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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

Este Blog não é a palavra oficial da Igreja ou da CPAD. O plano de aula traz um reforço ao seu estudo. As ideias defendidas pelo autor do Blog podem e devem ser ponderadas e questionadas, caso o leitor achar necessário. Obrigado por sua visita! Boa leitura e seja abençoado!

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26 de agosto de 2022

LIÇÃO 9: A SUTILEZA DO MOVIMENTO DOS DESIGREJADOS

 

TEXTO ÁUREO

“Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia.” (Hb 10.25)

VERDADE PRÁTICA

O movimento dos “desigrejados” deve ser visto como um desvio da verdadeira espiritualidade que é expressa no contexto da verdadeira Igreja

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Hebreus 10.19-25

COMENTÁRIO DO TEXTO BÍBLICO (Extraído da Bíblia de Estudo MacArthur – SBB)

10.19 irmãos. Como na ocasião anterior, o escritor dirige-sc aos irmãos judeus com um convite para que deixem para trás o sistema levítico e apropriem-se dos benefícios da nova aliança em Cristo, intrepidez. Ou ''confiança”, uma ênfase importante na epístola. Por causa do ministério de Cristo como Sumo Sacerdote o de seu sacrifício consumado, os hebreus podem se colocar com intrepidez na presença de Deus.

10.20 novo. No grego, o significado original dessa palavra é "recém-imolado", mas foi interpretada como "recente" quando a epístola foi escrita. O caminho é novo porque a aliança é nova. Não é um caminho fornecido pelo sistema levítico. vivo caminho. Embora seja o caminho da vida eterna, ele não foi aberto apenas pela vida impecável de Cristo — ele exigiu a sua morte. Os hebreus foram convidados a entrar nesse caminho que é caracterizado pela vida eterna do Filho de Deus que os amou e entregou-se por eles (Jo 14.6; Gl 2.20). A fé cristã era conhecida como "o caminho" entre os judeus de Jerusalém (At 9.2), bem como entre os gentios (At 19.23). Aqueles que receberam essa epístola entenderam com muita clareza que o escritor os estava convidando a se tornarem cristãos — a se unirem àqueles que: haviam sido perseguidos por causa da fé que professavam. Os verdadeiros cristãos no meio deles estavam sofrendo perseguição naquele momento, e aqueles que não haviam se comprometido com o caminho eram convidados a se tornarem alvos da mesma perseguição, véu... carne. Quando a carne de Jesus foi rasgada em sua crucificação, o mesmo aconteceu com o véu do templo que simbolicamente separava as pessoas da presença de Deus (Mt 27.51). Quando o sumo sacerdote no dia da Expiação entrava no Santo dos Santos, o povo aguardava do lado de fora que ele saísse. Ao entrar no templo celestial, Cristo não voltou. Pelo contrário, ele abriu a cortina e expôs o Santo dos Santos para que pudéssemos segui-lo. Aqui "carne" é usada como "corpo" (v. 10) e "sangue" (9.7,12,14,18,22) para se referir à morte sacrifical do Senhor Jesus.

10.22 aproximemo-nos. Com base no que havia sido escrito, essa era a essência do convite feito àqueles na congregação que não haviam se voltado para Cristo. O mesmo convite é encontrado no primeiro livro do NT a ser escrito (Tg 4.8), no qual Tiago revela o que acontece quando nos aproximamos de Deus: Deus irá aproximar-se de nós. Asate ensinou que é bom aproximar-se de Deus (Sl 73.28). A restauração plena de Israel à bênção de Deus depende de a nação aproximar-se de Deus (Jr 30.18-22). Em outras palavras, é um convite escatológico que lhes está sendo feito "nestes últimos dias" (1.2). Esse versículo descreve os pré-requisitos para que entremos na presença de Deus (cf. Sl 15); sinceridade, segurança, salvação e santificação, sincero coração. O termo grego traduzido por "sincero" carrega a ideia de ser verdadeiro, genuíno e sem motivos ocultos (cf. Jr 24.7; Mt 15.8). Isso era o que faltava a esses hebreus cm particular: o compromisso genuíno com Cristo, plena certeza de fé. Aqui é feita referência à total confiança nas promessas de Deus. Essa confiança resultará numa certeza ou segurança sincera que lhes permitirá perseverar em meio às provações vindouras. Esse é o primeiro item de uma tríade familiar: fé, esperança (v. 23) e amor (v. 24). água pura, A imagem nesse versículo é extraída das cerimônias sacrificiais da antiga aliança, nas quais o sangue era aspergido como um sinal de purificação e os sacerdotes estavam sempre lavando, tanto a si mesmos como os utensílios sagrados, em bacias de água limpa. A lavagem “com água pura" não se refere ao batismo cristão, mas à purificação que o Espírito Santo opera na vida de uma pessoa por meio da Palavra de Deus (cf. Ef 5.25-26; Tt 3.5). Essa é uma imagem própria da nova aliança (Jr 31.33; Fz 36.25-26).

10.23 Guardemos firme. Agarrar-se com firmeza é a expressão que representa a perseverança dos santos. Não é algo que se faz para manter a salvação; ao contrário, é uma evidência da salvação. sem vacilar. A ideia é não seguir qualquer inclinação que leve novamente à antiga aliança. Em outra literatura antiga, o mesmo termo grego é usado para se referir à capacidade de suportar uma tortura. A perseguição virá (2Tm 3.12), mas Deus é fiel. As tentações abundarão, mas Deus é fiel para fornecer um escape (cf. I Co 10.13). As promessas de Deus são confiáveis (1 Co 10.13; 1Ts 5.24; Jd 24-25). Com essa confiança, o cristão pode perseverar.

10.24 Consideremo-nos. O mesmo verbo é usado com relação a Jesus em 3.1. O convite requer urna resposta individual, mas a resposta também tem um aspecto coletivo. Eles são membros de uma comunidade de hebreus cuja atração inicial a Cristo está correndo o risco de se desgastar. Eles estavam considerando a possibilidade de voltar ao sistema levítico do judaísmo para evitar a perseguição (cf. Jo 12.42-43). O incentivo mútuo para assumir um compromisso total é crucial, estimularmos. A palavra "paroxismo" deriva do termo grego usado aqui. Nesse contexto, o significado é encorajar ou incitar alguém a fazer algo. amor e... boas obras. Um exemplo desse esforço mútuo em meio à perseguição deveria ser encontrado em Corinto (cf. 2Co 8.1-7).

