TEXTO ÁUREO
“Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja” (Ef 5.32)
Esmiuçando o
versículo-chave:
- Grande é este mistério: No Novo Testamento, "mistério" identifica alguma realidade
escondida no passado e revelada na época do Novo Testamento para ser escrita na
Escritura. O casamento é um reflexo sagrado do magnificente e belo mistério da
união entre o Messias e sua igreja, totalmente desconhecida até o Novo Testamento.
- Havia muitas verdades escondidas e reveladas posteriormente no Novo Testamento
que são chamadas de mistérios. Aqui está uma; judeus e gentios reunidos num
corpo no Messias. Paulo não somente escreveu a respeito do mistério que, em
Cristo, judeu e gentio se tornam um na visão de Deus, no seu reino e na sua
família, como também explicou e esclareceu essa verdade. Ele percebeu que o
conhecimento espiritual deve preceder a aplicação prática. O que não é
entendido corretamente não pode ser aplicado corretamente. Embora Deus tenha
prometido a bênção universal por intermédio de Abraão (Gn 12.3), 0 pleno
significado dessa promessa tornou-se claro quando Paulo escreveu Galatas 3.28.
A passagem de Isaías 49.6 previu a salvação para todas as raças, porém foi
Paulo quem escreveu a respeito dessa promessa (At 13.46-47). Paulo revelou a
verdade que nem mesmo os maiores profetas compreenderam - que na igreja,
composta de todos os salvos desde o Pentecostes em um corpo unido, não haveria distinções
raciais, sociais ou espirituais.
VERDADE PRÁTICA
A Noiva de Cristo não pode ser mundana, pois ela é a guardiã da verdade
revelada e suas vestes devem se manter imaculadas para as Bodas do Cordeiro.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Timóteo 3.14-16; Efésios 5.25-27,32
INTRODUÇÃO
Os efeitos do mundanismo são percebidos quando a Igreja deixa de ser
pautada pelos valores da fé cristã (2Tm 3.1-5). Infelizmente, ela não está
imune a influências nocivas da sociedade (2Pe 2.1). Nesta oportunidade, vamos
abordar a natureza da igreja, seu relacionamento com Cristo e as armas que
impedem a mundanização da Igreja local. A proposta é chamar a atenção para o
papel da Igreja do Deus vivo, como coluna e firmeza da verdade (1Tm 3.15).
- Em primeiro lugar, é necessário identificar de qual
igreja estamos falando – a visível, local, ou a Universal? A Bíblia nunca usa o
termo igreja visível ou igreja invisível. Entretanto, a ideia da igreja visível
versus a igreja invisível é um resultado natural de uma compreensão bíblica da
doutrina da salvação. A igreja visível é a expressão do cristianismo que as
pessoas podem ver: a reunião e as práticas dos indivíduos em vários edifícios
da igreja aos domingos. A igreja invisível é a verdadeira igreja, que só Deus
pode ver: crentes nascidos de novo do passado, presente e futuro. Porque nem
todos que frequentam a igreja ou realizam atos religiosos são salvos, a igreja
visível inclui os incrédulos. A igreja invisível é formada pelos redimidos e
selada por Deus. “2. No sentido
organizacional. A igreja, como organização, é formada por crentes em Jesus que
se reúnem numa determinada congregação a fim de adorar e servir a Deus. Ali,
tanto há “trigo” quanto “joio”, ou seja, há crentes fiéis e infiéis (Mt
13.24-30). Como numa organização qualquer, a igreja local necessita de uma
liderança humana; assim como de atividades administrativas, estatutos e normas.
Entretanto, tal estrutura jamais poderá suplantar ou sobrepor-se aos preceitos
da Palavra de Deus. Embora a igreja local seja uma organização juridicamente
estabelecida, não deixa de ser também um organismo espiritual que, sob a
direção de um ministro de Deus, deve servir ao Senhor e obedecer a sua Santa
Palavra.” Lições Bíblicas CPAD Jovens e Adultos 4º Trimestre de 2008,
Título: O Deus do Livro e o Livro de Deus. Comentarista: Elinaldo Renovato de
Lima; Lição 12: A Igreja: serva da Bíblia. Data: 21 de Dezembro de 2008.
