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23 de abril de 2022

LIÇÃO 5: O CASAMENTO É PARA SEMPRE

 

auxilioebd.blogspot.com - EBD é com a gente!

TEXTO ÁUREO

Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem” (Mt 19.6)

VERDADE PRÁTICA

A vontade de Deus para o casamento é que ele seja vitalício. Na continuidade do Sermão do Monte, Jesus condena o adultério.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 5.27-32

INTRODUÇÃO

No Sermão do Monte, em que Jesus evidencia a justiça e o caráter do discípulo acima da postura dos escribas e fariseus, a preservação do casamento foi muito bem destacada. Ao evocar o sétimo mandamento, “não adulterarás” (Êx 20.14), a intenção do Mestre é colocar o casamento no seu devido lugar, como foi designado pelo próprio Deus (Gn 2.24). Na continuidade do seu ensino, Jesus expressa que tudo começa no coração. Assim, cai por terra as teorias quanto ao divórcio, as evasivas criadas por aqueles que pensam em se separar de seu cônjuge, visto que, os que realmente são dominados pelos valores ensinados por Cristo, procuram, em tudo, a preservação da pureza, da vida conjugal (Hb 13.4) e do verdadeiro lar cristão. Em Mateus 5.27-32, Jesus esclarece que não há espaço para uma moral dupla, como deseja uma sociedade degenerada.

COMENTÁRIO

No sétimo, Deus requer de nós que nos abstenhamos de imoralidade sexual e vivamos com pureza e fidelidade, quer como casados, quer como solteiros, evitando todos os atos, olhares, palavras, pensamentos ou desejos impuros, bem como tudo aquilo que nos possa conduzir a tanto. Os tempos atuais estão apresentando pessoas que se dizem cristãs e mesmo assim, tentam relativizar a Palavra de Deus. Desse modo, para essas pessoas alguns mandamentos divinos perdem o seu peso. Sobre o sétimo mandamento, alguém já se expressou da seguinte forma: “Jesus não está preocupado com quem eu durmo, está preocupado se eu o amo”. Para aqueles que de fato aceitam a Bíblia como sua regra de fé e prática tal afirmativa será inaceitável. Que jamais relativizemos os mandamentos do Senhor, mas possamos vive-los em plenitude. Os mandamentos expostos em Êxodo 20 têm de ser considerados em sua extensão com todo o conteúdo dos textos correlatos, o não adulterarás então vai além da mera traição conjugal.

Nas palavras do Dr Sproul, comentando este mandamento: “Jesus observou um contraste entre a tradição dos rabinos e seu próprio entendimento da lei a respeito do homicídio, e podemos constatar a mesma abordagem elíptica aqui no mandamento que proíbe o adultério. A proibição abrange todos os aspectos que fazem parte do contexto mais amplo deste pecado específico. Mais uma vez, Jesus inicia contrapondo os pontos de vista da tradição e sua própria visão: Ouvistes que foi dito: Não adulterarás (v. 27). Antes de analisarmos especificamente 0 que Jesus disse, observemos a autoridade com que ele o faz. Em outro texto, nosso Senhor declara: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28.18) e “Porque eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me tem prescrito o que dizer e o que anunciar” (Jo 12.49). Portanto, o pronunciamento que Jesus faz aqui em Mateus 5 é nada menos do que um pronunciamento do próprio Deus”, Sproul., RC. Estudos bíblicos expositivos em Mateus. 1° Ed 2017 Editora Cultura Cristã. pag. 93.

 

I- A CONDENAÇÃO DO ADULTÉRIO

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1. Definição de adultério. No grego temos o verbo moichéuo, “cometer adultério”, “ser um adúltero”, “ter relação ilícita com a mulher de outro”; da mulher: “permitir adultério, ser devassa”. Biblicamente, o adultério é definido como uma relação sexual que um homem casado tem com uma mulher que não é sua esposa ou vice-versa. A idolatria era chamada, figuradamente, de adultério (Jr 3.8,9; Ez 23.37). Jamais se deve pensar que as ordens divinas em relação ao adultério fossem pesadas demais; na verdade, por meio dessas prescrições da Lei, o que se colimava era preservar o casamento, a fidelidade conjugal, a família. O mandamento “não adulterarás” trata-se de um dique que preserva a fidelidade conjugal e a família, a célula mater da sociedade.

COMENTÁRIO

Antes da definição, devemos entender que o sétimo mandamento não proíbe exclusivamente o adultério. Mas nele está implícitos outras proibições. Os pecados proibidos no sétimo mandamento, além da negligência dos deveres exigidos, são: adultério, fornicação, rapto, incesto, sodomia e todas as concupiscências desnaturais, todas as imaginações, pensamentos, propósitos e afetos impuros; todas as comunicações corruptas ou torpes, ou o ouvir as mesmas; os olhares lascivos, o comportamento imprudente ou leviano; o vestuário imoderado, a proibição de casamentos lícitos e a permissão de casamentos ilícitos; o permitir, tolerar ou ter bordéis e a frequentação deles, os votos embaraçadores de celibato; a demora indevida de casamento; o ter mais que uma mulher ou mais que um marido ao mesmo tempo; o divórcio ou o abandono injusto; a ociosidade, a glutonaria, a bebedice, a sociedade impura; cânticos, livros, gravuras, danças, espetáculos lascivos e todas as demais provocações à impureza, ou atos de impureza, quer em nós mesmos, quer nos outros.

Explicado isso, vamos à definição de adultério: “Relação sexual entre uma pessoa casada e outra que não é seu cônjuge. Geralmente o adultério era perdoado nas culturas pagãs, particularmente quanto à parte do homem que, embora fosse casado, não era acusado de adultério a não ser que coabitasse com a esposa de outro homem ou com uma virgem que estivesse noiva.

O adultério é estritamente proibido tanto no AT (o sétimo mandamento, Ex 20.14; Dt 5.18; punível sob a lei com morte por apedrejamento, Lv 20.10; Dt 22.22ss.) quanto no NT (Rm 13.9; G1 5.19; Tg 2.11). O Senhor Jesus estendeu a culpa pelo adultério da mesma forma como fez para outros mandamentos, incluindo o propósito ou o desejo de cometê-lo ao próprio ato em si (Mt 5.28).

Tecnicamente, o adultério se distingue da fornicação, que é a relação sexual entre pessoas que não são casadas. Entretanto, a palavra grega pormia, uniformemente traduzida como “fornicação”, inclui toda lascívia e irregularidade sexual (cf. MM; e Vine, EDNTW). Por essa razão, muitas igrejas consideram que os textos em Mateus 5.32 e 19.9 permitem o divórcio e o novo casamento nos casos em que o casamento anterior tenha sido dissolvido por causa de adultério. Outros se recusam a reconhecer qualquer base válida para um novo casamento depois do divórcio e, são da opinião de que tudo resulta em adultério aos olhos de Deus. Entretanto, não se pode chegar a essa conclusão por essa exceção estar ausente dos paralelos nos Sinóticos, da analogia de Paulo em Romanos 7.2,3, ou de seu tratamento da questão em 1 Crónicas 7.10-11. Ela pode ter sido tão universalmente reconhecida que não precisaria de uma reafirmação toda vez que o divórcio e um novo casamento fossem mencionados.

