TEXTO ÁUREO
“Vós
mesmos sabeis que, pare que me era necessário, a mim e aos que estão comigo,
estas mães me servirem” (At 20.34)
Esmiuçando o
Texto Áureo:
- estas mãos serviram para... necessário a mim. Paulo tinha o direito de receber o seu sustento do trabalho de anunciar o evangelho (1Co 9.3-14) e algumas vezes aceitou ajuda (2Co 11.8-9; Fp 4.10-19). No entanto, muitas vezes ele trabalhou para sustentar-se e assim podia anunciar "de graça, o evangelho" (1Co 9.18).
VERDADE PRÁTICA
É possível servir a Deus e aos outros
por meio de sua profissão onde quer que você vá.
Esmiuçando a
Verdade Prática:
-“E, andando junto do mar da Galiléia, viu Simão,
e André, seu irmão, que lançavam
a rede ao mar, pois eram pescadores. E Jesus lhes disse: Vinde após mim, e eu farei que sejais pescadores de homens” (Mc
1.16,17) De fato, há pessoas que são chamadas a deixarem tudo e servir a Deus.
Mas a maioria é chamada a estar na sua realidade, em suas famílias, em suas
profissões e servirem a Deus. O evangelismo era o propósito fundamental para o
qual Jesus chamou os apóstolos, e continua sendo a missão central do seu povo (Mt
28.19-20; At 1.8).
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 18.1-5; 1 Tessalonicenses 4.11,12
Esmiuçando a
Leitura Bíblica em Classe:
Atos 18.1-5:
- 18.1 Corinto era o centro de liderança política e centro comercial na Grécia. Localizava-se
num ponto estratégico no istmo de Corinto, que ligava a península do Peloponeso
ao restante da Grécia. Virtualmente, todo trafego entre o norte e o sul da
Grécia tinha que passar pela cidade. Pelo fato de Corinto ser um centro
comercial que recebia todo tipo de viajantes, contava com uma população
flutuante que era extremamente libertina. A cidade também acomodava um templo
dedicado a Afrodite, a deusa do amor. Mil sacerdotisas do templo, que eram
prostitutas rituais, iam todas as noites a cidade a fim de praticar o seu
negócio.
18.2 Aquila... Priscila. Essa equipe
de marido e esposa se tomaria amigo íntimo de Paulo; eles inclusive arriscaram
a própria vida em favor de Paulo (Rm 16.3-4). O nome de Priscila (ou Prisca) e
listado quatro vezes na Escritura antes do nome do marido, o que pode indicar
que ela ocupava uma posição social mais elevada do que Aquila ou que ela era a
pessoa mais proeminente dos dois na igreja. Eles provavelmente já eram cristãos
quando Paulo os encontrou, provenientes de Roma, onde já existia uma igreja (Rm
1.7-8). Claudio, Imperador de Roma (41-54 d.C). decretado que todos os judeus se retirassem
de Roma - Decreto que forçou Aquila
e Priscila a deixarem Roma cerca de 49 d.C. O antissemitismo estava vivo já mesmo nesse tempo. O imperador Cláudio
emitiu uma ordem por volta dessa época para expelir os judeus de Roma (At 18.2).
Isso pode explicar por que prenderam apenas Paulo e Silas, pois Lucas era
gentio e Timóteo meio-gentio.
18.3
profissão... fazer tendas. A expressão também pode referir-se a pessoas
que trabalhavam com couro.
18.4
sinagoga. Paulo linha o costume de pregar primeiramente aos judeus toda vez que
entrava numa nova cidade (cf. vs. 14,42; 14.1; 17.1,10,17; 18.4.19.26; 19.8)
porque dispunha de uma porta aberta, como judeu que era, para falar e
apresentar o evangelho. E também, se ele pregasse primeiramente aos gentios, os
judeus nunca o escutariam. gregos. Gentios tementes a Deus na sinagoga (Termo técnico usado pelos judeus para se
referirem aos gentios que tinham abandonado sua religião paga em favor da
adoração de Deus YAWEH. Essa pessoa, conquanto seguisse a ética do AT, não
havia se tornado um prosélito pleno do judaísmo por meio da circuncisão).
