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3 de fevereiro de 2022

LIÇÃO 6: A BÍBLIA COMO UM GUIA PARA A VIDA

TEXTO ÁUREO

Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho.” (Sl 119.105)  

VERDADE PRÁTICA

A Bíblia é um guia seguro para a nossa caminhada cristã. Alicerçados nos ensinos da Palavra de Deus, somos instigados a viver com sabedoria e prudência.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Salmos 119.97-105

INTRODUÇÃO

A Bíblia, quando obedecida, torna-se um verdadeiro guia para o viver cristão. Cristo nos adverte ao exame das Escrituras porque nelas estão reveladas as palavras de vida eterna (Jo 5.39). Tiago assevera que a Palavra de Deus transforma a nossa natureza, e nos conduz pela vereda da salvação (Tg 1.21). Nesta lição, veremos que a Escritura é um alicerce constituído de sabedoria e prudência para a vida.

COMENTÁRIO

É um grande engano pensar que a compreensão é o objetivo final da leitura Bíblica, na verdade, é apenas o começo. Compreender e não aplicar é como preparar um banquete e não participar. Colocar em prática a Palavra de Deus é uma parte vital de nosso relacionamento com Ele. “Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos.” (Tg 1.22-NVI). O fato de Tiago chamar os cristãos professos a ser "praticantes", e não somente a praticar, enfatiza que todos os aspectos da personalidade do cristão deveriam ser caracterizados dessa maneira. Ao empregar o termos enganando-vos, literalmente ele diz "contar mal" – esse é o significado do termo grego - uma palavra usada na matemática para se referir a um erro de cálculo. Os cristãos professos que se contentam apenas em ouvir a Palavra estão cometendo um sério erro de cálculo em sua vida espiritual!

I – A BÍBLIA É UM ALICERCE PARA A VIDA

 

1. A Palavra de Deus é alicerce. Importante ressaltar que a Bíblia é a única infalível revelação escrita, divinamente inspirada (2 Tm 3.16; Ap 1.1). Quem ouve e coloca em prática a Palavra de Deus é comparado a uma pessoa prudente cuja casa é alicerçada sobre a rocha (Mt 7.24). Nesta ilustração de Jesus, a casa simboliza a vida. A vida deve ser edificada nos ensinos de Cristo a fim de alcançar a virtude e um destino glorioso (Jo 3.16). O próprio Cristo é a rocha (l Co 10.4). Ele tem as palavras de vida eterna (Jo 6.68). A síntese desse grande ensinamento é que nem as crises dessa vida e nem a eternidade poderá abalar quem está firmado em Cristo e na sua Palavra (Mt 7.25). 

COMENTÁRIO

As Escrituras Sagradas são de fato únicas em sua espécie. Não há outro livro que possa carregar o título de “inerrante Palavra de Deus”. Isto por que, somente a Bíblia revela Deus para nós (Cl 1.9-10, Jo 5.39). Como eu sei que Deus existe? Com eu sei que Ele é o Todo Poderoso? Deus se revela através da Sua Palavra (Mt 11.25-27). O Criador quer que homens e mulheres o entendam tal como Ele se revela nas Escrituras Sagradas. Quanto mais eu conheço a Bíblia, mais eu conheço a grandeza de Deus. Quanto maior for o tamanho de Deus para mim, maior a minha fé Nele (Rm 10.17). A fé em Deus é simplesmente fé na Sua Palavra.  Ela própria nos ensina a obtermos fé. Se não temos fé, a falha não é de Deus. Razão pela qual devemos examinar as Escrituras, porque são elas mesmas que testificam a respeito de quem é o Senhor. Mas este Santo Livro também revela o propósito de Deus para nós (Ec 3.1, Jr 29.11). Deus não faz nada sem propósito. Quando formou o homem e a mulher Deus tinha um propósito no coração. Você faz parte do sonho de Deus antes da fundação do mundo (Ef 1.3-6).  Somos a geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, com o propósito de anunciar as grandezas daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1Pe 2.9). “Assim também ocorre com a palavra que sai da minha boca: ela não voltará para mim vazia, mas fará o que desejo e atingirá o propósito para o qual a enviei” (Is 55.11-NVI). ELA revela o amor de Deus por nós (Jr 31.3, 1Jo 4.7-16). Nada se compara ao amor de Deus por nós.  A Bíblia revela o amor, a graça, a misericórdia e a grandeza de Deus. A Bíblia é uma carta de amor do Pai para o filho, para que ele se dê bem. Deus é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo quando ainda estávamos mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2.4-5). Quem está cheio de Deus, naturalmente estará cheio de amor (1Jo 4.7-8). Andar em amor é o objetivo número um do verdadeiro cristão (1Jo 4.11-12). Nada poderá nos separar do amor de Deus (Rm 8.38-39).

