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26 de novembro de 2022

LIÇÃO 10: A RESTAURAÇÃO NACIONAL E ESPIRITUAL DE ISRAEL


 

TEXTO ÁUREO

 

E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades.” (Rm 11.26).

 

 

VERDADE PRÁTICA

 

A chamada divina à restauração tem a ver com o restabelecimento espiritual e social de quem se arrepende.

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Ezequiel 37.1-14

 

 

INTRODUÇÃO

 

A lição de hoje é um estudo sobre a restauração nacional e espiritual de Israel. A visão que Ezequiel teve do vale de ossos secos descreve, numa linguagem metafórica, como Israel voltará a ser uma nação soberana reconhecida na comunidade internacional, ou seja, a palavra profética contempla uma restauração completa: política e espiritual.

 

COMENTÁRIO:

Como introito desta lição, sobre o texto áureo escolhido, Romanos 11.26 nos fala do destino final do povo escolhido - Todo o povo judeu eleito vivo no fim da tribulação, e não o remanescente dos judeus na igreja durante essa era da igreja. Uma vez que o remanescente já aceitou a verdade do evangelho, ele não poderia estar sendo considerado aqui, pois que não precisa mais da salvação prometida nesse versículo.

Nos capítulos anteriores de Romanos, o apóstolo tratou do problema da rejeição de Israel, sob dois pontos de vista. Na sua primeira resposta, ele falou da soberania de Deus: Deus escolhe quem Ele quiser, e rejeita quem Ele quiser rejeitar, e o homem não pode fazer qualquer reclamação a Deus. O povo de Deus é livremente escolhido pela graça por meio da fé (Rm 9:6-29). Na sua segunda resposta, ele mostrou que a rejeição de Israel se dava pela sua própria culpa. As promessas de Deus dependem da fé, mas Israel procura a sua própria justiça pela lei. A rejeição de Israel é a consequência da sua própria falta de fé (Rm 9:30-10.21).

Qual seria a situação se Paulo não dissesse mais nada? Pareceria que a rejeição de Israel é definitiva; que Deus queria que fosse assim, e que Israel mereceu isso. Mas esta não é a última palavra sobre o assunto. "De que serviria este procedimento de Deus, com o seu povo especial, se, quando o final dos tempos chegasse, ele simplesmente fosse rejei­tado? Esta é uma pergunta que simplesmente exige uma resposta".' Deus rejeitou aquele povo que como um todo tinha recebido os benefícios especiais listados em Rm 9:4-6? A resposta é um ressonante De modo nenhum! A rejeição de Israel não é definitiva: pois:

- 1) mesmo agora, existe um remanescente de Israel na igreja (1-10);

- 2) a queda de Israel tornou-se a salvação dos gentios, e a partir daí vemos um vislumbre da sua aceitação final (11-24); e

- 3), em último lugar, Israel, como um todo, está destinado a receber a salvação messiânica (Rm 11.

"Todo o Israel será salvo" (Rm 11:25-32). Paulo afirmou a possibilidade da conversão de Israel a Cristo, mas será que esta possibilidade se realizará? Para responder a esta pergunta, Paulo nos revela um segredo, "uma porção do plano da salvação de Deus, anunciado ao apóstolo por revelação, e que se cumprirá nos últimos dias".' Paulo escreve que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado (v. 25). "A 'plenitude dos gentios' não significa 'todos os gentios, sem exceção', não os gentios predestinados a serem salvos, mas sim aquele número de gentios comparável às riquezas da graça de Deus".'E, assim — isto é, depois deste endurecimento por parte de Israel e da salvação dos gentios possibilitada desta forma ­todo o Israel será salvo (v. 26). "Todo o Israel", analogamente à plenitude dos gentios, não significa a soma de todos os membros do povo judeu, nem o grupo dos predestinados em Israel, mas sim Israel, como um povo".' Todo o Israel será salvo, e depois disso ainda haverá judeus incrédulos, assim como depois que a "plenitude dos gentios" for salva ainda haverá gentios incrédulos.

- Vamos ao conteúdo da lição:

 

I. SOBRE O SIGNIFICADO DO VALE DE OSSOS SECOS

 

1. Os Ossos Secos (vv. 1,2). O profeta não diz como exatamente Deus o levou ao vale, mas a expressão ”e o SENHOR me levou em espírito” (v.1) se refere à maneira de como Deus lhe entregou esses oráculos, ou seja, por meio de visão, como já havia acontecido antes (Ez1.1; 8.3;11.24). Ele foi conduzido em visão e colocado no meio de um vale cheio de ossos secos, que estavam sequíssimos. Essa revelação é uma profecia que anuncia, de antemão, a restauração nacional de Israel depois de muitos séculos de dispersão entre nações, seguida pela restauração espiritual.