18.5
Silas e Timóteo desceram da Macedônia. De acordo com o desejo
de Paulo. Silas e Timóteo juntaram-se a ele em Atenas (17.5). De lá, Paulo
mandou Timóteo de volta para Tessalonica (1Ts 3.1-6). Paulo evidentemente
mandou Silas para algum lugar na Macedônia, possivelmente a Filipos (2Co 11.9; Fp 4.15), pois ele
retornou dessa província a Corinto.
1
Tessalonicenses 4.11,12
4.11
viver tranquilamente. Diz respeito àqueles que não
apresentam problemas sociais (1Tm 2.2) nem provocam conflito entre as pessoas
de seu convívio, e cuja alma descansa sossegada mesmo em meio às dificuldades
(1Pe 3.4). Mais tarde, Paulo lida com aqueles que não "tratam de sua própria vida" em Tessalônica
(2Ts 3.6-15). trabalhar com as próprias
mãos. A cultura helênica menosprezava o trabalho braçal, mas Paulo o
exaltava (Ef 4.28).
4.12
com os de fora. Os não cristãos estão sendo
considerados aqui (1Co 5.2; Cl 4.5; 1Tm 3.7).
INTRODUÇÃO
É preciso abandonar a vocação
profissional para exercer o chamado missionário? Só existe apenas um modelo de
chamado missionário? Chamado missionário e vida profissional são irreconciliáveis?
A lição desta semana traz uma reflexão à luz da vida do apóstolo Paulo como
alguém que, ao mesmo tempo, exerce uma profissão e anuncia o Evangelho de Cristo.
De acordo com esse exemplo bíblico, vamos meditar a respeito dos “fazedores de
tendas”. O que essa expressão quer dizer e até que ponto a vida profissional e
o chamado missionário podem e devem se encontrar para a glória de Deus.
- “Um tempo atrás, aconselhando uma jovem
garota num congresso de juventude, deparei-me com uma angústia em seu coração
“Pena que estou fazendo veterinária, pois uma pessoa me disse que isso não tem
nada a ver com missões… mas eu amo ser veterinária!” Ledo engano! Quem disse
àquela moça que ela não pode ser uma missionária e veterinária ao mesmo tempo? Há
“n” oportunidades em todo o mundo para se atuar nessa área” https://ultimato.com.br/sites/caminhosdamissao/2022/07/12/vocacao-profissao-e-missao/. Talvez
tenhamos pensado que a obra missionária estivesse delegada apenas aos
vocacionados e enviados, separados para um ministério específico – Missões.
É
importante entendermos, e esta lição será vital para isso, que a partir do
momento que passamos a seguir a Cristo, todos somos missionários. Esse é um
assunto importante, já que muitas vezes temos um conceito de missões que nos
trava e engessa. Deus operou milagres e usou a vida de Moisés utilizando suas
mãos e um cajado. Cremos que Ele continua agindo assim, pois temos visto homens
e mulheres servirem com tudo o que são e têm na obra missionária. Além dos
profissionais que atuam no mercado e são missionários em seus escritórios e em
seu dia a dia, há também os que utilizam seus conhecimentos, dons e talentos em
algum outro país ou longe de casa, seja à serviço de uma agência missionária ou
de sua igreja. Deus tem levantado uma geração de administradores, engenheiros,
veterinários, agrônomos, jornalistas, fotógrafos, advogados, contadores e
muitos outros para a Sua obra.
