Pb Francisco Barbosa (@Pbassis)
Tenho dinâmica para esta
aula! Se desejar receber, mande-me um e-mail. É o mesmo da chave PIX!
TEXTO PRINCIPAL
“Assim
que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus
por Cristo.” (Gl 4.7).
ENTENDA O TEXTO PRINCIPAL:
• Gl 4.7 é o clímax de um argumento que Paulo inicia em
Gálatas 3 e continua até 4.1-7. Ele está contrastando a condição espiritual sob
a Lei (antes de Cristo) com a condição sob a graça (após a vinda do Messias). Antes:
O povo de Deus, ainda que destinado à herança, vivia como menores de idade sob
tutores (a Lei), semelhante a servos. Agora: Pela obra redentora de Cristo,
aqueles que creem não estão mais sob a pedagogia da Lei, mas receberam a adoção
como filhos. O pano de fundo é a prática romana da adoção legal, υἱοθεσία (huiothesía), onde
o adotado recebia plenos direitos de filho legítimo, inclusive o de herança. ὥστε (hōste), de
modo que, ou “assim que”, marcando a conclusão lógica do argumento
anterior. οὐκέτι, não mais, indicando mudança
definitiva e irreversível de estado. δοῦλος (doúlos), servo ou escravo; aqui figura do estado
anterior sob a Lei e o pecado. υἱός (huiós), filho com direito de herança; no NT, especialmente
filho por adoção espiritual. κληρονόμος (klēronómos), herdeiro legítimo; no
contexto paulino, aquele que participa das promessas feitas a Abraão (cf. Gl
3.29). διὰ θεοῦ (dià Theoû),
literalmente “por meio de Deus”; alguns manuscritos trazem “διὰ Χριστοῦ” (por Cristo), mas a
ideia permanece: a filiação e herança vêm mediadas pela obra divina realizada
em Cristo. Esse texto está profundamente ligado a duas doutrinas: Adoção: Não somos apenas perdoados
(justificação), mas inseridos na família de Deus. Isso implica intimidade
(Abba, Pai, v. 6) e segurança eterna. O herdeiro é garantido por
Deus, não por mérito humano. A herança inclui:
- Participação na Nova Criação (Rm 8.17–23)
- Glória futura com Cristo (Cl 3.4)
- Plena comunhão com Deus.
A adoção também implica acesso ao Espírito Santo como
selo e penhor da herança (Ef 1.13-14). O Espírito não é apenas um documento
jurídico celestial, mas a presença viva que testemunha que somos filhos (Rm
8.15-16) e capacita-nos a viver como tais, inclusive operando dons e
ministérios no presente. Identidade: O cristão não vive mais como servo que
teme castigo, mas como filho amado que serve por amor; Segurança: A filiação é
obra de Deus e não pode ser revogada (Jo 10.28–29). Missão: Herdeiros de Deus
compartilham o desejo do Pai: anunciar o Evangelho para que mais “filhos” sejam
trazidos para casa. Santificação: Quem é filho deseja agradar ao Pai, não para
se tornar filho, mas porque já o é. Gálatas 4.7 declara que, pela obra de
Cristo e pelo testemunho do Espírito, o crente deixa de ser servo escravizado
pela Lei e pelo pecado, tornando-se filho adotado e herdeiro de todas as
promessas de Deus. Essa mudança é definitiva, baseada na graça, sustentada pelo
Espírito e direcionada para uma herança eterna, que já experimentamos em parte
agora e plenamente na consumação.
RESUMO DA LIÇÃO
A
maturidade exige de nós um comportamento diferenciado, pois por ela recebemos a
herança em Cristo.
ENTENDA O RESUMO DA LIÇÃO:
• A verdadeira maturidade espiritual nos chama a viver
de forma elevada, rompendo com a mediocridade e refletindo o caráter de Cristo.
É somente nesse lugar de crescimento e entrega que desfrutamos plenamente da
herança gloriosa que nos foi conquistada por Ele.
TEXTO BÍBLICO
Gálatas 4.1-7
1. Digo,
pois, que, todo o tempo em que o herdeiro é menino, em nada difere do servo,
ainda que seja senhor de tudo.
• 4.1-7 Paulo ampliou a
analogia ria chegada à maioridade de um filho (3.24-26) ao contrastar a vida
dos cristãos antes da salvação (como filhos e servos), com a vida deles depois
da salvação (como adultos e filhos). Tanto os leitores gentios de Paulo quanto
os judeus prontamente compreenderiam essa imagem, uma vez que os judeus, os
gregos e os romanos tinham uma cerimônia para marcar a chegada de um filho à
maioridade. herdeiro. A palavra grega se refere a uma criança pequena
demais para falar; um menor, espiritual e intelectualmente imaturo e
despreparado para os privilégios e responsabilidade da maioridade. (MacArthur)
2.
Mas está debaixo de tutores e curadores até ao tempo determinado pelo pai.
• Tutores… Reflete a ideia de que,
sob a Lei, os crentes estavam como menores de idade, sob supervisão até que
Cristo viesse libertar e maturar a sua fé (BEP)
tutores e curadores.
"Tutores" eram os escravos encarrega dos de cuidar dos menores,
enquanto os "curadores" gerenciavam as propriedades que eles tivessem
até que atingissem a maioridade. Juntamente com o aio (3.24), eles tinham quase
que total responsabilidade pela criança - de modo que, para todos os propósitos
práticos, a criança sob o cuidado deles não se diferenciava em nada de um
escravo. (MacArthur)
3.
Assim também nós, quando éramos meninos, estávamos reduzidos à servidão debaixo
dos primeiros rudimentos do mundo;
• quando éramos menores... servilmente sujeitos. Antes que atingíssemos a maioridade quando chegamos à fé
salvadora em Jesus Cristo. rudimentos do mundo.
"Rudimentos" vem de uma palavra grega que significa
"fileira", ou "nível" e era empregada para falar a respeito
das coisas básicas e fundamentais, como as letras do alfabeto. Considerando o
seu uso no v. 9, é melhor ver essa palavra aqui como uma referência aos
elementos e rituais básicos da religião humana (ve/a nota em Cl 2.8). Paulo
descreve tanto a religião dos judeus quanto a dos gentios como elementares,
pois são meramente humanas, nunca se elevando até o nível de divina. Tanto a
religião dos judeus quanto a dos gentios centralizavam-se nos sistemas de obras
feitos por seres humanos. Elas eram repletas de leis e cerimônias que deviam ser realizadas para que a aceitação
divina fosse alcançaria, rodos esses elementos rudimentares são imaturos, como
o comportamento das crianças soba escravidão de seu tutor. (MacArthur)
4.
mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher,
nascido sob a lei,
• a plenitude do tempo. No
tempo designado por Deus, quando as precisas condições religiosas, culturais, e
políticas exigidas pelo seu piano perfeito haviam atingido o auge, Jesus veio
ao mundo. Deus enviou seu Filho. Assim como um pai marca a data da
cerimônia da maioridade de seu filho e da liberdade de seus protetores,
.curadores-e tutores. Deus enviou o seu Filho no momento certo para libertar da
escravidão da lei todo aquele que crê — uma verdade que Jesus afirmou várias
vezes (Jo 5.30,36-37; 6.39,44,57; 8.16,18,42; 12.49; 17.21,25; 20.21). O fato
de o Pai ter enviado Jesus ao mundo ensina a respeito de sua preexistência como
o eterno segundo membro da trindade. Veja notas em Fp 2.6-7; Hb 13-5: cf. Rm
8.3-4. nascido de mulher. Enfatiza a plena humanidade de Jesus, e não
simplesmente o fato de ter nascido de uma virgem (Is 7.14; Ml 1.20-25). Jesus
tinha de ser totalmente Deus para que o seu sacrifício tivesse o valor
ilimitado necessário para que pudesse suportar o castigo do pecado como
substituto do ser humano. Veja Lc 1.32,35; Jo 1.1,14,18. sob a lei. Como todos os
seres humanos, Jesus foi obrigado a obedecer à lei de Deus. Diferente de
qualquer outro, ele obedeceu perfeitamente a essa lei (Jo 8.46; 2Co 5.21; I Ib 4.13;
7.26; lPe 2.22; 1 Jo 3.5). Sua impecabilidade fez dele o sacrifício imaculado
pelos pecados, aquele que "cumpriu ioda a justiça", ou seja, quo
obedeceu a Deus em tudo de modo perfeito. E essa justiça perfeita que é
imputada àqueles que creem nele.. (MacArthur)
5.
para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de
filhos.