 

COMENTÁRIO:

Aqui nos regozijamos com o homem de Deus que tem uma outra visão. Dessa vez é a respeito de ossos sequíssimos. Ele os vê em um vale, mas essa visão tem colocado muitos cristãos no topo do monte, espiritualmente falando. Os ossos secos representam os israelitas espalhados. A expressão: nós estamos cortados no versículo 11 é dramaticamente traduzida da seguinte maneira: "estamos completamente arruinados". A conexão dos nervos ou tendões, o aparecimento da carne e a colocação do espírito (sopro) por Deus, é uma forma poética de dizer que os israelitas retornarão para a sua terra amada (v. 12, 14).

 

2. O Significado. Nos versículos 11-14, Deus explica a Ezequiel o significado da visão. A palavra profética esclarece que “estes ossos são toda a casa de Israel” (v.11). Muitos dos dispersos haviam per­dido a esperança e se sentiam totalmente destruídos: “os nossos ossos secaram” expressão que significa ruína definitiva “e pereceu a nossa esperança; nós estamos cortados”. O discurso não diz quando os oráculos foram entregues ao profeta, mas, com base no versículo 11, podemos afirmar que isso aconteceu logo que Ezequiel recebeu a notícia da destruição de Jerusalém e do Templo (Ez 33.21). Se esse pensamento puder ser confirmado, isso significa que a dispersão já estava concluída (2 Rs 25.10,11; 2 Cr 36.20).

 

COMENTÁRIO:

Estes ossos são toda a casa de Israel. A casa de Israel (ver Ez 3.1,3,5; 4.3) era uma grande massa de ossos secos espalhados em toda a parte do vale, isto é, a Babilônia. Não houve mais vida; toda a esperança se perdeu; a nação inteira foi “cortada fora”, isto é, morreu violentamente. Os babilônios, mais uma vez, tinham cometido genocídio.

Estamos de todo exterminados. “Os sobreviventes sabiam que suas esperanças nacionais tinham sido esmagadas. A nação inteira morreu nas chamas do ataque babilônico e não houve esperança de ressurreição” (Sl 141.7; Is 49.14. A árvore cortada foi separada das suas raízes e, assim, caiu e morreu. 

 

3. As promessas de Deus. O mesmo Deus que fez as feridas Ele mesmo as ligará (Os 6.1). O mesmo Deus que advertiu o povo, ainda nos dias de Moisés, da diáspora em caso de desobediência aos mandamentos de Javé (Lv 26.33-37; Dt 28.25,36,37), prometeu trazê-lo de volta (Jr 31.17; Ez 11.17). A dispersão de Israel entre as nações é identificada com o vale de ossos secos da visão de Ezequiel. Essa visão serviu para aumentar a esperança do povo durante os séculos de perseguições entre as nações na diáspora. A Visão vislumbra a restauração nacional e em seguida a espiritual.

 

COMENTÁRIO:

Deus sempre tem um propósito na disciplina do seu povo, e mesmo que nos pareça ser,  nunca é para a sua destruição, mas para sua restauração: “Irei, e voltarei para o meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face; estando eles angustiados, cedo me buscarão, dizendo: Vinde, e tornemos para o Senhor …” (5.15-6.1). O que Deus esperava era uma genuína conversão, manifestada pelo arrependimento (“até que se reconheçam culpados”) e pela fé (“e busquem a minha face”). O arrependimento e a fé são os dois elementos da conversão.

O Comentário Bíblico de Adam Clarke, comentando Oséias, diz: “Vem, e voltemos para o Senhor Quando Deus tinha o propósito de abandoná-los, e eles descobriram que ele havia retornado a seu lugar para seu templo, onde só ele poderia ser procurado com sucesso, eles, sentindo sua fraqueza, e a inconstância, o cansaço, e infidelidade de seus ídolos e aliados, agora resolver a “voltar para o Senhor”, e, referindo-se ao que ele disse, Oséias 5:14 : “Eu vou rasgar e ir embora,” eles dizem, ele ” tem rasgado, mas ele vai nos curar; “seus aliados tinham rasgado, mas não lhes deu nenhuma cura. Embora, portanto, reconhecer a justiça de Deus no seu castigo, eles dependem de sua misericórdia bem conhecido e compaixão para a restauração à vida e à saúdeADAM CLARKE. Comentário Bíblico de Adam Clarke. Oséias.