I. A VIDA PROFISSIONAL DE PAULO E
SUA VOCAÇÃO MINISTERIAL
1. A
profissão do apóstolo Paulo. O texto de nossa Leitura Bíblica em Classe (At 18.1-5), a respeito do
exemplo do apóstolo Paulo, traz um termo missiológico de “fazedor de tendas”. A
expressão é traduzida com mais precisão por “trabalhadores em couro”, pois as
tendas eram feitas com pelos ou couro de cabra. No Novo Testamento há um casal
que tinha a mesma profissão do apóstolo Paulo: Priscila e Áquila. Devido um
edito do imperado romano, Cláudio (49 d.C), Priscila e Áquila saíram de Roma e
foram morar em Corinto. Assim, o apóstolo Paulo se encontrou com esse casal,
passou a morar e a trabalhar com eles, dividindo o tempo entre fabricar tendas
e anunciar as Boas-Novas de salvação ao outros (At 18.18,19, 24-26; Rm 16.3-5).
- Aparecem
muitas citações nas cartas paulinas e escritos do Novo Testamento que falam do
trabalho e profissão do apóstolo Paulo. As tendas eram originalmente feitas de
peles; só mais tarde essas foram substituídas por pêlo de cabra. Portanto, o
tendeiro era alguém que trabalhava com couro e o nome ficou (At 18.3). Sabemos
de antemão que na época de Paulo, no mundo grego, não se concebia ser um
missionário e viver com as ofertas dos seguidores. Os evangelhos que falam da
realidade do tempo de Jesus, mostra que os apóstolos, comiam e bebiam daquilo
que seus ouvintes doavam. Jesus mesmo falava “comei e bebei daquilo que vos derem”. Mas este pensamento não era
aceito no mundo grego. Paulo era um evangelizador e trabalhador. Sabemos que
era fabricante de Tendas. Embora Paulo soubesse o direito que o missionário
tinha de ser sustentado, Paulo para não dar o mau exemplo sempre trabalhou, com
suas próprias mãos. Era um fabricante de tenda, ofício comum naquela época.
Paulo mesmo afirma trabalhar dia e noite, para não ser peso para ninguém. O que
sabemos que Paulo só aceitou auxílio dos Filipenses, que os considerava como
amigos. Paulo estimula aos fiéis seguidores a trabalharem e buscarem seu
sustento.
2.
Como o apóstolo Paulo conjugava vida profissional e ministerial? A tradição judaica exigia que os
mestres religiosos oferecessem gratuitamente os seus serviços espirituais e
cada rabino tinha que aprender uma profissão para se sustentar. Não por acaso,
o apóstolo Paulo era fariseu e fora criado aos pés de Gamaliel, mas não
esqueceu a arte de fazer tendas, provavelmente uma profissão que aprendera na
juventude. Embora tivesse direito de ser sustentado pelas igrejas que plantara,
o apóstolo trabalhou em seu ofício para ganhar o pão de cada dia (At 20.34; 1
Co 9.12; 2 Co 11.9-12; 1 Ts 2.9; 2 Ts 3.7-9). Em um de seus muitos comentários
bíblicos, o teólogo pentecostal Myer Pearlman diz que o apóstolo Paulo adotava
a firme resolução de não aceitar ofertas das pessoas que ele procurava ganhar
para Cristo, pois seu objetivo era merecer a confiança do povo e comprovar que
seus motivos de evangelização eram sem interesse financeiro (1 Co 9.16-18).
Outrossim, Priscila e Áquila constituem um caso interessante. Eles mostram que
um profissional, mesmo não sentindo o chamado de Deus para dedicar a vida toda
à obra missionária, pode fazê-lo valiosamente por determinado período, em
momentos específicos. Assim, eles podiam pregar nas sinagogas ou em qualquer
lugar onde alguém pudesse escutar sua mensagem. Dessa forma, por meio de suas
habilidades profissionais, podiam se aproximar das pessoas de diferentes
segmentos e serem seus próprios mantenedores.
- Priscila
e Áquila eram amigos do apóstolo Paulo. Esse casal é mencionado na Bíblia
especialmente no livro de Atos dos Apóstolos. Áquila era um judeu natural do
Ponto que trabalhava fabricando tendas (At 18.2). Ele e sua esposa Priscila
moravam em Roma quando o imperador Cláudio decretou que todos os judeus fossem
expulsos da capital do Império Romano. Esse decreto foi expedido em
aproximadamente 49 d.C. são um bom exemplo de um casal atuante na obra de Deus.