10.25 Não deixemos de congregar-nos. A adoração coletiva na congregação é uma parte vital da vida espiritual. Essa é uma advertência contra a apostasia num contexto escatológico (cf. 2Ts 2.1). É feita referência ao "Dia" que se aproxima (a segunda vinda de Cristo; (cf. Rm 13.12; ICo 3.13; 1Ts 5.4). façamos admoestações. A exortação assume a forma de incentivo, consolo, advertência ou fortalecimento. Há uma urgência escatológica à exortação que requer uma atividade cada vez maior à medida que a vinda de Cristo se aproxima (cf. 3.13; cf. ITs 4.18).

 

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, os desigrejados, ou os também conhecidos como “os sem igreja”, cresceram em escala exponencial. São pessoas que dizem ser cristãs, mas não estão filiadas à igreja nenhuma. Paradoxalmente, esse grupo religioso, que diz não possuir hierarquia religiosa, código doutrinário nem tampouco nenhuma estrutura arquitetônica onde possa se reunir, diz ser o legítimo modelo de igreja do Novo Testamento. Nesse aspecto, acredita reproduzir os cristãos primitivos. As outras igrejas, por possuírem estrutura organizacional, são consideradas como apóstatas ou desvios do modelo original mostrado no Novo Testamento. Nesta lição, procuraremos entender a natureza desse fenômeno religioso, destacando tanto seu aspecto social como também espiritual. Dessa forma, a nossa análise procurará entender como pensa um desigrejado, suas crenças e práticas. Feito isso, mostraremos a verdadeira natureza da igreja neotestamentária que, ao contrário do que os desigrejados afirmam, não é apenas um organismo, mas também uma organização. Assim mostraremos a importância da Igreja no plano de Deus e como cada membro da Igreja possui uma gloriosa missão.

COMENTÁRIO

Já tem muitos anos ouço falar desse novo modelo de “igreja”, desde os anos 90, quando aqui e acolá lia artigos e texto de organizações que se denominavam “A Igreja de Cristo em ‘tal Cidade’”, e se denominavam como a autêntica igreja, no modelo do Novo Testamento. Após esse período de pandemia, esse movimento ganhou fôlego e muitos adeptos, acostumados com os tais cultos online. Nesta lição, especificamente, o termo “desigrejado” é usado para rotular aqueles que estão fora das denominações evangélicas. Aquele que citei, apesar de não se rotularem como igreja evangélica, têem certa organização. No passado, os crentes que saiam das igrejas evangélicas, eram chamado de “desviados”, pessoas que as vezes se entregavam aos vícios e ao mundanismo. No caso dos “desigrejados”, é uma espécie de ‘evangélico não praticante’, como no caso da igreja católica. É comum ouvirmos falar sobre católicos não praticantes, mas, no caso dos evangélicos, realmente temos um fenômeno novo.

Augustus Nicodemus Lopes, teólogo presbiteriano e ex-chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, analisando o fenômeno dos desigrejados, identificou alguns argumentos básicos defendidos pelos seus adeptos, vejamos:

1) Cristo não deixou qualquer forma de igreja organizada e institucional.

2) Já nos primeiros séculos os cristãos se afastaram dos ensinos de Jesus, organizando-se como uma instituição, a Igreja, criando estruturas, inventando ofícios para substituir os carismas, elaborando hierarquias para proteger e defender a própria instituição, e de tal maneira se organizaram que acabaram deixando Deus de fora. Com a influência da filosofia grega na teologia e a oficialização do cristianismo por Constantino, a igreja corrompeu-se completamente.

3) Apesar da Reforma ter se levantado contra esta corrupção, os protestantes e evangélicos acabaram caindo nos mesmíssimos erros, ao criarem denominações organizadas, sistemas interligados de hierarquia e processos de manutenção do sistema, como a disciplina e a exclusão dos dissidentes, e ao elaborarem confissões de fé, catecismos e declarações de fé, que engessaram a mensagem de Jesus e impediram o livre pensamento teológico.

4) A igreja verdadeira não tem templos, cultos regulares aos domingos, tesouraria, hierarquia, ofícios, ofertas, dízimos, clero oficial, confissões de fé, rol de membros, propriedades, escolas, seminários.

5) De acordo com Jesus, onde estiverem dois ou três que creem nele, ali está a igreja, pois Cristo está com eles, conforme prometeu em Mateus 18. Assim, se dois ou três amigos cristãos se encontrarem no Frans Café numa sexta à noite para falar sobre as lições espirituais do filme O Livro de Eli, por exemplo, ali é a igreja, não sendo necessário absolutamente mais nada do tipo ir à igreja no domingo ou pertencer a uma igreja organizada.

6) A igreja, como organização humana, tem falhado e caído em muitos erros, pecados e escândalos, e prestado um desserviço ao Evangelho. Precisamos sair dela para podermos encontrar a Deus.

 

Vamos estudar um pouco mais...

 

I. VISÃO E PRÁTICA DO MOVIMENTO DOS DESIGREJADOS

1. Um ensino anti-institucional. Os desigrejados são contra toda forma de organização e institucionalização da Igreja. Alegam que na Igreja Primitiva não havia instituição alguma. Dizem que a institucionalização da Igreja só começou quando Constantino, o imperador romano, assumiu as rédeas da Igreja e a converteu numa organização. Assim, a Igreja passou a ter um clero, um código doutrinário e um credo que passou a regulamentá-la. Para eles, nada de regras, sermões e muito menos organização institucional. Da mesma forma, alegam que toda forma de estrutura arquitetônica, como templos, são inovações desse cristianismo apóstata. Na visão dos desigrejados, a Igreja não necessita de estrutura formal alguma. Ela pode, por exemplo, ser encontrada em uma lanchonete ou em um café da esquina quando dois desigrejados se encontram. É evidente que a Igreja existe fora de uma estrutura física e arquitetônica, contudo, a não utilização de templos por parte dos cristãos primitivos se deu por razões contextuais (cf. At 1.6-14). Estavam debaixo de perseguição e não tinham morada certa, além do fato de serem extremamente carentes. Naquele contexto, a igreja nos lares era perfeitamente justificável (cf. Rm 16.3-5). Contudo, não há nada na Bíblia que deponha contra o uso de templos ou casas de oração. Se o propósito de um templo é congregar o povo para adorar ao Senhor, o que há de mal nisso?