CHAMPLIN corrobora: “Vinde, e tornemos para o Senhor. Encontramos aqui um convite direto do povo, feito a eles próprios, para abandonar a idolatria-adultério-apostasia e voltar ao yahwismo, visto que se tornara claro que sua rebelião estava provocando um encontro fatal com o destino. O poder divino os havia ferido, mas esse mesmo poder poderia pensar seus ferimentos e curá-los. Todo o arrependimento forçado é notoriamente superficial e logo abandonado quando as coisas melhoram um pouco. A história mostra que o excelente ideal dos vss. 1-3 não se cumpriu. Israel desviou-se demais e tornou-se incapaz de ser remido. Ver Osé. 5.4 quanto a comentários sobre essa ideia. O vs. 4 dá início à resposta de Yahweh a esse proposto arrependimento, chamando-o de “névoa matutina”, que logo desaparece quando o sol começa a brilhar. O julgamento não seria relembrado (vs. 5), por causa de um momento de pensamentos melhores por parte do povoCHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3459.

 

SINOPSE I

A restauração de Israel é necessária porque se trata de uma promessa divina.

 

AUXÍLIO TEOLÓGICO

A INTERPRETAÇÃO DO VALE DE OSSOS SECOS

 “Em todo o Antigo Testamento, a junção do novo concerto com a terra renovada está mais bem explicada em Ezequiel 37. O profeta conta a visão que teve de um vale cheio de ossos secos, os ossos secos de pessoas mortas há muito tempo. O Senhor lhe disse que informasse estes ossos que o Espírito de Deus entrou neles e os reavivará de volta à vida.

Quando isso acontece, Ezequiel fica espantosamente admi­rado e, em um instante, os esqueletos se enchem de carne e tendões e um ser vivo – de fato, um exército – se põe de pé. A interpretação é dada. Estes ossos são Israel, morto em pecado e no exílio. O reavivamento é o ato gracioso de Deus reavivar o povo e estabelece-lo de volta na Terra Prometida. Este é um povo, Israel e Judá, pois não será apenas Judá que voltará do exílio babilônico (Ez 37.15-17). Quer dizer este é, o Israel escatológico, a nação reunida desde os confins da terra nos últimos tempos (v.21). O povo de Israel se tornará um povo na terra e terá somente um rei, o descente de Davi (v.24). Nunca mais os israelitas cairão na desobediência idólatra, porque são um povo limpo que para sempre permanecerá assim” (ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.410).

 

 

II. SOBRE A DISPERSÃO DOS JUDEUS ENTRE AS NAÇÕES

 

1. As diásporas de Israel e Judá. A Primeira Diáspora começou em 605 a.C. quando o rei Nabucodonosor subordinou Jeoaquim, rei de Judá, aos babilônios (2Rs 24.1,2; Dn 1.1,2). O cativeiro assírio de 722 a.C., faz parte da primeira dispersão (2Rs 17.23). Mesmo com o fim do cativeiro de Judá por meio do decreto de Ciro, rei da Pérsia, em 538 a.C. (2Cr 36.20-22; Ed.1.1,2), a maioria dos judeus jamais retornou à terra de Israel. Desde então, eles continuaram por toda parte. Nos tempos do Novo Testamento havia comunidades judaicas nos grandes centros urbanos no vasto império romano. Então, a profecia de Ezequiel se refere a uma diáspora posterior.

 

COMENTÁRIO:

O termo ‘diáspora’ é usado pelos historiadores para referir-se às colônias judaicas (forçadas ou não), que eles estabeleceram em outras partes do mundo, fora da Palestina. A palavra é grega e significa «dispersão». Equivale ao vocábulo hebraico golah. O termo inclui os movimentos voluntários de emigração de judeus para outras terras, mas também se refere às colônias judaicas que resultaram de guerras, exílios e aprisionamentos.

Os descendentes dos exilados e deportados também vieram a fazer parte da diáspora. Os Oráculo« Sibilino« (cerca de 250 A.C.) refletem a extensão da dispersão dos judeus, afirmando que cada terra e que cada mar estava repleto de judeus. Nos tempos do Novo Testamento, havia mais judeus vivendo fora da Palestina do que dentro dela. O número de judeus dispersos, naquela época, tem sido calculado entre três a cinco milhões de pessoas.

