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TEXTO ÁUREO
“Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo (Mt 5.22)
VERDADE PRÁTICA
A cólera e a ira não podem dominar o coração do crente. Elas devem ser evitadas e vencidas com o ensino do Evangelho
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 5.21-26
INTRODUÇÃO
Nesta lição aprenderemos com o Mestre Divino que o Evangelho não é antinomista (a partir da explicação desse conceito), que a cólera é a antessala do homicídio e que para devotar na nossa vida a Deus, precisamos nos reconciliar com o próximo. Veremos que o nosso Senhor colocou em alta conta o valor da pessoa humana e, por isso, a seção bíblica de Mateus 5.21-26 será o objeto de nosso estudo.
COMENTÁRIO
Em Mateus 5.22, Jesus utiliza a palavra tolo, literalmente "cabeça oca", para sugerir que a agressão verbal tem como base as mesmas motivações pecaminosas (a ira e o ódio) que por fim levam ao assassínio. A interpretação correta da Lei feita por Jesus no Sermão do Monte aponta para a atitude interior, que é o que a lei de fato proíbe e, portanto, um insulto agressivo carrega em si o mesmo tipo de culpa moral de um ato de homicídio!
Concordo com John Stott quando diz: “Até então, Jesus falara sobre o caráter do cristão e sobre a influência que este teria no mundo, caso manifestasse tal caráter, produzindo, assim, o fruto de “boas obras”. Agora, ele prossegue definindo melhor este caráter e estas boas obras em termos de justiça. Ele explica que a justiça, já duas vezes mencionada, e da qual os seus discípulos têm fome (v. 6) e por cuja causa eles sofrem (v, 10), é uma correspondência à lei moral de Deus e ultrapassa a justiça dos escribas e fariseus (v. 20). As “boas obras” são obras da obediência. Ele começou o seu Sermão com as bem-aventuranças na terceira pessoa (“Bem-aventurados os humildes de espírito”); continuou na segunda pessoa (“Vós sois o sal da terra”); e, agora, muda para a primeira pessoa, usando, pela primeira vez, sua fórmula característica e dogmática: Porque… (eu) vos digo (vs. 18 e 20). Este parágrafo é de grande importância, não só por causa da definição que ele dá da justiça cristã, mas também por causa da luz que lança sobre a relação entre o Novo e o Velho Testamento, entre o Evangelho e a lei. Divide-se em duas partes: primeiro, Cristo e a lei (vs. 17, 18) e, segundo, o cristão e a lei (vs. 19, 20)”. STOTT, John. Contracultura cristã. A mensagem do Sermão do Monte. Editora: ABU, 1981, pag. 33.
I- O EVANGELHO NÃO É ANTINOMISTA
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1. O que é Antinomismo? A palavra nos fornece a própria definição: constituída do grego Anti, que quer dizer “contra”; e nomos, “lei”; diz respeito a tudo contrário à lei, normas e regras. A palavra traz a ideia de que os cristãos não precisam obedecer à lei moral do Antigo Testamento. Defensores antinomistas dizem que a Lei não teve origem em Deus Pai e que, por isso, ela deve ser rejeitada. Há os que dizem que Deus havia determinado por decreto a existência do pecado, de modo que jamais se pode evitá-lo, por isso, não há razão para a existência da Lei. Por fim, outros ainda defendem simplesmente que a Lei é oposta ao Evangelho. Entretanto, veremos que esse ensino violam as Escrituras que o Antinomismo é um desvio da Palavra de Deus (Rm 6.15,16).
COMENTÁRIO
Antinomianismo é a negação da lei; é o “anti lei”. O antinomiano nega a necessidade do crente em guardar a lei de Deus. Essa heresia surgiu muito cedo nas igrejas primitivas e os apóstolos tiveram que exortar que o crente deve observar a lei de Deus como expressão de nosso amor. Paulo foi acusado pelos judeus de ser antinomista por pregar uma nova aliança.
“A palavra antinomianismo vem de duas palavras gregas, anti, que significa "contra", e nomos, que significa "lei". Sendo assim, antinomianismo significa “contra a lei.” Teologicamente, o antinomianismo é a crença de que não há leis morais que Deus espera que os cristãos obedeçam. O antinomianismo leva um ensinamento bíblico a uma conclusão antibíblica. O ensinamento bíblico é o de que os cristãos não são obrigados a observarem a lei do Antigo Testamento como um meio de salvação. Quando Jesus Cristo morreu na cruz, Ele cumpriu a Lei do Antigo Testamento (Romanos 10:4, Gálatas 3:23-25, Efésios 2:15). A conclusão antibíblica é a de que não há nenhuma lei moral que Deus espera que os cristãos obedeçam.
O apóstolo Paulo tratou da questão do antinomianismo em Romanos 6:1-2: "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele?" O ataque mais frequente sobre a doutrina da salvação pela graça é que ela encoraja o pecado. As pessoas podem se perguntar: "Se sou salvo pela graça e todos os meus pecados são perdoados, por que não pecar o quanto quiser?" Esse pensamento não é o resultado de uma verdadeira conversão porque a verdadeira conversão produz um maior, não menor, desejo de obedecer. O desejo de Deus – e o nosso desejo quando somos regenerados por Seu Espírito - é que nos esforcemos a não pecar. Como gratidão por Sua graça e perdão, queremos agradá-Lo. Deus nos deu o Seu dom infinitamente misericordioso através da salvação em Jesus (João 3:16; Romanos 5:8). Nossa resposta é consagrar nossa vida a Ele como uma forma de amor, adoração e gratidão pelo que Ele fez por nós (Romanos 12:1-2). O antinomianismo é antibíblico por aplicar de forma errada o significado do favor gracioso de Deus.