• para resgatar. Veja 3.13. os
que estavam sob a lei. Pecadores culpados que estão sob as exigências
tia lei e sua maldição e necessitando de um salvador. a adoção de filhos.
"Adoção" é o ato de levar alguém que 6 filho de outra pessoa para a
sua própria família. Unia vez que as pessoas não regeneradas são. por natureza,
filhos de Satanás, a única maneira de poderem se tornar filhos de Deus é por
meio da adoção espiritual (Rm 8.15,23; Ef 1.5).
6.
E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho,
que clama: Aba, Pai.
• O Espírito... que clama: Aba, Pai. O uso de “Aba” (aramaico) junto com “Pai” (grego) expressa
profunda intimidade e confiança filial. O Espírito Santo, enviado a nós como
selo da adoção, desperta em nós essa consciência de ser filhos de Deus (BEP)
o Espírito de seu Filho. É a obra do Espírito Santo para confirmar aos cristãos sua
adoção como filhos de Deus (veja Rm 8.15). A certeza da salvação é uma obra
graciosa do Espírito Santo e não provém de nenhuma fonte humana. Aba.
Um termo aramaico carinhoso usado pelas crianças para falar com seus pais;
equivale à palavra “papai”. (MacArthur)
7.
Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro
de Deus por Cristo.
• Agora você não é mais escravo, mas filho... herdeiro. A passagem afirma que os crentes foram resgatados da
condição de escravidão à Lei e, como filhos adotados, tornam-se também herdeiros
de todas as promessas divinas (BEP)
Conquanto a salvação seja o dom gratuito de Deus (Rm
5.15-16,18; 6.23; Ef 2.8), ela traz consigo uma séria responsabilidade. Deus
exige que os cristãos vivam uma vida santa porque são filhos de um Deus santo e
que desejem amá-lo e adorá-lo (Mt 5.48; 11’g 1.15-18). Essa obrigação era para
com os princípios morais e espirituais imutáveis que refletem para sempre a
natureza de Deus; todavia, ela não inclui os rituais e cerimônias exclusivas a
Israel sob a lei mosaica como afirmavam falsamente os judaizantes (MacArthur)
Este ministério nasceu de
um chamado:
Levar a Palavra de Deus a todos: GRÁTIS,
SEM BARREIRAS.
Cada estudo,
cada palavra, é fruto de oração e dedicação para alimentar sua fé. Mas para
continuar, preciso de você.
Se este
conteúdo foi útil para você, transforme gratidão em ação.
Sua
contribuição, por menor que seja, mantém essa luz acesa. Não deixe que essa
missão pare. Seja parte da transformação!
Chave PIX: assis.shalom@gmail.com
Juntos, iluminamos vidas.
Obrigado por caminhar comigo.
INTRODUÇÃO
Vimos na lição anterior que Paulo
tratou a respeito da descendência de Abraão: todos os que creem em Jesus pela
fé, quer sejam judeus, quer sejam gentios. Nesta lição, trataremos a respeito
da maturidade. É ela que faz o herdeiro menino se tornar um herdeiro completo e
apto para receber a herança. Ao se colocarem debaixo da Lei, os gálatas estavam
não somente se colocando num caminho de retrocesso para com o Evangelho, mas
estavam igualmente renunciando à sua maturidade e sua herança em Cristo.
• Na lição passada vimos que Paulo afirmou algo revolucionário
para o mundo do primeiro século: todos os que creem em Jesus Cristo, quer
judeus, quer gentios, fazem parte da verdadeira descendência de Abraão (Gl 3.7,29).
Essa filiação não se baseia no sangue nem na etnia, mas na fé, a mesma fé que
justificou o patriarca antes da Lei. Agora, Paulo conduz o raciocínio para um
ponto crucial: a maturidade espiritual. Ele recorre à imagem do herdeiro menor
de idade, que embora seja dono legítimo de tudo, vive como servo até alcançar a
maioridade estabelecida pelo pai (Gl 4.1-2). No grego, a palavra usada para
servo é doúlos (escravo), ressaltando a limitação e a dependência. O
amadurecimento, aqui, não é opcional, é a condição para receber a herança
plenamente. Os gálatas, seduzidos pelo ensino dos judaizantes, estavam
retrocedendo. Ao submeter-se novamente às prescrições da Lei, eles agiam como
herdeiros que, tendo alcançado a maioridade, voltam deliberadamente à tutela e
à escravidão. Paulo enxerga isso como um abandono não apenas do Evangelho, mas
também da própria herança em Cristo (Gl 4.9). Hernandes Dias Lopes chama isso
de “renunciar à liberdade e voltar às correntes”¹. Esse retorno à Lei não
representava crescimento, mas imaturidade espiritual. Era, como observa
Alexandre Coelho², trocar a posição de filhos adotados (huiothesía) por uma
vida de medo e obrigação. O pano de fundo aqui é profundamente relacional. Deus
não nos salvou para permanecermos como crianças espirituais inseguras, mas para
que, por meio do Espírito, clamássemos “Aba, Pai” (Gl 4.6). Esse “Aba” não é
formalidade; é intimidade, a mesma palavra usada por Jesus em sua oração no
Getsêmani (Mc 14.36). Craig Keener³ destaca que a adoção no mundo
greco-romano implicava uma mudança de status legal definitiva: o adotado
deixava para trás todos os débitos e laços antigos, recebendo plenos direitos
de herdeiro. Ao voltar à Lei, os gálatas estavam, em essência, negando essa
nova identidade. Essa advertência de Paulo ecoa como um chamado para a igreja
de hoje. Quantos, mesmo conhecendo a verdade, vivem como se ainda estivessem
sob tutores, medindo sua espiritualidade por regras externas em vez de cultivar
uma comunhão viva com o Pai? A maturidade cristã não se mede pelo tempo de
conversão, mas pelo quanto refletimos o caráter de Cristo no cotidiano. Servir
a Deus por medo é coisa de servo; servir por amor é coisa de filho. French L.
Arrington⁴ lembra que a presença contínua do Espírito Santo não é
apenas um selo para a eternidade, mas o capacitador diário para vivermos como
filhos legítimos. Diante disso, precisamos nos perguntar: estamos vivendo como
filhos amadurecidos, herdeiros que conhecem e desfrutam da sua herança em
Cristo, ou como crianças espirituais, inseguras e presas a um sistema que
Cristo já cumpriu? A maturidade não é uma opção para alguns; é o chamado de
todo aquele que foi adotado pelo Pai. Assim como Davi, que não se contentou com
experiências passadas, mas buscava continuamente “conhecer o Senhor e
prosseguir em conhecê-lo” (Sl 63.1; Os 6.3), somos convocados a crescer até que
Cristo seja plenamente formado em nós (Gl 4.19).