A fim de fugirem da perseguição, Priscila e Áquila foram para Corinto, onde
conheceram Paulo de Tarso. Paulo e o casal tinham a mesma profissão e passaram
a trabalhar juntos na fabricação de tendas (At 18.3). Paulo passou a morar com
o casal em Corinto – é provável que Priscila e Áquila tenham se convertido
nesse período. Depois que Paulo passou a se dedicar totalmente à pregação, o
casal navegou com o apóstolo para Éfeso. Em seguida, estabeleceram-se na
cidade, e o apóstolo continuou sua viagem missionária (At 18.18-21). Essa
equipe de marido e esposa se tornaria amigos íntimos de Paulo; eles inclusive
arriscaram a própria vida em favor de Paulo (Rm 16.3-4). O nome de Priscila (ou
Prisca) é listado quatro vezes na Escritura antes do nome do marido, o que pode
indicar que ela ocupava uma posição social mais elevada do que Aquila ou que
ela era a pessoa mais proeminente dos dois na igreja. Eles provavelmente já
eram cristãos quando Paulo os encontrou, provenientes de Roma, onde já existia
uma igreja (Rm 1.7-8).
3. A
ética financeira na atividade missionária de Paulo. O apóstolo Paulo considerava o costume
judaico, incorporado ao Cristianismo, de os ministros receberem ajuda econômica
da parte daqueles para quem ministravam como uma norma legítima e correta aos
olhos de Deus, e até mesmo recomendada nas Escrituras, desde os tempos do
Antigo Testamento (1 Co 9.12ss). Inclusive, mais tarde, o apóstolo reconheceu
que não havia ensinado adequadamente os novos convertidos a sustentar a obra (2
Co 12.13; Gl 6.6), privando-os do fruto que devia abundar à conta de quem dá
voluntariamente (Fp 4.17; 2 Co 11.7-12). No entanto, Paulo geralmente não
aceitava ofertas em dinheiro enviadas pelas igrejas cristãs, e muito menos
ainda as exigia, ainda que algumas ofertas voluntárias lhe tivessem sido
enviadas pelos crentes de Filipos (Fp 4.10-12).
- Paulo
não recebeu salário de algumas igrejas para proteger-se dos críticos de plantão
que tentavam distorcer suas motivações e atacar seu apostolado. Por outro lado,
algumas igrejas, como a igreja de Corinto, deixaram de pagar o que lhe era
devido, precisando das igrejas da Macedônia, inclusive da igreja de Filipos,
enviar-lhe sustento enquanto ele trabalhava em Corinto (2Co 8.8,9; 12.13). De
forma particular a igreja de Filipos deu suporte financeiro a Paulo, mesmo
quando estava ainda na região da Macedônia, no início do processo de
evangelização da Europa (4.16). A igreja de Filipos jamais teve falta de
interesse de ajudar o apóstolo; teve sim, circunstâncias desfavoráveis para
fazê-lo. Hoje, muitas igrejas têm oportunidade para ajudar os missionários, mas
falta-lhes interesse. A sustentação financeira aos missionários precisa ser
sistemática, pois as necessidades dos obreiros são diárias. Não é suficiente
enviar ofertas esporádicas. A contribuição precisa ser metódica, suficiente e
contínua. Paulo não poderia levar a cabo tudo o que fez sem o apoio e a ajuda
da igreja de Filipos. Essa igreja deu-lhe suporte financeiro e sustentação
espiritual. Aqueles que estão na linha de frente precisam ser encorajados por
aqueles que ficam na retaguarda. “… porque
qual é a parte dos que desceram à peleja, tal será a parte dos que ficaram com
a bagagem; receberão partes iguais” (1Sm 30.24). Deus chama uns para irem
ao campo missionário e aos demais para sustentar aqueles que vão. A obra
missionária é um trabalho que exige um esforço conjunto da igreja e dos
missionários.