Os verdadeiros seguidores de Jesus não irão apenas ouvir as Suas palavras, mas praticá-las, permitindo que a mensagem faça diferença em sua vida. Nesse ensino, Jesus explicou que o verdadeiro seguidor, que pratica as Suas palavras, é como a pessoa que constrói a sua casa sobre a rocha. Aquele que “constrói sobre a rocha” é um discípulo que ouve e obedece, e não um impostor. Praticar a obediência é construir sobre o sólido alicerce das palavras de Jesus, a fim de enfrentar as tempestades da vida. Mesmo em meio à chuva, à inundação, e aos ventos, o alicerce que estiver sobre a rocha não será afetado. 7.26,27 Em contraste com a pessoa sábia (7.24), a pessoa insensata ouve o ensino de Jesus e o ignora. Embora as duas pessoas tenham construído suas casas, e essas casas até pareçam idênticas, somente uma suportará o teste. Somente a pessoa que ouve e pratica a vontade de Deus receberá a recompensa. A casa construída sobre a areia irá desabar. Quando vierem as tempestades, a pessoa não terá firmeza, a sua vida se despedaçará, e o fim será uma grande queda – o juízo final, a destruição (7.13,14), e a separação de Deus (7.22,23). Assim como o caráter é revelado pelos frutos (7.20), a fé é revelada através das tempestades. A pessoa sábia, que procura agir de acordo com a Palavra de Deus, edifica a sua vida de forma que esta possa suportar qualquer dificuldade ou problema. Será o alicerce, e não a casa, que determinará o que acontecerá no dia do juízo finalComentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 55.   

2. A Palavra de Deus é luz. Os Salmos declaram que a Palavra de Deus é “lâmpada para os pés” e “luz para o caminho” (Sl 119.105). Significa que a Bíblia possui orientações para cada passo do nosso viver e instruções para todo o curso da nossa vida. Pedro fala da Palavra com o “um a luz que alumia em lugar escuro” (2 Pe 1.19). Quer dizer que a luz das Escrituras dissipa a escuridão espiritual e nos conduz em segurança pelo caminho da vida eterna. Cristo disse: “ Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas” (Jo 8.12); e Paulo ensina que devemos andar como filhos da luz (Ef 5.8), isto é, afastados da prática do pecado (1 Jo 3.6). 

COMENTÁRIO

A Palavra de Deus fornece a iluminação para se caminhar sem tropeçar. Pedro utiliza a designação "palavra profética" referindo-se não somente aos profetas maiores e menores do Antigo Testamento, mas a todo o Antigo Testamento. Sem dúvida, todo o Antigo Testamento foi escrito por "profetas" no sentido mais estrito da palavra, uma vez que eles falaram e escreveram a Palavra de Deus, que era a tarefa de um profeta, e aguardaram ansiosos, de certo modo, pelo Messias que haveria de vir (cf. Lc. 24.27). De igual modo, e por serem palavra profética, ele ainda recomenda: “fazeis bem em atendê-la”; Pedro estava advertindo os cristãos que, uma vez que eles seriam expostos aos falsos mestres, tinham de prestar cuidadosa atenção à Escritura, pois ela é uma candeia que brilha em lugar tenebroso. As trevas sombrias deste mundo caído impedem as pessoas de ver a verdade até que a luz brilhe. A luz é a lâmpada da revelação, a Palavra de Deus ( Sl 119.105; Jo 17.17). Note, ainda, que escreve: “o dia clareie e a estrela da alva nasça”, essas imagens simultâneas marcam a parousia, ou seja, o aparecimento de Jesus Cristo (Lc 1.78; Ap 2.28; 22.16). A segunda vinda não terá somente um impacto exteriormente transformador sobre o universo (2Pe 3.7-13), mas também um impacto interiormente transformador nos cristãos que estiverem vivos quando Jesus voltar, acabando para sempre com qualquer dúvida que eles ainda tenham. A revelação perfeita, mas limitada, das Escrituras será substituída pela revelação perfeita e completa de Jesus Cristo na sua segunda vinda (Jo 14.7-11; 21.25). Então, as Escrituras terão se cumprido; e os cristãos, feitos semelhantes a Cristo (1 Jo 3.1-2), terão conhecimento perfeito e toda profecia será abolida (1Co 13.8-10).

Mathew Henry screve: “Observe aqui: 1. A natureza da palavra de Deus e a grande intenção de entregá-la ao mundo; ela é lâmpada […] e luz. Ela revela-nos coisas sobre Deus e nós mesmos que, do contrário, não conheceríamos; ela mostra-nos o que está errado e é perigoso; ela guia-nos em nosso trabalho e caminho; na verdade, o mundo seria um lugar sombrio sem ela. Ela é uma lâmpada que podemos levantar para nós e tomar em nossa mão para nosso uso particular (Pv 6.23). O mandamento é a lâmpada que continua a queimar com o óleo do Espírito; ela é como as lâmpadas do santuário e a coluna de fogo para Israel. 2. O uso que devemos fazer dela. Ela deve ser não só luz para os olhos para gratificá-los e encher nossa mente com especulações, mas também lâmpada para os [»ossos] pés […] e luz para o [vosso] caminho para nos guiar na arrumação correta de nossa conversa tanto na escolha de nosso caminho, em geral, e dos passos, em particular, que damos nesse caminho, para que não tomemos um caminho falso nem demos um passo em falso no caminho correto. Assim, somos realmente sensíveis à bondade de Deus conosco em nos conceder essa lâmpada e essa luz quando a tornamos o guia de nossos pés, do nosso caminhoHENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Jó a Cantares de Salomão. Editora CPAD. pag. 642.    

3. A Palavra de Deus é imutável. Tendo a inspiração divina como pressuposto, ratificamos novamente que a Palavra de Deus é a nossa autoridade final de fé e prática (2 Pe 1.21). A Bíblia difere de outros livros porque seus ensinos são fidedignos e confiáveis, não erram e nem falham (Jo 10.35). Desse modo, o texto bíblico permanece inalterado (Mc 13.31). Por conseguinte, os princípios bíblicos têm aplicação hoje, assim como o tiveram antigamente (Is 55.11) – Os padrões da ética e da moral cristã não sofrem mudanças (l Pe 1.20). Portanto, os valores cristãos são permanentes, pois a fonte de autoridade é permanente (Mt 5.18). Assim sendo, o comportamento e o caráter do cristão se alicerçam nas doutrinas bíblicas (Ef 2.20). 