1. LOPES,
Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. Hagnos, 2015.
2. COELHO,
Alexandre. A liberdade em Cristo: Vivendo o verdadeiro Evangelho conforme a
Carta de Paulo aos Gálatas. CPAD, 2020.
3. KEENER,
Craig S. Comentário Bíblico do Novo Testamento. Vol. 2. Vida, 2014.
4. ARRINGTON,
French L. Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. CPAD, 2003.
BÍBLIA
DE ESTUDO PENTECOSTAL. CPAD, 1995.
MACARTHUR,
John. Bíblia de Estudo MacArthur. Thomas Nelson Brasil, 2017.
Comentário
Bíblico Beacon. CPAD, 2005.
CHAMPLIN,
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Candeia, 2002.
YONG,
Amos; PALMA, Anthony D.; OSS, Douglas; MACCHIA, Frank D.; FEE, Gordon D.;
MENZIES, Robert P.
I. HERDEIRO,
MAS COMO SE NÃO FOSSE AINDA
1. Herdeiro, mas como escravo. Paulo
começa dizendo que “todo o tempo em que o herdeiro é menino, em nada difere do
servo, ainda que seja senhor de tudo” (Gl 4.1). Nesse texto, podemos ver a
importância da maioridade. Ainda que uma criança fosse considerada herdeira,
não é diferente de um escravo enquanto não atingir a maioridade. À medida que a
criança vai crescendo e se desenvolvendo, ela vai se tornando menos dependente
do aio (daquele que a conduz e que exerce sobre ela uma tutela, uma guarda). A
criança não é uma escrava, mas é “considerada” como se fosse, em relação a
herança, até que atinja a maturidade. Paulo comenta que o herdeiro, enquanto
menino, por mais que seja dono de tudo, não tem acesso à herança e não possui
diferença de um escravo. Falta a ele a maturidade que só o tempo poderá trazer.
Um comentarista diz que aquela criança era chamada de “jovem senhor”, sendo
“senhor” porque um dia, na maioridade, poderia usufruir dos bens e direitos que
lhe seriam entregues, e “jovem” para não se esquecer que sua hora não havia
chegado e se colocar no seu lugar. Mas a hora da sua maioridade chegaria, e ele
poderia usufruir dos seus bens e títulos. A função da Lei era conduzir as
pessoas a Cristo, da mesma forma que o aio conduzia a criança até a escola e se
responsabilizava pela sua educação (Gl 4.3).
• Paulo inicia esta seção com uma imagem poderosa: “Todo o
tempo em que o herdeiro é menino, em nada difere do escravo, embora seja senhor
de tudo” (Gl 4.1). No mundo greco-romano, um herdeiro legítimo (klēronómos)
podia ter direito legal a toda a herança do pai, mas enquanto fosse criança
(nēpios, literalmente “infante”, alguém ainda imaturo na compreensão e na
conduta), vivia sob a autoridade de tutores e administradores. Na prática, sua
vida não se diferenciava muito da de um servo (doúlos), pois lhe faltava a
capacidade e a autoridade para administrar o que era seu por direito. Paulo
aplica essa figura ao povo de Deus antes da obra consumada de Cristo. A Lei
mosaica funcionava como um paidagogós, termo usado em Gálatas 3.24 para o “aio”
ou guardião responsável por conduzir a criança à escola e supervisionar sua
disciplina. Não era o professor em si, mas o que levava, vigiava e corrigia até
que o filho atingisse a maturidade. Assim como o herdeiro infantil precisava
ser guiado até que pudesse agir como dono de fato, Israel, sob a Lei, vivia num
estágio de dependência e tutela, aguardando a plenitude dos tempos, quando o
Filho viria para libertar e amadurecer os filhos de Deus (Gl 4.4-5). Essa
analogia expõe uma verdade espiritual profunda: é possível ser herdeiro por
posição, mas viver como escravo por imaturidade. A criança é chamada “senhor”
por causa do que receberá, mas ainda “jovem” para que se lembre de que sua hora
não chegou. Da mesma forma, antes de Cristo, mesmo sendo o povo escolhido,
Israel não tinha acesso pleno à herança prometida a Abraão, pois a maturidade
da revelação ainda não havia sido dada. Hernandes Dias Lopes observa que “a Lei
não é rival do Evangelho, mas serva dele”, sua função é preparar, mostrar o
pecado e apontar para Cristo, não conceder a salvação. Para nós hoje, essa
lição é incisiva. Quantos na igreja já receberam, em Cristo, todos os direitos
de filhos adotados (huiothesía), mas continuam vivendo como se fossem servos,
medindo sua espiritualidade por regras e não pela comunhão viva com o Pai?
Anthony Palma lembra que o Espírito Santo é quem nos tira dessa condição de
infância espiritual e nos habilita a desfrutar da herança já disponível. Viver
como escravo quando se é filho não é humildade é desperdiçar a graça. A
maturidade espiritual não vem apenas com o tempo de conversão, mas com o
aprofundamento no conhecimento de Cristo e a obediência à Sua Palavra. Assim
como aquele jovem herdeiro precisava aguardar o momento estabelecido pelo pai
para assumir a posse de tudo, nós precisamos avançar em maturidade para
desfrutar plenamente da herança que já nos foi garantida na cruz. O chamado de
Paulo é claro: deixemos as roupas da infância espiritual e vivamos como filhos
que conhecem sua identidade e caminham em liberdade. A Lei cumpriu seu papel;
agora, o Espírito nos conduz.
LOPES,
Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. Hagnos, 2015.
COELHO,
Alexandre. A liberdade em Cristo: Vivendo o verdadeiro Evangelho conforme a
Carta de Paulo aos Gálatas. CPAD, 2020.
BÍBLIA
DE ESTUDO PENTECOSTAL. CPAD, 1995.
MACARTHUR,
John. Bíblia de Estudo MacArthur. Thomas Nelson Brasil, 2017.
COMMENTÁRIO
BÍBLICO BEACON. CPAD, 2005.
CHAMPLIN,
R. N. Comentário Expositivo do Novo Testamento. Candeia, 2002.
PALMA,
Anthony D. The Spirit and the New Testament Believer. CPAD, 2010.
KEENER,
Craig S. Comentário Bíblico do Novo Testamento. Vida, 2014.
2. Na plenitude dos tempos.
O momento da história humana em que Deus interveio para transformar uma
promessa em um fato consumado é chamado de “plenitude dos tempos”. Nesse
período específico, Deus enviou a Jesus, e o apóstolo ainda reforça: “nascido
de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4.4). Essas duas colocações têm importância
pois, mostram não somente a humanidade de Jesus, mas igualmente o fato de que
por ter nascido sob a Lei e tê-la cumprido até a morte, seu sacrifício foi
único e perfeito, colocando a salvação disponível a todos que creem,
independentemente da sua cultura de origem. Paulo destaca que foi Deus que
enviou seu Filho do Céu para este mundo. Essa vinda fazia parte da promessa
dada a Abraão, de que nele, todas as famílias seriam benditas. A bênção de Deus
não estaria restrita aos descendentes de Abraão que guardavam a Lei. Essa
bênção seria dada, pela fé, aos que cressem no sacrifício de Jesus.