A segunda razão por que o antinomianismo é antibíblico é que existe uma lei moral que Deus espera que obedeçamos. Primeiro João 5:3 nos diz: "Porque este é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são penosos." O que é essa lei que Deus espera que obedeçamos? É a lei de Cristo - "Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas" (Mateus 22:37-40). Não, não estamos sob a Lei do Antigo Testamento. Sim, estamos sob a lei de Cristo. A lei de Cristo não é uma extensa lista de códigos legais. É uma lei de amor. Se amarmos a Deus com todo nosso coração, alma, mente e força, não faremos nada que o desagrade. Se amarmos o nosso próximo como a nós mesmos, não faremos nada para prejudicá-los. A obediência à lei de Cristo não é um requisito para ganhar ou manter a salvação. A lei de Cristo é o que Deus espera de um cristão.
O antinomismo é contrário a tudo o que a Bíblia ensina. Deus espera que vivamos uma vida de moralidade, amor e integridade. Jesus Cristo nos libertou dos comandos pesados da Lei do Antigo Testamento, mas isso não é uma licença para pecar e sim um pacto de graça. Devemos lutar para vencer o pecado e cultivar a justiça, dependendo do Espírito Santo para nos ajudar. O fato de que somos graciosamente livres das exigências da Lei do Antigo Testamento deve resultar em nós vivendo em obediência à lei de Cristo. Primeiro João 2:3-6 declara: "E nisto sabemos que o conhecemos; se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade; mas qualquer que guarda a sua palavra, nele realmente se tem aperfeiçoado o amor de Deus. E nisto sabemos que estamos nele; aquele que diz estar nele, também deve andar como ele andou.”" https://www.gotquestions.org/Portugues/antinomianismo.html.
2. A Lei e o Evangelho. Conforme visto na lição anterior, Jesus não desprezou a Lei. Em Mateus 5.21 vemos claramente isso. A expressão “Ouvistes o que foi dito aos antigos” aponta para uma retrospectiva de um ponto da Lei de Moisés. Diferentemente dos escribas e fariseus, nosso Senhor deu ênfase à autoridade da Lei e revelou a real intenção de Deus presente nela. Atente para os mandamentos “ Não matarás” (Êx 20.13). Enquanto os escribas e fariseus interpretavam esse mandamento de maneira restrita ao ato literal de matar uma pessoa, nosso Senhor o ampliou e aprofundou, demonstrando que o homicídio tem início no coração do ser humano a partir da ira, do ódio, da cólera (cf. M t 5.22).
COMENTÁRIO
Quando Jesus faz a citação “Ouvistes... Eu, porém, vos digo”, trata-se de uma citação de Êx 20.13; Dt 5.17. Jesus não estava alterando os termos da lei em nenhuma dessas passagens. Em vez disso, ele estava corrigindo o que eles "ouviram" — a compreensão rabínica da lei, Jesus estava ‘pregando’ àquela gente de uma forma correta e não segundo a interpretação dada pelos religiosos.
Outra vez cito John Stott: “[..] temos a fórmula introdutória, começando com ouvistes que foi dito aos antigos (vs. 21, 33), ou ouvistes que foi dito (vs. 27, 38, 43); ou, mais resumidamente ainda, também foi dito (v. 31). As palavras comuns para estas fórmulas são foi dito, que representam o verbo grego errethé. Esta não era a palavra que Jesus usava quando citava as Escrituras. Ao apresentar uma citação bíblica, tanto o verbo como o tempo eram diferentes, isto é, gegraptai (perfeito, “está escrito”), e não errethé (aoristo, “foi dito”). Nas seis antíteses, o que Jesus contradizia não eram as Escrituras, mas a tradição; não a palavra de Deus que eles tinham “lido”, mas a instrução oral que fora dada “aos antigos” e que eles também tinham “ouvido”, uma vez que os escribas continuavam ensinando-a nas sinagogas. O Professor David Daube confirma isto com o seu conhecimento profundo da língua hebraica usada pelos rabinos. O verbo “ouvir” está associado, diz ele, com “o significado superficial, literal, das Escrituras”. Portanto, nas duas partes da fórmula introdutória, “a primeira apresenta uma regra bíblica rigorosamente interpretada, e a segunda, uma exigência mais ampla feita por Jesus”. E, de novo, “estas declarações: ‘Ouvistes… eu, porém, vos digo’, têm a intenção de provar que Jesus é o defensor da lei, não o destruidor… é a revelação de um significado mais completo para uma nova época. A segunda parte tem antes a intenção de revelar do que de revogar a primeira”. Poder-se-ia dizer que, em relação às distorções dos escribas, o termo “antítese” descreve corretamente o ensinamento de Jesus, enquanto que, em relação à lei propriamente dita, “exegese” seria a palavra mais exata. Sua disputa não era a respeito da lei, pois os líderes judeus e ele próprio aceitavam a autoridade divina daquela mas sobre a sua correta interpretação”. STOTT, John. Contracultura cristã. A mensagem do Sermão do Monte. Editora: ABU, 1981, pag. 37.