- A igreja é a morada do Deus vivo. – “Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu
tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja
do Deus vivo...” (1Tm 3.14,15a). A igreja é a casa de Deus, a morada do
Altíssimo, o santuário do Espírito. Deus habita na igreja. Nós, povo de Deus,
somos sua habitação (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16). Aquele que nem o céu dos céus
pode conter habita em nós, frágeis vasos de barro. Deus mandou fazer um
santuário para habitar no meio do povo (Êx 25.8). Depois, o templo foi
edificado, e Deus habitou no templo. Na plenitude dos tempos, o Verbo se fez
carne e habitou entre nós (Jo 1.14). Agora, Deus habita na igreja. Além disso,
a Igreja é a coluna e baluarte da verdade (1Tm 3.15b). Ela é fundamento da
verdade na medida em que se baseia em Cristo, pois ele é o fundamento da igreja
(1Co 3.11). O próprio Cristo é a verdade (Jo 14.6). A ideia nesta passagem é
que o dever da igreja é levantar a verdade de tal forma que todos a vejam. A
palavra grega hedraioma, traduzida
por baluarte, significa aquilo que sustenta um edifício. O
baluarte mantém o edifício em equilíbrio e intacto. O baluarte é o fundamento. A
igreja é comparada com uma coluna e um fundamento. Como a coluna sustenta o
teto e como o fundamento sustenta toda a estrutura da casa, assim a igreja
sustenta a gloriosa verdade do evangelho no mundo. A igreja sustenta a verdade
por ouvi-la e obedecer-lhe (Mt 13.9), por usá-la corretamente (2Tm 2.15), por
guardá-la no coração (SI 119.11), por defendê-la (Fp 1.16), por proclamá-la (Mt
28.18-20). A igreja depende da verdade para sua existência, e a verdade depende
da igreja para sua defesa e proclamação!
I – A NATUREZA DA IGREJA DO DEUS VIVO
1. A casa do Deus vivo. Paulo
orienta Timóteo a como “andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo” (1
Tm 3.15a). A expressão “casa de Deus” foi emprestada do Antigo Testamento, onde
o termo frequente é “casa do Senhor” (1 Rs 3.1; 1 Cr 22.11). O uso original da
expressão refere-se ao Templo, mas o complemento “que é a igreja do Deus vivo”
inclui o conjunto de membros da igreja. O apóstolo ainda usa os vocábulos
“domésticos da fé” (Gl 6.10); “família de Deus” (Ef 2.19); “corpo de Cristo” (1
Co 12.27); e “templo de Deus” (1 Co 3.16). A sentença “Deus vivo” enfatiza o
verdadeiro Deus em contraste com os ídolos mortos (1 Co 8.4; 2 Co 6.16; 1 Ts
1.9), fazendo alusão à doutrina bíblica de que Deus é um ser pessoal, distinto
da Criação e que, ao mesmo tempo, se relaciona com a criatura, atuando na
história humana (Dn 4.25; At 17.24).
- A igreja é povo chamado para fora do mundo, para estar no
mundo, sem ser do mundo, para ser luz do mundo. A igreja tem Jesus como seu
fundamento. Jesus é o dono, o edificador e o protetor da igreja. A igreja é a
casa de Deus, onde ele habita. Espiritualmente, a Igreja é um organismo que tem
Cristo como a Cabeça, (Cl 1.18) e os crentes como o Corpo (Ef 1.22,23). Esta
Igreja é composta de todos os que possuem seus nomes “inscritos nos céus” (Hb
12.22,23). Isto é, de todos os salvos em Cristo Jesus. Todas as igrejas locais
pertencem à Igreja universal. Todavia, nem todos os que fazem parte de uma
igreja local são de fato membros da igreja universal (1Jo 2.19).
- Quando a Escritura faz referência ao Deus vivo, é importante
ressaltar que Deus não apenas está vivo, mas também é Ele quem a todos dá vida,
tanto a vida da criação, quanto a nova vida da redenção.
2. A coluna e firmeza da verdade. A Bíblia
assegura que a Igreja do Deus vivo é “a coluna e firmeza da verdade” (1 Tm
3.15b). Nessa metáfora, a Igreja é o fundamento que sustenta a verdade, ou
seja, significa que foi instituída como guardiã da verdade por Deus revelada (2
Tm 1.13,14). Essa verdade é o Evangelho de Cristo, as Boas-Novas de salvação e
suas imutáveis doutrinas (Gl 2.5; Ef 1.13; Cl 1.5). Portanto, é
responsabilidade da Igreja propagar, testemunhar e defender a verdade do
Evangelho (Mt 28.20; Jo 18.37; Jd 1.3). Desse modo, no zelo pela verdade, os
líderes da igreja devem ser irrepreensíveis e capazes de repudiar os falsos
mestres e suas heresias (1 Tm 3.1-13). Se a verdade do Evangelho for
corrompida, então, a igreja deixa de ser o sal da terra e a luz do mundo (Mt
5.13,14).