• Quando Paulo fala da “plenitude dos tempos” (Gl 4.4), ele se
refere ao momento decisivo da história humana em que Deus intervém de forma
soberana, cumprindo promessas antigas e transformando-as em realidade
consumada. É o ponto culminante do plano redentor: a vinda do Filho de Deus à
humanidade. Ao enfatizar que Jesus foi “nascido de mulher, nascido sob a Lei”,
Paulo não apenas destaca sua plena humanidade (anthrōpos), mas também mostra
que Cristo assumiu nossa condição, submetendo-se à Lei que todos nós violamos,
cumprindo-a perfeitamente até a morte na cruz (Gl 4.4-5). Essa dupla expressão:
“nascido de mulher” e “nascido sob a Lei”, reforça que o sacrifício de Jesus
foi único e universal. Craig Keener observa que a referência à Lei (nómos) não
indica apenas uma limitação cultural ou geográfica, mas o contexto legal e
moral que Cristo assumiu para redimir a humanidade³. Em outras palavras, sua obediência substitutiva tornou a
salvação acessível a todos, judeus ou gentios, não baseada na observância da
Lei, mas na fé no sacrifício perfeito do Filho de Deus. Paulo sublinha ainda a
iniciativa divina: “Deus enviou seu Filho do Céu” (ek tou Theou) demonstrando
que a obra da salvação não nasce da iniciativa humana, mas da graça soberana do
Pai. Hernandes Dias Lopes afirma que essa ação não é um mero evento histórico,
mas o cumprimento das promessas feitas a Abraão, por meio de quem todas as
famílias da terra seriam abençoadas¹. A promessa abraâmica encontra em
Cristo sua consumação, não como um direito de nascimento ou observância legal,
mas como dom acessível a todos que creem. O ensino é profundamente prático: a
bênção de Deus não depende de origem étnica, mérito pessoal ou adesão a
rituais. Ela se revela na fé que confia no sacrifício de Cristo. Alexandre
Coelho enfatiza que a fé se torna o critério universal para participação na
herança de Deus, quebrando qualquer barreira cultural ou religiosa². Assim, o crente hoje é chamado a reconhecer a plenitude
desse tempo, vivendo com a consciência de que sua filiação, adoção e herança
vêm do cumprimento perfeito da promessa em Cristo. Refletindo sobre isso, somos
convidados a avaliar nossa própria vida espiritual: estamos vivendo como
aqueles que receberam a bênção de Deus pela fé, ou ainda tentamos conquistá-la
por esforços próprios? O chamado de Paulo permanece: receber a salvação como
dom e permitir que Cristo forme em nós a maturidade de filhos, plenamente
conscientes de nossa herança em Deus.
LOPES,
Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. Hagnos, 2015.
COELHO,
Alexandre. A liberdade em Cristo: Vivendo o verdadeiro Evangelho conforme a
Carta de Paulo aos Gálatas. CPAD, 2020.
KEENER,
Craig S. Comentário Bíblico do Novo Testamento. Vol. 2. Vida, 2014.
BÍBLIA
DE ESTUDO PENTECOSTAL. CPAD, 1995.
MACARTHUR,
John. Bíblia de Estudo MacArthur. Thomas Nelson Brasil, 2017.
COMMENTÁRIO
BÍBLICO BEACON. CPAD, 2005.
CHAMPLIN,
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Candeia, 2002.
3. Remir os que estavam debaixo da
Lei. A vinda de Jesus foi para remir os que estavam
debaixo da Lei. Remir é comprar novamente. Paulo aqui nos mostra que as ações
de Deus sempre têm um propósito. Nessa remissão Jesus pagou a nossa dívida, e
com seu sangue, nos comprou para Deus (Ap 5.9). Certo estudioso comentou que os
judeus dos tempos de Jesus, de forma geral consideravam a Lei como “um capataz
cujas ordens precisavam ser obedecidas por temor à penalidade decorrente da
infração”. Ela é o paidagogos, responsável por preparar e levar as crianças de
uma família para a escola, onde seriam entregues ao “mestre-escola”. Uma vez
entregue as crianças ao mestre-escola, a responsabilidade do paidagogos estava
concluída. Nada mais há de ser feito por ele.
• A vinda de Jesus teve um propósito central: remir aqueles
que estavam debaixo da Lei (Gl 4.5). Remir, no grego agorazó, significa
“comprar novamente”, ou seja, pagar o preço para libertar alguém de uma
condição de dependência ou escravidão. Paulo deixa claro que cada ação de Deus
é intencional. Quando Cristo derramou seu sangue na cruz, Ele pagou a nossa
dívida e nos comprou para Si mesmo, tornando-nos herdeiros e filhos adotivos
(Ap 5.9). Essa remissão revela a perfeição do plano divino. Craig Keener
observa que, para os judeus do primeiro século, a Lei (nómos) era muitas vezes
vista como um capataz (paidagogós) cuja função era impor disciplina e exigir
obediência, temendo a penalidade decorrente da infração³. No entanto, Paulo
transforma essa imagem: a Lei não é o objetivo final, mas uma preparação. Ela
funciona como o paidagogós, o tutor que conduz a criança até a escola,
garantindo que ela esteja pronta para a maioridade e para exercer plenamente seus
direitos de herdeiro. O termo paidagogós usado em Gálatas 3.24 e 4.2 é
significativo. Ele não se refere a um professor, mas ao responsável pela
supervisão, disciplina e cuidado até que o herdeiro esteja pronto para assumir
a herança. Uma vez que a criança é entregue ao “mestre-escola”, o papel do
tutor termina. Assim também, a Lei cumpriu seu papel de guiar, instruir e expor
a necessidade de redenção; agora, Cristo é o Mestre definitivo, e a remissão já
está consumada. Paulo enfatiza que a remissão não é um conceito abstrato. É
concreta, aplicável e transformadora. O crente que vive sob a graça de Cristo
já não depende de um sistema de regras externas ou do medo da punição, mas
experimenta liberdade real e responsabilidade filial. Hernandes Dias Lopes reforça
que a liberdade em Cristo implica maturidade espiritual: somos chamados a viver
como filhos conscientes de nossa herança, não mais como servos escravizados
pelo temor (Gl 4.1-7)¹. Essa perspectiva nos desafia a
refletir sobre nossa vida espiritual. Estamos confiando na obra completa de
Cristo ou ainda nos apoiamos em esforços próprios e regras externas? A redenção
que Cristo trouxe não é apenas legal ou teórica; ela é prática, libertadora e
diária, convidando-nos a crescer em maturidade, responsabilidade e comunhão com
Deus.
1. LOPES,
Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. Hagnos, 2015.
COELHO,
Alexandre. A liberdade em Cristo: Vivendo o verdadeiro Evangelho conforme a
Carta de Paulo aos Gálatas. CPAD, 2020.
KEENER,
Craig S. Comentário Bíblico do Novo Testamento. Vol. 2. Vida, 2014.
BÍBLIA
DE ESTUDO PENTECOSTAL. CPAD, 1995.
MACARTHUR,
John. Bíblia de Estudo MacArthur. Thomas Nelson Brasil, 2017.
COMMENTÁRIO
BÍBLICO BEACON. CPAD, 2005.
CHAMPLIN,
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Candeia, 2002.
PALMA,
Anthony D. The Spirit and the New Testament Believer. CPAD, 2010.