A Enciclopédia da Bíblia, de MERRILL C. TENNEY (Cultura Cristã), traz: “Diaspora, em grego, era geralmente equivalente ao hebraico golah e entrou para o português como “dispersão”. Havia, contudo, uma distinção entre o termo grego que tinha o significado de “disperso” e o hebraico que significava “exilado”. “Diáspora” se referia a um movimento voluntário dos judeus para outras terras que não as suas. Isto os separava tanto dos seus compatriotas que ficaram no seu país, quanto dos estranhos entre os quais os judeus transplantados viviam em outras terras. Golah se referia aos judeus que tinham sido forçados a se mudarem como resultado de guerra, exilados e, algumas vezes, prisioneiros. Os descendentes de tais exilados formavam uma grande parte da diáspora dos tempos do NT.

Os Oráculos Sibilinos (c. 250 a.C.) relataram a dispersão dos judeus “Toda terra e todo mar estão cheios deles”. Nos tempos do NT estimava-se que havia mais judeus vivendo fora (talvez uns três a cinco milhões) do que na Palestina.

A principal causa da Diáspora foi a deportação dos judeus para o exílio por seus inimigos. Os assírios levaram judeus da Samariapara o oriente em 722 a.C., e os babilônios levaram alguns de Jerusalém no ano de 586 a.C. Mais tarde, Pompeu levou judeus para Roma como escravos.

Os judeus, por serem um povo diligente, também foram voluntariamente para outras terras, onde as oportunidades de negócios e comércio eram melhores. O aumento da população na Palestina pressionou os judeus a irem em busca da sobrevivência em outras terras, especialmente as grandes cidades dos países vizinhos. Estas circunstâncias contribuíram para criar o povo chamado de a DiásporaMERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 2. pag. 153.

 

2. Renasce Israel. O retorno dos judeus, a que se refere a profecia, diz respeito à segunda diáspora anunciada de antemão pelo Senhor Jesus (Lc 21.24). Essa dispersão judaica durou mais de 1.800 anos, sendo iniciada no ano 70 d.C. por ocasião da destruição de Jerusalém pelos romanos, e foi concluída com a fundação do Estado de Israel em 27 de novembro de 1947, na primeira Assembleia Geral das Nações Unidas, presidida pelo brasileiro, Osvaldo Aranha, quando foi pronunciada por grande maioria de votos (33 x 14) a favor da Partilha da Palestina, com 10 abstenções. Estavam criadas as bases legais para o estabelecimento do Estado de Israel. O dia 14 de maio de 1948 foi a data da publicação do primeiro diário oficial do país, o dia em que as tropas britânicas deixaram o país e Ben Gurion, o primeiro chefe do Estado, como ministro de Israel, assumiu o governo do país. Desde então, Israel se tornou uma nação soberana.

 

COMENTÁRIO:

O Pr Esequias Soares, comentarista da lição, em sua obra de apoio, escreve: “O retorno dos judeus a que se refere a profecia diz respeito à segunda diáspora anunciada de antemão pelo Senhor Jesus (Lc 21.24). Essa dispersão judaica se iniciou no ano 70 d.C. por ocasião da destruição de Jerusalém pelos romanos e durou mais de 1.800 anos. Ela terminou com a fundação do Estado de Israel em 27 de novembro de 1947, na primeira Assembleia Geral das Nações Unidas, presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha. “Quando foi pronunciada por grande maioria de votos (33 x 14), a favor da Partilha da Palestina, com 10 abstenções. Estavam criadas as bases legais, para o estabelecimento do Estado de Israel, bem como para o Estado Árabe da Palestina”.105 O dia 14 de maio de 1948 foi a data da publicação do primeiro diário oficial do país, o dia em que as tropas britânicas deixaram o país e Ben Gurion, o primeiro-ministro do Estado de Israel, assumiu o governo do país.

Desde então, Israel se tornou uma nação soberana. “Finalmente, em 11 de maio de 1949, Israel foi proclamado estado membro das Nações Unidas”.

Primeiro, vem a restauração nacional, isto é, quando todos os ossos se juntaram e formaram os nervos, e as carnes recobriram esses ossos; estava, pois, o corpo pronto – a restauração de Israel em um só dia e depois das “dores de parto” (Is 66.8). Essa profecia de Isaías é geralmente interpretada como o sofrimento do povo judeu não somente ao longo da história, mas também no período nazista, que terminou com o renascimento de Israel. A fundação do Estado de Israel é cumprimento da promessa do retorno (36.24; 37.21; Am 9.14-15)Soares. Esequias,. Soares. Daniele. A Justiça Divina: A Preparação do povo de Deus Para os Últimos Dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pag. 126.