COMENTÁRIO

Assim como a Escritura não é de origem humana, ela também não é o resultado da vontade humana. A ênfase na expressão é que nenhuma porção da Escritura foi produzida porque os seres humanos assim o quiseram. A Bíblia não é o produto do esforço humano. Na verdade, os profetas às vezes escreviam o que não conseguiam entender completamente (1Pe 1.10-11), mas, apesar disso, foram fiéis em escrever o que Deus lhes revelou, movidos pelo Espírito Santo. Gramaticalmente, significa que eles sempre foram levados ou conduzidos pelo Espírito de Deus (Lc 1.70; At 27.15,17). Portanto, o Espírito Santo é o autor e o criador divino aquele que produziu as Escrituras. Somente no Antigo Testamento, os escritores humanos referem-se mais de 3.800 vezes aos seus escritos como as palavras de Deus (Jr 1.4; 3.2; Rm 3.2; 1Co 2.10). Embora os autores humanos da Escritura fossem mais ativos do que passivos no processo de composição da Escritura, Deus, o Espírito Santo, supervisionou-os para que, usando sua própria personalidade, processos de pensamento e vocabulário individuais, cada um deles escrevesse e registrassem nenhum erro as palavras exatas que Deus queria que fossem escritas. As cópias originais da Escritura são, portanto, inspiradas por Deus (2Tm 3.16) e inerrantes, ou seja, não têm erros (Jo 10.34-35 17.17; Tt 1.2). Pedro definiu o processo de inspiração que criou um texto original sem erros: “por que nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21).

CHAMPLIN escreve: “Temos aqui as palavras de Jesus, suas profecias e ensinamentos. São certas como a lei, e não podem falhar, mesmo que passem o céu e a terra. Nesta afirmativa temos uma espécie de p rim e ira declaração do cânon, pois quando as palavras de Jesus foram registradas, imediatamente assumiram posição «canônica», em nada ficando a perder para as Escrituras do A.T . Não admira, pois que evangelhos (juntamente com dez epístolas paulinas) tenham formado o cânon original do N.T., e que, muito antes de qualquer formalização do «cânon», as palavras de Jesus fossem consideradas «autoritárias» Proverbialmente, «…o céu e a terra …» são as coisas mais perduráveis. Mas são transitórias, em comparação com as palavras d Cristo. De fato, finalmente, se dissiparão. Naturalmente, sua palavra é continua, não podendo ser contida em um livro ou em uma coleção de livros. Sempre dependeremos de sua palavra doadora de vida. Muito temos ainda que aprender que elo ainda não nos pode dizer; c sempre as coisas serão assim. A aplicação imediata do vocábulo «palavras», neste caso, é o pequeno apocalipse (suas predições; mas, por extensão, todas as suas palavras devem ser incluídas, aquelas que já foram ditas, aquelas que estão sendo ditas, e aquelas que ainda serão ditasCHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 1. pag. 774.   

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II – A BÍBLIA NOS TORNA PESSOAS SÁBIAS

 

1. O conceito de sabedoria. O substantivo hebraico para sabedoria é hokmãh; e o seu correspondente em grego é sophia. Ambas as palavras têm o sentido de “habilidade”, “experiência” e “qualidade de quem é sábio”. A obra Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal assegura que “a sabedoria reúne o conhecimento da verdade com a experiência do cotidiano”. Significa que o conhecimento absorvido pela mente deve ser aplicado em todas as situações da vida (Pv 4.5-8). Nesse aspecto, o conhecimento sem a prática não produz sabedoria (Pv 3.7). 

COMENTÁRIO

Segundo a bíblia o sábio é aquele que conhece e teme a Deus. Não adiantaria nada termos todo conhecimento do mundo e perdermos a salvação de nossas almas por não caminhar com aquele que criou todas as coisas. A Enciclopédia da Bíblia (Cultura Cristã) esclarece: “SABEDORIA destreza, habilidade, consequentemente: criterioso, usando razão habilmente, inteligência ampla e cheia e entendimento. Estas são de longe as palavras mais comuns na Bíblia a serem traduzidas pelo termo “sabedoria”, embora existam outros termos de ocorrência menos frequente traduzidos também como “sabedoria”: em hebraico discernimento, prudente; conselho ou entendimento)”. MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 276.