Quer
ter acesso ao mesmo material que utilizo para escrever estes comentários?
- Adquira seu acesso vitalício à Minha Superbiblioteca!
Milhares
de livros e e-books indispensáveis para formação cristã e recomendados por
instituições de ensino reunidos em um só lugar que aprimora a experiência de
leitura.
VOCÊ ENCONTRARÁ:
📚 TEOLOGIAS SISTEMÁTICAS DIVERSAS
📚 COMENTÁRIOS BÍBLICOS DIVERSOS
📚 COLEÇÃO PATRÍSTICA
📚 COLEÇÃO ERA DOS MARTIRES
📚 CAPACITAÇÃO DE OBREIROS (CURSOS
TEOLÓGICOS)
📚 57
BÍBLIAS DE ESTUDO DIVERSAS
📚 TEOLOGIA NÍVEL MÉDIO – BACHAREL –
MESTRADO - DOUTORADO
✅ Tenha acesso a tudo
isso por
APENAS R$
30,00!
🔑 Chave PIX: assis.shalom@gmail.com
🤝 Após o pagamento e
recebimento do comprovante, será enviado via WhatsApp o link do material
SUBSÍDIO I
Professor(a), explique que a
“expressão ‘servir de aio’ traduz a palavra grega paidagogos, da qual deriva a
palavra pedagogo (isto é, professor, educador, guardião). Nos tempos do Novo
Testamento, isto era uma referência ao servo pessoal que acompanhava o filho de
um senhor, onde quer que o filho fosse — inclusive à escola — agindo como
guardião e exercendo disciplina sobre a criança. Este papel era mais o de uma
babá, do que o de um professor. O propósito da lei de Deus, durante algum
tempo, foi guiar o povo nos caminhos de Deus, proteger o seu comportamento e
dar disciplina. Mas o propósito supremo da lei de Deus é revelar o pecado,
expor a nossa própria incapacidade de viver em conformidade com o padrão
perfeito de Deus e nos mostrar a nossa necessidade de Cristo e da sua obra de
salvação espiritual.
4.2 TUTORES E CURADORES ATÉ AO TEMPO
DETERMINADO PELO PAI. A declaração que Paulo faz aqui é usada, principalmente,
para mostrar a situação de um crente sob o concerto do Antigo Testamento (isto
é, a maneira de manter um relacionamento com Deus com base nas leis e
sacrifícios do Antigo Testamento, antes que Cristo fizesse o sacrifício
perfeito pelo pecado com a sua própria vida). No entanto, o princípio desta
passagem também indica que os pais piedosos normalmente supervisionavam a
instrução de seus filhos (veja Dt 6.7). Esta supervisão seria feita por meio da
educação na própria casa ou colocando as crianças sob os cuidados e a instrução
de professores piedosos. As Escrituras ensinam claramente que os pais devem
fazer tudo o que puderem para assegurar que seus filhos recebam uma educação
centrada em Deus e que honre a Cristo, em todos os aspectos da vida, começando
no lar”. (Adaptado de Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro:
CPAD, 2023, p.1630).
II. A NOSSA POSIÇÃO EM DEUS
1. Somos filhos e herdeiros.
Antes os gálatas serviam aos ídolos, pois não conheciam a Deus. Mas agora, eles
haviam sido salvos, e não foram deixados à própria sorte. Eles foram recebidos
como filhos (Gl 4.6). Paulo prossegue dizendo que somos filhos e herdeiros,
coisa que um escravo não é. Pelo Espírito Santo, os gentios poderiam chamar
Deus de “paizinho”, não uma expressão que remonte a ideia de um diminutivo, mas
sim de intimidade. Os gentios agora, em Cristo, obedecem a Deus para agradá-lo,
e não porque podem ser punidos, como os ídolos faziam com aqueles que os
adoravam. Mas essa nova posição para os gálatas estava sendo abalada: “como
tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis
servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos” (Gl 4.9,10).
• Antes de conhecerem a Cristo, os gálatas viviam sob a
escravidão dos ídolos, presos a práticas e costumes que não lhes traziam vida
(Gl 4.8). Eles não conheciam Deus e, portanto, eram incapazes de experimentar a
verdadeira liberdade. Mas, em Cristo, essa realidade mudou radicalmente. Paulo
afirma que eles foram recebidos como filhos (Gl 4.6), um status que transforma
completamente a relação com Deus. A palavra grega huios usada aqui indica não
apenas filiação legal, mas uma relação íntima e pessoal. Não somos mais meros
súditos ou servos, mas filhos que compartilham a herança prometida pelo Pai. O
Espírito Santo é o selo desta filiação (sphragis), capacitando os gentios a
clamar “Aba, Pai” (Abba, Pater), uma expressão de profunda intimidade, não um
diminutivo infantil, mas a demonstração de confiança e comunhão plena com Deus.
Como observa Craig Keener³, esta linguagem reflete uma relação de
amor e segurança, completamente distinta do temor que dominava aqueles que
serviam aos ídolos. Agora, a obediência não é motivada pelo medo de punição,
mas pelo desejo de agradar ao Pai e viver de acordo com Sua vontade. Entretanto,
Paulo percebe um perigo real: os gálatas estavam sendo atraídos novamente para
práticas que remetiam à escravidão espiritual. Ele questiona: “Como tornais
outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?
Guardais dias, e meses, e tempos, e anos?” (Gl 4.9-10). O termo grego stoikheia
traduzido aqui por “rudimentos” se refere aos elementos básicos da Lei ou da
religião ritualista, que, isoladamente, não salvam nem amadurecem o crente.
Hernandes Dias Lopes¹ ressalta que essa tendência de
retrocesso é um risco constante para todos que já experimentaram a liberdade em
Cristo: é fácil trocar a maturidade espiritual pela segurança aparente de
regras externas. A advertência é clara para nós hoje: como filhos e herdeiros,
somos chamados a viver em liberdade consciente, guiados pelo Espírito, e não
por tradições ou costumes que não transformam o coração. Anthony Palma⁴ lembra que a filiação em Cristo nos concede uma autoridade
espiritual que um servo nunca possuiria, mas também implica responsabilidade
diária de caminhar na nova identidade. O chamado de Paulo é para permanecer
firmes, amadurecer na fé e resistir à tentação de buscar salvação ou aceitação
por meios externos. Refletindo sobre isso, podemos nos perguntar: estamos
vivendo como filhos que desfrutam da herança em Cristo ou nos comportamos como
escravos temerosos de regras, tradições ou expectativas humanas? A liberdade
cristã é prática, relacional e transformadora, exigindo de nós maturidade,
consciência espiritual e obediência motivada pelo amor.
LOPES,
Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. Hagnos, 2015.
COELHO,
Alexandre. A liberdade em Cristo: Vivendo o verdadeiro Evangelho conforme a
Carta de Paulo aos Gálatas. CPAD, 2020.
KEENER,
Craig S. Comentário Bíblico do Novo Testamento. Vol. 2. Vida, 2014.
PALMA,
Anthony D. The Spirit and the New Testament Believer. CPAD, 2010.
BÍBLIA
DE ESTUDO PENTECOSTAL. CPAD, 1995.
MACARTHUR,
John. Bíblia de Estudo MacArthur. Thomas Nelson Brasil, 2017.
COMMENTÁRIO
BÍBLICO BEACON. CPAD, 2005.
CHAMPLIN,
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Candeia, 2002.