II. MISSIONÁRIOS FAZEDORES DE
TENDAS
1.
Fazedores de tendas. Fazer tendas não é uma
ideia nova. É tão antiga quanto às Escrituras, conforme estudamos em Atos 18.
Assim, no contexto de Missões, a expressão “fazedores de tendas” tem a ver com
discípulos de Jesus, chamados e comissionados pela sua Igreja, para usarem
dons, talentos e habilidades profissionais no campo missionário. São
profissionais de negócios em missão que operam em regiões de grande antagonismo
à mensagem cristã. Segundo os missiólogos, por muitos anos, o entendimento e a
forma de fazer missões consistiam na prática de abandonar a vida secular
(trabalhos profissionais, estudos etc.) para se dedicar integralmente à obra
missionária. Hoje, o entendimento tornou-se mais amplo, ou seja, é
perfeitamente possível ser um profissional, ou empreendedor, e realizar a obra
missionária sem a necessidade de abandonar a carreira profissional.
- Não
há profissão com a qual não se possa servir em missões! Professores, Farmacêuticos,
Advogados, Físicos, Construtor, Técnico... Se somos cristãos, novas criaturas
que seguem rumo ao prêmio da soberana vocação, e cremos, inequivocamente, na
soberania de Deus, devemos estar certos que foi Ele quem governou a nossa vida,
dirigiu nossos passos e nos proporcionou a formação que tivemos. Se isso foi
antes da nossa conversão, ainda assim Ele foi soberano! Tudo que precisamos é
nos dispor em suas santas mãos, em humildade, submissão e total dependência, e
buscar n’Ele como podemos servi-Lo com a nossa profissão.
2. A
força missionária no mundo. Missões se tornaram um movimento global que começou com a ação de Deus,
pela sua graça, para reconciliar o mundo consigo mesmo (2 Co 5.18,19) e Ele
conta conosco para continuar com essa missão. Nesse sentido, a maior força
missionária cristã do mundo é formada por profissionais, empreendedores e
estudantes que se movem entre culturas para servir a Cristo através de suas
vidas e trabalho. Vimos esse princípio bíblico em 1 Coríntios 9.20-22, quando o
apóstolo Paulo alcançou diferentes segmentos da sociedade, identificando-se com
eles, a fim de contextualizar o Evangelho. Assim, a maioria dos grupos de povos
não-alcançados ou menos alcançados vive em nações que são fechadas aos
missionários tradicionais. Já profissionais e empreendedores cristãos são
aceitos nesses mesmos países. Cristãos com diferentes habilidades, ofícios,
negócios e profissões têm acesso a lugares onde os tradicionais missionários
plantadores de igreja e evangelistas não têm.
- Deus,
em sua imensa sabedoria, escolheu que os seus filhos participassem da missão de
espalhar as boas novas do evangelho. Em outras palavras, Deus não precisa de
nós, mas mesmo assim nos escolheu para sermos seus servos na Sua missão de
redimir o mundo. Tanto o missionário tradicional quanto o missionário dito
“fazedor de tendas” estão empenhados nessa mesma tarefa, sendo a única
diferença entre os dois o fato de que o fazedor de tendas irá se empenhar em
algum trabalho/profissão ao mesmo tempo que proclama as boas novas. A profissão
do fazedor de tendas é, no final das contas, apenas uma plataforma para a sua
presença no campo missionário. A função desta plataforma será permitir que ele
tenha oportunidades de entregar a mensagem que lhe foi confiada.
3. O
preparo dos fazedores de tendas. Como os outros missionários, os fazedores de tendas devem se preparar
plenamente para se tornarem os ministros transculturais mais eficientes que
puderem. Aqui, é muito oportuna a orientação do apóstolo Paulo ao jovem
Timóteo, em que a boa instrução é necessária a todo bom obreiro da causa do
Mestre (2 Tm 3.17). Nesse aspecto, há um crescimento significativo de
profissionais missionários, ou fazedores de tendas, chamados para Missões. São
homens e mulheres treinados por instituições missionárias com experiência reconhecida,
para que eles usem suas profissões no exterior a fim de testemunhar de Cristo,
principalmente, em países fechados para o trabalho missionário tradicional.
