.
• 👉 Quando Paulo fala sobre o Fruto do Espírito (Gl 5.22), ele
nos convida a olhar para atitudes que moldam nosso caráter e nossos
relacionamentos. Entre elas, destaca-se a longanimidade, termo grego
makrothumia (μακροθυμία), que vai além da simples paciência. Trata-se da
capacidade de suportar pressões, contrariedades e provocações sem perder o
controle, manifestando uma resistência constante que reflete a perseverança de
Deus conosco (COELHO, 2016; BÍBLIA de Estudo MacArthur, 2000). Longanimidade
não é passividade, mas força moral guiada pelo Espírito que nos permite lidar
com o pecado e a imperfeição humana com sabedoria e calma. A benignidade, ou
chrēstotēs (χρηστότης), revela a amabilidade de coração em ação. É a disposição
de tratar a todos com gentileza e respeito, mesmo aqueles que nos desafiam ou
nos ofendem (LOPES, 2009; FEE, 1996). No contexto bíblico, essa atitude não é
condicional; é fruto de um coração transformado pela graça, capaz de enxergar o
valor do outro diante de Deus, superando ressentimentos e intolerâncias. Complementando,
a bondade, do grego agathosynē (ἀγαθωσύνη), manifesta-se na prática da generosidade e do
cuidado ativo pelos outros (BÍBLIA de Estudo Pentecostal, 1995; GILBERTO,
1996). Não é apenas intenção ou sentimento; é ação concreta que busca o bem do
próximo, servindo como reflexo visível do amor de Deus em nossas vidas. A
bondade é a evidência tangível da transformação interior que o Espírito produz.
Esses três frutos atuam de forma complementar. A longanimidade nos sustenta
diante de desafios, a benignidade orienta nossas atitudes e a bondade se
expressa em ações concretas. Juntas, essas virtudes moldam relacionamentos,
fortalecem a igreja e tornam nossa fé visível na prática diária (KEENER, 1993;
CHAMPLIN, 2002). Refletir sobre essas qualidades nos convida a um exame
pessoal: somos pacientes quando provocados? Tratamos todos com amabilidade,
mesmo os difíceis? Nossa generosidade é real, ou apenas intencional? Paulo nos
desafia a alinhar coração, mente e ação ao Espírito, para que a presença de
Deus se torne evidente em cada escolha. Davi, ao clamar por renovação interior,
nos serve de exemplo: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um
espírito reto” (Sl 51.10). Este pedido revela a necessidade de cultivo contínuo
das virtudes do Espírito, permitindo que longanimidade, benignidade e bondade
se tornem marcas de nossa vida cristã. Viver à luz desses frutos é abraçar uma
transformação diária. Não se trata de regras externas, mas de um coração
moldado pelo Espírito que reflete Deus em atitudes e escolhas. Quando aplicamos
esses princípios, experimentamos relacionamentos mais saudáveis, comunidade
mais unida e testemunho mais poderoso do Evangelho em ação (COELHO, 2016;
BÍBLIA de Estudo MacArthur, 2000; LOPES, 2009).
COELHO, Alexandre. A liberdade em Cristo — Vivendo o
verdadeiro Evangelho conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro:
CPAD, 2016.
BÍBLIA de Estudo MacArthur. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
BÍBLIA de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
LOPES, Hernandes Dias. Gálatas – Comentários Expositivos
Hagnos: A carta da liberdade cristã. São Paulo: Hagnos, 2009.
FEE, Gordon D. Paul, the Spirit, and the People of God.
Peabody: Hendrickson, 1996.
KEENER, Craig S. The IVP Bible Background Commentary: New
Testament. Downers Grove: IVP Academic, 1993.
CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por
Versículo. São Paulo: Hagnos, 2002.
GILBERTO, Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996.