2. Guardando preceitos e regras. Eles
eram filhos e herdeiros de Deus pela fé, mas observando a Lei de Moisés,
estavam como que voltando à época em que serviam a ídolos. Mais que isso, eles
passaram a se preocupar com a guarda das festas hebraicas e os dias santos, uma
regra para que a cultura judaica fosse prolongada entre os gentios. Eles
aprenderam com os judaizantes a guardar rituais que se iniciavam com datas
importantes do judaísmo. O que comer, o que não comer, não deixar de celebrar
tal data. Na prática, pouca diferença tinha o legalismo do paganismo, dos
ídolos que antes os gálatas adoravam. Não há nenhum impedimento em se guardar um
dia para a adoração a Deus. Os hebreus tinham seu próprio calendário, e dele se
valiam para não descumprir os mandamentos. Guardamos o domingo pois foi nele
que Jesus ressuscitou, vencendo a morte e nos garantindo que seremos vitoriosos
com Ele nesse mesmo aspecto. Mas a guarda de datas e dias como um misticismo
não é o que Deus tem para nós. Há algum problema em se seguir regras? De forma
alguma. As regras nos ajudam a saber como nos portar em diferentes contextos e
trazem organização. No trabalho ou nos estudos, regras como cumprir horários e
estar fazendo as suas atividades no departamento onde se trabalha ou na sala
onde a aula vai acontecer, ajudam na organização e no bom relacionamento. Mas
quando o comprimento de regras se torna o referencial de espiritualidade, tal
ideia não é correta, como no caso dos gálatas.
• Os gálatas, embora já fossem filhos e herdeiros de
Deus pela fé, começaram a se submeter novamente à Lei de Moisés, como se
retornassem à escravidão espiritual que existia antes de conhecerem a Cristo
(Gl 4.9-10). Mais do que isso, passaram a se preocupar obsessivamente com a
guarda de festas, dias santos e rituais judaicos, seguindo o ensino dos
judaizantes. Eles aprendiam o que comer, como celebrar datas e como se
comportar segundo costumes que, na prática, pouco diferenciavam-se do legalismo
dos ídolos que antes adoravam. Paulo mostra que não há problema em dedicar dias
específicos à adoração a Deus ou seguir práticas que ajudem na organização da
vida cristã. O próprio calendário judaico regulava a vida de Israel, e os
cristãos hoje guardam o domingo como dia de celebração porque nele Cristo
ressuscitou, vencendo a morte e garantindo a vitória para todos os que creem
(Mc 16.6; 1Co 15.20). No entanto, quando o cumprimento de regras se torna o
critério central da espiritualidade, deixa de refletir a fé e passa a ser um
peso que escraviza, como aconteceu com os gálatas. O princípio é claro: regras
e ordenanças podem guiar nosso comportamento e estruturar nossa vida, mas não
podem substituir a comunhão viva com Deus e a maturidade espiritual. Assim como
no trabalho ou nos estudos, regras ajudam na disciplina, na organização e na
convivência, mas quando passam a medir o valor ou a fé de alguém, tornam-se um
impedimento à liberdade em Cristo. Hernandes Dias Lopes¹ ressalta que o legalismo espiritual gera medo, restrição e
dependência externa, afastando-nos da liberdade de filhos que conhecem sua
identidade em Deus. Anthony Palma² acrescenta que o verdadeiro cristão
obedece motivado pelo amor e pelo Espírito Santo, não por pressão de rituais ou
normas externas. A liberdade em Cristo não significa ausência de disciplina,
mas que a disciplina deve fluir de uma relação viva e madura com o Pai, e não
de um esforço mecânico de cumprir regras. Guardar datas ou regras não é errado;
tornar isso o referencial de espiritualidade é que desvia do propósito divino. Portanto,
a advertência de Paulo continua atual: permanecer na fé e na maturidade
espiritual significa obedecer ao Pai motivado pela intimidade com Ele, e não
pelo cumprimento de rituais ou por medo de punição. A herança em Cristo não se
conquista pelo legalismo, mas pela fé e pelo crescimento na vida de filhos de
Deus.
LOPES,
Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. Hagnos, 2015.
PALMA,
Anthony D. The Spirit and the New Testament Believer. CPAD, 2010.
COELHO,
Alexandre. A liberdade em Cristo: Vivendo o verdadeiro Evangelho conforme a
Carta de Paulo aos Gálatas. CPAD, 2020.
BÍBLIA
DE ESTUDO PENTECOSTAL. CPAD, 1995.
MACARTHUR,
John. Bíblia de Estudo MacArthur. Thomas Nelson Brasil, 2017.
COMMENTÁRIO
BÍBLICO BEACON. CPAD, 2005.
CHAMPLIN,
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Candeia, 2002.
KEENER,
Craig S. Comentário Bíblico do Novo Testamento. Vol. 2. Vida, 2014.
3. Fraqueza de Paulo quando esteve
com os gálatas. Paulo relembra seus leitores que
esteve com eles em fraqueza, uma forma de dizer que estava acometido de uma
enfermidade. E por que ele faz isso? Diferente de pessoas que ensinam que quem
serve a Deus não pode ficar doente, ou se está, é porque cometeu algum pecado
ou porque não tem fé, Paulo nos permite entender que estamos sujeitos às
mazelas deste “corpo de humilhação” (Fp 3.21). Ele acrescenta: “E não
rejeitastes, nem desprezastes isso que era uma tentação na minha carne” (Gl
4.14). Os gálatas tinham um coração aparentemente disposto à generosidade e à
misericórdia, tanto que “se possível fora, arrancaríeis os olhos, e mos
daríeis” (Gl 4.15) A receptividade dos gálatas foi relembrada para mostrar que Paulo
não lhes era um oponente. Ele tinha gratidão pelos gálatas. A graça de Deus,
pregada pelo apóstolo, foi suficiente não só para alcançar seus ouvintes, mas
igualmente poderosa para que eles recebessem a Paulo como um mensageiro de
Deus, mesmo quando estava adoecido. E os judaizantes estavam se aproveitando
dessa boa vontade dos gálatas para semear entre eles a desobediência.
• Paulo relembra aos gálatas que esteve com eles em
fraqueza, indicando que enfrentava enfermidade ou limitações físicas (Gl 4.13-14).