 

3. Restauração nacional (vv.6-8). Primeiro, a restauração nacional’ isto é quando todos os ossos se juntaram e formaram os nervos e as carnes recobriram esses ossos, estava, pois, o corpo pronto – a restauração de Israel, em um só dia, e depois das ”dores de parto” (Is 66.8). Essa profecia é geralmente interpretada como o sofrimento do povo judeu no período nazista que terminou com o renascimento de Israel. A fundação do Estado de Israel é o cumprimento da promessa do retorno (Ez 36.24; 37.21; Am 9.14,15).

 

COMENTÁRIO:

CHAMPLIN comenta: “A Notável Lição Espiritual. Os mortos podem ser reanimados pela palavra de poder de Yahweh, e isto se aplica a nações e indivíduos. Estes versículos não falam diretamente sobre a imortalidade da alma, nem sobre o tema geral da ressurreição, mas o milagre no Vale de Ossos Secos apoia ambas as doutrinas. Há vida depois da morte biológica.

Sabereis que eu sou o Senhor. Yahweh ficou conhecido pelo milagre da ressurreição. Este tema se repete 63 vezes no livro, normalmente associado à ideia de julgamento, mas, às vezes, como aqui, à restauração. Cf. Eze. 16.62; 28.25-26; 34.30; 36.11 e o vs. 13 do presente capítulo.

Então profetizei segundo me fora ordenado. Ezequiel obedeceu às ordens de Yahweh e Ele deu o comando da vida, através de sua profecia. Imediatamente, o profeta ouviu o ruído dos ossos chocalhando e, quando olhou, todos se tinham ajuntado, formando esqueletos perfeitos. Ao mesmo tempo, a carne voltou aos esqueletos e logo houve, em toda parte, espécimes maravilhosos de seres humanos. Ainda não eram animados, mas a obra se completaria em breve. Foi um milagre magnificente, mas não mais do que aquilo tipificado: a restauração dos ossos secos (exílios) no cativeiro babilónico.

Ideias sobre o Ruído. 1. O barulho de um terremoto; 2. os gritos dos judeus ao ouvir o decreto de Ciro que os liberou para voltar a Jerusalém; 3. Uma grande voz dos céus comandando a ressurreição; 4. a voz de anjos, agentes de vida; 5. a trombeta de Deus. Melhor, o barulho era, simplesmente, o som dos ossos se ajuntando para fazer esqueletos viáveisCHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3316.

 

SINOPSE II

Israel experimentou duas diásporas, ou seja, duas dispersões. A primeira aconteceu com os assírios e babilônios; a segunda, com os romanos.

 

AUXÍLIO TEOLÓGICO

DUAS RESTAURAÇÕES

 “Por meio do Espírito Santo, Ezequiel vê numa visão um vale cheio de ossos secos. Os ossos representam ‘toda a casa de Israel’ (v.11), i.e., tanto Israel como Judá, no exílio, cuja espe­rança pereceu na dispersão entre os pagãos. Deus mandou Ezequiel profetizar para os ossos (vv.4-6). Os ossos, então, reviveram em duas etapas:

(1) uma restauração nacional, ligada à terra (vv.7,8), e (2) uma restauração espiritual, ligada à fé (vv.9,10). Esta visão objetivou garantir aos exilados a sua restauração pelo poder de Deus e o restabelecimento como nação na terra prometida, apesar das circunstâncias críticas de então (vv.11-14). Não há menção da duração do tempo entre duas etapas” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1223).

 

 

III. SOBRE O MILAGRE DO SÉCULO XX

 

1. O testemunho de Deus para o mundo. Israel é uma testemunha contínua de Deus sobre a Terra. As potências estrangeiras que levaram os filhos de Israel à diáspora, diz o profeta Jeremias, vão desaparecer da Terra. Isso se cumpre hoje·(Jr 30.11), mas a promessa garante a existência de Israel até o fim de tudo. Israel está aí, os ossos secos já reviveram, o corpo foi formado mas não havia neles espírito”, diz a palavra profética (v.8). É isso que falta hoje em Israel.