- Paulo chama a Igreja de coluna, ou seja, O SUPORTE,
aquilo que deve sustentar a Verdade; Quando falamos da ‘Verdade’ certamente
estamos falando da Palavra de Deus, pois que é dito: ‘Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.’ (Jo 17.17), e
ainda, ‘A tua palavra é a verdade desde o
princípio, e cada um dos teus juízos dura para sempre’ (Sl 119.160). Temos
a verdade sobre o pecado; sobre a redenção; sobre a santificação; sobre as
ordenanças; sobre a igreja, etc. As igrejas verdadeiras são a depositárias
autênticas desses ensinamentos preciosos, e devem sustentá-los com toda firmeza;
Que peso de responsabilidade repousa sobre a igreja de Cristo: Preservar e
difundir a verdade num mundo cheio de mentiras! A verdade só pode ser
preservada neste mundo pelo ministério da Igreja. ‘Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado
para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo’ (2
Co 11.2). Paulo deixara Tito na igreja de Creta para que cuidasse das questões
éticas e administrativas da comunidade. A situação era tão grave que o apóstolo
precisou escrever uma carta àquele jovem pastor falando da urgente necessidade
de se manter a ordem na igreja. Tais instruções são suficientes para equipar
qualquer pessoa que pretenda engajar-se no ministério pastoral. Se os conselhos
de Paulo a Tito fossem observados por todas as igrejas, não haveria tantos
problemas na condução do rebanho do Senhor. Não haveria tantos escândalos pela
má conduta dos que se dizem chamados para o ministério, mas infelizmente, não
são qualificados. Paulo nos assevera, nos versículos 5 a 9 do primeiro capítulo
de Tito, que a verdadeira Igreja de Cristo não subsiste sem obreiros
irrepreensíveis em todas as áreas da vida. Segundo sua orientação, Tito deveria
ser enérgico com os que perturbavam o bom andamento do trabalho. Os insubordinados
e inconsequentes teriam de ser severamente admoestados (Tt 1.10-14).
3. O mistério da piedade. A verdade do
Evangelho é personificada em Cristo (Jo 14.6). Nessa concepção, o apóstolo
Paulo diz: “grande é o mistério da piedade” (1 Tm 3.16a). Devemos, aqui, ter
atenção para as palavras “mistério” e “piedade”. A primeira sinaliza que a
verdade do Evangelho foi revelada aos santos (Cl 1.26); a segunda retrata a
base do cristianismo que é a fé cristã. Na sequência, o apóstolo sintetiza tudo
isso com a expressão “o mistério da piedade”, o Evangelho revelado, a fé cristã
estabelecida no seguinte evento: Cristo “que se manifestou em carne foi
justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no
mundo e recebido acima, na glória” (1 Tm 3.16). Assim, a Igreja é a
fiel portadora dessa verdade (2 Co 2.17).
- A piedade era a tônica do ministério pastoral de Paulo. É
deste modo que ele inicia a sua Carta a Tito: “Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que
é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade”
(Tt 1.1). Portanto, devemos indagar sempre a respeito de doutrinas consideradas
evangélicas, se elas, de fato, contribuem para a piedade. A genuína ortodoxia
será plena de vida e piedade. A piedade está associada ao aprendizado da fé. Piedade
caracteriza a atitude correta para com Deus, englobando temor, reverência,
adoração e obediência. Ela é a palavra para a verdadeira religião. Paulo diz
que a piedade para tudo é proveitosa, não havendo contraindicação: “Pois o exercício físico para pouco é
proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida
que agora é e da que há de ser” (1Tm 4.8).