Ao fazer isso, ele mostra algo crucial: servir a Deus não significa imunidade
às mazelas deste corpo mortal. Diferente de algumas interpretações
contemporâneas que associam doença a falta de fé ou pecado, Paulo nos lembra
que estamos sujeitos às fragilidades humanas e às limitações do “corpo de
humilhação” (Fp 3.21). A doença ou fraqueza física não diminui a autoridade ou
o ministério do servo de Deus; pelo contrário, é muitas vezes um veículo para
demonstrar a graça divina. O apóstolo acrescenta: “E não rejeitastes, nem
desprezastes isso que era uma tentação na minha carne” (Gl 4.14). Aqui,
percebemos a maturidade e a receptividade espiritual dos gálatas. Eles
receberam Paulo com abertura e generosidade, até ao ponto de expressões
hiperbólicas como “se possível fora, arrancaríeis os olhos, e mos daríeis” (Gl
4.15). Esta lembrança serve a dois propósitos: reforçar a legitimidade do
ministério de Paulo e sublinhar que ele não era um opositor ou intruso, mas um
mensageiro enviado por Deus, cuja pregação tinha poder transformador mesmo
diante de suas limitações físicas. A graça que Paulo pregava não apenas
alcançou os gálatas, mas também os capacitou a receber o apóstolo como portador
da Palavra. Isso evidencia que a obediência e o discernimento espiritual
dependem mais da obra do Espírito do que das circunstâncias externas ou do
vigor físico do ministro. Hernandes Dias Lopes¹ observa que o ministério
de Paulo é marcado pela vulnerabilidade que revela a suficiência da graça de
Deus, tornando clara a diferença entre religiosidade externa e fé viva. Paulo
contrasta essa realidade com a atuação dos judaizantes, que se aproveitavam da
boa vontade dos gálatas para semear confusão e desobediência. Enquanto o
apóstolo dependia da graça e do Espírito, os judaizantes manipulavam regras e
medos para desviar os crentes da liberdade em Cristo. Anthony Palma² reforça que a recepção genuína da Palavra exige
discernimento, maturidade espiritual e abertura do coração, valores que o
Espírito Santo cultiva em nós. O ensino é direto e aplicável: nossas fraquezas
não nos desqualificam para o serviço de Deus. Pelo contrário, elas são
oportunidades de testemunhar a suficiência da graça e cultivar relações cristãs
baseadas em amor, misericórdia e discernimento espiritual. A verdadeira
maturidade não depende de força física ou perfeição, mas da receptividade à
Palavra e à presença do Espírito em nossas vidas.
LOPES,
Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. Hagnos, 2015.
PALMA,
Anthony D. The Spirit and the New Testament Believer. CPAD, 2010.
COELHO,
Alexandre. A liberdade em Cristo: Vivendo o verdadeiro Evangelho conforme a
Carta de Paulo aos Gálatas. CPAD, 2020.
BÍBLIA
DE ESTUDO PENTECOSTAL. CPAD, 1995.
MACARTHUR,
John. Bíblia de Estudo MacArthur. Thomas Nelson Brasil, 2017.
COMMENTÁRIO
BÍBLICO BEACON. CPAD, 2005.
CHAMPLIN,
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Candeia, 2002.
KEENER,
Craig S. Comentário Bíblico do Novo Testamento. Vol. 2. Vida, 2014.
III. MATURIDADE E
RESPONSABILIDADE
1. Inimigo fala a
verdade? É possível que os judaizantes
estivessem ensinando que Paulo era um inimigo dos gálatas por falar daquela
forma com eles. Mas o apóstolo o fazia com o coração de um verdadeiro pastor,
não como um aventureiro. Ele falava a verdade em amor. O questionamento do
apóstolo sobre a sua forma de falar com os leitores deixa claro a diferença
entre ser um bajulador e ser um mestre que se preocupa não com o que pode
receber, mas com o que pode entregar.
• Paulo levanta uma questão delicada: será que os
judaizantes estavam dizendo a verdade quando afirmavam que ele era um inimigo
dos gálatas? É possível que sim, mas apenas parcialmente. O que parecia um
ataque se fundamentava na percepção equivocada de sua atitude firme. Paulo, no
entanto, não falava com hostilidade, mas com o coração de um pastor preocupado
com o bem-estar espiritual do seu rebanho (Gl 4.12-13). Ele pregava a verdade
em amor, buscando o crescimento e a liberdade dos crentes, e não ganhos
pessoais ou aprovação humana. O apóstolo deixa claro que sua maneira direta de
falar não é bajulação, nem desejo de agradar superficialmente. Hernandes Dias
Lopes destaca que Paulo sempre priorizou a entrega da Palavra de Deus sobre
qualquer forma de reconhecimento ou glória pessoal. Ele se apresenta como
alguém que se dispõe a corrigir e edificar, mesmo correndo o risco de ser mal
interpretado. A integridade pastoral de Paulo reside justamente nesse
equilíbrio: firmeza na verdade, mas sempre motivada pelo amor e pelo zelo pela
vida espiritual dos gálatas. Anthony Palma reforça que o verdadeiro ensino
cristão exige coragem e autenticidade. Um mestre que ama de fato não busca
conquistar aplausos ou popularidade, mas se preocupa com a maturidade e a
transformação de seus discípulos. A crítica ou repreensão, quando feita com
base na Palavra e em amor, é sempre um ato de cuidado pastoral, não de
hostilidade. O desafio para nós é refletir: estamos dispostos a ouvir a verdade
que corrige, mesmo que seja firme ou desconfortável? Ou preferimos mestres que
apenas agradam e confirmam nossa zona de conforto? A lição de Paulo é clara: a
liberdade e o crescimento espiritual dependem de sermos guiados por quem fala a
verdade com amor, e não por quem busca apenas aprovação ou poder.
2. O zelo
inconveniente. Nem toda demonstração de zelo
é do Espírito. É possível que haja na igreja pessoas que apresentam o que seria
tido por um comportamento aceitável diante de Deus, mas sem o aval dEle. O zelo
dos judaizantes não era espiritual, mas religioso, e esses dois zelos são
diferentes. O zelo espiritual se preocupa com a vida espiritual das pessoas de
uma congregação, ao passo que o zelo religioso se prende ao formato como a
religião é manifesta. Eles queriam aumentar a sua influência entre os gálatas
demonstrando um zelo religioso, e isso era contrário ao Evangelho: “Eles têm
zelo por vós, não como convém; mas querem excluir-vos, para que vós tenhais
zelo por eles” (Gl 4.17). O zelo dos judaizantes era inconveniente. Paulo era
contrário ao zelo espiritual? De forma alguma. Ele diz: “É bom ser zeloso, mas
sempre do bem e não somente quando estou presente convosco” (Gl 4.18). Ele não
estava ali com os gálatas, mas demonstrava, mesmo à distância, o zelo
espiritual que marcava o seu ministério.
• Nem toda demonstração de zelo é fruto do Espírito
Santo. Na vida da igreja, é possível encontrar pessoas que aparentam dedicação
e cuidado, mas cuja motivação não reflete a vontade de Deus. O zelo dos
judaizantes ilustra bem essa diferença: era um zelo religioso, não espiritual.
Enquanto o zelo espiritual se preocupa com a maturidade, o crescimento e a vida
interior dos irmãos, o zelo religioso se prende às formas externas e ao
controle da prática religiosa, buscando status e influência. Paulo adverte que
o objetivo deles era manipular os gálatas: “Eles têm zelo por vós, não como
convém; mas querem excluir-vos, para que vós tenhais zelo por eles” (Gl 4.17). Esse
zelo inconveniente é, na prática, contrário ao Evangelho. Hernandes Dias Lopes¹ observa que o zelo religioso sempre coloca a atenção em
regras, costumes e aparências, desviando a congregação da verdadeira liberdade
e da graça de Cristo. Diferente disso, Paulo exemplifica o zelo espiritual:
mesmo à distância, continuava a cuidar da igreja, preocupado com a caminhada de
cada crente e com a fidelidade à mensagem do Evangelho. Ele escreve: “É bom ser
zeloso, mas sempre do bem e não somente quando estou presente convosco” (Gl
4.18). A lição é clara e atemporal: o zelo não é medido pela intensidade ou
pela visibilidade, mas pelo coração que o sustenta. O cristão zeloso ama e
protege a vida espiritual dos irmãos, promove crescimento e verdade, e não
busca vantagens pessoais ou reconhecimento. O verdadeiro cuidado pastoral se
manifesta em ações que edificam e guiam, mesmo quando o pastor ou líder não
está presente fisicamente. Portanto, é essencial discernir os tipos de zelo
dentro da igreja. O zelo inconveniente e religioso pode causar divisões e
manipulações, enquanto o zelo espiritual, guiado pelo Espírito Santo, promove
maturidade, comunhão e liberdade em Cristo. Nossa motivação deve sempre
refletir o amor de Deus e não interesses humanos, lembrando que a integridade
espiritual supera qualquer aparência de religiosidade.