A atitude de Jesus em relação à mulher surpreendida em situação de adultério, como foi registrado em João 8.1-11, tem sido questionada com o argumento de que essa passagem está ausente do antigo e melhor manuscrito e, onde ela realmente aparece, suas interpretações são extremamente variadas. Entretanto, “está fora de qualquer dúvida que ela faz parte da tradição autêntica da igreja” (A. J. MacLeod, “John”, NEC). O Senhor Jesus Cristo não foi conivente com o pecado da mulher, nem a condenou à morte por apedrejamento como seus acusadores haviam sugerido. “A verdade, que estava nele, repreendeu a mentira dos escribas e fariseus. A pureza que estava nele condenou a lascívia que estava nela” Missiort and Message of Jesus, p. 795) e Ele disse à mulher que partisse e que não voltasse a pecar.

Na Bíblia Sagrada, o termo adultério (em hebraico na’aph e em grego moicheia) é muitas vezes utilizado como uma metáfora para representar a idolatria ou apostasia da nação e do povo comprometido com Deus.

Exemplos disso podem ser encontrados em Jeremias 3.8,9; Ezequiel 23.26,43; Oséias 2.2-13; Mateus 12.39; Tiago 4.4. Esse uso está baseado na analogia do relacionamento entre Deus e o seu povo, que é semelhante ao relacionamento entre o marido e a sua esposa, uma característica comum tanto do AT (Jr 2.2; 3.14; 13.27; Os 8.9) como do NT (Jo 3.29; Ap 19.8,9; 21.2,9). O casamento, que envolve ao mesmo tempo um pacto legal e um vínculo de amor, representa um símbolo muito adequado do relacionamento entre Cristo e a sua igreja (Ef 5.25-27).

A poligamia, como uma relação legalizada entre o homem e várias esposas e concubinas a ele subordinadas, era permitida na época do AT, mas proibida no NT (por exemplo, 1 Tm 3.2,12). Ela não envolvia o pecado do adultério.

Apesar das rigorosas proibições bíblicas, o adultério foi amplamente difundido em diferentes épocas e tornou-se particularmente ofensivo como parte do culto cananeu de adoração aos Baalins, que incluía a prostituição “sagrada”. Indicações de uma lassidão moral são encontradas em referências como Jó 24.15; 31.9; Provérbios 2.16-19; 7.522; Jeremias 23,10-14. O caso de Davi foi especialmente notório e deu aos inimigos de Deus ocasião para blasfemar (2 Sm 11.2-5; 12.14). Essa lassidão moral generalizada prevaleceu durante o NT e pode ser claramente observada em Marcos 8.38; Lucas 18.11; 1 Coríntios 6.9; Gálatas 5.19; Hebreus 13.4 e em mais de 50 referências feitas no NT ao conceito de fornicação (porneia, porneuo, porne, pomos)”. PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 35-36.

 

2. A posição de Jesus quanto ao adultério. Para Jesus, a gênese do adultério está no coração, começando com um olhar cobiçoso e pensamentos impuros que levam à prática sexual ilícita. O posicionamento do Mestre vai além de tudo o que, no Antigo Testamento, era permitido ao homem: divorciar-se de sua mulher (Dt 24.1). Cristo vai ao cerne da questão, e fala de um coração profano e contaminado, capaz de olhar cobiçosamente para uma mulher e, sem motivo, conceder carta de divórcio à esposa. No seu Sermão, Jesus evidencia a importância de homens e mulheres absterem-se de pensamentos impuros, tanto fora como dentro do casamento, pois é dessa forma que se consegue manter a pureza em três níveis: sexual, moral e social. Precisamos ter a consciência de que, perante Deus, com o bem expressou Cristo, uma intenção errada é tão pecaminosa quanto um ato, por isso, devemos sempre buscar pensamentos puros e bons (Fp 4.8).

COMENTÁRIO

O sétimo mandamento é aplicável tanto aos homens quanto às mulheres, esse mandamento protege a santidade do relacionamento matrimonial. Deus instituíra o casamento por ocasião da criação do homem e da mulher (Gn 2.24) e abençoara o mesmo como o meio para encher a terra (Gn 1.28). A penalidade por infidelidade no relacionamento matrimonial era a morte (Lv 20.10). O adultério também é chamado de "tamanho pecado" (Gn 20.9) e "tamanha maldade" e pecado "contra Deus" (Gn 39.9; Mt 5.27; Tg 2.11)

O Pastor Hernandes Dias Lopes escreve: “Os rabinos limitavam o adultério apenas à infidelidade sexual. Jesus, porém, amplia o significado desse pecado para o olhar lascivo e o coração impuro. Embora os homens não possam julgar o olhar adúltero e o coração impuro, Deus, que sonda os corações, condena a intenção como se pecado consumado fosse. Não basta ir para a cama do adultério para quebrar o sétimo mandamento; basta ter a intenção de arrastar para a cama a pessoa ilicitamente desejada. Concordo com Warren Wiersbe quando ele diz que o desejo e a prática não são idênticos, mas, em termos espirituais, equivalentes. O “olhar” que Jesus menciona não é apenas casual e de relance; antes, é um olhar fixo e demorado, com propósitos lascivos. Portanto, o homem descrito por Jesus olha para a mulher com o propósito de alimentar seus apetites sexuais interiores, como um substituto para o ato sexual em si. Não é uma situação acidental, mas um ato planejado”. LOPES. Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pag. 201.

 

3. Os males do adultério. O adultério sempre é prejudicial para a estrutura familiar, e qualquer infidelidade no relacionamento a dois sempre será ruim, pois gera desconfiança, feridas emocionais, desvalorização, desrespeito, fraqueza e queda na vida espiritual. Por isso, é importante evitar tanto a prática do ato como os pensamentos indevidos. Além disso, os prejuízos espirituais são ainda maiores. Não havendo pureza em seus pensamentos, nem havendo lealdade com seu cônjuge, o relacionamento entra em perigo e deturpam a mente do cristã o que, tendo a mente de Cristo, só deve pensar coisas bobas (1Co 2.16). O adultério deve ser evitado a todo custo, pois suas consequências são devastadoras; além de ser pecado, fere a santidade de Deus (Pv 5.3-8)

COMENTÁRIO

Jesus Cristo ensinou que ao abrigarmos pensamentos impuros já infringimos o sétimo mandamento: “Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.” (Mt 5.28) “Os danos sociais e pessoais trazidos pela imoralidade sexual são tão profundos que desafiam a nossa capacidade de quantificar os seus efeitos no sofrimento humano. A maioria das pessoas simplesmente se recusam a refletir em suas consequências graves e imprevisíveis.

Duas visões predominantes se destacam. Algumas pessoas reclamam o seu direito de fazer o que quiserem: "Ninguém vai me dizer o que eu posso fazer da minha vida pessoal!" Outros defendem praticamente qualquer tipo de comportamento: "Não importa o que eu faço desde que ninguém se machuque". Esses argumentos são usados ​​para justificar todo tipo de comportamento sexual, até a promiscuidade.

Ambos pontos de vista ignoram uma realidade fundamental: As pessoas sempre acabam por se machucar—gravemente machucadas e magoadas. Qualquer forma de imoralidade é, no final das contas, destrutiva. Como diz o provérbio, "o que adultera com uma mulher é falto de entendimento; destrói a sua alma o que tal faz" (Provérbios 6:32). A primeira vítima, que o adultério causa dano, é a nossa mente e caráter.

Igualmente prejudicial é a humilhação pessoal que advém da imoralidade sexual. Ela pode até ser negada, mas não pode ser evitada. Paulo disse aos cristãos da, licenciosamente infame, cidade de Corinto: “Fujam do pecado sexual. Nenhum outro pecado atinge o corpo como este. Quando vocês cometem este pecado, é contra o seu próprio corpo" (1 Coríntios 6:18, NVI). Essas advertências aplicam-se igualmente a homens e mulheres, porque "Deus não faz acepção de pessoas" (Atos 10:34).