3. Fé, mansidão,
temperança. Fé, ou fidelidade em grego é
pistis, é sinônimo de confiabilidade, que é baseado em algo verdadeiro. Ter fé
é também ser fiel, confiável em todos os sentidos. A mansidão é agir com
brandura, mesmo que a ocasião permita que a ira seja a opção aceitável, levando
em conta que é possível se irar e não pecar. Temperança é domínio próprio, a
capacidade de ser vitorioso em relação aos desejos da natureza humana,
resistindo aos impulsos da tentação. Paulo deixa claro que aqueles que são de
Cristo crucificaram a carne (Gl 5.24). As obras que antes faziam não poderiam
ser vistas na nova vida que receberam pela fé em Jesus. Eles eram livres em
Cristo para não pecar, como faziam antes; e completa dizendo que se eles viviam
no Espírito, andassem no Espírito também (Gl 5.25). É impraticável uma pessoa
alegar que vive no Espírito e trilhar caminhos que são contrários à direção
dEle. Os judaizantes tentavam ensinar os gálatas a que dependessem da carne,
mas as consequências dessa dependência eram opostas ao pretendido por Deus.
Paulo os ensina a que vivam no Espírito. Viver andando na carne conduziria os
gálatas ao Inferno.
• 👉 Quando Paulo fala sobre o Fruto do Espírito (Gl 5.22-25),
ele nos convida a viver de forma coerente com a vida que recebemos em Cristo.
Entre os frutos finais que ele apresenta estão a fé, a mansidão e a temperança,
virtudes que refletem o caráter de Deus em nossa conduta diária. Estas
qualidades não surgem de esforço humano isolado, mas são resultado da comunhão
constante com o Espírito Santo, que transforma o coração e direciona nossas
escolhas (COELHO, 2016; BÍBLIA de Estudo Pentecostal, 1995). A fé, do grego
pistis (πίστις), vai além da crença intelectual; é fidelidade prática,
confiança sólida e confiável em Deus e em Suas promessas (FEE, 1996; LOPES,
2009). Ter fé significa viver de maneira consistente com a verdade revelada,
sendo fiel em nossas ações, palavras e decisões. É a fé que nos mantém firmes
mesmo quando circunstâncias contrariam nossas expectativas, lembrando que a
vida cristã é um caminhar contínuo na dependência de Deus. A mansidão, praótēs
(πραότης), manifesta-se como brandura de espírito, não fraqueza. Paulo não nos
convida a sermos passivos, mas a exercermos autocontrole diante de situações
que poderiam justificar a ira (BÍBLIA de Estudo MacArthur, 2000; KEENER, 1993).
É a força que se expressa em serenidade, permitindo que nossas respostas sejam
guiadas pela sabedoria e pela compaixão, em vez de emoções desordenadas. A
temperança, ou domínio próprio, do grego egkrateia (ἐγκράτεια), é a capacidade
de vencer os impulsos da carne, resistindo às tentações da natureza humana
(CHAMPLIN, 2002; GILBERTO, 1996). Não se trata apenas de abstinência física,
mas de equilíbrio interior, capaz de harmonizar desejos, pensamentos e ações à
vontade de Deus. Paulo enfatiza que aqueles que são de Cristo crucificaram a
carne e, portanto, não devem se submeter às práticas pecaminosas do passado (Gl
5.24-25). Esses três frutos estão interligados. A fé nos sustenta, a mansidão
orienta nossas respostas e a temperança mantém nosso comportamento em
alinhamento com o Espírito. Andar no Espírito significa permitir que estas
virtudes governem nossas atitudes, tornando impossível afirmar que vivemos no
Espírito enquanto seguimos os caminhos da carne. O contraste entre a vida
guiada pelo Espírito e a dependência da carne é evidente: seguir a carne conduz
à destruição, enquanto andar no Espírito conduz à liberdade e à vida eterna
(LOPES, 2009; BÍBLIA de Estudo Pentecostal, 1995). A reflexão pastoral é
inevitável: examinemos nossa vida diária. Estamos confiando em Deus de forma
prática? Respondemos com brandura em situações difíceis? Exercemos domínio
sobre nossos desejos e paixões? Paulo nos exorta a viver no Espírito, não
apenas declarar nossa filiação. A coerência entre fé e prática é o sinal do
verdadeiro discípulo (FEE, 1996; COELHO, 2016). Diante disso, somos desafiados
a uma autoavaliação constante: viver pela fé, responder com mansidão e cultivar
a temperança não são escolhas eventuais, mas um estilo de vida contínuo. É esse
cultivo que evidencia a transformação interior e fortalece o testemunho
cristão, tanto individual quanto comunitário (KEENER, 1993; GILBERTO, 1996).