COMENTÁRIO

De acordo com a Bíblia, membresia em uma igreja local é um compromisso que todo cristão deveria fazer, que inclui frequentar, amar, servir e submeter-se a uma igreja local.

Onde vemos isso na Bíblia?

1.         Durante toda a história do Velho Testamento, Deus fez uma distinção clara entre o Seu povo e o mundo (Lv 13:46, Nm 5:3, Dt 7:3).

2.         Cristo disse que entrar no reino de Deus significa estar ligado a uma igreja aqui na terra (Mt. 16:16-19, Mt 18:17-19). E onde vemos essa igreja aqui na terra? Na igreja local.

3.         O Novo Testamento faz menção especificamente de pessoas que estão dentro de uma igreja e outras pessoas que estão fora da igreja (1 Co 5:12-13). Isso é muito mais do que uma simples associação.

4.         A igreja em Corinto consistia em um número definido de membros, tanto que Paulo refere-se a punição imposta por uma maioria (2 Co 2:6).

5.         Além da realidade da membresia, o Novo Testamento também menciona dezenas de vezes ‘um a outro’ que foi escrito as igrejas locais, que nos ajuda a entender em termos práticos como é a membresia em uma igreja local.

Por que é importante?

Membresia bíblica é importante porque a igreja apresenta ao mundo o testemunho do próprio Deus. A igreja exibe a Sua glória. Por causa da membresia da igreja, os não-crentes deveriam enxergar nas vidas transformadas do povo de Deus que Deus é tanto santo como gracioso e que seu Evangelho é poderoso para salvar e transformar pecadores.

Muitos movimentos no cristianismo tiveram a igreja primitiva como modelo, procurando nela uma experiência de fé autêntica. Uma parcela significativa dos desigrejados também enxergam na igreja do primeiro século o “modelo ideal”, buscando viver a sua fé de maneira independente, sem a necessidade de liturgias, templos e sistematizações doutrinárias. Diferentemente daqueles que foram mencionados no tópico anterior, estes não possuem necessariamente um histórico de sofrimento, mas dedicam-se a questionar a organização e as práticas da igreja institu-cional (CAMPOS, 2017, p.30). Como aponta Maciel, eles acreditam que influências pagãs destruíram, ao longo dos séculos, a essência daquilo que Jesus propôs. Assim, toda forma de instituição, incluindo a Igreja Católica Romana, igrejas históricas e pentecostais, tornaram-se reféns de estruturas; submetendo-se a uma “superficialidade litúrgica” para pregar e viver a sua fé (MACIEL, 2015, p.91).Em linhas gerais, os críticos da assim chamada “institucionalização do sagrado” defendem os seguintes pontos:1.   Jesus Cristo pode ser visto como um revolucionário que rompeu com os padrões da religiosidade de sua época. Ainda assim, não deixou qualquer forma de igreja organizada e institucional. 2.     Já nos primeiros séculos, os cristãos se afastaram dos ensinos de  Jesus,  criando  estruturas,  inventando  ofícios  e  elaborando  hierarquias  para  proteger  e  defender  uma  instituição  humana.  Com a influência da filosofia grega na teologia e a oficialização do  cristianismo  pelo  Império  Romano,  a  igreja  se  corrompeu  completamente. 3.   Apesar da Reforma ter se levantado contra esta corrupção, os protestantes e evangélicos acabaram caindo nos mesmos erros, criando  denominações  organizadas  e  sistemas  interligados  de  hierarquia. A própria elaboração de confissões de fé e catecismos “engessou” a mensagem de Jesus, impedindo o livre pensamento teológico. 4.   A  igreja  verdadeira  não  tem  prédios,  cultos  regulares  aos  do-mingos, tesouraria, ofícios, ofertas, dízimos, clero oficial, rol de membros, propriedades, escolas ou seminários. 5.   Onde estiverem reunidos dois ou três que creem em Jesus, ali está a igreja,  conforme  ele  mesmo  prometeu.  Assim,  torna-se  desnecessário ir regularmente a um templo ou pertencer a uma instituição organizada. 6. A igreja  institucionalizada,  como  organização  humana,  tem  falhado e caído em muitos erros, pecados e escândalos, prestando um  desserviço  ao evangelho.  Sendo  assim, é preciso  sair  dela  para  poder  encontrar  verdadeiramente  a  Deus(cf.  CAMPOS, 2017; LOPES, 2010; V IOLA, 2005).ARTIGO    1TETZNER   E   NERBAS

 

2. Um ensino anticlerical. Se por um lado os desigrejados são contra toda forma de institucionalização da Igreja, por outro são contra também todo e qualquer sistema de governo da igreja. Isso significa que os sem-igreja são contra, por exemplo, presbíteros, diáconos, bispos e pastores (cf. Ef 4.11-14). Acreditam que na Igreja Primitiva não havia organização nenhuma e muitos menos qualquer estrutura clerical. Na verdade, os desigrejados não gostam de estar debaixo de liderança alguma. Da mesma forma que são contra o institucionalismo e toda forma de estrutura arquitetônica para a igreja, não aceitam que alguém esteja na posição de autoridade sobre eles. Acreditam que agindo assim estão vivendo de acordo com o modelo da Igreja Primitiva (cf. Hb 13.17).

COMENTÁRIO

Imagine isto: um grupo de pessoas se reúne em uma sala. Alguém fica de pé, abre a Bíblia, e diz, “É isso que Deus diz.” Ele explica o que foi lido. A igreja canta, ora, participa da ceia, e vão para casa, animados para compartilhar a Palavra de Deus com aqueles que nunca A ouviram.

Na verdade, isso nada mais é do que uma ilustração de uma igreja fiel.

Uma igreja fiel? Isso não parece muito atraente, de um ponto de vista de marketing. Talvez tão interessante como assistir uma planta sendo plantada? Mais espere que tem mais: as palavras vem com poder, o Espirito Santo e convicção profunda. Consciências são atingidas. Vidas são transformadas. As pessoas vão para casa adorando ao Senhor, ao odiar o pecado, amar uns aos outros e ao procurar falar com seus vizinhos.

Uma igreja fiel é uma igreja obediente e humilde, e isso é atraente de forma sobrenatural. É distinto como sal e brilhante como a luz. As pessoas começam a parecer como… filhos e filhas de Deus! Isso é atraente! E tudo começa quando começam a ouvi-lo.