 

COMENTÁRIO:

CHAMPLIN explica que o Eterno está sempre com o seu povo: “Porque eu estou contigo, diz o Senhor, para salvar-te. Yahweh está com Seu servo, Seu povo, Seu amado; e salvará a todos eles, individual e nacionalmente (Rom. 11.26). Isso será acompanhado pela temível destruição dos inimigos que os oprimiram. Grandes e revolucionários levantes serão experimentados entre as nações, o que significará a ruina total. Eles terminarão, mas o mesmo não acontecerá ao povo de Israel, embora tantos povos se tenham esforçado para isso. Será aplicada a correção a Israel; haverá intensos sofrimentos, como meio de restauração, e não de destruição. Haverá salvação por meio da dor, e não evitando a dor. Contudo, Yahweh não os exterminará (ver Jer. 4.27; 5.10,18). A punição terá por finalidade corrigir, e não exterminar. Ver Jer. 10.24. Mas o pecado será punido (ver Jer. 25.29; 49.12). Aceitar que o julgamento divino consiste apenas em retribuição é condescender com uma teologia inferior. Os julgamentos divinos sempre são remediais, e tão severos quanto a necessidade, para que exerçam seu efeito restaurador. Muitas nações desapareceram definitivamente, mas isso não acontece às almas. O plano divino tem permitido que certas nações continuem atravessando séculos. E também há a imortalidade da alma, a provisão superior de DeusCHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3085.

O Pastor Batista e escritor Antônio Neves de Mesquita, ensina: “A queda de Jerusalém, da cidade do Grande Rei, com o templo, onde por tantos anos o Senhor fora adorado, foi uma catástrofe, uma calamidade sem nome. Agora, cada qual fugia como podia, para não cair nas malhas da rede babilônica. Se tivessem ouvido o profeta, tudo isso seria evitado. O profeta, porém, estava só. O rei Zedequias o consultava, de vez em quando, mas não tinha coragem de tomar uma decisão, e se o chefe do governo era assim indeciso, o que esperar do povo? Foi uma angústia para Jacó (v. 7). Deus havia feito a sua boa parte, mas não encontrara apoio para salvar a cidade. O profeta escreveria tudo que Deus lhe ordenasse, pois fiel era ao seu Deus. Tudo quanto os faltos profetas tinham prometido estava agora provado ser inverídico, porém era tarde.

Os homens andavam pelas ruas com as mãos na cintura, como a mulher antes de dar à luz, e os rostos eram pálidos de morte (v. 6). No meio de toda esta angústia, há uma promessa gloriosa: … eu quebrarei o jugo de sobre o seu pescoço, e romperei as suas brochas. Nunca mais se servirão dele os estrangeiros (v. 8). A promessa vai até Davi, o seu rei que levantarei (v. 9). Naturalmente, Deus não está prometendo ressuscitar a Davi, para que o povo o sirva, mas se refere à raiz de Davi, a surgir mais tarde. Vistas assim as coisas, só há um caminho agora: seguir para o cativeiro e esperar a promessa da restauração. Isso era já uma grande esperança, pois o cativeiro não era um fim, mas um modo de conduzir os negóciosMesquita. Antônio Neves de,. Jeremias. Editora JUERP.

 

2. O status de Jerusalém entre as nações. As potências estrangeiras pressionam o governo de Israel sobre o status de Jerusalém, entre outras coisas. Israel é um Estado soberano desde 1948, uma nação reconhecida pelas Nações Unidas, depois de mais de 18 séculos de diáspora, mas está ainda sob pressão internacional. Jerusalém continua sendo pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem, como anunciou o Senhor Jesus (Lc 21.24).

 

COMENTÁRIO:

Jerusalém, uma das cidades mais importantes do mundo, é sagrada para cristãos, muçulmanos e judeus. Ao longo de sua história milenar, foi dominada por diferentes povos.

É uma das mais antigas cidades do mundo, localiza-se no oeste do continente asiático, entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Morto, na extremidade de um planalto. Israelenses e palestinos disputam há décadas essa cidade, que é considerada sagrada para três grandes religiões: judaísmo, cristianismo e islamismo. Divide-se em uma porção oriental, que representa a parte leste, atualmente sob o domínio de Israel, mas reivindicada pelos palestinos como capital, e uma porção ocidental, que é a porção da cidade que permaneceu sob controle de Israel após a guerra árabe-israelense. (Leia este artigo)

O Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento (CPAD) traz o seguinte: “A Destruição de Jerusalém (21.20-24). Estes versículos se referem ao vindouro julgamento de Jerusalém, e não à Segunda Vinda de Jesus (cf. Lc 19.43,44). Aqui, Jesus enfatiza o perigo que os crentes experimentarão na calamidade. A narrativa de Lucas não inclui todos os detalhes providos em Mateus e Marcos. Nada é dito, por exemplo, sobre “a abominação da desolação” (Mt 24.15; Mc 13.14) e sobre esses dias de julgamento serem encurtados por causa do povo de Deus (Mt 24.22; Mc 3.20). No versículo 6, Jesus predisse a destruição do templo; esta seção enfoca o fim violento da cidade.