“As palavras piedade,
piedoso(a) e piedosamente são encontradas mais de 40 vezes no Novo Testamento,
e são mal-entendidas. A nossa palavra "piedade" vem do Latim, e tem
dois sentidos: "1. Amor e respeito às coisas religiosas; religiosidade;
devoção. 2. Pena dos males alheios; compaixão, dó, comiseração" (Novo
Dicionário Aurélio, 2ª ed. ). Na linguagem popular, e muitas vezes no Antigo
Testamento, a palavra tem o segundo sentido e traz a ideia de compaixão. Mas,
no Novo Testamento, o sentido normalmente é o primeiro, ou seja, devoção a Deus
ou respeito às coisas religiosas.
Quando você encontra a
palavra "piedade" ou "piedoso" na leitura do Novo
Testamento, pense primeiro no sentido de devoção a Deus (temente a Deus) ou às
coisas religiosas, e na santidade. Na maioria dos casos, essas definições vão
comunicar melhor o sentido do original. Vamos ver alguns exemplos:
1 Timóteo 2:10 fala
sobre "mulheres que professam ser piedosas" . A palavra grega aqui é
theosebeia , que obviamente inclui Deus (theos) como o objeto da devoção. João
9:31 usa uma forma da mesma palavra, onde é traduzido "teme a Deus".
Outras palavras gregas
são traduzidas como piedade, piedoso e piedosamente, especialmente a palavra
eusebeia e outras da mesma família. O sentido principal destas palavras é louvor,
reverência ou devoção.
Veja como este
entendeu alguns versículos. 2 Timóteo 3:12 diz que "Ora, todos quantos
querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos." O sentido de
mostrar compaixão para com outras pessoas não se encaixa aqui (seremos
perseguidos por mostrar compaixão?). Antes, os que demonstraram reverência a
Deus serão oprimidos. 1 Timóteo 3:16 diz que "grande é o mistério da
piedade" , mas o versículo não fala de sentir dó para os outros. Fala,
sim, dos motivos que temos para adorar a Jesus.
Enquanto os
presbíteros devem mostrar compaixão e hospitalidade, a palavra
"piedoso" (gr. hosios ) em Tito 1:8 quer dizer santo, puro e devoto a
Deus.
A nossa palavra
"piedade" descreve os dois grandes mandamentos (Mateus 22:37-40), mas
o sentido mais comum no Novo Testamento enfatiza o primeiro, "Amar a
Deus". Vamos nos esforçar para ser ministros piedosos.” Extraído de: https://estudosdabiblia.net/bd67.htm. Acesso em: 5 agosto
2023.
II – CRISTO E O RELACIONAMENTO COM A
IGREJA
1. Santificação e pureza. Paulo ensina
que Cristo morreu pela Igreja: “para que a santificasse, tendo-a purificado por
meio da lavagem de água pela palavra” (Ef 5.26 – ARA). O texto mostra que, na
regeneração, Cristo nos purifica do pecado (1 Co 6.11; Tt 3.5) e que, no
propósito do calvário, estava inclusa a nossa santificação (1 Ts 4.16; Hb
13.12). A expressão “a lavagem da água” é usada de forma figurada, simboliza a
Palavra de Deus que opera uma limpeza espiritual (Jo 15.3). Nesse sentido,
Cristo orou: “santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17).
Ora, sabemos que a Santificação é o ato de separar-se do pecado e preparar-se
para a volta do Senhor (1 Pe 1.15; Hb 12.14). Esse processo é contínuo até a
glorificação final no dia de Cristo (Rm 6.22; 8.30; Fp 3.21).
- Em Efésios 5.26-27 “santificasse...
purificado... santa... sem defeito” diz respeito ao amor de Cristo pela sua
igreja; a graça salvadora torna os cristãos santos por meio da ação da Palavra
de Deus (Tt 2.1-9; 3.5); desse modo, eles podem ser a noiva pura. O amor divino
busca limpar por completo aqueles que são amados de todo tipo de pecado e mal.
João 17.17 é a mais ilustre oração de Jesus em favor de seus discípulos, e nela
fica claro a extensão do amor e cuidado de Deus para com os homens que creem em
seu Filho. Na Bíblia, santidade também pode significar a dedicação a Deus, se
afastando da impureza do pecado. Todo crente é chamado para ser santo. A Bíblia
diz que Deus é santo. Esse é Seu caráter. Deus é perfeito, Ele não tem falha
nem erro algum. O pecado nem sequer pode entrar em Sua presença! Somente o que
é santo pode se aproximar de Deus (Hb 12.14).