3. Legalismo x Antinomismo. O legalismo é uma atitude que se concentra na observância e prática rigorosa das leis com o elemento determinante para uma comunidade alcançar o favor de Deus. Por outro lado, o antinomismo rejeita todo tipo de normas morais, deixando a pessoa livre para pecar. Assim, o legalismo foi refutado duramente pelo apóstolo Paulo (Fp 3.3-4), e o antinomismo fere de morte a vocação dos cristãos para a santidade (Rm 1.7; 1 Pe 1.15,16). Como amamos todo o conselho de Deus revelado nas Sagradas Escrituras, afirmam os que os princípios morais divinos revelados na Bíblia, a Palavra de Deus, são atemporais, válidos em qualquer época e cultura. E, por isso, o cristão fiel à Bíblia tem cuidado tanto com o legalismo quanto com o antinomismo.
COMENTÁRIO
O legalismo é, por definição, uma tentativa de acrescentar algo à obra completa de Cristo. É confiar em outra coisa senão em Cristo e em sua obra completa e permanente diante de Deus. Ser legalista e ‘achar que pode fazer algo para merecer ser/permanecer salvo! A palavra "legalismo" não pode ser encontrada na Bíblia. É um termo que os Cristãos evangélicos usam para descrever uma posição doutrinária que enfatiza um sistema de regras e regulamentos para alcançar salvação e crescimento espiritual. De acordo com a doutrina ensinada na Bíblia, essa posição vai de encontro à graça de Deus.
A refutação do legalismo no Novo Testamento é primariamente uma resposta às perversões da doutrina da justificação somente pela fé. A maioria dos oponentes do Salvador eram aqueles que acreditavam que eles eram justos em si e por si mesmos, com base em seu zelo e compromisso com a lei de Deus. Os fariseus, saduceus e escribas exemplificavam, por suas palavras e ações, o legalismo doutrinário nos dias de Cristo e dos Apóstolos. Enquanto eles faziam apelos ocasionais à graça, eles se autojustificavam, truncavam e distorciam o significado bíblico da graça. O apóstolo Paulo resumiu a natureza do legalismo judaico quando escreveu: “Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus. Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10. 3,4).
Definir legalismo de uma forma bíblica seria dizer “alguém que toma a Lei e a usa de uma forma que mereça a salvação”. Legalismo é uma tentativa de salvação. Ainda assim, frequentemente ouvimos o termo usado dessa forma: “Oh, estas pessoas são legalistas”. Os puritanos foram frequentemente esteriotipados desta forma. Eles eram tão firmes em trazer o significado da Lei, que foram considerados legalistas. Mas se realmente entenderemos a definição acima, então descobriremos que pessoas que seguem a Lei de Deus de uma forma que não buscam adicionar algo à obra meritória de Jesus Cristo e à sua Cruz não são legalistas. Legalista, por definição, seria dizer que a Lei ajuda a ganhar a salvação. Este foi o problema com os judaizantes. Eles pensavam que guardar a Lei mais crer na obra de Cristo fazia uma pessoa salva. Em Gálatas 5:4, Paulo diz: “De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes”. Existiam alguns que pensavam que ser circuncidado ajudava na salvação. Mas Paulo diz que no momento que você adiciona alguma coisa à obra de Cristo, então você caiu da graça. A obra de Cristo somente justifica o ímpio (Gl 2:16; 3:11-13, 24; 6:13-14). (Solo Christus - Cristo Somente).
Legalistas estão errados. Você não pode usar a Lei para ser salvo. Você não pode guardar os mandamentos como forma de justificação porque ninguém faz só o que é certo e nunca peca (Ec 7:20). Aqueles que tropeçam em um ponto são culpados da Lei inteira (Tiago 2:10). A Lei apresenta o nosso pecado, mas não pode nos salvar. Ela somente nos faz conscientes de nossa necessidade (Rm 7:7).
Do Site ‘Voltemos ao Evangelho, extraí o seguinte: “Legalismo Prático - Existe outro tipo de legalismo contra o qual devemos estar atentos – o legalismo prático que pode, imperceptivelmente, assumir o controle de nossos corações. Por natureza, a aliança das obras está gravada em nossas consciências. Ainda que os crentes se tornaram novas criaturas em Cristo, eles ainda carregam consigo o velho homem – a velha natureza pecaminosa de Adão. O comportamento padrão da velha natureza é o de mentalmente se colocar novamente sob o pacto das obras. Estamos sempre em perigo de nos tornarmos legalistas práticos alimentando ou negligenciando o espírito legalista.
É totalmente possível para um homem ou uma mulher ter uma mente cheia de doutrina ortodoxa, ao mesmo tempo que tem um coração cheio de autojustiça e orgulho. Podemos estar intelectualmente comprometidos com as doutrinas da graça e ter um “discurso vazio” quanto à liberdade que Cristo comprou para os crentes, ao mesmo tempo em que negamos isso por meio de nossas palavras e ações. Um espírito legalista é fomentado pelo orgulho espiritual. Quando um crente experimenta crescimento ou força no conhecimento espiritual, ele está em perigo de começar a confiar somente em sua experiência espiritual. Quando isso acontece, os legalistas práticos começam a desprezar os outros e julgar pecaminosamente aqueles que não experimentaram o que eles experimentam. Em seu sermão “Trazendo a Arca para Sião uma segunda vez”, Jonathan Edwards explicou que havia observado a realidade do orgulho espiritual e do legalismo prático entre aqueles que haviam experimentado o reavivamento durante o “Grande Despertamento”:
“Há uma disposição excessiva nos homens, enquanto vivem, para fazer justiça ao que são em si mesmos, e uma disposição excessiva nos homens para fazer uma justiça de experiências espirituais, bem como outras coisas. . . um convertido é capaz de ser exaltado com altos pensamentos de sua própria eminência na graça”.