Considere os efeitos desastrosos da revolução sexual. A explosão de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) é uma vergonha mundial. As DSTs são responsáveis ​​pelas doenças infecciosas mais comuns registradas no mundo. A AIDS (ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – SIDA) tem causado assustadoramente mortes e sofrimentos igualando-se as epidemias mais mortais da história. Os tratamentos e as pesquisas médicas em busca da cura são caros. Ironicamente, tudo isso poderia ser evitado porque essas doenças se espalham quase que exclusivamente através da promiscuidade e da perversão sexual.

O declínio do compromisso com o casamento e a família, e consequentemente a diminuição da lealdade e dedicação conjugal, contribuíram para um forte e constante aumento das relações extraconjugais. Um segmento da nossa sociedade, que vem crescendo, adotou a prática de relacionamentos entre companheiros. Vivemos numa sociedade dos descartáveis. As relações pessoais íntimas são rotineiramente descartadas.

As crianças são as grandes perdedoras em nossa sociedade acelerada, com sua aclamada revolução sexual. Elas recebem cada vez menos orientação dos pais. Nos Estados Unidos, os pais gastam só uns poucos minutos por dia para ficar com seus filhos. É de se admirar quando vemos uma subcultura em rápida expansão de jovens alienados e descontentes? A sociedade está perdendo a noção de tudo o que é a família”. https://portugues.ucg.org/ferramentas-de-estudo-da-biblia/guias-de-estudo/os-dez-mandamentos/o-setimo-mandamento-proteger-a-relacao-conjugal

 

II- O QUE REGE O CORAÇÃO REGERÁ O CORPO

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1. O que procede do coração. O pecado não está restrito apenas ao ato, mas também a pensamentos impuros, malignos, cuja fonte é o coração (Mt 15.19). Do hebraico, “coração”; lebab, fala do homem interiormente, vontade, alma, inteligência. Trata-se do lugar dos desejos, das emoções e paixões. No seu aspecto figurativo, o coração refere-se ao caráter moral. Um cristão que tem o coração transformado tem um viver totalmente diferente, visto que seu coração é regido pela Palavra (Cl 3.16).

COMENTÁRIO

A ética bíblica gira em torno do conceito de “coração” (Mt 15.18-20). Portanto, entender o significado bíblico do coração é essencial para entendermos o que a Bíblia ensina sobre a natureza do pecado e sobre a natureza da santificação. Nós lemos muito sobre o coração na Bíblia, porque nos tempos bíblicos pensava-se que nossas decisões, sentimentos e processos de pensamento vinham do coração. O coração da Bíblia foi pensado para ser uma espécie de “centro de controle” do qual todas as nossas decisões foram tomadas. Então, quando lemos sobre o coração na Bíblia, é sobre o lugar onde você tem sua vontade, suas atitudes e intenções, e qual é a fonte de seus pensamentos, ações e palavras.

Em nossa cultura, é comum ouvirmos frases que comparam a cabeça com o coração, tratando a cabeça como o centro dos pensamentos, do raciocínio, do entendimento, e o coração como o centro dos sentimentos. Muitos dizem: “Não adianta ter a Palavra de Deus na cabeça e não tê-la no coração.” Ou então: “Não adianta ter a Palavra de Deus na mente, mas não tê-la no coração.” Contudo, todas essas comparações estão erradas porque, quando a Bíblia fala sobre o coração, não está falando primariamente sobre os sentimentos. Na Bíblia, o coração é a mente, a fonte dos pensamentos. Há literalmente centenas de passagens na Bíblia que provam isso. Vamos ler algumas:

“E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.” (Gênesis 6:5)

“E o SENHOR sentiu o suave cheiro, e o SENHOR disse em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice, nem tornarei mais a ferir todo o vivente, como fiz.”(Gênesis 8:21)

“Então caiu Abraão sobre o seu rosto, e riu-se, e disse no seu coração: a um homem de cem anos há de nascer um filho? E dará à luz Sara da idade de noventa anos?” (Gênesis 17:17)

“E hoje cheguei à fonte, e disse: Ó SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, se tu agora prosperas o meu caminho, no qual eu ando. Eis que estou junto à fonte de água; seja, pois, que a donzela que sair para tirar água e à qual eu disser: Peço-te, dá-me um pouco de água do teu cântaro; e ela me disser: Bebe tu e também tirarei água para os teus camelos; esta seja a mulher que o SENHOR designou ao filho de meu senhor. E antes que eu acabasse de falar no meu coração, eis que Rebeca saía com o seu cântaro sobre o seu ombro, desceu à fonte e tirou água; e eu lhe disse: Peço-te, dá-me de beber.” (Gênesis 24:45)

Falar no coração significa pensar. Ou seja, o sentido é que o servo de Abraão orou em pensamento (não audivelmente) porque o coração é a mente.

“Depois tu farás chegar a ti teu irmão Arão, e seus filhos com ele, do meio dos filhos de Israel, para me administrarem o ofício sacerdotal; a saber: Arão, Nadabe, e Abiú, Eleazar e Itamar, os filhos de Arão. E farás vestes sagradas a Arão teu irmão, para glória e ornamento. Falarás também a todos os que são sábios de coração, a quem eu tenho enchido do espírito da sabedoria, que façam vestes a Arão para santificá-lo; para que me administre o ofício sacerdotal.” (Êxodo 28:1-3)

A sabedoria de coração é a capacidade mental/intelectual de fazer. É o entendimento de como fazer. Não é algum tipo de sentimento.  Como está escrito também:

“E eis que eu tenho posto com ele a Aoliabe, o filho de Aisamaque, da tribo de Dã, e tenho dado sabedoria ao coração de todos aqueles que são hábeis, para que façam tudo o que te tenho ordenado.” (Êxodo 31:6)

“Tão-somente guarda-te a ti mesmo, e guarda bem a tua alma, que não te esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e não se apartem do teu coração todos os dias da tua vida; e as farás saber a teus filhos, e aos filhos de teus filhos.” (Deuteronômio 4:9)

Quando ele diz, “não se apartem do teu coração“, o sentido é equivalente ao que é dito imediatamente antes, “não te esqueças“. Como o coração é a mente,  “não se apartar do coração” significa “não deixar de pensar sobre o assunto“, ou seja, “não se esquecer“.

“Por isso hoje saberás, e refletirás no teu coração, que só o SENHOR é Deus, em cima no céu e em baixo na terra; nenhum outro há. E guardarás os seus estatutos e os seus mandamentos, que te ordeno hoje para que te vá bem a ti, e a teus filhos depois de ti, e para que prolongues os dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá para todo o sempre.” (Deuteronômio 4:39-40)

“Saber” e “refletir no coração” não é sentir, mas é pensar sobre o assunto em nossas mentes.

“Se disseres no teu coração: Estas nações são mais numerosas do que eu; como as poderei lançar fora?” (Deuteronômio 7:17)

Novamente, “dizer no coração” significa “pensar”.

“Sabes, pois, no teu coração que, como um homem castiga a seu filho, assim te castiga o SENHOR teu Deus.” (Deuteronômio 8:5)

“E tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai, e serve-o com um coração perfeito e com uma alma voluntária; porque esquadrinha o SENHOR todos os corações, e entende todas as imaginações dos pensamentos; se o buscares, será achado de ti; porém, se o deixares, rejeitar-te-á para sempre.” (1 Crônicas 28:9)

“Esquadrinhar os corações” e “entender as imaginações dos pensamentos” não são duas coisas diferentes. É a mesma ideia sendo repetida mais de uma vez. Esse é um exemplo bíblico de sinonímia. A sinonímia é muito utilizada na Bíblia em uma só frase como forma de dar ênfase a um conceito. Exemplo: “Porquanto Abraão obedeceu à minha voz, e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos, e as minhas leis” (Gênesis 26:5). “Mandado”, “preceitos”, “estatutos” e “leis” são a mesma coisa. Da mesma forma, em 1 Crônicas 28:9, “corações” e “imaginações dos pensamentos” são a mesma coisa.