CHAMPLIN também escreve: “Caracterização Geral Ter sabedoria é pensar bem e agir bem em qualquer empreendimento realizado, seja secular ou espiritual. Deus é a principal fonte de todo o bom pensamento e óe toda a boa realização, pois seu espírito vive no homem, é expresso nele e conduz O caminho. A sabedoria pode ser destreza mecânica e habilidade nos trabalhos manuais (Êxo. 28.3); a arte dos mágicos (Gên. 41.8; Êxo. 7.11); sagacidade, aprendizado, experiência, aplicação do conhecimento (Já 12.2; 38.37; Sal. 105.22); as filosofias engenhosas dos pagãos (I Cor. 1.20; 2.5; 3.19). A sabedoria é um atributo de Deus (I Tim, 1.17; Jud. 25) e um presente especial de Deus ao homem (Atos 6.10; I Cor. 2.6; 12.8; Efé, 1.17; Tia. 1.5; 3.15-17). Jesus, o Cristo, era a sabedoria personificada (l Cor. 1.30). A sabedoria era tratada como uma Senhora Nobre que é tanto profetisa quanto professora (Pro. 1.20-33; 9.1-6). Esta mulher é mãe e esposa, e pode tomar-se irmã de alguém (Cantares de Salomão; Pro. 7.4; 31.1 O). Como esposa e mulher, é uma boa conselheira e mestra (Pro. 8.6-10, 14). É contrastada com a mulher ignorante e profana (Pro. 9.13-18). A Boa Senhora “seduz” aos bons pensamentos e atos; a senhora ignorante está interessada apenas no corpo, em seus apetites e adornos (Pro. 2.16; 5.3-20; 7.5-27). Este motivo de Sabedoria Feminina repete-se em outros livros judaicos, como Sabedoria de Salomão, Siraque, Baruque e em algumas passagens dos materiais do QumranCHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 6. pag. 7.   

2. Deus é a fonte da sabedoria. A sabedoria é um dos atributos divinos (Dn 2.20; Rm 16.27). Portanto, Deus é a sua fonte (Pv 2.6; Ef 1.16,17). A sabedoria divina é inescrutável (Rm 11.33) Toda a sabedoria dos santos provém da parte de Deus (Ef 1.8,9). Em resumo, visto que Deus é a verdadeira sabedoria, as suas palavras e seus atos são igualmente sábios (Sl 19.7; Pv 3.19). Nesse sentido, todos que vivem de acordo com os preceitos da Palavra de Deus são considerados pessoas sábias (l Co 2.6,7). 

COMENTÁRIO

A Maior Fonte de Toda Sabedoria “… ao Rei eterno, imortal, invisível, único Deus” (1Tm 1.17); “… o único Deus, nosso Salvador” (Jd 25). O teísmo bíblico representa Deus como o dono de qualidades humanas mais nobres em grau infinito. Platão transformou a sabedoria em um de seus “universais”, a partir da qual fluem todas as manifestações inferiores da mesma qualidade, e isto está em consonância com o pensamento bíblico. A sabedoria é atribuída à Deidade (I Reis 3.28; Isa. 10.13; 31.2; Jer. 10.12; 51.15; Dan. 5.11). Deus tomou conhecida Sua sabedoria na natureza e na revelação. Ele a abre à intuição humana se um homem for piedoso e estiver em busca de um caminho mais alto (Rom. 11.33; I Cor. 1.24,26; Tia. 1.5; Apo. 7.12; Atos 6.10; Efé. 1.17; Col. 1.9; 3.16). Logicamente, a despeito das revelações, a sabedoria divina não pode ser alcançada pelo homem em nenhum sentido completo, mas é meramente um aspecto da salvação do homem (o ser finito, em constante movimento em direção a Deus, o Infinito). Esse é um processo eterno.

3. O temor é o princípio da sabedoria. A Bíblia registra que “O temor do Senhor é o princípio do saber” (Pv 1.7 – NAA). A frase “temor do Senhor” não significa ter medo de Deus, mas expressa reverência e adoração (Dt 10.12). Essa atitude é o preceito pelo qual se inicia a sabedoria. O temor a Deus produz entendimento (Rm 12.1,2). E, por meio da obediência às Escrituras, os cristãos passam a viver como pessoas sábias (Ef 5.15). Em contraste, os que rejeitam ao Senhor e à sua Palavra permanecem na ignorância (Sl 14.1). 

COMENTÁRIO

O tema que se estende acima de todos nesse livro, particularmente nos nove primeiros capítulos, é apresentado — a reverência a Deus (veja v. 29: 2.5; 3.7; 8.13; 9.10; 14.26-27; cf., também, ]ó 20.20; SI 34.11; At y,31). Veja In[1]trodução: Temas históricos e teológicos. Essa admiração reverente e temor submisso são fundamentais para todo conhecimento espiritual e sabedoria (cf. 2.4-6; 9.10: 15.33: Jó 28.28; SI 111.10: Ec 12.13). Conquanto o não crente possa fazer declarações sobre a vida e a verdade, ele não terá o conhecimento verdadeiro e absoluto até que: desfrute de um relacionamento redentor com Deus que inclua a admiração reverente. Observe esta progressão:

1) ensinando sobre Deus;

2) aprendendo sobre Deus;

3) temendo a Deus;

4) conhecendo Deus; e

5) imitando a sabedoria de Deus.

O temor do Senhor é um estado mental em que as atitudes, desejos, sentimentos, ações e objetivos de uma pessoa são substituídos pelos de Deus (cf. SI 42.1).