Talvez o mais prejudicial de todos seja o modo pelo qual um espírito legalista pode se manifestar no púlpito. Um ministro pode pregar a graça de Deus no evangelho sem experimentar essa graça em sua própria vida. Isso, por sua vez, tende a alimentar um espírito legalista entre certos membros da igreja.
A cura para o legalismo - A graça de Deus no evangelho é a única cura para o legalismo doutrinário e prático. Quando reconhecemos o legalismo doutrinário ou prático em nossas vidas, devemos fugir para o Cristo crucificado. Ao fazê-lo, novamente começaremos a crescer em nosso amor por aquele que morreu para nos curar de nossa propensão a confiar em nossas próprias obras ou realizações. Precisamos diariamente ser lembrados da graça que cobriu todos os nossos pecados, nos proveu com a justiça que vem de fora de nós mesmos e nos libertou do poder do pecado. Só então poderemos seguir com alegria a santidade. Só então amaremos a lei de Deus sem tentar guardá-la para nossa justificação diante dele. O grito de um coração libertado do legalismo é este:
“Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão”. (Gl 2. 20–21).” https://voltemosaoevangelho.com/blog/2019/01/definindo-legalismo/.
II- A CÓLERA É 0 PRIMEIRO ATO PARA O HOMICÍDIO
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1. Jesus e o sexto mandamento. Jesus não anulou o sexto mandamento do Decálogo (Êx 20.13; Dt 5.17). Contudo, sua interpretação foi mais elevada e profunda, pois revelou que a ira ou cólera contra um irmão é um tipo de homicídio no coração, com o bem afirmou o apóstolo João: “Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna” (1 Jo 3.15). Não é por acaso que o verbo “irar” no grego, em Mateus 5.22, é orgizo, que significa provocar, incitar a ira, estar zangado, estar enfurecido. A fúria e a ira de Caim o levaram a cometer o primeiro homicídio contra o próprio irmão (Gn 4.5,8). Portanto, o sexto mandamento não envolve apenas um a sanção penal, mas elementos mais profundos como palavras, emoções, insultos e outras ações que se antecipam ao homicídio.
COMENTÁRIO
A Bíblia começa com o Deus vivo criando coisas vivas. Todas as coisas são dele, por ele e para ele (Rm 11.36). Tudo na vida deve sua existência a ele. Ele anima todas as coisas. Em resumo, ele é o Deus da vida, um Deus que é vivo e que gera coisas vivas. Mesmo quando o diabo tentou frustrar o seu espetáculo vivo, introduzindo a morte – espiritual e física –, Deus a sobrepujou por meio de Jesus. Nele estava a vida (Jo 1.4) e essa vida era como o alvorecer de um novo dia trazendo luz para todos os homens e dissipando as trevas do maligno (1Jo 2.8). Em Jesus e por sua poderosa ressurreição à vida, Deus está soprando nova vida num mundo tenebroso e caído (2Co 5.17). “Ao longo de seu ministério público, Jesus deu grande importância para os dez mandamentos. Em diversas ocasiões, ele citou, explicou e defendeu os mandamentos do decálogo. Por exemplo, ele citou o decálogo para o jovem rico que lhe perguntou sobre a vida eterna:
MATEUS 19
(16) E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?
(17) E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.
(18) Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho;
(19) Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Tudo o que Jesus ensinou em seu ministério público sobre sobre o que é certo e o que é errado, sobre o padrão de justiça de Deus e sobre doutrina do arrependimento é sempre uma explicação e uma aplicação de algum mandamento do decálogo (os dez mandamentos). Aliás, um dos mais importantes sermões de Jesus, o Sermão do Monte, não é outra coisa senão uma defesa e exposição dos dez mandamentos”. Extraído de: https://catequesepresbiteriana.com/2019/08/06/o-que-jesus-ensinou-sobre-os-dez-mandamentos-parte-1-introducao-e-sexto-mandamento/.
O Pastor Hernandes Dias Lopes, escreve em ‘Mateus Jesus, O Rei dos reis’ (Hagnos), citando o Dr Sproul: “A interpretação de Jesus sobre o homicídio (5.21-26) - C. Sproul ajuda-nos a compreender essa passagem, quando escreve: Os rabinos acreditavam que o mandamento para não matar era cumprido quando não se cometia assassinato em primeiro grau, mas Jesus mostra que este mandamento é muito mais profundo do que o ato externo de homicídio. Cristo indica que a lei foi dada por intermédio de Moisés de forma elíptica – isto é, nem todo o conteúdo inerente ao mandamento foi expresso em palavras. Sempre que nos deparamos com três ou quatro pontos no meio de uma frase ou um parágrafo, isto indica que determinado conteúdo foi deliberadamente deixado de fora. Estes pontos são chamados de “elipses”. Quando há elipses na lei, isto significa que, além da proibição específica, a lei também proíbe o contexto mais amplo relacionado ao ato em questão. Assim, quando Deus diz que não devemos matar, isto consequentemente significa que nós não devemos fazer qualquer coisa que prejudique a vida do próximo. O homicídio começa com raiva e ódio sem motivo, incluindo ofensas, calúnias e desavenças entre pessoas.