“SENHOR Deus de Abraão, Isaque, e Israel, nossos pais, conserva isto para sempre no intento dos pensamentos do coração de teu povo; e encaminha o seu coração para ti.” (1 Crônicas 29:18)

“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos.” (Salmo 139:23)

Novamente, aqui há um caso de sinonímia. “O meu coração” e “os meus pensamentos” são a mesma coisa. Como lemos também no profeta Jeremias:

“Lava o teu coração da malícia, ó Jerusalém, para que sejas salva; até quando permanecerão no meio de ti os pensamentos da tua iniquidade?” (Jeremias 4:13)

“E a mim me foi revelado esse mistério, não porque haja em mim mais sabedoria que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses os pensamentos do teu coração.” (Daniel 2:30)

“Mas, o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem. Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” (Mateus 15:18-19)

“Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviram de mau grado com seus ouvidos, e fecharam seus olhos; para que não vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e compreendam com o coração, e se convertam, E eu os cure.” (Mateus 13:15)

Novamente, aqui há um sinonímia. “Não ver“, “não ouvir” e “ter o coração endurecido” são três maneiras de dizer a mesma coisa: significa não compreender (mente). Em Mateus 13:15, os olhos, os ouvidos e o coração não são literais, mas são maneiras de se referir à mente, ao intelecto. Por isso, quando a Bíblia fala sobre o endurecimento de coração, a intenção não é primariamente falar sobre o que as pessoas sentem. A intenção é falar sobre o que as pessoas pensam. Biblicamente, um coração endurecido é uma mente que resiste ao entendimento correto da verdade. Como Paulo diz na Epístola aos Efésios:

“E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração.” (Efésios 4:17-18)

Como lemos também no Evangelho:

“E Jesus, conhecendo isto, disse-lhes: Para que arrazoais, que não tendes pão? não considerastes, nem compreendestes ainda? tendes ainda o vosso coração endurecido?”(Marcos 8:17)

Como está escrito também:

“Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na leitura do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido; e até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará.” (2 Coríntios 3:14-16)

O véu no coração na leitura do velho testamento significa que os judeus não eram capazes de entender mentalmente o que eles estavam lendo. Como eles não entendiam o verdadeiro sentido do Velho Testamento, eles não criam que Jesus era o Cristo.

Todas essas passagens (e muitas outras) mostram que quando a Bíblia fala sobre o coração, não está falando primariamente sobre os sentimentos. Está falando sobre a mente, sobre o intelecto, sobre os pensamentos. Isso não significa que os sentimentos não tenha relação com os pensamentos. A relação existe, os nossos pensamentos são acompanhados de sentimentos, mas os pensamentos são a questão primária.

Na segunda parte deste estudo, vamos falar mais sobre isso e também vamos falar sobre algumas implicações práticas de entender que o coração é a mente”.. https://catequesepresbiteriana.com/2019/09/10/o-que-o-coracao-significa-na-biblia-parte-1/

 

2. O homem é o que pensa. É sabido por todos que o homem é o que ele pensa ou sente. Os pensamentos e ideias que estão no seu “homem interior” são os motores que colocam em ação todo o seu corpo e são determinantes para sua conduta. Desse modo, o homem colherá aquilo que semear (Gl 6.7). O que semeia o pensamento da cobiça, desejo outra mulher, não demorará para que concretize isso na prática. A cobiça é algo que começa no coração, é como uma pequena semente plantada que vai gerar o fruto do pecado. Cada um é engodado por sua própria cobiça, a qual dará luz ao pecado, que sendo consumado, leva à morte (Tg 1.14,15).

O Senhor Jesus falou que aquilo que rege o coração se evidenciará no viver diário de uma pessoa por meio de seus atos (Mt 15.19; Lc 6.45), o que foi muito bem explicado por Paulo, quando chamou de obras da carne as ações produzidas por um coração pe­caminoso (Gl 5.19-21). Ninguém está isento de tentações, mas é preciso revestir-se do novo homem interior produzido por Cristo para jamais cometer os atos pecaminosos por meio do corpo (Ef 4.24; Rm 6.12,13). A saída é pedir para Jesus fazer a transformação e nos dar um novo coração (Ez 11.19; 18.31).

COMENTÁRIO

Quando aceitamos a Cristo, a Bíblia afirma que o nosso espírito é recriado. Nascemos de novo, somos Novas Criaturas em Cristo Jesus. Entendemos que uma vez nascidos de novo, o nosso espírito é recriado, mas o nosso corpo, a nossa mente NÃO foram recriados. Em se tratando da mente isso é algo que nós temos que fazer: “Mas, transformai-vos pela renovação das vossas mentes” (Rm 12.2). A palavra transformai-vos, da palavra grega da qual deriva a palavra "metamorfose", indica uma mudança na aparência externa. Mateus usa a mesma palavra para descrever a transfiguração (Mt 17.2). Assim como Cristo exibiu, de maneira breve e limitada, a sua natureza interior divina e a sua glória na transfiguração, os cristãos devem manifestar, exteriormente, a sua natureza interior redimida, não uma vez, mas diariamente (2Co 3.18; Ef 5.18). Esse tipo de transformação pode ocorrer somente à medida que o Espírito Santo transforma os nossos pensamentos por meio do estudo perseverante da Escritura e da meditação nela (Sl 119.11; cf. Cl 1.28; 3.10,16; Fp 4.8). A mente renovada é uma mente cheia da Palavra de Deus e controlada por ela.

O Pastor Hernandes Dias Lopes escreve: “[..] as palavras revelam o que está no coração. O coração é como um tesouro bom ou mau. O homem bom tira do bom tesouro o bem; o homem mau tira do mau tesouro o mal. De mesma forma, o homem tira do coração suas palavras, pois a boca fala do que está cheio o coração. Tentar encobrir a sujeira do coração com palavras bonitas é consumada hipocrisia. E o mesmo que tentar encontrar as virtudes mais nobres nos abismos mais profundos da iniquidade. John Charles Ryle diz corretamente que a conversa de um homem revela o estado de seu coração. Nossas palavras desvendam as profundezas da nossa alma. Nossas palavras trazem à luz as camadas abissais do nosso interior. Hendriksen diz: “Se o que está no coração é bom, o excedente que vaza será bom; se o conteúdo do ser interior é ruim, o que vaza pela boca será também ruim””. LOPES. Hernandes Dias. Lucas Jesus o Homem Perfeito. Editora Hagnos. 1 Ed 2017.

 

3. Sujeitando o corpo ao Espírito Santo. O caminho para que o cristão possa dominar bem o corpo é viver na dependência do Espírito Santo (Gl 5.16). Jesus fez uso de figuras de linguagem e de modo hiperbólico para mostrar como se deve fazer para vencer os instintos sexuais. Ao sugerir “ Se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira fora para longe de ti” (Mt 5.29a), Cristo não tinha a intenção de incitar alguém a praticar a mutilação dos membros do corpo. O uso aqui é totalmente metafórico, dando ênfase de como o cristã o pode crucificar a carne com suas paixões e sujeitar o seu corpo ao Espírito para que não seja instrumento do pecado (Gl 5.24; Tt 3.3-5). Jesus não estava falando de cortar algum membro do corpo, pois nada disso valeria enquanto o coração ainda estivesse cheio de pecado. Um coração transformado pelo poder de Cristo mostrará atitudes de sacrifício que visam glorificar a Deus (Rm 12.1; 1Co 6.20).