CHAMPLIN escreve: “TEMOR O medo é uma das principais emoções humanas. O trecho de Hebreus 2: 15 reconhece quão importante é essa emoção, dentro da experiência humana, declarando que, por causa do temor da morte, os homens passam a vida inteira na escravidão ao diabo. Existem temores benéficos e temores prejudiciais. O melhor temor de todos é o temor a Deus e das coisas que devemos evitar. Os temores prejudiciais são desnecessários, além de demonstrarem imaturidade e falta de fé. Temores Benéficos 1. O Temor de Deus. Deus é o mais apropriado objeto do nosso temor (1sa. 8:13). Deus é o autor do nosso temor (ler. 32:39); o temor a Deus consiste no ódio ao mal (pro. 8:13), na sabedoria (Jó 28 :28; Sal. 111: 10). O temor a Deus é um tesouro para os santos (Pro. 15: 16); serve-lhes de força santificadora (Sal. 19:7-9). O temor a Deus nos é ordenado (Deu. 13A; Sal. 22:23). É inspirado pela santidade de Deus (Apo. 15:4). A grandeza de Deus nos inspira a temê-lo (Deu. 10:12). A bondade de Deus leva-nos também a temê-lo (1 Sam. 12:24). O temor a Deus conquista o perdão divino (Sal. BOA). As admiráveis obras de Deus inspiram-nos ao temor a Deus (Jos. 4:23,24). Os juízos de Deus levam os homens a temê-lo (Apo. 14:17). O temor a Deus é algo necessário como parte da adoração ao Senhor (Sal. 5:7). Faz parte do serviço que prestamos a Deus (Sal. 2:11; Heb. 12:28). O temor a Deus inspira os homens a um governo justo (ll Sam. 23 :3). O temor a Deus é uma influência aperfeiçoadora (lI Cor. 7: 11).As Escrituras ajuda-nos a compreender o temor a Deus (pro. 2: 15). O Temor de Deus Residente no Homem. Aqueles em quem há o temor a Deus agradam o Senhor Deus (Sal. 147:11). Deus compadece-se dos tais (Sal. 103:13). Eles são aceitos por Deus (Atos 10:35). Eles recebem de sua misericórdia (Sal. 103: 11,17; Luc. 1:50); eles confiam em Deus (Sal. 115:11; Pro. 14:26). Eles afastam-se do mal (Pro. 16:6); eles têm comunhão com pessoas dotadas das mesmas atitudes santificadas (Mal. 3: 16). Deus cumpre os desejos daqueles que o temem (Sal. 145:19); e a vida deles é prolongada na terra (Pro. 10:27). O Temor de Deus como uma Virtude. Os homens deveriam orar a fim de receberem o temor a Deus (Sal. 86:11). O temor a Deus é exibido na vida cristã autêntica (Col. 3:22). Também demonstramos nosso temor a Deus quando damos aos nossos semelhantes uma razão para a nossa expectação espiritual (I Ped. 3: 15). O temor a Deus é uma atitude que deveríamos manter com constância (Deu. 14:23; Pro. 23: 17). Deveríamos ensinar aos outros o temor a Deus (Sal. 34: 11). Quem teme a Deus tem vários pontos de vantagem (Pro. 15: 16; 19:23; Ecl. 8:12,13). Os ímpios, por sua vez, não sabem o que é temer a Deus (Sal. 36: 1; Pro. 1:29; Rom. 3: 18). CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 6. pag. 336.   

4. Os benefícios da sabedoria. O salmista declara que o ato de meditar na Palavra de Deus, o tornou mais sábio do que todos à sua volta (Sl 119.98-100). Essa afirmação significa que ele adquiriu sabedoria ao aplicar os preceitos do Senhor na sua vida. Salomão assegura que a pessoa sábia tem muitos benefícios (Pv 9.12). Dentre eles, acumula conhecimento (Pv 10.14); ganha alma (Pv 11.30); tornar-se próspero (Pv 19.8); e exerce domínio próprio (Pv 29.11). Em vista disso, somos advertidos a empregar esforços na busca da sabedoria (Pv 4.7) 