E por isso que Jesus disse que ninguém escapa do peso da lei simplesmente abstendo-se do assassinato em si […]. O outro aspecto da elipse é este: mesmo sem afirmá-lo, a lei ordena o contrário daquilo que proíbe e proíbe o contrário daquilo que ordena. Portanto, Jesus está dizendo aqui que, além de não devermos jamais matar o próximo por causa da importância da vida humana, também devemos promover a segurança, o bem-estar e a santidade da vida O que foi dito aos antigos não é a lei, porque sempre que a Palavra de Deus está em destaque, lê-se: “Está escrito, assim diz o Senhor”. O que está, portanto, em relevo aqui com a expressão: “Ouvistes o que foi dito aos antigos” é a interpretação dos rabinos acerca do sexto mandamento.
Estes reduziam o significado da proibição divina apenas ao ato do homicídio. Também atenuavam a penalidade da transgressão dizendo que “quem matar está sujeito a julgamento”.
Jesus amplia a abrangência do pecado, destacando que a ira, o insulto e as palavras de desprezo implicam a quebra do sexto mandamento (5.22). Jesus aqui assume um tom de superioridade em relação aos regulamentos mosaicos e aos seus intérpretes. Ele vai mais fundo, ao próprio âmago da questão. Ele encontra o princípio por trás do preceito e o endossa. Warren Wiersbe está correto quando interpreta: “Jesus não diz que a ira conduz ao homicídio, mas sim que a ira é uma forma de homicídio”. Robert Mounce destaca que a cólera que Jesus menciona aqui é orge, uma fúria interna que se multiplica, em comparação com thymos, uma fúria passageira.
Os rabinos limitavam o sexto mandamento ao ato do homicídio; Jesus, porém, deixa claro que o espírito da lei se liga não apenas ao ato, mas também à motivação. A lei perscruta não apenas as ações exteriores, mas também as motivações interiores. Embora os tribunais da terra não tenham competência para julgar a ira e palavras insultuosas, o tribunal de Deus julga o foro íntimo. Daremos contas a Deus não apenas de nossos atos, mas também de nossas palavras e intenções.” LOPES. Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pag. 198-199.
2. A cólera no contexto bíblico. Tanto o salmista quanto o apóstolo Paulo escreveram que um servo de Deus pode irar-se, mas não deve pecar (Sl 4.4; Ef 4.26). A ira é uma emoção humana. Por isso, na Bíblia, vemos pessoas justas se irando contra o pecado, contra os atos desumanos, contra o desrespeito à Palavra de Deus (Os 4.1-3). Nosso Senhor manifestou ira contra os que faziam do templo um “covil de ladrões” (Jo 2.13-17). Entretanto, a ira não pode nos controlar e devemos examinar se ela provém de um espírito reto, de um coração puro, ou se é um a obra da carne, do tipo pecaminosa, orgulhosa, odiosa e vingativa (Gl 5.20). O imperativo bíblico é que a ira não pode nos dominar (Ef 4.26; Hb 12.15).
COMENTÁRIO
É na mente e no coração que o homicídio é concebido. Veja se é possível nos irarmos contra o irmão sem ardermos por um desejo prejudicial. Seguir esse mandamento é viver na paz e na alegria da unidade e da reconciliação.
Nós não podemos sequer pensar em tirar a vida de alguém injustamente sem pensarmos em Cristo, cuja vida foi perdida nas mãos de homens ímpios e injustos. A exigência de preservar, proteger e promover a vida foi completamente esquecida enquanto eles crucificavam o nosso Salvador. Contudo, Deus estava operando ali, satisfazendo a sua ira contra o pecado e preservando sua justiça ao perdoar pecadores homicidas como nós, que injustamente tiramos a vida de outros com nossas palavras, em nossos corações e por nossas mãos. E é essa graça que nos motiva a sermos um povo da vida, trabalhando com toda a força que há em nós para preservar, proteger e promover a vida, para a glória de Deus.
Quando ele diz, no verso 22, “Eu, porém, vos digo“, ele não estava dando um mandamento novo e também não estava anulando ou alterando o significado do sexto mandamento. O que ele estava fazendo era explicar e defender o verdadeiro significado do sexto mandamento em contraste com o falso ensino dos escribas e fariseus – um significado que o mandamento sempre teve. Sabemos disso por dois motivos principais:
1. Nos versos 17-19, ele disse que, até o fim do mundo, os mandamentos da lei continuariam tendo que ser obedecidos. Se ele tinha acabado de dizer que os mandamentos da lei continuariam tendo que ser obedecidos até o fim do mundo qual é o sentido de dizer que ele estava, logo em seguida, anulando aquela lei para dar uma nova?