COMENTÁRIO

Todos os cristãos têm a presença do Espírito Santo que habita neles (Rm 8.9; 1Co 6.19-20) como a força individual para viver de maneira a agradar a Deus. Nosso andar no Espírito deve ser uma ação contínua, ou um estilo de vida habitual. Andar também implica progresso; quando um cristão se submete ao controle do Espírito - ou seja, responde em obediência aos verdadeiros mandamentos da Escritura — ele se desenvolve em sua vida espiritual (Ef 5.18; G 3.16). Andar no Espírito nos permite vencer a carne, isto é, não simplesmente o corpo físico, mas inclui a mente, a vontade e as emoções que estão todas sujeitas ao pecado. Diz respeito, de maneira geral, à nossa humanidade não redimida. Carne e Espírito são opostos entro si, a carne opõe-se à obra do Espírito e leva o cristão a comportar-se de maneira pecaminosa, o que, caso contrário, ele não seria forçado. Faça a sua escolha; estes são mutuamente excludentes. Ou vivemos pelo poder do Espírito Santo que resulta em comportamento justo e atitudes espirituais, ou pela lei, a qual pode produzir somente comportamento e atitudes injustas (1Co 15.56).

Outra vez cito o pastor Hernandes Dias Lopes: “O movimento básico da vida humana, portanto, é o passo da caminhada. Trata-se de mais do que um mecânico “esquerda-direita, esquerda-direita”. Todo caminho inclui um “de onde” e um “para onde”. Podemos desviar-nos do caminho. Assim o “andar” constitui um movimento com sentido, direção e, por conseguinte, qualidade. Da parte da carne surgem pressões transversais. Contra elas Paulo faz valer agora forças pneumáticas. Andem no Espírito.

A carne tem uma inclusão para aquilo que é sujo.

Somente pelo Espírito de Deus podemos caminhar em santidade. Warren Wiersbe ilustra isso da seguinte maneira: A ovelha é um animal limpo, que evita a sujeira, enquanto o porco é um animal imundo, que gosta de se revolver na lama (2Pe 2.19-22). Depois que a chuva cessou e que a arca se encontrava em terra firme, Noé soltou um corvo, mas a ave não voltou (Gn 8.6,7). O corvo é uma ave carniceira, portanto deve ter encontrado alimento de sobra. Mas, quando Noé soltou uma pomba (uma ave limpa), ela voltou (Gn 8.8-12). Quando soltou a pomba pela última vez e ela não voltou, Noé soube, ao certo, que ela havia encontrado um lugar limpo para pousar e que, portanto, as águas haviam baixado. A velha natureza é como o porco e o corvo, sempre procurando algo imundo para se alimentar. Nossa nova natureza é como a ovelha e a pomba, ansiando por aquilo que é limpo e santo”. LOPES, Hernandes Dias. GALATAS A carta da liberdade cristã. Editora Hagnos. pag. 238-240.

 

III- A INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO

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1. O casamento na perspectiva bíblica. Sabemos que o casamento é mais fundamental em todas as instituições sociais (Gn 1.28; 2.24). Na perspectiva divina, o casamento deve ser uma união permanente, em que homem e mulher entram em uma aliança a fim de construir uma união única na mais perfeita intimidade. Não querendo jamais que os votos do casamento fossem quebrados, Deus deu a ordem: “Não adulterarás” (Êx 20.14). A singularidade dessa maravilhosa união foi destacada por Cristo quando falou do vínculo conjugal, expressando que não são mais dois, mas uma só carne (Mt 19.6). Paulo via essa união de maneira tão cândida que comparou o amor de Cristo, que se sacrificou pela Igreja, ao amor do marido para com a sua esposa (Ef 5.25).

COMENTÁRIO

O casamento tem sofrido tantas ameaças no mundo ocidental de hoje que é bom relembrarmos sua base bíblica. Em Gênesis 2.24 encontramos a definição bíblica para casamento; ela é ainda mais importante porque foi endossada pelo Senhor Jesus Cristo (Mc 10.7). Casamento é uma aliança sagrada entre um homem e uma mulher perante Deus. Desde o princípio, o casamento foi instituído por Deus para ser o padrão para os demais tipos de relações existentes entre os seres humanos, expressando amor, compromisso, fidelidade e cuidado mútuo. Como união profunda que é, o casamento produz um senso de satisfação mútua para o casal além de servir para glorificar a Deus, cumprindo aos Seus propósitos.

John Stott define: “Este é um relacionamento com cinco características especiais:

    Heterossexual. O casamento é a união entre um homem e uma mulher. Uma parceria homossexual jamais poderá ser vista como uma alternativa legítima.

    Monogâmico. “Um homem” e “uma mulher”, ambos no singular. A poligamia pode ter sido tolerada por algum tempo, na época do Antigo Testamento, mas a monogamia sempre foi o propósito de Deus, desde o princípio.

    Compromisso. Quando um homem deixa a casa de seus pais para se casar, ele deve “unir-se” à sua mulher, juntar-se a ela como cola (como sugere o texto equivalente no Novo Testamento). O divórcio deve ser permitido apenas em uma ou duas situações definidas. “Mas não foi assim desde o princípio”, Jesus insistiu (Mt 19.8). Além disso, o que se perde com o divórcio é precisamente o compromisso, que é fundamental para o casamento.

    Público. Antes de partir para o casamento é preciso “deixar” os pais, e esse “deixar” indica que esta é uma ocasião social pública. A família, os amigos e a sociedade têm o direito de saber o que está acontecendo.

    Físico. “Eles se tornarão uma só carne”. Se por um lado, o casamento heterossexual é o único contexto dado por Deus para a união sexual e a procriação, por outro, a união sexual é um elemento tão importante no casamento que a sua não consumação deliberada é, em muitas sociedades, motivo para a sua anulação. Adão e Eva certamente não experimentaram nenhum constrangimento com relação ao sexo. “O homem e sua mulher viviam nus, e não sentiam vergonha” (Gn 2.25).

Assim, o casamento de acordo com o propósito de Deus quando de sua instituição é uma união heterossexual e monogâmica que envolve um compromisso amoroso mútuo, por toda a vida; deve ser firmado depois do deixar público dos pais e consumado na união sexual.https://ultimato.com.br/sites/john-stott/2017/05/09/a-definicao-biblica-de-casamento/

 

2. O que fazer para que o casamento seja para sempre? Um casal que vive a vida a dois, em amor, irá construir a mais bela e perfeita união, ainda que enfrente lutas e reveses nesta vida. O casamento deve ser construído com base em respeito, amizade, bom tratamento, carinho, dignidade, entre outros. Como bem disse o apóstolo Pedro (1Pe 3.7), se tudo isso estiver presente no casamento ele será para sempre. O casal cristão tem conhecimento de que no aspecto espiritual ambos são iguais (Gn 1.27; Gl 3.28; Cl 3.10,11), e na vida a dois há obrigações distintas e específicas a serem cumpridas (1Co 7.3).

A união sexual é outro fator preponderante que deve ser levado em consideração no casamento. Ele deve ser desfrutado pelo homem e pela mulher, casados, em uma intimidade mais profunda. O verbo “coabitar” fala de relação sexual dentro do casamento (Gn 4.25), tratada pela Bíblia como algo digno (Hb 13.4). O casal cristão é consciente de que jamais deve usar o sexo como fazem os ímpios, sem amor, carinho, respeito, tão somente para dar vazão às suas lascívias (1Ts 4.3-7). Portanto, o casal que deseja que seu casamento dure para sempre, deve estar em comunhão com Deus, e ter uma união marcada pelo amor e uma vida sexual regrada e sadia.