- Enviar
um “fazedor de tendas”, profissional cristão, para desenvolver uma missão
transcultural sem nenhum treinamento, é uma receita para o fracasso – talvez
até mesmo uma receita para uma tragédia. Neste caso, talvez anos de treinamento
serão necessários para equipar um profissional a ser um missionário. Da mesma
forma, anos de formação profissional podem ser necessários para equipar um
missionário a estar apto para um campo fechado no qual a figura do teólogo
tradicional é proibida. Vale dizer que é triste ver missionários se sentirem
mentirosos no campo dizendo que são técnicos em uma determinada área, mas na
verdade não têm experiência nenhuma, e só fizeram um cursinho pela internet
antes de partirem para a missão. Cogitar que a formação profissional do
missionário é apenas um detalhe para estar em um país pode ser perigoso e um
péssimo testemunho cristão se a pessoa não souber desempenhar a função para
qual ela conseguiu o visto de trabalho. O campo missionário precisa de bons
“fazedores de tenda” e não de fazedores de fiasco.
III. VOCAÇÃO, PROFISSÃO E MISSÕES
1.
Deus é quem chama. Muitas são as
oportunidades para nos envolvermos com os trabalhos em nossas igrejas locais,
grupos evangelísticos de grande impacto, organizações missionárias relevantes
no contexto nacional e até em outros países. Todavia, é Deus quem coloca em
nosso coração a disposição ou a aptidão para executar um determinado ofício.
Nesse caso, é Deus quem capacita, comissiona e habilita cada crente para uma
determinada missão no mundo. É Ele quem gera em nós o envolvimento com causas
específicas que nos levarão a trabalhar em atividades que fazem sentido,
inclusive, na realização pessoal (1 Co 9.16-19).
- “não tenho de que me gloriar” (1Co 9.16), isso é para dizer que a
sua glória não era pessoal. Ele não estava orgulhoso como se fosse seu
evangelho, tampouco se orgulhava da maneira como o pregava, como se fosse
habilidade dele. Paulo não pregava por orgulho próprio, mas por obrigação
divina. Ele não tinha outra escolha, porque Deus, de modo soberano, o havia
separado para a obra (At 9.3-6,15; 26.13-19; Gl 1.15; Cl 1.25). Não é à toa que
ele “grita” “Ai”, o castigo mais severo de Deus está reservado para os
ministros infiéis (Hb 13.17; Tg 3.1).
2.
Exercendo a vocação. Quando respondemos de
forma prática a esse chamado, exercendo a nossa vocação, é que encontramos
nosso propósito de vida. A vocação é a missão única para a qual cada um de nós
foi preparado a fim de prestarmos serviço ao nosso Criador; é a razão pela qual
cada um de nós fomos efetivamente criados por Deus. Ele mesmo quem nos dá
condições para realizarmos tais tarefas por meio de nossos dons e virtudes,
tornando-nos parte integrante de seus planos para sua honra e glória. Não por
acaso, o apóstolo Paulo foi um grande homem de fé, obediente e comprometido com
o chamado que teve para a salvação e para anunciar a boa notícia a outros
povos. Ele compreendeu que a mensagem e a vida de Jesus eram para ser
experimentadas por cada cristão e, igualmente, anunciadas aos outros com todo o
comprometimento (2 Co 4.11-14). Assim, o apóstolo Paulo exercia sua vocação
anunciando sobre Jesus e testemunhando do Evangelho por onde Deus o enviava.
- Paulo permanecia fiel às suas
convicções, não importava o custo. Não era um pragmático que modificaria a sua
mensagem para ajustá-la aos seus ouvintes. Ele estava convencido do poder de
Deus de agir por meio da mensagem que ele pregava.