Como o crente saberá que a destruição de Jerusalém está próxima? Quando eles virem a cidade sendo cercada por exércitos hostis, eles perceberão que o tempo da devastação está perto. Os exércitos invasores serão o sinal para os fiéis que estiverem dentro e ao redor da cidade fugirem para as montanhas. Seus muros e torres não servirão de proteção contra as forças inimigas. Esse julgamento vindouro será “dias de vingança” (v. 22) pela incredulidade e pecados da cidade contra o evangelho, também cumprindo as advertências de Jeremias e Miquéias contra a deslealdade da nação (Jr 7.14-26; 16.1- 9; Mq 3-12).

A captura de Jerusalém trará sofrimento a todos, sobretudo às mulheres grávidas e novas mães. A destruição será terrível, e a ira (orge, “furor, punição, castigo”) de Deus virá sobre “este povo”, os judeus. Quando Jerusalém cair nas mãos dos gentios, alguns dos defensores da cidade morrerão na batalha, ao passo que outros serão levados como prisioneiros a países estrangeiros. A cidade permanecerá sob controle de estrangeiros “até que os tempos dos gentios se completem”. Deus ordenou quanto tempo os gentios governarão sobre Jerusalém. Quando esse tempo terminar, a cidade será devolvida à custódia dos judeus. Esta profecia de Jesus já foi cumprida parcialmente em nossos dias, pois os judeus repossuíram a cidade. Mas só Deus sabe quando “os tempos dos gentios” terminarão. Quando isto ocorrer, Cristo virá e estabelecerá seu Reino sobre a terraComentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. 4 Ed 2006. pag. 455-456.

 

3. Restauração espiritual. Quando o espírito de graça e de súplica vier sobre os judeus, aí ocorrerá a restauração espiritual (Zc 12.10; Ez 37.23-28). A palavra profética vislumbra essa promessa (v.14). É o que falta no momento em Israel. Devemos amar o povo de Israel e orar pela paz de Jerusalém (Sl 122.6).

 

COMENTÁRIO:

As promessas de Ez 37.23-28, que preveem uma revolução espiritual para Israel, antecipam os planos detalhados do Novo Santuário (capítulos 40-43). O santuário ideal é a própria pessoa redimida e transformada (1Co 3.16).

CHAMPLIN diz que “Poreis em vós o meu Espírito, e vivereis. O poder que dá vida, que efetuou a ressurreição nacional, é identificado como o Espírito de Deus. Assim devemos equiparar o ruah (vento) dos vss. 5 e 9 ao ruah (Espírito). Este versículo mostra que a renovação foi espiritual, não meramente física. O povo recebeu de volta a sua Terra, mas também foi transformado para ter um andar digno de sua chamada, obedecendo à lei de Moisés. Cf. Eze. 36.27. “A ressurreição moral do povo e a restauração à sua Terra foram intimamente associadas, Cf, esta ideia a uma associação semelhante (o espirito com o físico) em João 5.21-29” (Elíicott, in te.)CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3316.

Ezequiel preferia apresentar um exemplo em lugar de uma definição. Esse profeta, sendo tanto um realizador quanto um pensador, pega dois pedaços de madeira e com eles apresenta uma lição ilus­trada. Com isso ele capta a atenção das pessoas, e, quando o significado da verdade fica claro, ela fixada na memória. Ele escreveu Por Judá (16) em um dos pedaços do dinheiro, e Por José, no outro. Então, ele uniu os dois pedaços para que se tornassem um só pedaço (17), e relatou aos cativos desanimados que da mesma forma Deus uniria e restauraria o Reino do Sul de Judá e o Reino do Norte conhecido como Israel, José ou Efraim. Com a morte de Salomão em 931 a.C., o reino tinha sido dividido. Em 721 a.C., o Reino do Norte havia caído, e em 586 a.C., o Reino do Sul também foi desmantelado. Agora os dois reinos serão restaurados e unidos. Deus diz: E deles farei uma nação [...] nos montes de Israel, e um rei será rei de todos eles (22). Esse rei é Davi (24), e ele será seu príncipe eternamente (25). Essa é uma referência a Cristo, o Príncipe da linhagem de Davi que reinará eternamente sobre os corações redimidos dos homens.