COMENTÁRIO

A sabedoria de Deus sempre excede a do homem. CHAMPLIN escreve: “Os teus mandamentos me fazem mais sábio. Os mandamentos, uma das dez palavras usadas para indicar a lei, representa o quinto termo usado pelo autor sagrado. Esses mandamentos tornavam o salmista mais sábio que seus inimigos. A palavra hebraica miswah foi usada vinte e uma vezes no Salmo 119. Até mesmo neste minúsculo salmo de sabedoria, o poeta sagrado trouxe à tona os brutais inimigos que lhe buscavam tirar a vida. Nosso homem estava sendo afligido e precisava de proteção contra aqueles réprobos. Aqui, porém, ele não levantou a Deus uma petição contra eles, o que fez com tanta frequência até este ponto, mas tão-somente salientou que ultrapassara em muito aqueles homens maus em termos de sabedoria espiritual. Eu os tenho sempre comigo. Esta declaração significa que a lei era a companheira constante do poeta, sempre ocupando a sua mente, sempre contemplada e empregada em sua vida, para sua própria espiritualidade, e como um guia para suas boas obras em beneficio alheio. Algumas traduções, porém, dizem que seus inimigos o viviam assediando com seus ataques. Mas o versículo gira em torno dos mandamentos, que visavam a segurança, o livramento e, evangelicamente falando, a salvação (ver II Tim. 3.15-17), que alguns intérpretes enxergam no texto. Kimchi fazia dos inimigos do salmista os agentes da sabedoria de nosso homem, porquanto as aflições a que esses inimigos o lançavam levaram-no a meditar sobre a lei de Deus, através de proteção; mas não é isso o que está em vista aqui, embora possa também exprimir uma verdade. Compreendo mais do que todos os meus mestres. O poeta sacro não somente estava à frente de seus inimigos no campo da sabedoria, mas ultrapassava os próprios mestres. Por que isso era verdade? Porque ele passava mais tempo meditando do que eles; e, considerando o amor da mente dos hebreus pela lei, não era uma pequena realização. Conforme Paulo disse, ele labutara mais abundantemente do que eles todos (ver I Cor. 15.10). Os mestres humanos são contrastados com o Mestre divino da lei, com o qual ele não se equiparava, mas sua mente era sempre influenciada pela lei, dando ao salmista uma sabedoria cada vez maior. Em outras palavras, ele crescia cada vez mais no entendimento, bem como no poder de aplicar corretamente a lei em sua vida diária. Dessa maneira, nosso homem se tornava um homem mais e mais espiritual, bem como um agente mais eficaz para servir ao próximo mediante boas obras. Sua espiritualidade era expansiva, e não introvertida. De modo geral, os rabinos não gostavam do homem que afirmava ter maior sabedoria que os seus mestres, o que, segundo eles pensavam, poderia solapar-lhes a profissão. Por isso este versículo foi distorcido para dizer: “De todos os meus mestres adquiri sabedoria”. Isso está em acordo com o pensamento geral, mas, a bem da verdade, não é o que o salmista disse. Fausset (in loc.) vê os mestres do salmista negligenciando a lei e imiscuindo-se na política, mas o texto não dá o menor indício disso. O poeta simplesmente afirmou ser mais zeloso e mais intenso em sua devoção à lei. Sou mais entendido que os idosos. Agora o autor sagrado reforça e expande sua ousada declaração do vs. 99 sobre ser mais sábio que seus mestres. De acordo com o que lemos em certas traduções, ele era mais entendido do que os antigos, mas em nossa versão portuguesa e outras encontramos que ele era mais entendido que os idosos. Seja como for, essa é uma reivindicação bastante ousada. Os idosos eram tidos em altíssimo respeito. Nosso poeta, entretanto, ultrapassava a todos eles em entendimento. Os intérpretes sentem-se desconfortáveis quanto à fanfarronice do poeta: ele era mais sábio que seus mestres, mais sábio que os antigos, e mais sábio que os idosos. Até onde sabia, era o homem de número um quanto ao conhecimento e queria que as pessoas soubessem disso. Estou supondo, entretanto, que o poeta estivesse com a razão, pois criou um salmo de 176 versículos para louvar a lei! O poeta que o compôs era o fanático número um, o estudante número um, e o pensador número um sobre a lei; e sua devoção à lei estava rendendo dividendos. O homem tornou-se o aluno número um. De fato, ele tinha devotado toda a vida e energia à lei. Vamos dar-lhe crédito, portanto! Cf. este texto com a glorificação de Eliú aos antigos (ver Jó 8.8-10; 12.12 e 32.6,7,9). Novamente, este versículo tem sido distorcido pelos rabinos que não podem suportar sua ousadia e nos oferecem a seguinte distorção: “Obtive compreensão dos antigos”. Mas não era isso que o salmista estava reivindicandoCHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2447-2448.    

III – A BÍBLIA E A PRUDÊNCIA PARA A VIDA

 

1. O conceito de prudência. O Dicionário Wycliffe esclarece que o termo hebraico arum é usado no sentido positivo para identificar uma pessoa sensata (Pv 14.8,15,18; 15.5), e que o adjetivo grego synetos enfatiza uma decisão inteligente (Pv 16.21). O Dicionário Vine destaca que o substantivo grego phronesis e suas declinações denotam sabedoria prática (Lc 1.17; Ef 1.8), e que synetos sugere avaliação que precede a ação (l Co 1.19). Em termos gerais, a prudência é a virtude que evita ações temerárias. Nesse aspecto, com cautela e bom senso, uma pessoa prudente é capaz de discernir e fazer a escolha correta (Dt 30.19; Lc 10.42). 

COMENTÁRIO

A sabedoria do prudente é entender o seu próprio caminho. Um homem tem sabedoria para orientá-lo em seu caminho, ajudando-o a caminhar como deve fazê-lo. O homem aprende a lei e então obedece a seus ditames no andar diário. Ver no Dicionário o verbete chamado Andar. O homem prudente (que é esperto no bom sentido; no hebraico, ‘arum) considera cuidadosamente seus atos e sabe por que faz certas coisas, mas não outras. Ele tem mente instruída e segue essa mente. Não se deixar enganar com facilidade. Antítese. Em contraste, o insensato vive sempre tão cheio de sua insensatez que ilude a si mesmo e lança-se a enganar outras pessoas. O resultado é que tal pessoa segue uma vereda insensata, precipitada e prejudicial. Cf. Pro. 14.18,24,29. Um insensato pode até pensar que o seu caminho é certo (ver Pro. 12.15), mas isso faz parte de ser enganado e não é uma estimativa verdadeira das coisas. Quanto à metáfora da vereda, ver Pro. 4.11; e quanto aos caminhos do homem bom e do homem mau contrastados, ver Pro. 4.27. O conteúdo mental determina a direção do andar, ou seja, da conduta diária e constante. A versão da Septuaginta contém a segunda linha: “A insensatez dos insensatos leva-os a errar”, em que a palavra hebraica para enganar, math’eh, foi levemente emendada para mirmah, “errar”. Alguns pensam que isso reflete o original hebraico, que o texto massorético padronizado perdeuCHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2606.   

2. A prudência dos justos. A pregação de João Batista tinha como finalidade converter “os rebeldes à prudência dos justos” (Lc 1.17). Nesse sentido, a mensagem da salvação em Cristo não apenas restaura o pecador, mas também o faz andar por veredas de retidão (Pv 4.18; 2 Co 5.17). Paulo declara que a graça de Deus nos traz sabedoria e prudência (Ef 1.8). A sabedoria para compreender a verdade, e a prudência para agir corretamente, segundo a vontade de Deus (Ef 1.9). Essas dádivas são aperfeiçoadas pela oração, leitura das Escrituras e comunhão com o Espírito Santo (l Ts 5.17; 2 Tm 3.14-15; Ef 5.18). 