- “Quando lemos em 1 Coríntios 7: “Foi alguém chamado sendo solteiro?
Permaneça solteiro. Se é casado, não se separe, mantenha-se casado. Foi alguém
chamado sendo incircunciso? Não se faça circuncidar”, e assim por diante. Por
três vezes Paulo diz: “Cada um permaneça na vocação a que foi chamado” (v. 17,
20, 24). O que o apóstolo entende por vocação é aquilo que nós somos chamados a
fazer em Cristo Jesus: sermos filhos e filhas de Deus, povo de Deus, discípulos
de Jesus, servos uns dos outros. Esse é o nosso chamado! E nós servimos a Deus
a partir desse chamado onde quer que estejamos. Hoje, eu sirvo a Deus como
pastor, mas poderia fazê-lo com a mesma dignidade sendo faxineiro. Não me torno
uma pessoa mais vocacionada do que alguém que exerce uma atividade lá embaixo
na nossa pirâmide social. Este é um conceito pagão, não bíblico! O conceito
paulino de vocação tem a ver com aquilo que nós somos em Cristo e com a nossa
resposta ao mundo em que vivemos, a partir dessa identidade. Todos nós somos
chamados para essa mesma realidade e, quando entendemos o nosso chamado,
procuramos encontrar a melhor maneira de servir a Deus no mundo. Não importa se
nós gostamos ou se não gostamos. É necessário? Precisa ser feito? Então iremos
fazer! Não se trata de prazer, de satisfação, trata-se de ser povo de Deus atuando
no mundo em serviço, promovendo o bem, a paz, a salvação, a reconciliação,
levando homens e mulheres ao arrependimento, abençoando todas as famílias da
Terra. Logo, o chamado é um convite, uma eleição, uma convocação. Para quê?
Para sermos povo de Deus. E quando respondemos a uma vocação passamos a viver
como pessoas convidadas, convocadas, eleitas. De preferência, devemos viver de
modo digno de quem nos chamou, para sermos aquilo pelo qual ele se deu por nós.
A vocação nos dá uma identidade, nos oferece um destino. Deus nos chama e nossa
resposta – quando damos o “sim” – nos coloca dentro de uma nova realidade, o
mundo do povo de Deus, onde Jesus Cristo é o Senhor. Nós começamos a viver de
um modo adequado a essa nova realidade. O chamado, portanto, não apenas nos dá
uma identidade, mas define o que iremos fazer.” https://www.servodecristo.org.br/post/nossa-identidade-nossa-vocacao.
3.
Minha profissão, meu campo missionário. Somos todos vocacionados para servir a Cristo com o que somos e com o que
temos, sendo o objetivo principal da vida glorificar o nome de Deus Pai dentro
e fora da igreja (Rm 16.25-27). Tudo o que temos vem de Deus e deve ser usado
para a sua glória! Por isso, podemos exercer uma atividade missionária em nossa
área profissional. A verdade é que a sua profissão pode ser uma grande porta
aberta para a causa do Evangelho, seja por meio de um negócio próprio ou seja
servindo em outras corporações. Portanto, no campo missionário há lugar para
todos, quer os missionários tradicionais, que vivem integralmente para plantar
igrejas, quer os profissionais que conjugam suas habilidades com a obra
missionária (1 Co 9.23).
- Normalmente as pessoas
separam as coisas da sua vida, denominando que estas pertencem a Deus e estas
outras não. Muitos são os que crêem que algumas coisas podem ser vistas e
ouvidas por Deus e outras não. A vontade de Deus é que você sirva a ele e
abençoe as famílias da Terra! A vontade de Deus não é que você seja engenheiro,
ou advogado, ou professor, ou isto, ou aquilo. Não! A vontade de Deus é que
você tome a decisão correta a partir daquilo que você foi chamado para ser.