COELHO, Alexandre. A liberdade em Cristo — Vivendo o
verdadeiro Evangelho conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro:
CPAD, 2016.
BÍBLIA de Estudo MacArthur. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
BÍBLIA de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
LOPES, Hernandes Dias. Gálatas – Comentários Expositivos
Hagnos: A carta da liberdade cristã. São Paulo: Hagnos, 2009.
FEE, Gordon D. Paul, the Spirit, and the People of God.
Peabody: Hendrickson, 1996.
KEENER, Craig S. The IVP Bible Background Commentary: New
Testament. Downers Grove: IVP Academic, 1993.
CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por
Versículo. São Paulo: Hagnos, 2002.
GILBERTO, Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996.
CONCLUSÃO
“Contra essas coisas não há lei”
(v.23), é o que Paulo escreve ao concluir a descrição do Fruto do Espírito, ao passo
que também mostra que aqueles que praticam as obras da carne não herdarão o
reino de Deus. Enquanto estivermos neste mundo teremos uma luta diária dentro
de nós, que nos obrigará a inclinar nosso pensamento e ações que agradarão a
Deus ou à natureza humana. Essa responsabilidade de escolha é nossa, como
também as recompensas relativas a cada direção que tomamos.
• 👉 Paulo encerra a descrição do Fruto do Espírito com uma
declaração poderosa: “Contra essas coisas não há lei” (Gl 5.23). Ele nos mostra
que essas virtudes – amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,
mansidão e temperança – são completamente compatíveis com a vontade de Deus, e
não podem ser proibidas por nenhum preceito humano. Ao mesmo tempo, Paulo enfatiza
que aqueles que persistem nas obras da carne não herdarão o Reino de Deus. A
tensão entre a carne e o Espírito, portanto, não é apenas uma questão ética; é
existencial e espiritual, moldando o destino eterno do indivíduo (COELHO, 2016;
BÍBLIA de Estudo Pentecostal, 1995). Enquanto vivemos neste mundo, a luta
interior é constante. A palavra grega usada para “luta” (agon) carrega a ideia
de combate ou competição intensa, e nos lembra que o cristão não é um
espectador passivo, mas um participante ativo nesta batalha espiritual (FEE,
1996; LOPES, 2009). Todos os dias somos confrontados com escolhas que testam a
nossa fé: devemos seguir a direção do Espírito ou ceder às inclinações da
carne. Essa responsabilidade é pessoal, e cada decisão tem consequências
espirituais e práticas em nossa vida diária e comunitária. A escolha entre
andar no Espírito ou ceder à carne não é apenas sobre comportamento externo,
mas sobre a coerência interior do coração. Paulo não nos oferece uma lista de
regras vazias; ele nos convida a cultivar virtudes que emergem da transformação
interna proporcionada pelo Espírito Santo (BÍBLIA de Estudo MacArthur, 2000). A
fé, a mansidão e a temperança, por exemplo, não se desenvolvem por esforço
humano isolado, mas pela rendição diária à direção de Deus. A implicação é
clara: não há neutralidade na vida cristã. A cada pensamento, palavra e ação,
estamos moldando nossa espiritualidade. Viver no Espírito exige vigilância
constante, oração, meditação na Palavra e comunhão com outros crentes. Andar no
Espírito significa alinhar nossas atitudes com o caráter de Cristo, permitindo
que o amor, a paz e a temperança orientem nossas respostas, mesmo sob pressão
ou provocação (KEENER, 1993; GILBERTO, 1996). O alerta de Paulo sobre herdar ou
não o Reino de Deus nos convida a uma autoavaliação sincera: estamos permitindo
que o Espírito governe nossa vida, ou ainda dependemos da carne para satisfação
pessoal? A escolha é diária e direta; é impossível afirmar que andamos no
Espírito enquanto seguimos os desejos da carne. Este é um chamado pastoral à
responsabilidade espiritual e à vigilância na igreja local (CHAMPLIN, 2002;