COMENTÁRIO

  Esse termo é empregado pelo evangelista Lucas quando descreve o ministério de João Batista. A missão do precursor do Messias é converter o coração “dos pais aos filhos” e os rebeldes à “prudência dos justos” (Lc 1.17). Ao discorrer sobre essa última declaração, Matthew Henry observa que “a verdadeira religião é a sabedoria dos homens justos, diferentemente da sabedoria do mundo. Sermos religiosos é, ao mesmo tempo, a nossa sabedoria e o nosso dever; nisto existe tanto equidade quanto prudência”. Significa que o Evangelho tem como desígnio trazer as pessoas de volta para Deus. E, quando isso acontece, os ignorantes, desobedientes e rebeldes de outrora se tornam sábios, justos e prudentes.

Deus não apenas recebe e perdoa àqueles que ele reconciliou consigo mesmo como filhos; ele também os ilumina com a compreensão do seu propósito. Sua graça é derramada sobre nós em toda a sabedoria e prudência (1.8). A palavra grega sophia, “sabedoria”, é o conhecimento que olha para o coração das coisas, que as conhece tal como realmente são, e phronesis, “prudência”, é a compreensão que leva a agir corretamente.52 Como William Barclay diz: “Cristo outorga aos homens a habilidade de ver as grandes venturas da eternidade e de resolver os problemas de cada instante”. Os homens têm essa sabedoria e prudência porque Deus revela o mistério da sua vontade. Esse mistério é a maneira pela qual Deus traz a uma unidade restaurada o Universo inteiro, que se tornara desordenado devido à rebelião e ao pecado do homem”. LOPES, Hernandes Dias. EFESIOS Igreja, A Noiva Gloriosa de Cristo. Editora Hagnos. pag. 28.    

3. Os benefícios da prudência. O livro de Provérbios descreve os benefícios da prudência (Pv 1.1-6). Dentre eles, destaca-se: o autocontrole para não revidar ofensas (Pv 12.16); a humildade para não exibir conhecimento (Pv 12.23); a correta tomada de decisões (Pv 13.16); o pensar antes de agir para não ser influenciado (Pv 14.15); O alcance de boa reputação e alta posição (Pv 1 4 -35); a sujeição ao aprendizado e a correção (Pv 15.5); e o desviar-se do perigo por meio de soluções antecipadas (Pv 22.3). Nos Evangelhos, Cristo enfatizou que a pessoa prudente tem a Palavra de Deus como regra de vida (Mt 7.24); procede com retidão e cumpre seus deveres com fidelidade (Mt 24.45 ); por fim , cuida com esmero da sua vida espiritual e mantém acesa a chama do Espírito (Mt 25.4). Em vista disso, a Bíblia nos exorta a viver prudentemente, e não como néscios (Ef 5.15). 