Pureza pode ser caracterizada como o alinhamento de nossas
vontades e desejos com a vontade de Deus. À medida que vamos desfrutando de um
relacionamento íntimo com Deus, experimentamos um crescimento diretamente
proporcional nessa área. Tudo aquilo que praticamos e/ou pensamos que não
esteja alinhado com a vontade perfeita de Deus, é caracterizado como impuro.
Deus nos criou para sermos a sua imagem e semelhança (Gn 1.27), e Ele é Santo
(1Pe 1.15, 16). Viver uma vida de pureza é se preparar para a segunda vinda de
Jesus. Se estamos aguardando esta vinda para que possamos viver uma vida
completamente livre do pecado, significa que estamos crescendo em santidade e
sendo moldados à imagem de Cristo, e essa santidade é imprescindível para que
vejamos a Deus (Hb 12.14; 1Jo 3.2, 3).
2. Gloriosa e irrepreensível. A
santificação tem como alvo preparar uma “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga,
nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.27). A Escritura
compara a relação de Cristo com a Igreja, com a do marido com a esposa (2 Co
11.2). Assim, a Igreja é a noiva de Cristo, que se prepara para a festa nupcial
(Ap 21.2,9). Durante essa espera, por meio do Espírito Santo, Cristo a
santifica para apresentá-la a si mesmo totalmente pura (2 Ts 2.13). A ausência
de “mácula” e de “ruga” significa sem mancha alguma de ordem moral ou
espiritual. Vestida nesse grau de pureza, somente a igreja “santa e imaculada”
terá acesso à ceia das Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9). Acerca disso, Cristo
advertiu não ser possível entrar nas bodas sem a devida veste nupcial (Mt
22.11-13).
- A santidade de Deus é descrita na Bíblia como um fogo –
brilhante, poderoso, purificador (Is 33.13-14). Assim como um fogo muito quente
consome as impurezas e deixa apenas ouro refinado, a santidade de Deus destrói
todo pecado e deixa apenas pureza. Ninguém tem a santidade de Deus mas existe
outro tipo de santidade, que é dedicação total a Deus. Essa é a santidade que todo
crente deve procurar (1Pe 1.15-16). Enquanto esteve na terra, Jesus nos mostrou
um pouco da santidade de Deus e da santidade de ser completamente dedicado a
Deus. Gloriosa nos fala de uma igreja cheia de honra, esplendor,
beleza. A ideia de “brilhar” ou de ser “brilhante” transmitiria o sentido aqui.
Provavelmente ainda existe aqui uma alusão a uma noiva “adornada para o marido” (Ap 21.2; compare o Salmo 45.9-14); e o
ideal é que a igreja seja digna do amor do noivo, a quem será apresentada. Foi
com esse propósito que Cristo se entregou pela Igreja; e para esse fim, ele
continua as diferentes ordenanças que designou; e, particularmente, a pregação
da palavra – a doutrina da reconciliação pela fé em seu sangue. E é nesta vida
que toda essa purificação deve ocorrer; pois ninguém será apresentado no dia do
julgamento àquele que não foi aqui santificado, purificado, lavado,
glorificado, sem mancha, rugas, manchas ou coisa parecida. Quão vã é a
pretensão de multidões de serem membros da verdadeira Igreja enquanto estão
cheias de manchas, rugas, defeitos e muitas dessas coisas.
III – AS ARMAS DA IGREJA DO DEUS VIVO
1. O zelo pela verdade. Enfatizamos
que a verdade bíblica é absoluta e imutável (Lc 21.33; Jo 17.17), ou seja, o
Evangelho de Cristo é a única verdade (Jo 14.6). Nesse caso, a igreja é a “fiel
depositária” dessa verdade (1 Tm 3.15). E, por isso, os salvos em Cristo são
despenseiros da mensagem da redenção (1 Pe 4.10). Para ilustrar essa
responsabilidade, levemos em conta o uso que Jesus fez de símbolos que remontam
à responsabilidade espiritual: “os dois servos” (Mt 24.45-51); “os talentos”
(Mt 25.14-30); “o servo vigilante” (Lc 12.35-38); “o mordomo infiel” (Lc
16.1-13); e “as dez minas” (Lc 19.12-26). Todas essas parábolas trazem a imagem
da responsabilidade que cada salvo deve ter enquanto espera o Senhor da Igreja
voltar. Esse compromisso é inegociável, pois espera-se que o salvo cumpra o seu
dever com irrestrita lealdade. Assim, a Igreja deve zelar pela verdade das
Escrituras, viver e propagar a mensagem bíblica com fidelidade (2 Tm 4.2).