2. O que Jesus diz no verso 22 já era ensinado no Velho Testamento. Se o que Jesus já era ensinado no Velho Testamento, qual é o sentido de dizer que ele estava dando uma lei nova ou que ele estava alterando o sentido da lei que existia? Se ele estivesse dando uma lei nova – uma lei que não existia antes – não seríamos capaz de encontrar a mesma lei no Velho Testamento. Se encontramos a mesma lei no Velho Testamento é porque Jesus estava ensinando o mesmo mandamento que já existia no Velho Testamento.
Portanto, Jesus não estava anulando ou alterando os mandamentos antigos, mas estava explicando-os e defendendo-os contra a falsa doutrina dos escribas e fariseus. Em Mateus 5:21, Jesus não cita o sexto mandamento para alterá-lo, mas para explicar seu verdadeiro sentido, que é o sentido que encontramos na lei e nos profetas.
Outra vez cito o Pastor Hernandes Dias Lopes: “Paulo fala sobre a ira (4.26,27). “Quando sentirdes raiva, não pequeis; e não conserveis a vossa raiva até o pôr do sol; nem deis lugar ao Diabo.” Há dois tipos de raiva: a justa (4.26) e a injusta (4.31). Precisamos sentir raiva justa: a ira de Wilberforce contra a escravidão na Inglaterra é um exemplo de raiva justa. A raiva de Moisés contra a idolatria é outro exemplo clássico. A raiva de Lutero contra as indulgências é um dos mais claros exemplos desse ensinamento de Paulo. A raiva de Jesus no templo ao expulsar os cambistas é o exemplo por excelência desse princípio bíblico.
Se Deus odeia o pecado, seu povo também deve odiá-lo. Se o mal desperta sua raiva, também deve despertar a nossa (SI 119.53). Ninguém deve ficar raivado a não ser que esteja raivado contra a pessoa certa, no grau certo, na hora certa, pelo propósito certo e no caminho certo.
Paulo qualifica sua expressão permissiva sentirdes raiva com três negativos:236 1) “Não pequeis”. Devemos nos assegurar de que nossa raiva esteja livre de orgulho, despeito, malícia ou espírito de vingança; 2) “Não conserveis a vossa raiva até o pôr do sol”. Paulo não está permitindo a você ficar com raiva durante um dia, ele está exortando a não armazenar a raiva, pois pode virar raiz de amargura; 3) “Nem deis lugar ao Diabo”. O diabo gosta de ficar espreitando as pessoas zangadas para tirar proveito da situação, como fez com Caim.
Jay Adams, em seu livro O conselheiro capaz, fala sobre duas maneiras erradas de lidar com a raiva: a primeira delas é a ventilação da raiva. Há pessoas que são explosivas, que atiram estilhaços para todos os lados, ferindo as pessoas com seu destempero emocional. A segunda maneira errada de lidar com a raiva é o congelamento dela. O indivíduo não a joga para fora, mas para dentro. O resultado disso é a amargura. A solução para o congelamento da raiva é o perdão. E espremer o pus da ferida até o fim, fazendo uma assepsia da alma, uma faxina da mente, uma limpeza do coração”. LOPES, Hernandes Dias. EFESIOS Igreja, A Noiva Gloriosa de Cristo. Editora Hagnos. pag. 121-122.
3. O valor da pessoa humana. Em Mateus 5.21,22 Jesus enfatizou o valor da pessoa humana. Por isso, chamar alguém de raca, que significa inútil, cabeça oca e vazia, é uma ofensa grave, igualada à blasfêmia. Ou chamar o outro de “louco”, do grego móros, que significa ímpio, incrédulo, é uma conduta moralmente desprezível. Observe que, para quem manifestasse esses tipos de comportamentos, o fim era se tornar réu do Sinédrio e receber a condenação para o fogo do Inferno, do grego Geena, respectivamente. Nesse sentido, nosso Senhor mostra que não só peca quem comete um homicídio, mas igualmente os que nutrem a cólera, o ódio e o rancor no coração. A vida humana tem um valor sagrado. Por isso, o patrão deve tratar bem o seu empregado e este, consequentemente, deve respeitar o patrão; o irmão não pode fazer acepção de pessoas para com o outro irmão, quer por causa da cor da pele, quer por diferenças econômicas, pois como o apóstolo Pedro disse: “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas” (At 10.34).
COMENTÁRIO
Vale a pena gastar um pouquinho mais de tempo aqui. Raca é uma palavra aramaica que era usada como insulto e é usada apenas uma vez, aqui em Mateus 5.22. Jesus estava explicando que a Lei de Deus era muito mais que obedecer a regras exteriores. Jesus não tinha vindo para abolir a Lei mas para a cumprir (Mt 5.17-18). Então ele começou a mostrar que as regras de Deus são muito mais exigentes do que parecem. Não basta cumprir as regras mais óbvias; é preciso ter uma atitude interior correta. Nesse contexto, Jesus explicou que não é apenas pecado cometer homicídio. Ficar dominado pela ira e gritar insultos, como raca, para machucar alguém também é pecado. É a atitude irada e a vontade de machucar que leva ao pecado de homicídio. Por isso é importante se reconciliar e não deixar a amargura crescer (Mt 5.23-24). O insulto proferido aqui, naquela cultura, tinha a ideia de “eu cuspo em você”, isso por que “racá” vem da palavra aramaica rak, que significa “cuspir”. O Pr Hernandes Dias Lopes conclui esse raciocínio afirmando: “E o mesmo autor ressalta: A ira persistente é má; piores ainda são as palavras de desprezo, mas o pior de tudo é a malicia que destrói o bom nome do próximo. O homem que é escravo de sua ira, e se dirige ao próximo com palavras de desprezo, destruindo seu bom nome, pode nunca ter assassinado alguém, mas em seu coração é um assassino”. LOPES. Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pag. 199-200.