A Bíblia ensina que cada igreja local dever ser conduzida por uma pluralidade de homens piedosos e qualificados.

Onde vemos isso na Bíblia?

Paulo estabelece as qualificações para os líderes em 1 Timóteo 3:17 e Tito 1:5-9. Versículos que demonstram uma pluralidade de líderes em uma única igreja local inclui Atos 14:23, Atos 20:17, 1 Timóteo 4:14, 1 Timóteo 5:17 e Tiago 5:14.

Porque é importante?

Deus abençoa igrejas com líderes a fim de

           apascentar as ovelhas de Deus com a Palavra de Deus (Jo 21:15-17),

           guiar o rebanho (1 Tim 4:16, 1 Pd 5:3, Hb 13:7),

           e proteger o rebanho de agressores (Atos 20:27-29, 2 Tim 4:3,4, Tito 1:9),

           enquanto protege a si mesmo e a igreja através da sabedoria da pluralidade (Pv 11:14, Pv 24:6).

O ponto final? Liderança bíblica na igreja é importante porque, sem ela, o povo de Deus é como ovelhas sem pastores.

Algumas razões podem levar a membresia a desfiliar-se ou mesmo, tornar-se desingrejada:

a) TRAUMA, FRUSTRAÇÃO, DECEPÇÃO: - Certos membros caminhavam bem, na igreja, até que sofreram traumas e/ou frustrações, foram profundamente decepcionados pela liderança da igreja ou por outros membros. Se frustraram com promessas (de cura, libertação, bem-estar pessoal/familiar ou prosperidade financeira) proferidas em nome de Deus e que nunca se cumpriram. Sofreram abuso espiritual e decepção, por parte daqueles que agiam mais como empresários da fé do que como legítimos pastores, despenseiros da graça de Deus. Ou, então, não puderam tolerar determinadas condutas e comportamentos dentro de uma igreja que deveria ser sem mácula e muito diferente dos de fora, aqueles que não são remidos do Senhor. Daí resolveram sair e não mais se arrolarem a qualquer igreja local. Reflexão: “Quem sai da igreja por causa de pessoas, nunca entrou lá por causa de Jesus.”

b) INTOLERÂNCIA ECLESIÁSTICA: - São pessoas que acham que as igrejas são complicadas, cheias de regras e amarras burocráticas. Não acreditam na relevância da igreja institucional. Consideram tudo uma chatice e uma mesmice. Assim sendo, alegam ter optado por viver sozinhos a simplicidade do Evangelho de Jesus. Em vários momentos da história da Igreja surgiram movimentos de contestação e repulsa à Suntuosidade de Templos, à Centralidade Pastoral e aos Sermões esvaziados de poder espiritual). Defendem locais de reunião simples, o Sacerdócio Universal dos Crentes e a espontaneidade das mensagens, focadas no cotidiano dos crentes. Niilismo é um termo que significa “redução a nada” (o que se aproxima da anarquia). Niilismo eclesiástico: “advogam um cristianismo totalmente despido de formas, estruturas e concretude institucional”. Aí vai uma dica: não se deixe arrastar por delírios anarquistas. Onde há ajuntamento formal de pessoas torna-se necessário estabelecer uma estrutura de liderança e regras de convivência.

c) INDIVIDUALISMO E AUTOSSUFICIÊNCIA: - Não se pode descartar a hipótese de que certos membros, tentaram caminhar entre os demais irmãos, mas se sentiram incomodados com esse convívio de grupo, pois preferem viver isolados. Pensam que sobrevivem bem sozinhos. Podem assistir cultos de diversas igrejas, transmitidos pela internet ou pela TV, leem sua bíblia e outros livros, ouvem músicas evangélicas e, tudo isso lhes basta. Na teoria, isso pode até ter alguma consistência, mas, na prática, não se sustenta. É uma brasa isolada da fogueira, prestes a se apagar.

d) INDECISÃO NA FÉ: - São aquelas pessoas indecisas e inseguras que nunca conseguem decidir qual é a melhor igreja, com a mais correta linha doutrinária. Assim sendo, preferem não se arrolarem a qualquer uma. Há um provérbio popular que diz: “o ótimo é inimigo do bom”. Precisamos tomar decisão pelo bom, sem nunca deixar de perseguir o ótimo.

e) CONDUTA LIBERTINA: - Pode acontecer que certos membros caminhavam entre os demais irmãos, mas quando começaram a adotar certas práticas e condutas pecaminosas que foram reprovadas pela igreja, em vez de confessar e deixar, preferiram sair da igreja, para se livrarem das críticas. Enfim, preferem viver um padrão moral e ético reprovável! Certamente, aqueles que são regenerados pelo Espírito Santo não podem viver acomodados na prática do pecado (1Jo 3.6).

f) FUGA DO DÍZIMO: - Quem sabe se algumas pessoas não se arrolam a uma igreja local por questões financeiras, para “economizarem” no dízimo? Quando o “bolso” não se converte é difícil acreditar que o “coração” se converteu!  Sem dúvida, esses precisam se preocupar com o devorador (Ml 3.11). Aquele que retém o que é de Deus, há de prestar contas diretamente a ele. Aqueles que só pensam em si próprios deveriam refletir neste texto bíblico: “Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam dar, e caem na pobreza.” (Pv 11.24 – NVI) Fonte: 2/07/2022. https://pauloraposocorreia.com.br/tag/desigrejados/

 

 

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

IGREJA ORGÂNICA

 “Em Romanos, Paulo ensinou que pela fé o crente une-se a Jesus em uma união indissolúvel. Agora, ele ensina que aqueles que estão unidos a Cristo também estão unidos entre si, num relacionamento orgânico, como aquele que existe entre os membros e órgãos do corpo. […] Não podemos ser cristãos isolados um dos outros, devemos funcionar junto com eles.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a obra Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento, editada pela CPAD, p.348.