- Há em 2Tm 4.2 um imperativo para a proclamação do
Evangelho: Prega a palavra... Pregar
a Palavra é a principal missão da Igreja. A Palavra tem supremacia, e a
pregação, primazia. Timóteo deveria pregar a Palavra de Deus! Essa Palavra
é idêntica ao depósito, à Escritura, às sagradas letras, à sã doutrina, à
verdade e à fé. O pregador não pode pregar as próprias palavras. Não pode,
também, torcer as palavras de Deus. Não pode subtrair nem acrescentar nada à
Palavra. Nenhum pregador deve buscar holofotes para si, seu papel não é ser
popular, mas fiel; seu chamado é para pregar a Palavra, e não sobre a Palavra.
A Palavra é o conteúdo da mensagem e autoridade do mensageiro. O pregador não
cria a mensagem; ele a proclama. Pregar a Palavra de Deus não é uma invenção da
igreja, mas uma comissão por ela recebida. A Palavra de Deus escrita foi dada
para tornar-se a Palavra pregada. A Palavra de Deus é revelada aos seres
humanos na forma escrita (Escrituras), na forma humana (Cristo) e na forma
falada (pregação). Aqui no texto original aparece o termo grego kerux, que significa pregar como um
arauto. Nos tempos de Paulo, o governante possuía um arauto especial que fazia
as proclamações ao povo. Era comissionado pelo governante para proclamar sua
mensagem em voz alta e claramente, de modo que todos ouvissem. Não era um
embaixador com o privilégio de negociar; era um mensageiro com uma proclamação
a ser ouvida e cumprida. Deixar de atender ao mensageiro era uma falta grave, e
maltratar o mensageiro era mais grave ainda.
É muito importante entender que há uma diferença entre pregar
a Palavra e pregar sobre a Palavra. A Palavra é o conteúdo da pregação e a
autoridade do pregador. O pregador não gera a mensagem; ele a proclama. A
mensagem não é fruto da subjetividade do pregador, mas da exposição fiel da
Palavra.
2. O ensino da verdade. Deus
constituiu líderes para o aperfeiçoamento e edificação da Igreja (Ef 4.11,12).
Portanto, o líder deve estar apto para ensinar (1 Tm 3.2). Isso refere-se à
capacidade de compreender as Escrituras, defender a ortodoxia e refutar as
heresias (Tt 1.9). Desse modo, um líder vocacionado não cede ao liberalismo
teológico, ecumenismo e sincretismo religioso (2 Co 2.17; 2 Tm 4.3,4). Logo, a
verdade bíblica deve ocupar a primazia na igreja (1 Tm 4.13; 2 Tm 2.15). Não
por acaso, na tese 54, Lutero ensinou que ofendemos a Palavra de Deus quando no
sermão não há tempo ao estudo da Bíblia, ou seja, quando a exposição da Bíblia
não é o cerne da pregação. Não ensinar as Escrituras, relativizar suas
doutrinas ou fazer concessões ao pecado equivale fazer a igreja refém do
mundanismo. Portanto, somente a verdade de Deus é capaz de libertar o pecador
(Jo 8.32).
- Lendo Judas 3 encontramos uma chamada para batalharmos
pela fé. Embora a salvação daqueles a quem Judas havia escrito não estivesse em
perigo, os falsos mestres que pregavam e viviam na prática de um evangelho
falso estavam desviando os que precisavam ouvir o verdadeiro evangelho. Judas
escreveu esse chamado imperativo para que os cristãos travassem uma guerra contra
o erro em todas as suas formas e lutassem vigorosamente pela verdade, como um
soldado a quem foi confiada uma tarefa sagrada de proteger um tesouro santo (1Tm
6.1 2; 2Tm 4.7). Aqui em Jd 3, fé corresponde a todo o corpo da
verdade revelada acerca da salvação contida nas Escrituras (Gl 1.23; Ef 4.5,13;
Cl 1.27; 1Tm 4.1). Aqui está um chamado para conhecer a sã doutrina (Ef 4.14;
Cl 3.16; 1Pe 2.2; 1Jo 2.12-14), discernir a verdade do erro (1Ts 5.20-22) e
dispor-se a confrontar e atacar o erro (2Co 10.3-5; Fp 1.7,27; 1Tm ,1. 18;
6.72; 2Tm 1.13; 4.7-8; Tt 1.3). Entendemos sobre as Escrituras que elas estão
completas, seu canon (regra usada para
determinar se um certo livro podia ser medido satisfatoriamente de acordo com
um padrão) está fechado, não novas revelações com valor Escriturístico - uma vez por todas foi entregue... santos;
a revelação de Deus foi entregue uma única vez como uma unidade, na conclusão
da Escritura, e não deve ser editada com supressões nem adendos (Dt 4.2; 12.32;
Pv 30.6; Ap 22.18-19). A Bíblia é completa, suficiente e está concluída;
portanto, ela está fixada para sempre. Nada deve ser acrescentado ao corpo da
Palavra inspirada (2Pe 1.19-27), porque nada mais é necessário. Os cristãos
agora têm a responsabilidade de estudar a Palavra (2Tm 2.15), pregar a Palavra
(2Tm 4.1) e lutar para que ela seja preservada!