Do Site ‘Respostas’, extraí o seguinte: “Se chamar alguém de racá ou louco, vou para o inferno?
O problema não é chamar racá ou louco. Algumas pessoas são loucas. O problema é a intenção. Jesus estava falando sobre ficar irado e usar as palavras para machucar. Essa atitude vingativa e cruel é pecado (Romanos 12:17-19). Quem comete pecado corre o risco de ir para o inferno.
Jesus estava mostrando que ninguém é perfeito. Todos cometemos pecados e não conseguimos obedecer perfeitamente a toda a Lei de Deus. Por isso precisamos de Jesus. Apenas Jesus pode nos salvar de nossos pecados (Romanos 3:23-24).
Jesus foi a única pessoa que cumpriu perfeitamente toda a Lei de Deus. Por ser perfeito, seu sacrifício na cruz também foi perfeito, pagando o preço de todos os pecados de quem crê nele. Agora não precisamos mais viver na condenação do pecado, porque não conseguimos cumprir toda a Lei de Deus.
Mas a salvação em Jesus vai mais longe. Quando aceitamos Jesus como salvador e deixamos Deus trabalhar em nossas vidas, Ele começa a mudar nossos corações. Pelo poder de Jesus, podemos ficar livres da ira que leva a dizer palavras cruéis e a querer machucar outras pessoas. Deus pode nos encher de amor por nosso próximo, mesmo em situações difíceis (1 João 4:7)”. https://www.respostas.com.br/o-que-significa-raca/.
III- A “OFERTA DO ALTAR” E A DESAVENÇA
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1. A oferta do altar. Em Mateus 5.23.24, Jesus se dirige aos discípulos e faz com que cada um examine a si mesmo, pois um servo do Senhor não pode ofertar no altar com um coração cheio de ira e rancor. Afinal, dizer amar a Deus, mas odiar o irmão é cair na mentira (1 Jo 4.20). Para o judeu, ofertar era um ato sagrado e tal atitude fazia-o reconhecer a bondade de Deus para com ele (Gn 4.3,5; Êx 25.2; Lv 1.2; SI 66.13). Nesse sentido, o Senhor Jesus valorizava esse ato. Entretanto, não adiantava reconhecer a bondade de Deus, mas não se reconciliar com o irmão. Cabe ressaltar que o verbo grego para “reconciliar”, é diallassô, que significa mudar a mente de alguém, renovar a amizade com alguém. Ele é encontrado no Novo Testamento apenas uma vez, em Mateus 5.24. Portanto, o ensinamento de nosso Senhor é claro: não há relacionamento correto com Deus sem relacionamento verdadeiro com o irmão.
COMENTÁRIO
Na passagem, Jesus acaba de ensinar que a raiva pode levar ao assassinato, e é tão má como a do assassinato em si. E que todo aquele que está com raiva de seu irmão, será réu de juízo próprio. Esse versículo afirma que a resolução desses litígios deve ter prioridade sobre rituais religiosos, sob pena de invalidade. De tudo isto, pode-se deduzir que nós devemos cuidadosamente preservar o amor e a paz cristãos com nossos irmãos, e, se alguma vez estes forem rompidos, devemos lutar por uma reconciliação, confessando a nossa culpa, humilhando-nos perante o nosso ir mão, implorando o seu perdão, e fazendo uma indenização ou oferecendo uma compensação pelo mal feito através de atos ou palavras, de acordo com a natureza da situação; e devemos fazê-lo rapidamente, por dois motivos:
Jesus ensinou que os dois principais mandamentos são de amar a Deus e amar ao nosso próximo. Naturalmente damos muito valor ao amor a Deus. Por causa desse amor a Deus nossa adoração e serviço a Ele são muito importantes para nós. Entretanto, eu não posso servir ou adorar a Deus se houver conflito entre mim e outros filhos de Deus. É importante notar aqui que não é o adorador que tem o problema – é outro irmão. Para Jesus não importa se concordamos que a culpa é nossa ou que o problema do irmão tenha mérito. O importante para Jesus é restaurar o relacionamento. Se já tentamos e não deu resultado, então devemos seguir adiante com nosso relacionamento com Deus. Mas, devemos tomar a iniciativa sempre que soubermos de um outro irmão que tenha problema conosco. Quando nós colocamos Deus em primeiro lugar começamos a descobrir que Ele coloca pessoas em primeiro lugar – outras pessoas. Às vezes aquelas outras pessoas são inconvenientes. Porém, se nosso Pai é também Pai delas, então elas serão igualmente importantes para nós.
2. Evitando a desavença. Os versículos 25 e 26 de Mateus 5 têm relação com os versículos 23 e 24, mas uma conotação diferente: os versículos 23 e 24 dizem respeito à adoração; os 25 e 26 dizem respeito ao processo legal. Ambos, porém, procuram advertir os discípulos quanto ao problema da desavença entre irmãos. Nos versículos 25 e 26, nosso Senhor enfatiza que é preciso buscar uma solução para a desavença entre irmãos fora do tribunal. Naquela época, quando a pessoa era sentenciada, pagaria até o último kodrantes (de origem latina), que significa quadrante (aproximadamente quarta parte de um “asse”), a menor moeda de cobre romana, valendo cerca de um quarto de um centavo. Nosso Senhor, portanto, nos convida a sanar as desavenças entre nós e, assim, preservamos o bom testemunho. Atentemos para a reflexiva indagação do apóstolo Paulo: “Ousa algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo perante os injustos e não perante os santos? […] Não há, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos? ” (1Co 6.1,5).