 

AUXÍLIO VIDA CRISTÃ

UMA VISÃO EQUILIBRADA DE IGREJA

 “A tendência, no curso da história da Igreja, tem sido oscilar entre um extremo e outro. Por exemplo: algumas tradições, como a Católica Romana, a Ortodoxa Oriental e a Anglicana, enfatizam a prioridade da Igreja institucional ou visível. Outras, como a dos quacres e dos Irmãos de Plymouth, ressaltando uma fé mais interna e subjetiva, têm desprezado e até mesmo criticado qualquer tipo de organização e estrutura formal, e buscam a verdadeira Igreja invisível. Conforme observa Millard Erickson, as Escrituras certamente consideram prioridade a condição espiritual do indivíduo e sua posição na Igreja invisível, mas não a ponto de desconsiderar ou menosprezar a importância da organização da Igreja visível. Sugere que, embora haja distinções entre a Igreja visível e a invisível, é importante adotarmos uma abordagem abrangente, de maneira que procuremos deixar as duas serem tão idênticas quanto possível” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1°ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.550).

 

 

II. A NATUREZA DA IGREJA NEOTESTAMENTÁRIA

1. Um organismo. Sobre a natureza da igreja neotestamentária, devemos observar primeiramente que ela é um organismo vivo (Ef 1.22,23). Nesse sentido, a Igreja é o Corpo de Cristo (1 Co 12.27). Assim, a Igreja é formada por todas as pessoas convertidas a Cristo, que pertencem a diferentes povos, tribos e línguas. Não há acepção de pessoas (At 10.34,35). Como um organismo vivo e espiritual, a Igreja existe à parte de estatutos, templos ou qualquer estrutura social ou governamental humana. Ela existe, por exemplo, fora das estruturas arquitetônicas. Contudo, possuir essas estruturas físicas hoje não constitui um pecado ou desvio do Evangelho como quer nos fazer acreditar os desigrejados. A repulsa dos sem-igreja pelas estruturas arquitetônicas ou por qualquer forma institucional se dá mais por razões de insubmissão do que zelo pelo Evangelho.

COMENTÁRIO

O Pastor presbiteriano Hernandes Dias Lopes, comentan Efésios, escreve: “[…] a preeminência de Cristo sobre a igreja (1.22,23). Deus estabeleceu uma relação singular entre Cristo e a igreja. Cristo é o grande dom de Deus para a igreja.92 O fato de Cristo ser o Cabeça da igreja ressalta três coisas: primeiro, Cristo tem autoridade suprema sobre a igreja. Ele a governa, guia e dirige. Segundo, entre Cristo e a igreja existe uma união vital, tão íntima e real como é a da cabeça com o corpo. E uma união íntima, terna e indissolúvel. Terceiro, a igreja é inteiramente dependente de Cristo. De Cristo, a igreja deriva sua vida, seu poder e tudo quanto é necessário à sua existência. Concordo com John Stott quando diz que tanto o Universo quanto a igreja têm em Jesus Cristo o mesmo CabeçaLOPES, Hernandes Dias. EFESIOS Igreja, A Noiva Gloriosa de Cristo. Editora Hagnos. pag. 44.

Nessa mesma linha, CHAMPLIN comenta: “O Restante do presente versículo vigésimo segundo tem sido variegadamente compreendido, como segue:

    Cristo foi dado à igreja, para ser Cabeça de tudo quanto pertence a ela.

    Cristo, que é o Cabeça de tudo, foi dado à igreja.

    Cristo foi feito Cabeça de todas as coisas, para efeito de benefício da igreja.

Ora, no paralelo desta passagem —Col. 1:18— Cristo é visto como «o Cabeça da igreja»; e isso concorda com a primeira dessas três posições possíveis, embora a ênfase recaia sobre o fato de que ele é o Cabeça da igreja em tudo, a saber, em toda a questão relativa à igreja cristã. Que isso visa o «benefício» da igreja também é verdade, mas isso visa afirmar diretamente que temos aqui uma interpretação sobre o que está geralmente implícito no texto, não sendo uma simples tradução. Porém, mesmo que aceitemos que a segunda e a terceira dessas possibilidades estão corretas, visto que Cristo é o Cabeça de tudo, isso deve incluir igualmente a igreja, porquanto a igreja não pode ser excluída dessa afirmação apostólica, que se reveste de natureza geral. Não obstante, a primeira dessas três posições é a que tem maiores probabilidades de acertar no alvo, sendo ali enfatizado que não existe outra autoridade sobre a igreja além da autoridade de Cristo, tal como um corpo humano é totalmente governado pelo cérebro, pela cabeça.

Ora, tudo isso serve apenas de um outro meio para frisar o senhorio de Cristo, o que é comentado no trecho de Rom. 1:4, juntamente com o título completo, «Senhor Jesus Cristo».

«…o deu…» A igreja recebe a soberania total de Cristo como presente vindo de Deus Pai, para o benefício dela mesma. Porquanto aquilo que foi dito aqui não declara meramente que a igreja está sujeita à autoridade de Cristo, mas, por semelhante modo,, que está em união espiritual vital com ele, derivando dele a sua vida, tal como o corpo está vitalmente unido à cabeça, e tal como, sem a cabeça, o corpo fica sem vida.

(Quanto a «Cristo, como cabeça de todo homem», ver as notas expositivas acerca de I Cor. 11:3. Quanto ao mesmo conceito, referido em outras passagens, onde Cristo aparece como «Cabeça da igreja», ver Efé. 4:15; 5:23; Col. 1:18 e 2:19).

A mais fundamental definição do que seja um crente’. Crente é aquele que tem ao Senhor Jesus como seu «cabeça», isto é, que não dá prioridade a ninguém acima de Cristo. A questão de «reter a Cristo como cabeça», ideia essa que figura em Col. 2:19, aparece dentro do contexto do combate de Paulo contra as noções falsas do gnosticismo, o qual postulava muitos deuses e muitos senhores, cada qual com sua província de governo; e, para os gnósticos, Cristo seria apenas um desses deuses ou senhores. Ora, esse conceito errôneo reduzia a importância e a grandeza de Cristo, onde o Senhor Jesus não aparecia realmente como Cabeça. Aquele que reputa a. Cristo como Cabeça, reconhece sua autoridade absoluta sobre a alma, e assim exerce fé, que consiste da entrega da alma às mãos de Cristo. Ora, se um homem exerce essa fé, tendo a Cristo como Cabeça, como o grande objeto de sua fé, então o Espírito de Deus o converte, e ele entra no primeiro passo da regeneração. Tal. homem pertence a Cristo, é um crente.