LOPES,
Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. Hagnos, 2015.
PALMA,
Anthony D. The Spirit and the New Testament Believer. CPAD, 2010.
COELHO,
Alexandre. A liberdade em Cristo: Vivendo o verdadeiro Evangelho conforme a
Carta de Paulo aos Gálatas. CPAD, 2020.
3. A maioridade
exige responsabilidades. Crescer implica
ter responsabilidades. Uma pessoa que atinge a maioridade tem obrigações das
quais não pode se esquivar. É possível que uma pessoa tenha direito à herança,
mas não possa possuí-la devido à idade. Os gálatas já tinham conhecido Jesus, e
com o Senhor, a maturidade. Agora estavam se colocando como crianças, sendo
guiados pela Lei, e considerados sem acesso à herança. A maturidade tem por
preceito a diferenciação da infantilidade. Um adulto não pode agir como
criança, como se precisasse passar por todo o processo de crescimento e
amadurecimento. De um adulto se espera diversas características, como:
inteligência, experiência, responsabilidade por seus atos, seriedade e
conhecimento. Não esperamos isso de uma criança, que ainda está em
desenvolvimento e não possui essas competências.
• A maioridade traz consigo responsabilidades
inegociáveis. Crescer não é apenas uma questão de idade, mas de assumir
compromissos e agir com discernimento. Alguém pode ter direito à herança, mas
se ainda não alcançou a maturidade, não pode usufruir plenamente dela. Paulo
utiliza essa analogia para os gálatas: embora já tivessem conhecido Jesus e
experimentado a salvação, estavam agindo como crianças espirituais,
submetendo-se à Lei e sendo considerados sem acesso à herança prometida (Gl
4.1-3). A maturidade cristã, assim como a natural, exige diferenciação da
infantilidade. Um adulto não pode se comportar como criança, repetindo padrões
que já deveriam ter sido superados no crescimento espiritual. Anthony Palma¹ observa que a maturidade envolve responsabilidade pelos
próprios atos, conhecimento, discernimento e experiência, qualidades que se
desenvolvem com o tempo, mas que devem se manifestar plenamente quando a pessoa
alcança a maioridade. No contexto dos gálatas, a imaturidade se manifestava na
volta a práticas legalistas e na dependência de regulamentos religiosos,
ignorando a liberdade conquistada em Cristo. Hernandes Dias Lopes² reforça que o verdadeiro amadurecimento em Cristo se
evidencia quando a fé produz discernimento, obediência motivada pelo amor e
compromisso com a vida espiritual própria e alheia, sem depender de imposições
externas. Portanto, a chamada à maturidade não é apenas uma exigência ética ou
social, mas espiritual. Ser herdeiro em Cristo implica agir como filho
consciente, assumir responsabilidades e viver de acordo com a liberdade e a
herança que nos foram dadas. A maturidade não é opcional; é a expressão prática
da fé que transforma vida e comunidade.
1. PALMA,
Anthony D. The Spirit and the New Testament Believer. CPAD, 2010.
2. LOPES,
Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. Hagnos, 2015.
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos que Paulo faz uma
comparação entre o herdeiro criança e o herdeiro que já atingiu a maioridade e
mostra a importância de se ter o zelo correto para com as coisas de Deus e as
pessoas de Deus. Ele mostra o zelo espiritual que caracterizava o seu
ministério, e que a maturidade tem suas responsabilidades, não sendo, portanto,
compatível a uma pessoa madura agir como uma criança para com as coisas de
Deus.
• Nesta lição, vimos que Paulo, ao comparar o herdeiro
criança com o herdeiro que alcançou a maioridade, nos ensina verdades
essenciais sobre maturidade espiritual, zelo e responsabilidade. O herdeiro
criança, embora dono de tudo, não possui acesso à herança, assim como o cristão
imaturo ainda não vive plenamente a liberdade e os benefícios de Cristo (Gl
4.1-3). Paulo mostra que a maturidade exige discernimento, inteligência
espiritual e responsabilidade pelos próprios atos. Aprendemos também que nem
todo zelo é fruto do Espírito. O zelo dos judaizantes era religioso e
manipulativo, voltado à aparência e à influência, enquanto o zelo de Paulo era
pastoral, espiritual e motivado pelo amor ao rebanho (Gl 4.17-18). A verdadeira
maturidade se expressa em obediência à Palavra, cuidado com o próximo e
liberdade guiada pelo Espírito Santo. Mesmo diante de fraqueza ou doença, Paulo
demonstrava que o ministério eficaz não depende de força física, mas da graça
de Deus agindo no coração e na vida daqueles que o recebem. Em suma, a lição de
Paulo aos gálatas é clara: crescer em Cristo significa assumir
responsabilidades, viver com discernimento e agir em amor, com zelo espiritual
genuíno, nunca permitindo que práticas externas ou legalismos substituam a fé
viva e madura. A maturidade não é opcional; é a expressão prática da herança em
Cristo e do relacionamento íntimo com Deus. Não podemos encerrar essa lição,
nem o capítulo 4 de Gálatas, sem extrair três aplicações práticas para nós e
nossa classe:
1. Avalie seu próprio zelo: pergunte-se se suas ações
na igreja e na vida espiritual refletem amor e cuidado pelos outros ou apenas
cumprimento de regras e aparências.
2. Assuma responsabilidades espirituais compatíveis
com sua maturidade: envolva-se ativamente no crescimento da igreja e no cuidado
de irmãos mais novos na fé.
3. Cultive uma fé que não dependa de sua força ou
perfeição, mas da graça de Deus, permitindo que Ele trabalhe em você e através
de você, mesmo em momentos de fraqueza ou limitação.
Viva para a máxima glória do
Nome do Senhor Jesus!
Meu
ministério aqui é um chamado do coração: compartilhar o ensino da
Palavra de Deus de forma livre e acessível, para que você, irmão ou irmã em
Cristo, possa crescer na fé e no conhecimento das Escrituras, sem barreiras,
com subsídios preparados por um Especialista em Exegese Bíblica do Novo Testamento.
Todo o material que ofereço é fruto de
oração, estudo e dedicação, e está disponível gratuitamente para que a luz do
Evangelho alcance ainda mais vidas sedentas pela verdade. Porém, para que essa
missão continue firme, preciso da sua ajuda.
Chave PIX:
assis.shalom@gmail.com
Juntos, podemos fazer a diferença. Conto com você!
HORA DA REVISÃO
1. Segundo a lição, qual era a
responsabilidade do aio?
Conduzir a criança até a escola
e exercer sobre ela uma tutela, uma guarda.
2. Explique, segundo a
lição, o que é a “plenitude dos tempos”.
O momento da história humana em
que Deus interveio para transformar uma promessa em um fato consumado é chamado
de “plenitude dos tempos”.
3. O que significa
“remir”?
Remir é comprar novamente.
4. Qual é a nossa
posição em Deus?
Somos filhos e herdeiros.
5. Toda demonstração de
zelo é do Espírito?
Nem toda demonstração de zelo é
do Espírito. É possível que haja na igreja pessoas que apresentam o que seria
tido por um comportamento aceitável diante de Deus, mas sem o aval dEle.