CONCLUSÃO
Diante dos ataques de desconstrução da fé, a Igreja do Deus vivo precisa
ser vigilante (1 Co 16.13). Ela é a guardiã da única verdade que liberta (Jo
8.36). A mensagem da cruz não pode ser ressignificada. Cristo morreu e
ressuscitou por amor à Igreja e a requer santa, pura e irrepreensível (Ef
5.27). Portanto, a Noiva de Cristo não pode macular suas vestes. Seu papel
abarca o ensino e a defesa com todo o zelo da integridade da verdade revelada
(1 Tm 4.16).
- Lendo 1o Timóteo 3.15, Paulo afirma que a Igreja de
“coluna e firmeza da verdade”, com isso, ele defende que a Igreja é a única
instituição sobre a face da Terra que pode viver a verdade e, por isso,
sustentá-la e defendê-la. A Igreja tem a difícil tarefa de proclamar, sustentar
e defender a sã doutrina, a Palavra de Deus. Como escreve o Pr Esequias Soares: “O amor e o
compromisso com a Palavra de Deus são um dos legados deixados pelos nossos pais
na fé. Muitos pioneiros foram desfavoráveis a seminários e cursos formais de
teologia, no entanto, todos defenderam com todas as suas forças a leitura e o
estudo da Bíblia. O hábito da leitura diária da Bíblia é parte da cultura do
nosso povo”. Soares. Esequias,.O verdadeiro Pentecostalismo. A
atualidade da doutrina Bíblica sobre a Atuação do Espírito Santo. Editora CPAD.
Ao crer nas Escrituras como Palavra de Deus revelada, não resta outro caminho
ao cristão verdadeiro senão conhecer, guardar e amar este livro em santa submissão
e obediência. Observar suas instruções, histórias e ordenanças com temor e
reverência, afinal, é a carta de amor de Deus ao seu povo.
Nós temos compromisso com a Palavra de Deus e cremos que
ela é a única revelação da Deus escrita para a humanidade. Diante disso, fica
claro que nenhuma outra literatura exerce autoridade sobre a nossa vida. “Firmemente aderiram [...] de que guardariam
e cumpririam todos os mandamentos do SENHOR, nosso Senhor, e os seus juízos e
os seus estatutos” (Ne 10.29). O compromisso com a Bíblia é o requisito
imprescindível para a Igreja de Cristo seguir vitoriosa. Quando o povo de Deus,
avivado por sua Palavra, compromete-se com os supremos negócios de seu Reino, a
igreja desdobra-se em adoração e serviços, para que o Evangelho chegue aos
confins da terra.
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que a Bíblia assegura?
A
Bíblia assegura que a Igreja do Deus vivo é “a coluna e firmeza da verdade” (1
Tm 3.15b).
2. Em quem a verdade do Evangelho está
personificada?
A
verdade do Evangelho é personificada em Cristo (Jo 14.6).
3. Segundo a lição, o que é o ato de
santificação?
A
santificação é o ato de separar-se do pecado e preparar-se para a volta do
Senhor (1 Pe 1.15; Hb 12.14).
4. Qual é o alvo da santificação?
A
santificação tem como alvo preparar uma “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga,
nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.27).
5. Cite pelo menos duas imagens que simbolizam
a responsabilidade da Igreja.
Os
dois servos e servo vigilante.