 

SINOPSE III

O renascimento de Israel como nação soberana é um dos maiores milagres do século XX. Isso é uma prova da fidelidade de Deus e da veracidade da Bíblia.

 

 

CONCLUSÃO

 

Nem mesmo as duas diásporas dos judeus e as constantes perseguições promovidas pelos antissemitas puderam neutralizar as promessas divinas. Israel sobreviveu a todas as intempéries da vida e existe como nação soberana desde 1948. A visão do vale de ossos secos revela a situação dos judeus na diáspora e, ao mesmo tempo, anuncia, de antemão, o poder e a misericórdia de Deus em restaurar o seu povo Israel e transformá-lo em uma nação soberana e poderosa no meio da Terra.

 

COMENTÁRIO:

A simples observação de que a Bíblia está dividida em duas partes, o Antigo e o Novo Testamentos, sugere o tema que acabamos de estudar. Há muitas perguntas quanto à relação entre os dois Testamentos. Nossa atenção se concentrou sobre Israel e as promessas que Deus lhe fez.

Uma importante promessa do Antigo Testamento sobre Israel foi proferida por Ezequiel nos dias do exílio. Quando ocorreu o decreto de Ciro, já mencionado acima, os judeus tiveram autorização para retornar para a terra, mas muitos não o fizeram. Preferiram permanecer na condição favorável que haviam conseguido alcançar no império persa e, desde então, se espalharam para os mais diversos lugares. O Senhor, porém, prometera buscar e congregar novamente os filhos de Israel em sua terra. Em Ezequiel 20.40-42, lemos:

… no meu santo monte, no monte alto de Israel, diz o Senhor Deus, ali toda a casa de Israel me servirá, toda, naquela terra; ali me agradarei deles, ali requererei as vossas ofertas e as primícias das vos­sas dádivas, com todas as vossas coisas santas. Agradar-me-ei de vós como de aroma suave, quando eu vos tirar dentre os povos e vos congregar das terras em que andais espalhados; e serei santificado em vós perante as nações. Sabereis que eu sou o Senhor, quando eu vos der entrada na terra de Israel, na terra que, levantando a mão, jurei dar a vossos pais.

Todo o Israel seria novamente reunido aos pés do Senhor, profecia que implica não somente o retorno físico à terra, mas, principalmente, o retorno espiritual à obediência ao Senhor e aos seus manda­mentos. Isso retoma as promessas feitas a Abraão quanto à descendência e à terra e as coloca no contexto da consumação dos séculos, como parte daquilo que de­vemos aguardar juntamente com o retorno de Cristo. Sobre o entendimento do que ensina a Escritura a respeito do destino final de Israel foi feita referência acima, a partir de Romanos 11.26. 

A aliança de Deus com Israel está marcada por numerosas e importantes promessas. Seu cumprimento e conti­nuidade são temas importantes quanto à natureza de Deus e de seus propósitos para com o seu povo. A vinda de Cristo e a pregação do evangelho tem impacto direto sobre o modo como devemos entender cada uma dessas promessas e, especialmente, sobre a compreensão do papel que cabe a Israel na continuidade da história da redenção. 

Que atenção você tem dado às promes­sas feitas a Israel no Antigo Testamento? Como elas dizem respeito também a nós gentios? Agradeça a Deus por sua fidelidade às suas promessas e firme a sua esperança unicamente no sacrifício de Jesus, que nos garante a vida eterna.

 

Pr Francisco Barbosa - Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina Grande/PB

 

 

REVISANDO O CONTEÚDO

 

 O que a visão do vale de ossos secos anuncia?

® Essa revelação é uma profecia que anuncia de antemão a restauração nacional de Israel, depois de muitos séculos de dispersão entre as nações, seguida pela restauração espiritual.

 O que a palavra profética esclarece sobre a visão de Ezequiel?

® A palavra profética esclarece que “estes ossos são toda a casa de Israel” (Ez 37.11).

 Quando iniciou e terminou a Segunda Diáspora?

® A Segunda Diáspora começou no ano 70 d.C. com a destruição de Jerusalém pelos romanos e terminou com a fundação do Estado de Israel em 1947/1948.

 Desde quando Israel voltou a ser um Estado soberano?

® Israel é um Estado soberano desde 1948, uma nação reconhecida pelas Nações Unidas, depois de mais de 18 séculos de diáspora.

 Quando será a restauração espiritual de Israel?

® Quando o espírito de graça e de súplica vier sobre os judeus, aí ocorrerá a restauração espiritual (Zc 12.10; Ez 37.23-28).