Por outro lado, pode não ser um crente uma pessoa que proclama em altas vozes a divindade de Cristo, mas a quem não entregou definitivamente a própria alma. F. isso nos permite perceber, uma vez mais, que os «credos» não nos salvam. Deve haver real conversão; e existem muitos convertidos autênticos que ainda se encontram em estado de confusão mental acerca de questões doutrinárias.

Vinculação entre a cabeça e o corpo. Schubert (in loc.), comenta a esse respeito, como segue: «…temos aqui uma figura simbólica de amor, que desce do alto até nós, conquistando e movimentando o que é corpóreo, levando-o a uma longa elevação, —debaixo para cima, numa obra que transforma constantemente a natureza inferior do objeto, a ponto deste último vir a compartilhar, finalmente, da natureza daquilo que o eleva».

Cristo Jesus é, «…ao mesmo tempo, membro e governante do corpo». (Gerlach, in loc.).

Quais são os sentidos dessa metáfora da cabeça e do corpo?

Está em foco a união vital entre Cristo e seu corpo místico, a igreja, tal como se dá no caso da cabeça e do corpo de um ser humano. «União mística» é a ideia aqui focalizada.

Destaca-se aqui a autoridade absoluta de Jesus Cristo, de seu domínio ativo sobre a igreja, como Senhor.

São salientadas a nutrição e o poder doador de vida do Cabeça, o que sustenta o corpo.

A vida do corpo humano sem a cabeça é impossível.

Não nos olvidemos da união entre cabeça e corpo, que importa em amor e harmonia, em que cada qual cuida do outro, porquanto tal cuidado é vital para essa união. Tal união e harmonia prefiguram aquilo que, finalmente, se tornará universal, porquanto todas as coisas ficarão unidas em torno de Cristo.

Cristo pertence a nós, tal como nós mesmos pertencemos a ele; portanto, nossos destinos estão enlaçados para sempre, tal como se dá no caso da cabeça e seu corpo.

A exaltação do corpo é ideia latente nessa metáfora, porquanto os poderes angelicais exaltados, por mais elevados que sejam, não compõem o corpo de Cristo, o qual é o Cabeça de tudo. O vigésimo terceiro versículo enfatiza esse pensamento, ao chamar a igreja de «sua plenitude», ao passo que o próprio Cristo preenche a todas as coisas.

A participação na mesma natureza também está envolvida nessa metáfora, porquanto um corpo precisa ser da mesma natureza que sua cabeça”. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 550.

 

2. Uma organização. Os desigrejados alegam pertencer à igreja puramente orgânica. Contudo, biblicamente não existe organismo sem organização; função sem forma e igreja sem um mínimo de institucionalização. Assim como o corpo humano, que é um organismo vivo, contudo organizado, a Igreja também possui organização (1 Co 12). A Igreja Primitiva, por exemplo, tinha um sistema de governo formado por apóstolos, profetas, evangelistas, presbíteros, diáconos, pastores e mestres (Ef 4.11; At 6.1-6; At 14.23). Essa mesma igreja possuía seu código doutrinário (At 2.42-47) e disciplinar (1Pe 3.5,6; 2Ts 3.6). Ninguém vivia isoladamente e da maneira que queria (Hb 10.25). Isso pode ser visto no primeiro concílio ou convenção feita pela Igreja Primitiva (At 15) em que o colegiado apostólico, juntamente com o presbitério, tomou medidas para regular e disciplinar a igreja que enfrentava problemas de natureza doutrinária. Portanto, querer uma igreja sem liderança, sem regras e disciplina, além de ser um mito, é também uma heresia.

COMENTÁRIO

CHAMPLIN nos explica que “Nem todos os homens são iguais, incluindo aqueles que fazem parte do corpo de Cristo; e nem todos os seus membros têm igual importância. Mas todos os dons espirituais operantes são importantes, e todos os membros do corpo são necessários. Além disso, há certa interdependência entre todos os membros, e a saúde e o bem-estar do corpo dependem da saúde e da função apropriada de todos os seus membros. Por essa razão é que deve haver unidade em um serviço amoroso, e não a exaltação de um dos membros em detrimento dos demais.

«O Cristo inteiro inclui tanto a cabeça como o corpo». (Agostinho).

«… assim também com respeito a Cristo…»

Isso significa que Cristo é o cabeça de um corpo espiritual, tal como o corpo físico tem uma cabeça que governa os seus membros.

Tal como os membros do corpo físico necessariamente participam da mesma natureza e união de que a cabeça participa, assim também sucede a Cristo e seu corpo. Existe participação na mesma natureza, e não meramente diversidade de funções dentro das dimensões espirituais. (Ver II Cor. 3:18 quanto a esse conceito, como também Col. 2:10).

«Segundo o apóstolo via as coisas, Cristo é o arquétipo de uma nova e glorificada humanidade, conforme a mesma se desenvolve na igreja.

Portanto, o desenvolvimento da igreja cristã não é menos do que o progressivo desenvolvimento da imagem de Cristo». (Neander, in loc.).

«A diferenciação é a essência da vida corporal». (Findlay, in loc.). E essas palavras de Findlay podem ser aplicadas igualmente ao corpo de Cristo.

Não obstante, a origem de toda a vida é Cristo, que recebeu, da parte de Deus Pai, a vida necessária e independente, na qualidade de cabeça federal da raça, a fim de que, por sua vez, Cristo pudesse conferi-la a todos quantos nele confiam. (Quanto a esses conceitos, ver os trechos de João 5:25,26 e 6:57, bem como as notas expositivas ali existentes)CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 194.

A Igreja é a reunião de salvos por Jesus, é um Corpo, o Corpo místico de Jesus. Esse Corpo é uno. Sua principal característica é a unidade. Todos os que creem em Cristo são um, fazem parte do mesmo corpo, da mesma família, do mesmo rebanho. Essa unidade não é organizacional nem denominacional, mas espiritual. Nós confessamos o mesmo Senhor (12.1-3), dependemos do mesmo Deus (12.4-6), ministramos no mesmo corpo (12.7-11), e experimentamos o mesmo batismo (12.12,13).