COMENTÁRIO
Restaurar nossos relacionamentos com os filhos de Deus faz parte da restauração do nosso relacionamento com Deus. Tem algum irmão com algo contra você?
“O oposto da ira e do homicídio é a reconciliação com o irmão, a restauração de relações sadias na família de Deus. Prestar o verdadeiro culto a Deus é uma tarefa do reconciliado.
“Quem, com o coração não reconciliado, vem ouvir a palavra de Deus e receber o sacramento, recebe-os para juízo. Perante Deus o tal é homicida. Por isso ‘vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão; e, então, voltando faze a tua oferta’. (Discipulado; D. Bonhoeffer; p.74).
Vejamos dois conselhos quanto a essa questão por John Driver:
1. Tão logo um irmão se dê conta de sua ofensa, que trate de reconciliar-se com seu irmão, não importando que esteja no momento mais alto do culto, porque o culto autêntico somente é possível numa comunidade de irmãos reconciliados (v.23-24).
O texto em palavras mais modernas poderia ser escrito assim: “Se você estiver na igreja, no meio de um culto de adoração e, de repente, se lembrar de que seu irmão tem um ressentimento contra você, saia da igreja imediatamente e vá fazer as pazes com ele. Não espere que o culto termine. Procure seu irmão e peça-lhe perdão. Primeiro vá, depois venha. Primeiro vá reconciliar-se com seu irmão, depois venha e ofereça adoração a Deus.”
2. As ofensas devem ser esclarecidas, confessadas e perdoadas de modo concreto e sem demora. Tomar logo a iniciativa para uma reconciliação pode evitar que a situação criada pela ofensa se degenere ainda mais e o conflito seja mais grave (Ef 4.26-27).
A rápida solução de desavenças evita que estas floresçam e deem sua colheita amarga. De outra forma, permitir que passem de um dia para outro é dar oportunidade ao diabo e ao pecado. Se queremos evitar o homicídio perante Deus, devemos tomar todas as possíveis medidas positivas para viver em paz e em amor com todos os homens.
Num sentido mais avançado, devemos, também, entrar em acordo com Deus. Ele é o Juiz e o justificador. Ele impõe a nós as condições, e Ele dirige o tribunal dos Céus e da Terra.
“Entre em acordo com Deus. Talvez você não esteja mais vivendo neste mundo, amanhã de manhã, e então você estará indo para a eternidade. Entre em acordo com Deus, sem demora, enquanto você está com Ele a caminho” (M. Lloyd-Jones)”. https://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/o-ato-de-reconciliacao-do-cristao/
CONCLUSÃO
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Como servos de Cristo que vivem os as verdades do Evangelho, não deixemos que pensamentos, palavras e ações firam o nosso próximo, nem deixemos que as desavenças se tornem disputas entre nós. Em caso de desavenças e desentendimentos, à luz das Escrituras, deve-se reconciliar-se imediatamente, seguir em paz com todos (Hb 12.14), pois é isso que o nosso Deus desejou quando escreveu: “Não matarás ”
COMENTÁRIO
Jesus não anulou o sexto mandamento “não cometerás homicídio”, pelo contrário, ampliou-o, elevando-o até os nossos sentimentos coléricos e palavras de maldição. O crente tem os recursos espirituais para amar (Rm 12.10), abençoar (Rm 12.14), exortar (Hb 13.13), estimular as boas obras, consolar (1Ts 5.11), perdoar (Ef 4.32) e viver em paz com todos os homens (Rm 12.18). Esse é o caminho da autonegação, o caminho da cruz. Ter recursos para matar, maldizer e irar-se, mas abrir mão em obediência Àquele que abriu mão da própria vida em nosso favor. Que em nós habite o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus (Fp 2.5-8).
Espero ter ajudado...
Em Cristo,
Francisco Barbosa
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. Que ideia a palavra Antinomismo traz?
® A palavra traz a ideia de que os cristãos não precisam obedecer à lei moral do Antigo Testamento.
2. O que o Antinomismo rejeita?
® O antinomismo rejeita todo tipo de normas morais, deixando a pessoa livre para pecar.
3. O Senhor Jesus anulou o sexto mandamento?
® Jesus não anulou o sexto mandamento do Decálogo (Êx 20.13; Dt 5.17). Contudo, sua interpretação foi mais elevada e profunda, pois revelou que a ira ou cólera contra um irmão é um tipo de homicídio no coração.
4. Qual o imperativo bíblico para a ira?
® O imperativo bíblico é que a ira não pode nos dominar (Ef 4.26; Hb 12.15).
5. Qual o ensinamento de nosso Senhor quanto à desavença?
® Nos versículos 25 e 26, nosso Senhor enfatiza que é preciso buscar uma solução para a desavença entre irmãos fora do tribunal. É preciso sanar as desavenças entre nós e, assim, preservar os bom testemunho.