COMENTÁRIO

Atualmente, falar que casamento é para sempre tem sido difícil. No entanto, biblicamente, o casamento é para sempre sim, havendo apenas uma única exceção e isso, por causa da nossa dureza de coração. Em primeiro lugar, independentemente do ponto de vista que se tenha a respeito da permanência no casamento, mesmo que este seja trabalhoso, é importante lembrar-se de Malaquias 2.16: “Pois eu detesto o divórcio, diz o Senhor Deus de Israel.” De acordo com a Bíblia, o plano de Deus é que o casamento seja um compromisso para toda a vida. “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt 19.6). Entretanto, Deus bem sabe que já que o casamento envolve dois seres humanos pecadores, o divórcio vai ocorrer. No Antigo Testamento, Ele estabeleceu algumas leis com o objetivo de proteger os direitos dos divorciados, em particular das mulheres (Dt 24.1-4). Jesus mostrou que estas leis foram dadas por causa da dureza do coração das pessoas, não porque tais leis eram o desejo de Deus (Mt 19.8). Como escreve o Pr Hernandes: “Paulo destaca a completa mutualidade dos direitos conjugais (7.3,4). Paulo vivia em uma sociedade de profunda influência machista, mas ele quebra esses paradigmas da cultura prevalecente e afirma a igualdade dos direitos conjugais. Diz Paulo: “O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido” (7.3). O imperativo presente “conceda” indica o dever habitual. Paulo está falando do relacionamento sexual. A mesma Bíblia que condena o sexo antes do casamento, o pecado da fornicação, e também o sexo fora do casamento, o pecado do adultério, está dizendo que a ausência de sexo no casamento é pecado. O marido deve conceder à esposa o que lhe é devido e semelhantemente à esposa ao seu marido. Ambos, marido e mulher, têm direitos assegurados por Deus de desfrutarem a plenitude da satisfação sexual no contexto sacrossanto do matrimônio”. LOPES, Hernandes Dias. I Coríntios Como Resolver Conflitos na Igreja. Editora Hagnos. pag. 130.

A Bíblia estabelece sabiamente três princípios para que o casamento seja bem-sucedido: “Por isso deixa o homem pai e mãe e se une a sua mulher, tornando-se uma só carne” (Gn 2.24).

Quando você decide se unir oficialmente a uma pessoa, nasce um novo sistema familiar. Seus pais e irmãos continuarão sendo sua família, mas agora passarão a ser sua família de origem. Novos papéis terão de ser desempenhados. O filho agora será esposo, o pai será sogro, a irmã será cunhada e assim por diante. Quando uma pessoa decide se casar, ela modifica toda a antiga configuração familiar.

A nova configuração muitas vezes é difícil de ser compreendida, tanto para os recém-casados como para as famílias de origem. Quando isso ocorre, abre-se a possibilidade para muitos conflitos, que estão entre aqueles causadores de divórcio.

A Bíblia estabelece sabiamente três princípios para que o casamento seja bem-sucedido: “Por isso deixa o homem pai e mãe e se une a sua mulher, tornando-se uma só carne” (Gn 2.24).

Segundo este texto, para que um casamento realmente aconteça são necessárias três ações por parte dos cônjuges: deixar, unir-se, tornando-se. Contudo, é preciso considerar que o tempo que cada cônjuge viveu com sua família de origem foi muito maior do que o que estão juntos, por isso estas ações serão trabalhadas processualmente por ambos, para a construção de um novo lar.

“Deixar”

Há muita confusão no que diz respeito à palavra “deixar”. Para alguns, ela soa como sinônimo de “abandonar”. Entretanto, abandonar não significa que os cônjuges não deverão mais pedir conselhos aos seus pais e que deverão excluí-los de suas vidas. A Bíblia fala que na multidão dos conselhos há sabedoria e, provavelmente, em muitas situações os pais podem ajudar a evitar erros que eles já cometeram.

O novo casal não deve deixar de dar assistência aos pais e valorizar datas familiares importantes. A honra que os filhos devem aos pais é um mandamento. Ela se expressa por meio de um coração grato pela existência deles e pelo reconhecimento de que Deus dividiu com os pais a sua honra de Criador, tornando-os cocriadores juntamente com ele.

Se o casal não deixar pai e mãe, também não conseguirá unir-se e, muito menos, “tornando-se uma só carne” de forma saudável. Contudo, deixar nem sempre é uma tarefa fácil. Apesar das dificuldades que encontrarão, se os cônjuges quiserem construir um lar saudável, precisarão, desde o início, se posicionar. Aos poucos, será necessário que deixem claro para as respectivas famílias de origem que agora as decisões dizem respeito ao casal que agora se tornou uma família.

Chapman, em seu livro Como Lidar com a Sogra, ressalta: “O casamento deve seguir sobre duas trilhas paralelas: separar-se dos pais e dedicar-se a eles”.1 Isso significa que, apesar de poderem ouvir os conselhos dos pais, os recém-casados não estão mais sujeitos a eles, de modo que a opinião do cônjuge deverá ser considerada como a mais importante. O casal certamente errará muitas vezes. Porém, os erros não devem desanimá-los, fazendo com que voltem a se submeter às opiniões paternas. Mais importante do que acertar nas decisões é aprender a tomar decisões juntos. Isso faz parte do aprendizado natural do novo momento em que estão vivendo.

Deixar pai e mãe também é assumir o controle de sua vida financeira e emocional. Não concordamos com a ideia de que o casal casado more junto com seus pais. Muitos caem nesta armadilha por querer economizar dinheiro. Todavia, trata-se de um “barato que sai caro”. Neste caso, é impossível colocar em prática os princípios bíblicos estudados neste livro. Não conheço histórias de casais que morem com a família de origem de um deles e não tenham tido interferências em seu relacionamento conjugal ou tenham interferido no de algum parente. Essa situação impossibilita a formação da nova família.

Chapman afirma que, “quando nascemos, existe um corte umbilical; quando casamos, necessitamos de um corte das ‘amarras’ emocionais”. Isso significa que os cônjuges terão de descobrir, ao longo da vida, o que aproveitarão do que aprenderam com suas famílias de origem ao constituir sua própria família, e o que eles não querem levar para o novo lar.

“Unir-se”

Talvez você se identifique com Pedro, a primeira história relatada no início deste capítulo, e tenha em sua família alguém que ocupe o lugar de prioridade em seus relacionamentos. Talvez para algumas pessoas seja difícil de imaginarem-se unidas ao cônjuge a ponto de ele ocupar o lugar prioritário. Isso certamente se dá porque na família de origem há pessoas que são tão importantes para elas que não acreditam que se identificarão com o cônjuge na mesma proporção. É possível que não consigam mesmo estabelecer esta identificação, se não tiverem dispostas a construir esta cumplicidade com o futuro cônjuge.

Há ainda pessoas que não tiveram um bom relacionamento com suas famílias de origem e, por isso, formaram fortes vínculos com amigos. Estes são tão fortes que o futuro cônjuge se torna uma ameaça para a amizade. Na realidade, a amizade é que uma ameaça para a nova união. Unir-se a uma pessoa significa deixar claro para ela e depois publicamente que ela é a pessoa com a qual você tem um compromisso de vida.