 

III. A IMPORTÂNCIA E A NECESSIDADE DA IGREJA

1. A Igreja como família de Deus. A Igreja é a família de Deus (Ef 2.19). Como família de Deus, a Igreja tem Cristo como o seu cabeça. Contudo, como acontece com toda família, a Igreja também possui comando, direção e regras às quais deve se submeter. Os cristãos verdadeiros, portanto, como acontecia na igreja do primeiro século, devem se reunir para adorar Jesus Cristo como o Senhor da Igreja. É nesse contexto que acontece a integração do crente na igreja local. O importante nisso tudo é o sentimento de pertencimento ao Corpo de Cristo que o grupo proporciona. Não podemos ser Igreja sem sermos antes uma família. Nesse aspecto, a igreja deve discipular seus membros e fomentar a comunhão uns com os outros. O sentimento de irmandade, respeito e reconhecimento mútuo deve dominar o ambiente da igreja local (Ef 2.15,16).

COMENTÁRIO

Também em Efésios, comentado pelo Pastor Hernandes, temos: “Paulo fala sobre uma família (2.19b). “[…] e membros da família de Deus.” Pela fé, entramos para a família de Deus, e Deus tornou-se nosso Pai. Essa família está no céu e também na terra (3.15). Os crentes vivos na terra e os crentes que dormem em Cristo no céu; não importa a nacionalidade, somos todos irmãos, membros da mesma família.136 Não deve haver mais barreira racial, cultural, linguística nem econômica. Somos um em Cristo. Temos o mesmo Espírito. Fomos salvos pelo mesmo sangue. Temos o mesmo Pai. Somos herdeiros da mesma herança. Moraremos juntos no mesmo lar”. LOPES, Hernandes Dias. EFESIOS Igreja, A Noiva Gloriosa de Cristo. Editora Hagnos. pag. 68.

Biblicamente apostólica, profética e pastoral. Deus criou e estabeleceu a família biológica como a base de sociedade, e também Sua Igreja para cumprir Seus eternos propósitos no mundo. mediante Sua Palavra e Seu Espírito. A igreja família une estes dois fundamentos de família biológica e espiritual para, de forma saudável, cumprir o grande mandamento e a grande comissão!

Nestes últimos anos Deus tem impressionado no meu coração o fato de que a melhor maneira de descrever a igreja é como família.  Claro que existem outras metáforas ou alusões interessantes e bíblicas: A igreja é caracterizada como um prédio (1 Coríntios 3.10-17, Efésios 2.19-21), um corpo (1 Coríntios 12), um campo (1 Coríntios 3.6-9), um aprisco (João 10) e um exército (2 Timóteo 2), entre outras imagens.  Cada figura traz implicações importantes para a vida da Igreja.   

Mas a imagem da igreja que sobressai no novo testamento é da família.  1 Timóteo 3.15,16 identifica a igreja como sendo a “casa de Deus”.  Nesta casa, Deus é nosso Pai.  Nós somos a Noiva de Cristo (Efésios 5.22-33).  Somos irmãos em Cristo.  Tratamos uns aos outros como membros da mesma família

“Não repreendas ao homem idoso, antes exorta-o como a pai; aos moços, como a irmãos; às mulheres idosas, como a mães, às moças, como a irmãs, com toda a pureza” (1 Timóteo 5.1,2). 

Hoje, existem muitos “modelos” de igreja e “pacotes” ministeriais, a maioria importada da dos Estados Unidos da América.  Alguns desses “programas” incluem idéias interessantes e até úteis.  Mas quando aplicados indiscriminadamente, quando tratados como a “salvação” da igreja, quando implementados como se a igreja fosse uma empresa, quando são promovidos através de técnicas de“marketing”, temos um grande problema.  Perdemos a beleza do modelo familiar da igreja.

A igreja não é um “negócio”; a igreja é uma família

Não se faz marketing da família.  Não anuncio aos meus vizinhos, “venha para minha família, porque é melhor que a sua!” “Venha para o pic-nic da nossa família – temos o melhor programa do bairro!” 

Não é por acaso que Deus usa a família como o principal campo de treinamento para a liderança da igreja.  O líder espiritual da igreja deve ser alguém que governe bem a sua própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo respeito.

“Pois se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?” 1 Timóteo 3.4,5)

Infelizmente, algumas pessoas nunca tiveram a experiência de participar de uma igreja-família: um lugar onde as pessoas são acolhidas, conhecidas, amadas, instruídas, confrontadas, disciplinadas, cuidadas e perdoadas. Assim como não existem famílias perfeitas, também não existem igrejas sem suas falhas. 

Mas o modelo de família nos oferece um ideia de como deve ser a igreja local. Quando “marketing” rege a igreja, quando pacotes e “fórmulas de sucesso” para crescimento de igrejas ditam nossos “programas”, pessoas tendem a ser “descartáveis”.  Disciplina quase não existe.  Ensino sério e treinamento para as reais necessidades da vida viram mensagens voltadas para auto-ajuda e “necessidades sentidas”.  O povo se torna espiritualmente raquítico. 

Será que eu e você tratamos a nossa igreja local como nossa família?  Sentimos saudades quando precisamos nos ausentar das suas reuniões por um período?  Ou “marcamos pontos com Deus e com o pastor” pela nossa presença?  Amamos nossos irmãos de fato?  Apoiamos os ministérios da igreja como atividades da NOSSA família?  Acolhemos pessoas novas como receberíamos visitas em casa?  Praticamos disciplina bíblica com seriedade e amor, como disciplinamos nossos filhos (se é que disciplinamos nossos filhos!)?  Fazemos sacrifícios em nome do amor pelos irmãos necessitados da família da fé (Gl 6.10), assim como faríamos para nossos próprios familiares? Que Deus nos dê igrejas que parecem mais como famílias do que empresas. https://conscienciacrista.org.br/blog/a-igreja-familia-de-deus-reflexoes/

 

2. A Igreja como testemunha da salvação. Se por um lado o apóstolo Paulo chamou a Igreja de “família de Deus” (Ef 2.19), por outro, esse mesmo apóstolo apresentou com que fim essa família foi criada: “para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10). Deus criou a Igreja com o propósito de ser uma família, cuja missão é proclamar a sua abundante graça. De fato, o apóstolo Pedro disse que a missão da Igreja é proclamar as virtudes daquEle que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1Pe 2.9). A razão de a Igreja existir, além do fato de promover adoração, companheirismo e integração, está na sua missão de pregar a salvação. A igreja pode existir em um templo, mas a sua missão só se completa fora dele. Não há igreja que seja bíblica e existe somente dentro de quatro paredes.