COMENTÁRIO

As palavras «… vede prudentemente…» refletem os termos gregos. «blepete…abribos», cuja tradução mais literal seria «vede acuradamente», e cujo sentido é «dai grande atenção a». O cuidado, em nosso andar cristão, nos é aqui recomendado, a fim de que estejamos alertas, em estado de preparação espiritual, através da intimidade com Cristo e da instrução em Cristo. Não se trata de um resultado automático, porquanto subentende um desenvolvimento cuidadoso em Cristo, mediante o emprego de todos os meios espirituais postos à nossa disposição. «…como andais …» (Quanto ao «andar» como uma metáfora sobre a conduta geral na vida, em seus padrões e hábitos, ver as notas expositivas sobre os versículos segundo e oitavo deste capítulo, onde são dadas outras referências onde essa ideia é ainda mais desenvolvida. Tal expressão metafórica é frequente, segundo nos mostram as notas expositivas aludidas). « …não como néscios… » Esta última palavra, no original grego é «asophos», a negativa simples do termo que significa «sábios»; pelo que seu significado é «embotado», «insensato», ainda que no texto à nossa frente isso se refira à condição espiritual de ignorância, que caracteriza aqueles que se acham em trevas, aos quais, portanto, falta a «iluminação» espiritual. Ê como se Paulo houvesse afirmado: «Não sejais semelhantes aos vossos vizinhos, que não possuem a luz de Jesus Cristo, continuando nos antigos caminhos vergonhosos, pois andam sob a influência do príncipe das trevas, nos desejos mórbidos de sua carne, cumprindo os seus desejos e os desejos da mente entenebrecida, por serem filhos da desobediência, das trevas e da ira». (Ver Efé. 2:2,3). «…e, sim, como sábios…» Neste ponto é empregada a palavra que usualmente significava «sábio», isto é, «sophos», ainda que em sentido espiritual. Essa palavra indica aqueles que foram espiritualmente iluminados, para que se tornem sábios, dotados de discernimento. Os atos de Deus são todos efetuados com base na sabedoria, conforme o trecho de Efé. 1:8, onde também tal termo é comentado. Notemos que viver no pecado é demonstração de loucura; e que viver na retidão é prova de sabedoria. A totalidade do N.T. é demonstração das razões pelas quais as coisas são assim. O texto presente vincula as «trevas» e a «morte» com a «insensatez do pecado», ao mesmo tempo que a «vida» e a «luz» são ligadas à «sabedoria da santidade». E ndssa consciência também faz essa equiparação. E aquele que no homem interior testifica sobre essa verdade é o Espírito Santo. Cumpre-nos observar que este versículo é paralelo de Col. 4:5. (Quanto a todos os paralelos existentes entre esta epístola e a epístola aos Colossenses, ver a introdução ao trecho de Efé. 1:1, onde uma lista de tais paralelos é oferecida). Variante Textual·. O termo «prudentemente» acompanha o verbo «ver», de acordo com os mss P(46), Aleph, B, 17 e os escritos de Orígenes e Crisóstomo. Isso resulta em tradução similar à que encontramos na nossa versão portuguesa. Porém, esse termo aparece ligado com «andar», dando em resultado «Vede que andeis prudentemente», nos mss Aleph(5), ADGKLP e a maioria dos manuscritos posteriores, incluindo a grande massa de manuscritos cursivos. A diferença consiste da ordem de palavras: o primeiro caso diz «akribos pos», e o segundo caso diz «pos akribos». Todavia, isso não modifica o sentido da ordem em geral, sem importar como aceitemos o texto, embora a primeira forma conte com melhor apoio textual. O uso apropriado da «luz» permite que o olho veja com mais exatidão; de fato, não havendo luz, a visão é inoperante. Portanto, uma vez que a luz de Cristo esteja conosco, podemos ver claramente o que nos compete fazer. A iluminação que nos vem da parte de Deus deveria eliminar toda a possibilidade de voltarmos à nossa antiga conduta. «Tropeçar ao meio-dia é prova de insensatez ou cegueira. Por igual modo, o abuso da luz que possuímos, não demorará a fazer-nos perdê-la, o que nos forçará a voltar às veredas das trevas». (Findlay,in loc.). Isso é exatamente o contrário do tipo de vida inerente nas palavras que dizem, …em nossos dias de pressa, de trabalho m a u feito e de desordem. Destaca-se aqui a sabedoria cristã. Os gregos apreciavam muitíssimo a sabedoria (ver I Cor. 1:22); mas Jesus Cristo, sendo a luz, é também a sabedoria de Deus (ver I Cor. 1:24,30). E essa sabedoria, a despeito de pertencer ao outro mundo, muito tem a ver com a vida presente, porquanto não apenas sugere, mas exige a vida de santidade, de abandono dos antigos caminhos pagãos. A sabedoria vale mais que o ouro (ver Pro. 16:16); e a loucura de Deus é mais sábia que os homens (ver 1 Cor. 1:25). A sabedoria cristã não pode ser separada da santidade, tal como ninguém pode separar a santidade do estarmos na presença de Deus (ver Heb. 12:14), já que sem a santidade ninguém jamais verá a Deus. A santidade fala da transformação moral segundo a imagem de Cristo; e isso, por sua vez, provoca a transformação metafísica, mediante o que chegaremos a participar de tudo quanto Cristo é e possui. Portanto, é através-da sabedoria de Cristo que chegamos a ter a visão beatífica. Certamente que isso ultrapassa a toda a sabedoria humana, a qual despreza a gravidade do pecado, levando os homens a descerem pelo caminho descendente do orgulho e da ignorância insensatos”. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 623-624.   

CONCLUSÃO

 

  A Bíblia é um guia seguro para a nossa caminhada cristã. O texto sagrado aponta para Cristo: o único caminho que leva à vida (Mt 7.14). Nessa nobre tarefa, a imutável Palavra de Deus alumia o caminho que devemos trilhar. Assim, por meio da obediência às Escrituras, e o temor a Deus, recebem a sabedoria e prudência em nosso andar como filhos da luz (Ef 5.8).   

COMENTÁRIO

  A fé cristã é um estilo de vida. Quando eu reconheço a grandeza de Deus, a Sua soberania, entendo o Seu propósito e aceito o Seu amor, a vida cristã passa a ter mais sentido. Tem muita gente jogando a culpa de seu fracasso em Deus, contudo, se tem algo errado, certamente não está em Deus. Eu preciso entender a Palavra de Deus e colocá-la em prática. Deus é imutável e a Sua Palavra jamais falha. Efésios 5.8 descreve o estilo de vida do não convertido como a ausência da verdade e da virtude nas questões intelectuais e morais (1Jo 1.5-7). A esfera das trevas é presidida pelo "poder das trevas" (Lc 22.53; Cl 1.13), que governa sobre aqueles que estão se encaminhando para as "trevas" eternas (Mt 8.12; 2Pe 2.171. De modo trágico, os pecadores amam as trevas (Jo 3.19-21). É exatamente dessas trevas que a salvação em Cristo liberta os pecadores (Jo 8.12; Cl 1.13; 1Pe 2.9; cf. SI 27.1).

REVISANDO O CONTEÚDO

 

Quem ouve e coloca em prática a Palavra de Deus é comparado a quê?

R: Quem ouve e coloca em prática a Palavra de Deus é comparado a um a pessoa prudente cuja casa é alicerçada sobre a rocha (Mt 7.24). 

Por que os valores cristãos são permanentes?

R: Os valores cristãos são permanentes, pois a fonte de autoridade é permanente (Mt 5.18). 

O conhecimento sem a prática produz sabedoria?

R: Não. O conhecimento sem a prática não produz sabedoria (Pv 3.7). 

Que ato, segundo o salmista, torna a pessoa mais sábia?

R: O salmista declara que o ato de meditar na Palavra de Deus o tornará mais sábio que todos à sua volta (SE 119.98-100). 

Cite pelo menos três benefícios da prudência.

R: Autocontrole, humildade e pensar antes de agir.