Em termos práticos, isto quer dizer que a partir de então a maioria de suas decisões deverá ser tomada a dois – cabe a você avaliar quais as decisões podem influenciar os planos do casal. A compra de bens, a mudança de emprego, uma viagem ou qualquer outra decisão deste tipo necessita do consentimento dos dois. É fundamental entendermos isto, pois é neste ponto que reside os maiores conflitos relacionais do casal. Ocorre, por vezes, de um dos cônjuges ou ambos combinarem algo com terceiros e não primeiramente um com o outro.

Para muitos, um relacionamento de tomada de decisões a dois soa como falta de liberdade. Na realidade, esta prática é uma forma de cuidado e proteção indispensáveis à união. Unir-se a seu cônjuge é deixar claro que se houver algum conflito de interesses entre o cônjuge e sua família de origem, você ficará com a opinião dele.

É nesta ação de priorizar o cônjuge que o casal constrói o que Carlos McCord chama de “círculo de intimidade”.2 Trata-se de um espaço sagrado entre marido, mulher e Deus. Depois de tomarem as decisões a três, eles declaram publicamente o que decidiram.

“Tornando-se”

Tornar-se uma só carne não quer dizer que a pessoa perderá sua identidade na relação, mas sim que duas pessoas singulares se tornarão tão íntimas a ponto de se tornarem um casal – único diante de Deus e dos homens. Repare que, no versículo, a ação “tornando-se” está no gerúndio, indicando uma atitude constante. Em cada nova fase do ciclo vital, o casal vai convertendo-se em uma só carne.

Queremos incentivar você e seu futuro cônjuge a desfrutarem, em liberdade, o ritmo, a forma, a beleza de seu casamento, sem a obrigação de terem um casamento idêntico ao de seus pais. Sejam pessoas criativas e abertas para continuar tornando-se uma família, um sistema familiar único e singular”. https://ultimato.com.br/sites/blogdaultimato/2018/07/27/casamento-deixar-unir-se-e-tornar-se/

Aplicando-se os conselhos bíblicos, não há possibilidade de divórcio, pois a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável. Mesmo que os ataques venham, um casamento firmado no compromisso de obedecer a vontade de Deus para o casal, certamente será mais difícil de ser desfeito, apesar da nossa dureza de coração. A Bíblia deixa bem claro que Deus odeia o divórcio (Ml 2.16) e que a reconciliação e o perdão devem caracterizar a vida de um crente (Lc 11.4; Ef 4.32). No entanto, Deus reconhece que o divórcio ocorrerá, mesmo entre Seus filhos. Um crente divorciado e/ou recasado não deve se sentir menos amado por Deus, mesmo se o divórcio e/ou novo casamento não for coberto pela possível cláusula de exceção de Mateus 19.9.

Sobre divórcio e novo casamento, leia este artigo: “1 Coríntios 7.10-11: Divórcio Entre Cristãos?”

de João Paulo Thomaz de Aquino.

 

3. Casamento: uma união indissolúvel. Na discussão de Jesus com os líderes religiosos, Ele destacou os ideais divinos sobre o casamento, isto é, como Deus o havia projetado a fim de que fosse permanente (Mc 10.9). Há exegetas que gastam tempo e muitas letras para provar que o divórcio era permitido; buscam elementos históricos nas duas escolas rabínicas de Shammai e Hillel, sendo que a primeira destacava a questão da impureza no aspecto mosaico a partir do adultério, permitindo a carta de divórcio. A segunda era mais liberal, e dizia que qualquer desagrado da parte do marido poderia dissolver o casamento.

Contudo, o melhor seria que tais estudiosos gastassem mais o tempo para falar do casamento conforme o propósito eterno, atentando para o princípio de tudo. Para Jesus, o casamento é uma união indissolúvel, e por isso deixou claro que, quanto ao divórcio, não era um mandamento de Moisés, mas sim uma concessão devido à fraqueza humana, por causa do pecado (Mt 19.8), pelo padrão baixo e desmoralizante em que muitos estavam vivendo. Enquanto a Lei permitia o divórcio (Dt 24.1-3), Jesus salienta que isso significava legalizar o adultério. Sempre é doloroso falar sobre divórcio, visto que já se trata da destruição de um casamento. Porém, como servos de Deus, precisamos dizer que a comunidade de salvo s que quer viver o padrão do Reino de Deus, com suas bem-aventuranças, precisa entender que o ideal divino é ainda indissolubilidade da vida a dois, tanto física como espiritualmente, seguindo o padrão divino do Éden: os dois serão uma só carne (Gn 2.23,24).

COMENTÁRIO

Jesus acrescentou uma quarta razão para a inviolabilidade do casamento: Deus ordena o casamento e, portanto, ele não deve ser rompido pelo homem. O fato de casar-se novamente após um divórcio — exceto por legítimas razões bíblicas — faz proliferar o adultério. A parte inocente - aquela cujo cônjuge cometeu adultério prolongado, de coração duro e sem arrependimento — pode casar-se novamente sem ser culpada de adultério, como no caso em que um crente cujo cônjuge não crente resolve abandonar o casamento (1Co 7.15).

Vivemos dias muito difíceis, inclusive no meio cristão, e temos visto muitos casamentos desfeitos, muitos casais jovens que resolvem abandonar o casamento, por motivos outros que não aquele regulamentado pelas Escrituras. Nós, hoje, não podemos jamais duvidar que o propósito de Deus para o casamento é que seja uma união indissolúvel. Isto posto, é compreensível também que, pela citação de Marcos 10.9, está claro que Deus ajunta, mas o homem é quem separa.

O Pastor Esequias Soares escreve em sua obra “Casamento, Divórcio E Sexo A Luz Da Bíblia” (CPAD”: “É do Antigo Testamento que vem o significado do termo “divórcio”.

Na verdade, o assunto é tratado com escassez na Bíblia. As poucas referências bíblicas dificultam elucidar o tema e deixam margem a muitas interpretações. Tudo isso revela que se trata de algo que não é da vontade de Deus.

1 Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então, será que, se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe fará escrito de repúdio, e lho dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. 2 Se ela, pois, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem, 3 e se este último homem a aborrecer, e lhe fizer escrito de repúdio, e lho der na sua mão, e a despedir da sua casa ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer, 4 então, seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a tomá-la para que seja sua mulher, depois que foi contaminada, pois é abominação perante o SENHOR; assim não farás pecar a terra que o SENHOR, teu Deus, te dá por herança (Dt 24.1-4).

Aqui está o ponto de partida para compreendermos o assunto em foco. Primeiro, o divórcio não foi instituído por Deus nem é mandamento divino, já existindo na época de Moisés. O termo “quando” (v. la) mostra ser uma prática social à qual o grande legislador dos hebreus deu forma jurídica ao escrever: “Ele lhe fará escrito de repúdio, e lho dará na sua mão” (v. lb). O termo hebraico usado aqui para repúdio é keríthüth, “rompimento (de relações), demissão, divórcio”, do verbo kãrath, “cortar fora” (DITAT, pp. 751, 752). Esse significado é o mesmo nas línguas semitas cognatas (GESENIUS-TREGELLES, 1982, p. 414; BAUMGARTNER, vol. I, 2001, pp. 497, 500). A LXX usa o termo grego apostasion, “certificado de divórcio” (BALZ & SCHNEIDER, vol. I, 2001, p. 423), o mesmo que aparece no Novo Testamento (Mt 5.31).