COMENTÁRIO

O Pastor Hernandes comentando 1Pedro, escreve: “[…] nós somos sacerdócio real. … sacerdócio real… (2.9). Somos não apenas sacerdotes na casa de Deus, mas sacerdócio real, porque servimos ao Rei dos reis e porque esse serviço é realizado em prol do reino de Deus. O adjetivo descritivo real dá a entender a existência de um reino e de um rei. O Messias é tanto sacerdote quanto rei, conforme a profecia de Zacarias: Será revestido de glória; assentar-se-á no seu trono e dominará, e será sacerdote no seu trono (Zc 6.13). Warren Wiersbe observa corretamente que, no tempo do Antigo Testamento, o povo de Deus possuía um sacerdócio, mas agora é um sacerdócio. Todo cristão tem o privilégio de entrar na presença de Deus (Hb 10.19-25). Ninguém se achega a Deus por meio de alguma pessoa aqui na terra, mas pelo único mediador, Jesus Cristo (lTm 2.5)LOPES. Hernandes Dias. 1 Pedro Com os pés no vale e o coração no céu. Editora Hagnos. pag. 74.

Na mesma lina, CHAMPLIN escreve: “«…sacerdócio real… » Já tivemos ocasião de observar, no quinto versículo, que todos os crentes são sacerdotes. Ali eles são chamados de sacerdócio «santo». Neste ponto, são chamados ·régios». São sacerdotes que pertencem à família real. Notemos como, em Heb. 4:14, o Sumo Sacerdote (Cristo) é visto entronizado, o que dá a ideia de um Rei Sacerdote. Assim também Melquisedeque era sacerdote, mas, igualmente, era rei de Salém (ver Heb. 7:1,2). E Cristo pertence à ordem sacerdotal de Melquisedeque (ver Heb. 7:17). A ideia que os sacerdotes cristãos também são reis acrescenta ênfase à elevada posição e ao privilégio de que desfrutam. O trecho de Êxo. 19:6 chama Israel de reino de sacerdotes. Em Apo. 1:6 e 5:10, os crentes também são chamados de reis e sacerdotes. Ali talvez seja indicado como, na eternidade futura, elevadas posições do governo poderão ser alcançadas, tanto no milênio como já no estado eterno, por parte do povo de Deus. Tal como existem muitos elevados seres angelicais governantes. Seja como for, o verdadeiro crente desde agora já «reina em vida» (ver Rom. 5:17)”. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 6. pag. 118.

 

AUXÍLIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

A IGREJA É UMA COMUNIDADE EDIFICANTE

 “[…] Na evangelização, a Igreja focaliza o mundo; na adoração, volta-se para Deus; e, na edificação, atenta (corretamente) para si mesma. Repetidas vezes, nas Escrituras, os crentes são admoestados a edificar uns aos outros para assim formarem uma comunidade idônea (cf. Ef 4.12-16). A edificação pode ser levada a efeito por muitos meios práticos. Por exemplo: ensinar e instruir os outros nos caminhos de Deus certamente enriquece a família da fé (Mt 28.20; Ef 4.11,12). Administrar a correção espiritual numa atitude de amor é essencial na ajuda ao irmão desviado, a fim de que permaneça no caminho da fé (Ef 4.5; G16.1). Compartilhar com os necessitados (2Co 9), levar os fardos uns dos outros (G1 6.2) e fornecer oportunidades para convívio e interação social entre cristãos sadios são meios relevantes de edificar o corpo de Cristo” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10.d. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.554).

 

CONCLUSÃO

Nesta lição vimos como os desigrejados pensam e agem com relação à Igreja. Acreditam ser possível ser igreja fora da Igreja. Vimos que alguns equívocos contribuem para isso. Há o mito de que uma verdadeira Igreja não possui organização alguma e, consequentemente, não há liderança estabelecida. De acordo com o Novo Testamento, sim, a igreja possui liderança estabelecida e conta com estrutura organizacional estabelecida. O objetivo não é honrar e glorificar o homem, mas exaltar o Senhor Jesus Cristo e cumprir a missão para a qual Ele nos chamou.

COMENTÁRIO

Um peixe fora d’água que pode morrer a qualquer momento. Assim se percebe o movimento das pessoas que não querem ser membros das igrejas evangélicas. Antigamente se ouvia falar sobre os católicos romanos que eram praticantes e não praticantes. Mas os evangélicos eram praticantes. Não existia notícia de um evangélico que não fosse membro de uma igreja. Era comum a emissão de carteira de identificação para os membros. Mas a igreja evangélica mudou.

Não devemos ter ilusões quanto ao estado atual da igreja. Ela é imperfeita e continuará assim enquanto formos membros dela. A teologia protestante não deixa dúvidas quanto ao estado de imperfeição, corrupção, falibilidade e miséria em que a igreja militante representada pelas igrejas locais se encontra no presente, enquanto aguarda a vinda do Senhor Jesus, ocasião em que se tornará igreja triunfante. Ao mesmo tempo, ensina que não podemos ser cristãos sem ela. Que apesar de tudo, precisamos uns dos outros, precisamos da pregação da Palavra, da disciplina e dos sacramentos, da comunhão de irmãos e dos cultos regulares.

Cristianismo sem igreja é uma outra religião, a religião individualista dos livre-pensadores, eternamente em dúvida, incapazes de levar cativos seus pensamentos à obediência de Cristo.

 

Espero ter ajudado...

Seu irmão em Cristo,

Francisco Barbosa

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REVISANDO O CONTEÚDO

1. Os desigrejados são contra o quê?

®  Os desigrejados são contra toda forma de organização e institucionalização da Igreja.

2. Em que os desigrejados acreditam?

®  Acreditam que agindo contra o institucionalismo estão vivendo de acordo com o modelo da Igreja Primitiva.

3. O que devemos observar a respeito da natureza da Igreja?

®  Sobre a natureza da igreja neotestamentária, devemos observar primeiramente que ela é um organismo vivo (Ef 1.22,23).

4. Segundo a lição, como era o sistema de governo da Igreja Primitiva?

®  A Igreja Primitiva tinha um sistema de governo formado por apóstolos, profetas, evangelistas, presbíteros, diáconos, pastores e mestres (Ef 4.11; At 6.1-6; At 14.23).

5. Qual é a razão de a Igreja existir?

®  Deus criou a Igreja com o propósito de ser uma família, cuja missão é proclamar a sua abundante graça.