FEE, 1996). A dimensão prática dessa exortação é profunda: nossas decisões
refletem não apenas nossa santificação pessoal, mas também o testemunho
coletivo da igreja. Cada ato de fé, mansidão e temperança fortalece a
comunidade e evidencia a autenticidade da vida cristã. Paulo nos mostra que
andar no Espírito transforma não só o indivíduo, mas impacta toda a comunidade
de fé, prevenindo divisões, conflitos e comportamentos que contrariam a vontade
de Deus (LOPES, 2009; BÍBLIA de Estudo Pentecostal, 1995). Por fim, somos
chamados a viver de forma intencional e consciente. Cada escolha diária é uma
oportunidade de manifestar o Fruto do Espírito, desfrutando da liberdade em
Cristo e rejeitando a escravidão da carne. Esta liberdade não é permissiva, mas
formativa: ela molda o caráter, fortalece a fé e assegura que a vida do cristão
seja visível e impactante, tanto para Deus quanto para o próximo (COELHO, 2016;
GILBERTO, 1996). A batalha é diária, mas a vitória é garantida àqueles que
caminham no Espírito. Três aplicações práticas para a nossa vitória:
1. Escolher diariamente
andar no Espírito: A vida cristã não é
passiva; é um exercício diário de decisão entre a carne e o Espírito. Para o
jovem cristão, isso significa avaliar constantemente suas escolhas, palavras,
atitudes, amizades, lazer e consumo de conteúdo, e perguntar: “Isso me aproxima
de Deus ou me afasta?”. Andar no Espírito exige disciplina espiritual, oração e
meditação na Palavra, tornando a fé algo concreto e visível em cada ação (FEE,
1996; COELHO, 2016).
2. Cultivar o Fruto do
Espírito em relacionamentos: O jovem cristão é chamado
a refletir amor, mansidão, paciência, bondade e temperança em suas relações
familiares, escolares, acadêmicas e de igreja. Por exemplo, ao lidar com
conflitos, a mansidão permite responder com brandura, evitando agressividade; a
temperança controla impulsos; a bondade e o amor fortalecem a comunidade. Isso
transforma não só a vida pessoal, mas o testemunho da igreja entre os colegas e
amigos (LOPES, 2009; GILBERTO, 1996).
3. Entender a liberdade
em Cristo como responsabilidade: A liberdade cristã não é
licença para pecar, mas oportunidade para viver de forma consciente e coerente.
Para o jovem, isso significa rejeitar hábitos que alimentam a carne, como
inveja, fofoca ou excessos, e abraçar práticas que edificam a alma e a
comunidade. Cada decisão de resistir à tentação fortalece a fé, evidencia
maturidade espiritual e ajuda a construir caráter cristão sólido e duradouro.
Viva para a máxima glória do
Nome do Senhor Jesus!
Meu
ministério aqui é um chamado do coração: compartilhar o ensino da
Palavra de Deus de forma livre e acessível, para que você, irmão ou irmã em
Cristo, possa crescer na fé e no conhecimento das Escrituras, sem barreiras,
com subsídios preparados por um Especialista em Exegese Bíblica do Novo Testamento.
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HORA DA REVISÃO
1. De acordo com a lição “andai em
Espírito” é um imperativo ou uma escolha?
O verbo está no imperativo, aqui
não é uma recomendação, mas uma ordem. O cristão deve entender que a única
opção para que não cumpra os desejos da natureza humana é andando no Espírito.
2. Segundo a lição,
qual a luta interior diária que enfrentamos?
É a luta interior constante para
que sigamos a vontade da nossa carne e não sejamos guiados pelo Espírito. A
carne luta contra o Espírito, e esse, contra a carne (Gl 5.17) Não é uma luta
visível, pois acontece no nosso íntimo, mas as consequências são.
3. O que representa a
carne?
A carne representa a nossa
natureza que busca satisfação naquilo que desagrada a Deus.
4. Relacione o Fruto do
Espírito de acordo com Gálatas 5.22.
Amor, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
5. Cite 3 obras da
carne segundo Gálatas 5.22.
Prostituição, impureza e
lascívia.