Você acredita que ser um advogado, ou uma dona de casa, ou uma secretária é a
forma de você servir a Deus? Ou você tem de escolher uma dessas ocupações por
outras contingências e encontra uma maneira de servir a Deus a partir daquela
realidade, vivendo como povo de Deus ali naquele lugar, como secretária, como
telefonista, como doutor, como professor, ou o que for? Seja povo de Deus onde
você estiver e isso vai ajudá-lo a definir como você vai andar, viver, se
comportar. O chamado molda nosso comportamento, define nossa ética, explica
quem nós somos nos nossos relacionamentos. Nossa vocação nos dá condições de
viver uma vida coerente, integral e íntegra quando vivemos a partir da
consciência de quem somos.
CONCLUSÃO
Deus está chamando cada vez mais
profissionais para que levem a mensagem de salvação até aos confins da Terra,
especialmente aos povos não alcançados. Entretanto, é preciso um alerta: Nem
todos os que se sentem atraídos a “fazer tendas” estão qualificados para a
tarefa. É necessário examinar os motivos e avaliar a disposição espiritual.
Daí, a importância do trabalho da igreja local na descoberta de vocações, pois
é onde o crescimento espiritual ocorre mais plenamente no contexto de uma
igreja saudável, acompanhado de um programa pessoal, com o objetivo de levar a
pessoa a desenvolver o conhecimento de Deus e das Escrituras. Uma vez que a
base está firmada, podemos aprender habilidades ministeriais, especialmente,
como levar outros a Cristo e discipulá-los.
- Desde
os tempos do apóstolo Paulo que a relação entre fé cristã e cultura tem sido
motivo de dificuldades e debates, especialmente quando o assunto é missões
transculturais. Em suas viagens missionárias, e mesmo em suas cartas, Paulo
lidou com esta questão. Na Epístola a Tito, por exemplo, o apóstolo chamou a
atenção para aspectos singulares da cultura cretense, na qual Tito trabalhava e
estava inserido, reconhecendo que existiam nela elementos que não deveriam ser
compartilhados pela igreja cristã local; ao contrário, os cristãos precisariam
confrontá-los e buscar a sua transformação. Em sua vocação missionária, a
Igreja não deveria, portanto, simplesmente absorver ou submeter-se a uma
cultura assim como esta se apresenta, postando-se passivamente diante dela. Daí,
a importância do trabalho da igreja local na descoberta de vocações e no
preparo ministerial do vocacionado! Identificar, envolver, treinar, são
requisitos básicos do envio. No entanto, independente de ser identificado e ou
enviado por uma igreja/entidade evangelística, o profissional cristão deve ter
sempre em mente que ele é um vocacionado para missões, e deve compartilhar a
sua fé.
FRANCISCO DE ASSIS BARBOSA
Pastor da Igreja de Cristo no
Brasil em Campina Grande/PB
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. Como podemos traduzir com mais
precisão a expressão “fazedor de tendas”?
A expressão é traduzida com mais
precisão por “trabalhadores em couro”, pois as tendas eram feitas com pelos ou
couro de cabra.
2. Com o que a expressão “fazedores de
tendas” tem a ver no contexto de Missões?
A expressão “fazedores de
tendas” tem a ver com discípulos de Jesus, chamados e comissionados pela sua
Igreja, para usarem dons, talentos e habilidades profissionais no campo missionário.
São profissionais de negócios em missão que operam em regiões de grande
antagonismo à mensagem cristã.
3. A maior força cristã missionária do
mundo é formada por quem?
A maior força missionária cristã
do mundo é formada por profissionais, empreendedores e estudantes que se movem
entre culturas para servir a Cristo através de suas vidas e trabalho.
4. Segundo a lição, quando encontramos
o nosso propósito de vida?
Quando respondemos de forma
prática a esse chamado, exercendo a nossa vocação, é que encontramos nosso
propósito de vida.
5. O que a nossa profissão pode ser?
A nossa profissão pode ser uma grande porta aberta para a causa do Evangelho, seja por meio de um negócio próprio, ou seja, servindo em outras corporações.