A expressão “escrito de repúdio” é, em hebraico, sêpher kenthüth, “carta, livro, escrito, termo, documento de divórcio, de repúdio”. Essa carta de divórcio era um documento público reconhecido pelas autoridades judaicas, que liberava a mulher para se casar novamente com outro homem. A LXX emprega biblion apostasiou, expressão grega para designar a carta de divórcio (Dt 24.1,3). A expressão reaparece também em Isaías: “Onde está a carta de divórcio de vossa mãe, pela qual eu a repudiei?” (50.1), em Jeremias: “A rebelde Israel despedi e lhe dei o seu libelo de divórcio” (3.8) e em duas ocorrência do Novo Testamento: “Por que Moisés mandou dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la” (Mt 19.7) e “Moisés permitiu escrever carta de divórcio e repudiar” (Mc 10.4). A ARA traduz por “termo de divórcio”.

Assim, o conceito de divórcio em toda a Bíblia, no Antigo e no Novo Testamento, é de ruptura do casamento, o fim e o corte do relacionamento conjugal.

O texto sagrado continua: “Se ela, pois, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem” (Dt 24.2). Essa mesma mulher, em quem foi encontrada “coisa feia”, motivo que deu causa à separação, tem a permissão da lei para contrair novas núpcias, pois o divórcio é o fim e a ruptura definitiva do casamento. A sociedade israelita naquela época aceitava essa situação, e ninguém era considerado adúltero por causa disso. Não há indícios, nem aqui nem em qualquer outra parte do Antigo Testamento, que provem ser proibido um divorciado casar-se pela segunda vez. Jamais, na história de Israel, alguém ousou considerar adúltera uma mulher divorciada, ou vice-versa, que contraiu novas núpcias. O que a legislação mosaica proibia, naqueles dias, era o retorno da esposa ao seu primeiro marido, caso ela fosse divorciada ou viúva do segundo marido (vv. 3, 4).

A base para a realização do divórcio ficou sem solução nesse texto até a vinda do Messias. A expressão “Se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia” (v. 1), ou “coisa indecente” (ARA), é muito vaga e foi ponto de discussão ao longo dos séculos.

Essa mesma expressão aparece também em Deuteronômio 23.14, mas não nos ajuda a compreender a passagem em apreço. Isaías 50.1 nada de novo acrescenta. Jeremias 3.8 dá a entender que o adultério justifica o divórcio.

O clímax desses debates aconteceu pouco antes do nascimento de Cristo. Havia nos dias de Herodes, o Grande, dois rabinos que fundaram escolas: um deles chamava-se Shammai, extremamente radical, e o outro, Hillel, liberal. Eles discutiram sobre o assunto.

Shammai insistia dizendo que o divórcio seria legítimo somente em caso de adultério. A Mishná afirma que Shammai interpretava a expressão “coisa indecente” como pecado imoral (Gittin IX. 10). Ainda há muitos que pensam dessa maneira, acreditando que tal expressão diz respeito ao pecado pré-marital. O adultério era punido com a morte: “Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera” (Lv 20.10); “Quando um homem for achado deitado com mulher casada com marido, então, ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher e a mulher; assim, tirarás o mal de Israel” (Dt 22.22). Se ambos, adúltera e adúltero, deviam ser apedrejados, logo não havia espaço para o divórcio. Visto que essa mesma lei se aplicava também ao pecado pré-marital: “Porém, se este negócio for verdade, que a virgindade se não achou na moça, então, levarão a moça à porta da casa de seu pai, e os homens da sua cidade a apedrejarão com pedras, até que morra; pois fez loucura em Israel, prostituindo-se na casa de seu pai; assim, tirarás o mal do meio de ti” (Dt 22.20,21), tal interpretação é inconsistente.

Hillel, por outro lado, insistia que o divórcio podia ser aprovado por qualquer razão apresentada pelo marido. Relacionava a expressão “coisa indecente” a qualquer coisa de que o marido não gostasse na mulher. O rabino Akiva (falecido em 132 d.C.) interpretava a referida “expressão” como tendo o homem direito de se divorciar de sua mulher, caso encontrasse outra mais bonita. Alfred Edersheim, citando a Mishná, diz que “coisa indecente” para Hillel era “no sentido mais amplo possível, e declarava que havia base para o divórcio, se uma mulher perdia o jantar do seu marido” (EDERSHEIM, vol. 2, 1989, p. 280). Por exemplo, continua Edersheim, se passasse a achar feia a sua mulher, isso era considerado “coisa indecente”. Se a comida preparada por ela já não o agradasse, era também tido como “coisa indecente”. Assim, o homem se divorciava quando quisesse”. Soares. Esequias,. Casamento, Divórcio E Sexo A Luz Da Bíblia. Editora CPAD. pag. 36-39.

 

CONCLUSÃO

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Pela Palavra de Deus, compreendemos que o casamento é para sempre, mas sua construção depende de uma vivência com Deus em um relacionamento marcado pelo amor. Frente aos problemas que possam surgir, o caminho não é o divórcio. Os cônjuges devem agir com boa vontade e sacrifícios, buscando sabedoria divina para que se volte à verdadeira harmonia, com a presença de Jesus.

COMENTÁRIO

A alegria e a satisfação no casamento são fundamentais como expressão de culto e gratidão ao SENHOR – casamento foi instituído para a glória de Deus. A espiritualidade começa na vivência familiar, praticando obediência no núcleo familiar. O casamento é uma parceria para servir a Deus. Gênesis 2 demonstra ainda mais esse fato. Gênesis 2.15-17 mostra como Adão é profeta/sacerdote/rei no reino do jardim onde Deus o colocou para governar dentro dos limites do reino supremo de Deus (simbolizado pelas duas árvores: benção e vida por viver sob o seu domínio; maldição e morte por recusar o seu governo). O restante do capítulo detalha como Adão é incapaz de cumprir o seu chamado para ser profeta/sacerdote/rei sozinho. Ele precisa de uma auxiliadora idônea para fazê-lo, então Eva é providenciada para que juntos eles cumprissem o chamado de Deus para glorificar o seu nome sob o seu domínio. Logo, o casamento é uma parceria. “Não é bom que o homem esteja só” não é verdade principalmente porque o homem é solitário: é verdade porque ele é incompetente, mesmo antes da queda. Deus não criou o homem sozinho para ser competente para cumprir o seu chamado quanto à imagem de Deus. Ele criou homem e mulher em relacionamento para fazerem isso. Homens e mulheres solteiros podem fazê-lo também, particularmente em relação à igreja sob o amor de Cristo, o cumprimento do casamento.

 

Espero ter ajudado...

Em Cristo,

Francisco Barbosa

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REVISANDO O CONTEÚDO

1. Para Jesus, onde está a gênese do adultério?

® Para Jesus, a gênese do adultério está no coração, começando com um olhar cobiçoso e pensamentos impuros que levam à prática sexual ilícita.

2. No seu Sermão, Jesus evidencia a importância de homens e mulheres absterem-se de quê?

® Jesus evidencia a importância de homens e mulheres absterem-se de pensamentos impuros, tanto fora como dentro do casamento, pois é dessa forma que se consegue manter a pureza em três níveis: sexual, moral e social.

3. Como Jesus via o casamento?

® Para Jesus, o casamento é uma união indissolúvel, e por isso deixou claro que, quanto ao divórcio, não era um mandamento de Moisés, por causa do pecado (Mt 19.8), pelo padrão baixo e desmoralizante em que muitos estavam vivendo.

4. De forma figurada, a idolatria também era chamada de quê?

® A idolatria era chamada, figuradamente, de adultério (Jr 3.8; Ez 23.37).

5. De acordo com a lição, perante Deus, com o bem expressou Cristo, uma intenção errada é tão pecaminosa quanto um ato.

® O que fazer para não cair neste mal? Devemos sempre buscar pensamentos puros e bons (Fp 4.8).